quarta-feira, 28 de agosto de 2013

MÉDICOS CUBANOS SÃO OS MAIS RESPEITADOS EM OPERAÇÕES INTERNACIONAIS

 


Críticas ao programa "Mais Médicos" têm origem em divergências partidárias, e não nas necessidades da população
 
Suzanne Serruya, Montevidéu – Opera Mundi
 
Ando sem paciência porque esta discussão é claramente política e partidária e muitos médicos estão portando-se de maneira tão ridícula que fico sem terreno para argumentar com fatos, números, dados, enfim, para debater como é salutar. Ademais, o posicionamento da mídia e das representações médicas é totalmente pela defesa da saúde como mercado, lucros e interesses privados.

Sempre fico feliz quando, trabalhando nos países da região, digo que sou brasileira e recebo um sorriso. Em geral, além das nossas belezas naturais, falam de futebol. O Brasil exporta jogadores para o mundo e eles são recebidos como heróis por suas qualidades.

Desde sempre a presença de médicos para os mais pobres é um problema. Mundial. Em lugares de crises, nos lugares inóspitos, para população rural ou indígena, e é um problema difícil de resolver porque precisa de gente, gente com compromissos e valores, mais do que qualquer outra coisa. Nos países prioritários que venho trabalhando na região das Américas, os cubanos, entre os médicos estrangeiros, são os mais respeitados. A parte de concordar ou não com o regime político, as pessoas reconhecem que suas capacidades técnicas e compromisso são de excelência.

Como exemplo, cito a ajuda cubana ao Haiti. Principalmente depois do terremoto, chegaram milhões de dólares, vários países mandaram médicos, mas eles reconhecem que onde os estrangeiros fizeram diferença foi onde ESTÃO ainda agora os cubanos, porque os dólares estão sumindo e a ajuda internacional também, mas os cubanos estão lá trabalhando e ajudando este país que muito ainda necessita.
 
Centralizar nos cubanos me feriu desde o inicio, mas o comentário racista e inclassificável desta menina [a jornalista que disse que médicas cubanas tinham cara de empregada doméstica], representante do pior que tem na nossa sociedade, me revolta. Por que a mídia elogiou em 99% ou não deu bola? Por que até agora ninguém acusou os prefeitos e os governadores que pediram os médicos? Por que só o ministro Alexandre Padilha é publicamente açoitado? Ninguém acha que a discussão deve envolver os responsáveis locais ou isso já não interessa na discussão?
 
E, afinal, alguém perguntou ou a mídia divulgou algo dos interessados? Alguém que passa no Facebook para dizer estas barbaridades conhece estes municípios? Conhece as pessoas? Sabe o que é promoção da saúde? Sabe o que significa a atenção primaria? NAO!!!! É simplesmente achismo, preconceito e política partidária contra o ministro que teve peito para enfrentar este problema. O mundo tão necessitado de saúde e esta gente egoísta reclamando de maneira tão xenofóbica. Vergonha do país. Orgulho de alguns brasileiros.

Para terminar, os médicos, e é uma vergonha quase permanente, todos os dias são denunciados: é dedo de silicone, médico que não levanta para ver a paciente morrer, médico que assina e não trabalha e o número crescente de queixas judiciais de má pratica. Mas quando vi a foto do médico cubano vaiado em Fortaleza, fiquei orgulhosa. De ser médica e ter exemplos como ele.

Esta discussão, que podia ter servido aos médicos e ao país, mostrou que estamos imaturos.

Espero que os cubanos e os outros estrangeiros nos desculpem. Este país não é xenófobo e, apesar de muitos preconceituosos, a maioria dos brasileiros e os que mais precisam agradecerão a estes homens e mulheres, médicos.

* Suzanne Serruya é Assessora Regional da OPAS/OMS para as Américas
 
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Bissau: Oficiais do Serviço de Informação do Estado envolvidos em actividades políticas

 

Campanhas eleitorais
 
 
Bissau – Os altos oficiais do Serviço de Informação do Estado (SIE) da Guiné-Bissau estão activamente envolvidos em actividades políticas, nomeadamente nas campanhas eleitorais dos partidos políticos e dos candidatos.
Estas revelações constam das recomendações finais da 1.ª Conferência Nacional do SIE e da Direcção Central de Inteligência Militar, que decorreu recentemente em Bissau.

De acordo com o mesmo documento, a que a PNN teve acesso, neste aparelho de investigação do Estado guineense é cada vez mais notável a crescente tentativa de partidarização de SIE, com a nomeação dos seus dirigentes com base nas afinidades político-partidárias.

«Enquadramento nas estruturas de elementos apoiantes de partidos políticos e de candidatos sem a prévia observância dos critérios que presidem à seleção dos candidatos no SIE», lê-se no documento.

