segunda-feira, 13 de junho de 2011

Timor-Leste: OPORTUNIDADE DE OURO PARA A JUSTIÇA


  Ana Pessoa, Procuradora Geral da República

BEATRIZ GAMBOA* - reposição

Nesta semana que agora finda assistimos a mais uma barafunda demonstrativa do desconhecimento (?) dos dirigentes e deputados de Timor Leste sobre a interpretação correta e cumprimento da Constituição do país, no caso concreto a propósito da suspensão de funções e perda de imunidade de seus pares para com a justiça pela prática de supostos crimes cometidos.


São duas coisas distintas. A confusão que tem gerado o impedimento de ter sido acionada uma atitude correta só pode significar ignorância ou má fé e intenção de complicar o que em nada é complicado. As competências do primeiro-ministro para suspender ou demitir os ministros ou outros titulares do seu governo são absolutas e não precisam da aprovação seja de quem for. Ao invés, no caso da retirada de impunidade para que os ministros sejam normalmente constituídos arguidos a competência é do Parlamento Nacional, porque no caso, Zacarias da Costa e José Luís Guterres foram eleitos para o Parlamento e são seus membros a exercer funções ministeriais.

Em algo tão simples não se compreende que tenha sido gerada tanta polémica, declarações e contradeclarações. Muito menos se compreende que os visados não tenham tido a honestidade de se demitirem ou após essa constatação que o primeiro-ministro não os tenha demitido. A suspensão não se justifica por uma questão de transparência. Essa atitude não significaria considerá-los precoce e injustamente culpados, pode acontecer que o tribunal conclua que não o são e declará-los inocentes de todas as acusações induzidas pelo Ministério Público, mas sabemos que é prática comum os próprios indiciados demitirem-se em vez de ficarem agarrados ao poder e pretenderem levar as suas imunidades ao limite. Pela parte do primeiro-ministro também não ficou demonstrado que desejasse, como devia, clarificar a situação e tornar fácil os procedimentos da justiça. O costume.

A PGR Ana Pessoa havia dito em tempos que na devida oportunidade agiria contra determinados infratores da legalidade. Parece que é o que está a começar a acontecer. Também se está a tornar evidente que o poder político ficou nervoso, procurando gerar confusão na interpretação da Constituição. Falta saber quais as pressões que agora correm sobre os corredores e salas do Ministério Público e da PGR. Mas que já existem não tenhamos dúvidas.

Os pressionados, a Justiça, tem neste exemplo dos ministros Zacarias e Guterres a grande oportunidade de fazer valer os seus direitos constitucionais e a sua independência em relação ao poder político. Algo que Ramos Horta, Xanana Gusmão e outros já fizeram prova de não aceitar, cometendo ilegalidades que até agora têm sido contempladas com total impunidade.

Fiquemos atentos ao modo como se comporta Ana Pessoa, todos os agentes do Ministério Público e do aparelho da Justiça, incluindo o Tribunal de Recurso, que têm estado à mercê dos poderes indevidos exercidos por essas figuras carismáticas de Timor Leste, Horta e Xanana. Esta é a oportunidade que tardava para reporem a legalidade e fazerem valer os preceitos constitucionais de que têm andado arredios pelas razões que todos conhecemos. Razões graves e que parecem incluir crimes de sangue, pura e simplesmente “abafados”. A este momento e seguintes podemos considerar uma oportunidade de ouro para a Justiça e Estado de Direito.

*Conteúdo em reposição, original em Timor Lorosae Nação – diário – publicado em 03 de Outubro de 2010. Todos os conteúdos de opinião de autores do nosso coletivo e de amigos da Fábrica dos Blogues - publicados no Página Um e no Timor Lorosae Nação diário - estão a ser progressivamente transferidos para o Página Global.

Filipinas: REPÓRTER DE RÁDIO ASSASSINADO NAS RUAS DE CAMARINES SUR




I ONLINE

A polícia filipina anunciou hoje que um repórter de rádio do país, conhecido pelas suas criticas, foi morto quando se dirigia para o trabalho elevando para quatro o número de jornalistas assassinados no país só este ano.

Romeu Olea foi atingido a tiro quando conduzia o seu motociclo na região de Camarines Sur, este das Filipinas, e acabaria por morrer devido aos ferimentos.

Ronald Briones, superintendente da polícia explicou que o homicídio estará relacionado com o trabalho do jornalista, enquanto que a mulher do repórter confirmava que este tinha recebido ameaças de morte.

Itália: BERLUSCONI RECONHECE DERROTA EM “TODAS AS QUESTÕES” DOS REFERENDOS




I ONLINE, com LUSA

O primeiro-ministro italiano, Sílvio Berlusconi, reconheceu a derrota em "todas as questões" referendadas no domingo e hoje, com os italianos a rejeitarem o regresso à energia nuclear, a liberalização da água e a imunidade judicial de governantes.

"Parece que a vontade dos italianos é muito clara em todas as questões deste voto", declarou o chefe do governo num comunicado oficial.

Segundo os resultados dos referendos, ainda parciais, avançados pelo Ministério do Interior de Itália, uma maioria de votantes, entre 95 e 96 por cento, votaram sim para revogar as leis do governo sobre estas matérias.

Berlusconi diz ainda no comunicado que "o governo e o parlamento têm o dever de aceitar plenamente as respostas dadas nos referendos" sobre o nuclear, a sua própria imunidade judicial - que o impede, e aos seus ministros, de se ausentarem dos tribunais - e a privatização da água na gestão e tarifário.

O chefe do governo italiano reconheceu que "a forte afluência" aos referendos, com uma votação de 57 por cento, superior ao necessário quorum (50 por cento mais um voto), "demonstra uma vontade de participação dos cidadãos nas decisões sobre o futuro do país que não pode ser ignorada".

Há 16 anos que, em Itália, não era atingido um quorum neste tipo de referendos de iniciativa popular.

Centenas de pessoas festejaram hoje, ao final da tarde, em Roma, a mobilização inédita registada nestes referendos promovidos pela oposição, com alguns manifestantes a declararem o resultado como um indicador “da maior responsabilidade do povo italiano".

A manifestação, que se centralizou na Piazza della Bocca della Verità, perto do Capitólio, surgiu na sequência de um apelo de várias associações, partidos políticos e sindicatos.

Brasil: UM TIRO PELA CULATRA




RODOLPHO MOTTA LIMA – DIRETO DA REDAÇÃO

O processo político é, muitas vezes, surpreendente, no seu desenvolvimento, em face do dinamismo que lhe é característico. Não é incomum que certas estratégias no campo da política, urdidas para atingir determinados objetivos, acabem por gerar resultados diferentes dos previstos pelos estrategistas e até mesmo contrários aos seus objetivos.

