segunda-feira, 22 de julho de 2013

“ESTE É O PAPA DA RUPTURA”, afirma teólogo Leonardo Boff



Deutsche Welle

Em entrevista à DW Brasil, um dos principais críticos do conservadorismo católico elogia Francisco, afirmando que ele começou uma reforma do papado e pode dar início a uma dinastia de papas de países do Terceiro Mundo.

O papa Francisco vai inaugurar uma nova era para a Igreja Católica durante a Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro. Essa é a convicção do teólogo Leonardo Boff, que em 1992 deixou todos os cargos na igreja, após ser censurado pelo Vaticano.

Em entrevista à DW Brasil na sua casa em Petrópolis (RJ), o teólogo elogiou Francisco, afirmando que ele é o papa da ruptura. "Essa é a palavra que Bento 16 e João Paulo 2º mais temiam. Eles acreditavam que a igreja tinha que ter continuidade", avaliou Boff.

O teólogo, um dos expoentes da Teologia da Libertação, disse acreditar que Francisco vai falar sobre os recentes protestos no Brasil. "Ele fez uma declaração corajosa em Roma, dizendo que os políticos têm que escutar os jovens na rua; que a causa dos jovens é legítima, justa e que estaria em conformidade com o evangelho."

DW Brasil: No Rio de Janeiro, mais de um milhão de fiéis católicos vão se reunir e celebrar a fé durante a Jornada Mundial da Juventude. No século 21, o cristianismo ainda precisa da figura de um papa?

Leonardo Boff: Fundamentalmente não precisaria de um papa. A igreja poderia se organizar numa vasta rede de comunidades. Mas, à medida em que a igreja foi se transformando numa instituição e assumindo uma função política no Império Romano, ela assumiu também os símbolos do poder: o próprio nome "papa", que era exclusivo dos imperadores, e aquela capinha cheia de ouro, que só os imperadores podiam usar, mas que os papas todos usavam. Então, esse curso de uma igreja que tem uma função política dentro do Império Romano em decadência obrigava a igreja a ter um centro de referência. Francisco, quando ofereceram a ele aquela capinha, disse "O carnaval acabou, não quero isso".

Então, esse papa chegou para mudar?

Eu acho que esse é o papa da ruptura. Essa é a palavra que Bento 16 e João Paulo 2º mais temiam. Eles acreditavam que a igreja tinha que ter continuidade, portanto o Concílio Vaticano Segundo não poderia significar ruptura com o Primeiro. Mas não, agora há uma ruptura, a figura do papa não é mais a clássica, é outra. Francisco não começou com a reforma da cúria, começou com a reforma do papado.

O que você quer dizer com "reforma do papado"?

Na Europa vivem só 24% dos católicos. Na América Latina são 62%, e o restante está na África e na Ásia. Então hoje, o cristianismo é uma religião do Terceiro Mundo, que um dia teve origem no Primeiro Mundo. Acho que o papa Francisco vai criar uma dinastia de papas do Terceiro Mundo. Além disso, as nossas igrejas já não são mais igrejas de espelho, imitando as europeias; são igrejas fonte, criaram suas tradições, têm os seus mártires, seus mestres, suas formas de celebrar, têm suas teologias e profetas e figuras importantes, como dom Hélder Câmara e Óscar Romero. Essas igrejas estão dando vitalidade ao cristianismo.

Por que o senhor está tão otimista? Os problemas da Igreja Católica continuam: a exclusão dos divorciados, a discriminação dos homossexuais, a proibição de mulheres-sacerdotes...

O papa deu um exemplo claro. Ele soube que um pároco em Roma negou o batismo ao filho de uma mulher solteira. E o papa disse: "Esse padre está errado, porque não existe mãe solteira. Existe mãe e filho. E ela tem o direito de ver o filho batizado, porque a igreja tem que ter as portas abertas, pouco importa a condição moral da pessoa". E ele foi mais fundo ao dizer que não se pode inventar um oitavo sacramento, proibindo os fiéis que não se enquadrem na disciplina eclesiástica de participar da vida da igreja e dos sacramentos. Até agora, os temas de moral sexual, de moral familiar, de celibato e de homossexualidade eram proibidos de serem discutidos. Se um teólogo ou um padre discutisse esse assunto, era logo censurado. Agora, ele vai permitir a discussão.

