sábado, 6 de outubro de 2012

O PRESIDENTE E O GOVERNO DO CAOS EM PORTUGAL

 


António Veríssimo
 
DOS TRAIDORES E COBARDES TAMBÉM REZA A HISTÓRIA
 
Portugal assiste medianamente tolerante e pacificamente revoltado a decisões e atitudes de lesa-Pátria de um presidente atavico por ideologia e por cobardia, aliado a um governo de igual ideologia e de cobardia, usando com sofisma políticas que semeiam o caos no país. É a isso que no último ano os portugueses vêm assistindo, é isso que deve ser combatido pela salvação nacional e por todos em Portugal.
 
Cavaco Silva e os outros estão afastados dos portugueses. Foi opção deles próprios. A isso as populações respondem com vaias e enormes manifestações de um civismo impressionante. Vaias merecidas que eles temem pela sua notória cobardia, não pela vergonha de estarem a contribuir com afã para a destruição do país. Se não fossem desprovidos de vergonha corrigiriam todas as suas opções de descalabro a que têm conduzido Portugal e os portugueses.
 
Assistimos em 15 de setembro à rejeição da TSU – medida doutrinária do clã Cavaco-Passos-Gaspar e outros traidores dos reais interesses do país. Cavaco tremeu, o governo nem por isso, mas fez de conta que recuava perante uma reunião de anquilosados Conselheiros de Estado que também foram mimados com vaias e levaram roda de gatunos ao sairem do Palácio de Belém nos seus carros de luxo e topo de gama pagos por todos os portugueses. Afinal Passos não recuou e veio dizer a Portugal, pela voz do incompetente e fanático ministro Gaspar, que dobrava em muito os impostos e os sacrificios dos portugueses. A isso os portugueses não estão a dar a resposta adequada, rejeitando as medidas, como o fizeram com a TSU (Taxa Social Única). Sobre isso o sinuoso e temeroso Cavaco Silva ainda não se pronunciou. Nem o fez nas comemorações da Implantação da República em 5 de outubro, apesar de todos estarem à espera que algo dissesse.
 
COVEIROS DA REPÚBLICA E DA DEMOCRACIA
 
Em 102 anos da comemoração da República a cerimónia contou sempre com a sua componente livre e pública, até no tempo do ditador Salazar. Respeitou sempre o local de origem da proclamação, a Praça do Munícipio, em Lisboa, paredes meias com o Terreiro do Paço. Desta vez foi diferente. Vergonhosamente diferente. Foi uma cerimónia reservada a convidados em ambiente fechado. No Pátio da Galé, logo ao lado do local de origem. Devido à cobardia de um presidente e de elementos do governo fartos de serem vaiados. As ruas limitrofes ao local foram fechadas e isoladas por grande aparato policial, a Praça do Munícipio conheceu a desertificação naquele dia, após mais de um século a receber milhares de portugueses que comemoravam e saudavam a República. Nunca tal havia acontecido. Cavaco e o governo cobardemente longe do povo. Nem o facto de este 5 de outubro ser o último feriado da comemoração – porque o governo e Cavaco extinguiram-no – pesou para não afastarem os portugueses da comemoração. Falsamente, depois de escondidos como ratos apavorados no interior do Pátio da Galé permitiram que as ruas fossem contidamente reabertas. Mas a exclusão dos cobardes já estava feita e já tinha produzido os efeitos desejados: longe do povo, na assunção de coveiros da República e da democracia.
 
Apesar de tudo e mesmo assim não escaparam à manifestação e reprovação de duas mulheres do povo que se introduziram no interior do salão do Pátio da Galé. Uma, de 57 anos, gritou o seu desespero. Perguntou como poderia sobreviver com 250 euros por mês de uma pensão. Gritou a sua miséria – que é a miséria de mais de dois milhões e meio de portugueses. Os gorilas da segurança de Cavaco retiraram-na sem gentileza do local mas a vaia, os apupos, a indignação daquela mulher que personificava os portugueses em maiores dificuldades, com fome, ainda agora ecoam por aquelas paredes e pelo país inteiro. Outra mulher usou o belo canto e sobrepôs-se ao discurso repleto de cobardia e de tabus de Cavaco. Cavaco debitava palavras fugidias sobre a educação e a mulher, jovem, cantava imperturbavel e sonora Firmeza, de José João Cochofel, musicado por Fernando Lopes Graça:
 
"Sem frases de desânimo,
Nem complicações de alma,
Que o teu corpo agora fale,
Presente e seguro do que vale.
 
Pedra em que a vida se alicerça,
Argamassa e nervo,
Pega-lhe como um senhor
E nunca como um servo.

Não seja o travor das lágrimas
Capaz de embargar-te a voz;
Que a boca a sorrir não mate
Nos lábios o brado de combate.

Olha que a vida nos acena
Para além da luta.
Canta os sonhos com que esperas,
Que o espelho da vida nos escuta."
 
A cantora lírica (indignada penetra) não foi molestada pelos gorilas da segurança de Cavaco nem por ninguém. A jovem fez perceber posteriormente às reportagens levadas a todos os portugueses telespetadores, ouvintes e leitores que tomou aquela decisão e atitude para que oiçam os portugueses e os políticos saibam que mesmo escondendo-se que nem ratos não matam o brado de indignação e combate.
 
Escusado será dizer que Cavaco e governo literalmente fugiram do local à pressa e apavorados. Não sem antes um ou outro popular lhes gritar à distância que eram meros gatunos. Cavaco foi ainda mimoseado com uma voz longínqua que falava algo sobre o cambalacho BPN (registado por uma televisão). BPN, uma história escura…
 
O DESPREZO PELO MAIS ALTO SIMBOLO DA NAÇÃO
 
Antes de toda esta agitação no interior do salão do Pátio da Galé, logo de início, Cavaco, presidente (não se sabe bem de quê nem de quem), içou na varanda histórica a bandeira de Portugal perante uma Praça do Municipio deserta. Içou a bandeira ao contrário – em sinal de país ocupado pelo inimigo. O desprezo e a desatenção pelo mais alto simbolo nacional foi evidente.
 
