domingo, 10 de março de 2019

Portugal | O Montepio e o mutualismo


Manuel Carvalho da Silva* | Jornal de Notícias | opinião

O setor bancário e financeiro português continua atolado em graves problemas, condicionando o desenvolvimento do país. Afinal, o Novo Banco, apresentado à nascença como o "banco bom", tem a podridão suficiente para ser considerado "muito mau".

Entretanto, existem preocupações com outras instituições do setor e emergiu forte o "ruído" em torno da Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) que é o acionista do Banco Montepio, ex-Caixa Económica.

O Banco de Portugal, em vez de supervisionar a banca em geral, desenhou e implementou soluções desastrosas, em particular para o Novo Banco. Quanto a mecanismos específicos de regulação da AMMG, há muito tempo se assiste a um prejudicial empurrar de responsabilidades entre o Governo e o regulador dos seguros (ASF).

Como não haverá um filantropo que se disponha a oferecer-nos uns largos milhares de milhões de euros para tapar os buracos da banca, será sempre a riqueza produzida pelo trabalho dos portugueses que irá pagar a fatura, por muito que os atuais governantes ou quaisquer outros nos tentem convencer do contrário.

Portugal | A falta de vergonha de quem ainda insiste em falar do Novo Banco


Jorge Rocha* | opinião

Não vi o debate quinzenal desta tarde (8/3) durante muito tempo, que outros compromissos se tonaram mais prioritários. Do pouco a que assisti, sobre a questão dos prejuízos no Novo Banco como leitmotiv, foi fácil discernir duas perspetivas opostas: lançando as hostilidades a partir do histrionismo irritante de Heloísa Apolónia as esquerdas, que se juntaram ao Partido Socialista para, nestes três anos, viabilizarem o governo de António Costa, ou se fazem de lerdas, ou são-no mesmo. O primeiro-ministro foi exemplar na forma como explicou as razões, porque  nem nacionalizou o Banco, nem o deixou falir: num e noutro caso os custos para os contribuintes teriam sido, e ainda se arriscariam a ser bem maiores, e com o risco acrescido de ver o que resta do sistema bancário nacional ir pelo cano de esgoto.

Hoje é possível concluir que não havia um Banco mau e um Banco bom. A gestão incompetente, e por isso mesmo criminosa do antigo DDT, transformou o Grupo Espírito Santo numa ruína tal, que só dele se deu in extremis  a mão a um Banco péssimo e a um Banco mau. Daí que sejam injustas as críticas dos aliados políticos, que verberam quem quer resolver a crise do BES com os menores custos económicos e financeiros para os portugueses. E quero crer que têm disso consciência: o fazerem-se de lerdos apenas tem a ver com o jogo politiqueiro de usarem a demagogia mais básica para sublinharem as suas divergências ideológicas.

Mas muito pior se comportam os partidos das direitas. A começar pelo CDS, que nunca poderá ser dissociado de dar tanta importância à bancarrota do BES - essa sim merecedora de usar-se uma palavra que demasiadas vezes surge na boca de Cristas para criticar o governo, que levou em cima com a crise financeira internacional de 2008! - que a sua líder confessou ter assinado a Resolução de 3 de agosto de 2014, quando vinha da praia. Esse momento serviu para demonstrar a irresponsabilidade congénita de Assunção Cristas quanto a cuidar dos interesses nacionais, não se imaginando que mais será preciso revelar para que seja merecidamente votada ao blackout político a que, desde então, se deveria ter conformado.

Portugal | Quem representa o quê?


Domingos de Andrade* | Jornal de Notícias | opinião

É um círculo vicioso. Cada vez menos povoado, o interior do país vai perdendo representatividade e peso político. Sem voz no Parlamento, cresce a dificuldade de ver debatidas e aprovadas medidas que equilibrem a balança a seu favor. Desde 2002, o interior perdeu seis deputados e nas próximas legislativas prepara-se para uma redução de mais dois.

Não deixará de haver um político que bata no peito a lamentar o sucedido. O problema é que nem por isso se preparou, com tempo, uma reforma do sistema eleitoral que evitasse a crescente distorção do território.

