quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Angola: Caso Cassule/Kamulingue poderá ir a tribunal "dentro de pouco tempo"

 


Advogado diz que Procuradoria está a fazer trabalho "que interessa" aos familiares dos activistas desaparecidos
 
Voz da América
 
O advogado das famílias dos activistas Isaías Cassule e Alves Kamunlingue saudou o trabalho que a Procuradoria Geral está a efectuar para levar os alegados assassinos dos dois homens a tribunal.

Em declarações á Voz da América Salvador Freire disse não haver desenvolvimentos de nota, acrescentando que “a procuradoria está a fazer o seu trabalho e o processo encontra-se em segredo de justiça”.

“A procuradoria está a fazer um trabalho que de facto interessa os familiares tanto do Cassule como do Kamulingue,” disse o advogado.

“Acreditamos que dentro de pouco tempo o processo irá a tribunal para julgamento,” acrescentou.

Salvador Freire recusou-se a dizer se as autoridades já o tinham informado oficialmente de quem são os suspeitos que poderão ser levados a julgamento.

“Prefiro não falar sobre esse assunto que está ainda sob segredo de justiça,” acrescentou.

Anteriormente tinha sido divulgado que quatro elementos das forças de segurança tinham sido detidos. Outras quatro pessoas que teriam alegadamente sido presas não foram identificadas.

Entre os primeiros detidos encontram-se Júnior Maurício – Efectivo da investigação criminal da Maianga - João Fragoso – Chefe dos serviços de Viana - Pimentel Daniel - Efectivo da investigação criminal da Maianga - e Augusto Mota, chefe das operações do Serviço de Informação e Segurança do estado, SINSE em Luanda.

Sebastião Martins foi demitido da chefia do SINSE embora nunca tenha sido dada uma explicação oficial para a demissão que se pensa estar ligada ao desaparecimento e assassinato dos activistas.

Recentemente a imprensa angolana publicou noticias de que Martins poderia em breve ser detido, mas isso não parece ter ocorrido.
 

ANGOLA REPOSICIONA-SE EM ÁFRICA E NO MUNDO

 


O Presidente da República, José Eduardo dos Santos reafirmou como política do seu governo o não envio de forças militares para intervirem nos conflitos que grassam algumas regiões do continente africano de que seja parte integrante e não só.
 
Esta postura vem, de certo modo, contrariar uma disposição do passado, em que soldados angolanos eram referenciados como partícipes de conflitos que eclodiram sobretudo na África Ocidental e na República Democrática do Congo, ao arrepio do debate sobre o envio desses soldados para fora de portas na Assembleia Nacional.
 
Tudo indica que esta postura estará em alinhamento com novas ideias vertidas no Plano de Desenvolvimento Nacional para o quinquénio 2013-2017, no qual o executivo angolano se propõe reforçar o seu “posicionamento político no contexto internacional e regional”, particularizando a União Africana e a SADC.
 
Inseridas numa visão de desenvolvimento de longo prazo, as opções estratégicas do Executivo para os dois contextos assentam na continuidade do respeito e aplicação dos princípios das cartas da ONU e da União Africana, onde se acham espelhados o respeito de direitos fundamentais da pessoa humana nos planos político, sócio-económico e cultural e de relacionamento entre Estados.
 
Na perspectiva institucional, a estratégia pugna pelo estabelecimento de laços de amizade e cooperação com todos os povos e Estados, que, no contexto da globalização, Angola deverá inserir-se nele de forma competitiva, buscando a maior diversificação no estabelecimento dessas relações de cariz bilateral, enfatizando os acordos comerciais e de cooperação científica e tecnológica com os países emergentes.
 
Também é estimulado no referido plano de desenvolvimento nacional, o estabelecimento de relações com os países do hemisfério Sul, ressaltando-se a cooperação com os países lusófonos no quadro da CPLP. No domínio comercial, é sublinhada a importância da cooperação comercial com os EUA, em torno do Golfo da Guiné, com vista a consolidação da presença angolana na região, e negociar parcerias com a UE, no âmbito da SADC.
 
No domínio regional o reposicionamento de Angola é defendido de tal modo que o país seja o promotor da integração regional, não descurando o aspecto da liderança no quadro do estabelecimento do mercado comum regional e correspondente asseguramento da estabilidade política na região, ou ainda afirmando-se como plataforma de articulação entre a SADC, CEEAC e a região do Golfo da Guiné.
 
Do ponto de vista das políticas prioritárias, o plano estabelece a consolidação das relações com as principais instituições financeiras internacionais, assim como o reforço da posição geoestratégica de Angola, na região e no mundo. A consolidação das relações com as instituições financeiras internacionais visam alcançar um patamar mais elevado, tendo em conta a melhoria das condições de financiamento da economia e as capacidades de gestão económica.
 
Entre as medidas de política a executar para alcançar este objectivo, o Executivo tenciona estabelecer negociações com o Banco Mundial no que diz respeito ao aumento do volume e das condições de financiamento de projectos estruturantes da economia angolana, não perdendo de vista a necessidade de apresentação a instituições como o FMI, BM ou G20 de um quadro evolucionista da economia numa base regular.
 
O Executivo reputa de importante a necessidade da inserção de quadros angolanos em posição de destaque nas instituições acima referidas, quer em regime de estágio para graduados universitários, bem como para a implementação de programas de assistência aos técnicos dos órgãos de gestão macro-económica do país.
 
Sendo dado adquirido a centralidade do papel que Angola desempenha na resolução de vários conflitos no continente, o Executivo angolano entende que é chegado o momento de se empreender o reforço deste papel nos contextos regional e internacional, visando objectivamente o aumento do “nível de influência política e económica de Angola na região e no mundo, procurando beneficiar das potencialidades existentes na região.
 
Isto passaria pelo cumprimento dos acordos, protocolos e metas firmados com a SADC, contribuindo para a integração económica da sub-região, medida que será articulada com a promoção de candidaturas de quadros nacionais qualificados para ocuparem posições de relevo na União Africana, Nações Unidas, CEEAC e outras organizações regionais, sem descurar o acompanhamento e participação activos nas organizações internacionais em que se aborde a questão da reforma dos sistema das Nações Unidas e do seu Conselho de Segurança. As transformações em curso na União Africana também serão objecto, no quadro desta estratégia, de acompanhamento e observação permanente.
 
