quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Brasil – Eleições – DE AÉCIO A MARINA: A REVOADA DOS ABUTRES



João Quartim de Moraes*, São Paulo – Correio do Brasil, opinião

Antes do não esclarecido acidente aéreo em que pereceu Eduardo Campos, quando subia a expectativa de votação no senador Aécio Neves, a Bolsa de Valores subia junto, com regularidade bastante para sugerir uma lei mercadológica. A presença em sua equipe de Armínio Fraga e outros expoentes da “turma da grana” oferecia aos abutres da especulação tentadoras perspectivas.

O Banco Santander, habituado a apostar contra o real e contra a Petrobras, apoiou-se no “efeito Aécio” para interferir a seu favor na campanha presidencial.

Antes do não esclarecido acidente aéreo em que pereceu Eduardo Campos, quando subia a expectativa de votação no senador Aécio Neves, a Bolsa de Valores subia junto, com regularidade bastante para sugerir uma lei mercadológica. A presença em sua equipe de Armínio Fraga e outros expoentes da “turma da grana” oferecia aos abutres da especulação tentadoras perspectivas. O Banco Santander, habituado a apostar contra o real e contra a Petrobras, apoiou-se no “efeito Aécio” para interferir a seu favor na campanha presidencial.

Eleito governador de Minas Gerais em 2002 e reeleito em 2006 com confortável maioria, o garboso tucano das Alterosas seguirá fielmente o “pensamento único” neoliberal, promovendo privatizações, “enxugamento” de empregos, redução das prestações sociais do Estado, degradação dos serviços públicos. Sua folha corrida inspirava total confiança à burguesia bem pensante, aos financistas, ao agronegócio. Mas embora tivesse subido o suficiente nas sondagens para animar os especuladores, ele não chegava a ameaçar a reeleição da presidente Dilma. No máximo, poderia provocar um segundo turno em que perderia por pouco.

A situação mudou com a entrada de Marina da Silva na disputa. Seu sucesso nas primeiras sondagens eleitorais abriu para os círculos dirigentes da classe dominante e para a direita em geral uma esperança concreta de vitória na disputa pela presidência, após três sucessivas derrotas para o centro-esquerda (Lula em 2002 e 2006; Dilma em 2010). Eles teriam preferido alguém do meio deles, nascido em berço esplêndido como eles, politicamente estável e ideologicamente estático, previsível e confiável como Aécio, mas apoiariam qualquer candidato com chances de alijar do governo federal o PT e seus aliados. Para eles, longe de constituir um obstáculo, o primarismo das noções econômicas de Marina é garantia de que ela vai continuar comendo na mão dos dois neoliberais de choque que são seus principais conselheiros: André Lara Resende (que após assessorar Fernando Collor no confisco da poupança popular, juntou-se aos fundamentalistas de mercado a serviço de FHC) e Eduardo Gianetti (eco-capitalista, autor de alguns livros de autoajuda).

O objetivo principal dos banqueiros e outros agiotas da finança, que estavam ganhando rios de dinheiro fácil com juros extorsivos, é reverter a redução das taxas de juros promovida pela presidente Dilma. Eles não ousaram atacar diretamente a medida, mesmo porque, da boca para fora, o patronato industrial apoiou a iniciativa, que encorajava os investimentos produtivos. Mas os grandes grupos industriais, habituados a obter do BNDES empréstimos para investimento a juros baratos e a aplicar seus lucros a taxas elevadas no mercado financeiro, reagiram à queda dessas taxas recorrendo à posição monopolista que ocupam em seus respectivos ramos produtivos para aumentar os preços. A tendência dos grandes trustes a ampliar seus ganhos pela especulação vem de longe. Quando estourou a crise aguda do capitalismo internacional em 2008, três deles, Aracruz, Sadia e Votorantim foram pegos com a mão na cumbuca da jogatina financeira.

Ao sabotarem o esforço do governo para baixar os juros a um nível mais próximo à média internacional, banqueiros e magnatas da indústria provocaram as fortes tensões inflacionárias e a estagnação dos investimentos produtivos que travaram o crescimento econômico nacional.

As sondagens eleitorais divulgadas na última semana de agosto, apresentando empate no primeiro turno e vitória nítida de Marina no segundo, suscitaram eufórico alvoroço dos abutres da finança. Levado ao paroxismo, o “efeito Aécio” virou “efeito Marina”. O jornal Valor (de troca), de 28 de agosto, trombeteou feliz: “Mercado ‘compra’ Marina”. Não fica claro o significado das aspas em “compra”, mas o fato é que na Bovespa, houve forte alta no preço das ações mais importantes, que atingiram um pico no dia 3 de setembro quando Petrobras chegou a R$ 24,00 e o Banco do Brasil a R$ 38,00. Nesse mesmo dia, porém divulgou-se nova pesquisa em que Dilma aparecia um ponto à frente de Marina no primeiro turno, embora esta conservasse vantagem no segundo. Foi o que bastou para a bolsa cair no dia seguinte. A conclusão se impõe: Marina não é só a candidata do Clube Militar, das “ongs” made in USA, do fundamentalista Malafaia e consortes. É também a musa dos banqueiros e outros especuladores.

*João Quartim de Moraes,  é professor da Unicamp e da Fundação Maurício Grabois, seção São Paulo.

Brasil – Eleições: Rejeição a Aécio dispara e Dilma avança sobre eleitorado de Marina



Correio do Brasil, São Paulo

A pesquisa do Instituto Vox Populi divulgada nesta quarta-feira mostra um quadro ainda mais difícil para o candidato tucano à Presidência da República. O senador Aécio Neves (PSDB-MG) aparece com o maior índice de rejeição entre os candidatos, com 45%, de acordo com o levantamento, enquanto a rejeição à presidenta Dilma Rousseff (PT) cai para 42% e a de Marina Silva (PSB/Rede Sustentabilidade) sobe para, 40%. Ela aparece com 42% das intenções de voto contra 41% da candidata petista, em empate técnico, em um eventual segundo turno da eleição presidencial de outubro. Segundo a pesquisa, Dilma lidera no primeiro turno com 36% das intenções de voto, ante 28% de Marina e 15% de Aécio Neves, do PSDB. A margem de erro de 2,2 pontos.

