quinta-feira, 22 de setembro de 2011

POVO IMBECILIZADO E RESIGNADO PARA SEMPRE?




ORLANDO CASTRO*, jornalista – ALTO HAMA

Um dia a casa vai abaixo. E quando isso acontecer, talvez Portugal possa orgulhar-se de ter dado novos mundos ao mundo.

O ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, afirmou hoje que nos últimos dois meses Portugal fugiu da Grécia e aproxima-se de outros países tendo defendido que a esperança deve vencer o medo da derrota.

Deve ser verdade. É claro que não só fugiu da Grécia como, inclusive, está a fugir dos próprios portugueses. Está, concordo, a aproximar-se de outros países, nomeadamente dos mais desenvolvidos do norte de… África.

"A esperança vai vencer o medo e ela deve ser a principal motivação para sair daquele que é um caminho apertado", disse Miguel Relvas no Sardoal, tendo afirmado que "ainda há dois meses" Portugal estava empatado com a Grécia e foi capaz de se afastar.

Esperança? Onde? Estará o ministro a referir-se aos 800 mil desempregados, aos 20% que (ainda) vivem sem comer e aos outros 20% que (ainda) vivem com o espectro da fome a bater à porta?

Sempre que o Governo, seja por intermédio de quem for, abre a boca ou saem novos impostos ou atestados de menoridade aos portugueses. A procissão ainda vai no adro, mas é já possível dizer que se o primeiro-ministro transformou José Sócrates num ingénuo pilha-galinhas, Miguel Relvas revela-se uma reedição (para pior, para muito pior) de Augusto Santos Silva.

Como se já não bastasse entrar descarada e criminosamente  nos  bolsos dos portugueses, o Governo resolve todos os dias (à noite eles não se apercebem porque, embora de barriga vazia, vão dormir) pô-los  de pernas para o ar, numa voraz sofreguidão  para ver se não há nenhum cêntimo escondido nas dobras das calças rotas.

Se eles, Passos Coelho e companhia, entendem que devem roubar aos milhões que têm pouco, ou nada, para dar aos poucos que têm milhões, os portugueses têm de sair à rua e usar o seu legítimo direito à indignação, mesmo que para isso seja necessário pagar na mesma moeda do Governo: olho por olho, dente por dente.

Vão acabar cegos e desdentados? Talvez. Mas para quem só vê os outros a comer tudo e a não deixar nada, pouco diferença fará ter olhos e dentes…

Para além de tudo (impostos e mais impostos, desemprego e mais desemprego, miséria e mais miséria) o governo de Passos Coelho está a tratar os cidadãos como uma casta menor, intelectualmente estúpida.

O líder do governo disse na campanha eleitoral, importa não esquecer e recordar sempre,  que não aumentaria a carga fiscal. Mudam-se os tempos, mudam-se as exigências, mantêm-se os burros de carga. Tão burros, segundo o Governo, que vão agora pagar tudo o que os super-cérebros do PSD entendam como necessário para que os amigos, os assessores, os amigos dos amigos, continuem a chular o país à grande.

Ao passar, entre outros exemplos, o IVA da electricidade dos 6% para os 23%, mantendo os bilhetes de futebol nos 6%, o que estará a pedir esta corja de oportunistas?

Justificar, como o fez na sua habitual “câmara lenta” o ministro das Finanças, que "a esmagadora maioria dos países da União Europeia paga a electricidade à taxa máxima de IVA", é também uma forma de dizer aos consumidores que são uma cambada de matumbos.

Tão matumbos  que, pensará o super-ministro, nem sabem que o seu nível de vida é dos mais fracos dessa mesma Europa.

Por enquanto, mesmo tendo de aprender a viver sem comer, os portugueses continuam a ser “um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora,  aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice”.

Os portugueses, ao que parece, “já nem com as orelhas são capazes de sacudir as moscas” porque são “um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta”.

Os portugueses continuam a aceitar “uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não discriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira à falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro”.

Os portugueses continuar a aceitar  “um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País”.

Mas, creio eu, tantas vezes hão-de ir aos pratos vazios que um dia destes vão fazer a casa ir abaixo. E quando isso acontecer, talvez Portugal possa orgulhar-se de ter dado novos mundos ao mundo.

*Orlando Castro, jornalista angolano-português - O poder das ideias acima das ideias de poder, porque não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado.

Ler também:

Portugal - Madeira: JARDIM ADMITE QUE DÍVIDA DEVE RONDAR CINCO MIL MILHÕES




No dia em que Moody’s baixa rating da Madeira

PÚBLICO

O líder do PSD-Madeira, Alberto João Jardim, admitiu hoje que a dívida da região deverá situar-se nos cinco mil milhões de euros, um montante idêntico ao passivo do Metro do Porto.

Numa entrevista à RTP-Madeira, o cabeça de lista do PSD às eleições legislativas de 9 de Outubro anunciou que o secretário regional do Plano e Finanças vai apresentar nos próximos dias “isso tudo, onde o dinheiro foi gasto”.

As declarações surgem no dia em que a agência de notação financeira Moody’s baixou a nota de longo prazo da Madeira, do nível B1 para o nível B3, devido aos problemas na gestão do governo e à “fraca execução orçamental”.

Em comunicado, a Moody’s refere ainda que mantém as perspectivas de um novo corte.

Jardim admitiu ainda estar disponível, num cenário hipotético de perder a maioria nas eleições, para uma coligação com o CDS na região.

“O CDS seria o parceiro ideal até para ficarmos conjugados, mas está a pôr aqui uma conjuntura que não me passa pela cabeça”, disse.

