terça-feira, 19 de março de 2024

Angola | O Discurso do Sucesso – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O Presidente João Lourenço visitou uma escola superior de agronomia na República Popular da China que tem 795 Doutorados. Em Portugal só a Universidade do Porto tem mais. O ministro Tete António demonstrou logo ali a sua relevância política e elevado gabarito intelectual. Ante as câmaras da TPA fez esta declaração abracadabrante: “Parafraseando sua excelência João Manuel Gonçalves Lourenço, a visita foi um sucesso”. 

Por favor levem este pensamento profundo às escolas de todos os graus de ensino. Escrevam-no nas paredes de todos os lares, nas empresas, nas ruas, nos corações. Obrigado senhor ministro por tanto que nos deu. Tanto sucesso!

O Bureau Político do MPLA, pela voz de Esteves Hilário, manifestou solidariedade para com os trabalhadores. Mas cuidado! Isso da greve geral é à parte. Pagar 100 mil Kwanzas como salário mínimo pode ser o fim do mundo. Falências em catadupa. Desemprego geral. Terramotos nas famílias. Pobreza extrema. Tenham bom senso! 

O neoconservadorismo importado dos EUA tem as suas contradições. O movimento que liderou a Luta Armada de Libertação Nacional, que conduziu o Povo Angolano na Guerra pela Soberania e a Integridade Territorial assume integralmente o discurso fascizante e elitista. Entre os trabalhadores e os patões, viva o patronato! Entre o capital e o trabalho venham daí mais milhões nem que seja do estado terrorista mais perigoso do mundo.

Os entendidos dizem que a greve é o último recurso. Discordo. No regime da economia de mercado os trabalhadores devem estar permanentemente em greve com ou sem pré-aviso. Greves de braços caídos. Greves selvagens. Greves ocupação. Greves com manha. Estas foram ensinadas por António Jacinto no seu Comboio Malandro: Finjo que empurro mas não empurro!  

O MPLA está solidário com os trabalhadores mas não está. Uma palavra de louvor e reconhecimento à franqueza do Bureau Político do NPLA. O partido dos trabalhadores, o partido do trabalho, o partido da Internacional Socialista apoia a política de salários baixos. Rastejantes. Toma lá 48 mil Kwanzas e vais com sorte. Se houver greve no dia 20, estou lá. Não há crónica para ninguém. Avisei.

A verdadeira razão por trás do ‘porto’ dos EUA em Gaza

É claro que o objectivo dos EUA não é entregar ajuda humanitária; afinal, quem constrói um porto inteiro apenas para um esforço de curto prazo?

Tom Fowdy | AlMayadeen | # Traduzido em português do Brasil

É claro que o objectivo dos EUA não é entregar ajuda humanitária; afinal, quem constrói um porto inteiro apenas para um esforço de curto prazo?

Recentemente, foi anunciado pelo presidente dos EUA, Joe Biden, que as forças americanas tomariam a iniciativa de construir um porto “temporário” na Faixa de Gaza. De acordo com a Casa Branca, este porto servirá para entregar ajuda humanitária à população sitiada e bombardeada da Faixa, da qual cerca de 30.000 morreram durante a invasão implacável de "Israel". Embora, claro, o objectivo de tal porto distraia a atenção da realidade de que “Tel Aviv” sempre sujeitou a região a um bloqueio naval, não se deve aceitar a premissa de que a América iria tão longe ao ponto de construir tais infra-estruturas puramente por benevolência. Pelo contrário, há outra agenda em jogo.

Ao oferecer apoio incondicional a "Israel" para efetivamente invadir e ocupar toda a Faixa de Gaza, apesar do que as autoridades possam dizer, os Estados Unidos há muito que olham para uma oportunidade de dar a "Tel Aviv" o controlo sobre os recursos offshore de gás natural, que, por força legal, direitos, pertencem ao Estado palestiniano. Esta área, conhecida como “A Marinha de Gaza”, alberga 1 bilião de pés cúbicos de recursos de gás natural. Embora descoberto em 2000, "Israel" nunca permitiu que a Autoridade Palestiniana tivesse acesso a ele, e da mesma forma, a Faixa de Gaza está há muito tempo sob um bloqueio marítimo e económico efectivo, o que a impediu de ser desenvolvida fora do controlo israelita.