O levantamento, divulgado nesta quarta-feira, é o primeiro do instituto Vox Populi para a revistaCarta Capital desde a entrada de Marina na corrida presidencial no lugar de Eduardo Campos, que morreu em acidente aéreo em agosto. Levantamentos da semana passada dos institutos Datafolha e Ibope colocam Dilma e Marina empatadas no primeiro turno, sendo que a ex-ministra venceria em um eventual segundo turno. O campo da pesquisa Vox Populi foi realizado após a divulgação, na sexta-feira, de denúncias de um suposto esquema de corrupção na Petrobras.

Informações vazadas a partir do depoimento do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa à Política Federal, mediante delação premiada, revelaram um suposto esquema de repasse de recursos a políticos de partidos da base aliada do governo. Costa comparecerá, na próxima quarta-feira a um depoimento marcado pelo presidente da CPI mista da Petrobras, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), após revelar à Justiça um esquema de corrupção na empresa.

Segundo a revista semanal de ultradireita Veja, Costa listou o ministro Edison Lobão (Minas e Energia), líderes do Congresso como os presidentes da Câmara e do Senado, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e Renan Calheiros (PMDB-AL), além do ex-governador Eduardo Campos, morto no dia 13 de agosto em um acidente aéreo em Santos (SP), entre os políticos envolvidos. Paulo Roberto Costa será obrigado a comparecer à comissão porque a CPI mista já havia aprovado requerimento de convocação do ex-diretor. Como está preso, Costa irá ao Congresso, com escolta policial, para prestar depoimento à comissão.

O depoimento será aberto, segundo o presidente da CPI, Vital do Rêgo (PMDB-PB). Mas pode se transformar em fechado (com a presença apenas dos membros da CPI) se o ex-diretor da Petrobras pedir para fazer declarações de forma reservada. Vale lembrar que ele pode ser reservar ao direito de não falar nada, para não produzir provas contra si próprio.

Pontos frágeis

A queda de Marina Silva nas intenções de votos dos eleitores tem sido atribuída por analistas políticos às contradições da própria candidata. Dados das pesquisas MDA e Ibope, confirmados nesta quarta-feira no levantamento do instituto Vox Populi, mostram uma dianteira de oito pontos de Dilma sobre Marina em primeiro turno, com 36% e 28%, respectivamente. Uma nova pesquisa Datafolha, a ser divulgada nas próximas horas, tende a manter o quadro favorável para Dilma. Além de os ataques disparados pela propaganda do PT sobre pontos frágeis da candidata do PSB, como a posição dúbia sobre o pré-sal e a reafirmada autonomia do Banco Central, há mais um fator: Marina reage mal.

O máximo que a candidata do PSB conseguiu fazer, até agora, foi dizer que está sendo “alvo de muitas pedras”, de “calúnias” e “mentiras”. Mas não está conseguindo convencer a respeito dos improvisos, plágios e paradoxos de seu programa de governo, sua real posição sobre o pré-Sal e a questão da autonomia do Banco Central. Quanto a esta última, Marina reafirmou que, sim, é isso mesmo o que pretende fazer, “para livrar o BC dos interesses políticos”.

Como esta foi a primeira pesquisa do instituto depois da morte do ex-candidato do PSB Eduardo Campos e a entrada de Marina Silva na disputa ao Palácio do Planalto, não existe base de comparação com levantamentos anteriores. Os demais candidatos somam 2%. Brancos e nulos seriam 7%. Outros 13% não souberam indicar um candidato ou não quiseram responder.

Rejeição em alta

Nos últimos estudos junto à opinião pública, a rejeição a Aécio Neves (PSDB), neste período crucial da campanha eleitoral, chega a 43,5% dos entrevistados que não votariam nele de jeito nenhum. A sua marca anterior era de 40,4% de rejeição. A capa da revista Veja, que trouxe supostas denúncias de Arruda sobre a Petrobras, não ajudaram o tucano a subir na preferência do eleitor. Estes dados estão presentes na pesquisa feita pelo instituto MDA, encomendada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT).

Marina Silva (PSB) ainda tem o menor índice de rejeição, entre os três primeiros colocados, com 31% dos entrevistados que dizem que não votariam na candidata de jeito nenhum. Mas este percentual aumentou dos 29,3% no final de agosto, por ocasião da última sondagem do instituto. A presidenta Dilma Rousseff ainda carrega um alto índice de rejeição, em 41,7%, mas inferior ao apurado na pesquisa passada, quando 45,5% diziam não votar na petista.

Foram entrevistadas 2.002 pessoas em 137 municípios e ocorreu entre os dias 5 e 7 deste mês. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais.

Na foto: Aécio Neves concentra um número cada vez maior de eleitores que não votariam nele de jeito nenhum

Reforma Política no Brasil: Tática oportunista para as eleições e diversionista para as lutas de massa



Ivan Pinheiro [*]

Em 2002, quando surgiu a possibilidade de vitória eleitoral do que ainda parecia ser uma frente de esquerda e, portanto, de iniciarmos um processo de mudanças progressivas no Brasil, às vésperas do primeiro turno Lula assinou a " Carta aos Brasileiros ", em verdade dirigida aos banqueiros, comprometendo-se a manter intacta a política econômica neoliberal dos tempos de FHC, incluindo a "autonomia" do Banco Central e o superávit primário, desvio de recursos públicos para pagamento dos rentistas. Nesse caso, não se pode acusar Lula de não cumprir promessas.

