sábado, 10 de agosto de 2013

Brasil: O INACREDITÁVEL CASO DO GAROTO ASSASSINO

 


Urariano Mota*, Recife – Direto da Redação
 
Recife (PE) - As 5 execucões de uma família de policiais militares em São Paulo todo o mundo sabe. Os jornais, os rádios, as redes de tevê não param de repetir que no começo desta semana foram mortos a tiros o sargento da Rota Luis Marcelo Pesseghini, a mulher dele e cabo da PM, Andreia Regina Bovo Pesseghini, a avó materna Benedita Bovo, a tia do menino, Bernadete Oliveira, e o filho do casal, Marcelo Eduardo. Todas as vítimas foram assassinadas com um tiro de pistola .40 na cabeça. A arma foi encontrada embaixo do corpo do menino Marcelo Eduardo.
 
Escândalo noticiado, com ilustrações de fotos da família unida, eis que a polícia civil de São Paulo, em raro caso de competência investigativa, até mesmo para os padrões de todo o mundo, desvendou os crimes: o criminoso era o filho do casal, o menino de 13 anos, Marcelo Eduardo, que matou os pais e tirou a própria vida, nessa ordem e para maior lógica. Mas como assim, por quê, de que modo? Onde faltaram razões básicas de perícia criminal, sobraram razões exteriores. Uma vez aceito que o assassino era a criança, passou-se a construir o monstro. O menino era pacífico, dócil? Ah, aí tem, ele era um psicótico. Faltava-lhe ódio aos pais? Imaginem, ele era viciado em video game de crimes. Juntem agora as frases que o menino um dia teria dito ao melhor amigo, quando falou que sonhava em virar matador de aluguel. Chamem os especialistas de plantão, os psiquiatras formados em mídia . Pronto, está completo o retrato falado da criança assassina da família.
 
Os jornais e tevês têm sido eloquentes, perspicazes e geniais ao mesmo tempo. Repetem – lembram-se das soluções rápidas, engenhosas de todos os crimes? – o que a polícia civil declara. Faz sentido, mais de um repórter policial já afirmou que a polícia investiga e o jornalista divulga. Mas assim mesmo, nessa ordem? Se assim for, penso que melhor seria levar as redações para dentro das delegacias de polícia. E assim ligados, era só avisar para os agentes, “gravando”.
 
De passagem, observem que sequer é feito o necessário desdobramento do que declarou o comandante do 18º Batalhão da PM, coronel Wagner Dimas, que era chefe de uma das vítimas, Andreia Regina Bovo Pesseghini. Segundo Wagner, a policial Andreia havia denunciado alguns colegas que estariam envolvidos com roubos a caixas eletrônicos, em São Paulo. Que vexame para a solução da criança assassina. É claro, a seguir essa linha, a notícia ganharia uma reviravolta de 360 graus, o que vale dizer, voltaria ao ponto em que os cadáveres da família foram encontrados. E para quê, se já temos um assassino pronto, na pessoa do menino que se matou?
 
Mas acompanhem por favor. O delegado Itagiba Vieira Franco, que comanda o inquérito, tem sido firme como uma rocha em suas convicções sobre quem é o criminoso. Devo dizer, o Dr. Itagiba possui a firmeza compacta das pedras, dos objetos sem vida. O que tem lá sua lógica, ele cuida dos sem vida. Nas suas convicções investigativas parece não passar vida inteligente. Se fosse menos convicto e granítico, procuraria ao menos responder algumas perguntas. Por exemplo:
 
Que policiais foram denunciados pela mãe do “assassino”?
 
É simples atirar com uma pistola .40? Queremos dizer, atirar com ela é tranquilo e fácil para um menino de 13 anos?
 
A criança não errou um só tiro, ao usar apenas 5 balas. Onde foi buscar tamanho conhecimento para acertar pontos mortais, somente na cabeça das vítimas?
 
Por que os tiros não foram ouvidos por vizinhos ou mesmo pelas vítimas em tempo de uma reação?
 
Um menino de 13 anos é capaz de cuidar de tantos detalhes e ocultações para executar pessoas?
 
Pergunta mais grave, talvez: como, ao se matar com um tiro na cabeça, de pistola .40, o menino pôde cair para a frente? E ao cair ter tempo e forças para esconder a pistola embaixo do corpo?
 
Dizem os especialistas que o impacto de um projétil de arma calibre trinta e oito é como uma tijolada, de tijolo sem furos, arremessado a uma velocidade de 100 km por hora. Mas o projétil da pistola .40 tem muito mais impacto, é um fortíssimo coice.
 
Em resumo: os cinco mortos na casa fazem uma cena bem montada por quem possui experiência de ocultar execuções frias. Iguais àquelas cometidas na periferia de São Paulo. Mas parece faltar ao diretor de cena o conhecimento artístico de um autor de teatro. Falta verossimilhança nos corpos postos com uma só bala na cabeça cada. Pela cena, o criminoso já morreu. E com isso, o delegado pensou em fechar a investigação, esse vício acumulado por anos de impunidade, desde a ditadura. A saber, neste caso inacreditável: o menino de 13 anos é o assassino.
 
*É pernambucano, jornalista e autor dos livros "Soledad no Recife" e “O filho renegado de Deus”. O primeiro, recria os últimos dias de Soledad Barrett. O segundo, seu mais novo romance, é uma longa oração de amor para as mulheres vítimas da opressão de classes no Brasil.
 

Brasil: DILMA RECUPERA SEIS PONTOS DE POPULARIDADE - Datafolha

 

 
Após uma queda de 35 pontos percentuais na aprovação do governo, a presidente Dilma Rousseff teve uma ligeira recuperação, segundo pesquisa do Instituto Datafolha concluída nesta sexta-feira e divulgada na edição de sábado do jornal Folha de S. Paulo.
 
O índice dos que consideram o governo ótimo ou bom subiu de 30% no final de junho, no auge dos protestos, para 36%. O ápice da aprovação ocorreu em março, quando 65% consideravam a sua gestão ótima ou boa. Na pesquisa deste mês, o índice dos que julgam o mandato ruim/péssimo variou de 25% para 22% e aqueles que o consideram regular oscilou de 43% para 42%.
 
Ainda segundo o levantamento, a aprovação a Dilma é maior entre os que ganham até dois salários mínimos, dos quais 41% aprovam o governo. Entre os mais ricos, aqueles que ganham acima de dez salários mínimos, a aprovação tem o menor índice (29%). A pesquisa foi feita entre quarta-feira e sexta em 160 municípios do país, com 2.615 entrevistados.
 

Angola: JULGAMENTOS ERRADOS

 


Jornal de Angola, editorial
 
Um diplomata dos EUA ao serviço do Africom fez uma afirmação marcante: julguem-nos pelo que fazemos e não pelo que dizem de nós. Em política, o preconceito reduz a capacidade de análise, subalterniza a inteligência e adultera a realidade.
 
Por isso, não podemos estar mais de acordo, porque os angolanos sofrem na pele, mais do que nenhum outro povo, devido a julgamentos errados. Os nossos julgadores habitualmente olham apenas para o que dizem de nós e não para o que somos e fazemos.
A dimensão dos que julgam pelo que ouvem dizer de nós é insignificante. Mas os resultados dos seus julgamentos errados são devastadores. Basta ter em conta a longa guerra que fomos obrigados a travar pela dignidade, pela soberania e pela integridade territorial. Não vamos reportar-nos a factos da Idade da Pedra, mas apenas a 1961, quando o Presidente Kennedy pressionou Salazar a desencadear o processo da Independência Nacional. A voz do petróleo falou mais alto. Mais tarde o ditador de Lisboa calou Washington com uma concessão à Cabinda Gulf Oil.