O relacionamento com os países vizinhos é enfatizado pelo Executivo que nomeia a RDC, a Namíbia, a Zâmbia e África do Sul como parceiros com os quais angola trabalhará “para assumir uma posição de proeminência no seio da SADC”, olhando igualmente para os países que integram a CEEAC e o Golfo da Guiné.
 
A estratégia de cooperação Sul-Sul privilegia a cooperação com o Brasil, Índia e China, países de economias emergentes, além da assinatura de acordos bilaterais sobre investimentos e em matéria de direitos de propriedade intelectual com os EUA, assim como a intensificação e aprofundamento das relações com a União Europeia.
 
O País (ao)
 

São Tomé e Príncipe: VIRA A CASSETE E TOCA “TIRA A MÃO DA MINHA CHUCHA”

 

José Maria Cardoso – Téla Nón, opinião
 
Há mais de um mês que os são-tomenses aguardavam que o Presidente da República atendesse as queixinhas de Natal do MLSTP/PSD, em reserva de direito eleitoral de segunda força partidária mais votada nas legislativas de 2010 para remodelar ao XV governo constitucional.
 
Mas antes. É humano e solidário um olhar a mais recente agressão violenta que um jovem da Trindade foi vítima por um representante eleito pelo povo para levar voz ao parlamento. Notícias indicam que Joy da Trindade numa discussão com o deputado Deolindo da Mata, supostamente, para a organização da base eleitoral do MLSTP/PSD em Mé-Zóchi, o seu Secretário Distrital numa visão contrária passou de palavras ao acto.
 
Uma garrafa de cerveja na cabeça dura do militante. O estado a lamentar em que ficou a face esquerda do jovem Joy – 22 pontos com mais dois no peito – não deixa suspeição na malvadez reflectida ou não.
 
Será que a política em São Tomé e Príncipe deixou ao baixo nível dos homens? Vice-versa. Será que os homens desceram ao baixo nível da política?
 
Não bastará a responsabilização política do deputado que é Secretário da mesa da Assembleia Nacional. Um golpe dessa natureza que vai deixar sequelas ao agredido deve encontrar responsabilização criminal que possa reparar os danos físicos e, não só.
 
O pugilismo de 2012 na Casa do Povo deve estar na mesa do Diálogo Nacional para que até ao próximo acto eleitoral não se venha ter um país em cenas violentas quando a democracia emana a liberdade na diferença de pensar. Ainda é fresca, a imagem de um cidadão eleitor que em pleno domingo das últimas presidenciais foi vítima da bala disparada pelo segurança de um governante de ADI.
 
O Decreto Presidencial nº 3/2014 de 20 de Janeiro, coincidentemente dia histórico, vigésimo terceiro aniversário do derrube do partido em contra direcção com a retumbante vitória eleitoral do PCD, a vista nua, parece não trazer nada de novo na consolidação dos eventos democráticos.
 
Se no passado em referência o MLSTP/PSD perdeu, na última segunda-feira, o partido saiu objectivamente a ganhar. Tem no governo, o seu Secretário-Geral, Fernando Maquengo, com uma pasta estratégica, a do ministério das Obras Públicas, dos Recursos Naturais e do Meio Ambiente cujo ministro expulso, Osvaldo Abreu, não se cansava de anunciar e inaugurar obras. Esmolas a traduzir em votos eleitorais como é praxe na política, caso a cúpula enveredasse pelo trabalho de casa.
 
O partido vê também reequilibrado o lugar assaltado pelo MDFM-PL, força política sem expressão eleitoral em 2010 – um deputado entre os cinquenta e cinco homens do parlamento – que beneficiou de mais um governante na recente nomeação de Adelino Lucas, Secretário de Estado adjunto do 1º Ministro para a Comunicação Social.
 
Não menos relevante, é o regresso de Maria Tomé ao executivo, em substituição de Leonel Pontes “sentenciado pelos dólares da saúde do povo enfermo” para assegurar a outra fatia do bolo do MDFM-PL no ministério da Saúde e dos Assuntos Sociais.
 
Natália Umbelina, na pasta de Negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidades ao que parece conseguiu pôr os seus rapazes diplomatas em ordem. Encontrou companhia para virar a cara e partilhar conversas de senhoras.
 
O PCD esteve nas tintas. Não se incomodou com a mexida governamental e até viu o seu ministro conotado com o mistério de arroz podre a ser agraciado pela ventania turística que passou pernas a transacção comercial, passando a uma nova nomenclatura, a do Ministério do Turismo, Comércio e Indústria.
 
A forçada criação de mais uma pasta executiva para gasto público, a do Secretário de Estado das Infra-estruturas e do Meio Ambiente entregue ao militante do MLSTP/PSD, José Maria Amado Fonseca, alarga aos ganhos de Jorge Amado que nem por isso, consegue unir um partido de camaradas mascarados em luta de tachos, a assobiar ao seu derrube quanto cedo do possível.
 
A questão por detrás da exoneração de Osvaldo Abreu foi matada pelo pedido de demissão do ex-ministro, tornado público, que nem arrefeceu na mesa de Gabriel Costa, pior ainda, na dos despachos de Pinto da Costa. Foi uma corrida dos diabos. Ao contrário do normal de prestação de serviço público, o pedido de demissão de 20 de Janeiro, encontrou decisão presidencial na hora.
 
O fantasma adquirido de choques com o presidente Jorge Amado, não é convincente, caso seja evidenciado os supremos interesses da Nação. Tratando-se de mentes mínguas dos políticos da praça e da luta pelos interesses obscuros, não é difícil, decifrar até ao longe vai o oportunismo político em São Tomé e Príncipe.
 
Vaiado pela Comissão Política do seu partido, o demissionário Osvaldo Abreu vai engolir o veneno num suicídio político ou prefere organizar as tropas para dar assalto ao partido com a força juvenil que, aparentemente, o próprio Pinto da Costa chamou para o seu comando operativo numa perspectiva de preparação combativa dos jovens a assumir em breve trecho aos destinos das ilhas?
 
Finalmente, a imprensa são-tomense com os tentáculos de um jornal digital, o Téla Nón, chamou para si o quarto poder, lugar que lhe é devido na democracia.
 
Todavia, há meio ano do mais expectante acto eleitoral nos continuados ensaios da democracia à são-tomense, os eleitores ficam com nada ou muito pouco por escolher.
 