Desconhece-se se foi artimanha de alguém ou se foi mero acidente. Quer parecer que aconteceu intencionalmente e a condizer com o estado de Portugal, que está de pernas para o ar, ao contrário, já não é uma República realmente e, como a República, a democracia é muitissimo deficitária. Seja como for, acaso ou não, facto é que Cavaco demonstrou o seu alheamento do país real e do respeito que deve ao povo e ao mais alto símbolo da nação lusa, a bandeira.
 
Não podemos contudo alhear-nos da responsabilidade ou igual desprezo manifestado por cerca de uma dezena dos agentes protagonistas que, na varanda do edificio, ladeavam o içar da bandeira da República Portuguesa. Entre eles estava a presidente da Assembleia da República, ministros e o presidente da Câmara Municipal da Lisboa, anfitrião da cerimónia. Nenhum deles reparou(?) e fez abortar aquele içar da bandeira ao contrário. António Costa, da CML, também não reparou? O que levou a tal inadmissivel acontecimento jamais saberemos de verdade. Digam o que disserem já não merecem crédito. O que ficou bem patente foi a desorganização, a falta de decoro e de respeito pelo mais alto simbolo de Portugal. Não restam dúvidas. O que revela quanto indignas são determinadas personalidades ali em rebanho no importante ato de içar a bandeira portuguesa e de dirigir ao mais alto nível o país.
 
O QUE ACONTECERÁ A SEGUIR
 
Há tempos largos que o governo e o presidente Cavaco são acossados pelo povo português. Já têm horror a saírem de entre as paredes dos edificios e dos gabinetes onde exercem prejudicialmente as funções para que foram eleitos. O próprio Cavaco, ocupante do Palácio de Belém, que ainda há cerca de um ano dizia em 5 de outubro que o Palácio era do povo e que nesse dia ordenava a abertura livre dos jardins do Palácio, recebendo os portugueses que ali entravam, deu ordens em contrário e manteve a entrada interdita à população – alegou poupaça na despesa. O medo exala pelos poros de Cavaco. Medo do povo que deve saber estar a trair. Não é por acaso que o vaiam, a tolerância a um presidente que já recolhe a opinião de ser o pior de que há memória exauriu-se. Tal evidência, a acrescentar ao governo que ele protege e que teima em manter no exercicio de destruir Portugal, é motivo da desesperança que invade os portugueses, tanto quanto muitas injustiças que ele, Cavaco, aprova sem pestanejar.
 
As recentes medidas anunciadas pelo governo, na sorumbática expressão do ministro Gaspar, vão levar a muito mais miséria Portugal e, consequentemente, os portugueses. Eram possiveis outras e melhores alternativas (afirmam outros especialistas) mas a corja de traidores impiedosos considera imperativo desgraçar o país. São os portugueses que, como em 15 de setembro, têm de saber rejeitar estas políticas erradas que cada vez causam mais desgraça, mais destruição. Se antes se manifestaram pelo país mais de um milhão a dizerem não, agora seria de toda a urgência e utilidade que esse milhão fosse ao menos duplicado. Só assim Portugal poderá sobreviver como nação viável, republicana e democrática. Cabe ao povo defender o país e retirar os poderes das garras dos que o estão a afundar. Esperemos que seja essa reação popular e transversal o que acontecerá a seguir. É constante na história que os portugueses se agigantam nas dificuldades; pois que o façam agora, desautorizando o presidente e o governo do caos em Portugal.
 

Portugal: MELHOR POVO DO MUNDO

 


José Alberto Quaresma – Expresso, opinião, em Blogues
 
Crato descobriu a profissão mais linda do mundo, a docência. Gaspar encontra agora com o melhor povo do mundo, o português. Os governantes, como dizia Tchékov, "são honestos: não mentem sem necessidade".
 
E o que é que o governo faz à profissão mais linda do mundo e ao melhor povo do mundo e arredores? Oferece as prendas mais lindas e as melhores do mundo.
 
Muitas, muitas. Não param de surpreender. Os pacotes ofertados em catadupa nem deixam respirar de alegria. Comovem. A gente ainda mal desembrulhou um pacote de austeridade e já nos caiu outro em cima.
 
O que se exilou em Bruxelas via-nos de tanga. Os seus discípulos querem-nos nus em pelota e mirrados. Estão a atacar as gorduras do Estado, perdão, do melhor povo do mundo. E muito bem. Zelam pela sua saúde. Amam-no até às lágrimas.
 
E o melhor povo do mundo deve agradecer e retribuir o amor. Tem o melhor governo do mundo. Só pode ser feliz.
 
Só falta promover o reencontro entre o melhor povo e o melhor governo do mundo. Beijinhos, abraços, festinhas, pancadinhas nas costas, palavras ternurentas e, quem sabe, casamento abençoado.
 
Como o povo é largo, e não pode entrar pelo conselho de ministros adentro para agradecer penhorado, só falta os governantes descerem à Avenida da Liberdade, ao Terreiro do Paço, à Praça de Espanha, à Praça do Império, à rua frente a S. Bento, para o maior amplexo do mundo. O amor com amor não fica a dever.
 
Crato, Gaspar, venham e tragam Passos e Portas pela mão. E mais os outros ministros todos. Nós sabemos que vocês são um pouco tímidos. Não gostam de vir à rua. Têm pudor em sair dos carros. Preferem rodear-se de homens musculados. Mas quem gosta, gosta. Tem de vencer o acanhamento.
 
Sabemos que o melhor povo do mundo cheira mal da boca e grita impropérios. Mas que Diabo!? O melhor povo do mundo também pode ter os seus pequenos defeitos. Mas ama quem o ama. Praticamente adora. E faz juras de amor. E o povo é sereno. Venham. Desçam à rua. O amor platónico na gaiola é que não é deste tempo.
 
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Portugal: “NÓS SABEMOS PARA ONDE VAMOS”, diz Passos Coelho

 

Público - Lusa
 
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, afirmou neste sábado que o Governo sabe para onde vai, depois de ser questionado sobre a advertência feita pelo Presidente da República, Cavaco Silva, de que Portugal precisa de ter um rumo.
 
À margem da cimeira “5+5”, em Malta, os jornalistas perguntaram a Passos Coelho se entendia como um recado ao Governo a advertência de Cavaco Silva sobre a necessidade de “encontrar um rumo de futuro”, feita na sexta-feira, no seu discurso nas comemorações do 5 de Outubro.

