sábado, 25 de maio de 2013

PROPOSTAS PARA O FIM-DE-SEMANA



Rui Peralta, Luanda

Este fim-de-semana vamos concluir a viagem ao Imaginário e às dimensões do Fantástico, que iniciámos no passado fim-de-semana, para quebrar a rotina do emprego ou do desemprego. Como já sabem, não precisam de preparar bagagens nem de ter dinheiro. Basta ir. Tão-somente. Comecemos então.

O Reino do Grande Ocidente

O Reino do Grande Ocidente comporta uma fauna imensa de seres exóticos. Nas cavernas profundas vivem os Dragões do Ocidente, que mais não são do que enormes serpentes aladas que exalam fogo e fumo através das suas enormes narinas. Nos bosques e florestas deste reino habitam os Hidebehind, um pequeno e inofensivo animal, que tem a particularidade de se esconder por detrás de quem quer fugir, permanecendo escondido, nas costas do adversário. O viajante encontrará também o Roperite, do tamanho de uma criança, mas com um bico maleável flexível, em forma de corda, com o qual enlaça as suas presas favoritas: os coelhos. De certeza que vai irritar-se com o Teakettler, pequeno, barulhento, que fumega pelas narinas e caminha para trás, uma espécie inofensiva mas que incomoda, pelo barulho que produz, semelhante ao de uma chaleira e ficará deslumbrado com o Axehandle Hound, um animal em forma de machado de lenhador e que se alimenta de madeira.

Nos bosques e nas pradarias, abundam os Gatos de Kilkenny, gatos peludos, enormes, de várias cores, que riem como hienas e que se não estiverem com a barriga cheia, devoram-se uns aos outros. Mas há também uns animais complicadíssimos, os Hankrafz Azraniel, seres alados, com corpo de lobo e com 4 cabeças, uma de urso, outra de águia, uma de javali e outra de coruja. Ficam imóveis durante o dia, mas durante a noite, têm o hábito de provocarem distúrbios na floresta. A sua dieta inclui alguns animais de pequeno porte e insectos. Adoram mel e doçarias.

Outra das espécies que por aqui são encontradas é a Lebre Lunar, uma pequena lebre cinzenta, que uiva nas noites de Lua cheia. Um dos animais mais perigosos e com o qual devem ter imenso cuidado, é o Peludo, um animal esférico, com cabeça de serpente e corpo coberto de pelo verde, armado de aguilhões mortais, na sua imensa cauda. Quando se enraivece lança fétidas chamas das suas narinas. Vive nas margens dos rios onde se esconde.

No Norte do Reino habita o Javali Acorrentado, assim chamado porque o seu corpo é protegido por uma carapaça de ferro, em forma de correntes em torno do corpo. Partilha o espaço com a Quimera, de cabeça de urso, corpo de cabra e cauda de serpente. São animais tímidos, que nunca se deixam observar, assim como o Réptil de Lewis, um anfíbio do tamanho de um homem, com corpo de vespa, cabeça de salamandra e patas de centopeia. Nas províncias do Sul predominam os Squonk, símios de pequeno porte, que imitam um som semelhante ao choro e que têm os olhos constantemente a lacrimejar Um dos animais mais curiosos desta região é a Truta das Árvores, uma truta voadora que faz o seu ninho nas árvores e que não vive, nunca, na água.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                       
Nos céus dominam os Goofus, um pássaro que voa para trás, o Gillygaloo, cujos ovos são quadrados e o Pinnacle Grouse, que só tem uma asa e que, por isso, voa em círculos. Um animal deslumbrante que habita neste reino é a Fénix, uma ave imensa, idêntica á águia-real, mas muito maior, com penas douradas e bico cor de carmesim Habita nas Grandes Montanhas, uma região montanhosa a grande altitude no Reino do Grande Ocidente. Estas aves põem ovos, mas engolem-nos logo de seguida e as suas crias são geradas dentro dos ovos, mas no interior dos seus ventres. Tem a capacidade de resistir ao fogo e pode atravessar um mar de chamas que nem fica chamuscada. A sua alimentação é igual á de qualquer ave carnívora.

Também os mares deste reino são habitados por seres curiosos. Um dos maiores perigos destas costas são as Rémoras, não pela sua agressividade, pois são pacíficas, ou pelo seu tamanho, mas pelo facto de se agarrarem ao fundo dos barcos, em tão grande quantidade que as embarcações se imobilizam. Uma outra espécie marítima bem mais perigosa é o Zaratan, de um tamanho descomunal, meio baleia, meio tartaruga, com uma forma muito curiosa de caçar: coloca-se, imobilizada, á superfície, criando a ilusão de uma pequena Ilha. Quando os marinheiros incautos nelas desembarcam, o Zaratan arrasta os infelizes para as profundezas do mar, onde os devora. Outro peixe característico deste reino é o Goofang, um peixe grande que nada para trás, completamente inofensivo.

Este reino é governado pelo Rei Talos, uma figura controversa, que tem metal e pedras incrustados no corpo: um tronco de mármore, dentes de ouro, um olho de diamante, um joelho de safira, um braço de ferro e uma mão de aço. Talos é um típico rei guerreiro, beligerante e pouco simpático, mas não é um tirano. Aliás os seus poderes são bastante reduzidos e limitam-se ao garante da defesa do Reino.

As grandes decisões são tomadas pelas Valquírias, essas sim as grandes protectoras do Reino, responsáveis pela segurança dos mares e pela expansão territorial do reino, assim como pela sua administração. É a única tribo do Reino, exclusivamente feminina. Cruzam-se com estrangeiros, que depois são expulsos, podendo, no entanto, permanecer no Reino, como auxiliares de Talos, se este assim o desejar. Quanto às suas crias, só ficam com as do género feminino. Os rapazes, quando fazem 18 anos, são enviados para a Guarda Real, de Talos e ficam ao serviço deste, ou tornam-se sacerdotes auxiliares de Haokah, o sacerdote supremo, Senhor do Trovão.
        
O Reino do Grande Oriente

Existem dois seres que marcam este Reino: o Unicórnio Amarelo e o Zorro Voador. No Unicórnio Amarelo mistura-se o cavalo que lhe dá o corpo, os cascos e a cabeça, o boi, que lhe dá a cauda e o rinoceronte que lhe oferece o corno nascido na frente, entre os olhos. O seu corpo é coberto por um pelo amarelo e é completamente inofensivo para qualquer criatura menos para as malignas, pois anula todos os poderes maléficos. Habita as vastas planícies do reino. Já o Zorro Voador é, em termos fisiológicos e anatómicos, um asno absolutamente normal, só que tem umas enormes asas que lhe proporcionam o poder de voar, para além de ter a capacidade de prever o futuro e criar ilusões nas fadas. Além disso pode provocar incêndios se golpear a terra com a sua cauda e criar vendavais se começar aos coices no ar. Habita nas regiões montanhosas.  