Da semana passada vinha a bomba do Téla Nón fuzilando aos «rapazes do Presidente da República e do Primeiro-Ministro». Num exclusivo de top a obrigar congestão nas hastes adversárias, o mesmo jornal, sem dar tempo aos festejos da desgraça alheia, abriu esta semana com o bombardeamento dos «rapazes do ex-Primeiro Ministro», nas pessoas de Agostinho Fernandes e Carlos Stock, antigos ministros de Patrice Trovoada que também fabricaram sociedades privadas, em benefício de oportunidades executivas, numa clara promiscuidade privado-negócio-política.
 
O antigo ministro do Plano e do Desenvolvimento no XIV Governo, Agostinho Fernandes, não perdeu tempo. Desafiou que em vésperas de eleições não aceita o seu nome entrar na terra lamacenta dos seus adversários. Jurou que jamais lesou aos interesses do Estado são-tomense com a sociedade que criaram enquanto governantes. A ressonar, apenas responderam ao aconselhamento de um Banco que lhes beneficiou de um crédito. Garantiu que o ministério ao seu cargo realizou vários concursos públicos, mas o seu «Kilimanjaro» não lambeu qualquer dedo de mel.
 
Trouxe a memória o infantilismo de iônô peixe com que a tradicional mãe devia largar água para os pratos da família. Ninguém assume ter iônôdo peixe que todos afirmam, só pode ser obra do gato.
 
A lei-quadro que regula a prática da engorda petrolífera de gatos pintados, é clara na recusa de quem é convidado, assim como o é para quem já exerce cargos concretos. Se Pinto da Costa cortou pescoço ao Osvaldo Abreu, que ilações a retirar pela ADI, caso pretenda separar o joio do trigo? De falsos profetas o paraíso tem lista infindável.
 
Nesse olhar atento aos pratos da casa, os propósitos da actualidade lançam aos observadores a um pé na ópera que se vai cantando para lá das fronteiras. Em França, por causa da dieta tropical do presidente François Hollande, neste momento os franceses entretêm-se com as boas práticas ocidentais na contingência de trazer ao debate, o que é isto de privado e do público.
 
O eventual «escândalo sexual» do presidente Hollande servido em simultâneo pelas duas mulheres, a oficial e a “escondida” privada, com uma outra novela de 2007, anterior ao alto cargo, no corte de relação com a sua ex-mulher, a mãe dos seus quatro filhos, assinala do quanto não é pacífica a vida privada da pública na convivência política.
 
Ainda lá fora, da China, os altos dirigentes, seus familiares e empresários ligados a empresas públicas são apanhados com negócios milionários em paraísos fiscais num «escândalo» com contornos sombrios do privado-política, tentadores a doutrina do Estado comunista.
 
Auscultando aos sentimentos da opinião pública, testemunhos geracionais, já comungam o perdão aos mais velhos da independência e da ditadura numa condenação sem precedentes aos democratas e corruptos que não deram a aprender aos miúdos da esperança e da indignação instrumentos éticos e morais para elevarem o país ao desenvolvimento sem atropelar sinais proibitivos legislados aos olhos do povo que reclama a boa gestão da coisa pública são-tomense.
 
Jorge Amado é que não pode esfregar as mãos com as lamúrias de Osvaldo Abreu. Deve ter consciência que ganhou uma batalha donde sai sangrentamente ferido. Até Julho há muitos combates pela frente e não ter Osvaldo Abreu na sua trincheira, os inimigos internos, ou politicamente falando, as outras tendências no partido, vão decerto aproveitar ao exaltar do ex-ministro para aplicar o golpe final ao líder.
 
O engenheiro Osvaldo Abreu estará a altura do jogo de cintura e retirar para si as desavenças dos democratas conotados de geração corrupta? Com a experiência técnica consolidada na gestão política no executivo, vai liderar a ala de esperança e da indignação no seio do MLSTP/PSD? Ou sai por aí a gritar os lamentos aos surdos da feira má lúngua?
 
Para o alerta deixou três páginas de obras realizadas e realizáveis. Será o suporte da sua moção a apresentar ao congresso extraordinário?
 
Depois de 2011 de Aurélio Martins que não conseguiu reformar os democratas para corta-fitas – correu mais que a força das suas pernas – é timing certo de Osvaldo Abreu, mesmo desdenhado por alguns indignados que já lhe vendem a arrogância do poder, assumir os ventos que lhe são favoráveis no seio do seu partido.
 
Pinto da Costa não vai mandar para casa os seus «rapazes» Diallo Pires dos Santos, assessor para a Descentralização e Autarquias Locais e Gika Simão, director de Protocolo da presidência da república. Não!?
 
O Presidente da República sob proposta do Primeiro-Ministro pode cortar cabeça a qualquer membro do governo, nada a haver nem a achar com os seus assessores que, com a empresa criada não lesaram interesses públicos. O mesmo com que pode descansar Wando Borges Castro, o director do Gabinete do Primeiro Ministro.
 

Guiné-Bissau: DEPUTADOS RETIRAM CONFIANÇA POLÍTICA AO LÍDER PARLAMENTAR

 


A maioria dos deputados do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), principal força no Parlamento guineense, decidiram retirar a confiança política ao seu líder, Rui Diã de Sousa, por acusações de "maus procedimentos".
 
Em carta assinada pelo deputado Carlos Cassamá, em nome de 35 dos 67 parlamentares que compõem a bancada do PAIGC, é referido que foi retirada a confiança a Diã de Sousa e que na sexta-feira serão feitas eleições para a escolha de um novo líder.
 
Fonte do PAIGC ligada aos subscritores da carta explicou à Agencia Lusa que o líder parlamentar "tem vindo a ter maus procedimentos" no tratamento de assuntos de interesse do partido.
 
A fonte escusou-se a revelar mais pormenores sobre a acusação contra Rui Diã de Sousa.
 
Confrontando com a situação, Diã de Sousa, antigo ministro das Finanças guineense, disse estar tranquilo e aguardar a reação da direção superior do PAIGC sobre o assunto.
 
O político confirmou que teve lugar na quarta-feira uma reunião entre "alguns deputados" da bancada do PAIGC, sem a sua presença, por não ter sido convidado.
 
Para Rui Diã de Sousa, "não é um procedimento normal" à luz do regimento da Assembleia Nacional Popular (ANP, Parlamento guineense), nem dos estatutos do PAIGC, propor a substituição do líder parlamentar da forma como os 35 deputados pretendem.
 
Os subscritores da carta de retirada de confiança política a Rui Diã de Sousa são apoiantes da candidatura de Braima Camará ao cargo de presidente do PAIGC no oitavo congresso, ainda sem data, e em que se deverão perfilar os candidatos às eleições gerais de 16 de março.
 