No Brasil, nas últimas semanas, milhares de jovens foram às ruas protestar contra os políticos corruptos e os altos investimentos nos estádios de futebol. Qual é o recado que o papa vai dar aos jovens?

Ele fez uma declaração corajosa em Roma, dizendo que os políticos têm que escutar os jovens na rua; que a causa dos jovens é legítima, justa e que estaria em conformidade com o evangelho. Eu acho que ele vai fazer uma convocação crítica aos políticos, para que eles não sejam mais corruptos e passem a servir mais ao povo. E vai fazer um desafio aos jovens de continuar a transformação da sociedade, mas sem violência. E aí exclui todos esses vândalos que nos últimos dias mostraram uma violência absolutamente injustificável e estúpida.

O senhor disse que os programas sociais no Brasil "incluíram uma Argentina inteira na sociedade brasileira". Por que então as pessoas protestam contra o governo brasileiro?

Curiosamente, elas não são contra o PT, a Dilma ou o Lula. Elas mostram uma insatisfação geral com o Brasil que temos, que é um país com profundas desigualdades. São 5.000 famílias brasileiras que controlam 43% de toda a riqueza nacional. Além disso, o próprio PT atingiu o seu teto. Ou ele muda e refaz a sua relação orgânica com os movimentos sociais, ou ele se transforma num partido como os demais, que buscam o poder e acabam se corrompendo.

A classe média brasileira parece não estar gostando tanto dos programas de inclusão social do governo brasileiro. Ela foi deixada de lado?

Com Lula, os ricos ficaram mais ricos, e os pobres saíram da pobreza. Todo mundo ganhou. Eu creio que o governo do PT não fez só uma distribuição de renda, favorecendo os pobres, mas também fez uma redistribuição. Tirando de quem tem e passando para quem não tem. Só que ele não aplicou isso às grandes fortunas. Ele tirou da classe média, que ficou mais pobre.

O senhor acredita que os políticos vão atender ao recado do papa na Jornada Mundial da Juventude?

Eu acho que ele vai ser muito importante para a América Latina, porque o modo de ser dele vai reforçar as novas democracias, que nasceram na resistência aos militares e estão fazendo boas políticas sociais para os pobres, com inclusão. Então, ele tem uma função política importante. A Cristina Kirchner, que vivia em polêmica com ele, entendeu a lição e fez as pazes. Mas por quê? Porque o papa move multidões. Talvez ninguém no mundo hoje possa reunir um milhão de pessoas. Político nenhum, nem mesmo o Obama.

Mas a Igreja Católica perdeu poder e influência?

Institucionalmente, a igreja no Brasil está numa profunda crise. Pelo número de católicos, deveríamos ter 100 mil padres. Temos 17 mil. Criou-se um vazio, pelo qual entraram as igrejas pentecostais. E com razão. Como o povo é religioso, quem vem falar de Deus, ele [o povo] adere, porque indo para Deus, podemos somar sempre. Para batismo, casamento e enterro, é a Igreja Católica. Para saber o outro lado do mundo, ele vai para o espiritismo. Para as questões de sorte e amor, ele vai num centro de macumba. O povo não tem uma visão doutrinária, tem uma visão prática. É um supermercado religioso, com muitos produtos, e o povo vai se servindo.

Com Francisco, a Teologia da Libertação vai voltar?

Com este papa, ela vai ganhar visibilidade. Antes se dizia que a Teologia da Libertação era uma teologia marxista. Agora se diz que ela é uma teologia católica. Isso muda a atmosfera da igreja.

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Brasil: A SEGUNDA COMUNHÃO DE DILMA




O governo brasileiro está fazendo uma aposta política ambiciosa ao estreitar o diálogo com este Vaticano de perfil “franciscano”, que fala em espanhol e possivelmente adoptará o portunhol a partir de hoje, como anteciparam alguns assessores do pontífice. Por Dario Pignotti

Dario Pignotti - Carta Maior

Será a segunda comunhão de Dilma. Quando a presidenta brasileira receba nesta tarde o papa Francisco, estará completando um recorrido religioso imperfeito iniciado nos anos 50 ao tomar sua primeira comunhão no estado de Minas Gerais, onde era aluna do colégio confessional Sión, frequentado pelos filhos da elite local. Foi sua mãe, a católica praticante Dilma Jane, quem a induziu a tomar o sacramento, um assunto alheio às inquietudes mais políticas que religiosas de seu pai Pedro, um comunista búlgaro amante da ópera e da música clássica.