No âmbito político, os participantes deste encontro entendem que as instabilidades políticas cíclicas que a Guiné-Bissau viveu nos últimos anos têm vindo a minar as relações de confiança conseguidas pelo SIE durante o período de luta armada de libertação nacional.

«Esta situação teve e continua a ter efeitos profundamente nefastos nos esforços de afirmação da soberania, unidade nacional e consequente consolidação do Estado emergente de um longo processo de luta de libertação», dizem os conferencistas.

No que toca à abertura política na Guiné-Bissau nos anos 1990, os participantes deste encontro afirmaram que o aparelho de segurança não estava minimamente preparado para a transição multipartidária.

Neste sentido, o documento indica que o novo contexto de multipartidarismo constituiu um factor de vulnerabilidade, o que tornou os oficiais do SIE facilmente aliciáveis pelos diferentes actores políticos nacionais, desviando assim os princípios que nortearam a actividade operacional do SIE.

Para ultrapassar a situação, os participantes da 1.ª Conferencia Nacional do SIE e da Direcção Central de Inteligência Militar concluíram que existe a necessidade de criação de um regulamento do organismo, estatutos de carreira contemplando o regime remuneratório especial como previsto na lei, atribuição de incentivos de isolamento e de riscos aos efectivos de SIE.

A criação do mecanismo de colaboração e coordenação entre o SIE e a Direcção Central de Inteligência Militar por forma a flexibilizar as suas capacidades operacionais e diminuir as eventuais barreiras no cumprimento das suas missões, a reintrodução do funcionamento integral da ficha individual e disciplinar para cada agente com o fim de evitar as promoções e graduações injustas e incompatíveis com as respectivas aquisições académicas foram algumas recomendações saídas do encontro em Bissau.

Reciclagem aos formadores no domínio das ciências políticas e a reactivação da Escola Nacional da Polícia foram outros aspectos abordados durante o encontro.
 
(c) PNN Portuguese News Network
 

Luanda: Amnistia considera "insuficiente" inquérito para investigar agressões em prisão

 


A Amnistia Internacional Portugal considerou hoje "insuficiente" a abertura, por parte do Ministério do Interior de Angola, de um inquérito para apurar a veracidade das imagens que mostram agressões a presos numa cadeia de Luanda.
 
"Dado os incidentes serem recorrentes, é claramente insuficiente a simples instauração de comissões de inquérito a estes casos", refere a secção portuguesa da organização internacional de defesa de direitos humanos, em comunicado.
 
A posição da Amnistia Internacional (AI) surge dois dias depois de o Ministério do Interior de Angola ter anunciado a abertura de um inquérito para "apurar a veracidade" de um vídeo divulgado no fim de semana nas redes sociais, sobre a agressão de reclusos por polícias e bombeiros numa cadeia da capital angolana.
 
O vídeo dá conta de agressões e maus tratos, que envolveram efetivos da Polícia Nacional, dos Serviços Prisionais e do Serviço de Proteção Civil e Bombeiros a reclusos na Cadeia Central de Luanda.
 
Em comunicado, o Ministério do Interior, que tem a tutela das prisões em Angola, garantiu que os presumíveis autores "deste violento ato registado no dia 19 de março de 2012" iriam ser responsabilizados.
 
A secção portuguesa da AI considera tratar-se de "imagens chocantes" que devem ser investigadas e defende que os responsáveis devem ser punidos judicialmente.
 
"O Ministro do Interior deve enviar uma mensagem clara a todos os funcionários de que este comportamento, incluindo os maus-tratos de presos, não será tolerado. E que não serão só aplicados procedimentos disciplinares, haverá também procedimentos criminais contra os funcionários responsáveis por tais atos", defende a organização.
 
A Amnistia Internacional apela ainda ao governo angolano para que também investigue a participação de bombeiros no espancamento dos presos.
 
O caso é semelhante a um outro ocorrido em setembro de 2012, igualmente denunciado nas redes sociais, através de imagens que retratavam a agressão de reclusos por efetivos prisionais, no Estabelecimento Prisional de Viana, também em Luanda.
 
Nesse caso, o inquérito aberto pelo Ministério do Interior para averiguar os factos resultou em processos disciplinares a um total de 21 funcionários.
 
Ao diretor nacional dos Serviços Prisionais coube a pena disciplinar de repreensão registada, enquanto o diretor daquele estabelecimento prisional e o seu adjunto para a área operativa foram exonerados.
 