Lusa, em Notícias ao Minuto
 

Jogos da Lusofonia: UM DIVERTIMENTO PARA “AMAMENTAR” A VERGONHA

 

David Nhassengo – Verdade (mz)
 
A cidade indiana de Goa é palco, desde o passado dia 18 do mês em curso até à próxima quarta-feira (29), da terceira edição dos Jogos da Lusofonia. Moçambique viajou àquele país asiático com uma delegação composta por 102 pessoas, 80 das quais atletas e treinadores, sendo que o número remanescente é constituído por dirigentes.
 
O @Verdade dirigiu-se à sede do Comité Olímpico de Moçambique (COM) na esperança de conhecer os nomes dos membros da delegação moçambicana que, através do tesouro público, se deslocou a Goa para participar na terceira edição dos Jogos da Lusofonia.
 
Para o nosso espanto, a resposta dada pelo COM é incrível: “Não temos ordens para dar essa informação sem o consentimento do presidente e do chefe da Missão Moçambique. Se quiserem a relação nominal falem com eles. As ordens que deixaram são claras: não podemos dar esta lista. Porém duvidamos que vos forneçam ou, até mesmo, que vos respondam por se tratar de um assunto interno e que diz respeito somente ao COM”, disseram dois funcionários daquele organismo com quem conversámos.
 
Ainda assim, uma das fontes, que solicitou o anonimato por temer represálias, revelou que a delegação moçambicana é composta por um total de 102 elementos, dos quais 80 são atletas e treinadores, e os remanescentes dirigentes, entre eles o ministro e quadros seniores do Ministério da Juventude e Desportos, membros da direcção do COM, presidentes e secretários-gerais de várias federações desportivas nacionais. “Há jornalistas que também foram na boleia do comité”, revelou.
 
Uma delegação desnecessariamente volumosa
 
Num total de 739 atletas em representação de doze países lusófonos e convidados (uma média de 61 por cada país) que por sua vez vão disputar 693 medalhas, Moçambique detém a delegação mais volumosa, depois de Macau, que conta com um total de 80. A mesma está dividida pelas modalidades de atletismo, basquetebol, futebol, judo e voleibol.
 
O Brasil, conhecido como a maior potência desportiva da lusofonia, decidiu “ignorar” estes “Jogos” levando para Goa uma delegação constituída apenas por sete atletas, o que torna a prova menos competitiva e pouco interessante sob o ponto de vista de ganhos desportivos. Portugal preferiu enviar atletas dos escalões de formação para a Índia.
 
Curiosamente, há provas colectivas em que competem apenas dois países, o que torna óbvia a conquista de medalhas, factor que terá motivado o país a exagerar no número de atletas com o simples propósito de “vender” uma falsa imagem de que em Moçambique se pratica um desporto profissional e bastante competitivo.
 
No que diz respeito a delegações, como se referiu anteriormente, Moçambique tem o segundo maior de atletas com 80, atrás dos chineses de Macau com 112, mais cinco do que o número de angolanos presentes nesta terceira edição dos Jogos da Lusofonia. O Sri Lanka, na qualidade de convidado, conta com 62 participantes, seguido por Portugal com 56, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde com 35, Guiné-Bissau com 29, Timor Leste com 26, Guiné Equatorial também convidada com 20 e Brasil com apenas sete.
 
Moçambique ganha duas medalhas óbvias!
 
As duas selecções nacionais de voleibol conquistaram, na última terça-feira (21), medalhas de prata e de bronze. Porém, como já foi mencionado, os torneios desta modalidade não tinham mais do que três países a competir, o que tornava óbvio o triunfo de qualquer equipa.
 
Em masculinos, a equipa da Autoridade Tributária, que nestes Jogos da Lusofonia é apelidada de selecção nacional, subiu ao pódio para receber a medalha de prata, fruto de uma vitória diante do Macau e uma derrota frente aos anfitriões, a Índia. Sorte diferente teve a selecção feminina que perdeu todos os confrontos diante dos mesmos países, tendo conquistado a medalha de bronze.
 
Uma selecção amadora derrotou os “Mambinhas” na estreia
 
Em partida de estreia dos Jogos da Lusofonia, na modalidade de futebol, a selecção nacional de futebol de sub-20, os “Mambinhas”, perdeu diante da Índia-Goa por 2 a 1. Os adversários de Moçambique não jogavam há sensivelmente um ano. O seleccionador nacional, cumulativamente director do Gabinete Técnico da Federação Moçambicana de Futebol (FMF), Augusto Matine, teve vários motivos para ficar envergonhado ao começar com uma derrota nos Jogos da Lusofonia.
 
É que os goeses, que não jogavam uma partida de futebol desde os finais do ano 2012, juntaram-se há sensivelmente três semanas do arranque destas competições e com o propósito de fazerem o papel de anfitriões. Outro dado curioso deste conjunto da Índia é que nenhum dos seus atletas é jogador profissional, ou seja, ninguém tem clube. Todos são amadores, sendo que alguns desempenham funções de motoristas de táxi e de funcionários públicos.
 
A vitória dos goeses, por 2 a 1, deu-se na primeira jornada da fase de grupos. Na segunda, em que os dois conjuntos voltaram a defrontar-se visto que o grupo B tinha apenas duas selecções, Moçambique suou bastante para vencer por 1 a 0 e qualificar-se para as meias-finais, na segunda posição. Neste sábado (25), os “Mambinhas” vão medir forças diante do Sri Lanka, enquanto a selecção da Índia vai defrontar o São Tomé e Príncipe em partidas que vão definir os finalistas do torneio de futebol.
 
Os gastos são excessivamente chorudos
 
Em termos de gastos, de acordo com as contas feitas pelo @ Verdade, para custear duas passagens aéreas para um membro da delegação se deslocar a Goa e regressar a Maputo, o Comité Olímpico de Moçambique, um organismo que vive de fundos públicos, gastou 35. 395 meticais. Em termos globais, toda a comitiva irá consumir 3. 610. 290 meticais.
 
Só para garantir a viagem dos 22 dirigentes, o tesouro do Estado desembolsou 778. 690 meticais, o equivalente a 311 salários mínimos. Todos estes cálculos não englobam a estadia, a alimentação e o per diem dos 102 moçambicanos.
 

Moçambique: Conselho Constitucional chumba recurso do MDM contra eleições em Gurúè

 


O Conselho Constitucional (CC) de Moçambique rejeitou o recurso do MDM, terceiro maior partido do país, contra os resultados das autárquicas no município de Gurúè, centro do país, segundo um acórdão hoje divulgado.
 