Acrescentou que “se fosse preciso fazer coligação, o CDS facilitava até a vida da Madeira, até porque havia uma comunhão mais forte de interesses e deixava de haver estas histórias de o senhor Portas lá ser aliado do PSD e aqui ser adversário do Alberto João”.

Mais uma vez, rejeitou que tenha ocultado dados sobre a situação da Madeira às entidades competentes e salientou “compreender” a opção do primeiro-ministro de não vir à Madeira fazer campanha eleitoral.

Australia: PM DELIVERS MORE FAILURE


Illustration by Eric Lobbecke. Source: The Australian

Graham Richardson - The Australian

THIS, Julia Gillard said, would be the year of delivery. The only item delivered this week was yet another failure, another botched attempt to fix the asylum-seeker problem.

The political management of this issue has been appalling. Just look at the recent history: first came the announcement during the election campaign last year that offshore processing would take place in East Timor. As usual, no homework had been done, and within 24 hours senior politicians in East Timor were saying it would not happen. Within two days it was stone dead.

Most of us were prepared to forgive a new Prime Minister thrust into an election campaign this one mistake. Unfortunately, it took months before the government was prepared to officially drop the pretence that ongoing negotiations with the East Timorese might prove fruitful.

Eventually came the announcement of the Malaysia Solution. Once again it was an announcement made to convince the voters that something was being done. Once again the homework hadn't been done.

It took 10 long weeks to finalise an agreement with Malaysia.

That agreement never looked too flash anyway. Unaccompanied minors would be sent to their fate: a parlous life in a country that didn't want them, that had a woeful reputation in the region for treating them poorly and that would refuse to guarantee them any rights at all. This was supposed to be the brilliant strategy to destroy the people-smugglers' business model.

Apparently no one thought about the High Court at the time. That changed when the High Court threw out the Malaysia Solution comprehensively. If you thought that might bring out a change in government thinking, you were wrong. No, the government decided to introduce legislation to get around the High Court ruling.

After an extraordinary attack on the Chief Justice, the Prime Minister ordered this legislation prepared when she must have known that she would need the support of the opposition to get it through the parliament. This was just plain dumb.

When Morris Iemma couldn't get legislation to privatise electricity through the NSW parliament, he wrote to then opposition leader Barry O'Farrell and asked him to help. It is the job of opposition leaders to bring down governments, not to save them from themselves.

It was just so easy for O'Farrell to decline the request on pretty safe grounds: you are an incompetent lot who stuff up everything you touch so I won't help you stuff this one up. I'll wait until the next election, which I will inevitably win, and fix this up myself.

Forget about what is in the national interest as far as the Prime Minister and the government are concerned. This is all about Tony Abbott's political interest. He was never going to say yes. Even to think of the Prime Minister meeting him to ask for help and quickly be told where to shove it is truly sickening. Abbott, of course, will always be able to claim piously that giving incompetent governments blank cheques to deal with countries that haven't signed the relevant international treaties, was wrong in principle anyway.

And that is what really burns me up. How is it possible that Labor could get to a point where it was out-rednecking the Coalition on refugees? Where is this great party of principle? Does any true believer think Gough Whitlam, Bob Hawke or Paul Keating would have signed up to this? The only win Labor has had in the past 12 months is in this mad race to the bottom on asylum-seekers.

No wonder the Greens are pinching votes from Labor. For all their faults, and God knows there are plenty of those, at least they have some principles on this issue.

Now Labor brings in legislation that nobody wants into a parliament certain to reject it. This is a form of masochism: it is almost as if the government wants to keep feeling the pain of failure. This is a drawn-out execution of a misguided policy Labor should never have endorsed.

All of this happens in the week that Newspoll comes out and says Labor's primary vote is down to 26 per cent. I can't think of a better way to push this pathetic record low even lower.

Leadership speculation is inevitable in this climate of confusion and desperation. Kevin Rudd is the name on every journalist's lips and the lips of many voters, if the polls are to be believed. The big question is will the caucus be so panicked that it would swallow its pride and bring him back.

Rudd, of course, is doing nothing to dampen down this speculation and no doubt he will be emboldened by that stupid leak to The Daily Telegraph. If the Prime Minister or her office had workshopped for a month to find the most ham-fisted, clumsy way to leak a damaging story on Rudd's largesse on his overseas trips, they couldn't have been silly enough to come up with this. This one had the PM's fingerprints all over it.

While wholesale panic has not yet set in, there is movement at the station on the leadership question. Rudd always had some supporters and the prospect of losing 40 seats has seen that support base grow from about 10 to somewhere in the early 20s. None of the caucus big guns have jumped on board yet and I doubt they will.

The intractable problem of the three independents who keep Labor in power has not diminished. There is no sign yet that they are prepared to countenance a leadership change. The problem is that this latest mega-failure on refugees has extinguished all hope in the caucus that their poll numbers may recover in time for the next election.

This is a dilemma as awful as it is unprecedented. With no logical candidate, no agreement for change with the independents, there is a sense of hopelessness settling over the entire caucus. There is a view that like good little lemmings they have no choice but to follow Gillard over the cliff.

The revolution may not have started yet but the above-mentioned prospect means you cannot rule it out.

EAST TIMOR DISMISSES ELECTION FEARS


Poll worries: East Timor President Jose has dismissed fears the country will see a return of turmoil and violence ahead of elections next year. Picture: AFP Source: AFP
COURRIER MAIL - AFP

EAST Timor's President has dismissed fears the country will see a return of violence ahead of elections next year.

President Jose Ramos-Horta, 61, who has held his post since 2007, also said yesterday that he was "reluctant" to seek a second term and was considering stepping aside.

Oil-rich East Timor won formal independence in 2002, three years after a UN-backed referendum that saw an overwhelming vote to break away from Indonesia, whose 24-year occupation cost an estimated 200,000 lives.

