segunda-feira, 31 de julho de 2023

União Europeia | Migrantes no leste da Alemanha: O medo da extrema-direita

As novas tropas hitlerianas da AFD abrem caminho à manifestação dos nazis alemães

O partido de extrema-direita AfD está a ganhar força no leste da Alemanha. Organizações da sociedade civil alertam para a crescente visibilidade do racismo na vida quotidiana.

Oliver Pieper | Deutsche Welle

Na República Federal da Alemanha sempre houve partidos da direita e extrema-direita. Mas pensava-se que o país tinha aprendido a sua lição com a catástrofe da Segunda Guerra Mundial e o horror do Holocausto. O perigo de ver algum partido da extrema-direita fazer grandes avanços políticos parecia inexistente.

Recentemente, no entanto, o partido da direita Alternativa para a Alemanha, AfD, somou algumas políticas de vitórias que fazem muita gente questionar se as certezas passadas ainda se aplicam .

Para os migrantes no leste da Alemanha, o desenvolvimento é ainda mais preocupante. A AfD não disfarça as suas tendências xenófobas e racistas, legitimando-as aos olhos de muitos cidadãos, que se sentiram encorajados a seguir o exemplo.

Elisa Calzolari, diretora da MigraNetz no estado federado da Turíngia, uma associação que reúne mais de 50 organizações não-governamentais de defesa dos interesses dos imigrantes, diz que as reações aos avanços do partido vão do choque ao terror. Tanto mais que começa a sentir uma antagonização mais aberta pela parte dos alemães.

"Perguntam-me: Porque é que estas pessoas não nos querem? Porque é que esta raiva é agora dirigida principalmente contra nós, pessoas com biografias de migração que trazem consigo uma grande variedade de recursos e capacidades?" 

Alemanha | Partido AFD

Enrico Bertuccioli, Itália | Cartoon Movement

Novas direções na política alemã...

Portugal | Demasiado bons para viverem em casa dos pais -- sem casa, sem empregos

Bruno Contreiras Mateus* | Diário de Notícias | opinião

O nosso patamar está acima da média da União Europeia nos 9 em cada 10 jovens portugueses, entre os 20 e os 24 anos, que têm pelo menos o Ensino Secundário. Em 2020, ultrapassámos os 84% da UE. Muito se fez para estancar o abandono escolar. Se retrocedermos a 2006, quando mais de metade dos jovens destas idades tinham o 9.º ano, no máximo, vemos que foi um grande sprint.

Agora, mais alunos chegam à universidade. Em 2022, Portugal era o 7º país da UE com maior proporção de jovens até aos 24 anos com Ensino Superior. Nota-se um esforço pela democratização. No próximo ano letivo, por exemplo, haverá 2038 vagas prioritárias para estudantes carenciados economicamente. Mas é preciso atenção ao custo do alojamento dos alunos deslocados, normalmente muito acima das possibilidades das famílias.

Em 2019, o então presidente do Instituto Superior Técnico, Arlindo Oliveira, dizia ao DN que "temos de expor os jovens à computação no Ensino Básico, Secundário e também no mundo universitário. Temos de dar competências às pessoas". Competências essas que têm de ser transversais a vários setores de atividade. Hoje, já vemos que esse esforço, de alguma maneira, tem sido feito e faz-se sentir. Os jovens portugueses, entre os 16 e os 24 anos, revelam competências digitais acima da média europeia. São dos que mais usam a internet para estar nas redes sociais, mas também para ler notícias online e, ainda que em menor número, para participar em atividades cívicas ou políticas.

É a geração mais qualificada. De ouro. Cheia de promessas. Mas não é por isso que terá mais oportunidades - o que é um contrassenso.

Se olharmos para os restantes países da UE, segundo este retrato dos jovens feito pela Pordata, que poderá ler nas páginas 6 e 7 desta edição, e que são lançados na semana da Jornada Mundial da Juventude, os estudos e a formação são a principal razão para os jovens terem vínculos laborais temporários, que correspondem a uma média de 17%. Em Portugal, metade dos nossos jovens dizem que não conseguem encontrar um emprego fixo.