O MDM (Movimento Democrático de Moçambique) recorreu ao CC contra os resultados das eleições autárquicas de 20 de novembro no município de Gurúè por entender que ganhou o escrutínio.
 
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) proclamou a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), partido no poder, vencedora das eleições autárquicas em Gurúè, tal como em mais 49 novos municípios, dos 53 do país.
 
No acórdão hoje divulgado pela imprensa, o CC rejeita o recurso apresentado pelo MDM contra os resultados das eleições em Gurúè, apontando várias irregularidades como fundamento da decisão.
 
Entre as razões apontadas no chumbo ao recurso do MDM, está o facto de o partido não ter reclamado na CNE, antes de recorrer ao CC.
 
Com Gurúè, o MDM vê dois recursos contra resultados das eleições autárquicas de 20 de novembro serem rejeitados pelo CC, depois de a instância ter chumbado o recurso do partido contra as eleições municipais em Maputo, igualmente ganhas pela Frelimo.
 
Os dois acórdãos até agora proferidos pelo CC sobre os recursos interpostos pelo MDM mantêm a Frelimo como vencedora do escrutínio em 50 municípios e o terceiro maior partido moçambicano vitorioso em três.
 
A Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), o principal partido da oposição, boicotou o pleito, por rejeitar a atual lei eleitoral, que considera favorável á Frelimo.
 
PMA // HB – Lusa – foto António Cotrim
 

Governo moçambicano acusa UE de colocar "barreira comercial” no transporte aéreo

 


O ministro dos Transportes e Comunicações de Moçambique, Gabriel Muthisse, acusou a União Europeia de usar o argumento da falta de segurança para colocar "uma barreira comercial" às companhias aéreas moçambicanas, banidas de voar no espaço europeu.
 
As operadoras de transporte aéreo moçambicanas estão proibidas de entrar no espaço da União Europeia (UE), devido a deficiências no controlo de critérios de segurança por parte do Instituto Nacional de Aviação de Moçambique (INAC), a entidade reguladora do setor aéreo no país.
 
As possibilidades de as companhias aéreas moçambicanas serem autorizadas a entrar no espaço da UE ficaram mais remotas com a queda na Namíbia de um avião das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) em novembro, provocando a morte de todos os 33 ocupantes, incluindo sete cidadãos de nacionalidade portuguesa.
 
Pronunciando-se sobre os receios de o país ver prolongado o seu banimento do espaço aéreo, o ministro moçambicano dos Transportes e Comunicações acusou a UE de se escudar na falta de segurança para impor uma barreira comercial.
 
"O que eles estão a colocar é uma barreira comercial. Na verdade, eles é que devem estar mais preocupados, porque hoje em dia não nos podem isolar do mundo como era possível fazer há 20 ou 30 anos, pois hoje o mercado é bem maior e os países têm à sua disposição um vasto leque de alternativas", disse Gabriel Muthisse.
 
Muthisse apontou o facto de as transportadoras europeias voarem para Moçambique, cuja segurança aérea é fiscalizada pelo INAC como prova de que o banimento imposto pela UE não se deve a questões de segurança.
 
"Se esta fosse a real causa, então as companhias europeias não voariam para Moçambique, como faz, por exemplo, a TAP, porque quem garante as condições de segurança na navegação aérea através de mecanismos válidos de controlo é o Instituto Nacional de Aviação Civil, o mesmo que para eles não satisfaz. Deviam ter medo de voar para Moçambique", declarou o ministro dos Transportes e Comunicações de moçambicano.
 
Para Gabriel Muthisse, a interdição decretada pela UE não tem prejudicado as transportadoras moçambicanas, pois as mesmas não estão proibidas de voar para outros países.
 
"É preciso deixar claro que a LAM voa para onde deseja voar e, naturalmente, não voa para onde não deseja. Quer dizer, não estamos proibidos de voar para a China, para o Canadá, para o México ou para outro destino qualquer que nos interesse explorar", disse Muthisse.
 
PMA // APN - Lusa
 

Timor-Leste apresenta em fevereiro em Haia acusações de espionagem contra a Austrália

 


Díli, 23 jan (Lusa) - O ministro do Petróleo timorense disse hoje que Timor-Leste apresenta em fevereiro no tribunal arbitral de Haia a sua exposição sobre as acusações de espionagem contra a Austrália durante as negociações sobre o petróleo e o gás.
 
"Antes do Tribunal Internacional de Justiça, as duas partes tinham combinado que no dia 18 de fevereiro Timor-Leste faria a sua exposição, a Austrália responderia e assim sucessivamente num calendário definido até setembro ou outubro", afirmou o ministro do Petróleo timorense, Alfredo Pires.
 
Alfredo Pires falava à agência Lusa no parlamento nacional, onde decorre o debate na especialidade do Orçamento de Estado do governo timorense para 2014.
 
No final de 2012, o governo timorense fez um pedido de arbitragem internacional em Haia na sequência de acusações de espionagem contra a Austrália durante as negociações do Tratado sobre Determinados Ajustes Marítimos no Mar de Timor (CMATS).
 
Aquele tratado adia por 50 anos a discussão da fronteira marítima entre Timor-Leste e a Austrália e determina a divisão em 50 por cento para cada país da exploração dos recursos do Greater Sunrise, que vale biliões de dólares.
 
Em 2010, as negociações para exploração do Greater Sunrise com a petrolífera australiana Woodside entram num impasse, depois de o governo timorense recusar a proposta de exploração do poço numa plataforma flutuante, exigindo a construção de um gasoduto para desenvolver a costa sul do país.
 
Na quarta-feira, o Tribunal Internacional de Justiça acabou às audiências de um processo posto por Timor-Leste contra a Austrália a exigir a restituição dos documentos confidenciais apreendidos durante buscas ao escritório e residência do advogado australiano que representa o país no caso das acusações de espionagem.
 
Questionado pela Lusa sobre se os documentos confiscados pela Austrália são fundamentais para apresentar na exposição do próximo mês, Alfredo Pires disse que "há documentos importantes" com conselhos estratégicos dos advogados timorenses.
 
Na argumentação feita no Tribunal Internacional de Justiça, a Austrália comprometeu-se a não ler ou estudar os materiais apreendidos até que o Tribunal Internacional de Justiça decida sobre a queixa de Timor-Leste.
 
