quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Ministro da Educação de Portugal participa em São Tomé no lançamento dos XI Jogos da CPLP

São Tomé, 10 jan (Lusa) - O ministro da Educação português, Tiago Brandão Rodrigues, participa em 12 de janeiro, no lançamento oficial dos XI Jogos Desportivos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), previstos para julho deste ano, na capital são-tomense.

O governante português, que também tutela as áreas da juventude e desporto, iniciou hoje uma visita de três dias a São Tomé e Príncipe, onde se encontrou com o seu homólogo da juventude e desporto, Marcelino Sanches.

"Venho dar este reforço importante da conferência de ministros da juventude e desportos da comunidade dos países de língua portuguesa (CPLP) que irão organizar aqui em São Tomé", disse Tiago Brandão Rodrigues no final do encontro com homologo são-tomense.

O governante português visitou quatro locais onde estão previstos para decorrerem os XI Jogos Desportivos da CPLP, designadamente liceu nacional, centro de estágios e Estádio Nacional 12 de Julho, no centro da capital, e na escola secundária Manuela Margarido situada na cidade da Trindade, a pouco mais de 12 quilómetros no centro da ilha de São Tomé.

"Estamos a seis meses dos jogos, é um momento importante, um momento de concretização, estamos a ultimar a preparação dos jogos e é importante neste momento termos consciência que será um grande evento, não só de São Tomé, mas da CPLP", sublinhou o ministro português.

Tiago Brandão Rodrigues deveria ser recebido ainda hoje em audiência pelo Primeiro-Ministro de São Tomé e Príncipe, Patrice Trovoada, mas fonte do gabinete do chefe do governo alegou "agenda apertada" como justificação para o adiamento do encontro.

Esta quinta-feira, está prevista uma visita à Escola Portuguesa de São Tomé e Príncipe -- Centro de Ensino e Língua Portuguesa, que conta com mais de 450 alunos, distribuídos por turmas do ensino básico e secundário.

A Escola Portuguesa de São Tomé e Príncipe integra a Rede das Escolas Piloto do projeto de autonomia e flexibilidade curricular dos ensinos básico e secundário, no ano escolar de 2017-2018.

Na sexta-feira, Tiago Brandão Rodrigues que é também presidente da Conferência dos Ministros da Juventude e Desporto da CPLP participa na cerimónia de apresentação dos XI Jogos Desportivos da CPLP.

No mesmo dia terá um encontro bilateral com o Ministro da Educação, Cultura, Ciência e Comunicação de São Tomé e Príncipe, Olinto Daio.

De acordo ainda com a agenda da estadia na capital são-tomense, o governante português participa no sábado na VI Corrida Contra a Fome, que terá um percurso de cinco quilómetros a volta da capital são-tomense.

Os jogos da CPLP destinados a categoria sub-16 vão decorrer em cinco modalidades desportivas "em clima de festa e confraternização e de grande competitividade", disse Brandão Rodrigues.

Futebol, atletismo, voleibol, taekwondo e basquetebol são as modalidades selecionadas para os XI Jogos da CPLP.
MYB // NFO

Crianças alemãs prontas para guerrear: Berlim recruta número recorde de menores em 2017


Desde 2011, quando a Alemanha suspendeu recrutamento militar obrigatório, o número de soldados menores de idade triplicou. Segundo informou o jornal Rheinische Post, a Alemanha nunca tinha treinado tantos soldados menores de 18 anos como no ano passado.

Em 2017, mais de dois mil soldados menores de idade entraram no serviço, escreve o jornal, citando o Ministério da Defesa alemão.

Segundo o artigo, o número de menores de idade no exército alemão tem crescido de modo sustentável, de 689 em 2011 para 1.907 em 2016 e agora o novo recorde de 2.128.

Além disso, entre os soldados menores de 18 anos é também muito alta a porcentagem de mulheres — este indicador aumentou quase 8 vezes desde 2011, totalizando 448 soldadas em 2017, informa o Rheinische Post.

A tendência indesejável é explicada por vários problemas dentro do exército da Alemanha: as Forças Armadas do país (Bundeswehr) têm poucos soldados, a maioria dos quais é de idade média, precisando substituí-los de modo urgente, informa a revista Der Spiegel.

Segundo a revista, o Ministério da Defesa do país gasta milhões de euros em campanhas de publicidade para atrair jovens, recrutando cada vez mais adolescentes nas redes sociais. Tais práticas causaram críticas por parte de políticos alemães.

Assim, o representante do Partido de Esquerda, Evrim Sommer, acredita que enquanto a Alemanha recrutar menores para objetivos militares não poderá criticar outros países por usarem menores em campo de batalha.

Ativista pelos direitos das crianças, Wolf-Christian Ramm, afirmou, por sua vez, que os números "não são surpreendentes, mas preocupantes", expressando-se completamente contra recrutamento e treinamento de jovens de 17 anos.

As autoridades alemãs suspenderam recrutamento militar obrigatório em julho de 2011. Ao invés do alistamento militar, a lei atual prevê serviço militar voluntário de até 23 meses para homens e mulheres.

Sputnik | Foto:  AP Photo/ Matthias Schrader

ALEMANHA | Onde pode fracassar a próxima tentativa de Merkel


Chanceler federal alemã tem semana decisiva para tentar convencer social-democratas, liderados por Martin Schulz, a iniciar negociações formais e salvar seu quarto mandato. Confira os principais pontos de atrito.

Conservadores e social-democratas iniciaram neste domingo (07/01) os contatos preliminares para a formação de uma coalizão de governo na Alemanha. Se a sondagem se mostrar bem-sucedida, o país estará mais perto de uma reedição da chamada grande coalizão, que governou nos últimos quatro anos, com a chanceler federal Angela Merkel à frente.