“Nós sabemos para onde vamos. Nós queremos cumprir o nosso memorando de entendimento, isso é crítico para Portugal”, respondeu o primeiro-ministro.

Segundo Passos Coelho, o cumprimento do Programa de Assistência Económica e Financeira é importante não só para Portugal, mas também para a Europa, e os portugueses têm consciência disso: “Eu estou convencido de que essa é a única explicação pela qual os portugueses têm observado as políticas difíceis que têm vindo a ser executadas”.

O primeiro-ministro defendeu também que essas “políticas difíceis” vão permitir a Portugal reduzir o défice interno, o défice externo e conseguir financiar-se nos mercados de forma “criar emprego, trazer de novo o investimento a Portugal e poder, portanto, iniciar um período de recuperação económica”.

“Esse é o nosso objectivo e é o nosso programa, assumido com toda a clareza. E é esse que estamos a cumprir”, rematou Passos Coelho.

Em seguida, os jornalistas perguntaram ao primeiro-ministro se concorda que o Governo anunciou para 2013 um “enorme aumento de impostos”, e Passos Coelho disse que não iria “comentar nenhuma expressão nem nenhum discurso que tenha sido feito em Portugal”.

Confrontado com o facto de esta expressão ter sido utilizada pelo ministro de Estado e das Finanças, Vítor Gaspar, Passos Coelho afirmou: “Se é do senhor ministro das Finanças, julgo que não precisa de fazer a pergunta.”
 

CAVACO PODIA? PODIA… MAS NÃO ERA A MESMA COISA

 


Henrique Monteiro – Expresso, opinião, em Blogues
 
Algumas pessoas entenderam que exagerei, ontem, quando escrevi que o discurso de Cavaco Silva no 5 de Outubro talvez fosse o pior discurso do mundo. Mas insisto na ideia
 
Cavaco, mantendo a rigorosa isenção suprapartidária que compete a um Presidente, podia ter falado da necessária moderação e unidade do país na análise da situação (ou seja que as reações emotivas, embora compreensíveis, não nos farão sair do buraco em que estamos). Cavaco podia ter apelado ao esforço conjugado dos partidos políticos portugueses junto dos seus congéneres europeus para a busca de soluções que não impliquem a dose adicional de sacrifícios que nos foi prometida. Cavaco podia ter dito que, num momento de emergência como este, o essencial da luta política não deve estar centrado na conquista do poder, mas na saída da situação em que nos encontramos, se possível englobando nessa solução a base política mais alargada possível.
 
Cavaco podia ter dito isto, mas não disse. Talvez o Presidente não entenda que a situação do país é tão grave que mereça atitudes excecionais. Mas não vejo como sair deste atoleiro sem que haja um entendimento entre os partidos que subscreveram o acordo da troika, o que implica cedências mútuas, ao invés de caminhos experimentalistas, que é o que mais nos têm oferecido - à esquerda e à direita.
 
Sair do Euro, sair da UE, não pagar, reduzir brutalmente o valor do trabalho, acabar com o Estado Social e vário outro ruído que por aí se ouve, pode ser tentador, mas é trágico. Manter a serenidade e apontar uma saída podia ter sido o grande contributo de Cavaco Silva. Podia, mas não foi. Infelizmente...
 

Portugal - Eduardo Catroga: GOVERNO FEZ ERROS QUE “FICAM PARA A HISTÓRIA”

 


Hugo Neutel – TSF, com foto via vídeo
 
Catroga considera que Passos tem de ser humilde na aceitação da indignação e que uma eventual remodelação deve ser encarada sem dramas. O economista é contra a privatização da CGD
 
Eduardo Catroga igual a si próprio. Sem fugir aos temas mais quentes, o economista que ajudou a elaborar o programa eleitoral do PSD no caminho para a vitória a Passos Coelho e que liderou a equipa social-democrata que acompanhou as negociações com a troika diz em entrevista à TSF e ao Dinheiro Vivo que esta pode ser uma boa altura para remodelar não apenas pessoas, mas a própria estrutura do executivo. Não aponta nomes mas avisa que há ministros de quem não se fala que são mais remodeláveis do que os que têm sido mencionados pela Comunicação Social.
 
Catroga, que é contra privatização da Caixa Geral de Depósitos, considera que nas últimas semanas este Governo fez erros que vão ficar para a história política do pais.
 
Remodelação deve ser encarada «sem dramas» e deve incluir nomes que não têm sido os mais falados
 
Eduardo Catroga desdramatiza uma possível remodelação. Diz que essa é uma opção que deve ser encarada «sem dramas» e que «seria perfeitamente natural a meio do mandato, sobretudo num conjuntura extraordinariamente difícil. Sem quaisquer dramas». O primeiro-ministro, afirma o economista que redigiu a proposta para o programa eleitoral do PSD, «tem que ser humilde na aceitação da indignação». Catroga diz que «se fosse primeiro-ministro estaria na posse da totalidade da informação para fazer um reajustamento da estrutura orgânica do Governo e de pessoas».
 
O economista aconselha o primeiro-ministro a «fazer uma reflexão que só ele pode fazer. Eu, se fosse primeiro-ministro, procuraria estar na posse de informação que hoje não tenho». Catroga não quer falar em nomes mas adianta que «às vezes, há determinados ministros que começam a ser prematuramente "remodelados" na comunicação social e há outros ministros de quem não se fala e que merecem mais ser remodelados do que aqueles que estão a tentar fazer coisas»
 
CGD deve continuar na esfera pública e ser reorientada para o financiamento às empresas
 
O antigo ministro das finanças mostra-se ainda contra a privatização da Caixa Geral de Depósitos. Na opinião de Eduardo Catroga, a CGD «estar sujeita a uma orientação estratégica do Governo, em representação do acionista Estado, no sentido de orientar os recursos para o tecido produtivo, para as empresas, para as pequenas e médias empresas e para os investimentos produtivos». A Caixa BI, banco de investimento, «devia ser transformado num banco de fomento nacional com capitais públicos e privados no sentido de voltar a olhar para o financiamento a médio e longo prazo que os banco não vão ter mais condições de fazer nos próximos anos»
 
Governo fez erros que «ficam para a história»
 
Eduardo Catroga considera que o Governo errou ao não aproveitar a 5ª avaliação da troika para fazer um «reajustamento global do programa». Esse reajustamento teria de começar pela revisão do «ponto de partida» do documento, que, defende o antigo ministro das finanças, está mal calculado. Ainda assim Catroga recusa defender uma extensão do pacote financeiro da troika.
 