Em março deste ano, o Observatório da Emigração alertou que os baixos salários e os preços elevados da habitação favorecem a saída de jovens licenciados do país. Os salários nesta faixa etária (948,8 euros) estão, em média, 27% abaixo do total da população. E o que dizer da habitação? Num relatório recente da Fundação Francisco Manuel dos Santos concluía-se que "hoje, um jovem (ou casal), para adquirir ou arrendar casa, tem de estar inserido com muito sucesso no mercado de trabalho".

O que mostra este retrato é que os jovens portugueses são demasiado bons para ainda viverem em casa dos pais, mas é de onde não conseguem sair 95% deles.

* Subdiretor do Diário de Notícias

Jovens portugueses são dos mais qualificados mas em maior risco de pobreza...

... e exclusão social

Um estudo da Pordata destapa a realidade dos jovens portugueses, no momento em que começa a JMJ. Os números são preocupantes: 95% vivem com os pais, e isso acontece por causa do desemprego e da precariedade no mercado de trabalho.

Um total de 95% dos jovens portugueses (que em 2022 eram 10% da população) vivem com os pais, o quarto valor mais alto na União Europeia. Essa é uma das conclusões do estudo da Pordata que hoje é tornado público. No documento percebe-se também que são cada vez mais qualificados - 9 em cada 10 jovens entre os 20 e os 24 anos têm, no mínimo, o ensino secundário, e Portugal é o 7.º país da UE com maior proporção de jovens com ensino superior.

Apesar disso, as preocupações com o acesso à habitação e ao emprego continuam a afetá-los: 6 em cada 10 têm vínculos de trabalho precários, e Portugal é o 7º país da UE com maior taxa de desemprego jovem, afetando 1 em cada 5 jovens no mercado de trabalho. Há outro dado positivo neste retrato agora traçado pela Pordata: os jovens portugueses têm competências digitais acima da média europeia, e estão em 5.º lugar entre os que mais utilizam as redes sociais e leem notícias online. No campo das boas notícias, o documento revela que os hábitos de saúde deste grupo etário parecem estar a melhorar - diminuiu a percentagem de jovens que afirma nunca praticar desporto (um em cada 3) ou que fuma diariamente (9%).

Em 2022 contabilizavam-se em Portugal 1.086.544 jovens entre os 15 e os 24 anos (51% eram do sexo masculino e 49% do sexo feminino) o que representa uma diminuição de 6 pontos percentuais desde 1961, refletindo a redução das taxas de natalidade e o aumento da esperança média de vida. Para Gonçalo Saraiva Matias, presidente do conselho de administração da Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS), este estudo revela "um indicador muito positivo, e outro bastante negativo". Refere-se, respetivamente, à educação e competências digitais, onde os jovens portugueses estão num patamar superior à média europeia; por outro lado, "não estamos bem no desemprego (Portugal é o sétimo país da União Europeia com maior desemprego jovem), e seis em cada dez jovens têm vínculos laborais precários. Isto tem necessariamente um reflexo na inclusão social, já que 25% dos jovens estão em risco de pobreza ou exclusão social. Gonçalo Matias acredita mesmo que "temos aqui uma situação explosiva, porque uma faixa considerável dos jovens, entre os 15 e os 24 anos, tem muita qualificação, mas depois tem trabalhos precários e pouca capacidade de entrar no mercado".

"Na minha opinião, até baseada noutros estudos que a Fundação tem feito, isto revela que há um incentivo grande a que os jovens saiam do país", conclui o presidente da FFMS.

O saldo migratório revela que, desde 2019, entram no país mais jovens do que aqueles que saem para viver no estrangeiro. Mas nem sempre foi assim: de 2010 a 2018 o saldo foi negativo.

De acordo com o estudo, no ano passado a esmagadora maioria dos jovens (95%) vivia com os pais, "valor que traduz uma mais difícil independência, sobretudo considerando que este valor era de 86% em 2004". Na verdade, Portugal é o 4.º país da UE, a seguir à Itália (97%), Croácia (96%) e Espanha (96%), em que mais jovens vivem com os pais, acima da média europeia (83%). Na Suécia e na Dinamarca, os jovens que vivem com os pais são menos de metade do total de jovens.