Mas o caminho até lá não é livre de percalços – e um fracasso pode forçar a Alemanha a realizar novas eleições. A União Democrata Cristã (CDU) e a União Social Cristã (CSU) têm várias posições conflitantes com o Partido Social-Democrata (SPD), liderado por Martin Schulz, ex-presidente do Parlamento Europeu. Estas são as principais divergências:

Migração: Este é o tópico com maior número de atritos entre conservadores e social-democratas. Ao contrário dos social-democratas, CDU e CSU são contra o reagrupamento familiar de refugiados com a chamada proteção subsidiária (aqueles que, mesmo não preenchendo os requisitos para receberem o status de refugiados, não podem ser enviados de volta por sérios riscos à sua vida ou integridade física no país de origem). Por pressão da CSU, os conservadores defendem ainda um limite anual de 200 mil refugiados, ao qual o SPD se opõe, argumentando que se trata de uma violação da Convenção de Genebra. A CSU também quer reduzir a ajuda social a refugiados, e o SPD argumenta que a mudança é inconstitucional. SPD e CDU/CSU são favoráveis a uma lei migratória que regulamente a entrada de mão de obra qualificada no país.

Impostos e orçamento: Os aliados bávaros de Merkel, a CSU, querem elevar o orçamento para a Defesa até 2% do PIB, como exigido pela Otan. Já os social-democratas insistem que as áreas que devem receber mais dinheiro são educação, infraestrutura e apoio às famílias. Todos querem reduzir impostos, mas o SPD defende aliviar apenas os contribuintes de média e baixa renda, se necessário elevando a carga de quem ganha mais. Ponto central para a CDU/CSU é o orçamento equilibrado, no qual os gastos não superam a receita.

Planos de saúde: Este ponto ameaça ser um dos mais polêmicos, pois os social-democratas querem impor um modelo de plano público único para todos, acabando com o sistema atual, no qual coexistem os planos público e privados. Os conservadores preferem não alterar nada nessa área.

Aposentadorias: O SPD quer criar a chamada "aposentadoria solidária" para evitar que pessoas que trabalharam toda a vida com baixos salários recebam pouco quando se aposentarem, correndo o risco de cair na pobreza. A ideia não entusiasma a CDU e a CSU.

Trabalho: O SPD defende reformas no mercado de trabalho. Além de serem favoráveis aos contratos de trabalho por tempo indeterminado, os social-democratas defendem a necessidade de apostar no treinamento contínuo dos trabalhadores, de olho nas mudanças causadas pela digitalização. O SPD também quer facilitar o trabalho para quem tem família, por exemplo dando aos trabalhadores o direito de retornarem à jornada integral depois de um período de tempo de trabalho reduzido para se dedicar aos filhos. Os conservadores reiteram que qualquer mudança não deve elevar os custos da mão de obra.

União Europeia: Uma "Europa democrática, solidária e social" é a ideia do SPD, que espera que a Alemanha, em cooperação com o presidente francês, Emmanuel Macron, dê um novo impulso à União Europeia mediante a criação de um orçamento comum para a zona do euro e o desenvolvimento de uma política migratória unificada. Essa maior integração não agrada à CSU, para quem "mais Europa" significa "menos Alemanha".

AS/dpa/rtr | Deutsche Welle

Foto: Os líderes de conservadores, Angela Merkel, e social-democratas, Martin Schulz, no início das sondagens, em Berlim

Timor-Leste tem condições para realizar voto antecipado -- presidente Comissão de Eleições


Díli, 10 jan (Lusa) -- O presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE) timorense, Alcino Baris, garantiu hoje que Timor-Leste tem condições financeiras e legislativas, inclusive com a lei em vigor, para realizar eleições antecipadas se assim o determinar o chefe de Estado.

"Se o senhor Presidente decretar eleições antecipadas, continua em vigor a lei vigente, a lei número 9/2017 sobre eleições parlamentares. Eleições antecipadas e eleições gerais são nomes diferentes mas os procedimentos são iguais", disse Alcino Baris em declarações à Lusa.

Nas últimas semanas a oposição maioritária e os partidos que apoiam a coligação do Governo têm debatido esse eventual cenário, possível se houver a queda do Governo, alvo de uma moção de censura da oposição.

As bancadas da oposição têm defendido que seria necessária uma nova lei, caso o Presidente da República, Francisco Guterres Lu-Olo, assine um decreto sobre eleições antecipadas.

Baris garante que isso não é preciso e que "juridicamente continua a aplicar-se o procedimento que já estava definido" na lei que regeu as eleições parlamentares de 22 de julho do ano passado.

Em termos orçamentais, Baris também rejeita os argumentos dos que consideram não haver orçamento disponível para esse eventual voto ou que o gasto seria muito elevado.

"Tanto a CNE como o STAE [Secretariado Técnico da Administração Eleitoral] têm ainda alguns dos materiais portanto não haverá assim um custo muito elevado. É necessário recrutar pessoal de apoio e de assistência técnica e imprimir boletins de voto, por exemplo, mas a despesa não é muito elevada", afirmou.

"Se o Presidente da República decretar eleições antecipadas teremos condições para as realizar. As eleições são uma das exigências do Estado e uma das formas de conseguir viabilizar a incerteza política neste país. Não se pode lamentar ou dizer que não vai haver orçamento", considerou.

Timor-Leste vive há vários meses um período de incerteza política com a oposição, maioritária no Parlamento Nacional, a chumbar o programa do Governo e uma proposta de Orçamento Retificativo, tendo apresentado já uma moção de censura ao executivo e uma proposta de destituição do presidente do parlamento.

O país vive desde 01 de janeiro em sistema de duodécimos, sem orçamento de Estado e com o futuro do país a estar nas mãos do Presidente timorense que pode, nas próximas semanas, decidir se há, ou não, eleições antecipadas para resolver o impasse.