Formally known as Timor-Leste, the country has been largely peaceful since 2006, when rioting and factional fighting brought it to the brink of civil war.

But fears have been raised that East Timor's fragile stability will be tested in the coming months ahead of presidential and parliamentary elections which are due by mid-2012.

"We are not going back to the violence of the past," said Mr Ramos-Horta, who was jointly awarded the Nobel Peace Prize in 1996 for his role in fighting for the country's independence as its exiled spokesman for 24 years.

"I know the pulse of the people, the mood the political leadership. People are much happier today...they are much more hopeful and optimistic.

"I have met with all the political leaders in the recent past, everybody is committed to clean, fair elections and will accept the results peacefully."

Some foreign businessmen are already talking quietly about quitting the country during the election build-up, amid widely held fears of turmoil, with land disputes, corruption, rivalries and resentments simmering.

The local police are "very capable" of handling any unrest, Mr Ramos-Horta said after speaking at a forum organised by brokerage CLSA in Hong Kong, where he sought to inspire investor confidence on East Timor's economy.

There are still around 1,200 UN police in East Timor, in addition to about 500 Australian-led troops under a separate security mandate, and analysts say the local police are incapable of dealing with even minor situations.

Mr Ramos-Horta, the second post-independence president after Xanana Gusmao - the current prime minister - also said he is not keen to seek re-election next year, although he was quick to add he was still "weighing every aspect".

"I am extremely reluctant to seek a second term," said Mr Ramos-Horta, who lost four siblings during the Indonesian occupation and survived a 2008 assassination attempt.

"Even if I am certain that I will be re-elected - most (recent) indicators say I will be easily re-elected - but I believe it is good for the maturity of our democracy that someone like me can consider stepping aside."

He ruled out running for UN secretary-general after retirement when, he joked, he wanted to become a priest.

Mr Ramos-Horta also said the government has no plans to reopen talks with Australia on it's proposal to set up a refugee processing centre in his country. Canberra is currently trying to salvage a refugee swap deal with Malaysia.

According to US cables released by WikiLeaks and reported by Australian media yesterday, American diplomats felt Mr Ramos-Horta believed himself to be "above local politics" and had let his Nobel peace prize "go to his head". His office did not immediately respond to requests for comment.

East Timor applied to join the Association of Southeast Asian Nations (ASEAN) in March with the aim of being accepted as a full member by 2013. It assured its neighbours it would not be a "burden or nuisance".

The president said the impoverished nation, which is battling high unemployment despite double-digit economic growth, was politically and economically "more than ready" to be part of the 10-member grouping.

The bid has received backing from Indonesia, the current ASEAN chair, but some members have voiced concerns over East Timor's economy, fearing it could hamper ASEAN's goal of creating a single free-market community by 2015.

Ramos-Horta hints at thawing relations with Woodside as the new boss impresses


East Timor President Jose Ramos-Horta. Picture: Lirio Fonseca Source: The Australian

Paul Garvey - The Australian

EAST Timorese President Jose Ramos-Horta has hinted at thawing relations with Australian oil and gas company Woodside Petroleum, whose new chief executive Peter Coleman left a "positive" impression after his first visit to the fledgling nation.

East Timor has been at loggerheads with Woodside and its joint-venture partners in the Greater Sunrise gas project, which sits between Australia and East Timor, over the partners' plans to develop the resource via a new $US12 billion) floating liquefied natural gas (FLNG) plant.

The East Timorese government wants the partners to process the gas through a proposed onshore LNG plant in East Timor, an option that Woodside and its partners have dismissed as too expensive.

Speaking to reporters after his address to the CLSA Investors Forum in Hong Kong yesterday, Dr Ramos-Horta said negotiations between his country and Woodside remained deadlocked.

But Mr Coleman, who replaced Don Voelte earlier this year, had impressed East Timorese authorities during his first visit to the nation, he said.

"He met with everybody and the impression was very positive," Dr Ramos-Horta, who was travelling at the time of Mr Coleman's visit, said. "He is a man that people can engage with in frank, open discussion. There's no arrogance or dogma. But we have not made any progress in terms of the dispute; the difference of opinion between us and the consortium (remains), and on our side we're extremely worried about the risks of FLNG and the cost."

Although the majority of the Greater Sunrise gas field sits in Australian waters, a portion falls within the Joint Petroleum Development Area signed by the Australian and East Timorese government. East Timor has previously declared it will refuse to approve any development that does not include onshore processing in East Timor.

Woodside and its partners in the project, Royal Dutch Shell and ConocoPhillips, selected the new FLNG option for Greater Sunrise over alternative plans involving processing at Darwin and East Timor after studies found it to be the most commercial option.

A deep ocean trench between the field and East Timor adds significantly to the cost of building an East Timor-based project, with Woodside and its partners previously estimating that option to cost about $US18bn.

Dr Ramos-Horta said East Timor's studies suggested the onshore processing option would only cost $US1bn, and would have much less technical risk than the unproven FLNG technology.

He said East Timor's economic development would continue even if Greater Sunrise's development continued to stall.

The plan, which outlined a series of infrastructure projects starting with the $600 million rollout of diesel-powered electricity across the country already under way, could be fully funded out of the country's existing petroleum revenues, he said.

Dr Ramos-Horta played down the significance of China's growing role in the development of East Timor, stressing that Australia remained the biggest foreign influence in the country.

A Chinese firm is carrying out the installation of the country's electrification, while Dr Ramos-Horta said the country's foreign ministry, presidential office and ministry of defence had all been built by the Chinese.

But he said Chinese investment was far greater in Australia.

"The Chinese are buying everything in Australia," he said.