Com a vitória dele no segundo turno, a então coordenação da frente que o apoiava criou uma comissão dos cinco partidos (PCB, PT, PDT, PSB e PcdoB) para elaborar um PROGRAMA DOS 100 DIAS, de forma que, logo no início do mandato, o novo Presidente mostrasse que veio para cumprir as promessas de mudanças feitas na campanha e que encheram de esperança a grande maioria do povo brasileiro e a esquerda mundial. Afinal, seria um governo novo, de oposição ao anterior.

A principal proposta da comissão, apoiada pelo PCB, era a convocação, logo após a posse, de um plebiscito para consultar o povo sobre a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte soberana, que não se confundisse com a composição do Congresso Nacional e que revisasse toda a Constituição Brasileira, que já havia sofrido forte retrocesso político em função de emendas aprovadas no famigerado governo FHC.

Partia-se do pressuposto de que, para mudar o Brasil, era indispensável primeiro mudar leis que perpetuam a hegemonia burguesa. Exatamente como fizeram Hugo Chávez, Evo Morales e Rafael Correa, antes de deflagrarem os processos de mudanças em seus países.

Mas no Brasil, o medo venceu a esperança!

Antes mesmo da posse, já eleito no segundo turno, a primeira viagem internacional de Lula, de surpresa (pelo menos para o PCB), foi aos Estados Unidos para encontrar-se com Bush na Casa Branca, ao lado de Henrique Meireles, então presidente do Banco de Boston, para apresentá-lo como o novo presidente do Banco Central do Brasil, assegurando-lhe autonomia para gerir a política monetária. Nesse momento, começou a se dissolver a coordenação da campanha, que deveria se transformar, após a posse, numa coordenação política do governo.

Ao tomar posse, Lula jogou no lixo, ao mesmo tempo, o programa da campanha, a coordenação política e a proposta do Programa dos 100 Dias, fazendo a opção pela governabilidade institucional da ordem, ao invés da governabilidade popular pelas mudanças. Formou uma base de apoio parlamentar com o centro e a centro-direita, com mais de 300 dos parlamentares que no passado chamara de picaretas, transformando-se em refém e cúmplice dos caciques da política burguesa, sob o comando do PMDB e do companheiro Sarney, rendendo-se ao grande capital. O Vice-Presidente, José de Alencar, havia sido criteriosamente escolhido para sinalizar uma aliança com setores da burguesia, com vistas a um projeto desenvolvimentista, que Lula anunciava, já na posse, como o " espetáculo do crescimento ", que iria " destravar " o capitalismo no Brasil. Essa promessa Lula também cumpriu à risca.

Constatando a traição ao programa que elegeu Lula, o PCB, em março de 2005 (antes, portanto do episódio conhecido como "mensalão"), rompe com o governo, por absoluta incompatibilidade política com o transformismo do novo presidente e dos demais partidos que haviam composto a frente, que continuaram se degenerando e se fartando de cargos e verbas, sem qualquer crítica ao abandono do programa eleitoral e entregando as organizações sociais sob sua influência na bandeja da cooptação, transformando uma legião de ex-militantes de esquerda em burocratas de carreira, cabos eleitorais de "mandatos" de seus partidos.

A CUT e a UNE, que já vinham também num acelerado processo de degeneração, logo se transformaram em correia de transmissão do governo e nos principais instrumentos de apassivamento dos trabalhadores e da juventude.

Depois de onze anos alavancando o capitalismo, "como nunca antes na história desse país" - iludindo os trabalhadores com o discurso da inclusão, da nova classe média, de um desenvolvimento capitalista em que ganhariam igualmente todas as classes e que garantiria a paz social -, bastou o estopim do aumento das tarifas dos ônibus urbanos, em junho do ano passao, para que se desmontassem as ilusões, as manipulações, o amaciamento da classe trabalhadora e da juventude.

Tudo isso aliado aos ventos ainda suaves da crise do capitalismo em nosso país, que tem levado o governo Dilma a mitigá-la com mais capitalismo: desoneração do capital, Código Florestal, privatizações de rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, estádios de futebol, a vergonhosa continuidade dos leilões de petróleo, inclusive do pré-sal, além de projetos para reduzir direitos trabalhistas e previdenciários.

A explosão das insatisfações reprimidas, que continuam latentes, tem suas razões principais na privatização e no sucateamento dos serviços públicos, sobretudo na saúde e educação, na desmoralização e na falta de representatividade das instituições da ordem (e das entidades de massas cooptadas), em função de alianças e práticas oportunistas e da cumplicidade com a corrupção.

Com a quebra do salto alto petista, foram-se a arrogância e a certeza absoluta de mais alguns confortáveis anos de mais do mesmo. Atônitos, os reformistas acharam no lixo da sua própria história a proposta do Programa dos 100 Dias, abandonado quando a correlação de forças era altamente favorável. Com seus quase 60 milhões de votos e a inaudita esperança popular, Lula tinha todo o respaldo para mudar o Brasil, mobilizando as massas, mesmo que com medidas apenas progressistas.

Ao final do mandato de Dilma, cada vez mais reféns do centro e da centro-direita, até para se manter no governo, petistas e outros reformistas, alguns insistindo em se dizer comunistas (o que, por praticarem a conciliação de classe, é funcional para sua aceitação pelo sistema) levantaram a bandeira da reforma política, esbravejando contra o parlamento, a justiça, a mídia, instituições que não só deixaram intactas, mas fortalecidas.

Fingindo desconhecer que este governo não sobrevive sem o PMDB, que tem a chave da agenda legislativa brasileira - com a inédita acumulação da presidência da Câmara e do Senado e a Vice-Presidência, ocupadas pelas mais experimentadas raposas políticas - os reformistas levantam agora, como a salvação da pátria, a bandeira da convocação de um plebiscito para uma constituinte, que abandonaram no momento propício, há dez anos!

Clamar por constituinte nessa correlação de forças desfavorável é um gesto de demagogia. Ou se trata de uma inocente ilusão de classe ou de uma esperta cortina de fumaça para passar ao povo a impressão de que querem mudar. Como não há inocência em políticos profissionais, a segunda hipótese é mais provável. Tanto não querem mudar que mantiveram sua aliança preferencial com o PMDB, garantindo ao enigmático Michel Temer a candidatura a vice-presidente.