Em Portugal, de acordo com dados de 2022 do Eurostat, a idade média de saída de casa dos pais era aos 30 anos, mais 3 anos do que a média europeia.

Quando “designadamente” é intrujice de Costa e milhões para a JMJ são abençoados

Governo de Costa e autarcas esbanjam milhões de euros para receber o Papa e fazer a festarola de propaganda no engano da fé cristã e/ou de outras religiões que se “encostam” ao espectáculo de venda da banha da cobra, assobiando para o lado distraidamente e felizes por suas capacidades de se empenharem em ignorarem que milhões de portugueses estão na penúria sem casas, sem abrigo, sem alimentação adequada, sem trato nem respeito da vivência com a dignidade e justiças que supostamente julgavam alcançar pós 25 de Abril de 1974, assim como quando escutam as promessas de políticos intrujões que lhes mentem durante as campanhas eleitorais para serem eleitos e apossarem-se da governação com maiorias (ou não) que mais se assemelham a ditaduras. 

Não, não há respeito nem contenção em gastos de uns quantos megalómanos que ocupam os poderes. Isso está há vista e no sentir na pele a pobreza e tantas vezes a fome e outras necessidades básicas. Atualmente é o sonegador da democracia e justiça  António Costa que está de serviço. Outro igual ou muito semelhante o virá substituir quando com loas eleitorais e circunstanciais vier governar “democraticamente” o país. Tem sido sempre assim, por isso a bagunça lusa é cada vez maior no que toca ao respeito, dignidade, saúde, educação, justiça, distribuição justa da riqueza, etc. que são devidas ao povo português sempre enganado, prejudicado e mal-pago…

De certeza que poderíamos preencher imensas laudas a referir a triste realidade do quotidiano dos milhões de portugueses pobretanas e miseráveis apesar de os senhores nos poderes esbanjarem milhões a seu bel-prazer e manias doentias de grandezas irreais, mas não o faremos. Este é o Expresso Curto que vem a seguir para deleite dos que se deleitarem ao lê-lo e até visitarem outros temas no Expresso…

Para último deixamos uma palavra que vai dar muito que falar: "designadamente". Palavra que para o PR Marcelo significa "porta entreaberta" na negociação do governo de Costa com os professores vítimas de tratos de polé – como os restantes portugueses. Tal palavra “designadamente” é mais uma chica-espertice da secção cerebral de intrujice do senhor António Costa e de seus apaniguados ministros e de outros iluminados das ilhargas que são farinha do mesmo saco. Quem duvidar deste vaticínio terá a oportunidade de desfrutar do espectáculo que aí vem, das greves e muito maior luta dos professores, dos médicos e outros profissionais daquele setor da saúde. E de muitos mais. Dir-se-á que não há verbas… O costume.

Não há verbas? Nem com os anunciados e prometidos retornos financeiros da JMJ?

Há milhões para tudo e para todos que caiam nas boas graças dos governos. Diz-se desde há muito que a política é uma porca… Não vemos exactamente isso assim. No que acreditamos com provas é que alguns políticos (demasiados) são uns porcos de mentes, de procedimentos e de personalidades intelectualmente desonestas…

Basta. Vamos ao Curto do Expresso. A seguir. Vá ler.

Boa semana. Mas como? Pois. Não sabemos como, queridos plebeus e queridas plebeias neste fartote de trato indigno. Asqueroso.

MM | PG

Angola | O Sol e a Honra dos Conselheiros – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O mês de Julho está no fim e destes dias pouco de bom fica para a História. Salvo que avançam a todo o vapor as centrais fotovoltaicas como forma de levar a energia eléctrica às populações do Mundo Rural. Finalmente alguém se lembrou que Angola é terra ensolarada pelo menos desde que Adão e Eva se multiplicaram comendo frutos proibidos, no vale de Nakuru. Digo mais: O Sol passa férias em Angola todo o ano e mais seis meses. Bem-vinda a energia solar. 