"There's always some Australian academics who see China's growing influence in Timor Leste (negatively). Sometimes we think they are a bit jealous, that they want all the Chinese investment to go to Australia and not elsewhere."

He said the Chinese had been particularly wary about the possibility of offending Australia and the US when considering investments in East Timor.

"We want more Chinese presence in terms of investment," he said.

"We don't see any problems whatsoever. The Chinese are extremely careful and cautious. They are aware of this talk about the growing Chinese influence in Timor Leste, and they tell us they don't want to upset Australia or the US."

Meanwhile, Dr Ramos-Horta said the country had recently adjusted its laws to allow it to invest a greater portion of its petroleum revenues outside US Treasury bonds.

PALESTINOS SE MOSTRAM IRREDUTÍVEIS NO PEDIDO DE ADESÃO À ONU





Obama não consegue dissuadir Mahmoud Abbas de entrar com o pedido de admissão da Palestina como membro pleno das Nações Unidas. Israel elogia oposição dos EUA.

Um confronto direto entre israelense e os palestinos diante da comunidade internacional parece cada vez mais inevitável. Na madrugada desta quinta-feira (22/09), o presidente norte-americano, Barack Obama, não conseguiu dissuadir o presidente palestino, Mahmoud Abbas, de desistir da ideia de entrar com o pedido de admissão da Palestina como 194° Estado-membro das Nações Unidas nesta sexta-feira.

Na tentativa de evitar um confronto aberto nas Nações Unidas, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, também propôs uma solução intermediária, que previa não aceitar, a princípio, o Estado palestino como membro pleno da ONU, mas elevar o seu status no organismo.

No entanto, sem se deixar impressionar pelas ameaças e promessas, o presidente palestino afirmou que vai apresentar, como já anunciado, o requerimento de admissão da Palestina como membro efetivo.

Nesta quinta-feira, os palestinos reagiram de forma furiosa ao discurso do presidente norte-americano na abertura da Assembleia Geral da ONU, queimando um retrato de Obama em Ramallah. Israel, por outro lado, elogiou o discurso de Obama, no qual ele recusou a ideia de um Estado palestino sem que haja negociações prévias com Israel.

Pedido de admissão

Obama deixou claro no encontro que teve com Abbas, após o seu discurso na quarta-feira, que os Estados Unidos iriam levar o pedido de admissão palestino para o Conselho de Segurança. "Caso necessário, vamos declarar nosso veto", disse um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos após o encontro entre Obama e Abbas.

Também do lado palestino não houve mudança de posicionamento durante a reunião. "Abbas foi muito claro sobre suas pretensões", afirmou o conselheiro adjunto de segurança nacional dos EUA, Ben Rhodes.

Abbas pretende entregar o pedido de admissão ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, para que este o encaminhe para o Conselho de Segurança. No entanto, mesmo após a entrega do pedido de admissão, não se espera que ele seja votado num futuro breve. Segundo diplomatas, podem passar semanas, ou mesmo meses, até que o pedido seja examinado no Conselho de Segurança.

Para que o pedido seja aprovado, pelo menos nove dos 15 membros do Conselho têm que votar a favor do requerimento, além disso nenhuma das potências com poder de veto pode votar contra, o que os Estados Unidos já anunciaram que vão fazer.

Até agora, somente cinco dos 15 países-membros do Conselho de Segurança se posicionaram claramente a favor do pedido de admissão palestino, a maioria dos Estados ainda continua indecisa.

Solução intermediária

Caso o requerimento não seja aprovado, os palestinos deverão tentar alcançar um status mais elevado de observador como Estado não membro. Esse, no entanto, não se equipara a uma adesão plena. Na Assembleia Geral da ONU, nenhum país tem poder de veto. Além disso, os palestinos devem dispor ali de uma grande maioria a seu favor.

Enquanto isso, aumentam as evidências de uma nova iniciativa do chamado Quarteto do Oriente Médio, ao qual pertencem os EUA, a Rússia, as Nações Unidas e a União Europeia. Durante seu discurso no plenário da ONU, o presidente Sarkozy divulgou, aparentemente, alguns detalhes desse novo plano.

Sarkozy se pronunciou a favor de uma elevação do status de observador dos palestinos, classificando esse caminho como uma solução intermediária para que se ganhe mais tempo para um "tratado definitivo" de paz entre israelenses e palestinos.

Pré-condições

Segundo a iniciativa do Quarteto do Oriente Médio, as negociações de paz, que estão paradas há um ano, deverão se retomadas dentro de um mês. O plano ambicioso prevê que, num espaço de tempo de seis meses, israelenses e palestinos entrem em acordo sobre suas fronteiras e, dentro de um ano, sobre um novo acordo de paz.

As perspectivas que tal plano tenha sucesso são bem pouco claras. Por um lado, os próprios membros do Quarteto ainda não estão coesos. Pelo outro, até agora Israel rejeitou todas as pré-condições do acordo. E os palestinos exigem, entre outros, um congelamento dos assentamentos palestinos na Cisjordânia e Jerusalém Oriental, antes que voltem às negociações.

CA/rtr/dpa/afp - Revisão: Alexandre Schossler

Dilma na ONU: UM DISCURSO, VÁRIOS TEMAS E MUITAS CONTRADIÇÕES




DIÁRIO LIBERDADE

PSTU - Em Nova Iorque, presidente pinta um Brasil imaginário para exportação e defende ocupação militar do Haiti

Cercado por muita expectativa, a presidente Dilma Rousseff abriu nesse dia 21 de setembro a 66ª reunião da Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque. Apesar de o representante do Brasil abrir todas as reuniões das Nações Unidas desde 1947, o discurso adquiriu contornos históricos por ser a primeira mulher a abrir uma reunião da entidade.