Com o desfecho do “caso-Palocci”, desconfio muito que o tiro possa ter saído pela culatra. As oposições, que acabaram de perder as eleições presidenciais, mas que andam permanentemente buscando um terceiro turno e catam cirurgicamente episódios que desarticulem o governo, fizeram o carnaval de sempre. Alguns dirão que elas cumpriram seu papel. Em coluna anterior, antecipei minha posição de que o ex-Ministro deveria mesmo afastar-se do governo Dilma, porque, como ele próprio reconheceu, as verdades jurídicas nem sempre são aceitáveis no campo político. Mas isso não me impede de ver nesse metralhar constante dos setores oposicionistas uma tentativa de desestabilizar a Presidenta e inibir os seus projetos. É bem evidente a permanente campanha que, muitas vezes em tom de “fofoca”, tenta descobrir atritos e controvérsias no seio do governo e, o que é pior, parece justificar situações como “a insatisfação do PMDB por não ter sido consultado” e coisas do gênero.

A nomeação da Senadora Gleisi Hoffmann para o lugar do demissionário Palocci pode vir a constituir, em futuro não muito remoto, um auspicioso fato político em meio ao que a mídia – destilando o veneno de sempre - acentuou como “crise”. A Senadora é sangue novo nas hostes do governo, pelo menos em termos de visibilidade e, a julgar pelo seu histórico anterior e pelo seu comportamento no Senado, pode vir a ser, por força de suas características de obstinação, determinação e eficiência em atividades de gestão, um reforço de grande valia no âmbito do Planalto.

Não tenho muita certeza dessa “perda significativa” ou desse “enfraquecimento do governo” que o partido midiático de oposição (aquele que faz política partidária sem assumir os riscos a isso inerentes) atribui à saída do Palocci. Pessoalmente, já o disse aqui muitas vezes, não creio que uma pessoa, qualquer que seja, se sobreponha a um projeto. De qualquer forma, se é verdade que Palocci é um bom articulador e tem idéias criativas, não se iludam os que pensam que essa articulação ou essa criatividade deixa de existir, por encanto, pela não ocupação de um cargo ministerial.

Os cronistas da política apontam a Senadora ora empossada como até mais identificada com o PT, partido da Presidenta, do que o próprio Palocci, que não gozava da unanimidade petista e, pelo contrário, era visto com reservas, por certas teses que pareciam aproximá-lo da oposição.

Vez por outra, tive oportunidade de assistir, na TV Senado, a alguns debates entre os atuais componentes daquela casa congressual. Impressionou-me sempre o permanente tom categórico e incisivo com que a Senadora Gleisi não deixava passar qualquer análise crítica de seus opositores, “cobras criadas” da política, sempre rebatendo, ponto por ponto – com conhecimento de causa e argumentação consistente - , as sistemáticas, furiosas e apocalípticas teses dos tucanos e “democratas” (as aspas aqui são obrigatórias), alguns quase vitalícios naquela casa legislativa.

A mídia de oposição , mais do que fazer oposição, quer a derrocada dos programas do governo que acabou de ser eleito. A orquestração é toda nesse sentido e é uma tristeza constatar que jornalistas, maiores ou menores em expressividade, claramente, submetem-se à velha máxima do “manda quem pode e obedece quem precisa (ou quem tem juízo)”, repetindo, monocordiamente, comportamentos quase golpistas inspirados na linha ideológica dos seus patrões e desprezando qualquer compromisso com o futuro do país. A palavra de ordem parece ser no sentido de não dar um segundo de tranquilidade ao governo, não permitir de modo algum que os projetos populares ganhem dimensão, não dar espaço às conquistas do povo e, assim, desconsiderar a recentíssima manifestação popular que colocou Dilma na Presidência da República.

Acho que, pelas virtudes pessoais da nova Ministra, a presença de Gleisi na Casa Civil, articulando as ligações entre os diversos níveis governamentais e tocando os projetos populares que Dilma afirma que não interromperá – o principal deles parece ser a erradicação da miséria entre nós - , pode , no final, acabar por trazer grandes dividendos para o Governo. Pode ser que venha a mostrar, no futuro, que toda a parafernália midiática que derrubou Palocci pré-julgando suas posturas, fez emergir na ambiência política do país mais uma mulher forte, capaz de, de forma republicana, propiciar as soluções reclamadas por vastas camadas do povo brasileiro, retirando-as do permanente processo de exclusão social e conferindo-lhes o status de cidadania que as elites tradicionais sempre temem.

Não por acaso, mas para exemplificar bem, um bom contraponto de ideias de esquerda ou de direita sobre um mesmo tema, é também do Paraná o Senador Álvaro Dias, líder do PSDB (um daqueles que se beneficiou de aposentadoria esdrúxula por ter sido Governador), o qual, em emblemática declaração tucana, chama de preguiçosos os brasileiros contemplados pela bolsa-família, desconsiderando os índices de pobreza em nosso país, em boa hora alterados pelas práticas sociais implementadas no governo Lula e que, esperamos, tenham continuidade agora, contando, inclusive, com a mão firme da nova Ministra.

Advogado formado pela UFRJ-RJ (antiga Universidade de Brasil) e professor de Língua Portuguesa do Rio de Janeiro, formado pela UERJ , com atividade em diversas instituições do Rio de Janeiro. Com militância política nos anos da ditadura, particularmente no movimento estudantil. Funcionário aposentado do Banco do Brasil.

A MÁSCARA DE CABRAL




 MÁRIO AUGUSTO JAKOBSKIND* – DIRETO DA REDAÇÃO

O farsante Governador Sérgio Cabral passou dos limites. Eleito no primeiro turno com uma expressiva votação, proporcional aos milhões de reais gastos em sua campanha, financiado por grupos econômicos que não pregam prego sem estopa, Cabral se indispôs com os bombeiros, que ganham salários aviltantes, o mais baixo do Brasil com R$ 950,00 iniciais, e tentaram durante meses abrir um canal de negociação para reparar a injustiça.

Como não foram atendidos decidiram ocupar o Quartel General da corporação, no centro do Rio de Janeiro, junto com seus familiares e algumas horas depois baixou a repressão, por ordem do Governador, de forma extremamente violenta, exatamente como nos tempos da ditadura. Os bombeiros dizem que o Governador tem raiva da categoria porque em 2008 recebeu uma tremenda vaia em um ato em que a categoria estava presente.

Foram destacados soldados do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) que ao invadirem (aí se aplica o termo) o QG dos bombeiros utilizaram até armas letais ferindo mulheres e crianças. Entraram pelos fundos, jogaram bombas e deram tiros, na base do prende e arrebenta. Saldo: 439 bombeiros presos, que ficaram por seis dias em condições precárias em um quartel de Charitas, em Niterói, mas acabaram soltos por decisão do Tribunal de Justiça do Rio, graças a um habeas-corpus impetrado por três deputados (Protógenes Queiroz, do PC do B de São Paulo, Alessandro Molon (PT-RJ e Doutor Aloyzio (PV-RJ). Mas seguem presos 14 bombeiros num quartel em Jurujuba, Niterói, e nove na Polinter.