ASP // DM

Presidente do parlamento timorense diz que não há plenários porque "não há agenda"


Díli, 10 jan (Lusa) - O presidente do Parlamento Nacional timorense defendeu hoje a sua decisão de não agendar reuniões plenárias do órgão, porque "não há agenda", estando a aguardar uma resposta do executivo para agendar a moção de censura ao Governo.

"Não houve plenário porque não há agenda. Não há agenda, não há plenária. É normal", afirmou Aniceto Guterres Lopes em declarações aos jornalistas depois de uma reunião de mais de 90 minutos com o Presidente da República, Francisco Guterres Lu-Olo.

"A moção de censura está no processo de concertação com o Governo e o presidente do Parlamento não pode impor uma data ao Governo para vir responder no parlamento. Fundamentalmente tem que haver uma concertação da data. É uma questão de ética nas relações institucionais entre órgãos de soberania", afirmou.

A oposição, maioritária no parlamento, apresentou em dezembro uma moção de censura ao Governo e uma proposta de destituição do presidente do parlamento, acusando agora Aniceto Lopes de "violações graves do regimento" por não agendar ainda este ano qualquer sessão plenária.

No final do ano passado o parlamento chegou a estar um mês sem sessões plenárias com Aniceto Lopes a argumentar que estava em tramitação o Orçamento Retificativo que acabou por ser chumbado pela oposição.

Aniceto Lopes recordou que a 18 de dezembro, no plenário, anunciou ter dado ao Governo um período de 30 dias úteis (que só termina no final deste mês) para responder à moção de censura, tendo escrito ao executivo a 03 de janeiro sobre este assunto.

Junto a essa carta enviou um requerimento de um dos partidos da oposição, o Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO), para que a moção fosse debatida a 08 de janeiro.

Relativamente à proposta da sua destituição, Aniceto Lopes disse que há que aguardar que terminem todos os passos judiciais em curso.

O Tribunal de Recurso confirmou na sexta-feira a não inconstitucionalidade da norma do regimento do parlamento de Timor-Leste que permite a destituição, cumpridos alguns critérios, do presidente deste órgão de soberania.

No passado dia 11 de dezembro, Aniceto Guterres Lopes anunciou o pedido de fiscalização abstrata, na sequência da apresentação pela oposição de uma proposta para a sua destituição do cargo.

Em causa está uma alteração ao artigo 15 do regimento, aprovada em maio do ano passado, para permitir destituir, com maioria absoluta, o presidente ou outros elementos da mesa do Parlamento Nacional.

Paralelamente, Aniceto Lopes apresentou no Tribunal Distrital de Díli uma providência cautelar "em defesa da honra" com "efeitos suspensivos".

"Ainda que o tribunal distrital tenha indeferido o processo, fiz um recurso para o Tribunal de Recurso. Ainda não houve uma decisão final sobre o assunto e temos que aguardar até essa decisão final", afirmou.

Questionado novamente sobre a falta de agenda do parlamento, Aniceto Lopes disse que o parlamento "aprova leis, com propostas do Governo ou iniciativas dos deputados" sendo que "ainda não houve iniciativas deputados e a proposta do Governo, o Orçamento, foi rejeitadda".

"Então não há nada para legislar. E a fiscalização faz-se nas comissões. A oposição controla as mesas das comissões mas se não apresentam agenda ao presidente do Parlamento Nacional, então não há agenda. O presidente não inventa a agenda", considerou.

"Dizem que violo o regimento mas não conseguiram demonstrar, fundamentar, comprovar como é que violei o regimento. São tantas acusações contra mim. Mas são apenas formas de humilhação. Sem sentido", afirmou.

Timor-Leste vive há vários meses um período de incerteza política com a oposição, maioritária no Parlamento Nacional, a chumbar o programa do Governo e uma proposta de Orçamento Retificativo, tendo apresentado já uma moção de censura ao executivo e uma proposta de destituição do presidente do parlamento.

O país vive desde 01 de janeiro em sistema de duodécimos, sem orçamento de Estado e com o futuro do país a estar nas mãos do Presidente timorense que pode, ainda este mês, decidir se há, ou não, eleições antecipadas para resolver o impasse.

ASP // DM

MOÇAMBIQUE | Nampula: Membro do MDM é assassinado no primeiro dia da campanha


O membro do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Buana Agostinho Buana, foi morto na noite do primeiro dia da campanha, terça-feira (09.01), quando este acabava de colar panfletos do seu candidato, Carlos Saíde.

No segundo dia da campanha eleitoral em Nampula, alguns elementos do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), tiveram que interromper as suas atividades para se juntarem na tarde desta quarta-feira (10.01), à família de Buana Agostinho Buana, assassinado na noite de terça-feira (09.01), por desconhecidos na zona do campo dos Macondes, bairro de Namutequeliua, na cidade de Nampula, quando participava na campanha do seu partido.

O MDM lamenta a morte de Buana Agostinho Buana e atribui o ato a motivações políticas que no seu entender visa enfraquecer aquela formação política.

Segundo informaram fontes do MDM, Buana que também era moto-taxista, acabava de efetuar colagens de cartazes do seu partido e foi solicitado por pessoas não identificadas, alegadamente para um serviço de transporte na noite de terça-feira (09.01).

A mãe  da vítima, Tina Mário, que também é presidente da Liga da Mulher do MDM no bairro de Namutequeliua, na cidade de Nampula contou à DW África que: "Ele chegou em casa por volta das 18 horas, mas disse que queria sair, porque umas pessoas lhe tinham telefonado dizendo que necessitavam de um serviço de táxi. Depois de sair, esperamos por ele até por volta da meia-noite quando vieram três homens que pararam na estrada, próximo da minha casa, e pedi-lhes para que se aproximassem, porque já era noite. Quando se aproximaram, disseram que vinham me informar que o meu filho fora agredido mortalmente''.