Certos acontecimentos mundiais nos últimos dois anos ampliaram consideravelmente o valor estratégico do gás natural. Nomeadamente, a guerra na Ucrânia levou os países ocidentais a lutar por recursos energéticos alternativos para reduzir a dependência de Moscovo, particularmente aqueles controlados por países “amigos” que complementam os objectivos estratégicos dos Estados Unidos. Para este fim, aumentou o interesse político mais amplo na Marinha de Gaza e, em Junho de 2023, o governo "de Israel" decidiu "aprovar" a ideia de desenvolvê-la em cooperação com as autoridades palestinianas, o que, segundo o Hamas, também deu à Faixa de Gaza "direitos de isto." 

BLOG DE GAZA: Netanyahu marginaliza Gantz

50 palestinos executados em Shifa | Novos Massacres em Gaza – Dia 165

Pela equipe do Palestine Chronicle | # Traduzido em português do Brasil

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, decidiu afastar o ministro do Gabinete de Guerra, Benny Gantz, da tomada de decisões nas negociações que ocorrem no Catar, segundo a mídia israelense. 

O ministro israelense Avi Dichter disse que não há alternativa à invasão de Rafah, enquanto o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse que Israel deve proteger os civis. 

Novos massacres foram perpetrados em toda a Faixa de Gaza, particularmente na Cidade de Gaza e no campo de Shati (Praia).

De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, 31.819 palestinos foram mortos e 73.934 feridos no genocídio em curso de Israel em Gaza, iniciado em 7 de outubro.

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ULTIMAS ATUALIZAÇÕES

Terça-feira, 18 de março, 19h10 (GMT+2)

AXIOS: Biden disse a Netanyahu que não está tentando prejudicá-lo.

EXÉRCITO ISRAELITA: dois soldados ficaram feridos como resultado de foguetes disparados do sul do Líbano em locais na Alta Galiléia.

WASHINGTON POST: Não há verdade nas afirmações de Israel sobre o assassinato dos jornalistas Hamza al-Dahdouh e Mustafa Thuraya.

CASA BRANCA: A Casa Branca expressou profunda preocupação com o relatório da ONU indicando uma fome iminente em Gaza, dizendo que Israel deveria permitir que a ajuda humanitária chegasse sem impedimentos.

HRW: Não há credibilidade na afirmação de Israel de que está a utilizar armas americanas legalmente.

AL-JAZEERA: Cinco palestinianos, incluindo crianças, foram mortos num ataque israelita que teve como alvo um carro no campo de refugiados de Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza.

Porque Putin quis trocar Navalny?

Andrew Korybko * | Substack | opinião | # Traduzido em português do Brasil

Embora muitos “pró-russos não-russos” tenham celebrado a morte prematura de Navalny quando esta aconteceu, em retrospectiva, teria sido sem dúvida muito melhor para os interesses nacionais objectivos da Rússia se ele tivesse vivido e sido trocado.

O presidente Putin revelou durante seu discurso de reeleição na manhã de segunda-feira que havia aprovado anteriormente a troca do falecido Navalny por prisioneiros russos não identificados detidos no Ocidente antes de sua morte prematura devido ao que até o chefe da inteligência militar ucraniana, Budanov, disse ser provavelmente um sangue. coágulo . Foi avaliado na altura que “ Putin não tinha motivos para matar Navalny, mas o Ocidente tem todos os motivos para mentir que ele o fez ”, com este último desenvolvimento a acrescentar ainda mais credibilidade a essa afirmação.

Navalny era um prisioneiro de destaque que foi preso sob acusações de corrupção e foi anteriormente acusado pelo próprio presidente Putin de ter trabalhado com a inteligência americana , então é natural que ele participasse de qualquer troca proposta para libertar russos de destaque semelhante que teriam foi preso pelo Ocidente. O candidato mais provável poderia ter sido Vadim Krasikov , que cumpre pena de prisão perpétua na Alemanha por matar um antigo terrorista checheno que o líder russo alegou ter assassinado soldados do seu país.