Não contente com o que mandou fazer, Cabral ofendeu os bombeiros chamando-os de vândalos. Não é a primeira vez que usa esse linguajar contra trabalhadores. Já havia ofendido os médicos ao considerá-los vagabundos e os professores de preguiçosos.. E fica apoplético quando alguém cobra de que forma adquiriu uma casa num luxuoso condomínio em Angra dos Reis, incompatível com o salário de cargo político.

Os professores do Estado do Rio entraram em greve por tempo indeterminado. Não será nenhuma novidade se Cabral repetir o que sempre faz quando é contestado, ou seja, ordenar repressão e ofender categorias profissionais. Já reprimiu também professores nas escadarias da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, e tudo ficou por isso mesmo. E ainda tem coragem de dizer que é democrata, repetindo a fala de generais de plantão na época da ditadura.

E nesta história vale também assinalar o papel lamentável de partidos que em anos passados combatiam exatamente o tipo de violência ordenada por Sérgio Cabral. Pois é, PT, PDT, PC do B e PSB, considerados de esquerda, apoiam e participam de um governo que reprime trabalhadores. E usam a dialética para justificar a prática fisiológica. Ficarão mal na história se continuarem com esse procedimento e ainda por cima ocupando cargos na administração estadual.

Estes partidos estão perdendo o tempo da história e não perceberam que a opinião pública, mesmo os que votaram em Sérgio Cabral começam a entender que caíram no conto do vigário, ou melhor, de Sérgio Cabral.

Aliás, falando em partidos, o Brasil vive uma situação surrealista. Por exemplo, Aldo Rebelo, do PC do B, usando a sua dialética particular em nome do socialismo, fez o jogo da patota do agronegócio como relator do Código Florestal, recebendo por isso rasgados elogios da senadora Kátia Abreu, agora no PSD, um partido que diz não ser de direita, nem de esquerda, muito pelo contrário. E Sarney filho, digno representante da oligarquia maranhense, é líder do PV na Câmara dos Deputados. É de morrer de rir, se tudo isso não fosse trágico.

PSDB, DEM e PPS voltaram a ficar sem bandeiras. Aproveitaram o embalo do caso Palocci. Estavam fazendo e acontecendo, como se fossem os mais puros do planeta (uma piada, sobretudo se for feito uma checagem dos seus componentes e lá encontrando políticos que desabonam o Congresso), mas foram surpreendidos com a saída do Ministro.

A revista Veja, linha auxiliar da direita, no seu estilo mentiroso e caluniador de sempre, investiu contra a nova Ministra Chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann. Ao contrário do vômito da revista contra a senadora, Hoffmann se destacou em cinco meses de mandato por apresentar projetos em defesa das mulheres. Um dos quais é o que prevê a concessão de aposentadoria a donas de casa de baixa renda, porque se trata de um pleito que faz justiça a um setor expressivo da população brasileira.

É verdade que Palocci nunca foi flor que se cheire, mas como ele, existem figuras idênticas aos borbotões, o que demonstra também, a que ponto de deterioração chegou o sistema político brasileiro. Na área econômica, vários ex-manda-chuvas passaram a prestar serviços diretos ao capital financeiro porque antes, ocupando cargos públicos, favoreciam a esses mesmos interesses. E ninguém fala nada a respeito, como se isso fosse padrão de normalidade. Tem até economista, André Lara Rezende, com castelo na Inglaterra.

Faço minhas as palavras do bravo Rui Martins: seja bem-vindo Cesare Battisti. O neofascista Sílvio Berlusconi está esperneando para consumo interno e ainda tenta render o caso que já está encerrado, ameaçando com baboseiras o Brasil. Faz isso para tentar ainda conquistar a opinião pública envenenada por anos de samba de uma nota só, ou seja, de criminalização total de Battisti, sem direito de defesa. As TVs Globo e Bandeirantes, no esquema de total subserviência, fazem a sua parte. Mino Carta também.

*É correspondente no Brasil do semanário uruguaio Brecha. Foi colaborador do Pasquim, repórter da Folha de São Paulo e editor internacional da Tribuna da Imprensa. Integra o Conselho Editorial do seminário Brasil de Fato. É autor, entre outros livros, de América que não está na mídia, Dossiê Tim Lopes - Fantástico/IBOPE

Portugal: MÁRIO SOARES DIZ QUE “O PS TEM DE MUDAR”




PORTUGAL DIGITAL

Saída de José Sócrates foi elogiada por Soares porque "dá a possibilidade de haver uma renovação dentro do Partido Socialista".

Lisboa - Mário Soares, um dos fundadores do Partido Socialista (PS) português, considera que "o PS tem de mudar" e que o partido, "para rapidamente poder voltar a ter a posição no mundo político e no Estado que merece, precisa de fazer uma grande separação de águas".

Em entrevista ao jornal "i" e ao novo canal televisivo Q, Mário Soares elogiou a forma como José Sócrates abandonou, no último domingo, a liderança socialista. "Podia-se não ter retirado, porque foi eleito por 93%. Eu perdi algumas eleições e não me retirei de secretário-geral do Partido Socialista. Não era obrigatório, ninguém lhe pediu para fazer. Mas ele fez e isso foi um acto que eu aplaudo", comentou Mário Soares.

O antigo presidente português acredita que o facto de Sócrates ter escolhido afastar-se da vida política "é muito bom porque dá a possibilidade de haver uma renovação dentro do Partido Socialista".

Na entrevista Mário Soares diz estar convencido de que "daqui a seis meses, ou talvez um ano, as pessoas começam a dizer que Sócrates afinal não era assim tão mau".

Quanto ao novo governo liderado pelo Partido Social Democrata (PSD), Soares diz que "é possível" que o Executivo dure até ao fim da legislatura (2015). "Mas vai ter problemas muitíssimo difíceis. Em primeiro lugar, o entendimento entre os dois partidos que vão constituir o governo [PSD e CDS-PP] não vai ser fácil", observou Mário Soares.

COMPANHIA AÉREA ANGOLANA INICIA LIGAÇÃO LUANDA – PORTO A 1 DE JULHO





A transportadora aérea angolana irá operar duas frequências semanais entre a capital angolana e a cidade do Porto, no norte de Portugal.

Luanda - A Transportadora Aérea Angolana (TAAG) inicia no próximo dia 1 de Julho a rota directa Luanda/Porto, no norte de Portugal, com dois voos por semana.

A TAAG vai operar às sextas-feiras, com saída de Luanda às 23h30 e chegada ao Porto às 07h15. Aos domingos partirá da capital angolana às 11h00 para escalar a cidade portuguesa às 18h45.

Do Porto para Luanda, os voos serão efectuados aos sábados, com saída do Porto às 11h00 e chegada à capital angolana às 18h45, e aos domingos, com saída do Porto às 21h00 e chegada em Angola às 04h45.