A correlação de forças não é desfavorável apenas no parlamento, mas sobretudo em relação à evidente hegemonia burguesa na sociedade brasileira, moldada pela alienação, pelo individualismo, fundamentalismo religioso, pela mídia hegemônica, que cultua a aversão aos partidos e reduz a política aos momentos eleitorais.

Vão buscar no lixo a constituinte de 2003, que seria ampla e irrestrita, mas agora a limitam a uma específica sobre reforma política que nem merece esse nome, pois é fundamentalmente eleitoral. Mostram assim que só acreditam na chamada democracia burguesa, uma ditadura de classe disfarçada.

No esperto discurso da reforma política, fazem críticas a deformações do parlamento, para as quais contribuíram tanto quanto os demais partidos da ordem. O PT e seus aliados fiéis e acríticos se fartaram e se fartam de financiamento privado, a ponto de seus candidatos, em alguns casos, receberem mais doações "generosas" de empresas que seus adversários conservadores, até porque os setores mais lúcidos das classes dominantes preferem terceirizar o governo a um partido com o nome de trabalhadores, para fazer com eficiência a política do capital e com a vantagem de iludir aqueles que emprestam o nome ao partido.

Essa manobra irresponsável e eleitoreira pode ter consequências nefastas, na medida em que abre espaço para o Congresso Nacional a ser eleito em outubro promover, sem qualquer consulta popular, uma minirreforma "política" regressiva que pareça mudança.

O mais grave, entretanto, é que a prioridade absoluta na bandeira da reforma política sequestra a pauta unitária levantada nas manifestações de 2013. Trata-se de diversionismo e esperteza para não expor o governo Dilma ao desgaste de ter que negar cada uma daquelas bandeiras, por ser refém e parceiro do capital.

Devemos continuar levantando essas bandeiras que os reformistas tentam esconder: redução da jornada sem redução salarial, reforma agrária, fim do fator previdenciário e da terceirização, do superávit primário; pelo fim dos leilões do petróleo para gerar investimentos públicos em saúde e educação, pela desmilitarização da polícia, entre outras.

No lugar da reforma política eleitoral, nossa bandeira política central deve ser PELO PODER POPULAR , que expressa a recusa às instituições burguesas e"a tudo que está aí", sinalizando uma organização popular com vocação de poder.

Setembro/2014

[*] Secretário Geral do PCB (texto revisto e aprovado pelo Comissão Política Nacional do PCB)

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ 

Militantes pró-democracia de Hong Kong rapam a cabeça em protesto contra a China




Hong Kong, China, 09 set (Lusa) -- Militantes pró-democracia de Hong Kong raparam a cabeça hoje em protesto contra a decisão de Pequim de estabelecer limitações ao sufrágio universal na antiga colónia britânica.

Explicaram que a perda dos cabelos representava os sacrifícios que estavam dispostos a suportar para garantir o futuro político do território sob administração chinesa.

Dezenas de manifestantes concentraram-se hoje numa igreja, depois de Pequim ter anunciado que o futuro chefe do executivo local será eleito por sufrágio universal a partir de 2017, mas que serão selecionados dois ou três candidatos para se apresentarem ao escrutínio.

Os militantes pró-democracia consideram a restrição inaceitável e acusam Pequim de traição.

Entre os manifestantes que simbolicamente raparam a cabeça encontram-se três fundadores do principal movimento, Occupy Central, que quer bloquear o bairro empresarial da cidade para protestar contra a decisão chinesa.

"Estamos determinados a mostrar que estamos prontos a renunciar a qualquer coisa para lutar por algo mais importante", disse Benny Tai, um dos três.

"Para os chineses, os cabelos representam uma dádiva dos pais. São preciosos. Um dia daremos também a nossa liberdade para lutar pela democracia", adiantou.

Os habitantes de Hong Kong beneficiam de um sistema judiciário e político diferente do da China e de uma liberdade de expressão desconhecida no continente, mas estão preocupados com a crescente interferência de Pequim nas questões do território.

PAL // VM - Lusa

DENUNCIADO DESAPARECIMENTO DE ATIVISTA DA OPOSIÇÃO NA TAILÂNDIA




Banguecoque, 10 set (Lusa) -- A Human Rights Watch (HRW) denunciou hoje o desaparecimento de um ativista de 47 anos da oposição à junta militar na Tailândia, alegadamente detido por um grupo de soldados na passada sexta-feira em Banguecoque.

Kittisak Soomsri, membro da Frente Unida contra a Ditadura e para a Democracia, movimento conhecido como "camisas vermelhas", encontra-se em paradeiro desconhecido desde que a sua família recebeu uma chamada anónima informando de que tinha sido colocado sob custódia à luz da lei marcial.

A família foi ainda informada que Kittisak Soomsri ia ser interrogado em instalações militares e colocado em liberdade ao fim de sete dias se todos cooperassem.

Apesar disso, as autoridades tailandesas não admitiram ter detido o ativista, refere um comunicado divulgado hoje pela organização de defesa dos direitos humanos.

"O desaparecimento forçado de Kittisak Soomsri mostra a insensível indiferença dos militares tailandeses relativamente a direitos fundamentais que se apoiam na lei marcial", assinalou diretor da HRW para a Ásia, Brad Adams na mesma nota.

Adams exigiu que as autoridades militares facultem informações "imediatamente" sobre o paradeiro do ativista, bem como a revogação da lei marcial, imposta a 20 de maio.

Soldados, vestidos à civil, entraram num centro de formação para docentes na noite de sexta-feira e detiveram Kittisak Soomsri.

No dia seguinte, a família apresentou uma queixa na polícia, contudo, ao chegar ao local do incidente, os soldados tinham já apagado os registos das câmaras de segurança, de acordo com a organização.