Este é o Governo que criou uma Secretaria de Estado para a Valorização do Interior. Mas uma coisa é o sinal de boa vontade (ou propaganda?), outra a aprovação de medidas com impacto direto no terreno. Essas, claro, ou incomodam ou custam dinheiro. Eliminar portagens nas antigas SCUT, por exemplo. Assumir um choque fiscal capaz de atrair investimento. Descentralizar serviços e admitir que a administração central saia dos limites do Terreiro do Paço.

Um país que não está devidamente representado na Assembleia da República é a prova provada da falência do próprio sistema político. De um conjunto de eleitos que os eleitores mal conhecem, que saem pouco nos dias em que deveriam ter trabalho nos círculos que os elegem, que passam sessões legislativas inteiras sem uma única intervenção no hemiciclo.

E na verdade, na verdade verdadeira, também não fará muita diferença. Mais deputado, menos deputado, porque a maioria está lá para servir os diretórios partidários e não o interesse de quem os elegeu. E essa é a questão fulcral. Há anos que se arrasta o debate em torno de propostas como a de criação de círculos uninominais. Seja essa ou outra via para reformar o sistema, algo tem de ser feito no sentido da coesão e da representatividade do todo e das suas partes. Não apenas para que o país pare de morrer aos poucos, mas para que também a classe política recupere o respeito e a confiança daqueles que é suposto representar.

*Diretor do JN

Portugal | Racismo e xenofobia em Marco de Canaveses

Imagem do desfile
A autarquia de Marco de Canaveses censurou - por eliminação da postagem no Facebook - o post alusivo ao artigo que apresentamos a seguir, extraído do jornal Público e datado de 7 de Março. Afinal um “desabafo” atualissimo sobre a falsa afirmação de que não existe racismo e xenofobia em Portugal quando sabemos aeassistimos quotidianamente ao preconceito de imensos portugueses que estão por aí a desmentir a “crença” do “não sou racista”, mas… (PG)

A minha etnia não é uma fantasia de Carnaval

Uma mensagem ao agrupamento de escolas de Marco de Canaveses, à Câmara Municipal de Marco de Canaveses e a Portugal em relação à (in)existência do racismo.



Era uma noite banal, estava no meu telemóvel e apareceram no Twitter umas fotos de um desfile de Carnaval, cujas pessoas estavam aparentemente vestidas de “chineses”. À primeira vista, nem sequer tinha reparado nesse aspecto, mas foi depois de ler as mensagens dos cartazes nas mãos das pessoas que me apercebi do que é que se tratava. “Socorro! Quero sair desta invasão!”, “Os chineses são espertos, apesar de terem olhos em bico”, diziam. A minha primeira reacção foi de choque. Sei que estes preconceitos existem, mas a manifestação dos mesmos foi tão directa que tive de pensar por uns momentos para processar o que li. As pessoas bem dizem que “é Carnaval, ninguém leva a mal”, mas essa frase nem passou pela minha cabeça. Como é que não poderia levar a mal quando essas mensagens têm um impacto nas pessoas com origem chinesa?

Os primeiros 100 dias da esquerda no poder no México


Passados três meses, López Obrador goza de níveis confortáveis de popularidade. Investida contra a máfia da gasolina e a implementação de novos programas sociais marcam até agora sua gestão.

Passados os primeiros 100 dias do mandato presidencial, Andrés Manuel López Obrador tem o México praticamente a seus pés: ele e seu projeto nacionalista de esquerda Quarta Transformação contam com o apoio 67% da população, indica o instituto de pesquisa de opinião Consulta Mitofsky. 

Em geral, três meses é o prazo de misericórdia durante o qual os chefes de Estado costumam receber boas cotações da opinião pública. A essa altura, no entanto, os antecessores de Obrador já haviam deixado suas marcas. O conservador Felipe Calderón (2006-2012) declarou guerra ao narcotráfico; Enrique Peña Nieto (2012-2018), do Partido Revolucionário Institucional (PRI), alcançou, juntamente com a oposição, reformas constitucionais como a abertura do setor petrolífero e uma reforma do ensino.