"Temos um bocadinho de dificuldade com essa solução, queremos acreditar, mas vamos ver se há outra solução que nos dê mais segurança", acrescentou Alfredo Pires.
 
MSE // PJA - Lusa
 

ARPÃO COM 35 MIL ANOS DESCOBERTO EM TIMOR

 


Díli, 23 jan (Lusa) - Uma equipa de arqueólogos liderada pela australiana Sue O'Connor encontrou em Timor um arpão com 35 mil anos, noticiou a edição de janeiro do Jornal da Evolução Humana.
 
"O artefacto, talhado a partir de um osso, é notável pelo seu 'design', a sua complexidade sugere que os humanos na região faziam armas sofisticadas mais cedo do que o que se acreditava", refere a notícia, acrescentando que aqueles arpões serviam para se pescar peixes grandes em barcos.
 
Segundo a notícia, a "noção de que os nossos antecessores estavam equipados para fazer refeições de animais marinhos há 35 mil anos não é surpreendente".
 
Em 2011, uma outra equipa também liderada pela arqueóloga australiana Sue O'Connor descobriu em Timor-Leste um abrigo marítimo e espécies de peixes com 42 mil anos, deixando evidências que os primeiros humanos modernos da região praticavam pesca em águas profundas.
 
O arpão talhado em osso é pontiagudo e de lado tem ranhuras. Segundo a equipa, o punho devia ser feito de madeira e agarrado com corda.
 
O artigo não especifica se o arpão foi encontrado em Timor-Leste ou em Timor indonésio.
 
MSE // APN - Lusa
 

Macau: Terrenos da Taipa - Novo Macau denuncia alegado caso de conluio

 

Cecilia Lin – Hoje Macau
 
Os suspeitos do costume
 
Os dois deputados à Assembleia Legislativa, Chan Meng Kam e Chui Sai Cheong, e Amber Li, sobrinha de Susana Chou, estarão interessados em desenvolver um terreno cuja finalidade era a agricultura quando o compraram mas que o Governo deverá reclassificar. A Associação Novo Macau acusa os envolvidos de terem acesso a informação privilegiada
 
onforme prometido a semana passada, Jason Chao anunciou ontem quais são os nomes das associações tradicionais que estão envolvidas no novo plano de ordenamento na zona norte da Taipa. Mas, para além das associações, o presidente da Associação Novo Macau (ANM) falou ainda de três nomes ligados a uma empresa privada. São eles os deputados Chan Meng Kam e Chui Sai Cheong, e ainda a empresária Amber Li, sobrinha da ex-presidente da Assembleia Legislativa (AL), Susana Chou. Estes três nomes estão ligados, segundo a ANM, à Companhia de Fomento Imobiliário e Investimento Cheong On, que será proprietária de um terreno na zona.
 
De frisar que estes três nomes são administrativos da empresa e membros da comissão eleitoral que elege o Chefe do Executivo. Para além de deputado, Chan Meng Kam é ainda membro do Conselho Executivo e membro da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês.
 
“Antes apenas podíamos dizer que o Governo dá benefícios aos seus amigos e às associações tradicionais. Mas neste caso vemos que os nomes estão ligados ao centro do poder político e ainda temos o nome do irmão mais velho do Chefe do Executivo. Como são todos membros da Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo, temos razões para suspeitar de que o Chefe está a dar benefícios a quem tem direito a votar nele para as eleições deste ano”, disse Jason Chao.
 
Sou Ka Hou, membro da ANM, e que foi número dois da lista de Au Kam San às eleições, frisou que, há quatro anos, na eleição do Chefe do Executivo, o na altura candidato Chui Sai On foi questionado acerca das ligações que a sua família tinha com empresas e entidades privadas. “A resposta dele foi: eu faço o meu trabalho e eles fazem o trabalho deles. Mas hoje dia podemos ver os que os seus familiares ainda podem saber as decisões políticas atempadamente e que até podem ter benefícios por causa da proximidade ao Chefe do Executivo.”
 
ANM investiga

Os dados foram divulgados em conferência de imprensa e são o resultado de uma investigação que a ANM começou em 2012. O antigo deputado Paul Chan Wai Chi já tinha feito duas interpelações escritas para saber mais informações sobre dois terrenos, um deles da empresa citada.

“Durante dois anos o Governo não conseguiu responder à interpelação do deputado, mas quando realizámos uma conferência de imprensa a dizer que a Companhia de Construção e Investimento Ho Chun Kei era suspeita de ser a proprietária, as Obras Públicas emitiram um comunicado onde admitiam que os dois terrenos eram privados”, esclareceu Jason Chao.
 
Com base nos números de registo predial fornecidos pela DSSOPT, Jason Chao descobriu que o terreno, com uma área de mais de 3.500 metros quadrados, era usada para fins agrícolas. A empresa Cheong On comprou 70% do terreno aos proprietários de então, a Associação de Moradores da Taipa e a Associação de Agricultores de Macau. Estas estão ligadas à União Geral das Associações de Moradores de Macau (UGAMM) e à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM). O valor da compra foi de 206 milhões de patacas e está registado na Conservatória.
 
“Mas o que eu sabia é que o valor se situava nas 400 milhões de patacas. A empresa Cheong On foi criada em 2007, e isso não deve ser apenas uma coincidência. A questão é esta: quem é que pode saber se há seis anos atrás o Governo iria desenvolver a zona, e tinha coragem para comprar um terreno agrícola por tanto dinheiro?”, continuou o presidente da ANM, que cita uma fonte bem informada.
 
Contudo, o caso muda de figura. Com base nos planos anunciados pelo Executivo, o mesmo terreno pode ter outra finalidade e até construir edifícios residenciais com o máximo de 90 metros de altura.

Outro terreno, com uma área superior a oito mil metros quadrados, e também de uso agrícola, é da propriedade da Sociedade de Investimento Luen Kong. O seu director-geral é Ho Weng Pio, que também é vice-presidente da Associação de Beneficência do Kiang Wu. A terra foi comprada em 1989.
 
Retirar o plano

Perante estes dados, a ANM quer que o Governo retire o plano de ordenamento, porque já envolve interesses privados, sendo que, na sua óptica, nenhum residente vai tirar benefícios. “No fórum, realizado domingo com os moradores da zona, estes queixaram-se que ninguém foi consultado, mas o Governo disse que o plano é apenas para os beneficiar. Mas agora sabemos que são só benefícios para os empresários e para o próprio Governo”, disse Jason Chao.