Na fauna exótica deste reino, o viajante será confrontado com o Dragão do Oriente, um ser alado, com dois cornos, enormes garras, escamas hexagonais e o dorso constituído por aguilhões. Cospe fogo e fumo pelas suas narinas. Outros estranhos animais que habitam estas paragens são; o Chiang, um tigre com cabeça de cobra; o Xouti, um cão com duas cabeças, uma em cada extremidade do corpo; o Sihao, uma ave com cara e asas de coruja, corpo de macaco e cauda de cão; o Sing-Sing, macacos de pelo escuro, com enormes patas brancas, que caminham erectos; o Cão das Montanhas, um cão minúsculo, que se move com grande rapidez; a Serpente Musical, uma serpente voadora, com 4 asas e que emite sons idênticos aos de uma flauta transversal; o Ping-Feng, um porco escuro com duas cabeças, cada uma na sua extremidade; o Cavalo Celestial, um cavalo alado, voador e a Fénix anã, uma Fénix que cabe na palma da mão de um homem.

Para além desses o viajante ainda pode apreciar o Galo Celestial, um galo hermafrodita, que põe ovos de várias cores, tem plumagem dourada e três patas; a Óctupla Serpente, uma pequena serpente com 8 cabeças e oito caudas e o Xangiang, um pequeno pássaro cantor que incha com a chuva. Já o Roque, parecido com o condor, mas muito maior, com duas fileiras de dentes, instalados na parte interna da sua boca em forma de bico (devorador de Homens), o Tixiang, um pássaro de plumagem vermelha com 6 patas e 4 asas, sem olhos e o Simurg, um pássaro com pluma alaranjada, cujo canto enlouquece os Homens, só poderão ser observados a uma distância segura e com um guia experiente.

Nos mares o único espécimen curioso é o Hua, um peixe voador, com asas de pássaro, que nidifica nas árvores, mas que habita os mares.

O Reino do Grande Oriente é governado pelo Imperador Vermelho, da tribo Xin, que reúne o apoio das tribos Mon e Gol, guerreiros e pastores, que por sua vez garantem a pacificação do reino e exercem o domínio sobre os Xuaritou, pescadores fluviais, os Singtien, comerciantes e pastores nómadas, os Braços Compridos, pescadores no alto-mar, os Seaman, marinheiros e comerciantes e por fim a tribo dos Braços Raros, célebres artesões e fabricantes de armas. Mas nem sempre foi assim.

A Historia milenar deste reino está recheada de guerras e conflitos. Antes de ser um reino unificado, este território era constituído por 4 reinos, Após um período conturbado, que se prolongou por mais de 200 anos, durante os quais as guerras tingiram os rios de sangue, os Xin conseguiram unificar o território e formaram o Reino do Grande Oriente.

A Terra das Fadas

A Terra das Fadas é uma hierarquia de Republicas. Todas as Republicas devem obediência á Rainha das Fadas, Morgana e estão sobre a sua protecção. As Fadas, propriamente ditas, não têm uma Republica, mas sim um Reino, que domina todo o território.

Nesta hierarquia, sendo o Reino das Fadas o centro principal de decisão, a república dos Elfos ocupa o plano imediato. Os Elfos são seres de baixa estatura, turbulentos, óptimos arqueiros e senhores de práticas mágicas que influenciam os sonhos, dai a sua república ser oficialmente designada por Republica Onírica dos Elfos. Apenas devem obediência ao Reino das Fadas e tê um estatuto superior às restantes repúblicas.

Os terceiros da hierarquia são os Eloi, aristocratas inatos, que passam o seu tempo em jogos ociosos nos seus enormes jardins. São senhores de uma delicada magia, baseada na sedução e na preguiça. Os Elói têm fama de destruidores de economias dos reinos ou repúblicas (excepto a deles, que é financiada pelo Reino das Fadas, para os manterem sob seu controlo).

Seguem-se os Morlocks, cuja república é oficialmente designada por Republica Subterrânea Morlock. São seres parecidos com as toupeiras, construtores de máquinas de perfuração, que habitam no subsolo e todos os seus poderes mágicos são baseados na escuridão. Constituem o oposto dos Eloi, pois são autênticos alienados pelo trabalho.

Em quinto lugar estão os Gnomos, anões barbudos, guardadores de tesouros e senhores de uma poderosa magia provocadora de ilusões. A Republica dos Gnomos, aliás, é um autêntico depósito de tesouros, ou melhor, representa o cofre da Terra das Fadas.
  
As próximas da escala são as Harpias, seres alados, do género feminino, que vivem do rapto. Comedoras de carne humana, as Harpias raptam os homens para se reproduzirem, seduzindo-os com rituais de encantamento. Quando já não precisam das suas vítimas, devoram-nas. A sua chefe é a Presidente Diana, a única Harpia arqueira e a sua república é oficialmente designada por Republica das Fúrias.

A Federação das Republicas Ninfas é o nível seguinte desta hierarquia das Terras das Fadas. Esta é uma Federação de 3 repúblicas: A Republica Hamadríada, habitada pelas Hamadríadas, Ninfas dos bosques; a Republica Nereide, habitada pela Nereides, Ninfas do mar e a Republica Náiade, habitada pelas Náiades, Ninfas dos rios. As Ninfas são hermafroditas e os humanos não as podem ver, pois ficam loucos e se as virem nuas, morrem.

A Federação Sátira é outra Federação de 3 Republicas Autónomas representativas das 3 etnias de Sátiros: Faunos, Pãs e Silvanos. Metade homens, metade bodes, os Sátiros eram senhores de uma intricada magia sexual, grandes tocadores de flauta, principalmente os Pãs e excelentes provadores de vinhos.

A Republica Oceânica das Sereias, uma Republica no mar, com uma direcção colegial é a seguinte na hierarquia. Conhecidas pelo seu canto que enfeitiça os homens portadores da saudade do amor, as Sereias, metade mulheres, metade peixe, reúnem-se em torno de uma ilha viva, um Zaratan, oferecido às sereias pelo Reino do Grande Ocidente, para que os marinheiros deste reino não fossem atraídos pelo canto das sereias. A sua Presidente é Parténope, a mais bela de todas as Sereias.

A última republica desta hierarquia da Terra das Fadas é a Republica Aérea dos Sílfides, a república dos Silfos, seres intermédios, entre a materialidade e a imaterialidade. Têm a capacidade de voar e de se tornarem invisíveis, para além de se teletransportarem e atravessarem muros e paredes, aparecerem ou desapareceram subitamente e assumirem diversas formas. Não têm qualquer chefe, nem é conhecida nenhuma instituição na sua república, para além da Assembleia dos Silfos, pelo que a sua república é autogestionária.
  