FESTA DA LUSOFONIA





Apresentação pública da 2ª Peleja Internacional e a 1ª a ser realizada e transmitida em directo, via internet, amanhã, dia 14 às 15 horas na “Weblândia”: http://fm.ea-tel.eu/fm/c3cb32-26344

Voos em LP 2


Aceda a Weblândia, amanhã,às 15h (dia 14 de Junho) e participe nesta festa

Alunos de escolas de Portugal, Brasil e França (lusodescendentes), participantes no projeto de promoção e divulgação da Lusofonia “Voos em LP 2” http://www.nonio.uminho.pt/vooslpe, vão encontrar-se, uma vez mais, através da “Weblândia”!



Desta vez irão cantar ao desafio uma “Peleja da Bicharada”.

Depois de terem lido e trabalhado diversos livros de autores lusófonos, todos os alunos construíram colaborativamente, entre os meses de fevereiro e junho, uma peleja que fala das personagens, das ações e dos autores das obras lidas.

O mote e o mote resposta foram dados por um dos autores, o escritor brasileiro Fábio Sombra. A música foi composta por Joaquim Bento, professor de música na escola E. B. 2, 3 Dr. Carlos Pinto Ferreira, Junqueira, Vila do Conde. As sextilhas foram construídas nas aulas de Língua Portuguesa com Emília Miranda, da E. B. 2, 3 Dr. Carlos Pinto Ferreira, Junqueira, Vila do Conde; Delfina Amado, da E. B. 2, 3 do Castêlo da Maia; Vanessa Roselli, do Colégio Marquês de Monte Alegre em São Paulo; Andrea Toledo do Instituto Francisca Souza Peixoto em Cataguases, Minas Gerais e Isabel da Costa, da Secção Portuguesa do Liceu Internacional de Saint Germain-en-Laye.

A apresentação pública deste trabalho terá lugar na terça-feira, dia 14, às 15 horas TMG no endereço: http://fm.ea-tel.eu/fm/c3cb32-26344

Convidamos todos aqueles que acreditam na educação, na cultura, no “sonho” que “ comanda a Vida” a acompanhar-nos nesta festa da LUSOFONIA!


Timor Leste: A FARSA OFICIAL DO 11 DE FEVEREIRO CONTINUA




BEATRIZ GAMBOA* - reposição

RAMOS HORTA, EM CONSCIÊNCIA, NÃO PODE PERDOAR AO ATIRADOR QUE O FERIU GRAVEMENTE PORQUE NÃO FOI IDENTIFICADO, NÃO FOI JULGADO, NÃO FOI CONDENADO, NÃO FOI MARCELO CAETANO – COMO RECONHECEU O TRIBUNAL DE RECURSO.

Podemos ler no Sydney Morning Herald de ontem (25-8), assim como noutras publicações australianas e, por arrasto, timorenses, um trabalho do jornalista Lindsay Murdoch sobre o perdão do presidente timorense aos alegados 23 rebeldes envolvidos nos ataques de 11 de Fevereiro de 2008. Com toda a propriedade devemos classificar o texto como mais um artigo que induz em erro os leitores. Poderá não ser intencional mas o que é facto é que Murdoch veicula a versão oficial sobre o 11 de Fevereiro de 2008 e não como deve fazer um jornalista isento, investigativo, que pretenda informar e formar baseando-se em factos que devia ter recolhido nos que estão constantes no processo judicial.

Murdoch não é o primeiro jornalista a abordar os acontecimentos do 11 de Fevereiro de 2008 sem os devidos cuidados, aliás, são imensos os exemplos de órgãos de comunicação social que optam por veicular a versão que interessa aos verdadeiros responsáveis dos acontecimentos de 11 de Fevereiro, alegadas vítimas, em vez de se basearem na realidade do ocorrido. Em vez de aquilatar sobre as mentiras declaradas por Ramos Horta, Xanana Gusmão e outros, que foram absolutamente detectáveis e constam do processo, demonstrando que tudo não passou de uma farsa para encobrir os responsáveis do que ocorreu na manhã de 11 de Fevereiro.

O presidente Ramos Horta não tem de conceder perdão a quem está recluso indevidamente, fruto de uma farsa de que também ele tem responsabilidades. Porque tem a consciência pesada por ter acusado inocentes deve dizê-lo e não pretender prosseguir com a farsa que já vem desde a manhã de 11 de Fevereiro.

Foi provado que não foi Marcelo Caetano quem disparou contra Ramos Horta, apesar de o PR ter mentido por necessidade de ter de encontrar um bode expiatório que sustentasse toda a farsa. Tanto assim foi que Horta nem compareceu no Estabelecimento Prisional de Bécora aquando da sessão de reconhecimento do atirador encapuçado. Somente o seu guarda-costas daquela manhã de 11 de Fevereiro compareceu em Becora perante o juiz e restante pessoal judicial a fim de fazer o reconhecimento e concluiu que era impossível reconhecer o atirador (Marcelo ou outro) com o capuz. Assim consta no processo. Demonstrando a mentira do presidente Ramos Horta. Como podem jornalistas afirmar que Horta perdoa ao homem que atirou sobre ele? Nem os jornalistas nem ninguém. Assim podem constatar no processo do 11 de Fevereiro de 2008.

O Tribunal de Recurso, ao avaliar o processo, limitou-se a condenar Marcelo Caetano por razões de manter a farsa alegando coisas várias mas nunca que ele foi o atirador que feriu gravemente o PR.

Também ficou esclarecido que não foi o grupo de Gastão Salsinha que atirou sobre a viatura de Gusmão, em Balibar, como aquele e seus parceiros alegaram. Com base em somente estas duas simples conclusões do Tribunal de Recurso é possível inferir que existem motivos bastantes para nos apercebermos da farsa que foi montada a fim de encobrir os verdadeiros responsáveis. Outras existem e talvez andem por aí à disposição da vontade e capacidade de bons profissionais da comunicação social, se quiserem e souberem fazer o trabalho investigativo que lhes permita cumprirem as suas reais e importantes funções: formar e informar.

Em devido tempo este tema, o 11 de Fevereiro de 2008, voltará a ser abordado por nós com novos dados e sustentado em mais documentação – áudio, inclusive.


Brasil: PIORA A EXPETATIVA DOS BRASILEIROS SOBRE A ECONOMIA, DIZ ESTUDO




CORREIO DO BRASIL - de São Paulo

A expectativa dos brasileiros sobre a situação da economia e a trajetória da inflação piorou, de acordo com levantamento do instituto Datafolha, divulgado neste domingo. De acordo com a pesquisa, publicada na edição dominical do diário conservador paulistano Folha de S.Paulo, o percentual de entrevistados que espera melhora na economia caiu de 50% no último levantamento feito entre 15 e 16 de março, para 42% na pesquisa realizada entre 9 e 10 de junho.

Para 37%, a economia permanecerá como está, mesmo percentual da pesquisa anterior, e 17% apostam numa piora do cenário econômico, ante 9% em março. Quatro% não soube responder, mantendo o percentual do levantamento passado. O instituto também perguntou sobre a expectativa para a trajetória da inflação, e o percentual dos que acreditam em alta nos preços subiu 10 pontos ante março, chegando a 51% agora.