Ontem foi lançado um desafio aos sicários da UNITA: Façam tudo para que seja secreta a votação do pedido de destituição do Presidente da República. Por favor. Imploramos! Se tal não for permitido por Lei ou no regimento da Assembleia Nacional, que as deputadas e deputados abram uma excepção. Venha daí a votação secreta. Contados os votos vamos ficar com uma certeza que nos deixa tranquilos. O Galo Negro elegeu 90 deputados. Quando forem contados os votos a favor da destituição, não vão chegar a dez favoráveis. Provavelmente metade desse número, meia dúzia de cinco.

A UNITA em menos de um ano perdeu 90 por cento dos deputados eleitos. Estão a gozar as mordomias e que ninguém os impeça de dormir à sombra da bananeira. Para o peditório do Galo Negro já deram. Agora trabalham para elas e eles. Mas os sicários do Adalberto conseguiram o impensável. João Lourenço vai até ao fim do mandato nem que seja às nossas costas! Não subestimem o MPLA. É muito perigoso!

A facção de Abel Chivukuvuku está mais longe da direcção de Adalberto do que a Terra de Neptuno. A vadiagem do Bloco Democrático ao entrar na Assembleia Nacional realizou os seus sonhos mais dourados. A partir de agora não estão à venda. Mas ficaram com poder de compra até ao fim da vida. O Justino Pinto de Andrade conseguiu!

No dia 15 de Julho de 1974 foi escrita em Luanda uma das mais importantes páginas da História Contemporânea de Angola. Jovens angolanos que prestavam serviço militar obrigatório nas forças armadas portuguesas revoltaram-se contra os massacres dos esquadrões da morte. Com o seu acto salvaram milhares de habitantes dos musseques da capital e travaram, de uma forma decisiva, a Independência Branca que avançava a todo o vapor, comandada pelo governador-geral Silvino Silvério Marques, com o apoio financeiro dos representantes das associações comerciais, industriais e agrícolas.

Dos revoltosos, tenho na memória Fernando da Piedade Dias dos Santos (Nandó) antigo presidente da Assembleia Nacional, Manuel da Costa Aragão (antigo venerando presidente do Tribunal Constitucional), general António José Maria (Zé Maria), general João Maria de Sousa, antigo Procurador-Geral da República, César Barbosa, que foi director-geral da Rádio Nacional de Angola, Vítor Salvaterra, José Van-Dúnem (foi ministro da Saúde), Zé Mário, Eduardo Minvu, Jorge Pessoa e o líder do movimento, o então alferes Américo Carvalho. Estes ainda estão na minha memória. Peço perdão a muitos outros (centenas) que não conheço ou que a minha provecta idade atirou para o esquecimento. 

PRIMEIRO VAMOS PARA MOSCOVO, DEPOIS TOMAMOS PEQUIM – Pepe Escobar

Três intervenções em São Petersburgo resumem o impulso pan-africano para finalmente se livrar do neocolonialismo explorador.

Pepe Escobar* | Strategic Culture Foundation | # Traduzido em português do Brasil

A Maioria Global é livre para escolher dois caminhos diferentes para neutralizar os psicopatas neocons straussianos raivosos e dissonantes cognitivos encarregados da política externa imperial; para ridicularizá-los implacavelmente, ou para trabalhar arduamente na longa e tortuosa estrada que conduz a uma nova realidade multipolar.

A realidade atingiu profundamente a cúpula Rússia-África em São Petersburgo, com sua amplitude e escopo surpreendentes, refletidos na declaração oficial e em fatos importantes, como a Rússia cancelando nada menos que US $ 23 bilhões em dívida africana e o presidente Putin pedindo que a África entrar no G20 e no CSNU (“É hora de corrigir essa injustiça histórica.”)

Três intervenções em São Petersburgo resumem o impulso pan-africano para finalmente se livrar do neocolonialismo explorador.

Presidente da Eritreia Isaias Afwerki: “Eles estão imprimindo dinheiro. Eles não estão fabricando nada, apenas imprimindo dinheiro. Esta tem sido uma de suas armas globalmente – o sistema monetário… sanções aqui, sanções ali… Precisamos de uma nova arquitetura financeira globalmente.”

Presidente de Burkina Faso, Ibrahim Traoré, rosto de um Sul Global ressurgente e líder mais jovem do mundo: “Um escravo que não se rebela não merece pena. A União Africana (UA) deve parar de condenar os africanos que decidem lutar contra seus próprios regimes fantoches do Ocidente.”