O Governo errou novamente na «política de comunicação» da revisão do programa. Catroga não quis dizer se falava do caso TSU, mas acrescenta que são erros que vão ficar para a história política do país.
 
Nesta entrevista o economista que liderou a equipa do PSD que acompanhou as negociações com a troika em 2011 diz ainda que a troika «e o Governo, por influência da troika, esqueceu-se de todo o pilar do aumento do crescimento potencial. Isto é, o pilar da revitalização do tecido produtivo, que passava por incentivos fiscais e financeiros para a agricultura, para a indústria transformadora, e sobretudo para todos os sectores que exportam».
 
A entrevista a Eduardo Catroga pode ser escutada na íntegra na TSF neste sábado, 6 de Outubro, depois das notícias das 13 horas e depois, em permanência e com vídeo, na página do programa Tudo é Economia.
 
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Brasil: FAMÍLIAS SEM ABRIGO EM SÃO PAULO, AS ELEIÇÕES E O RASCA JOSÉ SERRA

 


Despejadas de ocupação, famílias vivem ao relento no centro de São Paulo
 
Correio do Brasil, com Rede Brasil Atual - de São Paulo
 
O tempo seco tem incomodado a maioria dos paulistanos que esperam a chuva com grande expectativa. Mas para as 97 famílias acampadas na praça do Correio, no centro da cidade e a menos de meio quilômetro da sede da prefeitura, é melhor que não caia nenhuma gota. Desde que foram despejadas de um prédio na avenida Ipiranga, em 28 de agosto, as famílias vivem em moradias improvisadas, feitas de lona e madeira. Elas, com mais precisão do que qualquer instituto de pesquisas meteorológicas, sabem que desde que estão morando lá, há 35 dias, choveu apenas duas vezes, o que foi suficiente para destruir alguns barracos e inutilizar colchões e cobertores.
 
O prédio em que viviam, abandonado há 9 anos, antes de ser ocupado estava entre os prédios que a própria administração de Gilberto Kassab (PSD) havia decretado de interesse social (DIS) em 2010. A ordem de reintegração de posse indicava que as famílias deveriam ser “alojadas em abrigos provisórios”. A prefeitura ofereceu vagas em albergues.
 
A opção foi rechaçada, já que nesses locais homens e mulheres da mesma família não podem ficar juntos.“No albergue você só pode ir para dormir a noite. Durante o dia você fica na rua. Na rua nós já estamos. E vamos ficar aqui até que eles resolvam nossa situação”, diz Luzia Pinto, de 70 anos, uma das coordenadoras do acampamento. “Eu era casada, aí meu marido morreu. Ou eu comia ou pagava aluguel. Imagina quem tem filho pequeno”, conta Luzia, que trabalhava como recepcionista até se aposentar por invalidez, depois de um acidente. Hoje ela recebe um salário mínimo, o equivalente a R$ 622.
 
O grupo está junto há pelo menos quatro anos. Antes de ocuparem o prédio na avenida Ipiranga, viveram sete meses na ocupação Alto Alegre, em um terreno no bairro de mesmo nome na zona leste. Saíram de lá depois de serem surpreendidas durante a madrugada por uma reintegração de posse promovida pela Tropa de Choque da Polícia Militar. O proprietário do terreno à época era processado por dano ambiental, e devia aos cofres públicos cerca de R$ 2 milhões. Ao serem despejadas, as famílias receberam a promessa de que 600 unidades habitacionais seriam construídas no local e que elas poderiam voltar. Mas isso nunca ocorreu. Depois de três meses, a verba emergencial dada a elas foi cortada. O grupo chegou a acampar diante da Câmara Municipal e no viaduto do Chá, ao lado da sede da administração municipal. Desamparados, ocuparam o prédio. Dessa vez, nenhum auxílio financeiro foi oferecido.
 
Segundo o Observatório de Remoções da Universidade de São Paulo, lançado na última semana, pelo menos 7.666 famílias já foram removidas na cidade nós últimos anos e milhares que vivem em 486 favelas correm o mesmo risco em função de grandes intervenções urbanísticas promovidas pelos governos estadual e municipal e por empresas privadas na cidade.
 
Trabalhadores
 
No acampamento, uma cozinha improvisada foi montada. Doações, restos colhidos no Mercado Municipal e compras feitas em esquema de rateio são guardadas a chave. Maria da Glória, de 72 anos, é a responsável pelo preparo das refeições. Também com o grupo desde a remoção no Alto Alegre, ela conta que o jantar é a refeição mais disputada, já que na hora do almoço a maioria dos sem-teto está no trabalho.
 
- A maioria das pessoas que passam aqui acha que nós somos mendigos. Mas aqui a maioria é trabalhador – explica Carina dos Reis Araújo, de 27 anos, acampada com a filha de 10 anos e o marido.
 
Os dois adultos fazem ‘bicos’. Ela de noite, como recepcionista, e seu marido como motorista. “A gente não quer nada de graça. Queremos algo que a gente possa pagar”, conta enquanto se prepara para o trabalho.
 
De fato, durante a visita da RBA ao acampamento apenas algumas mulheres e crianças estavam presentes, mas o mar de colchões espalhados pelo chão não deixa dúvida da quantidade de gente que vive no local e das condições precárias da moradia improvisada. “No calor é um forno, no inverno um gelo”, descreve Carina.
 
Para usar o banheiro, os sem-teto contam com a solidariedade de um bar que funciona de segunda a sábado. “Aos domingos é um sufoco. Banho a gente toma em um prédio da avenida São João”, conta Luzia. O prédio a que se refere é a ocupação São João, cuja ordem de reintegração de posse já foi expedida e só não foi executada porque o proprietário do imóvel não garantiu os meios para que os ocupantes retirassem seus pertences de lá.
 