 Membros do MDM "abalados"

O delegado do MDM na cidade de Nampula, Luciano Tarieque, disse que a notícia da morte de um dos membros do seu partido deixou triste e abalado todos os membros do seu partido. Segundo ele, o caso é mais um atentado contra a sua formação politica.

‘‘Tomamos conhecimento que o filho da presidente da Liga da Mulher do bairro de Namutequeiua foi assassinado. Esta notícia deixou todos os membros do MDM abalados, não só pelo facto de estarmos em plena campanha eleitoral, mas porque perdemos um homem e uma pessoa que apostava no desenvolvimento deste país'', disse.

Embora não tenha apontado o dedo especificamente a alguém ou a uma formação política, Luciano Tarieque, atribuiu este assassinato a motivações políticas com a finalidade de enfraquecer o seu partido. E diz que a perda de um dos seus membros, "significa uma perda, uma lacuna, uma dor para o partido, e acima de tudo, uma fase difícil que estamos a enfrentar"."No passado, muita coisa aconteceu no seio do MDM. Talvez as pessoas estejam a pensar que atos desta natureza fragilizam o MDM, mas somos um partido que funciona com fé, na confiança de Deus e nas tradições do Estado e das familias'', assegura o delegado do MDM na cidade de Nampula.

O delegado garantiu o apoio total aos familiares da vítima e  pediu a intervenção das autoridades com vista a fazer com que este processo eleitoral não seja manchado com assassinatos do género.

Polícia sem conhecimento do caso

A polícia em Nampula, através do seu porta-voz Zacarias Nacute, num contato telefónico com o nosso correspondente, disse não ter sido, ainda, notificado sobre o caso.

‘‘Até agora não tivemos nenhuma denúncia. Mas vou inteirar-me depois dar-lhe-ei algum feedback'', garante.

Refira-se que a polícia em Nampula anunciou recentemente que ao longo de todo este processo das eleições intercalares estará de prontidão no controlo e combate à criminalidade.

A campanha eleitoral que teve início na terça-feira (09.01) termina no próximo dia 21 e a votação ocorrerá no dia 24 .

O município de Nampula é governado pelo MDM desde as eleições autárquicas de 2013 e o presidente que sair da votação intercalar só irá governar até 10 de outubro de 2018, data em que haverá eleições autárquicas em todo o país.

Sitoi Lutxeque (Nampula) | Deutsche Welle

Foto: Carlos Saide, Candidato do MDM ás eleições intercalares em Nampula

Idosos há três meses sem subsídios em Moçambique


Mais de 22 mil idosos continuam à espera dos subsídios sociais na província de Manica e muitos estão a passar fome. Os números são do Instituto Nacional de Acção Social (INAS), que alega não ter dinheiro para pagar.

Os idosos dizem que não recebem subsídios deste outubro, razão pela qual estão a passar por bastantes dificuldades no dia-a-dia. Pedem para falar sob anonimato, por medo de represálias.

Contam que estão até a passar fome, porque não têm dinheiro para comprar comida. "Estamos a passar mal. Estamos a pedir ao Estado para vir falar connosco", disse um dos idosos ouvidos pela DW África na província central de Manica.

"Queremos reclamar e eles dizem que não podemos reclamar, porque esse dinheiro é oferecido", conta outro idoso. "Mas esse dinheiro de três meses, há alguém que está com ele e, se ficarmos calados, esse dinheiro não vai sair mais", diz. "Só começarão a pagar de janeiro para a frente e nós não queremos isso. Tudo o que tínhamos já acabou. Estamos noutro ano e já não temos nada mesmo", lamenta.

INAS sem dinheiro

Ao todo, 22.458 idosos, beneficiários do subsídio social básico, estão sem receber dinheiro há três meses, de acordo com o Instituto Nacional de Acção Social (INAS). Residem em oito distritos: Chimoio, Mossurize, Machaze, Gondola, Sussundenga, Macate, Vanduzi e Manica.

O chefe da repartição de planificação e estatística do INAS em Chimoio, Edmundo Alberto Semo, diz que entende as queixas dos idosos. Mas esclarece que, devido à conjuntura económica em Moçambique, não houve disponibilidade financeira para pagar os subsídios. "Conseguimos fazer a cobertura dos nove meses, janeiro a setembro (2017) e não foi possível fazer a cobertura dos meses de outubro, novembro e dezembro", explica.

Edmundo Alberto Semo acredita que o problema será resolvido em breve. "Logo que houver disponibilidade orçamental, vamos pagar esses meses em atraso e, se ficar disponível em janeiro, vamo-nos preparar para fazer esse pagamento."

Bernardo Jequete (Manica) | Deutsche Welle

Angola | ESQUADRÃO DA MORTE: O APOIO DA SOCIEDADE


Os casos de assassinatos sumários relatados pelo jornalista e activista Rafael Marques, constantes do documento «O campo da morte – Relatório sobre execuções sumárias em Luanda, 2016/2017», continuam a suscitar comentários por parte das pessoas que têm tido contacto com a descrição caso-a-caso, e, por isso, merecem a nossa atenção enquanto sinais e reforço da ideia outrora abordada segundo a qual estamos perante um processo avançado de degradação colectiva da sociedade angolana.

Sedrick de Carvalho | Folha 8 | opinião

Orelatório descreve 50 casos de execuções extrajudiciais, todos perpetrados em Luanda, concretamente nos municípios de Viana e Cacuaco. O site Rádio Angola, da organização cívica Friends of Angola, tem publicado diariamente um caso. São as reacções dos leitores aos casos publicados nessa plataforma que citaremos ao longo desse texto.

Importa, porém, recordarmos o porquê da degradação colectiva. No artigo «A degradação colectiva em Angola» citámos Christine Messiant quando defendemos que, para além do que a falecida socióloga chamou de “sistema de implicação geral”, que ocorre mediante uma rede de “redistribuição clientelar”, o regime angolano empenha-se bastante na destruição do tecido moral e espiritual do indivíduo, sendo que para tal missão usa-se duas categorias: imoral e ilícito.