Embora a visita do Papa à Jornada Mundial da Juventude seja formalmente pastoral, para Dilma tem a importância de uma viagem de Estado. Tanto é assim que dedicou horas de trabalho neste fim de semana, em reuniões com o ministro de Defesa Celso Amorim, para finalizar aspectos da segurança do visitante que optou por recorrer o Rio em um veículo sem blindagem, e com o chanceler Antonio Patriota, o encarregado de modificar o termostato das relações com o Vaticano, que passaram do frio polar ao clima cálido, desde a aposentadoria do germânico Joseph Ratzinger.

Em março passado, a memoriosa Dilma enviou uma nota burocrática e tardia para saudar (ou celebrar) o fim do papado de Bento XVI, que nas eleições presidenciais de 2010 havia se associado explicitamente al tucanato, em uma campanha lembrada pelas baixarias homofóbicas e anti-aborto de José Serra. Dilma lembra também que não poucos bispos e arcebispos, que nos últimos dias parecem subitamente comovidos pelo discurso aparentemente social de Bergoglio, há três anos, nos últimos meses da campanha eleitoral, puseram seus púlpitos à serviço da dupla integralista Serra-Ratzinger.

Ao contrário, Rousseff recebeu com simpatia Jorge Mario Bergoglio, e pese ser uma católica nominal, que quase não voltou à igreja desde sua primeira comunhão, viajou ao Vaticano no dia 20 de março para cumprimenta-lo por sua eleição e reforçar o convite para ser o anfitrião da Jornada Mundial da Juventude que começará formalmente amanhã.

No Palácio do Planalto e em círculos católicos do Partido dos Trabalhadores avaliam que Francisco pode ser um bom aliado das políticas sociais agressivas, a principal delas o Bolsa Família, implementadas desde 2003 com a chegada ao governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e continuadas por Dilma.

O ministro e ex-seminarista Gilberto Carvalho, um dos poucos petistas que continua no gabinete desde o governo lula, está entre os defensores desta posição por entender também que, através da aproximação com a Igreja, Dilma poderá estabelecer pontes para os bem organizados e populosos movimentos sociais, tão importantes no Brasil e geralmente mais representativos que os partidos.

Bergoglio é um animal religioso, jesuíta e também um político habilidoso, peronista como ele próprio se define, que conhece a sensibilidade popular. Na Argentina, sendo arcebispo de Buenos Aires, foi um aliado da direita e um censor implacável do governo de Cristina Fernández de Kirchner. No Vaticano, ao adotar o nome de Francisco, parece que sua estratégia mudou, e agora estaria disposto a estabelecer um diálogo mais fluído com os governos populares de América do Sul, leia-se desde o cristinismo, passando pelo dilmismo e, inclusive, embora com reparos, com os governos bolivarianos da Venezuela, Equador e Bolívia.

O governo brasileiro está fazendo uma aposta política ambiciosa ao estreitar o diálogo com este Vaticano de perfil “franciscano”, que fala em espanhol e possivelmente adoptará o portunhol a partir de hoje, como anteciparam alguns assessores do pontífice.

Nos próximos sete dias os chefes de Estado Rousseff e Bergoglio pronunciarão discursos (possivelmente ricos em sinais sobre o que cada um espera colher desta primavera diplomática), além de reunir-se pelo menos duas vezes, a primeira hoje e a segunda no próximo domingo em uma missa a céu aberto, na qual se espera cerca de um milhão de fieis.