Desde então passámos a ser julgados pelo que a propaganda diz de nós e não pelo que somos e fazemos. Os angolanos foram o pilar mais sólido da liberdade e da democracia na África Austral. A guerra que enfrentámos conduziu à libertação do Zimbabwe, Namíbia e África do Sul. Neste aspecto ninguém fez mais do que nós. Ninguém foi mais abnegado. Ninguém sofreu mais, nem os próprios povos subjugados aos ditames desumanos do apartheid.

O Presidente José Eduardo dos Santos era em 1979 um dos poucos membros do Bureau Político do MPLA com um curso superior e com experiência de comando numa vasta região político-militar. Por isso, era dos poucos que podia suceder a Agostinho Neto. Quando os seus pares o escolheram estava consumada uma sucessão lógica e natural. Mas não foi nem é isso que se diz.

O nosso Presidente nunca teve um minuto de descanso. Vestiu o camuflado e comandou a resistência aos invasores estrangeiros. Gastou nestas acções patrióticas todos os anos que vão de 1979 ao Acordo de Bicesse, em 1991. Quando se apresentou às eleições em1992 era um político experimentado, um dirigente com provas dadas, um vencedor. Como não era isso que diziam de nós, a retumbante vitória eleitoral de José Eduardo dos Santos e do MPLA foi julgada de uma forma errada. Mais uma tragédia causada pelos julgadores apressados: a chamada guerra pós eleitoral.

A propaganda dizia que o MPLA ia perder, que José Eduardo dos Santos estava no fim. Mas quem passou mais de uma década a lutar pela soberania e a dignidade de um povo nunca está acabado, pelo contrário, tem o lugar no coração dos eleitores que os resultados revelaram.

Em África não existe Primavera. Já não existia na natureza, agora está provado que não “pegou” também na política. Basta ver os exemplos da Tunísia, Egipto e Líbia, três países africanos julgados pelo que diziam deles e não pelo que eram. Mais julgamentos errados que redundaram em tragédias humanitárias que estão longe do fim. E a primeira vítima dessas “Primaveras” foi a democracia. Se forem capazes de julgar os angolanos pelo que fazem e não pelo que dizem de nós, vão perceber que em Angola não “pegou” a Primavera Árabe e muito menos vai fazer ninho uma Primavera Bantu, reclamada por quem não é capaz de aceitar a legitimidade do voto popular, nem compreende que a fase de transição acabou com a aprovação da Constituição da República em vigor desde 2010.

Julguem o poder político em Angola pelo que faz e não pelo que a propaganda diz dos que foram eleitos com mais de 70 por cento dos votos nas últimas eleições. Quem ganhou as eleições pode ser criticado, pode ser confrontado com outras ideias e outros projectos vencedores.

A oposição, mesmo a que se abriga nas proximidades do partido que ganhou as eleições com uma maioria qualificada, pode reclamar a demissão do Presidente da República e do Executivo. Mas isso só é legítimo se as instituições democráticas não estiverem a funcionar.

Nada disso acontece. As instituições democráticas funcionam em pleno, os Direitos e Liberdades são sagrados e por isso garantidos, a economia cresce a níveis que são dos mais elevados do mundo, todos os dias são criados milhares de postos de trabalho, o Estado responde a cada vez mais necessidades das comunidades, a Assembleia Nacional funciona em pleno, os Tribunais estão a chegar aos municípios, num esforço gigantesco de formação de magistrados, o que não é fácil. A educação, saúde e habitação melhoraram muito.

O poder em Angola está legitimado pelo voto popular e continua a merecer a confiança dos eleitores, que sabem julgar os que elegeram pelo que fazem e não pelo que dizem deles. Era bom que países que são nossos parceiros fossem capazes de se libertar dos preconceitos e deixarem de nos julgar pelo que dizem de nós. Quanto mais não seja por uma questão de inteligência.

Olimpíadas de Maputo da CPLP ajudam a desmistificar "o quebra-cabeças" Matemática

 

PMA - MLL - Lusa
 
Dezasseis alunos de países lusófonos participaram esta semana, em Maputo, nas III Olimpíadas de Matemática da CPLP, destinadas a promover o gosto pela disciplina e a desmistificar a ideia de que a Matemática é um "quebra-cabeças".
 
Os 16 alunos, menores de 18 anos e a frequentarem entre o 10.º e o 12.º anos, foram submetidos a provas de Matemática, na quarta e na quinta-feira, com vista a apurar-se a classificação final para alunos e países e a premiar os melhores com medalhas.
 
"Os alunos surpreendem, descobrem-se jovens com um talento espetacular, que descobrem caminhos e estratégias de resolução fantásticos", disse à Lusa Ismael Cassamo, presidente das Olimpíadas de Matemática da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa).
 
Manuel João Horácio, 16 anos, um dos representantes de Portugal e aluno do Colégio Paulo VI, em Gondomar, acredita que a sua participação irá aprofundar a paixão pela Matemática e pelo desafio de resolver problemas novos na disciplina.
 
"Estar nesta e noutras olimpíadas ajuda-me a cultivar o meu espírito de matemática. É importante ter este espírito olímpico, que nos ajuda a escolher o que possamos fazer no futuro, que, no meu caso, em princípio, estará relacionado com a Matemática", disse Manuel João Horácio.
 
Mostrar "a beleza" que é montar o "quebra-cabeças Matemática" é uma das principais motivações pela disciplina do aluno brasileiro Gabriel Toneati, do Colégio Etapa, em São Paulo.
 
"A matemática é um quebra-cabeças, mas, como qualquer quebra-cabeças, quando você monta, você vê como ele fica muito bonito", diz Toeati, 15 anos, descrevendo a emoção de desafiar uma das disciplinas escolares mais temidas.
 
Totalista por ter participado nas três olimpíadas de Matemática da CPLP, a moçambicana Angel Lázaro, 17 anos, acredita que compensa superar as dificuldades colocadas pelos exercícios de Matemática.
 
"A Matemática não é assim um bicho-de-sete-cabeças; esforçando-nos, faz-nos sentir melhor", disse.
 
Os resultados da competição deverão ser divulgados durante o fim de semana.
 

São Tomé: Comandante da Polícia morreu vítima de tiro disparado por um agente

 

Téla Nón (stp)
 
Xaiming Mota de 36 anos, subcomissário da polícia nacional, recentemente formado na escola superior de polícia de Portugal, vai à enterrar este sábado, após ter sido alvo no último domingo de um disparo feito por um agente da Polícia da corporação de Cantagalo, que ele comandava.
 
Jovem, na flor da idade, o ex-comandante da Polícia de Ordem Pública do Distrito de Cantagalo, não resistiu aos ferimentos causados pelo disparo feito por um dos seus subordinados na tarde do passado domingo. Morreu na noite de quinta – feira 7 de Agosto, no hospital Ayres de Menezes.
 
Versões recolhidas pelo Téla Nón, indicam que o comandante Xaiming, teria repreendido um agente da polícia, pelo facto de ter cometido alguma infracção no comando distrital de Cantagalo. A troca de palavras entre o comandante e o seu subordinado, terá chegado ao ponto, em que o subordinado carregou fatalmente no gatilho da pistola, e atingiu o seu chefe. A juventude de Xaiming, resistiu aos ferimentos até a noite de quinta – feira, altura em que na cama do Hospital Ayres de Menezes deu o último suspiro.
 