Para além destes povos e repúblicas, há que salientar as 3 Nornas, 3 gémeas que representam o Presente, o Passado e o Futuro e que tecem o destino dos que se perdem. São temidas pelas fadas e Morgana estabeleceu um acordo com as gémeas tecedoras dos destinos das almas perdidas, alojando-as nas profundezas das cavernas do seu palácio real.

Papel importante na estrutura militar, desempenham as Salamandras, que existem em grande número por estas bandas. As Fadas adestram-nas para cumprirem serviços militares diversos, pelo que as Salamandras se tornaram especializadas nas artes do combate e temíveis pela sua tenacidade e argúcia.

A Ilha Suspensa

A Ilha Suspensa é um território suspenso no ar, localizado por cima da Terra das Fadas. Os seus principais habitantes são os Anjos, humanos alados, dedicados á teologia. Não têm chefes, nem instituições. Não são reino nem república. Vivem em comunidade e comunicam por telepatia. São afáveis, generosos e dedicam-se á espiritualidade.

No outro extremo da Ilha situa-se o Reino dos Monóculos. Os Monóculos são constituídos por 4 tribos: os Ciclopes, os Galanteus, os Crifos e os Arimaspos, que se reúnem no Grande Curral, um parlamento de todas as tribos. Os Reis são eleitos por 4 anos, demorando cada ciclo completo tribal 16 anos. O seu Rei actual é um Galanteu chamado Polifemo.

Para além destas duas importantes comunidades, existem diversos seres míticos como o Baldanders, que assume diversas formas e não tem nenhuma; o Basilisco, também ele transformista, mas cuja forma inicial é de estátua de serpente; a Cila, uma ninfa que tem o poder de se metamorfosear; Cronos e Hércules, inseparáveis heróis, sendo que um é mestre do tempo e o outro um exemplo de coragem e tenacidade; o Duplo, um ser que se assume como duplicação do que quer que seja e seja de quem for; a Garuda metade mulher, metade águia; o Golem, um gigante descomunal; Lilith, uma serpente que assume a forma de uma mulher alta, com longos cabelos negros e seios opulentos; o Minotauro, meio touro e meio homem e o Odradek, um simpático pedaço de madeira falante.

No mundo vegetal existem duas preciosidades na Ilha Suspensa: as Flores do Âmbar, uma linda flor cristalina, carnívora, que faz do lobo o seu alimento predilecto e o Borametz, um cordeiro vegetal, coberto com penugem dourada e com raízes de prata, alimento predilecto dos Lobos. Escusado será dizer que onde existe o Borametz existem Flores do Âmbar.

Já a variedade animal é imensa nesta Ilha que flutua nos céus. O viajante depara-se com os Antílopes de 6 Patas, o Asno de 3 Patas, o Catóblepas, um búfalo com uma cabeça enorme e uns chifres grossos e pesado, o Centauro, um gorila cavalo, a Crocota, uma hiena com pelo e cauda de lobo e a Leucrócota, um gnu com cabeça de hiena, o Cat Lamb, um gato selvagem com corpo de ovelha, o Grifo, um leão alado, o Kuyata, um enorme touro, com 4 mil olhos, o Mirmecoleão, um papa-formigas com duas cabeças em cada extremidade e por fim o Aqueronte, um hipopótamo maior que uma montanha, que lança-chamas dos olhos.

No mar suspenso, o grande lago da Ilha Suspensa, podem apreciar as brincadeiras aquáticas do Fastitocalon, uma enorme baleia com formato de golfinho e barbatana de tubarão.

Espero que tenham gostado da proposta. Aproveitem. E um último conselho de viagem- Esqueçam aquela do “Há mar e mar, há ir e voltar”. Viagem sem preconceitos, receios e medos. Opte antes por “Amar e ir, amar e voltar”.

União Europeia com novos projetos de apoio à Guiné-Bissau no valor de 30 ME



FP - MSF - Lusa

Bissau, 25 mai (Lusa) - A União Europeia tem prontos para execução ou em fase preparatória avançada programas de apoio à população na Guiné-Bissau no valor de 20 mil milhões de francos CFA (cerca de 30 milhões de euros).

Esses apoios, segundo um comunicado hoje divulgado em Bissau pela delegação da União Europeia, incidem essencialmente nas áreas da Saúde, Educação, Água e Energia Elétrica e Alimentação.

"Além das atividades dos nossos Estados-membros, a União Europeia já tem em curso mais de 30 programas de cooperação em benefício direto da população, cuja execução é confiada aos nossos parceiros, incluindo organizações da sociedade civil guineense, organizações não-governamentais internacionais e Agências especializadas das Nações Unidas tais como a PAM, UNICEF e OMS", disse o embaixador Joaquín González-Ducay, chefe da delegação da União Europeia em Bissau, citado no comunicado.

Esses programas em curso incidem nas mesmas áreas e estão orçados em 33 mil milhões de francos CFA (mais de 50 milhões de euros), diz o documento.

O comunicado lembra ainda palavras de González-Ducay, que no passado dia 09, Dia da Europa, disse que "a União Europeia continuará a desenvolver ações de cooperação em benefício direto da população da Guiné-Bissau, que nunca foram interrompidas e nunca serão interrompidas".

Esta semana, o representante do secretário-geral da ONU na Guiné-Bissau, José Ramos-Horta, pediu à União Europeia para que retome os apoios ao país através, por exemplo, da UNICEF, acrescentando que sanções afetam milhares de crianças.

"Que encontrem mecanismos de apoio à Guiné-Bissau que não afetem os princípios que defendem, que é de zero tolerância em relação a golpes de Estado", disse Ramos-Horta após uma audiência com o Presidente de transição, Serifo Nhamadjo, quando pediu à União Europeia para que repense as suas políticas em relação à Guiné-Bissau e elogiou a "generosidade" dos países vizinhos da antiga colónia portuguesa.

"Encontrem outros mecanismos de apoio, agora sancionar, retirar todo o apoio, que afeta diretamente milhares e milhares de crianças? não sei como é que isso pode fazer valer os princípios que a União Europeia e outros defendem", disse Ramos-Horta.

Na sequência de um golpe de Estado a 12 de abril do ano passado, a maior parte da comunidade internacional, União Europeia incluída, cortou os apoios ao Governo da Guiné-Bissau. A União Europeia, que manteve a ajuda humanitária e os projetos que tinha de ajuda direta às populações, não reconhece nem apoia o atual Governo de transição.