Presidente de Uganda Yoweri Museveni: “Uma faceta do neocolonialismo e colonialismo foi a África sendo confinada a produzir apenas matérias-primas, colheitas, como café e minerais (…) Esta questão é o maior fator pelo qual as economias africanas estão atrofiadas; eles não crescem, porque todo o valor é levado por outras pessoas (…) Então, o que eu quero propor à Rússia e à China é desencorajar como política a importação de matérias-primas da África, para trabalhar com os africanos para adicionar valor na fonte”.

BIDEN PROMOVE LINHA DURA

A virulenta falcão da Rússia, Victoria Nuland, e o virulento falcão da China, Charles Q. Brown, estão sendo promovidos a posições elevadas pela Casa Branca.

Caitlin JohnstoneCaitlinJohnstone.com | em Consortium News | # Traduzido em português do Brasil

A administração Biden parece prestes a se tornar ainda mais guerreira, se você pode imaginar isso, com a virulenta falcão da Rússia Victoria Nuland e o virulento falcão da China Charles Q. Brown agora sendo elevados a posições elevadas pela Casa Branca.

Nuland, esposa do  alfa neocon Robert Kagan , foi  nomeada  vice-secretária de Estado em exercício pelo presidente Joe Biden, pelo menos até que um novo vice-secretário seja nomeado. Isso a coloca como segunda em comando no Departamento de Estado, logo atrás de Tony Blinken.

Em um artigo sobre o papel único de Nuland nas relações azedas entre os EUA e a Rússia durante seu mandato anterior no Departamento de Estado sob o presidente Barack Obama, Connor Echols , responsável pela Statecraft, escreve o seguinte sobre as últimas notícias:  

“A nomeação de Nuland será uma benção para os falcões da Rússia que querem aumentar a pressão sobre o Kremlin. Mas, para aqueles que defendem um fim negociado para o conflito na Ucrânia, uma promoção para o notoriamente " diplomata pouco diplomático " será uma pílula amarga.

Alguns lembretes rápidos estão em ordem. Quando Nuland estava servindo no governo Obama, ela  teve  uma ligação vazada agora infame com o embaixador dos EUA na Ucrânia. Enquanto a Revolta de Maidan agitava o país, a dupla de diplomatas americanos discutiu conversas com líderes da oposição, e Nuland expressou apoio para colocar Arseniy Yatseniuk no poder. (Yatseniuk se tornaria primeiro-ministro no final daquele mês, depois que o ex-presidente Viktor Yanukovych, amigo da Rússia, fugiu do país.) Em um ponto memorável da ligação, Nuland disse “Foda-se a UE” em  resposta  à postura mais branda da Europa sobre os protestos.

A controvérsia em torno da ligação - e as implicações maiores do envolvimento dos EUA na derrubada de Yanukovych - aumentou as tensões com a Rússia e contribuiu para a decisão do presidente russo, Vladimir Putin, de tomar a Crimeia e apoiar uma insurgência no leste da Ucrânia. A  distribuição de comida aos manifestantes  em Kiev provavelmente também não ajudou.

Nuland, junto com o czar de sanções do Departamento de Estado, Daniel Fried, liderou o esforço para punir Putin por meio de sanções. Outro funcionário do State teria  perguntado a  Fried se 'os russos percebem que as duas pessoas mais duras em todo o governo dos EUA estão agora em posição de ir atrás deles?' ”

Em um artigo do Consortium News de 2015 intitulado “ A bagunça que Nuland fez ”, o falecido Robert Parry destacou Nuland como o principal arquiteto da operação de mudança de regime de 2014 na Ucrânia, que, como Aaron Maté explicou no ano passado , abriu o caminho para a guerra estamos vendo lá hoje. Espero que a posição dela acabe sendo temporária. 

Em outras notícias, o Comitê de Serviços de Armas do Senado  votou para confirmar a escolha de Biden do general Charles Q. Brown Jr. como o próximo presidente do Estado-Maior Conjunto, substituindo Mark Milley. Uma votação completa do Senado ocorrerá agora sobre a confirmação de Brown - atualmente o Chefe do Estado-Maior da Força Aérea - para o cargo militar mais alto do país.