Antes de ser nomeado comandante da polícia do distrito de Cantagalo, Xaiming Mota foi comandante da unidade de trânsito da polícia nacional. A fotografia exposta neste artigo mostra, uma das actividades de Xaiming Mota, na liderança dos agentes do serviço de trânsito, nas instalações do comando da polícia de Água Grande, na capital são-tomense.
 
Morreu aos 36 anos, após incidente com bala no seu posto de serviço. Antes de ser polícia, Xaiming, trabalhou para a comunicação social. Foi na década de 90 motorista da TVS-Televisão São-tomense, tendo tido convívio com muitos profissionais daquela estação televisiva, durante a década de 90. Este sábado vai ser sepultado. Regressa ao destino dado por Deus, a todos os viventes, «porquanto és pó e em pó te tornarás».
 
Que a sua alma descanse em paz.
 
Abel Veiga
 

Ramos Horta diz que políticos guineenses que estão no exterior "podem regressar"

 

Os políticos (guineenses) que estão no exterior podem regressar à Guiné-Bissau, onde há "tranquilidade" diz representante da ONU, José Ramos-Horta, representante especial das Nações Unidas na Guiné-Bissau, disse hoje à agência Lusa que há "tranquilidade" no país e que qualquer cidadão guineense que esteja no estrangeiro "por razões políticas" deve poder regressar ao território.

Aquele responsável comentava assim a decisão do primeiro-ministro deposto no golpe de Estado de 2012, Carlos Gomes Júnior, que na quarta-feira anunciou, em Lisboa, pretender regressar à Guiné-Bissau e candidatar-se à Presidência da República. "Assiste a todos os cidadãos da Guiné-Bissau, que estejam na Diáspora, por razões políticas relacionadas com eventos do passado, a possibilidade de regressarem", referiu Ramos-Horta.

"Estamos no século XXI", acrescentou, sublinhando que "qualquer cidadão guineense que esteja no exterior devia poder participar na vida política, social e humanitária do seu país: cabe a cada um tomar essa decisão". Segundo o responsável, a Organização das Nações Unidas (ONU) tem procurado "criar as condições de tranquilidade, de diálogo, de aceitação mutua e de inclusão para que todos os guineenses possam sentir que fazem parte da sociedade e do projecto político".

Questionado pela agência Lusa sobre as condições de segurança para o regresso do primeiro-ministro, Ramos-Horta respondeu dizendo que não sente qualquer tipo de ameaça à tranquilidade. "Vivo [em Bissau] há sete meses e não sinto a mais pequena ameaça à tranquilidade de ninguém", sublinhou. A Guiné-Bissau "é um país pacífico, onde não há criminalidade e não tenho detectado casos graves de violação dos direitos humanos desde que cheguei", disse Ramos-Horta.

A Guiné-Bissau vive um período de transição desde o golpe de Estado que, a 12 de abril do ano passado, afastou o Governo eleito. O Presidente interino, Raimundo Pereira (que ocupava o cargo na sequência da morte do Presidente eleito Malam Bacai Sanhá), e o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, foram afastados e estão desde então em Portugal. Em maio do ano passado foi constituído um Governo de transição para conduzir o país até às eleições, que deviam realizar-se no prazo de um ano.

Atrasos vários no processo levaram a que o período de transição fosse estendido até ao final deste ano. As eleições gerais (presidenciais e legislativas) estão agora agendadas para 24 de novembro e são já conhecidos três candidatos à presidência do país: Carlos Gomes Júnior, o ex-diretor-geral da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa Hélder Vaz e o antigo ministro da Educação Tcherno Djaló. (Lusa)

PROCESSO KAFKIANO

 

 
Sendo procedimento de rotina, em nada justificando os 18 dias de cativeiro dos dois agentes de autoridade cabo-verdianos, a questão que se coloca terá que ver com os motivos não aparentes, para não dizer escusos, a fazerem despoletar acusações infundamentadas de espionagem dos agentes cabo-verdianos e a arbitrária detenção dos mesmos aquando seu regresso a Cabo Verde, facto que não só preocupou as autoridades cabo-verdianas, mas revoltou a opinião pública cabo-verdiana e guineense, que vira no acto uma desesperada tentativa política e extrajudicial de mostrar o «descontentamento» de certos ciclos do poder em Bissau em relação ao alinhamento de Cabo Verde no combate internacional contra o tráfico da droga e, também é bom dizê-lo, face à condenação inequívoca por parte de Cabo Verde do golpe de Estado ocorrido na Guiné-Bissau.
 
Adilson Jesus – A Semana (cv), opinião
 
Estando já libertos e em terra firme e segura de Cabo Verde os nossos agentes da Polícia Nacional, Júlio Centeio Gomes e Mário Varela Brito, presos em circunstâncias melindrosas na Guiné-Bissau, a sociedade cabo-verdiana respira de alívio após o enorme “stress” provocado por este insólito acontecimento.
 
Importa, antes de mais, expressar regozijo pelo regresso e reconhecimento a todos quantos se empenharam para que a questão se resolvesse a bom termo.
 
De facto, foi com grande satisfação que assistimos à chegada em Cabo Verde dos dois agentes acompanhados pelo Embaixador de Cabo Verde em Dakar, tendo sido recebidos no Aeroporto Nelson Mandela da Cidade da Praia pelo Ministro das Relações Externas, Jorge Borges, pela Ministra da Administração Interna, Marisa Morais, e por numerosos colegas de profissão, para além de uma equipa médica para lhes dar assistência, familiares e amigos.
 
Hoje, depois de um período de recato em termos de comunicação, como é de norma neste tipo de situações, para não prejudicar o desfecho do caso e, portanto, a libertação dos dois agentes, as coisas estão mais claras. Sabe-se dos enormes esforços diplomáticos desenvolvidos pelas autoridades cabo-verdianas a fim de libertar os dois agentes, envolvendo uma rede muito grande de países, organizações internacionais como a ONU, a CEDEAO, a CPLP, de personalidades influentes. Sabe-se do apoio jurídico sem falha dado aos dois agentes, mas também do apoio psicológico e alimentar durante todo o período de cativeiro.
 
Longe da pressão e diante dos resultados do inquérito instaurado, pode-se aferir que os meandros que terão levado ao cativeiro dos agentes da DEF não se sustentam à luz do direito internacional, nem se justificavam à luz das relações (e dos procedimentos instalados) entre as repúblicas da Guiné-Bissau e Cabo Verde.
 
O acompanhamento da cidadã guineense, expatriada pela justiça cabo-verdiana, na sequência do cumprimento de pena por tráfico de droga e para materializar a sentença adicional de expulsão, pelos agentes policiais foi realizado nos termos da legalidade e da regularidade, não havendo no caso em apreço nenhum dado novo e extraordinário que pudessem, em boa-fé, melindrar os Serviços de Informação do Estado da Guiné-Bissau e induzissem a suspeitas de más práticas e irregularidades.
 
De acordo com as regras internacionais e a prática dos serviços, a pessoa foi escoltada até à fronteira do país de destino por dois agentes. E não se registou nada de anómalo, conforme o inquérito instaurado, não por pressão de alguma entidade interna, mas por prática policial inerente à natureza dos incidentes!
 