ÁFRICA CRESCE ACIMA DA MÉDIA DO NÍVEL MUNDIAL - administrador do BES



CLI – HB - Lusa

Cidade da Praia, 25 Mai (Lusa) - O administrador do Banco Espirito Santo (BES) António Duarte considerou na sexta-feira, na Cidade da Praia, que África tem crescido acima da média mundial, com perspetivas "futuras" de um crescimento médio anual de 4% a cinco por por cento.

António Duarte falava à imprensa à margem da apresentação do estudo, feito pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), sobre as "Perspetivas Económicas em África 2012", no âmbito das comemorações do Dia da África e do 50.º aniversário da União Africana.

O administrador do Banco Espírito Santo fez saber que o continente americano e europeu estão com um crescimento cada vez mais reduzido, o asiático com forte crescimento em termos de PIB, e que o africano é o continente com maior riqueza por explorar e com um crescimento bastante significativo.

António Duarte adiantou que a melhoria do contexto económico tem sido uma realidade para um vasto conjunto de países africanos, o que tem permitido um crescimento robusto nos últimos anos, mas, defendeu, para muitos países a base de partida é fruto de um conjunto de grande debilidade com múltiplas e profundas carências.

"Os países que se apresentam como os maiores parceiros comerciais de África demonstram boas perspetivas de crescimento com especial destaque para a China e Índia que assim compensam o débil desempenho da zona euro", frisou.

Segundo o administrador do BES, o estudo identificou as perspetivas dos países africanos de língua portuguesa com destaque para o forte crescimento de alguns que são produtores de petróleo e a dinâmica que não tem acontecido entre esses países em termos de comércio.

"Notamos que todos esses países que falam o português, o nível de comércio entre eles, com exceção de Cabo Verde e Portugal que é forte, entre todos os outros não há uma relação muito grande", acrescentou.

António Duarte sublinhou que é importante que olhem para esses mercados a fim de incentivar o comércio entre esses países, visto que pode potenciar bastante o crescimento da economia entre eles.

Para o administrador do BES, Cabo Verde pode ter um papel importante por ter uma posição geoestratégica "muito interessante", situando-se entre a Europa e África podendo contribuir para o desenvolvimento do mercado entre os países que falam o português.

BRASIL ANUNCIA PERDÃO DE DÍVIDAS DE 12 PAÍSES AFRICANOS




Na comemoração dos 50 anos da União Africana, Dilma Rousseff anuncia na Etiópia que cancelamento de débitos chegará a 900 milhões de dólares. Anúncio procura aprofundar relações econômicas entre Brasil e a África.

O governo brasileiro anunciou neste domingo (25/05) que pretende perdoar 900 milhões de dólares de dívidas de 12 países africanos junto ao Brasil, como parte da estratégia para intensificar as relações econômicas com o continente. O anúncio foi feito durante a participação da presidente Dilma Rousseff no evento de comemoração pelos 50 anos da União Africana (UA), na Etiópia.

"Manter relações especiais com a África é estratégico para a política externa brasileira", disse o porta-voz da presidente, Thomas Traumann, à imprensa. Dos 12 países que terão a dívida anulada, os principais beneficiados são a República do Congo, com um débito cancelado de 352 milhões de dólares, e a Tanzânia, com 237 milhões de dólares.

A proposta da renegociação das dívidas do Gabão, São Tomé e Príncipe, Senegal e Sudão havia sido aprovada há poucos dias pelo Senado Federal. Em mensagem enviada aos senadores, o Ministério da Fazenda justificou o pedido assinalando que "a iniciativa alinha-se à prioridade que as relações com a África assumem na política externa brasileira voltada para a promoção da estabilidade econômica e social daquele continente".

Acordos de cooperação

Na sexta-feira, quando desembarcou na capital etíope, Adis Abeba, Dilma se reuniu com o primeiro-ministro da Etiópia, Hailemariam Desalegn. Os dois líderes assinaram quatro acordos de cooperação nas áreas de agricultura, educação, serviços aéreos, ciência e tecnologia.

Segundo Dilma, o Brasil quer estabelecer não apenas relações comerciais, mas também uma cooperação "no padrão Sul-Sul". “Uma cooperação que não seja opressiva, que seja baseada em vantagens mútuas e valores compartilhados”, disse a presidente.

O intercâmbio comercial entre Brasil e África quintuplicou nos últimos dez anos, evoluindo de US$ 5 bilhões, em 2002, para US$ 26,5 bilhões, em 2012.

Convidado de honra

As comemorações do cinquentenário da UA, que vão se prolongar por um ano, foram iniciadas em abril pela presidente da Comissão da UA, Nkosazana Dlamini-Zuma, e pelo ministro etíope do Exterior, Teodros Adhanom.

O Brasil foi convidado de honra no evento – o que, para a presidente, "reflete o reconhecimento da importância que o Brasil atribui à África". Dilma Rousseff foi a única líder latino-americana presente no evento na Etiópia.

Além dos chefes de Estado e governo dos países africanos que integram a União, também participaram das comemorações o vice-primeiro-ministro chinês, Wang Yang, os presidentes do Irã, Mahmud Ahmadinejad, e da França, François Hollande, além do secretário de Estado norte-americano, John Kerry.

A Organização da Unidade Africana (OUA) foi fundada no dia 25 de maio de 1963, em Adis Abeba, por 32 países africanos. Na época, o principal objetivo da instituição era superar o colonialismo no continente. Apesar de vários países já terem conquistado a independência naquela época, outros como a Angola ainda viviam sob domínio estrangeiro. Os negros da África do Sul ainda lutavam para acabar com o regime da minoria branca.

Em 2002, diante do fim do colonialismo e do apartheid, e da necessidade de pautar novos debates internos, a organização foi substituída pela União Africana – que atualmente conta com 54 membros. Especialistas avaliam que, apesar de a África de hoje ser mais democrática do que há dez anos, quando havia menos governos eleitos, ainda é necessário democratizar as lideranças e a liberdade de opinião, que continuam sendo a causa da maioria dos problemas no continente.

Portugal: A TASCA DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

 


Um jornalista tomou pequeno-almoço, almoçou, lanchou, jantou, e apanhou uma bebedeira por apenas 13,30 € no Bar/Restaurante da Assembleia da República.

A propósito de uma tabela de preços do bar da AR (Assembleia da República), postada ontem na página do facebook da Maior Tv, um comentário de um dos nossos leitores lançou-me o desafio. Escreveu ele: “gostava era de saber como é que ainda há pessoas que acreditam nisto!!!! Percam tempo com coisas concretas e inventem menos!!”

Pois bem, seguindo o conselho deste nosso leitor, vamos então “perder” um pouco do nosso tempo com coisas sérias.