Lusa
 
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ACABE-SE COM A MAMA QUE SUSTENTA AS ELITES PARASITAS DE PORTUGAL

 


Não são só os juízes do Constitucional que parasitam, muitos mais interesses corporativos se incluem neste mau fadário que suga os portugueses. Os políticos na generalidade são, talvez, os principais. Os deputados estão repletos de beneficios que não se justificam – provavelmente Edite Estrela é uma delas, quanto a ter sido deputada nacional que por isso agora talvez receba uma reforma e mordomias das “douradas”. Se ela não é dessas beneficiárias muito bem, mas não faltam os que são. Portugal também está na miséria por ter de sustentar tanto viciado em ganância que vive no fausto à custa do parasitarismo de colarinho branco. Acabe-se com a mama a todos eles e elas. (Redação PG)
 
Edite Estrela "Juízes do Constitucional já não deviam ter privilégios"
 
A eurodeputada socialista Edite Estrela defendeu hoje que o primeiro-ministro, em vez de "entrar em confronto verbal" e de atacar o Tribunal Constitucional (TC), já devia ter acabado "com os privilégios injustificados" dos juízes do Palácio Ratton.
 
Num discurso na sessão de abertura da Universidade de Verão do PS, em Évora, Edite Estrela afirmou que "o primeiro-ministro procura bodes expiatórios para imolar perante a opinião pública" o TC, tendo recordado o discurso de Pedro Passos Coelho na Festa do Pontal, no Algarve.
 
O "ataque ao TC", realçou a eurodeputada do PS, visa "condicionar a decisão dos juízes sobre as candidaturas autárquicas e, sobretudo, sobre os despedimentos e o aumento dos horários na Função Pública e sobre a convergência do regime de pensões entre o público e o privado".
 
Nesse sentido, considerou que, "em vez deste confronto verbal", Pedro Passos Coelho "devia ter tido a coragem, há muito, de acabar com os privilégios injustificados que subsistem na sociedade, designadamente, com a singularidade de os juízes do palácio Ratton se poderem reformar com apenas dez anos de serviço".
 
Edite Estrela acusou o Governo de ser "forte com os pobres e fraco com os poderosos", alegando que o executivo PSD/CDS-PP "mantém estes privilégios e corta nas baixas pensões dos que já não recebem o suficiente para comer e para os remédios".
 
Na festa do Pontal, a 16 de agosto, Pedro Passos Coelho reconheceu a existência do risco do chumbo de algumas medidas pelo TC e considerou que, a acontecer, tal poderá pôr em causa alguns resultados e fazer "andar para trás".
 
O ditado popular "só se lembra de Santa Bárbara quando trovoa" foi utilizado pela eurodeputada para acusar o primeiro-ministro e o Governo PSD/CDS-PP de só se lembrarem de dialogar com o PS "quando estão aflitos".
 
"A relação do Governo, mais precisamente do primeiro-ministro, com o maior partido da oposição é, no mínimo, estranha. Faz lembrar o aforismo popular 'só se lembra de Santa Bárbara quando trovoa'", afirmou.
 
Edite Estrela criticou o primeiro-ministro e o Governo por entender que "só se lembram do PS quando estão aflitos, seja por pressão externa, seja porque precisam de um apoio alargado para as decisões difíceis".
 
"De resto, ignoram olímpica e arrogantemente as propostas do PS. Primeiro, fazem os disparates e só depois, em desespero, procuram envolver o PS para salvarem a face. E chegam ao desplante de culpar o PS pela falta de diálogo e de consensos", referiu Edite Estrela.
 
Frisando que só se lembram dos socialistas quando "oportunistamente querem arranjar corresponsáveis para as medidas impopulares", a eurodeputada assinalou que "o PS responde pelo que fez e pelo que propõe, mas não permite ser associado à governação desastrosa da coligação PSD/CDS-PP".
 
"E convém recordar que este Governo se mantém em funções por obra e graça das decisões irrevogáveis do Dr. Paulo Portas", disse, considerando que [o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, atual vice-primeiro-ministro e líder do CDS-PP] "Paulo Portas é o político mais poderoso do país", porque "só ele, e mais ninguém, pode derrubar o Governo".
 
"Nem o Presidente da República, nem a Assembleia da República, nem os partidos da oposição têm esse poder. Agora, confortavelmente sentado no cadeirão de vice-primeiro-ministro, Paulo Portas não tem a menor vontade de largar o poder", acrescentou.
 
Lusa
 
*Título e opinião PG
 

BANDO DE MENTIROSOS, TANTO O GOVERNO DE PORTUGAL COMO O FMI E A UE

 
 
Sector privado - Governo e FMI deturpam reduções salariais para sustentar mais cortes
 
Para sustentar a necessidade de se levarem a cabo mais cortes no sector privado do País, o Fundo Monetário Internacional (FMI) publicou gráficos que retratam a evolução salarial cujos dados não correspondem à realidade, denuncia a edição desta quarta-feira do Jornal de Negócios. A instituição liderada por Christine Lagarde justifica que os dados foram fornecidos pelo Governo, e, por sua vez, o Executivo já veio reconhecer que as informações estão incompletas.
 