Ao mesmo tempo, caiu 11 pontos o percentual dos que acreditam que a inflação ficará como está, que agora é de 31%. Doze% dos entrevistados apostam em queda da inflação, ante 13% em março. Quatro% não soube responder em março, contra 12% agora. A pesquisa Datafolha, que também apontou aprovação de 49% ao governo da presidente Dilma Rousseff , ouviu 2.188 pessoas entre os dias 9 e 10 de junho. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais.

As mais acessadas do CdB

Brasil: COMISSÃO REJEITA INCLUSÃO DE EDUCAÇÃO SEXUAL NO CURRÍCULO ESCOLAR




CORREIO DO BRASIL, com ACS/Câmara - de Brasília

A Comissão de Educação e Cultura rejeitou o Projeto de Lei do deputado Maurício Trindade (PR-BA), que obriga os sistemas municipais e estaduais de ensino a incluírem disciplinas de educação sexual no currículo de escolas públicas e privadas de ensino fundamental e médio. A proposta também reduz a idade mínima para cirurgias de esterilização e obriga o poder público a oferecer pelo menos três métodos contraceptivos reversíveis. O projeto altera a Lei 9.263/96, que regulamenta as políticas de planejamento familiar.

A relatora, deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), recomendou a rejeição da proposta e dos projetos de lei que tramitam conjuntamente. Ela lembra que súmula da Comissão de Educação recomenda aos relatores a rejeição de proposta sobre alterações curriculares em qualquer nível de ensino.

As mudanças curriculares são normatizadas pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) – Lei 9.394/96. A inclusão ou alteração de currículo é competência, primeiramente, da comunidade escolar e dos conselhos de educação (federal, estaduais e distrital), e, depois, dos órgãos do Poder Executivo que cuidam da educação, como secretarias da Educação e o Ministério da Educação – responsável pela definição das diretrizes para a organização curricular.

A súmula da comissão recomenda que a alteração do currículo escolar, em qualquer nível ou modalidade de ensino, deve ser sugerida por meio de indicação, a ser encaminhada ao Poder Executivo, cabendo ao Ministério da Educação decidir se acolherá a sugestão de mudança.

O projeto ainda será analisado pelas comissões de Seguridade Social e Família; e de Constituição e Justiça e de Cidadania, antes de ser votado pelo Plenário.

Angola: Realizada viagem experimental de comboio entre Benguela e Huambo...




... depois de 27 anos de paralisação

NME - LUSA

Luanda, 13 Jun (Lusa) -- Uma viagem experimental de comboio entre o Cubal, na província angolana de Benguela, e a província do Huambo, numa extensão de 270 quilómetros, foi realizada no domingo, prevendo-se a inauguração do troço dentro de dois meses.

Em declarações à agência Lusa, o porta-voz do Ministério dos Transportes de Angola, Luís Paulo, disse que esta primeira viagem, depois de 27 anos de paralisação, se enquadra no programa de reabilitação, modernização e expansão do Caminho-de-Ferro de Benguela, cuja finalização deverá acontecer em 2012.

Segundo Luís Paulo, o ministro dos Transportes de Angola, Augusto da Silva Tomás, que se encontra em Benguela desde sexta-feira, realizou a viagem do município do Cubal ao Huambo, para inspecionar as obras de reparação do referido troço.

Na chegada ao Huambo, Augusto da Silva Tomás apontou a necessidade de tudo ser feito para que dentro de dois meses, "o mais tardar", o comboio volte a apitar naquela província do planalto central de Angola "de forma definitiva", para que em setembro possa chegar à província do Bié.

De acordo com o governante angolano, "as obras foram acompanhadas pela fiscalização, seguiram as regras estabelecidas internacionalmente e os prazos cumpridos na medida do possível".

"Chegou o momento do povo angolano, em particular o das províncias do Huambo, Bié e Moxico, voltar a sorrir como no passado", disse o ministro.

O Caminho-de-Ferro de Benguela, com 1.301 quilómetros, vai da província de Benguela até a do Moxico e é a única ligação da África Central ao Oceano Atlântico.

A reabilitação do CFB está a cargo de uma empreiteira chinesa - "China Railway 20 Bureau Group Corporation" -, com o recurso a uma linha de crédito da China.

Esse crédito, inicialmente avaliado em 200 milhões de dólares, possibilitou a aceleração da reabilitação total dos 1.301 quilómetros de via-férrea.

O plano nacional ferroviário prevê a reparação de locomotivas e pontes, a substituição de travessas, a requalificação de estações e desminagem.

*Foto em Lusa

Moçambique: Cinco instituições moçambicanas participam no "Fórum do Mar" em Portugal




MMT - LUSA

Maputo, 13 jun (Lusa) - Cinco instituições moçambicanas vão participar, entre quinta-feira e sábado, em Portugal, no primeiro "Fórum do Mar", que visa à "promoção de negócios entre os expositores e profissionais dos diferentes segmentos que constituem a economia do mar".

A reunião tem como objetivo "sensibilizar os agentes económicos para a importância do transporte marítimo no desenvolvimento do comércio internacional", indica um comunicado da Market Access.

Segundo esta consultora especializada em negócio internacional e internacionalização de empresas, participam no "Fórum do Mar" o Instituto Nacional do Mar e Fronteiras, Centro de Desenvolvimento para Zonas Costeiras, Fundo Nacional do Ambiente, Ministério das Pescas e os Portos e Caminhos-de-Ferro de Moçambique.

O primeiro encontro do "Fórum do Mar" pretende, também, "sensibilizar a opinião pública para a importância económica, social e ambiental do mar", refere a nota.

Além de Portugal e Moçambique, estarão presentes, entre outros, representantes de Marrocos, Espanha, Japão, Omã, Cabo Verde, Reino Unido, Irlanda, Algéria, Luxemburgo, França, Eslovénia, Holanda, Bulgária, Polónia e Bélgica.

"Estes representantes integram variados setores de atividade, como energias renováveis, náutica de recreio, construção e manutenção naval, autoridades e operadores portuários, consultoria em engenharia, coordenação ambiental, hidrografia, oceanografia, geotermia, instrumentos marítimos, pesca e aquacultura, associações e clusters marítimos internacionais", assinala a nota.

*Foto em Lusa

Moçambique: PRESIDENTE CONSELHO DE DIRECÇÃO DA AMODEG ACUSADO DE DESMANDOS




MAD – SG - LUSA

Maputo, 13 Jun (AIM) – A Associação Moçambicana dos Desmobilizados de Guerra (AMODEG) está novamente mergulhada num ambiente de desavenças com o Presidente do Conselho de Direcção, Samuel Tafula, que e’ acusado de prática de desmandos na liderança desta agremiação.

Torres Anona, líder do comité de gestão da AMODEG, diz que o que se pretende é repor a legalidade, enquanto Samuel Tafula contrapõe alegando que não se resolve uma irregularidade cometendo outra.