Consta do Orçamento da AR para este ano (publicado em Diário da República) a rubrica: “Serviços de restaurante, refeitório e cafetaria - 960.850,00” (quase 1 milhão de euros). Prevendo-se a receita de 260 mil euros proveniente da venda de senhas de refeição. Isto é: tendo em conta o preço de custo, as receitas não ultrapassam os 30 por cento, o que equivale a uma venda abaixo de custo na ordem dos 70 por cento.

Mas pior do que isto, é o facto de ser o povo português a pagar a diferença que existe entre os 260 mil e os 960 mil euros.

Para que não restem dúvidas, o povo português paga cerca de 700 mil euros/ano para que os deputados da AR comam e bebam do melhor.

Segundo o caderno de encargos, no refeitório terá de ser servido:

Sopa: normal e dieta (obrigatoriamente elaborada com base em vegetais frescos e/ou congelados, sendo proibido o uso de bases pré-preparadas. São admissíveis sopas com elementos proteicos uma vez por semana – sopa de peixe, canja de galinha, etc.).

Carne, peixe, dieta, opção, Bitoque. Pão, integral ou de mistura; Salada; Sobremesas incluindo, no mínimo, 4 variedades de fruta e 4 de doces/bolos/sorvete, além de maçã assada e salada de frutas.

Exige ainda o caderno de encargos, uma mesa com complementos frios (saladas), com no mínimo 8 variedades entre as quais se incluem, obrigatoriamente, tomate, alface e cenoura, além de molhos e temperos variados.

Uma mesa com um prato vegetariano e mais 4 componentes quentes vegetarianos (cereais, leguminosas e legumes).

Sobre os ingredientes é exigido o seguinte:

Café: “O café para serviço nas Cafetarias deverá ser de 1ª qualidade, em grão para moagem local, observando lotes que incluam um mínimo de 50% de “arábica” na sua composição”.

Bacalhau: “O Bacalhau deverá ser obrigatoriamente da espécie Cod Gadusm morhua. Pode apresentar-se seco para demolha, fresco ou demolhado ultracongelado, observando-se como tamanho mínimo 1 Kg (“crescido”), para confecções prevendo “desfiados” (à Brás, com natas ou similares) ou 2 Kg (“graúdo”) para confecções “à posta”.

Carnes de Aves: “Peru (inteiro em carcaças limpas com peso superior a 5 Kg, coxas, bifes obtidos exclusivamente por corte dos músculos peitorais). Frango (inteiro em carcaças limpas com peso aproximado 1,2 Kg, coxas e antecoxas, bifes obtidos exclusivamente por corte dos músculos peitorais).

Agora vamos aos preços.

Um jornalista meu amigo tomou pequeno-almoço, almoçou, lanchou, jantou, e apanhou uma bebedeira por apenas 13,30 € no Bar/Restaurante da AR.

Recorde-se que as refeições escolares no ensino básico atingem os 3,80 euros. O jornalista comparou os preços do bar da Assembleia da República frequentado por deputados e ministros, e ficou abismado.

Eram 8 da manhã. O jornalista pediu um café e um bolo de arroz, afim de tomar o pequeno-almoço, tendo pago 15 cêntimos, 5 do café e 10 do bolo.

Vendo ali “mama da grossa”, o jornalista bebeu 10 (Dez), repito 10 minis, tendo pago apenas 1 euro, (pois cada mini custa apenas 10 Cêntimos)!

A meio da manhã, o jornalista “mamou” um gin Bombay Sapphire (1,65 euros), e já perto do Almoço um vodka Eristoff (1,50 euros), para abrir o apetite.

Ao almoço, o jornalista comeu gambas, camarão tigre, lavagante, sapateira, queijo da Serra, presunto de Barrancos, garoupa e bife do lombo, regado com Palácio da Bacalhoa, por 3 euros!

Depois e para rematar um whisky Famous Grouse, que custou (2 euros).

Já de tarde solicitou uma garrafa de champanhe Krug (3 euros a garrafa) e caviar beluga (1 euro).

O jornalista passou a tarde no bar da AR, rodeado das deputadas Rita Rato (PCP), Francisca Almeida (PSD), Ana Drago e Marisa Matias do (BE).

Assim, por tudo isto, o meu amigo jornalista gastou qualquer coisa como13,30 €uros, num pequeno-almoço, almoço de marisco, com entradas de queijo da serra, presunto e caviar, com vinho do Palácio da Bacalhoa, e pelo meio alternadamente bebeu whisky, vodka e gin, rematando com champanhe Krug.

Obviamente saiu com uma piela de caixão à cova, mas que foi barato lá isso foi...

Agora sim, acabamos de perder um pouco do nosso tempo com coisas sérias.
 
Vitor Santos

Portugal: A CULPA, O PASSADO E A MÁ MOEDA

 


Ana Sá Lopes – Jornal i, opinião
 
Santana Lopes, que “saiu de rastos”, tem uma lucidez a anos-luz da moeda actual
 
Desde que tomou posse, Passos Coelho empenhou-se em introduzir no discurso político o fardo da culpa – a dos outros – que o seu governo se encarregaria de redimir, através da imposição de castigos e penitências variadas.

A culpa começou por ser, em simultâneo, generalizada – os portugueses tinham vivido acima das suas possibilidades – e personificada num homem monstrificado, José Sócrates, que tinha levado o país à bancarrota. Na entrevista que publicamos nesta edição, o insuspeito Pedro Santana Lopes – ex-primeiro--ministro, militante do PSD e grande adversário de Sócrates – encarrega-se de desmontar coisas simples, como a influência da construção errada do euro e da crise internacional no comportamento dos mercados face à economia portuguesa em 2009. Mas o governo – por ignorância extraterrestre, obssessão ideológica ou apenas estratégia de contorcionismo para fins de sobrevivência – optou pelo discurso de pároco que condena os desvios do rebanho (e do anterior pastor) varrendo para debaixo dos móveis todo o lixo de uma construção europeia débil que nos trouxe aqui.

À medida que o tempo foi correndo, a culpa – que era inicialmente de todos, do país inteiro que “tinha vivido acima das suas possibilidades” – começou a ser segmentada: os funcionários públicos, esses preguiçosos, que enxameiam o Estado com as suas “benesses” e salários mais altos do que no privado; os reformados, esses privilegiados cujo sustento sai caro ao Estado e é impossível replicar na geração seguinte.