Ciente disso, Dilma permeou todo o discurso pela questão de gênero. "É com humildade pessoal, mas com justificado orgulho de mulher, que vivo este momento histórico" enfatizou logo no início, como forma de melhor legitimar o que diria a seguir. Em sua fala, a presidente tratou de temas como a crise econômica, a necessidade de uma 'reforma' na estrutura da ONU, as revoluções árabes e a questão palestina.

O ineditismo de uma mulher abrindo a assembleia geral e a defesa da criação de um Estado Palestino ganharam destaque na imprensa. O tom supostamente crítico em relação aos EUA e aos países desenvolvidos, por sua vez, ajudaram a atrair a simpatia de muitos setores críticos em relação ao seu próprio governo. Internautas chegaram a criar a 'tag' (expressão) #Dilmaday (Dia da Dilma) no twitter. Num aspecto geral, a imagem que se difunde é a do país emergente que desponta no cenário externo e manda seu recado em pé de igualdade aos poderosos do globo.

No mundo real, porém, a coisa é bem diferente. Entre omissões, distorções e meias verdades, o discurso de Dilma não trouxe nenhuma novidade, apesar do simbolismo de sua própria presença naquele palanque.

Crise econômica e um Brasil para exportação

Dilma reforça o caráter preocupante da crise econômica internacional, que "se não debelada, pode se transformar em uma grave ruptura política e social" . Para ela, mais do que apontar os culpados pela crise, é necessário encontrar soluções. E quais seriam? Recursos aos países desenvolvidos não seria problema, afirma Dilma, que dá uma ideia de quais seriam: "uma parte do mundo não encontrou ainda o equilíbrio entre ajustes fiscais apropriados e estímulos fiscais corretos e precisos para a demanda e o crescimento".

Logo a seguir, a presidente afirma que o Brasil, "um país emergente, um país que vive praticamente um ambiente de pleno emprego" teria muito a contribuir, junto com os países ricos, na resolução dessa crise. Ao lado do binômio 'ajuste fiscal' e 'ajuda aos bancos e empresas', Dilma defende a ação coordenada dos países, a fim de evitar a guerra cambial e o avanço do protecionismo. Também defende a regulação do sistema financeiro. Até aí nenhuma novidade no estoque dos discursos pós-setembro de 2008 que marcaram as sucessivas reuniões do G5 e do G20.

Dilma oferece então o Brasil como modelo aos demais países, construindo a imagem de um país para exportação que pouco tem a ver com a realidade. "Com sacrifício, mas com discernimento, mantemos os gastos do governo sob rigoroso controle, a ponto de gerar vultoso superávit nas contas públicas – sem que isso comprometa o êxito das políticas sociais, nem nosso ritmo de investimento e de crescimento", diz, em parte do discurso.

No mundo real, o governo Dilma cortou já R$ 60 bilhões do Orçamento, o maior corte já realizado na história. Parte disso, mantém a precarização dos serviços públicos, cancelou os concursos agendados para este ano, nega-se a reajustar os salários dos servidores, interrompeu em 2010 os já tímidos reajustes no salário mínimo e para 2012 já avisou que oito milhões de aposentados não terão aumento. Já o crescimento econômico teve uma freada brusca no segundo trimestre e poucos acreditam na meta de 4,5% do governo para o ano.

A presidente ainda afirma que "estamos tomando precauções adicionais para reforçar nossa capacidade de resistência à crise, fortalecendo nosso mercado interno com políticas de distribuição de renda e inovação tecnológica". Se tem alguém que está experimentando uma forte distribuição de renda, além dos bancos, são os empresários e grandes indústrias, agraciados com isenção bilionária de impostos sem qualquer contrapartida. Aos trabalhadores e à grande maioria da população, resta o endividamento e os altos juros cobrados pelos bancos.

Haiti, Palestina e revoltas árabes

Apesar de a imprensa não ter destacado, Dilma defendeu a posição do Brasil de líder da missão da ONU de "estabilização" do Haiti, a Minustah. Num momento em que chovem denúncias de abusos por parte das tropas de ocupação, e um vídeo em que um garoto haitiano é estuprado por soldados uruguaios corre o mundo, a presidente diz que o Brasil "tem o orgulho de cooperar para a consolidação da democracia naquele país".

"Na liderança da Minustah, temos promovido, desde 2004, no Haiti, projetos humanitários, que integram segurança e desenvolvimento", discursou, colocando um tom triunfalista em um dos mais tristes e vergonhosos capítulos da política externa brasileira. Apesar do discurso oficial, fica cada vez mais evidente o verdadeiro caráter estritamente repressivo das tropas da ONU comandadas pelo Brasil.

Sobre a 'Primavera Árabe', Dilma foi enfática: "Repudiamos com veemência as repressões brutais que vitimam populações civis" . Só não explicou, claro, a razão da condescendência com que o Brasil trata a ditadura síria de Bashar Al Assad, que empreende uma violenta repressão contra seus opositores.

Apesar de a presidente ter defendido o Estado Palestino e sua representação na ONU, não criticou Israel e sua política de extermínio da população palestina. Tampouco mencionou a a adesão do Brasil ao Tratado de Livre Comércio Israel para cooperação militar, que garante intercâmbio de tecnologia militar entre os dois países e um convênio entre o Exército brasileiro e uma das principais indústrias militares de Israel, a Elbit Systems.

Opressões

"Certo, o governo tem alguns problemas, mas Dilma representa um avanço no combate às opressões", poderia questionar alguém. Seria mesmo assim? Infelizmente, essa visão parece ser um tanto ingênua (em alguns casos, não tão ingênua). Basta lembrar que, na disputa eleitoral com Serra, Dilma se prontificou a não descriminalizar o aborto, bandeira histórica dos movimentos feministas.