Depois do despejo, o edifício que abrigava em condições razoáveis as famílias na avenida Ipiranga voltou a ser fechado e não cumpre nenhuma função social, como determina a Constituição. Os ex-ocupantes desconfiam que o prédio foi comprado pela própria prefeitura, mas não há informação oficial a respeito. Assim como não se sabe quantos e quais dos prédios que constavam no DIS foram de fato desapropriados. “A terra era para ser para as pessoas, não para os ratos e cobras como era no Alto Alegre antes da gente ocupar lá. Não para ficar fechado como o prédio da Ipiranga que está lá enquanto a gente está nessa situação”, desabafa Luzia. Que parece ser a única que não se importa com o prenúncio de chuva. “A gente já acostumou. Vai ser só um banho a mais”.
 
Serra censura publicação por expor seu “currículo
 
Correio do Brasil, com Rede Brasil Atual - de São Paulo
 
As informações que “denigrem” a imagem de José Serra (PSDB) e são capazes de provocar “dano irreparável” à sua candidatura para prefeito de São Paulo – segundo as palavras do despacho judicial que censurou e apreendeu a edição de quinta-feira do jornal Folha Bancária – estão em um texto de quatro parágrafos que resume a trajetória política e administrativa do tucano e informa, no final, que ele ainda não apresentou programa de governo.
 
A representação foi protocolada pelo PSDB, sob argumento de que o jornal “promovia” o petista Fernando Haddad e prejudicava Serra. A edição trazia textos sobre os três principais candidatos à prefeitura – Serra, Haddad e Celso Russomanno (PRB) – e uma nota de rodapé informando que a maioria dos diretores do Sindicato dos Bancários apoia o petista.
 
O texto que Serra considera depreciativo diz que ele, quando governador de São Paulo, vetou projetos que determinavam a instalação de portas segurança em todas as agências bancárias. Também afirma que seu partido, o PSDB, foi responsável pela privatização de vários bancos públicos, entre eles o Banespa.
 
Em protesto, o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região afirmou nesta sexta-feira que fará um ato simbólico contra censura do jornal pela coligação do candidato do PSDB. Caminharão com lenços na boca para simbolizar a mordaça à liberdade de expressão.
 
Leia a íntegra do que foi publicado sobre o tucano na Folha Bancária censurada por ele:
 
José Serra é economista. Já foi eleito governador de São Paulo, deputado federal por dois mandatos e senador. Foi prefeito de São Paulo entre 2005 e 2006, q uando deixou o mandato para concorrrer ao governo do estado. A gestão do município foi então assumida pelo prefeito Gilberto Kassab.
 
Em sua gestão como governador, Serra vetou dois projetos de lei que determinavam a instalação de portas de segurança em todas as agências bancárias do estado. O mesmo caminho tomou seu sucessor na prefeitura paulista: Kassab também vetou projeto que determinava a instalação de dispositivos nas agências bancárias do município.
 
O então governador também abriu mão da Nossa Caixa, que passou na ser controlada pelo Banco do Brasil. A legenda, o PSDB, foi responsável por privatizações de diversas instituições financeiras, como o Banespa e o Banerj, além de empresas como a Vale do Rio Doce.
 
SEM PROPOSTAS – O plano de governo de Serra não foi divulgado em nenhum dos sites oficiais da campanha nem no TRE. Dessa forma, não é possível averiguar suas propostas para mobilidade, saúde e segurança.
 
*O título nos Compactos de Notícias são de autoria PG
 
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Macau: APRENDER PORTUGUÊS, MAIS E MELHOR PORTUGUÊS FACILITA EMPREGO

 


Aprender português ajuda a encontrar emprego
 
06 de Outubro de 2012, 02:56
 
Macau, China, 05 out (Lusa) - O português é difícil, mas ao mesmo tempo gerador de emprego, consideram alunos de língua materna não portuguesa que apostam no bilinguismo como via profissional, hoje distinguidos com prémios da Casa de Portugal em Macau (CPM).
 
Celina Lau, Lao Pui Pui, e Wong Iek não se conheciam até à cerimónia da entrega de prémios, mas em comum têm anos de estudo da língua de Camões.
 
A palavra "emprego" surge repetida nas declarações aos jornalistas, que os ouviram em separado.
 
"Tenho-me dedicado muito ao estudo do português e também estou a trabalhar como tradutor, e por isso, este prémio é muito gratificante", disse Wong Iek.
 
De óculos e lenço preto, o rosto do estudante de tradução do Instituo Politécnico de Macau esconde quase 15 anos de estudo da língua de Camões, oito deles vividos em Portugal (três em Lisboa e cinco no Porto) onde se licenciou em pintura.
 
"No início foi difícil", recordou Wong Iek, ao lembrar que começou "a aprender em 1999, no ano em que Macau passou para a China".
 
O facto de o português ser língua oficial de Macau, a par do chinês, fizeram-no ainda mais determinado e, aos 33 anos, segue uma profissão pouco óbvia para quem se dedicava às belas artes no Porto, sendo hoje tradutor no Instituto de Assuntos Cívicos e Municipais de Macau.
 
"O português continua a ser uma língua muito forte no mundo e a sua importância está cada vez mais óbvia para o desenvolvimento de Macau", afirmou.
 
Celina Lau fez um caminho mais a direito na língua de Camões. Aos 21 anos termina a licenciatura em Estudos Portugueses na Universidade de Macau e já dá aulas de português.
 
"Estou a trabalhar como assistente numa escola luso-chinesa, e acho que ser professor bilingue é uma vantagem", apontou.
 
Com menos vocabulário e mais timidez na bagagem, Lao Pui Pui, de 18 anos, não deixa de ser menos determinada. Não só adotou o nome português de "Marcela" como mudou para a Escola Luso-Chinesa Técnico-Profissional para seguir o curso de Tradução e Interpretação na Área Luso-Chinesa.
 
"Gosto muito de língua portuguesa e queria ser tradutora", disse a aluna do primeiro ano do curso, equivalente ao 10.º ano.
 
A associação Casa de Portugal em Macau premeia, anualmente, os melhores alunos de língua materna e não materna portuguesa, nas escolas secundárias e ensino superior da Região.
 
Referentes ao ano letivo de 2011/2012 foram atribuídos diplomas e prémios pecuniários a seis alunos de Macau.
 
FV // MBA.
 