A Constituição da República de Angola (CRA) proíbe a pena da morte no seu artigo 59.º, que tem como epígrafe «Proibição da pena de morte», e o Estado, enquanto entidade que se materializa nos seus órgãos de soberania, tem a obrigação constitucional de respeitar e proteger “a vida da pessoa humana”, pois “é inviolável”, nos termos do artigo 30.º também da CRA. Por este motivo, o legislador constituinte acrescentou ainda, no n.º 1 do artigo 66.º, que “não pode haver penas nem medidas de segurança privativas ou restritivas da liberdade com carácter perpétuo ou de duração ilimitada ou indefinida”. Está claríssimo!

Com a abolição da pena de morte, estabeleceu-se que a pena máxima é a de 24 anos de cadeia efectiva, podendo, em casos excepcionais e extremamente graves, atingir os 30 anos, não sendo exemplo os 28 anos de cadeia a que José Kalupeteka foi condenado, uma decisão que nos faz lembrar os primários casos hipotéticos que debatemos em Direito Penal sobre a eventualidade de ser aplicada a referida medida.

A presunção de inocência é um princípio jurídico-penal constitucionalmente consagrado no artigo 67.º, n.º 1, no âmbito das garantias processuais. É assim que até o ex-vice-presidente de Angola Manuel Vicente, citado por Rafael Marques no texto introdutório do relatório, é tratado como acusado e não criminoso, e por isso tem direito a defender-se das acusações em Portugal. Ponto!

Agora vejamos as reacções ao relatório. O último caso publicado no site citado – o 20.º – é o de Bad Lilas, um jovem de 23 anos que foi morto pelo Esquadrão da Morte num beco do bairro Kikolo, Cacuaco, à luz do dia e, logo, aos olhos de quem passava pela zona, inclusive de um agente da polícia conhecido na localidade como Chefe Lâmina que, quando o executado com cinco tiros lhe pediu ajuda, respondeu: “Polícia não acode bandidos”.

Um leitor atacou logo o autor do relatório ao chamar Rafael Marques de burro e questionando se “o que eles fazem é bom para lhes acudir”, ou se “estás a gostar da criminalidade que está a se passar cá, em Angola”. A última pergunta carrega também uma mensagem que norteia a nossa abordagem: “Se és tu que andas [a] lhes mandar, melhor parar porque ainda vão morrer mais gatunos, ouviste?”.

É surpreendente a euforia com que se aplaude e incentiva os assassinatos. Outro leitor, comentando o caso 19.º, disse mesmo que “se o SIC deixar de executar os altamente perigosos e a bandidagem subir nos subúrbios a culpa é vossa”, acrescentando: “Parem com este trabalho [de denunciar as execuções sumárias]”. No mesmo caso, eis o seguinte comentário: “Reitero que mereceu-lhes esta acção do SIC, e deve ser sempre assim, devem ser mortos, pelo menos os restantes ganhem juízo com isso. Bom serviço SIC”.

Frases como “bem feito”, “o salário do seu emprego”, “salário do pecado é a morte”, “eles também matam” e “são bandidos”, estão entre as mais usadas nos comentários em sinal de aprovação ao morticínio.

Todos mortos sem direito a defesa. Mortos sem direito à vida. Entretanto, o 18.º caso, do sobrevivente Pedro Avelino Eduardo “Abega”, de 25 anos de idade, que foi baleado no olho esquerdo e no abdómen, não mereceu nenhum comentário. Talvez porque ele, Abega, está vivo e garante que não é criminoso. Era motorista de candongueiro. Agora já não conduz por ter a visão drasticamente reduzida.

“Os homens do SIC apareceram depois com o carro de remoção de corpos. Deram conta que eu era inocente e deixaram-me ali mesmo no chão a gemer, e foram-se embora”, relata Abega no relatório.

Mas Rafael Marques tem consciência deste apoio massivo que a esmagadora e absurdamente pobre população dá ao Esquadrão da Morte: “A política de assassinatos do governo assenta num plano demagógico: ao abater o vizinho supostamente criminoso, num bairro pobre, isso tem impacto no ethos da comunidade, e a população sente que o Estado está a combater o crime. Em contrapartida, quando se mata um inocente, é apenas um mau trabalho (como lamentou o comandante Quintas)”, escreve Marques num dos textos do relatório.

O que se pretende com estas denúncias não é defender criminosos, mas exigir o respeito e cumprimento da Constituição e demais leis quanto ao procedimento criminal a ser adoptado perante suspeitas de cometimento de crimes. Ou seja, levar os suspeitos a tribunal e ser-lhes dada a possibilidade de se defenderem das acusações, e, se ficar provada a culpa, cumprirem as respectivas punições pelos crimes. Assim funciona um Estado de Direito.

Porém, o principal fundamento para todos exigirmos o fim dos assassinatos é o respeito pela vida humana enquanto direito humano. Angola aboliu a pena de morte formalmente em 1992, com a Constituição criada à altura. Mas em Portugal a pena de morte foi abolida há 150 anos, e na comemoração deste um século e meio, celebrado em Julho de 2017, a ministra da Justiça portuguesa, Francisca Van-Dúnem, nascida em Angola, fez questão de enfatizar que, ao condenar alguém à pena de morte e ao executá-lo, estamos perante um assassino assassinado. Ou seja, até mesmo quando a pena de morte é aplicada a um assassino, quem o mata é também um assassino. Neste caso, o Estado passa a ser o assassino.

Assim, apoiar as execuções sumárias a pretexto de que “eles também matam” é sintomático da degradação colectiva da sociedade, e os apoiantes se tornam cúmplices morais dos assassinos. O elevado índice de criminalidade não deve ser a desculpa para agir como justiceiros sanguinários. Pelo contrário, todos devemos exigir firmemente a resolução das causas que fazem com que, em consequência, a criminalidade esteja no nível actual.