A política econômica implementada por seu governo, além disso, atinge principalmente as mulheres, que recebem os menores salários, são mais prejudicadas pelo desemprego, a miséria, déficit habitacional, entre outras mazelas sociais que infestam o país, mas que passaram ao largo no discurso da ONU. As "mulheres anônimas, aquelas que passam fome e não podem dar de comer aos seus filhos" que Dilma afirmou estar representando naquele palanque são as mais afetadas pela política levada a cabo por seu governo.

Por fim, Dilma lembrou sua condição de ex-presa política torturada a fim de mostrar seu apreço por valores como democracia, justiça, direitos humanos e liberdade. Não disse, porém, que seu governo mantém os arquivos da ditadura em segredo, e trabalha por uma "comissão da verdade" sem condições de investigar os crimes do período.

O discurso de Dilma foi bonito. Seria melhor, porém, que fosse embasado na realidade, para que o entusiasmo de tanta gente, em especial a de mulheres trabalhadoras, não fosse em vão.

AFINAL, O QUE QUER A IMPRENSA?




MAIR PENA NETO - DIRETO DA REDAÇÃO

A maioria dos grandes meios de comunicação da América Latina está em conflito aberto com os presidentes eleitos de muitos países, trazendo à tona o debate sobre deveres, limites e responsabilidades da informação. Em nome de uma suposta liberdade de imprensa, os meios rejeitam qualquer tipo de regulamentação, sempre acusada de censura, e afirmam que já existem os canais de controle da sociedade sobre possíveis erros ou excessos cometidos pelos jornais, revistas e emissoras de rádio e televisão.

Um destes caminhos seria a Justiça comum. Um cidadão, político, artista, jogador de futebol ou o que seja, teria a lei a seu lado para exigir reparações no caso de se sentir ofendido ou injustiçado. A situação não é tão simples assim, já que os danos que uma matéria mal apurada ou mal intencionada podem causar são, muitas vezes, irreparáveis. Ter o seu nome estampado nas páginas como ladrão, corrupto ou assassino é uma mancha difícil de apagar, mesmo que a Justiça venha a estabelecer alguma reparação, geralmente de caráter pecuniário. Os meios de comunicação não costumam se desculpar por seus erros e o que se resolve nos tribunais não merece grande espaço nos noticiários.

O recurso à Justiça foi a opção tomada pelo presidente do Equador, Rafael Correa, contra um artigo do jornalista Emilio Palacio, no jornal El Universo, no qual afirmava que o dirigente máximo do país teria ordenado "fogo à vontade contra um hospital cheio de civis e inocentes" durante a rebelião policial de setembro de 2010, quando o próprio Correa foi mantido por 12 horas como refém no mesmo hospital, cercado pelos revoltosos.

De vítima do que foi considerado tentativa de golpe de Estado e que valeu a Correa a solidariedade de vários presidentes latino-americanos e até de líderes conservadores mundiais, como o francês Nicolas Sarkozy, o presidente do Equador passou a "assassino de lesa humanidade", que, de acordo com o articulista do El Universo, poderia vir a ser processado por futuros presidentes.

Correa entrou com processo contra o jornal em março deste ano e, em julho, decisão de primeira instância condenou três diretores do jornal e o jornalista Emilio Palacio a três anos de prisão e multa de US$ 40 milhões por injúria. As duas partes recorreram. Os advogados de Correa consideraram a quantia insuficiente, pois o dano causado seria irreparável, já que o editorial ficaria nos anais da história, nas bibliotecas do país e do mundo e permanentemente na internet. Os advogados do jornal pediram nulidade do processo, considerando decisão incompleta por fixar multa mas não a responsabilidade penal da empresa.

Decisão de segunda instância, nesta semana, confirmou a condenação e o caso vai agora à Corte Nacional de Justiça. "Tudo isso foi muito duro mas necessário", afirmou Correa após a decisão. Seus advogados já tinham afirmado após a primeira decisão que pela primeira vez na história do país tinha sido eliminado o "direito ao insulto" e que qualquer cidadão seria capaz de exigir que sua honra fosse restaurada.

A história poderia ter sido diferente se o jornal tivesse provas de que Correa mandara abrir fogo contra o hospital, o que normalmente se exige do bom jornalismo. Depois, poderia ter sido mais responsável e evitado a publicação do texto diante da gravidade das acusações e da falta de sustentação do que era afirmado. Nada disso foi feito. Os gestores do jornal se eximiram da responsabilidade sobre o artigo e propuseram uma retificação escrita pelo próprio presidente, que a recusou, considerando a proposta um insulto à inteligência.

A decisão judicial pode levar ao fechamento do jornal, com muitos prejuízos envolvidos. Correa anunciou que não pretende ficar com um tostão do dinheiro a ser pago e cogita utilizá-lo para garantir o emprego dos jornalistas que lá trabalham. O radicalismo da situação reflete bem o que acontece em boa parte da América do Sul. A grande imprensa tem ou teve problemas com Correa, com Lula, com Evo e com Chavez, desde que se candidataram à presidência de seus respectivos países.

Os dirigentes da grande mídia costumam atribuir os conflitos a um caráter ditatorial dos presidentes legitimamente eleitos, mas parece muito mais que não aceitam a ascensão ao poder de líderes populares, que buscam acabar com privilégios e reduzir as desigualdades e a pobreza no continente.

* Jornalista carioca. Trabalhou em O Globo, Jornal do Brasil, Agência Estado e Agência Reuters. No JB foi editor de política e repórter especial de economia

ONU: Presidente Dilma diz que emergentes não podem ser o motor da economia mundial




OJE - LUSA

A presidente brasileira, Dilma Rousseff, criticou hoje a guerra cambial e afirmou que os países emergentes "não podem assumir sozinhos o papel de locomotiva global", num artigo publicado hoje na versão online do jornal Financial Times. 