Ele disse a Tucker no mês passado que “você sabe o que ele [bandido] estava fazendo? Não quero dizer isso, mas farei de qualquer maneira. Ele estava colocando nossos soldados, feitos prisioneiros, na estrada e então passou seu carro sobre suas cabeças. Que tipo de pessoa é essa? Ele pode ao menos ser chamado de humano? Mas houve um patriota que o eliminou numa das capitais europeias. Se ele fez isso por vontade própria ou não, essa é uma questão diferente.”

Um dos associados de Navalny afirmou logo após seu falecimento que ele deveria ter sido trocado ao lado de dois americanos presos na Rússia, provavelmente referindo-se a Paul Whelan Evan Gershkovich , por Krasikov, então já havia um precedente independente para especular isso. Isso não quer dizer que este associado seja uma figura inteiramente verdadeira, mas apenas que esta afirmação específica se alinha com a menção de Krasikov pelo Presidente Putin e a sua subsequente revelação de uma troca planeada.

A guerra secreta da CIA usando fascistas russos para combater a Rússia -- Scott Ritter

Perturbar as eleições presidenciais russas e criar uma atmosfera de fraqueza em torno de Putin é precisamente o que a agência de inteligência dos EUA procuraria gerar.

Scott Ritter* | Consortium News | # Traduzido em português do Brasil

Nos dias que antecederam as eleições presidenciais russas, que terminaram no domingo, uma rede de três organizações paramilitares russas que trabalham sob os auspícios da Direcção Principal de Inteligência do Ministério da Defesa da Ucrânia, ou GUR, lançou uma série de ataques ao território da Federação Russa.

O objectivo dos ataques era claro: perturbar as eleições presidenciais russas de três dias, criando uma atmosfera de fraqueza e impotência em torno do Presidente Vladimir Putin, destinada a minar a sua autoridade, legitimidade e apelo nas cabines de votação.

A operação levou meses para ser planejada e envolveu o Corpo de Voluntários Russos (RDK), a Liberdade da Legião Russa (LSR) e o Batalhão da Sibéria. Todas estas três organizações são controladas pelo GUR, cujo porta-voz anunciou os ataques.

O que não foi dito é até que ponto a CIA esteve envolvida no que equivale a uma invasão do território da Federação Russa por forças que operam sob a égide do que é abertamente reconhecido como uma guerra por procuração entre os Estados Unidos e os seus aliados da NATO contra a Rússia.

EXÉRCITO UCRANIANO ESMAGADO NA FRONTEIRA RUSSA

South Front | # Traduzir em português do Brasil -- ver vídeo

Os militares ucranianos têm invadido a fronteira russa há quase uma semana. Centenas de soldados de Kiev estão a morrer em massacres como parte de outra provocação mediática contra Moscovo. Não obtendo quaisquer ganhos no terreno, os militares ucranianos estão a desperdiçar equipamentos e veículos estrangeiros caros; enquanto todas as tentativas da sua propaganda para declarar vitórias falsas no território russo são anuladas pela dura realidade no campo de batalha.

As operações sangrentas de Kiev perto da fronteira servem exclusivamente os interesses da NATO; visam impedir as próximas eleições presidenciais na Federação Russa. Satisfazendo as necessidades dos patronos ocidentais de Kiev, os homens ucranianos continuam a morrer em operações arriscadas, que não têm sentido militar e estão condenadas à derrota.

Desde o início, os ataques conjuntos de drones, artilharia e aviação russos impediram que os militares ucranianos acumulassem grandes forças numa área, forçando-os a dispersar os grupos de assalto.

O ataque principal foi lançado nas regiões russas de Belgorod e Kursk em 12 de março. Kiev apressou-se em declarar vitórias; mas os militares russos venceram tanto no campo de batalha como nos meios de comunicação social. As filmagens confirmaram claramente as alegações russas de que nenhum militante ucraniano violou a fronteira do estado. Humilhados, eles fugiram para a retaguarda.

Desde então, os ataques ucranianos não pararam. Ontem, os combates localizaram-se na área de Popovka, na região de Belgorod. Os ucranianos arrastaram tanques e veículos blindados da OTAN de um lado para outro, enquanto a artilharia russa os atacava.