Exigir a morte de alguém não nos eleva moral e espiritualmente. Apenas nos coloca ao mesmo nível dos criminosos.

Angola | OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA – REGRESSO APLAUDIDO

O activista e professor universitário angolano, Domingos da Cruz, relançou hoje o Observatório da Imprensa, um projecto criado em 2015 para monitorizar o desempenho da comunicação social do país, interrompido devido à sua prisão no mesmo ano.

Em 2015, Domingos da Cruz (colaborador habitual do Folha 8), que foi detido em Junho daquele ano com outros 16 activistas angolanos e cerca de um ano depois condenados por supostos e nunca provados crimes de actos preparatórios de rebelião e associação de malfeitores, preparava-se para o início de avaliações, através de pesquisas e análises da situação da imprensa em Angola.

Segundo Domingos da Cruz, o Observatório da Imprensa, um site de Internet, guia-se pelos critérios do direito internacional e direitos humanos sobre a democracia, liberdade de expressão e de imprensa, assim como as directrizes da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) sobre uma imprensa livre, independente e ao serviço do desenvolvimento humano.

O projecto é composto essencialmente por uma equipa de voluntários, explicou Domingos da Cruz, e “sem qualquer fonte de financiamento”.

O activista referiu que, sem preocupação com a periodicidade, o projecto pretende realizar análises individuais, e, caso haja algum apoio financeiro, estudos e análises bem mais alargadas, em forma, por exemplo, de relatórios sobre o estado da imprensa angolana.

O Observatório da Imprensa é composto por vários voluntários, em diferentes partes do mundo, nomeadamente da Guiné-Bissau, de Moçambique, Brasil, Alemanha e Itália, maioritariamente docentes universitários nesses países.

De acordo com Domingos da Cruz, que é também professor universitário, essas pessoas vão “ajudar a tornar o projecto de qualidade”, com foco essencialmente nos media nacionais.

“Gostaríamos de fazer relatórios, estudos específicos, para analisar o comportamento da imprensa, como se fosse uma monitorização, ver se efectivamente a imprensa se está a comportar tal como ela deve ser num país normal, mas para isso é preciso que haja financiamento”, disse Domingos da Cruz.

“Não havendo, como é o caso da situação em que o observatório se encontra, deixaremos que os seus membros individualmente ou outras pessoas que queiram participar no projecto façam análises em forma de artigos, por exemplo, mas que sejam artigos de fundo”, acrescentou.

Em Angola, integram o projecto, além de Domingos da Cruz, os professores Nelson Domingos, Fernando Macedo, Muata Sebastião, o padre Pio e o jornalista Sedrick de Carvalho.

Numa análise ao estado actual da imprensa angolana, Domingos da Cruz referiu que Angola continua a ser um país que ainda não responde àquilo que são as exigências democráticas.

“Por isso é que temos que trabalhar muito para que possamos ter um quadro diferente, mas parece haver um certo optimismo, sinto isso, há pessoas hoje que falam sobre a possibilidade de haver um quadro diferente e espero que isso venha a acontecer para o bem de Angola”, disse, frisando, contudo, que o país está “muito longe daquilo que são as exigências, bastando comparar com órgãos de outros países”.

A título de exemplo, referiu que é recomendável que os países tenham jornalistas independentes, que criem órgãos para monitorizar a imprensa e ter um código de ética.

“Para que ela mesma monitorize a sua acção e não entidades externas a fazer, por exemplo, no contexto de Angola, será a ERCA (Entidade Reguladora da Comunicação Social) a monitorizar o comportamento dos jornalistas, isso vai contra as exigências internacionais e porque nós sabemos que a ERCA não será composta pela classe jornalística, mas sim por elementos ligados às instituições do Estado ou dos partidos, tudo isso põe em causa aquilo que são as exigências internacionais para que se possa de facto ter uma imprensa livre”, considerou.

Actualmente, são já parceiros internacionais do Observatório de Imprensa, as organizações norte-americanas “Friends of Angola” e a “National E. Democracy”, a Amnistia Internacional, e a nível local a Associação Construindo Comunidades (ACC), liderada pelo padre Pio.

Folha 8 com Lusa

Portugal | FRONTEIRA LARANJA

Miguel Guedes* | Jornal de Notícias | opinião

A contenção do surto de emigração que sangrou o país durante os anos de governo de Passos Coelho muito deve a uma desgraça que - por felicidade - não cumpriu o seu destino. Portugal conseguiu evitar, à custa da inaptidão de António José Seguro e da teimosia de Passos Coelho, que fôssemos forçados a emigrar para, enquanto portugueses, sobrevivermos a um país que convivesse, em simultâneo, com Cavaco Silva como presidente e com Rui Rio como primeiro-ministro. A convivência siamesa numa casa portuguesa não fez rima. Agora, vivemos no lugar dos afectos e nada se compara ou (con)gemina.

Essa aterradora marca geracional, em tempos condenada a abater-se sobre o país pela coexistência de almas cinza-geminadas nos mais altos cargos de responsabilidade da nação, perdeu-se no prazo de validade política de Cavaco e na geometria eleitoral de Rui Rio que, a regra e esquadro, foi traçando as suas janelas de oportunidade. Fechando-as em copas, Rio diminuiu o trânsito nas fronteiras. Infelizmente, foi apenas uma prova de abstinência. Daí a que o PSD se centrasse no essencial ainda iria uma grande distância, feito não alcançável pela amostragem de identidade comum ou passaporte. Dentro das suas fronteiras, o melhor que o PSD conseguiu apresentar à sucessão de Passos Coelho foi Santana Lopes ou Rui Rio. E isso é revelador.