Presidente da Casa de Portugal defendeu melhorias no ensino do português em Macau
 
05 de Outubro de 2012, 23:42
 
Macau, China, 05 out (Lusa) - A presidente da Casa de Portugal em Macau (CPM), Amélia António, defendeu hoje a reciclagem dos professores e a mudança de mentalidades nas direções das escolas para melhorar o ensino da língua portuguesa na Região.
 
Amélia António, que falou aos jornalistas à margem da cerimónia da entrega dos "Prémios Casa de Portugal em Macau" aos melhores alunos de português de diferentes escolas e instituições do ensino superior na região administrativa especial chinesa, colocou a tónica na mudança de atitude no interior das escolas.
 
"O Governo [de Macau] tem tomado algumas medidas e põe algumas em prática, mas eu acho que a medida principal é a reciclagem dos professores", disse.
 
Apesar de reconhecer "que há um esforço efetivo de melhorar o ensino (de português)" em Macau, Amélia António observou a necessidade de incutir nas direções das escolas que "a aprendizagem de uma segunda língua, e nomeadamente da língua portuguesa, é uma mais-valia para os alunos".
 
"Enquanto essas pessoas tiverem uma mentalidade muito agarrada ao passado, achando que o importante é pôr os alunos a escrever bem chinês e a falar bem chinês, e que isso chega, os professores de português se calhar não sentem grande incentivo, nem grande apoio", acrescentou.
 
A presidente da CPM observou ainda que só com a abertura de "mentalidades e de espírito" é que as medidas que o Governo anuncia e pretende implementar poderão ter maiores resultados práticos.
 
Sobre os "Prémios Casa de Portugal em Macau" atribuídos aos melhores alunos de português, Amélia António disse que estes são "simbólicos" e visam reconhecer o esforço e estimular os alunos.
 
"Não é o prémio que faz com que as pessoas apareçam a falar mais português, mas acho que é importante que se mostre o que há. Penso que é sobretudo uma questão de afirmação e acima de tudo moral", declarou.
 
FV // NS.
 
*O título nos Compactos de Notícias são de autoria PG
 
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Moçambique: PALOP NO SENEGAL, CRITICA A PASSIVOS, CAJU DÁ MILHÕES, PR NA TURQUIA

 


Associações de Moçambique, Angola e Cabo Verde vão trabalhar em parceria no fórum sobre agricultura no Senegal
 
05 de Outubro de 2012, 13:13
 
Maputo, 05 out (Lusa) - A Confederação das Associações Económicas de Moçambique, a Associação Industrial de Angola, e a Agência para o Desenvolvimento Empresarial e Inovação de Cabo Verde serão parceiros no Fórum AgriBusiness, agendando para novembro em Dakar, anunciou a associação moçambicana.
 
Segundo um comunicado da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), as três organizações empresariais vão trabalhar em conjunto na promoção do Fórum AgriBusiness 2012, uma instância de debate sobre a agricultura empresarial em África, para garantir uma participante de vulto dos seus países no evento.
 
"É desta forma que este conjunto de países representativos da comunidade lusófona do continente africano afirma a importância do AgriBusiness 2012 no desenvolvimento sustentável do sector agrícola e agroalimentar de África", refere a nota.
 
O evento, que vai decorrer de 25 a 28 de novembro, será dedicado ao tema "Impulsionar o sector agrícola em África através da promoção de Parcerias, Investimento e Tecnologia" e vai contar com a participação de mais de 400 pessoas vindas de todo o mundo, ligadas à indústria agroalimentar internacional.
 
PMA // NS.
 
Guebuza critica "atitude demasiado passiva" dos que exigem redistribuição de recursos naturais
 
05 de Outubro de 2012, 13:19
 
Maputo, 05 out (Lusa) - O Presidente moçambicano, Armando Guebuza, criticou hoje a "atitude demasiado passiva" dos que exigem a redistribuição de recursos naturais, sem trabalhar, lembrando que mesmo o processo de libertação nacional exigiu um comportamento de luta.
 
Falando hoje às confissões religiosas, na sequência da passagem do 20.º aniversário do fim do conflito armado, Armando Guebuza disse que a paz permite que se possa ir buscar a riqueza, mas assinalou que deve haver uma atitude pró-activa.
 
"Esta atitude é demasiado passiva, porque espera. Não é lutadora. É uma atitude que espera por aquilo que vai aparecer", disse Armando Guebuza, na sua primeira reação às frequentes críticas lançadas pelas confissões religiosas sobre o impacto dos megaprojetos em Moçambique.
 
Recentemente, os bispos católicos de Moçambique apelaram para uma "reflexão séria" sobre a implantação dos megaprojetos no país "para saber quem é que na verdade ganha" com estes empreendimentos cujo impacto imediato é "superficial" na vida da população moçambicana.
 
"É necessário que reflitamos seriamente para saber quem é que na verdade ganha com os megaprojetos e o que é que realmente ganha. O que ganha e quanto ganha a população. O que ganha e quanto ganha o país" e "o que ganha e quanto ganham os donos dos projetos", questionaram.
 
"Eu penso que riqueza em Moçambique sempre houve. No princípio, a riqueza estava nas mãos dos colonos. E nós dissemos: não, esta riqueza tem que vir para nós porque é nossa e não dissemos distribuam por nós. Bom, talvez tenhamos dito, mas sabemos qual era a resposta e ouvimos a resposta que ouvimos", afirmou Armando Guebuza.
 
Também o Conselho Cristão de Moçambique (CCM) considera que a implantação dos megaprojetos no país "é um assunto que precisa de ser analisado profundamente", porque, maioritariamente, o seu impacto tem sido "superficial".
 
"Depois da conquista de nossa independência enfrentamos problemas. Tivemos a guerra e dissemos: esta guerra não nos deixa fazer aquilo que nós queremos, então todos nós batalhamos para a paz, que encontrou terreno fácil entre os moçambicanos, porque todos nós queríamos a paz, talvez porque não encontrássemos condições para o fazer", afirmou o chefe de Estado moçambicano.
 
Armando Guebuza sublinhou que a paz permite que se possa ir buscar as riquezas, mas "não para dizer que agora que já temos a paz alguém vai trazer a riqueza".
 