Por conseguinte, o Tribunal Militar Regional não conseguiu provar os factos sobre os quais os dois agentes eram acusados, nomeadamente crimes contra a Segurança Interna e Externa do Estado. Nessa altura, a Liga Guineense dos Direitos Humanos reagira a exigir a libertação imediata dos policiais cabo-verdianos. É que, conforme a LGDH, o Serviço de Informação e Segurança, não tinha motivo, nem competência legal para os deter, nem requerer a instrução de procedimentos criminais.
 
Diante de tal improcedência «jurídico-militar», estes foram remetidos ao Ministério Público que, segundo Salomé Santos e Franquelim Vieira, advogados contratados pelo Governo cabo-verdiano para defender os polícias, acabou por produzir um despacho no sentido de se arquivar o processo, já que não houve fundamentos para a detenção. As acusações de que tinham sido alvo caíram por terra.
 
Sendo procedimento de rotina, em nada justificando os 18 dias de cativeiro dos dois agentes de autoridade cabo-verdianos, a questão que se coloca terá que ver com os motivos não aparentes, para não dizer escusos, a fazerem despoletar acusações infundamentadas de espionagem dos agentes cabo-verdianos e a arbitrária detenção dos mesmos aquando seu regresso a Cabo Verde, facto que não só preocupou as autoridades cabo-verdianas, mas revoltou a opinião pública cabo-verdiana e guineense, que vira no acto uma desesperada tentativa política e extrajudicial de mostrar o «descontentamento» de certos ciclos do poder em Bissau em relação ao alinhamento de Cabo Verde no combate internacional contra o tráfico da droga e, também é bom dizê-lo, face à condenação inequívoca por parte de Cabo Verde do golpe de Estado ocorrido na Guiné-Bissau.
 
A detenção dos agentes, a sua sujeição a cativeiro e demora na libertação põe a nu o desnorte desses círculos do poder que em desespero veiculavam sucessivas pseudo justificações, à espionagem seguiu-se uma tentativa de envolvimento no tráfico para culminar num absurdo atentado à segurança interna e externa da Guiné-bissau… sem nunca formalizar ou concretizar procurando com isso gerar reacções da mesma estirpe das autoridades cabo-verdianas. Obrigando a um verdadeiro exercício de contenção e paciência.
 
Do lado jurídico, os atropelos foram tantos que revelam ilegalidade da detenção dos agentes. Detenção foi feita por autoridade, os Serviços de Informação e Segurança, que não têm competência para tal. Detenção sem acusação de culpa por mais de 48 horas. Acusação de entrar ilegalmente no país quando os dois agentes são cidadãos da CEDEAO, viajaram com passaporte devidamente identificados como agentes da DEF, tanto assim que não tiveram nenhum problema em passar a fronteira e só vieram a ser presos 4 dias depois quando já estavam no aeroporto aguardando o voo de regresso.
 
Não faltaram, tanto na opinião pública (dos dois países, note-se), como na imprensa internacional, especulações de que a prisão dos agentes cabo-verdianos mais não era do que uma revanche deslocada pelo arrastamento do almirante Bubo na Tchuto, antigo Chefe Estado-Maior da Marinha, da Guiné-Bissau, entre 2003 e 2008, pela Divisão Especial de Operações da Drug Enforcement Agency (DEA), nas águas internacionais e encaminhado, via Cabo Verde, para a prisão nos Estados Unidos.
 
Essa missão secreta montada pelos Estados Unidos que levou à prisão do almirante Bubo Na Tchuto está relacionada com uma outra, realizada em Bogotá na Colômbia, e que permitiu prender dois colombianos – Rafael Antonio Garavito-Garcia e Gustavo Perez-Garcia.
 
Acusados de tráfico de droga, lavagem de capitais e terrorismo, por um Tribunal de Nova Iorque. Por coincidência ou não, a rocambolesca detenção dos agentes cabo-verdianos acontece no dia do começo do julgamento do almirante guineense. Para Michele Leonhart, administradora da DEA, este caso ilustra «as ligações assustadoras entre o tráfico de droga global e o financiamento das redes terroristas». A responsável, citada no mesmo comunicado na página do Departamento de Justiça, refere-se a estes "alegados narcotraficantes" como estando "entre os criminosos mais violentos e mais brutais" do mundo. Sabe-se também que a DEA pretende indiciar, pelos mesmos crimes, o actual Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA) António Indjai, o que tem as autoridades guineenses numa enorme pressão político-diplomática e militar.
 
De realçar que, nesse meio tempo, questionado sobre a demora na resolução deste processo, o Primeiro-Ministro, José Maria Neves pedira paciência e serenidade aos cabo-verdianos e, sobretudo, aos familiares dos agentes, adiantando que "há questões que não podem ser resolvidas ao ritmo que desejamos, tendo em conta um conjunto de equívocos que têm de ser removidos". Efectivamente, para além do envio do embaixador de Cabo Verde no Senegal à Guiné-Bissau para dialogar com as autoridades daquele país e de ele próprio se ter reunido com as autoridades guineenses em Abudja, durante a reuniao da CEDEAO, o Governo tinha já no terreno uma equipa de advogados para dar assistencia aos agentes em cativeiro.
 
Diante da libertação dos agentes, o Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, confirmou à imprensa que a libertação dos agentes foi conseguida “num espaço de tempo razoável”, o que revela que todos trabalharam “de forma articulada, sistematizada, pondo acima de tudo o interesse de Estado, da Nação e dos cabo-verdianos”. Salvando as devidas distancias e cautelas, pressentiu-se uma grande convergência nacional em torno da solidariedade em prol da libertação dos agentes, replicando o «mutirão nacional» em torno dos Tubarões Azuis, durante a CAN 2013.
 
Entretanto, não haverá fumo sem fogo. O porta-voz das autoridades guineenses não foi convincente a refutar a tese de retaliação, deitando mãos às «relações históricas e de irmandade que unem os dois povos». Só que por mais recusas, o actual e «transitório» poder em Bissau tem vindo a mostrar insatisfação pela colaboração das autoridades cabo-verdianas na luta contra o tráfico de drogas. Entretanto, os cidadãos cabo-verdianos desconhecem que Cabo Verde tenha serviço de espionagem e esteja interessada em espiar qualquer outro país, na linha do que afirmou o Chefe do Governo Cabo-verdiano.
 
Sobre a necessidade de se debruçar sobre o ocorrido e corrigir «eventuais falhas», não parece ser a questão, embora os procedimentos, sobretudo quando geram incidentes, com ou não culpados, carecem sempre espaços de melhorias. Outrossim, os procedimentos não devem ser estanques, nem rígidos, mormente diante das novas complexidades do mundo global e da situação que se vive na Guiné-Bissau, em particular, impondo a todos especiais para além das práticas rotineiras.
 
Todavia, uma eventual tentativa de sondar, como agulha no palheiro, algo que possa manchar o criterioso cumprimento do dever dos agentes policiais e da Polícia Nacional, não teria respaldo diante do facto de ter ficado claro de que lado não estava a razão.
 
Não houve comunicação às autoridades guineenses? Quem o garante? Entrementes, a lei não impõe essa comunicação. As regras da ICAO, e nos termos dos regulamentos da Agência da Aviação Civil, foram observadas e os procedimentos de chegada foram legalmente cumpridos na Guiné-Bissau. A pessoa expatriada encontra-se desaparecida? Esta foi mais uma falsidade lançada para tentar justificar o injustificável.
 
Como interpretar então este caso que criou alguma apreensão entre dois países e povos irmãos, com uma história comum mesmo de unidade na luta de libertação do colonialismo e membros da mesma organização regional de desenvolvimento, a CEDEAO, e da comunidade lusófona, a CPLP, para além do facto de milhares de cabo-verdianos viverem na Guiné-Bissau e milhares de guineenses residirem em Cabo Verde?
 