No centro das desinteligências estão os alegados desmandos cometidos por Tafula durante cerca de oito anos e, para resolver o problema, foi constituída uma comissão de gestão que, num prazo de três meses, deverá convocar a Assembleia-geral da agremiação.

Segundo escreve o matutino “Noticias”, Samuel Tafula é acusado pela comissão de gestão de, entre outras irregularidades, ter arrendado as instalações da AMODEG a uma instituição religiosa sem conhecimento dos restantes membros da agremiação, sobretudo no que concerne ao valor do arrendamento.

Segundo Torres Anona, chefe do gabinete de estudos e projectos daquela associação, várias iniciativas que tinham sido programadas em benefício dos membros da Associação não foram concretizadas, alegadamente porque Samuel Tafula nunca permitiu que tal acontecesse.

A comissão de gestão da Associação dos Desmobilizados de Guerra também acusa Samuel Tafula de se ter apropriado de uma viatura de marca Land Rover para proveito pessoal, de não ter um plano concreto para materializar os objectivos da organização, bem como de ter desviado avultadas somas em dinheiro, entre doações e o apoio que o Estado canaliza à agremiação.

O Estado canaliza, mensalmente, à AMODEG, um montante de 187 mil meticais (um dólar equivale a cerca de 29 meticais ao câmbio actual) para o pagamento de subsídios aos funcionários e despesas correntes.

Fontes próximas da organização revelaram que, desde a eclosão dos problemas, Samuel Tafula e o seu elenco, alegadamente já fora do mandato, nunca mais puseram os pés na associação.

“Nós os membros efectivos não podemos ficar alheios aos problemas que a AMODEG vive. Daí que decidimos que todos os órgãos sociais cessem funções e dentro de 90 dias vamos convocar a Assembleia-geral”, disse Torres Anona, que acusa Samuel Tafula de ter se apoderado de 459 mil meticais que o Ministério dos Combatentes canalizou em 2010, para a inserção social dos desmobilizados.

“Eu estive directamente ligado a esse processo. O valor não chegou a financiar nenhum projecto dos desmobilizados”, disse Torres Anona.

Por seu turno, Samuel Tafula acusa a comissão de gestão de ter trancado o seu gabinete e do secretário-geral da organização, apontando esta acção como sendo a razão porque ele não se faz presente na sede da organização.

Samuel Tafula, defendeu-se alegando que as acusações visam distrair a opinião pública, tendo confirmado que o Estado, através do orçamento, canaliza 187 mil meticais para subsídios aos funcionários na sede e nas delegações provinciais, bem como para o pagamento de despesas correntes.

(AIM)

Timor-Leste: Parlamento quer documentos da ONU e União Europeia escritos em Português




MSO - LUSA

Díli, 13 jun (Lusa) -- O Parlamento de Timor-Leste aprovou hoje uma resolução para que as Nações Unidas e a União Europeia utilizem o Português ou o Tétum no relacionamento institucional com as autoridades timorenses.

A adoção da Língua Portuguesa ou do Tétum é recomendada "para permitir uma comunicação fluida e sem equívocos e facilitar o entendimento frutífero entre as instituições do Estado de Timor-Leste, por um lado, e as organizações e agências internacionais, por outro, no âmbito de apoio ao desenvolvimento de Timor-Leste".

"Ultimamente tem surgido documentação proveniente de várias organizações, designadamente da UNMIT e do PNUD, de teor inaceitável, que podem pôr em causa as relações institucionais", lê-se no documento hoje aprovado.

A resolução, aprovada apenas com dois votos contra e uma abstenção, acrescenta: "Admitindo que as dificuldades resultam, em grande medida, de deficiências derivadas do uso de línguas que não as oficiais do País, quando é sabido que essas agências usam e trabalham em Língua Portuguesa em países como Angola, Moçambique, Brasil e outros, o Parlamento Nacional recomenda o uso sistemático das línguas oficiais de Timor-Leste, por parte dessas instituições".

O Parlamento timorense exorta as Nações Unidas e a União Europeia a que "tomem as medidas necessárias para, num prazo máximo de seis meses, a documentação técnica passe a ser elaborada em Português e Tétum".

Os parlamentares pretendem ainda que as duas instituições internacionais assegurem, nos seus projetos em Timor-Leste, "interlocutores que se exprimam em Língua Portuguesa" e promovam o conhecimento da Língua Tétum como fator preferencial de recrutamento.

Salientando o que é prática em países como Angola, Moçambique ou o Brasil, querem ver incluídos nos termos de referência para a contratação de assessores e consultores internacionais "a obrigatoriedade de domínio escrito e falado da Língua Portuguesa, admitindo-se apenas exceções em casos residuais, devidamente justificados".

O deputado do CNRT Arão Noé, um dos proponentes, justificou à Lusa que "nos países da CPLP a documentação é escrita também em Português, e unicamente em Timor-Leste é que esses documentos são só escritos em inglês".

"Para dignificar a nossa identidade, os documentos que circulam no nosso País devem ser escritos em Português", comentou.

Mário Carrascalão, deputado da bancada do PSD, considerou que a medida apenas peca por tardia e lamentou que alguns ministérios ainda utilizem a Língua Inglesa, principalmente o Ministério das Finanças.

Manuel Tilman, deputado da bancada KOTA, apoiou a resolução, mas defendeu que a mesma se devia alargar às entidades privadas, nomeadamente ao comércio.

David Dias, deputado da bancada FRETILIN, salientou que a aprendizagem da Língua Indonésia "foi devida às circunstâncias, sendo agora o momento certo para implementar as disposições constitucionais".

Em desacordo com a resolução esteve Fernanda Borges, deputada da bancada PUN, para quem se trata de uma "decisão inflexível, que pode causar dificuldades à adesão à ASEAN".

Timor-Leste: Governo quer consenso na Lei do Fundo Petrolífero, oposição preocupada





Díli, 13 jun (Lusa) -- O Governo de Timor-Leste vai submeter a proposta de revisão da Lei do Fundo Petrolífero ao Parlamento "para consenso", mas o porta-voz da FRETILIN já disse hoje que a proposta governamental "é preocupante".

"A Lei será submetida ao Parlamento Nacional para consenso. As revisões permitem uma maior diversificação da carteira de investimentos, o que minimiza os riscos e maximiza as receitas a longo prazo", comentou o secretário de Estado do Conselho de Ministros, Ágio Pereira.

Segundo Ágio Pereira, que é também porta-voz do Governo, "desde 2007 que a melhor gestão do fundo tem produzido bons resultados, com 10 por cento do mandato relativo ao mercado global de ações investido atualmente em mais de 700 empresas espalhadas por 23 países".

Chefes dos Serviços de Estrangeiros e Fronteiras da CPLP iniciam hoje encontro em Bissau




Luís Pedro Martins (LUSA)

Bissau, 13 jun (Lusa) -- Os chefes dos Serviços de Estrangeiros e Fronteiras da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) iniciam hoje em Bissau um encontro para discutir os assuntos relacionados com a circulação de pessoas e controlo das fronteiras.