Segundo Dilma Roussef, o grande desafio para os próximos anos é combater o problema da dívida soberana e dos desequilíbrios fiscais sem impedir o crescimento. "Apenas o crescimento económico, baseado na distribuição de renda e na inclusão social, pode gerar recursos para pagar a dívida pública e reduzir os défices", afirmou a presidente.

A presidente brasileira sublinhou que os países desenvolvidos têm recorrido à desvalorização das suas moedas para tentar retomar o crescimento, em vez de adoptarem "um mix mais equilibrado de estímulo monetário e fiscal".

"Essa onda unilateral de desvalorizações competitivas cria um ciclo vicioso que leva ao proteccionismo comercial e cambial. Isso tem efeitos devastadores para todos, mas especialmente para os países em desenvolvimento", alertou a líder brasileira.

Dilma Rousseff aponta que o grande fluxo de capital especulativo e a rápida valorização das moedas obrigam países em desenvolvimento com regime de câmbio flutuante, como o Brasil, a adoptarem medidas prudenciais para proteger as suas economias e as suas moedas nacionais.

"Economias emergentes estão a apoiar o ritmo de crescimento, mas não podem assumir sozinhas o papel de locomotiva global", reforçou.

A responsável brasileira apontou a necessidade de combate ao proteccionismo e a todas as formas de manipulação cambial, que dão "competitividade espúria à custa dos parceiros comerciais".

Dilma defendeu mais regulamentação do sistema financeiro, para evitar novas crises, além de coordenação macroeconómica e coesão política para superar a recessão actual.

A presidente afirmou que "o G-20 pode oferecer uma resposta coordenada" e permitir que todas as grandes economias ajustem as suas políticas fiscais, monetárias e cambiais "sem medo de agirem de forma isolada".

Angola: MPLA divide marcha de dia 24 devido a decreto do governo provincial de Luanda




NME - LUSA

Luanda, 22 set (Lusa) -- A "grande marcha popular" do MPLA, marcada para este sábado, de apoio ao Presidente da República, José Eduardo dos Santos, ficou dividida por oito municípios, depois da circular do Governo Provincial de Luanda (GPL).

A marcha, inicialmente marcada para a avenida Deolinda Rodrigues e que terminaria no Largo da Independência, anunciada na passada quinta-feira, teve de ser alterada, segundo o primeiro secretário provincial de Luanda do MPLA, Bento Bento, para não "incumprir ou colidir" com a decisão do GPL.

Em conferência de imprensa, o primeiro secretário do MPLA, Bento Bento, disse que as marchas de apoio ao Presidente da República e igualmente do MPLA, vão realizar-se em oito dos nove municípios que compõem Luanda, nos locais estabelecidos pelo GPL.

No dia em que o MPLA anunciou a realização da referida manifestação, com o lema "somos milhões pelo civismo, pela ordem e pelo estado democrático de direito", o Governo da província emitiu uma circular em que indicava novos espaços para a realização de manifestações, que chocava com o programa inicial do partido no poder.

As manifestações terão lugar nos municípios de Cacuaco, Cazenga, Ingombota, Kilamba Kiaxi, Maianga, Samba, Sambizanga e Viana. Os manifestantes do município do Rangel vão juntar-se aos do Cazenga.

Para o mesmo dia, sábado, estava igualmente prevista a realização de uma manifestação por um grupo de jovens "pela democratização" do país.

Entretanto, a mesma foi alterada para o dia 25, domingo.

Governo moçambicano reconhece CNT e considera a questão "ultrapassada" - vice-MNE




MMT - LUSA

Maputo, 22 set (Lusa) -- O Governo de Moçambique reconheceu hoje o Conselho Nacional de Transição (CNT) da Líbia, considerando "ultrapassada" a indefinição das autoridades moçambicanas em relação ao legítimo representante daquele país, disse à Lusa uma fonte governamental.

Na terça-feira, a União Africana (UA) reconheceu o órgão político dos rebeldes que depuseram Muammar Kadhafi como representante legítimo do povo líbio, porque "constitui um Governo de transição englobando todas as partes, que vai ocupar o lugar da Líbia na União Africana".

Recentemente, o executivo de Maputo acusou os representantes da embaixada da Líbia em Moçambique de violação dos acordos diplomáticos por não comunicarem oficialmente que apoiariam os rebeldes líbios e terem hasteado a bandeira do CNT.

Em declarações hoje à Lusa, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique, Eduardo Koloma, disse que o Governo moçambicano considera "ultrapassada" a questão do reconhecimento ou não do CNT líbio.

"A questão (do reconhecimento ou não) do CNT da Líbia por estas alturas posso considerar ultrapassada, na medida em que as Nações Unidas e a União Africana reconheceram o CNT. E nós, como Moçambique, pautamo-nos pela posição da União Africana", disse Eduardo Koloma.

Kadhafi era um dos principais financiadores dos países membros da União Africana, nomeadamente Moçambique.

O regime de Muammar Kadhafi está em fuga desde que Tripoli caiu nas mãos dos rebeldes em 21 de agosto, após quase sete meses de combates, bombardeamentos, avanços e recuos na tomada de poder nas principais cidades líbias.

Dados divulgados pelo CNT estimam em cerca de 25.000 o número de pessoas que morreram desde o início dos confrontos.

*Foto em Lusa

Macau serve como ponte entre países lusófonos e o maior mercado regional chinês





Os países lusófonos estão esforçando-se para atrair mais investimento chinês através das iniciativas de Macau em um fórum em Nanchang, capital da Província de Jiangxi.

A Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), uma plataforma de serviços de cooperação econômica e comercial entre a China e os países de língua portuguesa, está financiando um seminário empresarial no 7º Fórum de Cooperação e Desenvolvimento Regional do Pan-Delta do Rio das Pérolas.

O fórum, criado em 2004, visa estimular a economia dentro da região Pan-Delta do Rio das Pérolas, que inclui nove províncias e regiões autônomas assim como Hong Kong e Macau. Com uma população de mais de 470 milhões, ou 35% da população total do país, a região é um dos maiores mercados regionais da China.

Macau tem sido estreitamente ligada aos países de língua portuguesa, nomeadamente Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e Timor Leste, em economia e comércio, pois pode fornecer serviços a empresas da parte continental chinesa, incluindo aquelas com negócios nos países lusófonos, para obter vantagens em mercados desses países, disse Jackson Chang, presidente do Instituto de Promoção de Investimento e Comércio de Macau.

Muitas empresas locais em Macau têm relações comerciais com os países lusófonos, já que desfrutam da vantagem do idioma e podem oferecer informação a seus parceiros da parte continental chinesa e ajudá-los a buscar oportunidades de investimento, assinalou Chang, acrescentando que Macau espera criar uma ponte de cooperação entre a China e os países de língua portuguesa.

No 12º Plano Quinquenal, o governo central chinês estabeleceu uma orientação de desenvolvimento para que Macau acelere a construção de uma melhor plataforma de serviço de cooperação comercial e econômica entre os dois lados.

Desde 2003, Macau organizou com êxito três Conferências Ministeriais do Fórum para Cooperação Econômica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, tendo estabelecido na cidade o secretariado permanente do fórum.

Os últimos dados do secretariado mostram que o volume do comércio entre a China e os países lusófonos subiram 27% anualmente para US$ 62,9 bilhões entre janeiro e julho de 2011.

O representante de Angola, Joaquim Pereira da Gama, disse que a China é seu maior parceiro comercial e que o país africano espera atrair mais visitantes para desenvolver seu turismo.

Cesar Yu, representante-chefe do escritório da ApexBrasil em Beijing, ao afirmar que o Brasil é um líder em energia limpa e renovável e o quarto em manufatura de avião, deseja que mais empresas privadas chinesas façam investimentos ou participem de projetos cooperativos no Brasil.

A representante de Moçambique, Esmeralda Patrício, disse que seu país produz muito chá e camarão, e espera que as empresas chinesas possam investir nestes setores para ajudar no processamento dos produtos. Investidores chineses também podem encontrar oportunidades em energia, agricultura, manufatura e pesca, acrescentou ela.

O governo de Macau cooperará com empresas regionais para explorar os mercados dos países lusófonos e depois os da União Europeia e América Latina, anunciou Chui Sai On, Chefe do Executivo da RAEM.

- Por Xinhua

Macau: Número de beneficiários do banco alimentar pode triplicar dentro de dois anos




DM - LUSA

Macau, China, 21 set (Lusa) -- O Instituto de Ação Social de Macau (IAS) firmou hoje com a Caritas um acordo que prevê a entrega da gestão do banco alimentar, cujo número de beneficiários o Governo estima que venha a triplicar dentro de dois anos.

Criado em julho de 2009, a título provisório, o banco alimentar, que apoiou desde então 2.172 pessoas, passará a ser gerido pela Caritas já a partir de segunda-feira e até 2013, altura em que o número de beneficiários deverá rondar os 6.000, de acordo com as previsões do presidente do IAS, Iong Kong Io.

Para o secretário-geral da Caritas, Paul Pun, a estimativa do Governo pode ser justificada com o aumento da taxa de inflação que atingiu os 4,89 por cento nos últimos 12 meses terminados em agosto, segundo dados oficiais.

"Está tudo mais caro e, por isso, prevemos que um maior número de pessoas enfrente dificuldades e antecipamos mais pedidos de apoio", afirmou o dirigente da organização humanitária, ao indicar, por outro lado, que um maior número de residentes de Macau será elegível ao abrigo do programa.

É que, segundo explicou o presidente do IAS, uma das diferenças é que as condições a observar por parte de quem procura obter ajuda serão "mais fáceis", o que vai ao encontro do objetivo de alargar a rede de cobertura do apoio que o Governo definiu e que o motivou, por isso, a entregar o banco alimentar a uma instituição particular de solidariedade social.

"Cremos que com a sua experiência rica em diversificados serviços sociais e sua grande rede de cobertura, a Caritas conseguirá rápida e eficazmente encontrar os necessitados latentes", salientou Iong Kong Io, ao apontar que, para além de executar o programa, a organização encaminhará os mais carenciados para outros serviços de assistência eventualmente mais adequados.

O Governo tem destinado para o banco alimentar um orçamento de dez milhões de patacas (912 mil euros) para os próximos dois anos, verba passível de ser revista em alta "caso necessário".

Na perspetiva de Paul Pun, o montante deve chegar para cumprir os requisitos impostos pelo Governo ao nível da execução do programa, mas não para os planos que a Caritas tem em vista: "Pretendemos fazer mais do que o suposto, por isso, precisamos de fundos adicionais e de serviço voluntário".

O secretário-geral da organização referia-se a um pacote de serviços extra que pretende disponibilizar aos mais carenciados e que incluem, entre outros, atividades de intercâmbio e sessões de aconselhamento que têm como objetivo ajudar as famílias a gerirem da melhor forma o seu orçamento.

O apoio alimentar pode ser requerido por um prazo de seis semanas, passível de prorrogação por igual período, dependendo da avaliação do caso, pelos residentes que se encontram em situação de carência económica desde que não beneficiem de subsídios governamentais.

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