O momento de vida no PSD esteve bem patente no debate entre os candidatos à liderança. É perturbador como nem Santana nem Rio conseguiram erguer uma só ideia diferenciadora, uma percepção de oposição construtiva ou visão alternativa de governo. Falaram para dentro do partido e projectaram a sua própria imagem. Santana Lopes, reflexo da apropriação do partido pelo liberalismo e pelo arco de poder interno que - se contenção houvesse - não lhe permitiria soletrar PPD sem corar de vergonha. Rui Rio, acto diferido de si mesmo, limitado aos seus limites, projecção exacta de alguém que dispensaria o debate, suspenderia o jornalismo e faria o poder por si próprio. Um, o que vai a jogo sempre que pode, acusado de querer fazer um partido contra o PSD; outro, que nunca quis ir a jogo e que até parece fazer parte de um partido à parte. Ideias para o país, zero. Se o PSD se esgota internamente neste tipo de debate, imagine-se o que terá para entregar a Portugal.

As linhas vermelhas mudaram de cor e são pisadas a laranja. Novas fronteiras. Defender que Santana Lopes ganhou o debate a Rui Rio é o mesmo que dizer que Donald Trump ganhou os debates a Hillary Clinton enquanto lhe fazia bullying e distribuía sevícias. Não, Santana perdeu este debate e expôs crua e publicamente o "seu" PSD. Dizia-se de Trump que seria presidente nem que para isso tivesse de destruir o Partido Republicano. Se melhor não conseguir, eis uma boa tarefa para Rui Rio que a social-democracia agradeceria.

*Músico e jurista

O autor escreve segundo a antiga ortografia

PORTUGAL | "Perdão fiscal a grandes contribuintes. Repete-se com todos os governos"


Catarina Martins, a líder do Bloco de Esquerda, critica o perdão da dívida de 125 milhões de euros da Brisa

A líder do Bloco de Esquerda recorreu à sua página no Facebook para criticar a Autoridade Tributária, que segundo o Jornal de Negócios terá anulado uma inspeção instaurada à Brisa, para pagamento de 125 milhões de euros em IRC, no âmbito da venda da Companhia de Concessões Rodoviárias (CCR), no Brasil.

“Perdão fiscal a grandes contribuintes. Repete-se com todos os governos mas nem por isso deve ser naturalizada. O problema não é só a receita fiscal que se perde, que já não seria pouco. Tratar de forma diferente pequenos e grandes contribuintes mina a credibilidade do sistema fiscal”, escreveu Catarina Martins.

A medida controversa foi tomada em 2016 pela Unidade dos Grandes Contribuintes (UGC). 

A alienação de 16,35% da participação da Brisa na CCR ocorreu em 2010, envolvendo 1,3 mil milhões de euros. Numa inspeção ao processo decretada pela UGC, apurou-se que a venda deveria ser sujeita ao pagamento de impostos em Portugal, uma tese que a Brisa contestou.

Em resposta, no final de 2015, a AT decretou uma liquidação adicional de 125 milhões de euros, que acabou por ser anulada em 2016.

De acordo com o Jornal de Negócios, a decisão foi tomada depois de a UGC receber dois pareceres em sentidos contrários, um apoiando a decisão da inspeção e outro apoiando a pretensão da Brisa que alega ter saldado todos os impostos devidos no Brasil.

Liliana Lopes Monteiro | Notícias ao Minuto | Foto Global Imagens

Portugal | DESINVESTIMENTO NA SAÚDE



Depois de anos de desinvestimento no Sistema Nacional de Saúde, por imposição externa e por se tratar de uma área particularmente apetecível para os negócios, o actual governo socialista, apoiado pelos partidos à sua esquerda, não tem vindo a repor o que foi retirado. O resultado não pode propriamente surpreender: listas de espera que continuam a ser um problema, quer para consultas, quer para intervenções cirúrgicas; serviços de urgência atolados, mais ainda no pico da gripe; displicência no que diz respeito a determinadas áreas da saúde, designadamente na saúde mental; incapacidade de resposta a doenças prolongadas e cuidados paliativos. É também neste contexto que surgem imagens de serviços de urgência repletos de gente em agonia ou até de recepções de hospitais onde são despejados doentes. 

No entanto, e apesar de importância das imagens sobretudo para um debate que já deveria ter acontecido, desenganem-se aqueles que consideram serem estes actos louváveis, sem quaisquer objectivo político, concretamente de quem promove as denúncias. Ainda assim, as imagens não deixam de tocar no essencial: quem entra num hospital corre o risco de deixar a sua dignidade à porta.

O Partido Socialista está por detrás da criação do Sistema Nacional de Saúde, ou seja tem responsabilidade acrescida e o dever moral de zelar pelo SNS e pela dignidade dos utentes. Os partidos à sua esquerda, desde logo por imperativos ideológicos, não podem baixar os braços neste particular.

Existe, porém, questões que são indissociáveis do investimento necessário no SNS: a dívida pública, os juros, as imposições externas, restando saber até que ponto será possível cumprir as imposições externas e repor o investimento no SNS, retirando, claro está, margem de lucro a quem ganha com a degradação dos serviços de saúde pública.

*Ana Alexandra Gonçalves | Triunfo da Razão

PORTUGAL | "Hugo Soares (PSD) não tem nada a dizer. Nem uma ideia. Zero"


A socialista Isabel Moreira criticou a posição do líder parlamentar do PSD e a forma como o partido começou o ano.

Adias das eleições internas do PSD, a deputada Isabel Moreira teceu considerações sobre o “estado” do partido ‘laranja' e a forma como começou a intervenção no debate quinzenal desta terça-feira.

Recordando a entrevista à ministra da Justiça, esta manhã, à rádio TSF, “na qual expressa o que literalmente decorre da Constituição no que toca ao mandato da PGR”, a socialista refere a forma como viu a intervenção social-democrata no primeiro debate do ano.