Brown  é inequívoco  sobre sua crença de que os EUA devem acelerar a militarização contra a China no chamado Indo-Pacífico para se preparar para o confronto entre as duas potências,  pedindo  mais bases americanas na região e maiores esforços para armar Taiwan durante sua audiência perante o Comitê de Serviços de Armas do Senado no início deste mês.

Em maio, Moon of Alabama sinalizou a nomeação de Brown em um artigo que também observou que vários defensores da contenção militar haviam renunciado a seus cargos dentro do governo, incluindo Wendy Sherman, a vice-secretária de Estado substituída por Nuland.  

É muito cedo para tirar conclusões firmes, mas ver vozes de moderação se afastando e defensores da escalada se intensificando pode ser um mau presságio do que está por vir.

* O trabalho de Caitlin Johnstone é  totalmente apoiado pelo leitor , então, se você gostou desta peça, considere compartilhá-la, segui-la no  Facebook ,  Twitter ,  Soundcloud ,  YouTube ou jogar algum dinheiro em seu pote de gorjetas no  Ko-fi ,  Patreon  ou  Paypal . Se você quiser ler mais, pode  comprar os livros dela . A melhor maneira de garantir que você veja o que ela publica é se inscrever na lista de discussão em  seu site  ou  no Substack, que receberá uma notificação por e-mail para tudo que ela publicar. Para mais informações sobre quem ela é, onde ela está e o que ela está tentando fazer com sua plataforma,  clique aqui . Todas as obras são co-autorias com seu marido americano Tim Foley.

Este artigo é de   CaitlinJohnstone.com.au  e republicado com permissão.

Austrália concorda em construir mísseis dos EUA

EUA descartam preocupações australianas sobre Assange

Duas notícias diferentes sobre as relações EUA-Austrália surgiram mais ou menos ao mesmo tempo, e juntas elas resumem a história das relações EUA-Austrália como um todo. Em um, descobrimos que a Austrália concordou em fabricar mísseis para os Estados Unidos e, no outro, descobrimos que Washington disse à Austrália para chupar ovos sobre suas preocupações em relação à perseguição dos EUA ao jornalista australiano Julian Assange.

Caitlin JohnstoneCaitlinJohnstone.com.au | em Consortium News | # Traduzido em português do Brasil

A relação entre a Austrália e os Estados Unidos é ainda mais claramente ilustrada pela maneira como eles estão sendo relatados pela grande imprensa embaraçosamente bajuladora da Austrália.

Em um artigo do Sydney Morning Herald publicado na sexta-feira intitulado “ 'Extremamente significativo': a Austrália fabrica e exporta mísseis para os EUA ”, o propagandista de guerra educado nos EUA, Matthew Knott, relata exuberantemente o mais recente desenvolvimento da absorção total da Austrália na máquina de guerra americana.

“A Austrália deve começar a fabricar seus próprios mísseis dentro de dois anos sob um plano ambicioso que permitirá ao país fornecer armas guiadas aos Estados Unidos e possivelmente exportá-las para outras nações”, relata Knott, acrescentando que a “fabricação conjunta de mísseis esforço está sendo impulsionado pela guerra na Ucrânia, que destacou uma preocupante falta de estoques de munição nas nações ocidentais, incluindo os EUA.”

Knott - talvez mais conhecido por ter sido dito publicamente para "baixar a cabeça de vergonha" e "expulsar o jornalismo australiano" pelo ex-primeiro-ministro Paul Keating por causa de sua virulenta propaganda de guerra contra a China - fala com entusiasmo sobre as oportunidades maravilhosas dessa expansão para o sul. do complexo militar-industrial oferecerá aos australianos.

“Além de criar empregos locais, uma indústria doméstica de fabricação de mísseis tornará a Austrália menos dependente de importações e fornecerá uma fonte adicional confiável de munições para os EUA”, escreve Knott em êxtase no que de alguma forma foi apresentado pelo The Sydney Morning Herald como um duro notícia e não um artigo de opinião.

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