A amostra usada pelo FMI para sustentar a importância de que se procedam a mais cortes no sector privado do País está deturpada, avança a edição de hoje do Jornal de Negócios.
 
A instituição presidida por Christine Lagarde publicou um conjunto de gráficos cujo objectivo era ilustrar a evolução salarial dos trabalhadores do privado, dando conta de que 7% dos mesmos sofreram cortes nos vencimentos, e defendendo assim a necessidade de uma maior flexibilidade laboral, ou seja, de mais ajustamentos a este nível.
 
Ora, acontece que, da base de dados utilizada para o efeito, foram omitidas milhares de observações, as quais, caso tivessem sido consideradas, apontariam para uma fatia de 20% de funcionários já atingidos por reduções nos respectivos ordenados, e não de 7%.
 
O FMI argumenta que recebeu os dados do Governo de Pedro Passos Coelho. E o Governo de Pedro Passos Coelho já admitiu que os dados fornecidos não são completos.
 
As informações forjadas constam do relatório do sétimo exame ao programa de ajustamento português, datado de Junho, sendo que nesse mesmo documento pode ler-se: “Até agora os aumentos salariais para os contratos existentes no sector privado desaceleraram, mas permanecem positivos apesar do ambiente económico deprimido. Sem mais flexibilidade salarial, tal pode implicar mais destruição de empregos e menos rendimento”.
 
Entretanto, fonte oficial do Ministério do Trabalho e da Segurança Social, adiantou, em declarações ao Jornal de Negócios, que “no âmbito das reuniões entre técnicos portugueses e técnicos do FMI são facultados microdados que não têm informação completa”.
 
Por explicar fica, no entanto, por que foram eliminadas milhares de observações do ficheiro Excel que o Executivo enviou àquela instituição, que nele se baseou para desenhar os referidos gráficos.
 
Notícias ao Minuto
 
*Titulo PG
 

CAVACO ASSINA DE CRUZ TUDO QUE O SEU GOVERNO DELIBERA, O QUE ESPERAM?

 


Parece que há em Portugal algum espanto por entre portugueses - funcionários públicos ou não - acerca da promulgação por Cavaco de diploma do seu governo, de Passos, de Portas, do FMI, da UE e de outras instâncias internacionais que defendem a via para o esclavagismo. O diploma obriga os funcionários públicos a trabalharem mais 5 horas por semana num total de 40, mais 20 horas por mês, cerca de mais 240 horas por ano. Claro que as férias deles e de muitos outros já foram reduzidas, claro que muitos dos funcionários públicos estão na calha do desemprego, claro que Cavaco está perfeitamente sintonizado com o seu governo na miserabilização dos portugueses, na exploração rumo ao esclavagismo.
 
Visto assim não há razão para espanto. É constitucional o que Cavaco acaba de promulgar? Talvez. Haverá os que dizem que sim e aqueles que dirão que não. Mas a Constituição da República Portuguesa serve mesmo para isso, para ser interpretada conforme os humores, sapiências e conveniências de alguns desta elite apodrecida que vai desde Belém a São Bento, passando por muitos da orda de doutores de facto ou por influências. E o povinho aquiesce. Se não o fizer a bem terá de o fazer a mal. Mas aquiesce. É manso (é?) e eles sabem-no. Mas diz a história que é manso só até um certo dia. Até quando? Isso é que não se sabe porque quando menos esperam há borrasca da grossa. E lá pode ir Cavaco para a Madeira rumo ao exílio. E os outros a fugirem que nem ratos… Quando e onde é que já vimos isto? Que tal não aconteça e que a razão se sobreponha é o desejado.
 
Sim. Mas se tal acontecer não é democrático… Pois não. Nos parâmetros da democracia interpretada e usada pelas elites podres que dominam o país não é democrático. Nem é constitucional porque isso configuraria um golpe de estado. É verdade. Mas então, a Constituição da República que para as elites dominantes representa um empecilho vale para umas coisas e não vale para outras? Oh, sim. Perdoem este exercício de má-língua. É que a Constituição - como muita da legislação - só é boa e para cumprir se servir a cambada dos que detêm os poderes que dominam o país. É assim. Sirvam-se, enquanto o cordeiro não se tornar leão. A paciência e as exigências de miserabilismo tem limites. Depois é que vão ser elas, quem sabe?
 