Na manhã de 13 de março, foram relatados novos ataques na mesma área, perto das aldeias de Popovka e Kozinka. Grupos de assalto de dezenas de militantes ucranianos com veículos blindados e tanques foram lançados na batalha.

As forças de assalto são apoiadas pela artilharia ucraniana e numerosos UAVs. Ao contrário dos militares russos, o lado ucraniano não pode usar a sua aviação. Apenas vários helicópteros ucranianos foram avistados, principalmente evacuando os feridos. Por outro lado, dezenas de aeronaves russas estão envolvidas na destruição das forças ucranianas, tanto na retaguarda como em profundidade operacional.

As provocações em curso de Kiev incluem ataques massivos de drones no território russo. Nos últimos 2 dias, o regime de Kiev lançou mais de 120 UAVs para a Rússia. Na noite de 14 de março, mais 14 UAVs foram interceptados nas regiões fronteiriças.

Infelizmente, os militares ucranianos não limitam os seus ataques às instalações industriais. Quanto mais militantes ucranianos morrem em ataques infrutíferos na fronteira, mais intensos são os seus ataques contra civis russos nas aldeias fronteiriças e na cidade de Belgorod. No meio dos confrontos em curso, os ucranianos atacaram a cidade com fogo indiscriminado dos MLRS.

As tentativas terroristas da NATO e dos seus fantoches de Kiev para impedir as eleições apenas têm o efeito oposto e consolidam a população russa.

Ler/Ver em South Front:

Desperdiçando soldados em ataques da mídia, Ucrânia recua em Donbass

A batalha contra as eleições russas é a primeira batalha da grande guerra da NATO

South Front | # Traduzido em português do Brasil -- ver vídeo

As eleições presidenciais terminaram na Federação Russa. Os resultados preliminares confirmam a vitória do atual presidente Vladimir Putin. Ele recebeu mais de 87% dos votos. A participação nas eleições bateu um recorde histórico, ultrapassando os 77%.

Pela primeira vez, residentes das regiões DPR, LPR, Zaporizhia e Kherson participaram nas eleições presidenciais. A participação lá ultrapassou 80%.

Em resposta às ações políticas dos oposicionistas fugitivos, cerca de 250 mil russos votaram no estrangeiro.

Assim, Vladimir Putin recebeu o apoio incondicional da população do país.

A sociedade russa enfrentou uma pressão sem precedentes de forças externas, que a consolidaram tanto quanto possível. As tentativas dos países da NATO para perturbar as eleições apenas aumentaram o apoio popular à actual liderança.

A Rússia repeliu ataques inimigos em todas as dimensões. Apesar dos intermináveis ​​​​ataques na fronteira russa, todas as operações terminaram em fracasso total, com perdas ucranianas em mão de obra e equipamentos. Nas recentes batalhas fronteiriças, os militares ucranianos perderam cerca de 2.000 combatentes mortos e feridos.

As operações no terreno foram acompanhadas por bombardeamentos massivos de colonatos fronteiriços russos. Segundo dados oficiais, pelo menos 11 civis foram mortos e outros 82 ficaram feridos na região. Contrariamente às expectativas da NATO, os ataques terroristas não suscitaram o apoio russo, mas apenas mostraram a verdadeira face das democracias ocidentais.

As provocações obrigaram Moscovo a reagir. Putin afirmou que agora e sempre no futuro os traidores envolvidos nos ataques seriam tratados como combatentes numa zona de guerra. Obviamente não será fácil para os militantes pró-Kiev esconderem-se das forças policiais russas.

As eleições nas novas regiões russas também foram realizadas sob fogo ucraniano. Militantes ucranianos atacaram instalações civis onde as pessoas se reuniam para votar com artilharia e drones. Infelizmente, houve vítimas civis.

A oposição pró-Ocidente tentou provocar provocações nas assembleias de voto, incluindo incêndios criminosos e destruição de votos. Muitos infratores confirmaram que agiram sob pressão de forças externas. Contudo, nenhuma provocação levou aos resultados desejados pelo Ocidente.

O sistema de votação eletrônica russo foi submetido a mais de 420 mil ataques DDoS, mas os superou com sucesso.

Todas as tentativas de ataques à mídia também falharam. Nem os vídeos de militantes ucranianos supostamente assumindo o controle de aldeias russas, nem as falsificações de votação sob a mira de uma arma ou protestos em massa tiveram qualquer influência significativa sobre a população russa.