Bill Chou, académico e membro da ANM, disse ao HM que as declarações de rendimentos dos altos dirigentes, incluindo membros do Conselho Executivo, não estão completas. “Chan Meng Kam já publicou muitas propriedades, mas ainda não sabíamos que a sua empresa, na qual tem o cargo de director-geral, tem uma propriedade na zona norte da Taipa.”
 
Informação: Taipa | Chan Meng Kam admite possuir dois terrenos Em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, o deputado Chan Meng Kam admitiu possuir dois terrenos na zona norte da Taipa desde 2009, mas garante que apenas fez a compra do ponto de vista do investimento, e que não sabia que os terrenos eram agrícolas. O deputado revelou que fez um pedido de desenvolvimento dos mesmos após os ter adquirido, mas que o Governo nunca o aprovou. Chan Meng Kam mostrou-se insatisfeito em relação à modificação que o Governo quer fazer ao plano, e que lhe vai retirar cem metros quadrados ao terreno, situação que descreveu como sendo “inaceitável”, e que está a tratar do caso com o seu advogado. O deputado diz “não ter opinião” sobre a possibilidade de se retirar o plano de modificação dos terrenos, mas diz-se satisfeito sobre o facto do Governo quer desenvolver o norte da Taipa. Algo que, defende, vai resolver a falta de habitação.
 

China rejeita críticas internacionais à prisão e julgamento de ativista político

 


Pequim, 23 jan (Lusa) - O Governo chinês rejeitou hoje as críticas internacionais à prisão e julgamento de Xu Zhiyong, afirmando que o processo instaurado ao advogado e ativista político "recai dentro da soberania judicial da China".
 
"Opomo-nos firmemente às acusações feitas por outros países em nome dos direitos humanos", disse o porta-voz do Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Qin Gang.
 
Xu Zhiyong, animador de um "movimento de novos cidadãos" defensor de uma "maior transparência do Governo", nomeadamente através da declaração pública dos rendimentos dos seus funcionários, começou a ser julgado na quarta-feira em Pequim por "perturbação da ordem pública", incorrendo numa pena que pode ir até cinco anos de prisão.
 
O porta-voz do MNE chinês disse que Xu Zhiyong "é suspeito do crime de reunir uma multidão para perturbar a ordem em espaço pública".
 
"É um normal caso criminoso, que os departamentos judiciais competentes decidirão de acordo com a lei, de forma independente e justa. A China é um estado de direito. Todos são iguais perante a lei e ninguém está acima da lei", acrescentou o porta-voz.
 
Xu Zhiyong, 40 anos, doutorado em Direito pela Universidade de Pequim, foi preso em julho passado, na sequência de pequenas concentrações de rua contra a corrupção e para reclamar que os funcionários do Governo divulguem a sua riqueza.
 
A União Europeia e os Estados Unidos da América manifestaram publicamente a sua "preocupação" acerca deste processo.
 
Uma responsável da Amnistia Internacional, Roseann Ride, pediu a "libertação imediata e incondicional" de Xu Zhiyong, qualificando o ativista chinês como "um preso de consciência".
 
Um dos raros jornais oficiais chineses que mencionou hoje o julgamento de Xu Zhiyong reconheceu que as ideias de Xu Zhiyong têm eco na sociedade chinesa, mas disse que o tribunal deve ignorar as pressões do ocidente".
 
"Tentar intervir ou ate ameaçar a China, "manchando a sua imagem internacional", é uma história antiga", diz o Global Times, jornal do grupo Diário do Povo, o órgão oficial do Partido Comunista Chinês.
 
"A China não deve exagerar a sua reação à atenção dada pelo ocidente a este caso, nem deixar o ocidente ter uma palavra dominante a dizer sobre os seus assuntos internos", argumenta o jornal num editorial intitulado "a Lei não é uma ameaça ao movimento de cidadãos".
 
Considerado próximo da corrente neonacionalista do PCC, o jornal diz que Xu Zhiyong "não é muito conhecido do público" e que a influência do seu Movimento dos Novos Cidadãos está confinada "aos meios académicos e a alguns ativistas".
 
AC // HB - Lusa
 

AI denuncia novas detenções depois da amnistia de presos políticos na Birmânia

 


Banguecoque, Tailândia, 23 jan (Lusa) -- A Amnistia Internacional denunciou hoje a detenção na Birmânia de três ativistas, o que considera colocar em causa a credibilidade da amnistia de presos políticos decretada no final do ano passado pelo governo local.
 
De acordo com a organização, dois defensores dos direitos da propriedade da terra e um monge em greve de fome foram os primeiros a serem detidos por participarem em protestos pacíficos depois do perdão de 30 de dezembro.
 
"O governo do Myanmar esforçou-se por tentar convencer o mundo da sua mudança em relação aos direitos humanos. Mas estas detenções mostram claramente como continua com as mesmas táticas repressivas", disse a vice-diretora da AI na Ásia Pacífico, Isabelle Arradon, citada em comunicado.
 
A responsável considera que "as amnistias e perdões do ano passado perderão o sentido se as autoridades continuarem a acusar quem exerce pacificamente os seus direitos".
 
Os três detidos foram depois libertados com acusações ao abrigo da lei de reunião e manifestação pacífica, que, segundo a AI, impõe restrições de amplo alcance aos direitos de liberdade de expressão e reunião.
 
"A lei é utilizada quase exclusivamente contra manifestantes pacíficos e defensores dos direitos humanos que as autoridades consideram inadequados e deveria ser anulada ou modificada de imediato para cumprir os padrões internacionais", defendeu Arradon.
 
Depois de quase meio século governada por generais, a Birmânia iniciou em 2011 um processo de reformas democráticas com a dissolução da junta militar e um governo civil liderado por Thein Sein, primeiro-ministro do regime anterior.
 
PNE // PNE - Lusa
 

POLÍCIA AUSTRALIANA DESCOBRE REDE MUNDIAL DE LAVAGEM DE DINHEIRO

 

A polícia australiana informou hoje da descoberta de uma rede mundial de lavagem de dinheiro com operacionais em mais de 20 países e fundos enviados para grupos como o Hezbollah.
 
A Comissão de Crime Australiana indicou que mais de 580 milhões de dólares australianos em droga e dinheiro foram apreendidos numa operação desenvolvida ao longo de um ano, designada como "Eligo", contra a lavagem de dinheiro.
 
De acordo com o organismo, a operação identificou 18 grupos de crime organizado e 128 indivíduos que atuavam em mais de 20 países.
 