O encontro, que decorre até quarta-feira, conta com a presença de representantes de todos os países da CPLP, com exceção de Timor-Leste.

"Vão ser debatidos temas comuns que dizem respeito à circulação de pessoas do espaço CPLP, análise de fluxos migratórios, a questão que se prende com a utilização de alguns documentos comuns, a questão relativa à inclusão dos passaportes eletrónicos nos países CPLP", afirmou o secretário de Estado da Ordem Pública guineense, Octávio Alves.

© 2011 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

Protestos - Espanha: Um ponto de informação e alguns ''acampados'' na Puerta del Sol





Cerca de meia centena de pessoas com tendas de campanha e um barracão que servirá como ponto de informação é tudo o que permanece, hoje, do protesto de um mês na Puerta del Sol, em Madrid.

O barracão, feito com pladur e madeira e de cerca de 120 metros quadrados, foi instalado nas imediações da estátua de Carlos III, que ancorou, desde o passado 15 de maio, as lonas e outras estruturas que compunham a ''cidade'' improvisada.

Durante todo o dia de domingo, centenas de pessoas removeram escombros, limparam a praça e o mobiliário urbano e retiraram destroços, removidos depois por camiões dos serviços municipais de limpeza.

*Foto em Lusa

Timor Leste: O POLVO




BEATRIZ GAMBOA* - reposição

QUEM?

"Nós, AMP, a 19 de junho, tivemos uma reunião em Balibar, para vermos a nossa política até 2012, e chegámos todos à conclusão de que, por necessidade de garantir a estabilidade no país, vamos governando até lá", diz a Agência Lusa das palavras do primeiro ministro timorense, pronunciadas ontem.

Segundo Gusmão nada se alterou desde Junho até agora na realidade governativa, social e político partidária timorense, pelo que se mantêm a análise e decisão de cumprir o decidido pela AMP há três meses. A demissão de Carrascalão, um vice primeiro ministro, pelas razões apontadas na sua carta de resignação são letra morta para o primeiro ministro Gusmão: os que se sentam ao lado de Gusmão em conselho de ministros não são corruptos, não têm nos seus ministérios casos de corrupção que ocultam, participam ou que, pelo menos, consentem. O elenco do governo de Gusmão é imaculado. Os ministros, secretários de estado, diretores de serviços, etc., etc, não demonstram viverem muito acima do que os seus vencimentos permitiriam e se viverem é porque devem de ter alguma árvore de dólares no quintal. Gusmão e os seus ministros não têm permitido que familiares e amigos obtenham negócios com o Estado timorense por métodos dúbios. Tudo tem sido governado e gerido com a maior das transparências e no respeito pleno pela legalidade. Se assim tem ocorrido e ocorre porque razão Gusmão deve ou devia de remodelar o governo?

O que aconteceu com Mário Carrascalão e com o que consta na carta de resignação é mentira. Este governo de Gusmão é o mais honesto dos governos que Timor-Leste alguma vez viu. E se é vista ostentação e manifestos sinais exteriores de riqueza por parte de aliados e ministros do governo deve-se à tal árvore de dólares que têm no seu jardim ou quintal. Há mesmo os que possuem essa espécie arborícola em grandes vasos dentro de casa. Depois basta abanar que as notas caem por si.

Gusmão fez saber que não vai fazer nenhuma auditoria ao gabinete de Mário Carrascalão, ex-vice primeiro ministro, como é solicitado na carta de resignação. "O Inspetor geral vai verificar o património, a documentação e os arquivos, para ser feito o termo de entrega, mas não vamos fazer nenhuma auditoria". Disse Gusmão em declarações citadas pela Lusa.

É capaz de dar-lhe jeito que não faça a tal auditoria. Mais tarde sempre pode insinuar, ou aliados em vez dele, que Mário Carrascalão não está isento de falcatruas no gabinete que chefiou. Aliás, isso já aconteceu em declarações de há dias. Haverá os que possam pensar: “Gusmão, ou os de Gusmão, fazerem isso?” Não… Só in extremis.

O que Mário Carrascalão faria bem seria ativar os mecanismos legais que tolham essa possibilidade a um primeiro ministro que ele sabe que joga muito sujo, com todas as armas que possui e ainda mais as que retira do esgoto, seu local preferido de armazenamento.

Hoje parece ainda mais corresponder à certeza que Gusmão está uno e indivisível com os processos corruptivos, de conluio e nepotismo já denunciados e até comprovados. A impunidade permite-lhe que nada de extraordinário tolha as suas decisões de dar continuidade ao desenvolvimento do criminoso polvo que domina o seu governo e a sociedade timorense. Alega falsamente que não quer provocar instabilidade. Como se a miséria em que os timorense sobrevivem não seja por si só instabilidade. Ainda mais por saberem que há milhões a desaparecerem sem que deles sejam dadas contas.

Temos assim o entendimento de que Gusmão mantém tudo como estava antes das denúncias e demissão de Mário Carrascalão. Como sempre manteve após as anteriores denúncias. Solicitou à justiça timorense que accionasse com urgência o que possui sobre corrupção nas suas gavetas, cofres, sanitas e pastas. Ana Pessoa apressou-se a responder à voz do dono dizendo que já algo vai a caminho… Como se alguém acreditasse na justiça timorense.

Gusmão não remodela o governo. Como poderia fazê-lo? E depois, o que seria do polvo? Como reagiria o polvo? Afinal só o polvo tem possibilidades de remodelar ou de derrubar este governo. O polvo? Quem?

Não se deve criar instabilidade ao polvo…

A tudo isto o PR Ramos Horta… Quem?


Espanha: INDIGNADOS DO 15-M – DAS PRAÇAS ÀS RUAS DE ESPANHA




Fabíola Munhoz - Especial para a Carta Maior, direto de Barcelona

Após alguns dias de relativo esquecimento midiático, os protestos dos "indignados" espanhois voltaram a frequentar as manchetes neste final de semana. Em mais de 50 cidades da Espanha, como Madrid, Lleida, Vigo, Coruña, Murcia, Zaragoza, Alicante, Valencia y Valladolid, os "indignados" realizam manifestações frente às prefeituras onde neste sábado tomam posse os vencedores das últimas votações, a maioria pertencente a partidos de direita. Em Madri, os protestos foram reprimidos violentamente pela polícia. O artigo é de Fabíola Munhoz, direto de Barcelona.

Passados dias de relativo esquecimento dos protestos iniciados com o 15-M por parte dos meios de comunicação, até então mais preocupados em divulgar o resultado das eleições municipais espanholas, o movimento volta a estampar as páginas das principais agências de notícia do país.