Todas as tentativas de perturbar as eleições apenas trouxeram ganhos a Moscovo. No entanto, o principal objectivo do Ocidente é influenciar a opinião pública não dos russos, mas da população dos seus próprios países. Todos os ataques, provocações e operações mediáticas servem de motivo para o não reconhecimento dos resultados eleitorais pelos Estados membros da NATO. Assim, a OTAN obtém uma razão para se juntar à guerra para combater o ilegítimo Putin.

SouthFront: Análise e Inteligência

AGORA hospedado em southfront.press

Anteriormente, SouthFront: Análise e Inteligência estava em southfront.org.
O nome de domínio .org foi bloqueado pelos EUA (NATO) (https://southfront.press/southfront-org-blocked-by-us-controlled-global-internet-supervisor/ ) globalmente, ilegalizado e sem qualquer explicação.

Voltar antes disso, de 2013 a 2015, SouthFront: Analysis and Intelligence estava em southfront.com

FRENTE SUL.IMPRENSA

A IA vai destruir 81 mil empregos em Portugal?


O número foi avançado no fim da passada semana pela consultora Randstad: os sistemas de Inteligência Artificial - segundo foi noticiado - vão criar, na próxima década, 400 mil novos empregos em Portugal, mas 481 mil serão automatizados. Dito de outra forma, serão 81 mil postos de trabalho que acabarão destruídos no mesmo período. A confirmar-se, é muito preocupante!

Ricardo Simões Ferreira* | Diário de Notícias | opinião

Mas se há coisa que a história demonstra é que os especialistas têm muita dificuldade em prever o futuro - seja para o mal ou para o bem. Exemplos são muitos. Na passagem do século XIX para o XX, o DN Ilustrado previa como “seria o ano 2000” assegurando que teríamos carros voadores (extrapolando ideias de Júlio Verne e antecipando em mais de 80 anos o Regresso ao Futuro II - que, convém lembrar, projetava o mesmo para... 2015). Já numa perspetiva catastrofista, no último quartel do séc. XX havia estudos (muito sérios) prevendo que as reservas de petróleo mundial acabariam no final desse século ou, pelo menos, em 50 anos a partir de então. Simplesmente ninguém imaginou que a eficiência energética viria a ser uma imposição, já para não falar da necessidade da descarbonização; e quando Malthus, em 1798, afirmou que o crescimento populacional inevitavelmente levaria a ultrapassar a capacidade de produção de alimentos do planeta, não podia saber de todos os desenvolvimentos tecnológicos na agricultura que surgiram, em especial nos últimos 50 anos. (A título de curiosidade, havia então cerca de mil milhões de pessoas no mundo, somos hoje mais de 8 mil milhões.)

E é exatamente aqui que reside o problema dos estudos de futurologia, por mais bem feitos, e bem intencionados, que sejam: a pura incapacidade de saber que inovações o futuro trará, de como os seres humanos - as pessoas - responderão perante as adversidades, que soluções encontrarão para os problemas do dia a dia ou, simplesmente, que criações surgirão fruto da imaginação e criatividade - que, se não o é, parece de facto infinita.

O YouTube surgiu, faz no próximo ano, duas décadas. O Instagram tem 14 anos. O Twitch (serviço de streaming de videojogos) tem 13 anos. E segundo a revista Forbes, existem hoje 2 milhões de pessoas no mundo que vivem exclusivamente a produzir conteúdo para estas plataformas, usufruindo anualmente “um rendimento de seis dígitos”.

Se contabilizarmos o TikTok e outras redes do género, há ao todo mais de 50 milhões as pessoas que vivem a produzir conteúdos para estes suportes, o que, num certo sentido, faz deles, em conjunto, o maior empregador do planeta. Isto se é que ainda se pode falar de relações laborais, como no séc. XIX - tal como teima alguma esquerda, teimosamente agarrada a uma perspetiva estática da sociedade que, na realidade, já estava falida ainda antes de os livros que toma como bíblia terem secado a sua tinta.