A "Eligo" deu origem à detenção de 105 pessoas e ao encerramento de três grandes laboratórios clandestinos de metanfetaminas e da maior estufa de sempre de canábis na Austrália.
 
De acordo com a imprensa australiana, os criminosos tinham como alvo estrangeiros e estudantes na Austrália que aguardavam remessas do exterior, sequestrando essas transações e depositando o dinheiro sujo nas contas desses indivíduos.
 
Pelo menos uma das casas de câmbio usadas no Médio Oriente e na Ásia entregava uma parte de cada dólar que era lavado para o movimento libanês xiita e aliado do regime sírio Hezbollah, considerado na Austrália como uma organização terrorista.
 
Lusa, em Notícias ao Minuto
 

Tribunal Internacional decide processo de Timor-Leste contra a Austrália em fevereiro

 


Díli, 22 jan (Lusa) - O chefe da diplomacia timorense, José Luís Guterres, disse hoje à agência Lusa que o Tribunal Internacional de Justiça deve decidir em fevereiro sobre a entrega de documentos confidenciais apreendidos pela Austrália a Timor-Leste.
 
"Esperamos uma decisão dentro de quatro a cinco semanas", afirmou José Luís Guterres, que se encontra em Haia a acompanhar o processo, quando contactado por telefone pela Lusa.
 
Hoje, segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros timorense, Timor-Leste apresentou no Tribunal Internacional de Justiça a sua argumentação final sobre o caso.
 
"Reiterámos a nossa posição. À tarde, às 17:00 (16:00 em Lisboa), vamos ouvir a argumentação final da Austrália", disse o ministro.
 
Timor-Leste pediu no passado dia 18 de dezembro ao Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) que ordene à Austrália a restituição dos documentos confidenciais apreendidos durante buscas ao escritório e residência do advogado australiano que representa o país no caso das acusações de espionagem durante as negociações de um tratado sobre o petróleo e gás no mar de Timor.
 
O processo começou na segunda-feira em Haia, com Timor-Leste a pedir respeito pela soberania do país e a restituição dos documentos confidenciais.
 
Na terça-feira, os advogados da Austrália afirmaram que as rusgas ao escritório do advogado, realizadas em dezembro, foram "justificadas e legais", porque se tratou de uma questão de "segurança nacional".
 
Segundo o chefe da diplomacia timorense, o "argumento da Austrália foi contestado. Em termos de direito internacional não tem fundamento e sustentabilidade".
 
Timor-Leste quer que o TIJ ordene à Austrália a restituição dos documentos apreendidos, apresentação de desculpas oficiais e garantias do pagamento das custas judiciais.
 
"Os documentos que a Austrália tem na mão criam uma grande desvantagem para Timor-Leste e estamos preocupados com isso", disse recentemente o ministro do Petróleo de Timor-Leste, Alfredo Pires.
 
Timor-Leste acusou formalmente, junto do tribunal arbitral de Haia, a Austrália de espionagem quando estava a ser negociado o Tratado sobre Certos Ajustes Marítimos no Mar de Timor (CMATS), em 2004.
 
O processo de espionagem também está a ser tratado em Haia, mas pelo tribunal arbitral, devendo a primeira audiência ser realizada em fevereiro.
 
Com a arbitragem internacional, Timor-Leste pretende ver o tratado anulado, podendo assim negociar a limitação das fronteiras marítimas e, assim, tirar todos os proveitos da exploração do campo de gás de Greater Sunrise, que vale biliões de dólares.
 
MSE (FPA) // VM - Lusa
 

Portugal: ENTRE A DECÊNCIA E A EVASIVA

 

Baptista-Bastos – Diário de Notícias, opinião
 
Parece-me difícil alguém poder justificar, com honra e decência, o golpe do PSD em mandar para os fojos, através de um referendo, a questão da coadopção de crianças, por casais do mesmo sexo. A indignidade não é atitude nova por aquelas bandas políticas. Porém, esta mascarada atinge aspectos de ruinoso indecoro. A incomodidade na bancada do Governo dissimulou-se, muito mal, por receio e cobardia, com declarações de voto. O descrédito da política aumentou mais um patamar.
 
O número de equívocos morais praticado por este Executivo não tem equivalência com a percentagem de votos fornecida pelas sondagens. Apenas 12 pontos separam o PSD do PS: a escassa percentagem, além de tranquilizar Passos Coelho, fornece a dimensão ética e a consciência política da população. É verdade que o País está sob uma tensão impressionante, numa calculada estratégia de medo, que nos afugenta das mais elementares imposições da cidadania. Porém, a oposição do PS é degradante pela ineficácia. No interior daquele partido, o António José Seguro é já conhecido pelo Tó Zero, o que talvez dê a medida do mal-estar entre socialistas, defraudados nas esperanças de uma mudança que as indicações tornam desesperantes.
 
Fora do domínio estritamente partidário, que faz o PS de Seguro para cativar as franjas de eleitores, causticadas pela mais violenta chaga social, de que há memória em quarenta anos de democracia? Nada. Os juízos socialistas, de que temos vagos conhecimentos apenas nos comícios, e mesmo assim esfarrapados em estribilhos, constituem uma perda do objecto e do sentido. A par do abandono da forma ideológica, a mediocridade do que é dito e afirmado queda-se numa auto-satisfação tão absurda como burra. Isto dá tanto para o PS como para o PSD, embora este esteja sustentado por uma doutrina, a neoliberal, e o PS anda numa deriva insana, com dois padrões definidores, qual deles o pior, entre Francisco Assis e Augusto Santos Silva.
 
As hesitações ideológicas do PS e a sua letargia à acção, estão a esvaziar a identidade de um partido que, sendo de charneira, não deveria perder a responsabilidade para que foi criado. Sou do tempo em que, nas manifestações de rua, os militantes gritavam: "Partido Socialista, Partido Marxista", até ficar comprometido entre o protesto parlamentar e uma notória opção liberal.
 
Neste melindroso caso da coadopção era preciso ultrapassar as balizas da heteronímia, para afirmar uma autonomia individual, e passar das evasivas para os actos sólidos e para as palavras firmes e contundentes. A verdade, como nestes e noutros assuntos, é que não sabemos o que, rigorosa e realmente, pensa o Partido Socialista. Assim sendo, indefinido e tragicamente ambíguo, ignora ou despreza os pontos essenciais dos encontros para uma contestação, afinal contida na sua própria génese.
 
Estará o secretário-geral do PS à altura de um desafio tão dilemático como a natureza da circunstância o exige?
 

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