No horizonte perfilam-se muitos mais tormentos para os portugueses. Esta aparente acalmia e o dizer que os números estão a mostrar positivismos devem-se à estratégia eleitoral para as eleições autárquicas em Setembro. Depois vai ser mais outro inferno. E quem vai aguentar este descalabro? Cuidado. Muito cuidado. Esta austeridade para a maioria e a abastança para somente uns quantos pode desembocar em revolta. E essa, a revolta, Cavaco não vai assinar de cruz porque dos cobardes políticos não deverá rezar a história de Portugal.
 
Como diria Cavaco do alto da sua sapiência da treta: “Depois não digam que não avisei”.
 
Redação PG - AV  
 
Cavaco promulga diploma das 40 horas
 
Ana Tomás – Jornal i
 
Funcionários públicos vão trabalhar mais cinco horas por semana, já este ano
 
O Presidente da República promulgou o aumento do horário de trabalho na função pública de 35 para 40 horas semanais, avança o “Jornal de Negócios”.
 
Os funcionários públicos vão trabalhar, assim, mais cinco horas por semana, já este ano.
 
O documento, que suscitou dúvidas de constitucionalidade, seguiu para publicação em “Diário da República” e entra em vigor 30 dias depois.
 
A medida foi aprovada, a 29 de Julho, no parlamento, em conjunto com o regime de requalificação, através dos votos da maioria PSD-CDS.
 
Mas, ao contrário do diploma das 40 horas, Cavaco Silva pediu ao Tribunal Constitucional a fiscalização preventiva da proposta de lei da requalificação dos funcionários públicos, por ter dúvidas quanto, ao “conceito constitucional de justa causa de despedimento, o regime dos direitos, liberdades e garantias e o princípio da protecção da confiança".
 
Os juízes do Palácio Ratton têm agora até dia 7 de Setembro para se pronunciar sobre a constitucionalidade desta medida.
 
Leia mais em Jornal i
 

EUA UTILIZAM CRIMES PASSADOS PARA LEGALIZAR CRIMES FUTUROS

 

Diana Johnstone [*]
 
Os falcões da guerra estão a tactear em busca de um pretexto a que possam chamar "legal" para travar guerra contra a Síria e têm sugerido a "Guerra do Kosovo" de 1999.

Isto não é surpreendente na medida em que um objectivo primário daquela orgia de 78 dias de bombardeamento dos EUA/NATO sempre foi estabelecer um precedente para mais guerras assim. O pretexto de "salvar os kosovares" de um imaginário "genocídio" era tão falso como o pretexto das "armas de destruição maciça" para a guerra contra o Iraque, mas a falsificação teve muito mais êxito entre o público geral. Portanto o Kosovo mantém sua utilidade no arsenal de propaganda.

Em 24 de Agosto, o New York Times informou que ajudantes de segurança nacional do presidente Obama estão "estudando a guerra aérea da NATO no Kosovo como um possível plano para actuar sem um mandato das Nações Unidas". (A propósito, a "guerra aérea" não foi "no Kosovo", mas atingiu a totalidade do que era então a Jugoslávia, destruindo principalmente infraestrutura civil da Sérvia e expandindo também a destruição ao Montenegro.)

Na sexta-feira, Obama admitiu que entrar e atacar outro país "sem um mandato da ONU e sem prova clara" levantava questões em termos de direito internacional.

Segundo o New York Times, "o Kosovo é um precedente óbvio para o sr. Obama porque, como na Síria, foram mortos civis e a Rússia tinha laços antigos com as autoridades governamentais acusadas dos abusos. Em 1999, o presidente Bill Clinton utilizou o endosso da NATO e a racionalização de proteger uma população vulnerável para justificar 78 dias de ataques aéreos".

"É um passo demasiado grande dizer que estamos a formular justificações legais para uma acção, uma vez que o presidente não tomou uma decisão", disse um alto responsável da administração, o qual falou na condição de anonimato a discutir as deliberações. "Mas o Kosovo, naturalmente, é um precedente de alguma coisa que talvez seja semelhante".

Ivo H. Daalder, um antigo embaixador dos Estados Unidos na NATO, sugere que a administração podia argumentar que a utilização de armas químicas na Síria equivale a uma grave emergência humanitária, assim como a administração Clinton argumentou em 1999 que "uma grave emergência humanitária" apresentava à "comunidade internacional" a "responsabilidade de actuar".

Isto equivale à legalidade criativa digna do Estado Canalha (Rogue State) número um do planeta.

Uma guerra ilegal como precedente para mais guerra

A guerra dos EUA/NATO contra a Jugoslávia, a qual utilizou força unilateral para fragmentar um estado soberano, destacando a histórica província sérvia do Kosovo e transformando-a num satélite dos EUA, foi claramente em violação do direito internacional.