Claro que não vamos ser todos YouTubers ou TikTokers. Mas certo é que há um quarto de século ninguém podia prever que estas atividades, passatempos, profissões iriam sequer existir -  as plataformas ainda nem tinham sido inventadas.

A IA vai trazer transformações profundas à sociedade, isso é certo, mas também é praticamente seguro afirmar que, com ela, virá nova capacidade de gerar mais-valia, outras formas de riqueza. E, o que é fundamental, uma nova forma de democratização das ferramentas de acesso ao conhecimento e à produção intelectual. O que, na sociedade do conhecimento em que vivemos, é essencial para que, de uma vez por todas, consigamos criar um sistema em que o mérito e o talento sejam valorizados. Esperemos apenas que, em Portugal, esta não seja mais uma previsão que não se concretiza.

* Editor do Diário de Notícias

Portugal | SIM, NÃO, NIM - TRAFULHICES À MARCELO?

Entre desmentidos e declarações, o que se passou com Ventura e Marcelo?

André Ventura assegurou que o chefe de Estado "desmentiu cabalmente e categoricamente" as notícias que davam conta que se oporia à sua presença no Governo. No entanto, Marcelo recusou comentar tais declarações.

A segunda semana de audiências do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, aos partidos começou de forma atribulada. Após a reunião do Chega, André Ventura, assegurou que o chefe de Estado "desmentiu cabalmente e categoricamente" as notícias que davam conta que se oporia à sua presença no Governo. No entanto, Marcelo recusou comentar tais declarações.

"Posso dizer que o senhor Presidente da República desmentiu cabalmente e categoricamente que tivesse manifestado qualquer intenção de impedir que o Chega fizesse parte integrante ou liderante ou de qualquer outra forma do Governo da República", afirmou o líder do Chega, após a audiência de cerca de uma hora, no Palácio de Belém. 

Em causa está uma notícia avançada pelo Expresso, que indicava que o Presidente da República se oporia a uma eventual presença do Chega no Governo.

Em declarações aos jornalistas, André Ventura afirmou que Marcelo disse que tal situação "não faria nenhum sentido" porque "quem escolhe é o povo".

"Agradecemos-lhe a clareza em nome da direção do Chega e do Grupo Parlamentar, porque era importante que o país não vivesse numa mentira de que o chefe de Estado estaria a querer boicotar a presença do Chega no Governo", disse ainda o líder do Chega.

No entanto, o Presidente da República apressou-se a demarcar-se as declarações de Ventura. "Como tem repetidamente afirmado, o Presidente da República não comenta declarações de partidos políticos nem notícias de jornais", escreveu Marcelo Rebelo de Sousa numa nota publicada no site da Presidência da República, minutos após uma audiência com o líder do Chega.

Sublinhe-se que, nas eleições legislativas de 10 de março, a Aliança Democrática (AD), que junta PSD, CDS e PPM, com 29,49%, conseguiu 79 deputados na Assembleia da República, contra 77 do PS (28,66%), seguindo-se o Chega com 48 deputados eleitos (18,06%).

A IL, com oito lugares, o BE, com cinco, e o PAN, com um, mantiveram o número de deputados. O Livre passou de um para quatro eleitos enquanto a CDU perdeu dois lugares e ficou com quatro deputados.

Estão ainda por apurar os quatro deputados pela emigração, o que só acontece no dia 20 de março. Só depois dessa data, e de ouvir os partidos com representação parlamentar, o Presidente da República indigitará o novo primeiro-ministro.

Notícias ao Minuto | Lusa

Nota PG:

Incluímos dois cartoons de Henrique Monteiro em HenriCartoon a propósito do tema e das trafulhices geradas acerca do Chega/PSD/Marcelo Rebelo de Sousa. Obviamente que os portugueses atualizados sobre o assunto acreditam que o jornal Expresso não ia inventar que o PR Marcelo havia afirmado que não aceitaria o Chega no Governo... Trafulhices à Marcelo? Não? Então de quem? De nim? É mais que provável.

Portugal | Toda a bagunça da anulação de votos é inadmissível e antidemocrática


Em baixo trazemos o Curto do Expresso por Cristina Pombo. Bem haja. Bem hajam todos vós. 