Claro que o Papa também considera importante travar uma relação harmônica com o governo da maior potência católica do mundo, com cerca de 120 milhões de fiéis, apesar da sangria de católicos que emigram para as correntes evangélicas, em expansão, que já representam 19% da população, de acordo com uma pesquisa publicada ontem pelo jornal Folha de São Paulo. E para conter este êxodo para o mercado de fé pentecostal, a Igreja necessita do Estado brasileiro e de uma concordata, fruto de um acordo entre Lula e Ratzinger, que autoriza o ensino religioso nas escolas públicas, norma denunciada à Corte por ser anticonstitucional.

Em suma, Dilma e Francisco estão condenados a entender-se e, se for o caso, até a querer-se. E, dos dois, é a presidenta quem estaria certamente mais interessada, devido à difícil conjuntura política que atravessa depois das manifestações que estremeceram o país no mês passado. Na única entrevista, breve, sobre a visita do Papa, concedida à este cronista, Rousseff reconheceu que ainda não se dissipou o alarmante pano de fundo dos protestos causantes da queda vertiginosa de sua popularidade, que agora está na faixa de 30%.

"Durante uma semana nosso País, que acompanhou recentemente nas ruas os clamores da juventude por mais conquistas e pelo aprimoramento da democracia, sediará, com a Jornada, uma ampla reflexão sobre os valores espirituais da tolerância, da solidariedade e da fraternidade" afirmou.

"Com a presença de centenas de milhares de jovens de todo ou mundo, as celebrações da XXVIII Jornada Mundial da Juventude constituirão um apelo à paz e à esperança de um mundo mais justo e pacífico, de uma América Latina mais próspera e harmônica", acrescentou em resposta ao questionário elaborado para a Agência Ansa.

@DarioPignotti 

Tradução: Liborio Júnior

Fotos: EBC 

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PAPA EM UTILITÁRIO CERCADO POR BRASILEIROS. BOMBA EM SANTUÁRIO PAPAL




Não foi visto antes, o papa a ser transportado num pequeno automóvel utilitário numa visita oficial. Um vulgar e pequenino automóvel. Pelas imagens televisivas percebeu-se bem que ao longo do percurso qualquer um podia furar a segurança e aproximar-se do automóvel em que seguia o papa. Vê-lo a cerca de metro e meio, falar-lhe e escutá-lo enquanto ele acenava. Para melhor e mais proximidade Francisco baixou os vidros das janelas e ali seguia ao vento e à escuta das saudações da população (fiéis católicos ou não). Coisa rara. Um homem de vestes sem medos, próximo. De certeza que a querer aproximar-se ainda mais, talvez sair do carro… se a segurança permitisse. Francisco deve ser uma grande dor de cabeça para os seguranças e é seguramente alguém que não teme, considerando que o afastamento das populações que era prática dos seus antecessores nada têm que ver com ele. 

Podemos não ser católicos, podemos ser católicos mas muito críticos do muito de mau que existe no Vaticano e na sua igreja por todo o mundo, o que não podemos é deixar de admirar Francisco e aquilo em que decerto ele acredita que deve ser um papa. Não um rei, não um príncipe. Sim um homem de Deus que quer a proximidade com os seus semelhantes, os seus irmãos. Há dogmas e máfias da igreja do Vaticano a caírem e muitos mais se esperam que caiam. O ribombar da queda já se ouve. Que nunca caia Francisco se continuar a agir como aparenta que quer e está a agir. (Redação PG)

Papa Francisco desfila de papamóvel pelas ruas do centro do Rio

Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – O papa Francisco percorre, neste momento, as ruas do centro da capital fluminense. Ele recebe o aceno de milhares de pessoas que se concentram nas calçadas. O desfile do papa começou na Catedral Metropolitana, onde ele embarcou no papamóvel, depois de ter percorrido de carro fechado o trajeto da Base Aérea do Galeão, na Ilha do Governador, até o centro do  Rio. 

Francisco chegou à capital fluminense pouco antes das 16h, desembarcando na Base Aérea do Galeão, onde foi recebido pela presidenta Dilma Rousseff, o vice-presidente Michel Temer, o governador Sérgio Cabral Filho, o prefeito Eduardo Paes e outras autoridades, além do arcebispo do Rio, dom Orani João Tempesta, do cardeal dom Raymundo Damasceno, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e do presidente do Pontifício Conselho para Leigos, cardeal Stanislaw Rylko. Esta é a primeira visita oficial do sumo pontífice ao Brasil desde que foi eleito, em março passado.