O governo esforçou-se em promover uma guerra estúpida entre trabalhadores do público e do privado e outra guerra, ainda mais abjecta, entre gerações – tendo como objectivo a velha máxima do “dividir para reinar”. Infelizmente para Pedro Passos Coelho, a maioria dos portugueses recusou-se a alinhar na guerra – não só porque os pais reformados sustentam os filhos de-sempregados que um Memorando da troika bombista para a economia gerou, mas também porque, mais do que o governo parece transmitir, os portugueses começam devagarinho a entender a origem do problema e da chamada crise das dívidas soberanas. Alguém terá dito que Passos Coelho faria de Santana Lopes, em seis meses, “um estadista”. Basta ler a entrevista adiante para se perceber que Santana, que “saiu de rastos”, como o próprio diz, tem uma lucidez a anos-luz da que hoje temos. Quem criticou a má moeda deve estar actualmente em agonia.
 

Portugal: Bloco de Esquerda diz que Cavaco Silva é o único apoio do Governo

 


ALU (RCS) – MSF - Lusa
 
O líder do Bloco de esquerda (BE) João Semedo disse hoje, em declarações à Lusa, que o Presidente da República (PR), Cavaco Silva, é o único apoio do Governo.
 
João Semedo falava à margem da concentração em Belém, convocada pela CGTP, que reuniu milhares de pessoas em frente ao mosteiro dos Jerónimos.
 
“Este Governo tem hoje um único apoio, que é o do Presidente da República e daí esta manifestação ter sido muito bem marcada à porta da presidência da república”, disse.
 
A concentração acabou por ser junto ao mosteiro dos Jerónimos, já que o acesso à presidência da República foi interditado pela polícia.
 
“Chegará o dia, perante o protesto popular, perante a gravidade da situação no país, que nem com o apoio do Presidente este Governo continuará a governar”, afirmou.
 
Questionado pela Lusa sobre se considera que o PR irá ouvir estes protestos, João Semedo foi perentório: “Não tenho qualquer dúvida, pode não tirar do que ouve todas as consequência, mas não deixará de ouvir”.
 
O BE reiterou que é “urgente demitir o Governo”, para acabar com esta política de austeridade.
 
Milhares de manifestantes concentraram-se hoje à tarde junto ao palco montado pela CGTP em frente ao Mosteiro dos Jerónimos, em Belém, gritando palavras de ordem contra o Governo e o Presidente da República (PR).
 
Os manifestantes ocuparam todo o largo em frente aos Jerónimos, preenchendo a rua em frente ao mosteiro e prolongando-se até ao jardim da Praça do Império.
 
Muitos manifestantes empunharam bandeiras da central sindical CGTP e de outros sindicatos da função pública.
 
Nas palavras de ordem e nos cartazes, os manifestantes centraram-se não só nas críticas ao Governo, como também à atuação do PR.
 
Entre as palavras de ordem estiveram "Cavaco, função do presidente é demitir aquela gente”, “Governo para a rua” e “Palhaços”.
 
Os manifestantes exibiram cartazes nos quais se leu “Palhaço Cavaco”, com uma imagem do PR com um nariz vermelho, ou uma foto do PR com a legenda “Leilão de imóveis”.
 
“Cavaco! O teu Governo já não representa a maioria que o elegeu - Eleições já”, “Cavaco para a rua” e “Governo rua”, foram outras das legendas dos cartazes.
 

Portugal: Milhares de manifestantes gritam contra Governo e Presidente em Belém

 

Jornal i - Lusa
 
A manifestação da CGTP em Belém foi precedida de quatro pré-concentrações (na Junqueira, no Restelo, em Pedrouços) distritais e setoriais
 
Milhares de manifestantes estavam às 17:00 concentrados junto ao palco montado pela CGTP em frente ao Mosteiro dos Jerónimos, em Belém, gritando palavras de ordem contra o Governo e o Presidente da República (PR).
 
Os manifestantes ocupavam todo o largo em frente aos Jerónimos, preenchendo a rua em frente ao mosteiro e prolongando-se até ao jardim da Praça do Império.
 
Muitos manifestantes empunhavam bandeiras da central sindical CGTP e de outros sindicatos da função pública.
 
Cerca das 16:00 estavam já milhares de pessoas em Belém, a gritar palavras de ordem como “Governo para a rua” e “Palhaços”.
 
Nas palavras de ordem e nos cartazes, os manifestantes estão centrados não só nas críticas ao Governo, como também à atuação do PR.
 
Entre as palavras de ordem estão “Cavaco, função do presidente é demitir aquela gente” e veem-se cartazes nos quais está escrito “Palhaço Cavaco”, com uma imagem do PR com um nariz vermelho, ou uma foto do PR com a legenda “Leilão de imóveis”.
 
“Cavaco! O teu Governo já não representa a maioria que o elegeu - Eleições já”, “Cavaco para a rua” e “Governo rua”, são outras das legendas dos cartazes.
 
Além dos muitos cartazes de Cavaco Silva com montagens do presidente vestido de palhaço e alguns manifestantes que se fazem acompanhar de narizes vermelhos, são visíveis ainda criticas ao Governo como “PSD e CDS nunca mais” e “Bandidos, demissão”.
 
Enquanto a sindicalista Ana Avoila discursava, vários manifestantes insurgiram-se contra o PR, usando expressões como “palhaço” e criticando os gastos do Presidente.
 
O acesso à frente do palácio de Belém estava limitado por baias colocadas pela polícia, que obrigavam os manifestantes a circundar o jardim frontal à presidência, de forma a poderem chegar à frente do palco instalada junto aos mosteiro dos Jerónimos, onde discursam os sindicalistas.
 
A manifestação da CGTP em Belém foi precedida de quatro pré-concentrações (na Junqueira, no Restelo, em Pedrouços) distritais e setoriais.
 
Os trabalhadores da função pública, que já têm uma greve prevista para junho, saíram do Restelo.
 

Cavaco “palhaço”: Código Penal. "Palhaço", mas só em sentido político. Será insulto?

 

Susete Francisco – Jornal i
 
Miguel Sousa Tavares chamou “palhaço” a Cavaco Silva. Belém perguntou à Procuradoria se é uma ofensa, a PGR acha que pode ser e vai investigar, o jornalista chamou-lhe um “deslize”. Liberdade de expressão ou ilícito criminal? Resposta do advogado Carlos Pinto de Abreu: “Deixem-se de palhaçadas.”
 
"Nós já temos um palhaço. Chama-se Cavaco Silva. Muito pior do que isso é difícil." As palavras de Miguel Sousa Tavares ao "Jornal de Negócios" levaram ontem a Procuradoria-Geral da República (PGR) a abrir um inquérito ao jornalista e comentador, considerando que "as expressões proferidas são susceptíveis de integrar a prática do crime de ofensa à honra do Presidente da República". Foi o próprio chefe do Estado a solicitar à PGR a análise das declarações.
 