Bom dia. Voltamos ao assunto que está na ordem do dia. Não. Não é sobre o Chega nazi, consequentemente racista e antidemocrático. Isso já lá vai e Montenegro está a manter o tal "não é não". Provavelmente não se aguenta e assim não será por muito mais tempo. A pressão está sobre o homem de Espinho, ele, para dizer que o não é sim. Sabemos que há fascistas saudosistas no PSD e por toda a direita dita democrática. Salazar revive ao lado do seu amigo e parceiro Hitler. Parece que temos o que merecemos e que a ignorância e desumanidade estão bem vivas e satisfatoriamente ao modo fomentado pelo salazarismo fascista. Enfim. Chega.

Outros itens são ordem do dia. Por isso hoje vamos aos votos para abordar algo simples: em 50 anos de eleições ditas democráticas quantos milhões de votos dos portugueses foram para o lixo? Ah! Então existem portugueses de primeira e de segunda. Confirma-se e muito haveria para aqui dizer em desfavor dos cérebros que gizaram o processo de contabilizar os votos expressos sem sombras de dúvidas mas que vão para o lixo. Os votos e as dúvidas. Democraticamente a solução seria atirar para o lixo os "sábios" e obreiros do processo eleitoral vigente. Mas não. Eles, esses, decerto que são portugueses de primeira ou até de luxo, só popularmente pensamos esses tais como lixo. Qual quê? Lixo somos nós, os cidadãos que ingenuamente se julgam a viver e a participar  em democracia. Coitados, iludidos. A máfia é o sistema e o sistema são todos eles, consciente e inconscientemente. A plebe serve para que dela se sirvam num esclavagismo moderno e fundamental para aumentar o PIB e os lucros monstruosos com sangue, suor, subvidas sofridas e lágrimas nossas.

Não queremos ser longos. Vem aí o Curto do Expresso. Recordamos: pensar não dói nada. Experimentemos.

Bom dia, não sabemos como será possível ter um bom dia mas... Olhamos e vimos o mundo a ficar negro e Portugal não está com melhor aspeto nem vivência, apesar de uns mentirosos tanto encherem as declarações com palavras democracia, justiça e etc. e tal. Mentiras. Sempre mentiras estrategicamente ludibriosas.

O Curto do Expresso para todos vós a seguir. Para já uma sandes de 'lutar, lutar sempre'. Aqui fica.

Boa sorte. Boa luta. O Curto para quem quiser.

AV | Redação PG

Hipocrisia | Biden, Blinken, EUA têm morte e sangue nas mãos no genocídio em Gaza

Toda a população da Faixa de Gaza sofre de "insegurança alimentar grave"

É a primeira vez que "uma população inteira é classificada desta forma".

O secretário de Estado norte-americano declarou esta terça-feira que toda a população da Faixa de Gaza está em situação de "grave insegurança alimentar", citando dados da ONU.

Antony Blinken afirmou que "100% da população de Gaza sofre de insegurança alimentar grave. É a primeira vez que uma população inteira é classificada desta forma".

O responsável norte-americano disse que proteger os civis e prestar assistência humanitária em Gaza é uma "prioridade absoluta", descrevendo a situação como horrível.

"Continuamos a enfrentar uma situação humanitária horrível em Gaza", sublinhou, em conferência de imprensa, em Manila, onde Blinken se encontra após uma passagem pela Coreia do Sul.

"Proteger os civis e prestar assistência humanitária aos que dela necessitam desesperadamente é uma prioridade absoluta", acrescentou.

Na segunda-feira, as agências especializadas da ONU alertaram que mais de 1,1 milhões de habitantes de Gaza, ou seja, metade da população, já enfrentam "uma situação de fome catastrófica", próxima da fome, "o número mais elevado alguma vez registado" pela organização.

Antony Blinken vai estar esta semana na Arábia Saudita e no Egito para discutir um cessar-fogo e o aumento do fluxo de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, disse na segunda-feira o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano.

O secretário de Estado disse já que na Arábia Saudita e no Egito vai retomar "as conversações que começaram em janeiro sobre o pós-conflito em Gaza e os passos que têm de ser dados para a reconstrução, a assistência humanitária".

"É imperativo que exista um plano para Gaza e temos vindo a repetir isto a Israel", sublinhou.