Presidente angolano elogia Comissão do Golfo da Guiné no combate ao crime no mar

 


Malabo, 10 Ago (Inforpress) – O Presidente angolano elogiou hoje, em Malabo, o desempenho da Comissão do Golfo da Guiné na concertação de esforços dos Estados membros para o combate e erradicação de crimes no Atlântico, bem como a sua prevenção, divulgou a imprensa angolana.

José Eduardo dos Santos falava na cerimónia de abertura da 3ª cimeira de chefes de Estado e de Governo da Comissão do Golfo da Guiné (CGG), que decorre em Malabo, na qualidade de presidente em exercício do organismo, de acordo com a agência de notícias Angop.

Nesta cimeira, José Eduardo dos Santos vai passar a presidência do organismo africano ao seu homólogo da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema.

“Para reforçar esse desempenho são também imprescindíveis as contribuições de cada estado membro dentro das suas fronteiras terrestres e marítimas, uma vez que os perigos e ameaças que ocorrem no mar têm necessariamente o seu suporte em terra e aí devem começar por ser combatidas", declarou o Presidente angolano.

Ao aceitar as responsabilidades neste âmbito, “cada um dos nossos países fortalece-nos e capacita-nos para o melhor cumprimento das nossas obrigações e dos objectivos da Comissão do Golfo da Guiné”, disse.

Recordou que na conferência de Luanda (em 2012) e na cimeira de Yaoundé (em Junho de 2013) foram discutidas e equacionadas as soluções para as questões mais prementes que preocupam os países do Golfo da Guiné e que têm uma grande importância para a economia mundial.

O Presidente angolano acrescentou que depois destes dois encontros - voltados para a paz, segurança e prevenção de crimes e sobretudo para a segurança marítima -, “é necessário estabelecer-se uma conjugação de esforços mais eficazes entre os países da África Central e Ocidental, da União Africana, do Atlântico Sul e das Nações Unidas”.

“Nessas duas importantes reuniões foi decidida a criação de mecanismos permanentes com vista a materialização das formas concretas de cooperação”, sublinhou.

O Presidente angolano acrescentou que a CGG pode, neste contexto, desenvolver acções para a harmonização da actuação da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) e da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC), de modo a optimizar-se os recursos e para se alcançar melhores resultados.

“É nossa opinião que a CGG deve considerar-se como uma organização aberta a adesão de outros países que aceitem os seus estatutos e comprometam-se a lutar pelos seus objectivos, conferindo-lhe assim maior abrangência e eficácia em todo o espaço da sua jurisdição”, referiu.

José Eduardo dos Santos disse que, se essa intenção for acolhida pelos Estados membros, isso implicará na adaptação do estatuto orgânico do secretariado executivo do CGG, de forma a permitir-lhe cumprir as suas atribuições.

À margem da cimeira em Malabo, capital da Guiné Equatorial, José Eduardo dos Santos encontrou-se com o seu homólogo são-tomense, Manuel Pinto da Costa, e discutiram questões ligadas à cooperação bilateral.

Integram a Comissão do Golfo da Guiné, Angola, Camarões, República Democrática do Congo (RD Congo), República do Congo, Nigéria, São Tomé e Príncipe, Gabão, e Guiné Equatorial.

Inforpress/Lusa
 

NELSON MANDELA ESTÁ “MAIS ALERTA” E JÁ SE CONSEGUE SENTAR - família

 

Notícias ao Minuto - Lusa
 
Joanesburgo, 10 ago - O antigo presidente da África do Sul, Nelson Mandela, hospitalizado há dois meses em Pretória, já é capaz de se sentar e está mais "alerta" e recetivo, afirmou a filha Zindzi Mandela à televisão pública sul-africana SABC.
 
Joanesburgo, 10 ago - O antigo presidente da África do Sul, Nelson Mandela, hospitalizado há dois meses em Pretória, já é capaz de se sentar e está mais "alerta" e recetivo, afirmou a filha Zindzi Mandela à televisão pública sul-africana SABC.
 
"Consegue sentar-se numa cadeira durante alguns minutos por dia. A cada dia ele está mais alerta e mais recetivo. Tata [pai] está determinado a não ir a lado nenhum tão cedo", afirmou a familiar, apelando para que as pessoas parem de dizer à família que o tempo de Mandela chegou ao fim.
 
"Nós olhamos para este homem que está a dizer 'eu não me vou embora'", disse.
 
Nelson Mandela, de 95 anos, foi hospitalizado de emergência há dois meses com uma infeção pulmonar.
 
De acordo com as últimas declarações das autoridades sul-africanas, encontra-se em estado "crítico mas estável".
 
Os problemas pulmonares de Mandela estão provavelmente relacionados com as sequelas de uma tuberculose contraída na ilha-prisão de Robben Island, onde passou 18 dos seus 27 anos de prisão.
 
SS // CC
 

Portugal: GOVERNOS, PRs E DEPUTADOS, AGENTES DA IMPLOSÃO DA DEMOCRACIA

 


É frequente encontrarmos na blogosfera e em jornais a menção a quantias recebidas por ex-políticos e políticos adstritos às máfias partidárias que integraram ou integram os denominados do “arco da governação”, o CDS, o PSD e o PS, acresce a esses muitos dos deputados de todos os partidos políticos com representatividade parlamentar, o PCP, Os Verdes e o Bloco de Esquerda. Também a estes, chamados da esquerda, nunca vimos grande intenção de acabar com as mordomias e verdadeiros saques (roubos) que são feitos em nome de servirem ou terem servido como deputados. Afinal, na Assembleia da República, eles servem-se e dizem que estão a servir o país. Todos eles, salvo excepções que raramente são conhecidas – lembremos que Francisco Louçã, do Bloco de Esquerda, se recusou receber o subsídio de reintegração quando abandonou o cargo de deputado, e isso foi notícia. Talvez um ou outro haverá nas mesmas circunstâncias mas aqui não está em memória. O que se sabe, grosso modo, é que os que sustentam estes roubos estão saturados e chamam à boa maneira popular, aos que deviam integrar a Casa da Democracia, os deputados, os “chulos”, os “vigaristas”. O que é muitissimo lamentável mas ainda mais por as suas ganâncias corresponderem à verdade. Se não exata pelo menos aproximada.
 
Da blogosfera extraimos a peça que especifica os “ganhos” e debulho ao erário público de uns quantos desses figurões que se julgam merecer o respeito dos portugueses quando na realidade assim não acontece por via dos comprovados desmandos e descaramentos desta casta nociva de políticos. Não serão todos… Mas quais são os que não pertencem a esta mole imensa de parasitas?
 
Convém alertar para o facto de que não é só na blogosfera que que se encontram listas ou menções como a que reproduzimos. Basta fazer uma breve pesquisa para recolher material que dará para ler durante horas. A acrescentar a tudo isso também podemos encontrar os “pagamentos” que grandes empresas parecem fazer a ex-governantes contratando-os para as suas admnistrações ou similares com ordenados escandalosamente milionários. O que pode indiciar que assim acontece por conta de “favores” efetuados durante o desempenho dos seus cargos na governação. Há ainda os “favores” estranhos e agora muito referidos no caso BPN. O “favor” de Oliveira e Costa a Cavaco Silva, a Rui Machete, etc., etc. Exemplos por demais referidos e que poderão encontrar também aqui mais em baixo num artigo de opinião de Nicolau Santos, no Expresso. Ou no post imediatamente a seguir em "coisas estranhas" sobre Rui Machete, igualmente no Expresso.
 