Os bispos católicos de Moçambique consideram que "seria necessário avaliar as consequências negativas de cada megaprojeto antes da sua implantação, onde quer que seja", porque "em muitos caos, as desvantagens são para as populações, enquanto que os proprietários beneficiam de lucros avultados, provenientes da expropriação das terras dos pobres".
 
Nos últimos anos, Moçambique, um dos países mais pobres do mundo, tem registado a entrada de multinacionais, muitas das quais trabalham na prospeção e exploração de de hidrocarbonetos.
 
MMT // NS.
 
Exportação de castanha de caju rendeu 6 mil milhões a Moçambique no primeiro semestre
 
05 de Outubro de 2012, 16:45
 
Maputo, 05 out (Lusa) - Moçambique arrecadou, no primeiro semestre, 3,8 milhões de euros com a exportação de 5,8 mil toneladas de castanha de caju não processada, apesar da queda de 36% nos preços de exportação da campanha 2011/2012 face ao ano anterior.
 
Dados dos Ministério da Agricultura de Moçambique hoje divulgados indicam que a maior parte da castanha em bruto foi exportada para a Índia, que é, até ao momento, o maior mercado comprador.
 
Em 1999, a indústria da castanha de caju de Moçambique entrou quase em colapso, decorrente da fraca competitividade da indústria e destruição de rede de comercialização moçambicanas, segundo o governo de Maputo.
 
Mas outras correntes atribuíram a falência a uma desastrosa política definida para o setor pelo Banco Mundial, que introduziu reformas que, mais tarde, beneficiaram a Índia, simultaneamente produtora e exportadora de castanha de caju, processada ou não, e com um mercado fortemente regulado.
 
Um estudo daquela instituição financeira mundial publicado, na década de 90, dava garantias de ser vantajoso para Moçambique não investir na industrialização da castanha, pelo que sugeriu a exportação da castanha não processada.
 
Mas, volvidos oito anos (de 1991 a 1999), a taxa de exportação da castanha de caju caiu de 60 para 14 por cento, o que colocou Moçambique numa situação difícil, pois passou a contar com a Índia como maior comprador mundial de castanha bruta.
 
Agora, com a campanha de comercialização 2010/2011 praticamente terminada "os preços de exportação da campanha 2011/12 observaram um decréscimo próximo de 36 por cento em relação à campanha anterior, derivado de fatores socioeconómicos adversos", revelam dados governamentais citados hoje no jornal Notícias de Maputo.
 
De acordo com o Ministério da Agricultura (MINAG) moçambicano, no arranque da campanha, em outubro de 2011, a zona norte comercializou 64 mil toneladas de castanha.
 
"Esta foi uma das piores campanhas registadas nos últimos anos, facto que se deveu a uma combinação de vários fatores adversos, sendo de destacar os de natureza climática (temperatura, humidade, precipitação) que resultaram em ciclones, ventos fortes, granizo e excesso de chuvas", refere o MINAG.
 
A incidência de pragas e doenças de cajueiro também contribuíram para a fraca comercialização da castanha, concluem as autoridades agrícolas moçambicanas.
 
MMT // MBA
 
Presidente turco convida Guebuza a visitar Turquia em finais de 2013
 
05 de Outubro de 2012, 21:11
 
Maputo, 05 out (Lusa) - O Presidente turco, Abdullah Gül, convidou hoje o chefe de Estado moçambicano, Armando Guebuza, para uma visita oficial à Turquia em finais de 2013, com objetivo de criarem laços de cooperação nas áreas económica, da educação e saúde.
 
A informação foi avançada pelo ministro turco da Economia, Zafer Çaglayan, no final de uma audiência concedida por Armando Guebuza, a quem entregou o convite do seu homólogo da Turquia.
 
Falando aos jornalistas, o governante turco disse que o seu país "está pronto" para estabelecer um intercâmbio bilateral com Moçambique em diversas áreas.
 
"Discutimos também a possibilidade de cooperar na área da economia e comércio e já estamos prontos", assegurou Zafer Çaglayan, que chefia uma delegação de empresários turcos, que integra membros de organizações não governamentais daquele país do médio oriente.
 
O titular da pasta da Economia da Turquia afirmou que, no próximo ano, os dois Estados deverão assinar acordos específicos, que permitam o início do fluxo de investimento turco de e para Moçambique.
 
Hoje, empresários turcos e moçambicanos reuniram-se, em Maputo, no Fórum de Comércio Moçambique e Turquia, que avaliou as oportunidades de negócios e investimentos nos dois países.
 
MMT // NS.
 
*O título nos Compactos de Notícias são de autoria PG
 
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Guiné-Bissau: MONSTROS DA EXCISÃO, GOLPISTAS ACUSAM PORTUGAL, RAIO MORTAL

 


Líderes islâmicos aprovam na Guiné-Bissau declaração contra excisão genital feminina
 
04 de Outubro de 2012, 19:38
 
Bissau, 04 out (Lusa) - Os lideres islâmicos da Guiné-Bissau assinaram hoje uma declaração na qual confirmam que a prática da mutilação genital feminina "não está, nem é do Islão" e esperam que a mesma "seja erradicada o mais brevemente possível".
 
"Depois de longas e profundas discussões sobre o assunto entre os participantes, finalmente e quanto aos apoiantes da prática da mutilação genital feminina, estes ficaram convencidos, através de argumentos válidos e inquestionáveis, de que não existe nenhuma alusão no Alcorão relativa ao assunto e nem nos ensinamentos do Profeta, mas sim uma tradição que existia ainda antes do aparecimento do Islão", lê-se na Declaração de Bissau.
 
A Declaração, assinada pelo Conselho Superior Islâmico da Guiné-Bissau e pela "maioria dos Sábios do Islão", foi o resultado de dois dias de uma "Conferência Islâmica para o abandono da mutilação genital feminina", que hoje terminou em Bissau.
 
O documento será lido sexta-feira numa das principais mesquitas de Bissau e os líderes religiosos apelaram à sua divulgação por todo o país.
 
Mahamadou Diallo, presidente da Associação Maliana para a Paz e Saúde, já tinha assegurado, no decorrer dos trabalhos, que "não há nenhum texto no Alcorão que fale da circuncisão de mulheres ou de homens".
 
Também o professor de estudos islâmicos Mohamed Shama, do Egito, deixou a mesma garantia, afirmando que a excisão é um costume antigo e que foi praticado por muçulmanos de uma série de países "em imitação".
 