As declarações de Blinken surgiram depois de o Presidente dos EUA, Joe Biden, ter falado pela primeira vez em semanas, na segunda-feira, com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, manifestando "profunda preocupação" com uma possível operação israelita na cidade de Rafah, o ponto mais a sul do enclave palestiniano.

Biden falou Netanyahu "para discutir os últimos desenvolvimentos em Israel e Gaza, incluindo a situação em Rafah e os esforços para aumentar a assistência humanitária a Gaza", de acordo com um comunicado da Casa Branca.

A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada em 07 de outubro com um ataque em solo israelita do movimento islamita palestiniano Hamas, que deixou 1.163 mortos, na maioria civis.

Em resposta, Israel declarou uma guerra total para erradicar o Hamas, tendo sido mortas nas operações militares em grande escala mais de 30 mil pessoas, de acordo com as autoridades locais, controladas pelo grupo palestiniano, no poder no enclave desde 2007.

TSF | Agência Lusa

Os balbuceios finais do fascismo judaico

Thierry Meyssan*

Qualquer pessoa de boa fé compreende que assassinar 30. 000 inocentes não tem nenhuma relação com a eliminação do Hamas. A operação « Espada de Ferro » assemelha-se ao que é : um disfarce para concretizar o velho sonho perseguido pelos fascistas judaicos de Jabotinsky até Netanyahu : expulsar a população árabe da Palestina. Desde logo, este crime em massa, cometido pela primeira vez em directo através das televisões, altera o tabuleiro político mundial. Sentindo-se ameaçados, os supremacistas judaicos ameaçaram por sua vez os Estados Unidos. Ciosos em continuar a ser os senhores do « mundo livre », estes aprestam-se para fazer cair os supremacistas judaicos.

Administração Biden assistiu paralisada à reacção israelita ao ataque da Resistência Palestiniana, Hamas incluído, dita « Torrente de Al-Aqsa » (7 de Outubro). A Operação «Espada de Ferro» começou por um bombardeio maciço da Cidade de Gaza, numa escala jamais igualada em qualquer parte do mundo ou na História, incluindo durante as Guerras Mundiais. A partir de 27 de Outubro, ela acompanhou-se de uma intervenção terrestre, de pilhagens e de torturas a milhares de civis gazenses. Em cinco meses, 37. 534 civis foram assassinados ou desapareceram, entre os quais 13. 430 crianças e 8. 900 mulheres, 364 membros de pessoal médico e 132 jornalistas [1].

Inicialmente, Washington reagiu apoiando sem falhas «o direito de Israel a defender-se», ameaçando vetar qualquer pedido de cessar-fogo e fornecendo tantas bombas quantas as necessárias à destruição generalizada do encvlave palestiniano. Era impensável, aos seus olhos, sofrer uma derrota mais, depois das da Síria e da Ucrânia. No entanto, os Norte-Americanos assistiam em directo nos seus telemóveis (celulares-br)a estes horrores. Muitos altos funcionários do Departamento de Estado falaram e escreveram sobre a sua vergonha em apoiar esta carnificina. Petições circularam. Personalidades, tanto judaicas como muçulmanas, demitiram-se.

Em plena campanha eleitoral presidencial, a equipa de Joe Biden já não podia mais sujar as mãos de sangue. Ela começou, portanto, a fazer pressão sobre o gabinete de guerra israelita para que negociasse a libertação dos reféns e concluísse um cessar-fogo. No entanto, a coligação (coalizão-br) de Benjamin Netanyahu recusou, jogando com o trauma dos seus concidadãos, para garantir que a paz só regressaria quando o Hamas fosse erradicado. Washington acabou por perceber que os acontecimentos de 7 de Outubro não eram mais do que um pretexto, para os discípulos de Jabotinski, permitindo-lhes fazer aquilo que sempre haviam ambicionado: expulsar os árabes para fora da Palestina. Tornou-se então mais premente, reforçando entretanto que os Palestinianos tinham o direito a viver, que a colonização das suas terras é ilegal ao abrigo do Direito Internacional e que a questão israelo-palestiniana seria resolvida pela «solução dos dois Estados» (e não pela do Estado binacional previsto pela Resolução 181 de 1947).

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