Desde o golpe de Estado, levado a cabo por militares a 22 de maio, centenas de políticos, ativistas, académicos e jornalistas foram detidos, intimidados e obrigados a renunciar a toda a atividade política de oposição ou crítica ao novo regime.

A ONU manifestou, na semana passada, a sua "grave preocupação" para com as crescentes restrições contra ativistas e em relação à situação dos direitos humanos na Tailândia.

DM // JCS - Lusa

DITADORES TAILANDESES QUEREM TAPAR O SOL COM A PENEIRA




Nem o rei tailandês, Bhumibol Adulyadej, que faz questão de ser venerado com religiosidade superiormente luminosa, nem os generais golpistas impostos através do golpe de estado e ataque ao regime democrático, querem que se fale em ditadura na Tailândia. Nem ao menos jogar às ditaduras. As sensibilidades daquelas altezas sereníssimas e antidemocráticas assim ditou. Na Tailândia não ocorreu golpe de Estado. Na Tailândia vive-se em democracia, dizem os ditadores da realeza e dos militares golpistas. Os ditadores tailandeses querem tapar o sol com a peneira. Como se tal exercício correspondesse à realidade. No G1 da Globo ficamos a saber como é. (MM / PG)

Tailândia proíbe jogo que simula ditadura militar

Jogo permite criar ditadura em ilha com corrupção política. Diretor de empresa criadora de jogo se disse decepcionado.

A junta que governa a Tailândia proibiu um jogo eletrônico que permite, entre outras coisas, criar uma ditadura militar em uma ilha paradisíaca fictícia na qual coexistem "praias ensolaradas e corrupção política".

O jogo Tropico 5 propõe aos jogadores construir a própria forma de governo na ilha, seja uma "utopia socialista na qual cada cidadão conta" ou sistema tirânico que transforma a nação em uma mina de recursos para uma conta bancária na Suíça.

"Tropico 5 foi proibido, mas não quero indicar os motivos sem a autorização de nosso diretor geral", afirmou à AFP um funcionário do departamento de vídeos e filmes do ministério da Cultura.

A empresa New Era Interactive Media, que distribui o jogo, criado pela empresa búlgara Haemimont, na Tailândia, informou ter recebido na segunda-feira (4) uma carta do ministério que informa a proibição da venda do produto no país.

"Tomaram a decisão porque algumas partes das histórias no jogo afetam a situação na Tailândia", declarou à AFP Nonglak Sahavattanapong, diretor de marketing da empresa, que se mostrou "decepcionado'.

France Press, em G1, da Globo Brasil

*Título PG

TOUR DE TIMOR ARRANCA NO SÁBADO 13 DE SETEMBRO




O ministro do turismo Francisco Kabualdi apresentou hoje aos media, o Tour de Timor, o maior evento de ciclismo em Timor-Leste, que conta com o patrocínio da Timor Telecom (TT), no Ministério do Turismo.

De a 13 a 17 de setembro, Timor-Leste irá receber uma das provas mais emblemáticas do país que conta com a participação de 85 atletas. Quarenta e dois internacionais e 43 nacionais.

Dez países irão participar neste evento, desde o Canadá, a Austrália, a Malásia, Singapura, Portugal, Brasil, Holanda entre outros.

Esta será uma prova já conhecida, pelo seu percurso acidentado e de elevada altitude, mas sob um cenário de paisagem deslumbrante, segundo o comunicado de imprensa da TT.

Este ano o Tour irá percorrer um total de 364,7 km, passando pelos distritos de Díli, Ermera e Bobonaro, e tendo como altitude máxima, logo na 1ª etapa, 1.942m metros.

O administrador da TT (CEO), Manuel Capitão Amaro, na conferência de imprensa no ministério do turismo disse que “desde sempre que a TT tem tentado se associar às provas desportivas nacionais e se de alguma forma contribuir para o desenvolvimento nacional, melhor.”

Para além do apoio ao Tour de Timor, o CEO da Timor Telecom referiu o apoio que a TT vai dar aos seus seis atletas de elite, que pertencem ao Sport Díli e Benfica. São eles, o Noélio Reis, Eugénio Tilman, David Gonçalves, Ivan Araújo, Noe Vong e Leonel Gonçalves.

A Timor Telecom, operador com quase 12 anos de história, pretende incentivar o desporto a nível nacional, contribuindo para um país em que o desporto é prática comum e defendendo um estilo de vida mais saudável para as pessoas, disse o administrador da TT. 

SAPO TL

UNIÃO EUROPEIA E EUA APOIAM COM MILHÕES PROGRAMAS RURAIS E ONGs TIMORENSES




União Europeia vai apoiar Timor-Leste com 95 milhões de euros até 2020

Díli, 09 set (Lusa) - A União Europeia vai apoiar Timor-Leste com 95 milhões de euros até 2020 em programas de desenvolvimento rural, boa governação e de apoio à sociedade civil, anunciou hoje em comunicado o Ministério dos Negócios Estrangeiros timorense.

O Programa Indicativo Nacional (PIN) foi assinado entre o primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, e o Comissário Europeu para o Desenvolvimento, Andris Piebalgs, no início de setembro, na Samoa, durante a sua participação na terceira conferência internacional de Pequenos Estados-Ilha em Desenvolvimento.

Segundo o comunicado, o PIN, ao abrigo do 11.º Fundo Europeu de Desenvolvimento para o período entre 2014-2020, tem como setores prioritários o apoio à boa governação, com programas no valor de 30 milhões de euros, o desenvolvimento rural, com um orçamento de 57 milhões de euros, e o apoio à sociedade civil, com uma atribuição de oito milhões de euros.

O apoio da União Europeia tem como objetivo "fortalecer a economia e a democracia em Timor-Leste, melhorando a eficácia e a transparência dos serviços do governo à população", refere o comunicado.

Segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros, o apoio da União Europeia suporta as áreas identificadas pelo Governo de Timor-Leste como prioritárias.