Carnaval: a festa que atravessou séculos


   O Carnaval, cuja origem se perde na imensidão dos séculos, é uma das maiores festas populares do mundo. No Brasil, aculturou-se, ao longo do tempo, e assumiu características genuínas, tendo uma massiva contribuição musical da cultura negra. O desfile das escolas de samba é considerado um dos maiores espetáculos “a céu aberto” do Planeta. As raízes do Carnaval nos remetem à Antiguidade.

  Originária do latim, a expressão carnis levale, significa “retirar a carne”. O termo  está relacionado ao jejum que deveria ser feito na Quaresma, durante os quarenta dias antes da Páscoa, visando ao controle dos prazeres mundanos. Este foi o mecanismo, do qual a Igreja Católica se utilizou, para controlar a festa pagã. A variação da data do Carnaval, em nosso calendário, tem ligação direta com a Páscoa  O Papa Gregório XIII, em 1582, transformou o calendário Juliano em Gregoriano, no qual estabeleceu datas móveis quanto ao Carnaval.

      Egito, Mesopotâmia, Grécia e Roma
  
   As raízes do Carnaval podem ser encontradas, há mais de quatro mil anos antes de Cristo, no antigo Egito, a exemplo do culto à Grande Mãe Ísis. Estas festas estavam relacionadas aos rituais agrários de fertilidade que se realizavam no período da colheita de grandes safras. Neles, era costume os participantes pintarem os rostos, dançarem e beberem.
  
   Segundo alguns especialistas sobre o tema, na antiga Babilônia, duas festas podem também ter sido a origem do Carnaval. Durante o período, em que ocorriam As Saceias, um prisioneiro substituía a figura do rei, usando as vestes reais e alimentando-se como um nobre, podendo, inclusive, relacionar-se sexualmente com as esposas dele. Ao término do tempo festivo, o prisioneiro era chicoteado e, depois, enforcado ou empalado.

Brasil | Carnaval, uma catarse política


Primeira folia da era Bolsonaro teve críticas ao presidente e Governo. Na noite de terça, ele reagiu no Twitter ao postar vídeo de homem urinando em outro quase nu e associar cena a blocos de rua.

Joana Oliveira, do El Pais

Que o Carnaval é o momento em que política, crítica social e folia se misturam pelas ruas e avenidas não é surpresa —é um costume, afinal, que remonta aos anos do Brasil Império—. Mas o de 2019, o primeiro de Jair Bolsonaro no poder, acontece após um ano eleitoral de intensa divisão, com brigas nas redes sociais e grupos de WhatsApp e o receio da perda de direitos. As ruas viveram uma catarse política. E a polarização, que marcou o pleito do ano passado, também se fez presente até pelos dedos do próprio presidente, que postou em seu perfil no Twitter uma marchinha que ironizava uma música em que Caetano Veloso e Daniela Mercury cantavam que o Carnaval estava proibido. Era uma alusão ao conservadorismo do novo Governo.

De norte a sul do país, cordões, blocos e batucadas satirizaram o presidente, seus filhos e integrantes do Governo. No Rio de janeiro, 48 cheques-laranja saíram para marchar no Cordão do Boitatá, no domingo (03/02), em referência às transações suspeitas de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro. Jesus na goiabeira também saiu para pular e meninas vestiram azul e meninos, rosa, em sátiras a Damares Alves, ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos. Outro nome que caiu na boca (e nas fantasias) do povo foi o do ministro da Justiça, juiz Sérgio Moro, criticado por suas declarações contraditórias sobre o crime de caixa dois. Depois de assumir o cargo no Governo Bolsonaro, Moro atenuou a gravidade dessa prática, que, no passado, ele mesmo chegou a classificar como "pior que a corrupção" e "trapaça".