Miguel Sousa Tavares já veio admitir ter sido "excessivo". "É muito simples, eu não tenho nenhuma consideração política pelo professor Cavaco Silva, conforme é público, mas tenho pelo chefe de Estado, seja ele quem for e nesse sentido reconheço que não devia ter dito aquilo", afirmou à Lusa, qualificando as suas palavras como um "deslize". "Obviamente que lhe chamei palhaço no sentido político", ressalvou ao "Expresso".
 
Mas será o "deslize" um ilícito criminal? Para Pedro Bacelar Vasconcelos a resposta à pergunta é "não". "Na minha opinião pessoal trata-se de um exercício de liberdade de expressão. No limite, mas um exercício da liberdade de expressão. Tem uma carga insultuosa, mas atendendo a que se trata de um cargo público a apreciação dos actos do seu titular tem de estar sujeita a uma maior tolerância quanto aos termos usados pelos cidadãos", afirmou ao i.
 
Já o penalista Carlos Pinto de Abreu é mais cáustico: "Deixem-se de palhaçadas." "Não têm coisas mais importantes para tratar? Todos, comentadores, Procuradoria-Geral da República, Presidente da República", questiona. Rogério Alves, ex-bastonário da Ordem dos Advogados, não vê razão para o assunto acabar na barra dos tribunais: "Parece-me uma afirmação infeliz e deselegante, mas que não chega a ter relevância criminal."
 
Na entrevista, Sousa Tavares diz que "já não temos idade para brincar aos generais. O pior que nos pode acontecer é um Beppe Grillo, um Sidónio Pais. Mas não por via militar". Questionado sobre anteriores declarações de Pacheco Pereira, que defendeu que o país pode acabar nas mãos de um "ditador populista, um palhaço", o jornalista responde então que "nós já temos um palhaço. Chama--se Cavaco Silva".
 
Bacelar Vasconcelos admite que "há aqui matéria, do ponto de vista jurídico". Mas aponta um caso "análogo", passado em França com Nicolas Sarkozy - um cidadão francês foi condenado ao pagamento simbólico de 30 euros por ter exibido um cartaz dirigido ao então presidente em que se lia "Vai-te catar, seu idiota". O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos acabou por inverter a decisão, invocando a liberdade de expressão.
 
O Código Penal português estabelece que "quem injuriar ou difamar o Presidente da República é punido com pena de prisão até 3 anos ou com pena de multa", um quadro agravado se a "injúria ou a difamação forem feitas por meio de palavras proferidas publicamente" - como foi o caso. Neste caso é aplicável "pena de prisão de 6 meses a 3 anos" ou "pena de multa não inferior a 60 dias". O Código Penal acrescenta que o "procedimento criminal cessa" se o Presidente "expressamente declarar que dele desiste".
 
Que o caso envolva o Presidente é inédito, mas não é a primeira vez que a palavra "palhaço" aparece na vida política portuguesa e acaba nos tribunais. Em 2008 o comentador Daniel Oliveira foi condenado ao pagamento de 2000 euros a Alberto João Jardim, precisamente por ter chamado "palhaço" ao presidente do governo regional da Madeira.
 

Portugal - CGTP: PEDIDO DE FLEXIBILIZAÇÃO VISA APENAS “SALVAR A COLIGAÇÃO”



TSF

Arménio Carlos entende que estamos perante «mais do mesmo» e que a austeridade vai manter-se. É a reação da CGTP ao pedido do Governo à troika para que o défice de 2014 passe para 4,5%.

«Esta pode ser uma medida com vista a procurar salvar a coligação. Mas mais uma vez esta é uma medida que visa dar continuidade a uma política de austeridade e de sacrifícios que trazem a desgraça e o desastre económico e social ao país», considera o secretário-geral da CGTP.

Em declarações à TSF, Arménio Carlos sublinha que com a apresentação do orçamento rectificativo «é mais sacrifícios». «O problema é que este Governo vai a conduzir um país e com ele vai conduzir 10 milhões de pessoas para o desastre. É isso a que nós precisamos de pôr termo».

A TSF avançou que o Governo que subir em meio ponto percentual a meta do défice para o próximo ano: 4,5% do PIB em vez de 4%.

São 800 milhões de euros de folga orçamental que podem salvar a coligação. É com estas exactas palavras que uma fonte do executivo se refere à porta aberta por Passos Coelho no debate quinzenal.

Arménio Carlos diz que é mais do mesmo, ou seja, austeridade.

«Outras medidas de austeridade vão se seguir. O nosso grande problema está na redução das receitas. Esta já é a terceira flexibilização do défice que é feita para um Governo que anteriormente dizia que recusava propôr a flexibilização. E não vamos ficar por aqui», defende o líder da central sindical.

Arménio Carlos lembrou ainda que o protesto de hoje junto ao Palácio de Belém, com o lema 'Mudar de política, Governo rua - Contra a exploração e o empobrecimento', tem como objetivo exigir ao Presidente da República que antecipe as eleições legislativas.

A manifestação da CGTP em Belém é precedida de quatro pré-concentrações (na Junqueira, no Restelo, em Pedrouços) distritais e setoriais.


POBRE PORTUGAL




Pobre país. Com um Presidente da República senil . Com um Parlamento que é o centro da corrupção em Portugal . Com a economia real destruída após a privatização do Sector Empresarial do Estado, a desindustrialização e a reconstituição de oligopólios privados.

Atado de pés e mãos pela UE, pelo Tratado de Maastrischt, pelo MEE, pela NATO, pela dívida externa, pelas teias do capital financeiro. Com uma classe dominante – autêntica burguesia compradora – medíocre e cúpida. Com a soberania monetária perdida e sob a escravidão do euro. Com um PS que se recusa a repudiar o memorando com a troika e dirigido por bandalhos iguais ou semelhantes àqueles que se encontram no governo. 

Diante de tudo isso, o que resta? Resta o povo. Terá de reagir, tal como em 1383 e outros momentos cruciais da História. A nação mais antiga da Europa tem, novamente, de travar uma luta de Libertação Nacional. 

Todos a Belém!


JULIAN ASSANGE, O INIMIGO Nº 1 DO PAÍS QUE INVENTOU O SEXO LIVRE




Como o país que inventou o sexo livre se transformou no carrasco de Julian Assange? Um dos maiores inovadores do jornalismo na história só poderia ser catalogado como estuprador num país em que ter pênis virou um pecado

Paulo Nogueira, em seu blog – Pragmatismo Político

Quer entender o que está acontecendo com Julian Assange, um dos maiores inovadores do jornalismo em toda a história, um titã da transparência e do combate a governos e corporações corruptas?

Leia Uma Breve História do Sexo Sueco — como a nação que nos deu o amor livre redefiniu o estupro e declarou guerra a Julian Assange. O autor é Oscar Swartz, um guru sueco de TI de 53 anos e um libertário em todas as esferas, da política ao sexo.