MSE // VM - Lusa

EUA apoiam organizações não-governamentais timorenses com quase 50 mil dólares

Díli, 09 set (Lusa) -- Os Estados Unidos vão apoiar várias organizações não-governamentais timorenses para promoverem a educação cívica e atividades para prevenção de violência baseada no género, anunciou hoje a embaixada daquele país em Díli.

Em comunicado, a representação diplomática referiu que o donativo, no valor de mais de 48 mil dólares (cerca de 37 mil euros), vai ser dividido por cinco organizações não-governamentais de Timor-Leste e serve para apoiar programas que promovam também o papel das mulheres na sociedade e o parlamento comunitário.

"O donativo mostra como o Governo dos Estados Unidos colabora com a sociedade civil para promover os direitos humanos e os direitos das mulheres em Timor-Leste", afirma, citado no comunicado, o encarregado de negócios da embaixada dos EUA, Steven McGann.

A decisão da atribuição dos donativos foi feita após visitas do encarregado de negócios às organizações não-governamentais, durante as quais destacou a "grande importância" que os Estados Unidos dão às questões relacionadas com as mulheres, paz e segurança.

O donativo vai ser entregue à Feto iha Kbiit Serbisu Hamutuk, para o programa que ensina as mulheres a liderar, ao Instituto Haberan, para apoio a parlamentos comunitários, à Juba iha Visau Foun, para educar homens sobre a prevenção da violência baseada no género, à Fundação Moris Foun, para formação de formadores em educação cívica e prevenção de violência, e ao Forum Peduli Wanita Oecússi, para dar a conhecer a lei da violência doméstica aos líderes locais.

"Este apoio visa aumentar o conhecimento e a consciencialização sobre a violência baseada no género, democracia, prevenção de violência e a autonomia das mulheres entre os membros da comunidade", acrescenta o comunicado.

MSE // VM - Lusa

Ambientalista moçambicano defende combate cerrado da caça de paquidermes em África




A caça desenfreada contra os elefantes e rinocerontes em Moçambique deve-se à negligência do Governo que se mostra impotente para delinear estratégias eficazes com vista a travar o mal e garantir a protecção destas espécies prestes a desaparecerem, segundo o ambientalista moçambicano Carlos Serra.

De acordo com ele, a caça furtiva para a extracção de pontas de marfim, chifres de rinocerontes e peles para o comércio clandestino, estão por detrás da chacina desencadeada contra tais animais. E em África pelo menos um elefante é abatido a cada 15 minuto e um rinoceronte morre a cada 09 ou 11horas.

“Por pura negligência, Moçambique já perdeu todos os seus rinocerontes e o elefante pode ser o próximo a extinguir caso o Governo continue indiferente e não reforce os recursos humanos para estancar a caça furtiva”, disse Serra.

Ele considerou ser necessário que todas as autoridades governamentais africanas incrementem a segurança, o número de guardas e fiscais florestais e assegurem que este pessoal disponha de técnicas avançadas para abortar qualquer tentativa de abate ilegal de paquidermes. Se a situação continuar, em menos de 10 anos o elefante pode desaparecer.

Contudo, como forma de pressionar os Estados a agir contra o mal a que Serra se refere, em todo o mundo será realizada uma marcha a 04 de Outubro próximo.

Serra defende que há necessidade de inclusão de matérias sobre a conservação ambiental no currículo escolar moçambicano, implementação e aplicação de leis severas contra os caçadores furtivos, maior controle nas zonas de protecção.

Refira-se que recentemente, seis cidadãos foram detidos e acusados de prática de caça ilegal de elefantes na Reserva Nacional do Niassa, no norte de Moçambique.

Na posse dos detidos, que terão morto 39 elefantes este ano, foram encontradas 12 pontas de marfins e duas espingardas. Esta importante detenção feita pelas autoridades policiais no distrito de Mecula resultam de mais de 10 meses de investigação conjunta envolvendo também fiscais da Reserva e de uma empresa de Safaris que opera na região a Luwire.

Coutinho Macanandze - Verdade (mz)

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Moçambique - EXPLORAÇÃO DE RECURSOS MINERAIS: RECEITAS EM CRESCENDO




As receitas colectadas através da cobrança de impostos específicos, nomeadamente de produção e de superfície resultantes da exploração de recursos minerais, incluindo hidrocarbonetos, cresceram de cerca de 44 milhões de meticais em 2012 para mais de 484 milhões de meticais este ano.

Trata-se dos impostos colectados como resultado da exploração de vários recursos minerais existentes no país, incluindo hidrocarbonetos que são explorados em Pande e Temane, na província de Inhambane.

De acordo com o Presidente da República, Armando Guebuza, que falava ontem na abertura do II Congresso de Geologia de Moçambique, estas receitas vão continuar a crescer com a descoberta de mais recursos, como é o caso do gás na Bacia do Rovuma, em Cabo Delgado, cuja exploração está prevista para a partir de 2018.

“As reservas de gás natural na Bacia do Rovuma cresceram exponencialmente de 170 triliões de TCFs nas áreas 1 e 4 para 200 triliões TCFs. Descobrimos grafite de classe mundial em Balama, Cabo Delgado, e confirmámos reservas comerciais de Ferro e Vanádio em Tete e areias pesadas em Inhambane. São evidências de que as receitas dos impostos resultantes da sua exploração vão continuar a crescer”, disse Guebuza.

O Chefe do Estado afirmou que a descoberta e exploração desses recursos é resultado de parte dos trabalhos efectuados pelos geólogos e geocientistas nacionais, daí que o Governo continuará a formar profissionais para o sector geológico mineiro com vista a dotar o país de quadros especializados e com perfil técnico para as indústrias no país.

Para além disso, segundo Guebuza, a aprovação da Lei de Minas e da Lei de Petróleos veio consolidar a exploração e gestão nacional destes recursos estratégicos na economia nacional e projectou o país como um destino seguro para investimentos nessa área.