Cerca de 400 homens da Polícia Militar e dois helicópteros fazem a escolta do papa.

Edição: Aécio Amado

Polícia encontra bomba caseira no Santuário de Aparecida

Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil

Brasília – Uma bomba caseira foi encontrada neste domingo (21) no Santuário Nacional de Aparecida, onde o papa Francisco irá celebrar uma missa nesta quarta-feira (24). O esquadrão antibombas do Grupo de Ações Táticas Especiais da Polícia Militar de São Paulo foi chamado e detonou o artefato. Segundo a Polícia Militar (PM), "em nenhum momento, a vida de civis foi colocada em risco".

Em nota, a PM diz que se tratava de um cano aparentemente plástico, envolto em fita adesiva, "um artefato caseiro e de baixo potencial lesivo". O objeto foi encontrado ontem por volta das 11h30 durante um exercício simulado pelas forças de segurança no santuário. A bomba caseira estava no banheiro de um estacionamento.

A nota acrescenta que "episódios semelhantes faziam parte do treinamento das forças de segurança mobilizadas em Aparecida". O papa Francisco já está no Rio de Janeiro, em sua primeira visita ao Brasil. Ele participará, a partir de amanhã, da Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Na quarta-feira, o papa deixará o Rio de helicóptero e irá até Aparecida (SP), onde deve chegar às 9h30, para celebrar uma missa e abençoar os fiéis. A visita deve atrair entre 150 mil e 200 mil pessoas. 

Em todos os eventos com o papa, são esperadas mais de 1,5 milhão de pessoas. Mais de 20 mil agentes e militares vão trabalhar na defesa e na segurança pública, durante a JMJ, sendo 40 homens da Polícia Federal, que acompanharão o papa em todos os compromissos no Brasil.

Edição: Carolina Pimentel

Brasil: MULHERES NEGRAS ESTÃO PREPARADAS PARA VENCER RACISMO, diz ministra




Yara Aquino - Repórter da Agência Brasil

Brasília – Ao avaliar a situação da mulher negra na sociedade brasileira, a ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Luiza Bairros, disse hoje (22) que, embora esse segmento esteja entre os que mais sofrem os efeitos do racismo, as mulheres negras são também as mais preparadas para transformar essa realidade. Ela participou da mesa de abertura da sexta edição do Latinidades – Festival da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha.

“Ainda somos parte das estatísticas do segmento que tem mais desvantagens na sociedade brasileira. Isso nos dá bem a noção do nível de dificuldades que nós mulheres negras temos que enfrentar. Ao mesmo tempo que o efeito do racismo se manifesta mais fortemente na nossa qualidade de vida, somos o setor da sociedade negra mais bem aparelhado para vencer o racismo”, disse.

Uma publicação sobre igualdade racial, lançada no Latinidades na manhã de hoje, traz artigos de especialistas com reflexões e dados sobre os negros e a mulher negra e mostra que elas são 56% dos trabalhadores domésticos. As mulheres negras estão em desvantagem também em estatísticas relacionadas à saúde e educação.

Os dados apresentados na publicação Igualdade Racial: reflexões no ano internacional dos afrodescendentes são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2010. O livro foi organizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e está disponível no site www.ipea.gov.br.

Autora do artigo O Trabalho Doméstico e o Espaço Privado: iniquidades de direitos e seus impactos na vida das mulheres negras, a pesquisadora Cláudia Mara Pedrosa concluiu que o dia a dia das trabalhadoras domésticas negras ainda é marcado por relações de opressão e invisibilidade. “São relações permeadas por muita opressão e violência. Busquei junto com elas fazer uma crítica dessa invisibilidade do trabalho doméstico, da falta de fiscalização. É um recorte que diz muito sobre outras trabalhadoras que estão vivendo essa realidade e mostra a distância entre os direitos e as políticas para as mulheres da superação da desigualdade”, disse.

O Latinidades vai até o próximo dia 27 e tem participação de representantes de vários estados brasileiros e também de outros países que se organizam em torno da discussão de políticas públicas para as mulheres negras. A intenção é que o evento sirva para convergir iniciativas do Estado e da sociedade civil relacionadas ao enfrentamento do racismo, sexismo e da promoção da igualdade racial.