Torço para que alguma editora brasileira já esteja traduzindo. Meu exemplar comprei na Amazon, e comecei a ler depois de um simples clique para comprar e baixar o livro.

Swartz facilitou ao máximo nossa vida. Fez uma linha do tempo. Seu relato vai dos anos dourados do sexo na Suécia àquilo em que ela se transformou hoje – um inferno para os homens.

A primeira parte é conhecida. A Suécia era uma referência de liberdade sexual nos anos 1950 e 1960. Vigoravam lá idéias muito à frente do tempo, como o “erotismo samaritano”. Isso significava o seguinte: proporcionar sexo a pessoas desfavorecidas. Por exemplo, deformadas, ou com problemas neurológicos sérios. O Estado manteria bordéis para atender as necessidades sexuais dos impossibilitados de conquistar mulheres pelas vias normais.

Os suecos viam o sexo com extraordinária naturalidade. Swartz cita um filme que marcou época, A Linguagem do Corpo, de 50 anos atrás. Comprei. Impressionante. Estudiosos sérios discutem a melhor maneira de homens e mulheres terem uma vida sexual boa com imagens explícitas. Há uma aula sobre a fisiologia da masturbação feminina ilustrada com uma mulher se acariciando. E há recomendações ainda hoje atuais sobre o que o casal não deve fazer – intolerância um diante do outro etc etc.

Essa era a Suécia, um paraíso do sexo libertador.

Até que, nos anos 1970, florescesse lá um feminismo predador em que o homem acabaria se transformando no lixo da humanidade. A influência veio dos Estados Unidos.

Particularmente, de uma feminista chamada Valerie Solanas, autora do Manifesto Scum, um clássico anti-homens. (Valerie se notabilizaria não apenas pelo manifesto como pela tentativa de matar Warhol porque ele perdeu os originais de uma peça que ela lhe passou.)

A diatribe de Valerie conquistou mulheres influentes na Suécia, e foi então que o pesadelo começou. (A principal acusadora de Assange, Anne Ardin, é uma devota de Valerie.)

As feministas suecas foram ganhando posições importantes na mídia, na política e na justiça, e os homens foram sendo reduzidos à condição de bandidos sexuais até que provem o contrário, se conseguirem.

O conceito de estupro passou a ser mais e mais esticado. Num certo momento, uma discussão forte se iniciou sobre o “sexo por insistência”. Suponhamos que você insista com uma amiga para que ela durma com você. Ela topa, afinal. Depois, se arrependida, ela poderia acusar você de estupro. O tema ainda está em aberto.

Swartz conta o caso de um rapaz de 18 anos cuja namorada ficava na casa dele com frequência. Os dois faziam sexo praticamente o tempo todo. Um dia, ela estava dormindo na casa dele, e no meio da noite ele a acariciou. Quando o garoto rompeu com a namorada, ela o processou por estupro por conta da noite em que ele procurou sexo na madrugada. Resultado: um ano de cadeia para ele.

Assange errou quando fez sexo na Suécia sem conhecer os riscos enormes de retaliação caso as mulheres se sintam contrariadas ou rejeitadas. Mas acertou ao recusar a ir para lá, porque o que o esperava era uma condenação antecipada. A mídia local já vinha fazendo uma campanha intensa contra ele. (E continua.) Na polícia e na justiça, herdeiras de Valerie fatalmente o justiçariam. As chances de elas encaminharem alegremente Assange para os Estados Unidos seriam enormes.

Swartz fez um trabalho notável.

Assange só poderia ser catalogado como estuprador num país em que ter pênis é um pecado.

Foto: As outrora libertárias suecas adotaram um feminismo radical em que o pênis é um inimigo

Leia também em Pragmatismo Político

UNANIMISMO





A conferência de imprensa em Berlim, dada pelos ministros das Finanças da Alemanha e de Portugal, ilustra na perfeição a marcha e o ponto de situação do programa de ajustamento português. 

Para Wolfgang Schäuble, os avanços quanto a ganhos de credibilidade junto dos credores internacionais são inegáveis e evidentes - medidos em redução continuada das rendibilidades em todas as maturidades de dívida pública do Estado português; no fortalecimento dos capitais próprios dos bancos em Portugal; na eliminação do défice externo; na redução esforçada do endividamento das famílias e, em grau menor, das empresas; e, finalmente, na redução do défice estrutural das contas públicas (aqui, Schäuble disse que sim, vigorosamente, com a cabeça!), nem precisam de ser recordados numa conferência de imprensa.

Ouvir Gaspar ou Schäuble é escutar o mesmíssimo discurso. Nessa exata medida, a consigna do Governo de Passos Coelho continuará a ser manter-se colado às posições de Berlim, para poder beneficiar do respaldo político, do apoio técnico e, porventura, do investimento direto alemão. Para que esta parceria perdure, pouco importa que a grande preocupação quanto ao desemprego e a prioridade concedida ao seu combate só comece a produzir confessadamente resultados daqui a quatro anos...

E que, de permeio, haja uma ameaça de rotura surda na coligação governamental, com data marcada para explodir no próximo mês de setembro, quando da finalização do Orçamento do Estado para 2014. Mas disto, considera-se em Belém, o melhor é que o povo nada ouça, nada veja e, sobretudo, nada diga.

Aznar de regresso?

Entre as aulas em universidade americanas, as palestras mundo fora e um lugar na administração da News Corporation, o grupo de media de Rupert Murdoch, José María Aznar tem estado muito ativo no sector privado desde que em 2004 deixou a chefia do Governo espanhol. Mas agora, numa entrevista, deixa no ar a hipótese de regressar à vida política. "Cumprirei com a minha responsabilidade, com a minha consciência, com o meu partido e com o meu país com todas as consequências", declarou o conservador que durante oito anos liderou a Espanha, época marcada pelo crescimento económico e pela redução do desemprego.

Aznar aproveitou para elogiar o primeiro-ministro Mariano Rajoy, seu delfim, para relembrar também que a Espanha tem de recuperar a sua pujança e ainda para negar as acusações de financiamento ilícito enquanto era líder partidário. Saiu igualmente em defesa da Coroa.

Na democracia espanhola não há memória de um primeiro-ministro que tentasse regressar ao lugar. E, ao contrário de Portugal, não existe a presidência da república como objetivo de uma segunda fase da carreira. Mas Aznar não saiu após derrota. Quem perdeu em 2004 foi já Rajoy, que sofreria ainda um segundo desaire antes de ganhar em 2011. Contudo, as sondagens mostram um PP em mínimos históricos, só à frente dos socialistas porque estes também estão em perda. Só um Aznar verdadeiramente convencido da sua aura vencedora arriscaria o regresso.


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