“O país tem estado a registar avanços na identificação do seu potencial de recursos naturais e a adensar a sua certeza de que está gradualmente a transitar do ciclo vicioso de pobreza para o ciclo virtuoso do bem-estar”, afirmou o Chefe do Estado.

Sobre o II Congresso de Geologia, que decorre em paralelo com o XII Congresso de Geoquímica dos Países de Língua Portuguesa, o Chefe do Estado afirmou que era um encontro de capital importância na medida em que prestava grande contributo para o conhecimento do potencial mineiro do país.

“Queremos saudar a abnegação e persistência do sector dos Recursos Minerais, que resultou na elevação do país para patamares mais privilegiados na geoeconomia e na geopolítica mundiais no contexto da detenção de reservas de carvão e de gás natural”, referiu.

Acrescentou que, na verdade, as reservas provadas de carvão cresceram e o número de empreendimentos de produção em moldes industriais passou de um para quatro nos últimos dois anos. “São alguns resultados encorajadores do vosso trabalho, do qual todos nós moçambicanos nos orgulhamos. Acreditamos que mais espécies minerais merecerão mais atenção nos tempos que vêm”, acrescentou.

Guebuza reiterou que o Governo vai continuar a privilegiar a atracção de mais investimentos, quer nacionais como estrangeiros, para as actividades de prospecção e pesquisa geológico-mineira visando melhorar cada vez mais o conhecimento geológico das potencialidades em recursos minerais bem como do seu volume e suas classificações.

Notícias (mz)

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Moçambique – Eleições: CAMPANHA ELEITORAL SEM DHLAKAMA NO TERRENO



Nyusi promete estradas no Niassa

O candidato presidencial da Frelimo, Filipe Nyusi, disse ontem à população do Niassa que o seu programa de governação dá primazia às vias de acesso, actual “calcanhar de Aquiles” para o rápido desenvolvimento da província.

Falando em comícios separados nos distritos de Nipepe e Marrupa, no início da sua campanha eleitoral nesta província, Nyusi prometeu reabilitar a linha-férrea que parte de Cuamba a Lichinga, numa extensão de aproximadamente 270 quilómetros, assegurando que o projecto nesse sentido já se encontra elaborado, faltando apenas a sua execução. Trata-se de um importante empreendimento socio-económico que facilitará a circulação de pessoas e bens, melhorando a qualidade de vida da população. Filipe Nyusi prometeu, ainda, construir a estrada Nipepe/Marrupa a pedido da população e também a ligação rodoviária entre o distrito de Montepuez, em Cabo Delgado, e o de Marrupa, no Niassa. Porém, isso só poderá acontecer, tal como disse, se a população de todo o país votar nele e no Partido Frelimo nas eleições de 15 de Outubro.


Simango escala Sofala

O candidato presidencial do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) escalou ontem os distritos de Chemba e Caia, norte da província de Sofala, ido de Mutarara, em Tete, onde na última segunda-feira pediu voto aos eleitores locais.

Nestes dois pontos da província de Sofala Daviz Simango orientou encontros populares e fez contactos porta-a-porta, sempre com o objectivo de convencer os eleitores a votarem em si e no seu partido nas eleições de 15 de Outubro. Em troca do voto Simango prometeu melhorar as vias de acesso, o abastecimento de água potável e, sobretudo, construir escolas e centros de Saúde devidamente apetrechados para servirem bem aos cidadãos. “Os nossos alunos devem estudar sentados em carteiras. Os professores devem estar motivados para melhor ensinarem os seus estudantes. Nos centros de Saúde e hospitais devemos ter medicamentos, médicos e enfermeiros altamente profissionais”, frisou.

Notícias (mz)

Nota PG: O candidato Afonso Dhlakama não vem hoje mencionado no jornal Notícias (mz). Presume-se que o programa organizativo da campanha eleitoral deste candidato esteja atrasado por via dos acontecimentos que levaram à guerra em Moçambique entre a Renamo e o governo atual liderado pela Frelimo, cujo acordo de paz foi há dias celebrado pelos contendores.

OS AMIGOS CAVACO SILVA/RICARDO SALGADO E OS “TABUS” DO MESMO DE SEMPRE




Conheça a história da relação entre Cavaco e Salgado

Carlos Diogo Santos – jornal i

PR tem sido criticado por ter dito em Julho que o banco estava estável. No domingo justificou que só pode saber do que se passa verdadeiramente no banco quando o governo ou as entidades oficiais lhe comunicam

O Presidente da República respondeu este fim de semana a quem o acusa de ter induzido em erro os pequenos investidores que compraram acções do BES poucos dias antes da decisão de recapitalização do banco. Cavaco Silva justificou que as suas declarações de Julho, dando conta que o BES estava estável, tinham por base a informação oficial de que dispunha e adiantou mesmo que espera ter sido avisado atempadamente pelo executivo de Passos Coelho e pelas entidades oficiais assim que houve conhecimento dos reais problemas do banco. Os canais de informação, porém, entre Cavaco e o universo Espírito Santo sempre existiram. Nesta última declaração, o chefe de Estado disse não ter “ministérios”, “serviços de execução política”, nem “serviços de fiscalização ou investigação” para conseguir informação além da que o executivo lhe disponibiliza. Mas desde há muitos anos que são conhecidas as ligações com a família Espírito Santo e a amizade com Ricardo Salgado.

O i foi recuperar o início de uma relação entre professor e aluno que começou na década de 60 e os encontros que mais tarde começaram a traçar uma maior proximidade: desde jantares privados a apoios financeiros à corrida a Belém de 2006.