Muito haveria a dizer sobre toda esta panóplia de negociatas que para todos os efeitos aparentam ser legais (legislado pelos deputados e alegada e diretamente interessados) mas não deixam de ser escandalosamente imorais e fruto de comentários que referem “esta cambada enriquece inexplicavelmente na política”. Com exatidões ou não fica a “lista negra” sobre o que alegadamente se sabe destes agentes da implosão da democracia portuguesa. (Redação PG – AV)
 
Pensões milionárias de Estado - Ex-Politicos
 
Vejam os nomes dos principais beneficiários das pensões milionárias do Estado, quase todos ex-políticos.
 
LISTA DOS PRINCIPAIS "COVEIROS" DO DESASTRE FINANCEIRO PORTUGUÊS PÓS 25 DE ABRIL
 
Muitos deles acumulam reformas com salários e pensões vitalícias.
 
PARTIDO-NOME DO POLITICO-TACHOS-CARGO ACTUAL-SUBVENÇÃO/REFORMAS

P.S.D. Alberto João Jardim P. Gov Reg. Madeira S.V. 94.000 Euros/ano
P.S. Alberto Martins Ex-Dep Ex-Min Adv. Prof. Prof. UN S.V. 2.905 Euros acresce vários venc.
P.S. Alberto Souto de Miranda Ass. Estag. UN/Ex-Pres. C. Vice Presid. Anacom 14.198 Euros acresce S.V. Câmara Aveiro
P.S. Alda Borges Coelho Ex-Dir Fed Port Rugby Adm. ANA/NAER 110.000 Euros/ ano c/carro, telem. Desp. Desl.
P.S. Alexandre Rosa Ex-Sec. Est Ex. Ch. Gab. Vice Pres. IEFP 79.000 Euros/ano carro c/mot., telef. Desp rep.
P.S. Almerindo Marques Ex- Dep. Bancário/Gestor Gestor da Opway S.V. ???? 200.000 Euros/ano
P.S.D. Álvaro Barreto Ex-Ministro Reformado S.V. 3.400 Euros ref. 3.500 Euros/mês
P.S. Ana Benavente Ex-Sec. Est. Sub. Reint. 62.000 Euros
P.S. Ana Catarina Mendes Ex-Dep. Sub Reint. 24.000 Euros
P.S.D. Ana Manso Ex-Dep. Sub. Rein
P.S. Ana Sofia Tomaz Aces. Sec. Est. Vogal C.Adm. E.P. 151.000 Euros/ano mais carro+telef. (o que faz?)
P.S.D. Ângelo Correia Ex-Dep Ex-Ministro Presid. Empresas S.V. 2.200 EUROS acresce vários vencimentos
P.S.D. Aníbal Cavaco Silva Ex- Dep. Ex-Ministro P.Rep. Pres. República 140.000 Euros/ano Prescindiu venc PR 6.523 Eu
P.S. António Almeida Santos Ex-Dep. Ex-Min. S.V. ref. 4.400 Euros/mês
P.S. António Castro Guerra Ex-Sec. Est. Pres. Cimpor 210.000 Euros ano 2010
P.S. António Guilh. Rodrigues Ex. Acess Min. Ex. Sec Est. Presid. ANA 185.000 Euros/ano sub., desl./ cartão crédito
P.S. António Guterres Ex-Dep. Ex-1º Min. Alco Com Refug. ONU S.V. 700 a 900.000 euros/mês
C.D.S. António Lobo Xavier Ex-Dep. Com. Exec. BPI desconhece-se
P.S.D. António Mexia Ex-MinistroEx-Pres. GALP Presid. E.D.P. 3.100.000 Euros/ano 8.500 Euros/dia-ABERRAÇÃO
P.S.D. António Nogueira Leite Vogal C.G.D. desconhece-se
P.S. António Vitorino Ex-Dep. Ex-Ministro Advogado S.V. 2.000 Euros 383.000 Euros/ano 2005
P.S.D. Arlindo de Carvalho desconhece-se
P.S. Armando Vara Ex-Dep. Ex-Ministro/Outros Pres. Camargo S.V. 2.000 Euros 822.000 Euros/ano 2010
P.S. Artur Penedos Ex-Dep. ref. 1.800 Euros/mês
P.S.D. Artur Torres Pereira Ex-Dep. Sub. Reint. 44.000 Euros
P.S. Ascenso Simões Ex-Dep. Ex- Sec Est. Vogal Adm. ERSE 189.000 Euros/ano c/carro s/motorista
P.S.D. Assunção Esteves Ex-Dep. Pres. A. Rep. 120.000 Euros/ano
P.S. Augusto José Pereira Luis Ex-Adm Epal Presid. Nav 110.000 Euros/ano carro c/mot., telef. Desp rep.
P.S. Augusto Santos Silva Ex-Dep Ex-Min. Prof. Cat. S.V. 6.000 Euros/mês
C.D.S. Bagão Félix Ex-Dep Ex-Ministro Prof. Cated. Gestor S.V. 1.000 Euros ref. 1.800 Euros/mês e outras
P.S. Carlos Beja Ex-Dep Adm. Nav 100.000 Euros/ano carro c/mot., telef. Desp rep.
P.C.P. Carlos Brito Ex-Dep. S.V. 2.800 Euros
P.C.P. Carlos Carvalhas Ex-Dep. S.V. 2.800 Euros
P.S. Carlos Dias Alves Adm CTT desconhece-se
P.S. Carlos J. R. Santos Ferreira Ex-Dep. Presid. Mill-BCP desconhece-se
P.S. Carlos Melancia Ex-Ministro/Ex-Gov. Macau Emp. Hoteleiro S.V. 9.150 Euros acresce venc.
P.S. Carlos O. Nunes Madeira Vice Presid. ANA desconhece-se Presid. 189.273 Euros/ ano
P.S.D. Carlos Tavares Ex-Min. Pres. CMVM desconhece-se
C.D.S. Celeste Cardona desconhece-se
P.S. Correia de Campos Ex-Ministro S.V. 5.524 Euros
P.S.D. Daniel Sanches Ex-Pro.Rep. Ex-A SLN/BPN ref. 7.316 Euros/mês
P.S.D. David Justino Ex-Dep. Ex-Min. Sub. Reint. 38.000 Euros
P.S.D. Dias Loureiro Ex-Dep Ex-Ministro Gestor S.V. 1.700 Euros 861.000 Euros/ano 2001
P.S.D. Duarte Lima Ex-Dep Advogado S.V. 2.200 Euros acresce venc.
P.S. Duarte Nuno L. R. Araújo Adm. CTT 336.662 Eueos/ ano
P.S.D. Eduardo Catroga Ex-Ministro Prof. Cat. Pensão 9.693 Euros
P.S. Fátima Felgueiras S.V.
P.S.D. Fernando Faria de Oliveira Ex-Min. Pres. C.G.D. 560.012 Euros/ ano
P.S. Fernando Gomes Ex. Dep. Ex. Min. Ex. P. C. Vogal Galp 529.000 Euros/ano Prémios/PPR/renda casa
P.S.D. Fernando Nogueira desconhece-se
P.S. Fernando Rocha Andrade Ex- Sub Sec Est Adm REN 48.000 Euros/ ano vai à Ren 2 dias por mês
B.E. Fernando Rosas Ex-Dep. Prof. Cat Escritor S.V. recebeu sub. Reint.
P.S. Fernando Teix. dos Santos desconhece-se
P.S.D. Fernando Ultrich Ex-Chefe Gab. Min. Presid. BPI desconhece-se
P.S. Fernando Vaz de Medeiros Ex. Sec Est Adm. Empordep 4.184 Euros/ano resp Auditoria
P.S. Filipe Batista Ex.Sec. Est. Adj. Vogal Adm. Anacom 198.000 Euros Ano 2010 c/carro s/motorista
P.S. Francisco J. C. Reis Ex Pres. CP Pres. Metro Lisboa desconhece-se
B.E. Francisco Lousa Dep. 65.000 Euros/ano
P.S. Francisco Murteira Nabo Ex-Sec. Est. Ex- Min. Outros Pres. Galp desconhece-se
P.S. Francisco Torres Ex-Dep. Sub. Reint. 41.000 Euros
C.D.S. Freitas do Amaral desconhece-se
C.D.S. Gonçalo Ribeiro Da Costa Ex-Dep. Sub. Reint. 22.000 Euros
P.S. Gonçalo Velho Ex-Dep. Sub. Reint. 41.000 Euros
P.S. Guilherme Oliveira Martins Ex-Ministro Adm. BPN Efisa desconhece-se