“O PSD tenta ao longo de toda a intervenção tresloucada de Hugo Soares acusar o Governo do PS de não respeitar a autonomia do Ministério Público. Não dá - não pode - um único exemplo de um momento em que o primeiro-ministro tenha interferido na atuação do MP”, escreveu na sua página de Facebook pessoal.

Mais ainda, Isabel Moreira critica a atuação do líder parlamentar do PSD. “Sobre o país, Hugo Soares não tem nada a dizer. Nem uma ideia. Zero. Assim se inicia o PSD em 2018. Uma continuidade no vazio populista. Com uma novidade: mostrar fotografias (Método encantador de Santana Lopes)”, atirou a socialista.

Notícias ao Minuto | Foto Global Imagens

PORTO | "Reforços? Não quero ninguém que venha só porque tem que vir"


Sérgio Conceição fez, esta quarta-feira, a antevisão do jogo frente ao Moreirense, a contar para a Taça de Portugal.

Esta quinta-feira, o FC Porto defronta o Moreirense, em Moreira de Cónegos, nos quartos de final da Taça de Portugal. Sérgio Conceição fez uma análise à partida e admite que espera um jogo difícil.

O treinador do FC Porto falou ainda sobre o mercado e sobre a forma como gere o plantel.

Jogo com Moreirense: Estamos preparados para as dificuldades. Temos de ser uma equipa pragmática e prevejo um jogo que vai ter muita disputa de bola. O nosso objetivo é passar esta eliminatória e vamos fazer de tudo para que isso aconteça.

Receita para vencer: O que teremos de fazer? É marcar mais um golo que o adversário. Vai ser um jogo difícil como eu já referi. Quanto à competição [Taça de Portugal] é uma prova fantástica e culmina com o dia da final, que é um dia especial. É a verdadeira festa do futebol.

Mercado: O meu presidente já disse e eu também já referi, que se não houvesse lesões nem castigos, este plantel dá-nos garantias. Há possibilidade de fazer ajustes, mas se vier alguém tem de ser alguém que venha acrescentar. Não vem ninguém só por vir.

Esforço: Vamos gerindo, havendo oportunidades para todos. Todos os jogadores sabem que mais tarde ou mais cedo vão ter a sua oportunidade. Tenho toda a gente motivada e preparada e espero que assim continue, isso tem sido uma das nossas forças.

Felipe: Eu não prometo nada. Não prometo que são titulares indiscutíveis. O meu compromisso com os jogadores é trabalhar. O Felipe é fantástico e o que prometo é ajudar os meus jogadores em tudo.

Coutinho: A sua saída? Foi positiva para nós. Mas o Liverpool tem um leque de jogadores muito bons.

Ruben Valente |  Notícias ao Minuto | Foto Global Imagens

PORTO | Mala Voadora estreia em Portugal peça do iraniano Nassim Soleimanpour


A companhia de teatro do Porto Mala Voadora vai colocar em cena, uma vez por mês e sempre com um ator diferente, a peça de teatro "White Rabbit, Red Rabbit", do iraniano Nassim Soleimanpour, a partir de hoje.

As representações começam com João Pedro Vaz, que estreia a obra em Portugal, e o ciclo repete-se em cada dia 10 até ao final do ano, sempre com um ator diferente, com nomes como Maria João Luís, Fernanda Lapa, Tiago Rodrigues, Ana Deus e Gonçalo Waddington, entre outros, no alinhamento, que irá sendo revelado ao longo do ano.

Em 2010, o autor, de 35 anos, estava impedido de sair do Irão por não ter cumprido as obrigações militares impostas, tendo escrito a peça para que esta pudesse ser apresentada em todo o mundo, por oposição à situação imposta ao dramaturgo e ator.

"Um texto que não precisa de cenário, nem de figurinos, nem de um elenco, nem de ensaios. Aliás, não pode ser ensaiado", pode ler-se na apresentação da peça, em estreia nacional.

O texto só é entregue ao ator da noite em questão, quando este já se encontra em frente ao público, o que cria uma "partilha de poder, porque público e intérprete ouvem as instruções exatamente ao mesmo tempo", disse à Lusa Vânia Rodrigues, da Mala Voadora.

Em 2013, Souleimanpour conseguiu ver em palco, pela primeira vez, a peça que escreveu, numa sala de Brisbane, na Austrália, depois de descobrir que um problema médico o isentava do serviço militar.

Apresentado em mais de 20 línguas diferentes, "White Rabbit, Red Rabbit" lançou Soleimanpour como dramaturgo, estando atualmente em digressão por vários países a apresentar "Nassim", obra que surge dos mesmos ideais do primeiro trabalho.

"Adquirimos os direitos exclusivos para a peça, o que interessou bastante à produtora. (...) A lista de atores que já interpretaram a peça é impressionante. Era estranho que Portugal não fizesse parte dessa rota", justificou Vânia Rodrigues, à Lusa.

Além da carga política do texto, que é "impossível não surgir ao público como reflexão, além da liberdade de expressão e condicionamento coletivo", a peça tem ainda uma "carga emocional incrível".

"Tem muito que ver com o sentido da presença dele, de o texto viajar. Ele pede para guardar sempre um lugar vazio para ele, e praticamente sente-se o autor ali. (...) Não há mediador nenhum, e mesmo o intérprete sabe tanto como nós. É aí que o poder começa a ser redistribuído", acrescentou Vânia Rodrigues.

Um outro lado de interesse relaciona-se com a forma como cada ator enfrenta o mesmo texto, além da plateia em si, partindo do mesmo pressuposto, mas com "abordagens subjetivas a partir de algo aparentemente objetivo, as instruções".

A peça inaugura "uma nova fase de programação da Mala Voadora", no próprio espaço. "Vamos procurar que os projetos que vamos apresentar no espaço da rua do Almada dialoguem com os espetáculos que estamos a conceber nesse ano", referiu.

Notícias ao Minuto | Foto Stock

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