O responsável começou por dizer que muitos nos países não islâmicos não sabem nada sobre o Islão, a não ser que o homem pode ter várias mulheres, que as bebidas alcoólicas e a carne de porco são proibidas. E pensam também que a mulher é subalternizada em relação ao homem.
 
"O Islão não faz distinção entre o homem e a mulher relativamente àquilo que obriga os pais a fazer e àquilo que recomenda que seja o seu comportamento relativamente aos filhos", disse, acrescentando que a educação e a escolha de parceiro é um direito de ambos os sexos.
 
O Islão "proíbe qualquer dano físico do homem pelo homem. A base principal na legislação islâmica é a proibição de tocar no corpo humano se isso lhe causar danos", disse o professor, concluindo que a excisão genital feminina provoca danos físicos e, por isso, "é um costume que tem de ser travado".
 
Na Guiné-Bissau, a excisão genital feminina é uma prática proibida, mas continua a fazer-se. Domingas Gomes, líder de uma organização que luta contra a circuncisão, disse que na Guiné-Bissau cerca de 50 por cento das mulheres entre os 15 e os 49 anos foram excisadas e frisou que esta prática se faz em 98 por cento das comunidades islâmicas , especialmente no leste do país.
 
"Estima-se que entre 272 mil a 500 mil mulheres e meninas estão expostas à excisão na Guiné-Bissau", praticada em crianças entre os três meses e os 14 anos, dependendo do grupo étnico. No mundo, disse, a prática atinge três milhões de mulheres em 28 países.
 
FP // ARA.
 
MNE de transição da Guiné-Bissau aponta dedo a embaixador e a Portugal pelo desaire na ONU
 
05 de Outubro de 2012, 13:48
 
Bissau, 05 out (Lusa) - O ministro dos Negócios Estrangeiros do governo de transição da Guiné-Bissau responsabilizou hoje o embaixador acreditado na ONU pela situação que impediu o país de discursar na Assembleia Geral, e acusou Portugal de o apoiar.
 
Faustino Imbali deu hoje uma longa conferência de imprensa em Bissau para explicar a sua versão do que aconteceu em Nova Iorque na semana passada, quando Raimundo Pereira, Presidente interino deposto, foi acreditado para falar às Nações Unidas e que acabou por não falar. Pela primeira vez na sua história a Guiné-Bissau não se dirigiu às Nações Unidas.
 
Serifo Nhamadjo, presidente de transição, deslocou-se a Nova Iorque, mas não foi credenciado para entrar na ONU, tudo porque o embaixador do país acreditado, João Soares da Gama, preferiu credenciar Raimundo Pereira, disse o ministro.
 
Faustino Imbali entregou aos jornalistas cópias da carta de substituição de João Soares da Gama por Manuel Monteiro dos Santos (enviada à ONU a 31 de julho) e disse que, desde então, João Soares da Gama tem impedido que seja feita a substituição.
 
"João Soares disse que a CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) escreveu uma carta à ONU para ele continuar", disse Faustino Imbali, acrescentando: "Há todo um lobby de Portugal para ele ficar. Portugal fez tudo por tudo para acreditar Raimundo Pereira e Carlos Gomes Júnior" (primeiro-ministro deposto no golpe de Estado de 12 de abril).
 
O ministro entregou também aos jornalistas cópia da carta enviada por João Soares da Gama às Nações Unidas a credenciar Raimundo Pereira para falar na Assembleia Geral (enviada a 18 de setembro), e da carta que ele mesmo fez, dia 26 em Nova Iorque, a credenciar Serifo Nhamadjo, bem como de uma carta enviada pela CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) à ONU, a alertar para o perigo de instabilidade no país caso fosse Raimundo Pereira a representar a Guiné-Bissau.
 
"Se não tivesse a noção de que fizemos tudo o que deveríamos ter feito esta conferência de imprensa seria para anunciar que punha o cargo à disposição. Se há um erro que cometemos foi confiar no profissionalismo de João Soares da Gama", disse.
 
Tudo porque "cinco meses depois (do golpe de Estado) ainda há pessoas que pensam que o retorno a 11 de abril é possível. Vou dizer mais uma vez que o retorno a 11 de abril não é possível nem desejável", afirmou o ministro de transição, acrescentando que também não há um governo no exílio mas apenas uma pessoa que tem "fortes apoios".
 
Crítico em relação à CPLP e à delegação da ONU em Bissau, Faustino Imbali disse também que se há países membros da CPLP que acham que a Guiné-Bissau devia ser suspensa da organização "então que tomem a responsabilidade histórica de tomar essa decisão".
 
E sobre a ONU em Bissau disse que apenas se encontrou com o representante do secretário-geral na Guiné-Bissau no mês passado e que Joseph Mutaboba ainda não se encontrou também com o Presidente de transição.
 
"Disse-lhe que sentimos que a ONU abandonou a Guiné-Bissau", contou, acrescentando que o sentimento do governo de transição é o de que a ONU "não cumpre o papel que esperavam, que devia de ser um papel de árbitro, conciliador e de diálogo".
 
Faustino Imbali considerou de "passo decisivo" a vinda ao país de uma missão conjunta da ONU, União Africana, CEDEAO e CPLP mas acrescentou que ainda não foi fixada uma data.
 
FP // NS.
 
Raio mata cinco crianças no norte da Guiné-Bissau
 
05 de Outubro de 2012, 15:49
 
Bissau, 05 out (Lusa) - Cinco crianças morreram atingidas por um raio na região de São Domingos, norte da Guiné-Bissau, informou hoje a rádio SolMansi.
 
Segundo fontes familiares citadas pela rádio, as crianças, todas do sexo masculino, tinham entre sete e 13 anos e estavam a vigiar a cultura do arroz quando o raio atingiu o local onde se encontravam.
 
A tragédia deixou a aldeia em choque, de acordo com a mesma fonte.
 
No leste do país as fortes chuvas provocaram inundações em Pitchi, região de Gabu e seis casas desabaram. Segundo a rádio, que cita o presidente do Comité de Desenvolvimento do Setor de Pitchi, 39 famílias ficaram desalojadas.
 
FP // NS.
 
*O título nos Compactos de Notícias são de autoria PG
 
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