P.S. Helena Roseta Ex-Vereadora ref. 2.800 Euros/mêsP.E.V. Isabel Castro Ex-Dep. S.V. ref. 2.200 Euros/mês
P.S. Isabel Pires de Lima Ex-Dep. Ex-Min. Sub. Reint.
P.S.D. Isaltino Morais desconhece-se S.V.
P.S. Jaime Gama Ex-Dep. Ex.Min. Ex.P.A.R. S.V. Ref.
P.C.P. Jerónimo de Sousa dep. 57.000 Euros/ano
P.S. João Cravinho S.V. 3.000 Euros Ref.P.S. João José Amaral Tomaz ex-Sec. Est. Adm.B.P.
P.S.D. Joaquim Ferreira do Amaral Ex-Ministro Adm. Lusoponte S.V. 3.000 Euros 278.000 Euros/ano 2009
P.S. Joaquim Pina Moura Ex-Min. Adm. Iberdrola 700.000 Euros/ano 2006
P.S. Jorge Coelho Ex-Dep. Ex-Ministro VicePres. Mota-Engil S.V. 2.400 Euros 700.000 Euros/ano 2011
P.S. Jorge Sampaio Ex-Dep. Ex-Pres. Rep. S.V. Ref.
P.S. José Leitão Ex-Dep. ref. 2.400 Euros/Mês
P.S. José Lello Dep. Dep. S.V. 2.234 Euros acresce venc.
P.S.D. José Luís Arnaut Ex-Dep. Ex-Min. S.V.
P.S. José Luís Serra Ex-Presid. Câmara Adm. ENVC Não revela
P.S.D. José M. S. Rodrigues Pres. Carris desconhece-se
P.S. José Penedos Ex-Sec. Est. Pres. REN/Vogal Esp 728.000 Euros/ano 2009
P.S.D. José Silveira Godinho Ex-Ministro Adm. B.P. 364.000 Euros/ano (2005) agora + 400.000 Euros/ano
P.S. José Sócrates Ex. Dep.Ex. Min. Ex.1ª Min. 100.000 Euros/ano mais comissões/luvas
P.S. José Vera Jardim Ex-Dep. Ex-Min. S.V. Ref.
P.S. Laurentino Dias Dep. 3.400 Euros/mês
P.S.D. Leonor Beleza Ex-Dep. Ex-Sec. Est. Ex-Min. Pres. Fund. Champal. ref. 2.200 Euros/Mês acumula ordenado
P.S. Luís Campos e Cunha Ex-Ministro/Ex-Adm. B.P. Adm Banif desconhece-se e pensão 114.000 Euros/ano
P.S. Luis F. M. Sousa Pardal Pres. Refer desconhece-se
P.S.D. Luis Filipe Menezes desconhece-se S.V.
P.S.D. Luis Filipe Pereira Ex-Ministro Pres. Efacec S.V. 5.663 Euros Sub. Reint. 26.890 Euros e ord.
P.S.D. Luis Marques Mendes Ex-Dep. Ex-Ministro S.V. 2.905 Euros
P.S. Luís Nazaré Ex-Presid. Anacom Com. Est. CTT 49.000 Euros/ano
C.D.S. Luís Nobre Guedes Ex-Dep. Ex-Min. Sub. Reint. 62.000 Euros
P.S. Luís Parreirão Ex-Sec. Est. Vogal Adm M.Engil 463.000 Euros/ano 2009
P.S. Luís Patrão Ex-Sec Est. Ex-Ch. Gab. Presid. Turismo Port. 83.000 Euros/ano c/carro, motorista, desp rep.
P.S.D. Macário Correia desconhece-se S.V.
P.S. Manuel Alegre Ex-Dep. S.V. 2.200 Euros e ref. 3.200 Euros/mês
P.S.D. Manuel Carlos Lopes Porto Presid C.G.D. desconhece-se
P.S. Manuel Pinho Ex-Minist. Prof. Un. Columbia não revela patroc. EDP 3 milhões Euros
P.S.D. Manuela Aguiar Ex-Dep S.V. ref. 2.800 Euros/mês
P.S.D. Manuela Ferreira Leite Ex-Dep. Ex-Ministra S.V. 2.905 Euros
P.S. Maria de Lurdes Alves Adm. Naer 7.500 Euros
P.S. Maria de Lurdes Rodrigues Ex-Min. Presid. FLAD não revela rem.
P.S. Maria do Carmo Romão Ex-Dep. Sub. Rein. 62.000 Euros
P.S. Maria Santos Ex-Se. Est. Sub. Reint. 62.000 Euros
P.S. Mário Lino Ex-Min. C.G.D. Seguros 26.861 Euros/ano S.V.
P.S. Mário Soares Ex-Dep. Ex.1º Min. Ex-P.R. S.V. 500.000 Euros/ano
P.S. Marques Junior Ex-Dep. S.V. P.S. Medeiros Ferreira Ex-Dep. Ex-Min. S.V. ref. 2.800 Euros/mês
P.S.D. Miguel Beleza Ex-Ministro Adm BP desconhece-se
P.S.D. Miguel Cadilhe Ex-Ministro Adm BPA desconhece-se
P.S.D. Miguel Roquette Ex- Adj Ministro Ex-Ch Gab Adm Metro Lisboa 6.306 Euros
P.S.D. Mira Amaral Ex-Dep. Ex-Min. Adm B. BIC 414.000 Euros/ ano 18.000 Euros/mês
C.D.S. Narana Coissoró Ex-Dep. S.V. 2.905 Euros ref. 2.800 Euros
P.S.D. Norberto E. S. Rosa Ex-Sec Est Adm C.G.D. 17.457 Euros Porquê?
P.P.M. Nuno da Câmara Pereira Ex-Dep. Sub. Reint.
C.D.S. Nuno M.P. M. Fern. Thomaz Vogal C.G.D. desconhece-se
P.C.P. Odete Santos Ex-Dep. S.V. 3.000 Euros
P.S.D. Oliveira e Costa desconhece-se
P.S.D. Pacheco Pereira Ex-Dep. S.V.
P.S. Paulo Campos Ex-Sec Est. desconhece-se protagonista de negociatas
P.S. Paulo Casaca Ex-Dep. Sub. Reint. 53.000 Euros
P.S. Paulo Pedroso Ex-Dep. Ex.-Min. Sub. Reint. 48.000 Euros
C.D.S. Paulo Portas Ex-Dep. Min. 52.000 Euros/ano
P.S.D. Paulo Teixeira Pinto Ex-Sub.Sec Est Ex-sec Est. Adm Mill BCP ref. 3.500 Euros/mês indem. 10 milhões Euros
P.S. Pedro A. A. Santos Coelho Ex- Sec. Est. Pres. Cons. Adm CTT 336.000 Euros/ano
P.S.D. Pedro M. D. Rebelo Sousa Vogal C.G.D. desconhece-se
P.S.D. Pedro Roseta Ex-Min. S.V. ref. 2.800 Euros/mês
P.S.D. Pedro Santana Lopes Ex-Dep. Ex-1º Min S.V. acomula várias reformas
P.S. Pedro Silva Pereira Ex-Min. Dep. desconhece-se
P.S. Ricardo Castanheira Ex-Dep. Sub. Reint. 41.000 Euros
P.S.D. Ricardo M. S. Bayão Horta Ex-Sec. Est. Ex-Min. Adm. Cimpor 285.000 Euros/ano S.V.
P.S.D. Rodolfo Lavrador Ex-chefe gab. Ex- Sec Est Adm C.G.D. 17.457 Euros Porquê?
P.S. Rui Ferreira Dinis Ex- Adj Sec. Est Adm E.P. 196.940 Euros / ano Porquê?
P.S. Rui Gonçalves desconhece-se
P.S. Rui M. S. Veres Adm. ANA/NAER 189.273 Euros/ mês Porquê?
P.S.D. Rui Manuel P. C. Machete ADM C.G.D. 558.000 Euros/ano
P.S. Rui Pereira desconhece-se P.S.D. Rui Rio Ex-Dep. Pr. C. Adm. Metro P.
C.D.S. Silvio Cervan Ex-Dep. Sub. Reint. 41.000 Euros
P.S. Sónia Fortuzinhos Ex-Dep. Sub. Reint. 62.000 EurosP.S. Torres Couto Ex-Sec. Geral UGT Dep. P.E. desconhece-se Caso Fundo S. Europeu
P.S.D. Valentim Loureiro Pr. C. Pres. Metro P. 157.670 Euros/ não
P.S. Vasco Franco Ex-Dep. Reforma 4.500 Euros/mês
P.S.D. Vieira de Castro Ex-Sec. Est. ref. 2.800 Euros/mês
P.S. Vitalino Canas Dep. 3.400 Euros/mês S.V.
P.S. Vitor Constâncio Ex-Dep./Ex-Min.Ex-G.B.P. V. Gov. B.Europeu 282.000 Euros/ano (2006) agora + 350.000 Euros/ano
P.S.D. Vitor Martins Ex.Pres. C.G.D. (1 ano) Cons. Ass. Eur. P.R. indem. 900.000 Euros
P.S.D. Zita Seabra Ex-Dep PCP/PSD Pres. Adm Alêtheia S.V. 3.000 Euros acresce vencimento.
 