A sexta edição do festival tem atividades de formação, capacitação e empreendedorismo, economia criativa e cultura com ampla programação artística entre shows, exposições e desfiles. O tema deste ano é Arte e Cultura Negra – memória afrodescendentes e políticas públicas.

Edição: Denise Griesinger

Brasil: DILMA SEGUE PARA O RIO PARA RECEÇÃO AO PAPA




Danilo Macedo - Repórter da Agência Brasil

Brasília – A presidenta Dilma Rousseff deixou o Palácio Alvorada, por volta das 13h40, em direção à Base Aérea de Brasília, onde embarcou para o Rio de Janeiro. Ao lado do governador Sérgio Cabral e do prefeito Eduardo Paes, Dilma recebe hoje (22), no Palácio Guanabara, o papa Francisco.  Francisco vem ao Brasil para a Jornada Mundial da Juventude, que começa amanhã (23) e vai até domingo (28). A presidenta presenteará o papa com uma estátua em cobre que retrata um frade com um livro nas mãos.

Será o segundo encontro entre Dilma e o papa Francisco. Em março, quando houve a cerimônia de celebração do começo do pontificado de Francisco, a presidenta foi ao Vaticano e teve um encontro privado com o papa. Na ocasião, Francisco demonstrou acompanhar os acontecimentos no Brasil e lamentou a tragédia ocorrida em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, quando um incêndio matou mais de 240 pessoas.

A previsão é que a presidenta desembarque no Rio de Janeiro às 15h30. Às 17h, no Palácio Guanabara, haverá a cerimônia oficial de recepção ao papa Francisco. Dilma deve ter um encontro reservado com o papa no Palácio Guanabra, sede do governo estadual. A presidenta volta hoje do Rio para Brasília. Sua chegada está prevista para as 20h30.

Edição: Nádia Franco

Portugal: O INTERVALO DE CAVACO PARA FICARMOS PIOR




Daniel Oliveira – Expresso, opinião

Passados cerca 10 dias da desconcertante intervenção de Cavaco Silva, fica tudo na mesma. Um governo fragilizado, com um apoio popular muito reduzido, graças ao falhanço confessado na carta de demissão de Vítor Gaspar. A mesma diferença de discurso entre o CDS, que fala de uma nova política económica e o PSD, que, como se viu no Parlamento, no dia da moção de censura dos "Verdes", acha que as coisas estão, no essencial, a correr bem. E um CDS que, com apenas 12% dos votos, coordenará a política económica, a reforma do Estado e as negociações com a troika. O que conseguiu, então, Cavaco Silva com estas duas semanas de intervalo?

1. Cavaco Silva pode ter conseguido mudar a percepção das algumas pessoas sobre esta crise política. O Presidente quase conseguiu fazer esquecer onde ela começou: com a demissão de Gaspar e de Portas. Ou seja, dentro da própria maioria. A armadilha que montou ao PS teve como principal efeito corresponsabiliza-lo por algo a que foi alheio. Acenou-lhe com a cenoura de eleições daqui a um ano. Eleições que, a julgar pela sua decisão de ontem, considera, afinal, desnecessárias. E isso foi suficiente para Seguro cair na sua armadilha, sem sequer deixar logo claras quais as condições em que nunca cederia.

2. Cavaco Silva tentou reforçar o seu poder, sendo padrinho de uma charada inútil, que não tinha nenhum dado para que pensasse que poderia ter algum resultado. E garantiu, através de um ralhete inconsequente e de ameaças veladas, a tutela sobre o governo. Ou seja, o Presidente trabalhou para sua própria popularidade, enfraquecendo, assim, ainda mais um governo em decomposição.

3. Alimentando, durante mais de uma semana, este processo, conseguiu, pelo seu desfecho, que a maioria dos comentadores tratou como se fosse resultado de irredutibilidade e falta de patriotismo dos partidos, degradar ainda mais a imagem do sistema político-partidário. Tudo, como se o conteúdo do que se negoceia fosse acessório para o "interesse nacional", desde que se chegue a um acordo qualquer. De que o corte de 4,7 mil milhões de euros nas despesas do Estado, com efeitos catastróficos para a economia, é apenas um de muitos exemplos.