Em Maio de 2000, a eminente autoridade britânica em direitos internacional, sir Ian Brownlie (1936-2010), apresentou um Memorando de 16 mil palavras , avaliando o status legal da guerra para o Comité sobre Negócios Estrangeiros do Parlamento Britânico.

Brownlie recordou que disposições chave da Carta das Nações Unidas declaram bastante claramente que "Todos os Membros abster-se-ão nas suas relações internacionais da ameaça ou da utilização da força contra a integridade territorial ou a independência política de qualquer Estado, ou em qualquer outra maneira inconsistente com os Propósitos das Nações Unidas".

Brownlie acrescentou que o alegado direito à utilização da força para propósitos humanitários não era compatível com a Carta da ONU.

Durante a década passada, as potências ocidentais inventaram e promoveram um teórico "direito a proteger" ("right to protect", R2P) num esforço para contornar a Carta da ONU a fim de abrir o caminho para guerras cujo propósito final é mudança de regime. A utilização do R2P para derrubar Kadafi na Líbia mostrou o jogo, assegurando a oposição russa e chinesa a qualquer outra de tais manobras no Conselho de Segurança da ONU.

Em relação à guerra do Kosovo, no seu Memorando o professor Brownlie chegou às seguintes conclusões principais:
 
- A justificação primária para o bombardeamento da Jugoslávia foi sempre a imposição dos planos da NATO para o futuro do Kosovo. Foi neste contexto que a campanha de bombardeamento foi planeada em Agosto de 1998.

- As ameaças de ataques aéreos maciços foram feitas no mesmo contexto e foram tornadas públicas pela primeira vez em Outubro de 1998. Nem o propósito dos ataques aéreos planeados nem a sua implementação relacionaram-se com eventos sobre o terreno no Kosovo em Março de 1999.

- A razão dos ataques aéreos era bastante simples: uma vez que a Jugoslávia não havia cedido às ameaças, as ameaças tinham de ser executadas.

- A base legal da acção, tal como apresentada pelo Reino Unido e outros Estados da NATO, não foi em nenhuma etapa adequadamente articulada.

- Intervenção humanitária, a justificação tardiamente avançada pelos Estados da NATO, não tinha lugar nem na Carta das Nações Unidas nem no direito internacional convencional.

- Se tivesse sido mantida a visão de que os Membros Permanentes do Conselho de Segurança reconheceriam a necessidade de acção humanitária, então sem dúvida uma resolução teria sido exigida.

- As intenções dos Estados Unidos e do Reino Unido incluíam a remoção do Governo da Jugoslávia. É impossível reconciliar tais propósitos com intervenção humanitária.

- A afirmação de estar a actuar em bases humanitárias parece difícil de reconciliar a desproporcionada quantidade de violência envolvida na utilização de munição pesada e mísseis. As armas tinham efeitos explosivos extensos e os mísseis tinham um elemento incendiário. Uma alta proporção de alvos estava em cidades. Muitas das vítimas foram mulheres e crianças. Após sete semanas de bombardeamento pelo menos 1.200 civis foram mortos e 4.500 feridos.

- Apesar das referências à necessidade de uma solução pacífica ser encontrada em Resoluções do Conselho de Segurança, as declarações públicas da sra. Albright, do sr. Cook, do sr. Holbrooke e outros e as ameaças reiteradas de ataques aéreos maciços, tornam muito claro que nenhuma diplomacia comum foi encarada.
 
O "tratamento Kosovo"

Como sinopse final, Brownlie escreveu uma nota profética sobre a utilização futura do "tratamento Kosovo":
 
"O autor tem contactos com um grande número de diplomatas e juristas de diferentes nacionalidades. A reacção à campanha de bombardeamento da NATO fora da Europa e da América do Norte geralmente foi hostil. A maior parte dos Estados tem problemas de separatismo e podiam, numa base selectiva, serem os objectos da "gestão de crise" ocidental. A selecção de crises para o "tratamento Kosovo" dependerá da geopolítica e da agenda colateral. É nesta base, e não numa agenda humanitária, que a Jugoslávia está destinada à fragmentação numa base racial, ao passo que a Rússia e a Indonésia não estão".
Ele acrescentou: "Intervenção coerciva para servir objectivos humanitários é uma pretensão possível apenas para Estados poderosos contra os menos poderosos. O destino da Jugoslávia terá provocado dano considerável à causa da não proliferação de armas de destruição em massa".

O Memorando Brownlie para o Parlamento Britânico é a mais completa avaliação do status legal da Guerra do Kosovo. É bastante notável que o falcões da guerra liberais em torno de Obama falem em utilizar aquela guerra como um "precedente legal" para uma nova guerra contra a Síria.