Fonte: Viriato à Pedrada (Abril de 2012)
 

Portugal: MACHETE COMPROU AÇÕES DO BPN A METADE DO PREÇO DA FLAD

 

Isabel Vicente e Pedro Lima - Expresso
 
O ministro dos Negócios Estrangeiros comprou ações do grupo BPN a menos de metade do preço pago pela fundação a que presidia há 12 anos

Rui Machete adquiriu ações do grupo BPN ao valor nominal de €1 quando era presidente da Fundação Luso-Americana (FLAD). Já a FLAD pagou €2,2 por ação.
 
Estas ações tinham opção de recompra a um preço de €2,86. Contactado pelo Expresso, Rui Machete não explica porque comprou ações a um preço inferior ao da instituição que presidia.
 
A entrada de Machete no grupo de Oliveira Costa é em tudo idêntica ao investimento feito por Cavaco Silva entre 2001 e 2003.
 
Leia mais na edição deste sábado do Expresso.
 

Portugal: MIGUEL RELVAS ESTÁ, OBVIAMENTE, PERDOADO

 


Eduardo Oliveira Silva – Jornal i, opinião
 
Foi mais uma semana para o governo esquecer e óptima para Seguro capitalizar sem abrir a boca
 
Uma coisa é certa: desde a saída de Miguel Relvas, alegando uma falha anímica, Passos Coelho enredou-se numa sucessão de problemas.

Quem pensava que a saída iria ajudar a coligação enganou-se redondamente, como aqui se tinha previsto. Surgiram até variadíssimas crises, começando na saída bombástica de Vítor Gaspar, passando pelo quase colapso gerado por Paulo Portas, até aos casos Maria Luís Albuquerque e, agora, Pais Jorge.

E o facto é que em nenhum momento a área política, protagonizada por Poiares Maduro e Pedro Lomba, cujo acolhimento pelo PSD foi frio e, pelo CDS, indiferente, conseguiu uma estratégia que minorasse os danos. Pelo contrário.

Para não ir mais longe, basta olhar para os últimos dias. Os briefings são tiros no pé. Uma vezes há e outras não. Quando há, é quase garantido que dão raia. Não se percebe, entretanto, porque é que o primeiro-ministro apareceu inopinadamente na quinta-feira para presidir à reunião plenária semanal do governo. Não se percebe porque é que não houve comunicado final. Não se percebe porque é que Paulo Portas, afinal, não presidiu aos trabalhos. Não se percebe porque é que Miguel Macedo teve de vir a público explicar que estava a ser difícil fazer o Orçamento depois de se saber que a reunião durou 11 horas. Não se percebe também a estratégia de atirar o problema dos swaps para o campo do PS, quando já se viu que também aterra sempre no PSD, desde que Albuquerque quis fazer do tema uma arma de arremesso. Tudo isto eram problemas evitáveis.
 
Guerras de contra-informação à volta de documentos alegadamente forjados. Denúncias de que assessores do ex-primeiro-ministro e do actual líder do PS tinham recebido vendedores de swaps remetem para assuntos acessórios e sem dignidade, dando azo a respostas que bloqueiam qualquer hipótese de estabelecer o diálogo que Cavaco Silva acha essencial e distanciam ainda mais o cidadão comum da classe política no seu todo.
 
Passos Coelho tem, neste momento, um governo melhor nas áreas técnicas e pior no campo político. É um contra-senso, até porque pessoas como Moreira da Silva e Marques Guedes têm uma experiência, uma qualidade e uma maturidade que poderiam evitar os problemas em que o governo se tem enredado.
 
Para vingar, o executivo tem de marcar a agenda e não ir a reboque da actualidade, fazendo avançar os ministros mais sólidos para o terreno (para além dos já citados, há Pires de Lima, Paulo Macedo, Miguel Macedo, Teixeira da Cruz e Mota Soares), a fim de retirar o enfoque do Ministério das Finanças, onde Albuquerque continua fragilizada, mesmo com a saída de Pais Jorge.

Aproveitando o Verão e o abrandamento da época, os estrategos governamentais deveriam arrefecer os seus ímpetos, guardando as energias para as questões substanciais.
 
O facto é que situações como as dos últimos dias são do melhor para a oposição. Esta semana, sem sequer aparecer, António José Seguro só ganhou. Capitalizou fazendo-se de morto, como em tempos Guterres aconselhou a Marcelo Rebelo de Sousa e este não quis, acabando por não chegar a primeiro-ministro. Já o actual secretário-geral do PS parece estar atento à lição.
 

Mais lidas da semana