A economia brasileira num beco sem saída


De cada 10 brasileiros, apenas três têm emprego com carteira assinada. A informação é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Da força de trabalho total do Brasil de 105,2 milhões de pessoas, apenas 35,9 milhões estão no formalidade. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua mostra ainda que o número aumentou; no trimestre encerrado em janeiro de 2019, em comparação com o mesmo período de 2017, a quantidade de trabalhadores sem carteira de trabalho subiu 2,9%, um aumento de 320 mil pessoas no mercado informal. Pode-se contatar facilmente dois fatores determinantes para essa calamidade social. 

Vermelho | editorial

O primeiro é a crise que atingiu o Brasil de frente desde os primeiros passos da marcha golpista, quando o país se viu emparedado pelos interesses financeiros e abriu mão dos seus mecanismos de defesa e perdeu a soberania na gestão da sua economia. Por essa porta entrou a recessão que, como sempre, atinge os trabalhadores com mais intensidade. O segundo foram as medidas pós-golpe, adotadas a toque de caixa, que arrocharam os investimentos públicos com a Emenda Constitucional 95, e a “reforma” trabalhista, um brutal ataque à regulação democrática das relações de trabalho pelo Estado, com o desmonte da legislação trabalhista e sindical.

A intenção de fazer uma migração em massa do mercado de trabalho formal para a informalidade, como manifestou explicitamente o presidente Jair Bolsonaro, fez o governo avançar ainda mais com os atos discricionários contra os trabalhadores, como seu viu recentemente com as medidas para liquidar o imposto e a unicidade sindical. Com esse cenário, indiscutivelmente favorável ao histórico processo político da ideologia que trata o trabalho como mero reprodutor de capital, resquícios do escravismo, a tendência é de drástica e rápida deterioração do vínculo empregatício. A falta de falta de oportunidades de emprego empurra os trabalhadores para o que aparecer. É uma questão de sobrevivência. 


E se nos livrássemos de todos os bilionários?


É ético que existam, quando tantos passam fome? Sua presença implica deformações econômicas, políticas e sociais. Sua adulação pela mídia é aberração moral. Ao nos livrarmos deles, daremos um enorme passo civilizatório

Farhad Manjoo |  Outras Palavras | Tradução: Marianna Braghini | Imagem: Colleen Kong-Savage

No último outono, Tom Scocca, editor do blog essencial Hmm Daily, escreveu um pequeno post que está mexendo com minha cabeça desde então.

“Algumas ideias de como tornar o mundo melhor, requerem um pensamento cuidadoso e com nuances, sobre como melhor equilibrar interesses comflitantes,” ele começou“Outras, não: Bilionários são ruins. Nós devemos nos livrar deles preventivamente. De todos eles.”

Scocca — escritor por muito tempo no Gawker, até que o site foi abafado por um bilionário — ofereceu um argumento direto para dar um tranco nos mais ricos. Um bilhão de dólares é muito mais do que alguém precisa, mesmo fazendo os maiores excessos da vida. É muito mais do que aquilo a que qualquer um poderia alegar ter direito, não importa o quanto acredite ter contribuído com a sociedade.

Dar a bomba nuclear à Arábia Saudita


Chris Hedges [*]

A decisão de política externa mais perigosa da administração Trump – e sei que isso diz muito – é a de compartilhar tecnologia nuclear sensível com a Arábia Saudita e autorizar empresas norte-americanas a construírem reactores nucleares naquele país. Passei sete anos no Médio Oriente. Cobri aquele reino despótico e repressivo como chefe do escritório de The New York Times no Médio Oriente. E, juntamente com a maioria dos demais arabistas nos Estados Unidos, tenho poucas dúvidas de que dar uma capacidade nuclear à Arábia Saudita sob a liderança do implacável e amoral príncipe Mohammed bin Salman faria com que embarcasse num programa de armas nucleares e acabasse popr partilhar esta tecnologia com aliados sauditas e proxiesque incluem uma série de jihadistas radicais e inimigos mortais da América. Uma Arábia Saudita nuclearizada é uma grave ameaça existencial para o Médio Oriente e, em última análise, para os Estados Unidos.