Isto equivale a dizer que um crime cometido uma vez torna-se um "precedente" para justificar o crime a ser cometido na vez seguinte.

Quantas vezes pode você enganar a maior parte do povo?

Se entendida correctamente, a guerra do Kosovo foi na verdade um precedente que deveria actuar como um sinal de advertência.

Quantas vezes podem os Estados Unidos utilizar um alarme falso para começar uma guerra agressiva? "Genocídio" não existente no Kosovo e na Líbia, armas de destruição maciça não existentes no Iraque e agora aquilo que parece para grande parte do mundo como uma "falsa bandeira" de armas químicas no ataque à Síria.

Os Estados Unidos habitualmente anunciam a presença de um casus belli desejado ignorando pedidos de prova concreta.

No Kosovo, os Estados Unidos obtiveram a retirada de observadores internacionais que poderiam ter testemunhado se sim ou não havia evidência de "genocídio" de kosovares. As acusações escalaram durante a guerra e quando, posteriormente, nenhuma evidência de tal assassínio em massa foi encontrada, o assunto foi esquecido.

No Iraque, nunca houve qualquer prova de ADM, mas os EUA foram em frente e invadiram.

Na Líbia, o pretexto para a guerra foi uma declaração citada erroneamente de Kadafi a ameaçar um "massacre de civis" em Bengazi. Isto foi denunciado como uma falsificação mas, mais uma vez, a NATO bombardeou, o regime foi derrubado e o pretexto caiu no esquecimento.

Domingo, assim que o governo sírio anunciou estar pronto a permitir a inspectores internacionais investigarem alegações de utilização de armas químicas, a Casa Branca respondeu: "demasiado tarde!"

Um alto responsável da administração Obama, pedindo anonimato (pode-se razoavelmente admitir que o responsável era a falcoa Conselheira de Segurança Nacional de Obama, Susan Rice) emitiu uma declaração afirmando que havia "muito pouca dúvida" de que forças militares do presidente Bashar al-Assad haviam utilizado armas químicas contra civis e que uma promessa de permitir a inspectores das Nações Unidas terem acesso ao sítio era "demasiado tardia para ser crível".

No mundo para além das grandes auto-estradas, há uma grande dúvida – especialmente acerca da credibilidade do governo dos Estados Unidos quando se trata de encontrar pretextos para ir à guerra. Além disso, estabelecer "armas químicas" como um "limite" ("red line") que obriga os EUA a irem à guerra é totalmente arbitrário. Hás muitas maneiras de matar pessoas numa guerra civil. Seleccionar uma delas como um disparador para intervenção estado-unidense serve primariamente para dar aos rebeldes uma excelente razão para executarem uma operação de "falsa bandeira" que introduzirá a NATO na guerra que eles estão a perder.

Quem realmente quer ou precisa da intervenção dos EUA? O povo americano? Que bem lhe fará ficar envolvido em ainda outra interminável guerra no Médio Oriente?

Mas quem tem influência sobre Obama? O povo americano? Ou é ao invés "nosso mais firme aliado", o qual é o mais preocupado em reconfigurar a vizinhança no Médio Oriente?

"Não se deve permitir que esta situação continue", disse o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, exprimindo notável preocupação por civis sírios "que eram tão brutalmente atacados por armas de destruição em massa".

"Aos regimes mais perigosos do mundo não se deve permitir possuírem as mais perigosas armas do mundo", acrescentou Netanyahu.

Incidentalmente, inquéritos efectuados mostram que para grande parte do mundo, o regime mais perigoso do mundo é Israel, ao qual é permitido possuir as armas mais poderosas do mundo – as armas nucleares. Mas não há probabilidade de que Israel alguma vez obtenha "o tratamento Kosovo".
 
Ver também:
  The Forbidden Truth: The U.S. is Channeling Chemical Weapons to Al Qaeda in Syria, Obama is a Liar and a Terrorist
(A verdade proibida: Os EUA estão a canalizar armas químicas para a Al Qaeda na Síria, Obama é um mentiroso e um terrorista)
  False Flag Chemical Weapons Attack on Syria. Pretext for All Out War?
(Ataque de armas químicas sob falsa bandeira na Síria. Pretexto para guerra total?)
  Russian foreign ministry: Materials implicating Syrian govt in chemical attack prepared before incident
(Ministro russo dos negócios estrangeiros: Materiais que implicam governo sírio em ataque químico foram preparados antes do incidente)
  Expert casts doubt on Syria chemical weapons footage (Video)
(Peritos lançam dúvida sobre filmagem de armas químicas na Síria)
  Carla del Ponte: 'Evidently Syrian Rebels used SARIN'
(Carla del Ponte: "Evidentemente rebeldes sírios utilizaram Sarin")
  Preliminary Evidence Indicates that the Syrian Government Did NOT Launch a Chemical Weapon Attack Against Its People
(Evidência preliminar indica que o governo sírio NÃO lançou um ataque com arma química contra o seu povo)
  Syrian rebels use toxic chemicals against govt troops near Damascus
(Rebeldes sírios utilizam produtos químicos tóxicos contra tropas governamentais perto de Damasco)
  The Syria 'Chemical Weapons' Media Hype: Pushing for Military Intervention
(O alarde dos media acerca de "armas químicas" na Síria: pressionando pela intervenção militar)
 

