Artur Queiroz*, Luanda
Marisa (Maryse Adjo Quashie) é professora na Universidade do Lomé, capital do Togo. Escreveu um texto pungente em nome de jovens africanos que foram impedidos de participar na Jornada Mundial da Juventude em Lisboa e outros municípios portugueses. Uma pena. Mas na sua bondade, os impedidos e a sua porta-voz não culpam as autoridades de Portugal. Sabem que é um pequeno protectorado dos nazis de Bruxelas não tem soberania nem para emitir um visto. Os discriminados culpam a Igreja que um dia apareceu em África empunhando a cruz e benzendo a espada que garantia a ocupação e o latrocínio.
Sim Marisa, a Igreja tinha o dever de garantir vistos a todos, todos, todos, todos os jovens africanos que quisessem ir ver de perto o Papa Francisco. Esse homem que é amigo, camarada, irmão, pai e tudo o que for preciso para dar a este mundo apodrecido uma réstia de Humanidade. Bondade. Esperança. O único líder mundial que ainda não se rendeu ao dinheiro. Essa juventude sedenta de Justiça e Paz perdeu muito Marisa. Mas ganhou alguma coisa.
Jovens angolanos, com visto, chegaram a Lisboa para participar na Jornada Mundial da Juventude. A organização, desmiolada e insensata, decidiu que deviam apresentar-se em Leiria aos polícias da Igreja e do Estado. Dada a proximidade existente, provavelmente tinham amigos e familiares na capital. Ficaram lá. Os polícias dos Media imediatamente denunciaram a invasão de jovens angolanos que andam por aí descomandados, perigosos, prontos para o crime. São pretos!
As milícias nazis do partido
Chega entraram
Marisa tu tens razão. Mas ainda
bem que os polícias dos vistos e os polícias da Igreja não puderam humilhar
ainda mais jovens africanos
Ontem recebi uma entrevista de Samuel Chiwale concedida há alguns meses à Rádio Essencial e conduzida pelo jornalista Emídio Fernando. Confesso que a minha primeira reacção foi não acreditar no que estava a ouvir. Isto só pode ser uma montagem! Vi melhor. Ignorei as imagens enxertadas. E aquilo tinha tudo para ser autêntico. Mesmo assim fui procurar o som e imagens originais. Encontrei. Vi e ouvi tudo desde o primeiro ao último segundo. Era verdade. Chiwale disse mesmo o que eu estava a ouvir.