Isso acontece quando em mais de 50 cidades da Espanha, como Madrid, Lleida, Vigo, Coruña, Murcia, Zaragoza, Alicante, Valencia y Valladolid, os indignados realizam manifestações frente às prefeituras onde hoje tomam posse os vencedores das últimas votações, a maioria pertencente a partidos de direita.

Em Madrid, os protestos foram reprimidos violentamente pela policía, que impedia o acesso dos manifestantes à Plaza de la Villa, onde fica a sede do governo da capital. Ainda assim, dezenas das cerca de 1000 pessoas que participavam do ato de rebeldia, resistiram sentadas diante do estacionamento da prefeitura, para impedir a saída de veículos oficiais depois do fim da cerimônia, o que aumentou a tensão entre os manifestantes e os agentes da Guarda Urbana.

O episódio acontece depois de outros conflitos violentos nas cidades espanholas de Salamanca, onde, na noite de ontem, cinco integrantes do 15-M foram feridos em confronto com agentes policiais, e Valladolid, em que três jovens indignados foram agredidos por um grupo que, segundo a Polícia Nacional, não faz parte do seu contingente.

Já em Valencia, a manhã da última quinta-feira foi marcada por uma manifestação dos indignados frente ao Parlamento regional, em repúdio ao início da nova legislatura, formada por dez deputados acusados de corrupção. A repressão a esse protesto resultou em 18 feridos e cinco detidos, além de ter gerado outras manifestações solidárias em Barcelona e Madrid.

Na Praça Catalunha, os acampados organizaram uma marcha na tarde da quinta-feira, para chamar a atenção da sociedade aos embates que haviam ocorrido na capital valenciana pela manhã. Simultaneamente, um debate teórico sobre auto-organização e assembléias cidadãs era realizado no centro da praça.

Ali, um senhor estudioso do tema, chamado Fernando Cardozo, indicava como principais causas da falência de uma organização ou associação cidadã, a repressão, o isolamento e as rupturas internas do movimento, que poderiam ser provocadas por: dificuldade na administração de discordâncias entre os militantes, falta de eficácia e consenso no processo de decisões coletivas, bem como ausência de horizontalidade que permita a real participação de todos.

Em seguida, ao invés de Assembleia Geral, houve um debate sobre a crise financeira, iniciado com a fala de um especialista em Economia Imobiliária chamado Ricardo Vergés, que explicou as causas da recessão econômica na Espanha a partir de dados divulgados pelo Banco Espanhol e pelo FMI. Se pudesse resumir o exposto por ele, o que faria com falhas e distorções inevitáveis em qualquer tentativa de simplificar a realidade, diria que as estatísticas oficiais comprovam que a maior dívida espanhola hoje é privada, e não pública. Esse dinheiro de particulares, investido em imóveis e obtido em hipotecas, de acordo com o economista, teria vindo de fora, ou seja, seria fruto de investimentos realizados por países com liquidez de moeda excessiva, como a Alemanha, que coincidentemente hoje cobra superávit do governo da Espanha para "resgatar" sua economia.

“Por isso tudo, não sou contra o capital, nem contra o mercado. Essas coisas sempre fizeram parte da vida do homem. O que causa a crise que a gente vê hoje é a perda de confiança nas instituições financeiras e a desinformação da sociedade”, disse Vergés.

Toda essa agitação de ideias em debate e pessoas tomando as ruas responde a um questionamento que pairava no ar, desde a sinalização de que as últimas eleições em Espanha, Portugal e França teriam a vitória de partidos de direita como resultado da abstenção dos indignados ao voto. “Como e por que lutariam os participantes do 15-M nesse novo cenário?”

Na quarta-feira, havia perguntado a dois jovens integrantes da Comissão de Educação da Acampada em Barcelona, qual sua visão futura do movimento, quando, com a retomada do poder pela classe política mais conservadora, provavelmente seria mais difícil alcançar respostas a suas reivindicações, por meio de diálogo com o governo e outras vias institucionais.

“Se ganha o partido socialista ou o de direita, não faz diferença. São todos bonecos manipulados pelos interesses de grandes empresas. Nosso objetivo é lutar contra a atual lógica econômica e contra essa estrutura de poder, que permite a corrupção. Talvez eu mesmo fosse corrupto se chegasse a ser governante dentro do sistema político que funciona hoje”, respondeu um dos jovens.

Essa opinião foi expressa no dia em que outra Assembleia Geral seria realizada para discutir, dentre outros temas, uma grande manifestação internacional, articulada por todas as "acampadas" europeias e prevista para o próximo dia 19. A reunião foi quente e demonstrou bem esse constante conflito de visões dos manifestantes, entre negociar com o poder e negar legitimidade às instituições. Um dos temas votados era sobre se deveria ou não ser feito um pedido de autorização do governo de Barcelona, para a realização dessa mobilização massiva.

“Nossa marcha vai acontecer de qualquer maneira, mas pensamos que é importante fazer esse aviso às autoridades, para que imigrantes sem papeis, idosos e pais que querem levar suas crianças, sintam-se seguros para participar da manifestação. Quanto mais pessoas participarem, melhor será para o movimento”, argumentava uma integrante da Comissão Jurídica da Acampada.

Depois de muitas intervenções de cidadãos contra e a favor, a ideia foi aprovada. Com a mesma dificuldade de se chegar a um acordo consensual, a Assembleia Geral de ontem (10/6), formada por poucas pessoas que não se deixaram espantar pela chuva, decidiram desfazer parte do acampamento da Praça Catalunha, entre hoje e amanhã. Essa ação se dará com o objetivo de concretizar a decisão coletiva do último domingo, a favor de se manter no espaço apenas uma estrutura mínima, que permita a realização de atividades diurnas, bem como a articulação e a informação do movimento.

No entanto, bastou o anúncio dessa definição, que será seguida também pelos manifestantes de Madrid, para que o jornal El País de hoje anunciasse o “desmantelamento” das acampadas de Barcelona e da capital espanhola, na Porta do Sol. O exagero simplista do uso dessa palavra para definir o que ocorrerá daqui para frente com o movimento 15-M foi rapidamente corrigido pelos indignados, que ocuparam de novo o noticiário, com as manifestações de hoje frente às prefeituras, e a reação desmedida da Polícia frente a essas revoltas.

E outros protestos são programados em Barcelona para o próximo dia 15, quando os indignados pretendem envolver o Parlamento da Catalunha com um grande cordão humano, na tentativa de impedir a votação do orçamento elaborado pelo Governo Autônomo da Catalunha, que prevê o corte de direitos sociais.

Se tudo isso gerará queda de governantes, reformas decorrentes de diálogo com os poderosos, ou a reformulação de todo um sistema político, contaminado e falsamente democrático, ainda não se sabe. Será dado um grande passo revolucionário se os indignados conseguirem, com sua força e simpatia popular, impedir que a promoção de desigualdades sociais continue a ser moeda de troca em transações perversas e dívidas imaginárias.

(*) Advogada, jornalista e mestranda em Comunicação e Educação

Foto da home: La Jornada

Fotos: Fabíola Munhoz

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