A iniciativa de construir reactores nucleares na Arábia Saudita é liderada pelo genro estúpido do presidente, Jared Kushner, que se reuniu terça-feira com Salman em Riad, capital da Arábia Saudita, para discutir "meios para melhorar a condição de toda a região através de investimentos económicos", segundo a Casa Branca. Claramente envolvidos nesse programa económico estão corporações como a IP3 International , um consórcio de empresas dos EUA  no bolso ", não parece ter mencionado o assassinato de Khashoggi na reunião da semana passada, o primeiro encontro cara a cara que teve com Salman desde o assassinato.

Salman não descartou a possibilidade de voltar qualquer instalação nuclear para a via armamentista. Em 2018 ele declarou: "Sem dúvida, se o Irão desenvolver uma bomba nuclear, seguiremos o mais rápido possível". Ele também se recusou a aceitar quaisquer restrições ao enriquecimento de urânio e ao processamento de plutónio.


Venezuela | Os ataques, as incapacidades, o servil e alinhado governo português


NOVO PASSO NA ESCALADA DA AGRESSÃO 

Os ciberataques contra o sistema eléctrico da Venezuela constituem um novo passo na guerra suja contra o governo bolivariano. Eles mostram que o imperialismo não olha a meios quando quer impor uma mudança de regime. Com o acto terrorista de ontem conseguiu atingir milhões de pessoas em 18 estados do país. A paralização da quarta maior central hidroeléctrica do mundo, Guri, e o incêndio da subestação Sidor, no estado de Bolivar, foram meticulosamente preparados pela CIA, a NDA e outras agências do governo dos EUA.

A mão do imperialismo sequer é ocultada:   Marco Rubio, senador da Florida, tuitou o apagão minutos após o seu início. Como sabia? Também tuitou que os geradores de back-up do Aeroporto de Caracas foram sabotados antes de esta informação ter sido divulgada.

Neste enfrentamento com o império trumpiano e seus agentes internos (como Guaidó), só com a adopção de medidas muitíssimo firmes o governo bolivariano poderá ter êxito.
  Uma revolução que não se defende é uma revolução morta.

MOMENTO DEFINIDOR: O FIM DA REVOLUÇÃO BOLIVARIANA 

Em 4 de Março de 2019, foi o grande momento definidor da chamada Revolução Bolivariana. Pode-se afirmar desde já que ela está liquidada. 

O governo Maduro não prendeu o agente Guaidó, da NED-CIA, no seu retorno à Venezuela. Esta pusilanimidade é um sinal gritante de fraqueza do governo venezuelano. Tristemente, verifica-se que ele nem teve força para fazer cumprir as leis do país, pois há motivos mais que suficientes para justificar a detenção do referido indivíduo. 

Pouco importa as declarações vacilantes da vice-presidente Delcy Rodrigues a dizer que o governo "avalia acções legais sobre Juan Guaidó" , como se a prisão deste agente do imperialismo formado na escola da Otpor fosse uma simples questão jurídica. 

Na verdade a não-prisão de Guaidó marca o começo do fim da Revolução Bolivariana, sem honra nem glória.    A dita Revolução Bollivariana constitui uma variante da chamada "terceira via" entre o capitalismo e o socialismo e o seu fracasso anunciado confirma que não pode haver terceiras vias. 

Registe-se o magote de embaixadores ocidentais arrebanhados pelo imperialismo que se prestou a receber o sr. Guaidó no aeroporto, tal como um escudo humano.

O SERVILISMO DO GOVERNO PORTUGUÊS

A primeira consequência do servilismo do governo português – que reconheceu o agente Guaidó dos EUA como "presidente" da Venezuela – já se manifestou. O escritório europeu da empresa venezuelana de petróleo (PDVSA) – que era em Lisboa– agora foi transferido para Moscovo. 

Para o governo de António Costa, os ditames trumpianos e da UE sobrepõem-se aos interesse nacionais – mesmo que isso possa atingir os emigrantes portugueses na Venezuela e os interesses da Galp naquele país.

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