A REUNIÃO DAVOS O mediático encontro de 1989 num hotel da Suíça foi um marco nas relações entre o banqueiro e o então primeiro ministro, mas não o início. Salgado já havia sido aluno de Cavaco no Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras (actual ISEG) na década de 60. É, no entanto, naquela reunião que é comunicada por Salgado e Manuel Ricardo Espírito Santo a Cavaco Silva a intenção da família de retomar parte do império perdido. O chefe do executivo encontrava-se naquele país para estar presente no Fórum Mundial de Davos. Nos últimos 20 anos muita coisa tinha mudado e é ali – no bar do pequeno hotel encerrado para aquela reunião – que Cavaco fica a conhecer os planos da família Espírito Santo para o futuro próximo. Queriam regressar a Portugal com o objectivo de ganhar a privatização do Banco Espírito Santo Comercial de Lisboa – nacionalizados em 1975 – no âmbito da política de liberalização económica promovida pelos governos de Cavaco.


PORTUGAL NEBULOSO



Baptista-Bastos – Diário de Notícias, opinião

Os equívocos e as omissões parecem ter carta-de-alforria na sociedade portuguesa. Vive-se do aspecto, tudo aparentemente "natural", porque as nebulosas não são esclarecidas, e os comentadores que tinham obrigação de as clarificar não o fazem por incompetência, porque são estipendiados ou por medo. Se é preciso coragem para ser velho, como diz a Isaura, para ser velho em Portugal a coragem terá de ser dupla ou tripla.

Há pouco tempo, o Dr. Cavaco afirmou que não havia motivos para os clientes do BES terem sobressaltos. O vulcão já estava activo e, de certeza, muita gente sabia o que se passava no subsolo. O desmoronar do império financeiro foi, pelos vistos e ouvidos, um espanto para o Dr. Cavaco, cuja tranquila persuasão encaminhara milhares de portugueses para os abismos da desgraça.

Veio agora o pobre homem dizer à puridade que ninguém, nem Governo, nem os sábios com que se rodeia, nem o governador do Banco de Portugal, lhe chamara a atenção para o ruído vulcânico já pressentido. A inépcia do Dr. Cavaco, que, em certa ocasião, declarou não perder tempo a ler jornais, e raramente se enganava, tem, como testemunho histórico, a farsa em que vive e nos obriga a viver.

A sua ignorância, neste gravíssimo caso, e o silêncio ou as frases dúbias com que a ele se refere é mais um triste e nefasto episódio da tragédia portuguesa. Um Presidente deste género, um Governo tal assim, uma comunicação social que se perdeu em devaneios líricos, e que converteu em fazedores de opinião umas criaturas que não estão ali para explicar (como dizia o Chacrinha no Brasil) mas para complicar, deviam ser apontados à execração e alvitrados como delinquentes de lesa-pátria.

O País está de pantanas, já se fala abertamente no abandono do euro, e que o euro (com provas provadas) só beneficiou a Alemanha, e há por aí um ou dois grupos de lúgubres humoristas que gozam connosco tocados de leviana impunidade. Ridendo castigat mores (A rir castigamos os costumes) transformou-se numa cegada improvável e numa galhofa desprovida de sentido. Não é dilucidada a raiz oculta dos acontecimentos que nos afectam; as privatizações obedecem a critérios brumosos; surgem rios de dinheiro, de procedência calada para aquisição de empresas; poderosos escritórios de advogados envolvem-se nestes e em outros negócios - e nós somos colocados perante factos consumados, como rebanhos resignados e sem voto na matéria. A democracia de troca de favores funciona, e um pequeno grupo enche os bolsos de dinheiro, com a aquiescência de quem, na imprensa e nas televisões, capitula na missão de informar, explicar e combater. O País precisa, urgentemente, de uma barrela que expurgue as nódoas que o tornaram este amontoado de negócios sórdidos.

Por decisão pessoal, o autor do texto não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico

Portugal: Privados poderão passar a definir o 'destino' dos desempregados




O Governo já terá dado os primeiros passos para que empresas privadas comecem a tentar a colocação de desempregados, com a aprovação de um diploma que permitirá aos privados começarem, à semelhança do que acontece com os Centros de Emprego, a procurar empregos para pessoas sem contrato de trabalho, escreve esta quarta-feira o Jornal de Negócios.

Parceiros sociais e Governo já terão acertado os pressupostos base para a criação de um diploma enquadrador relativo às políticas de emprego que permitirá a contratualização de serviços de colocação de desempregados com empresas privadas, explica o Jornal de Negócios. O acordo entre as duas partes terá permitido os princípios ao nível dos princípios ou objetivos.

“Ficaram lançados ao nível dos princípios e dos objetivos a colaboração e o estreitamento de relações entre os serviços públicos e os serviços privados de emprego”, afirmou o secretário de Estado do Emprego, Octávio Oliveira, acrescentando que apesar de “à política de emprego os serviços de emprego são públicos, mas foi também assumido que os serviços privados de emprego podem e devem colaborar no sentido da concretização da política pública de emprego”.

Neste ponto, escreve o Negócios, estará a ser ponderada a contratação dos serviços de empresas de trabalho temporário, porém ainda não há ideias sobre as verbas pagas pelo Estado pela contratação deste serviços e acrescenta-se ainda que “os detalhes serão definidos em função de cada projeto”.

A ideia fazia parte do conjunto de propostas apresentadas pelo Executivo no princípio da legislatura, porém estiver até agora na gaveta, acreditando-se agora que este possa ser o passo decisivo para “concretizar atividades de cooperação entre os serviços privados de emprego [para que] intervenham na colocação de pessoas desempregadas”, esclarece o secretário de Estado. 

Notícias ao Minuto

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Portugal: Metro de Lisboa hoje em greve e com nova greve a 25 de Setembro




Os trabalhadores do Metropolitano de Lisboa, que estão hoje em greve parcial, convocaram uma nova paralização de 24 horas para 25 de setembro, disse à agência Lusa Anabela Carvalheira, da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans).

As estações do Metro de Lisboa encontram-se hoje fechadas devido à greve parcial dos trabalhadores, que obrigou à suspensão da circulação desde as 06:30, prevendo-se que a normalização da circulação a partir das 11:30.

De acordo com Anabela Carvalheira, todas as estações se encontram fechadas, o que revela "um bom índice de adesão à greve".

Lusa, em Notícias ao Minuto

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