4. Conseguiu instituir a ideia, que sempre lhe foi muito cara, de que a existência de oposição e de alternativas é uma anomalia democrática. Quase uma excentricidade nacional - não tem acompanhado, com certeza, as crises políticas e a curta duração de quase todos os governos de países europeus em crise económica. A sua atitude pouco pedagógica, em relação às vantagens do pluralismo político e da democracia, não espanta. Afinal de contas, este é o homem que considera que duas pessoas de boa-fé, com a mesma informação, só podem chegar a conclusões iguais.

5. Prolongou uma crise política por mais 10 dias. Para quem vê como principal impedimento à realização de eleições o clima de incerteza e a instabilidade que criariam, não deixa de ser estranho alimentar estas duas coisas sem que daí saia qualquer clarificação ou ganho para o País. Nem sequer deixou o governo mais forte para o caso improvável deste querer realmente negociar alguma coisa com credores e instituições europeias. Pelo contrário, perante as suas ameaças veladas e a sua tutela, o governo ficou mais fraco.

Resumindo: Cavaco Silva tratou dos seus assuntos, das suas pequenas vinganças, da sua desesperada luta pela popularidade perdida, deixando tudo - o governo, a oposição, a credibilidade da democracia e o País - mais frágil. Nada novo, portanto. Cavaco Silva foi Cavaco Silva.

DÍVIDA PÚBLICA PORTUGUESA SOBE PARA 127% DO PIB ATÉ MARÇO



Jornal i - Lusa

De acordo com os dados trimestrais da dívida pública do gabinete oficial de estatísticas da UE só a Grécia (160,5%) e a Itália (130,3%) registaram, entre janeiro e março deste ano, rácios de dívida pública em percentagem do PIB superiores ao de Portugal

A dívida pública portuguesa aumentou para 127,2% do PIB no primeiro trimestre, contra 123,8% registados no trimestre anterior e 112,3% observados um ano antes, sendo a terceira mais elevada da União Europeia, divulgou hoje o Eurostat.

De acordo com os dados trimestrais da dívida pública do gabinete oficial de estatísticas da União Europeia (UE), só a Grécia (160,5%) e a Itália (130,3%) registaram, entre janeiro e março deste ano, rácios de dívida pública em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB) superiores ao de Portugal (127,2%), enquanto os mais baixos pertenceram à Estónia (10%), à Bulgária (18%) e ao Luxemburgo (22,4%).

Portugal registou a sexta maior subida da UE relativamente ao quarto trimestre de 2012 (3,4 pontos percentuais), numa tabela liderada pela Irlanda, seguida pela Bélgica e pela Espanha, e o quarto maior aumento na comparação com os primeiros três meses do ano passado (14,9 pontos percentuais), depois da Grécia (24,1 pontos percentuais), da Irlanda (18,3 pontos percentuais) e de Espanha (15,2 pontos percentuais).

Na zona euro, o rácio de dívida pública em percentagem do PIB aumentou de 90,6% no quarto trimestre de 2012 para 92,2% nos primeiros três meses deste ano, enquanto na UE foi registada uma subida de 85,2% para 85,9%.

Na comparação com o primeiro trimestre de 2012, a dívida pública subiu de 88,2% para 92,2% no conjunto dos 17 países que partilham a moeda única e aumentou de 83,3% para 85,9% na UE.

E O VENCEDOR É… PEDRO PASSOS COELHO



Eduardo Oliveira Silva – Jornal i, opinião

O primeiro-ministro tem condições internas para fazer praticamente tudo o que entender

A decisão que o Presidente da República comunicou a noite passada ao país não foi surpreendente.

Cavaco Silva rejeitou eleições antecipadas, segurou o governo e anunciou que este se vai relegitimar através de uma moção de confiança, o que lhe abre caminho até 2015.

Encerrou-se assim a crise aberta pela deserção de Vítor Gaspar, sem que o Presidente tenha conseguido um acordo de salvação nacional entre os partidos que assinaram o memorando com a troika, embora Cavaco Silva considere que podem estar lançadas sementes susceptíveis de dar frutos no futuro.

A decisão presidencial enquadra-se dentro da preocupação que o chefe de Estado sempre teve de dar de Portugal uma imagem de governabilidade ao exterior. A via eleitoral tinha sido de tal forma desvalorizada que era óbvio que Cavaco nunca a ela recorreria desde que recebesse, como sucedeu, uma garantia de estabilidade por parte da coligação. Assim sendo, não há que estranhar. Não foi preciso Cavaco fundamentar sequer a sua decisão naquela que se sabe ser a sua convicção de que a chamada às urnas não resolveria nada. Não caiu obviamente nessa esparrela, porque seria rejeitar a decisão do povo como valor supremo.

Apesar de ter estado na origem de todos os males que atiraram Portugal para uma situação ainda mais pantanosa do que a que recebeu (da política de espiral recessiva, às demissões de Vítor Gaspar e à [i]revogável saída de Portas), tem de se dizer que quem sai melhor destes 20 dias caóticos é, claramente, Passos Coelho.

Habituado como ninguém ao jogo político-partidário puro e duro, Passos mostrou sangue frio permanentemente. Confrontado com a demissão de Gaspar, nomeou Maria Luís Albuquerque sem ouvir ninguém. Atrasou o mais possível o momento de informar o Presidente da República da demissão de Portas que, aliás, recusou sem para tal ter poderes. Confrontou-o, a seguir e sem aviso prévio, com um acordo que transformava o líder centrista em vice- -primeiro-ministro. Aceitou o repto presidencial de negociar um acordo de salvação nacional que se sabia de antemão que não daria em rigorosamente nada e do qual o líder do PS saiu claramente fragilizado. Proclamou, na Assembleia, que mantinha a mexida no governo e, no conselho nacional do PSD, que eleições a um ano de distância eram desestabilizadoras. À passagem apagaram-se nomes de putativos ministros que o CDS queria impor à viva força.

Apesar da advertência de Cavaco Silva de que não abdica dos seus poderes, Passos Coelho tem condições políticas internas para fazer praticamente o que entender, desde que não volte a cometer erros crassos.

Já quanto às condições externas cabe-lhe por inteiro a responsabilidade de negociar melhores termos com a Troika, como o Presidente fez questão de enfatizar, pois doravante não é possível aceitar que o chefe do governo de Portugal entre mudo e saia calado das instâncias da União Europeia.

Portugal: CAVACO PASSOU DE “DEFENSOR A PROMOTOR” DO GOVERNO, diz PCP



HPG - JPF - Lusa

O secretário-geral do PCP acusou hoje o Presidente da República de ter passado de "defensor a promotor" de um Governo da maioria PSD/CDS-PP que está "morto", após a comunicação ao país de Cavaco Silva.

"Em resultado deste posicionamento, não há surpresa. Queremos aqui reafirmar que o Presidente, passando a ser promotor e defensor deste Governo e desta política, passa a ser corresponsável por todas as consequências que trará para o povo português esta continuação de um Governo moribundo", afirmou Jerónimo de Sousa, na sede comunista, em Lisboa.

Antes, Cavaco Silva anunciara a continuação do executivo liderado por Pedro Passos Coelho, incluindo a apresentação de uma moção de confiança no Parlamento. O Chefe de Estado sublinhou que, apesar de o Governo se manter em plenitude de funções, "nunca abdicará de nenhum dos poderes que a Constituição lhe atribui".

"O Presidente, com aquela sua proposta, tinha passado de cúmplice a promotor desta política, tentando arrastar o PS, que aceitou participar nesta farsa. Nunca quis salvar o país. Quis salvar a política de direita e os partidos da coligação", insistiu Jerónimo de Sousa.

O líder comunista previu que "a proposta de Orçamento do Estado (2014)" vai servir para provar que "não se pretende alterar o rumo da vida nacional, apenas persistir nesta política de austeridade, de sacrifícios, a infernizar a vida de milhões de portugueses".

"É apenas um exercício de uma maioria que, hoje, já não corresponde à vontade nem ao sentimento da maioria do povo português, que vai apoiar um Governo que está morto", concluiu, relativamente à futura moção de confiança na Assembleia da República.

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