Detenção de David Miranda é ameaça à liberdade de imprensa, dizem editores europeus

 


Jornais pressionam para que primeiro ministro restaure a reputação de liberdade de imprensa do Reino Unido depois da detenção de parceiro de jornalista do Guardian. Em uma carta aberta a David Cameron, os editores do "Politiken" da Dinamarca, "Dagens Nyheter" da Suécia, "Aftenposten" da Noruega e "Helsingin Sanomat" da Finlândia, descrevem a detenção de David Miranda, parceiro de Glenn Greenwald do Guardian, como assédio.
 
The Guardian – Carta Maior
 
Londres - Editores de jornais, incluindo o Dagens Nyheter da Suécia, escreveram para David Cameron depois da detenção do parceiro de um jornalista do Guardian. A detenção e subsequente investigação do parceiro do jornalista do Guardian ameaça a reputação de liberdade de imprensa perante o mundo, alertaram editores de diversos jornais do norte da Europa.

Em uma carta aberta a David Cameron publicada no Observer, os editores do Politiken da Dinamarca, Dagens Nyheter da Suécia, Aftenposten da Noruega e Helsingin Sanomat da Finlândia, descrevem a detenção de David Miranda, parceiro de Glenn Greenwald do Guardian, como assédio.

Segundo eles, “os eventos que aconteceram na Grã Bretanha semana passada são motivo de grande preocupação”, e conclamam o primeiro ministro britânico a “recolocar seu governo entre os grandes defensores da liberdade de imprensa”.

Miranda foi detido pela polícia metropolitana por nove horas no domingo passado, enquanto estava de passagem no aeroporto Heathrow, a caminho do Brasil.

Greenwald tem publicado uma série de histórias sobre as agências de inteligência dos EUA baseado em material vazado pelo denunciante da National Security Agency, Edward Snowden.

Os editores afirmam que uma imprensa livre é essencial para se manter controle sobre o governo e suas agências de segurança. Escrevem eles: “Ficamos surpresos com os atos recentes de funcionários do seu governo contra colegas nossos do Guardian, e muito preocupados que um notório defensor da democracia e do livre debate como o Reino Unido use uma legislação anti-terrorismo para assediar tanto o jornal quanto os indivíduos ligados a ele”.

Eles acrescentam: “É muito preocupante também que a polícia tenha anunciado agora uma investigação criminal”, e eles alertam que “as implicações desse ato têm ramificações para além das fronteiras do Reino Unido, provocando insegurança na liberdade de imprensa de todo o mundo”.

A publicação da carta surge bem quando apareceu a informação de que a Scotland Yard vai responder por acusações de usar seus poderes anti-terrorismo para questionar pessoas em aeroportos, a não ser que ela entregue os resultados de suas investigações sobre condutas inapropriadas de seus policiais.

A Corregedoria da Polícia revelou ter dado à força um ultimato de sete dias para revelar seus achados, depois de inúmeras reclamações dela ter usado a tática e se recusado a fazer qualquer investigação.

O órgão de vigilância disse que estava supervisionando 18 investigações de uso dos poderes do Schedule 7 pela polícia metropolitana, que envolve poder reter passageiros por 9 horas sem nenhuma suspeita plausível envolvendo terrorismo.

A Corregedoria disse ter determinado em fevereiro à polícia metropolitana que “investigasse os motivos para a detenção e o interrogatório de pessoas usando a Schedule 7”. A força concordou em investigar dois meses depois, depois de ameaças de processo legal, mas então passou a se recusar a entregar os resultados.

A Scotland Yard declarou que estava “se esforçando” para chegar a um acordo sobre o procedimento para lidar com as investigações com a Corregedoria, e que ações legais eram ainda “desnecessárias”.

Um porta-voz da polícia metropolitana declarou: “A polícia metropolitana reconhece o esforço de detalhar as queixas relativas às detenções sob a Schedule 7 e tem se esforçado para chegar a um acordo sobre procedimentos aceitáveis para todos os envolvidos para lidar com essa investigação. O resultado desse esforço é que não se faz necessária a ação legal. Esperamos poder concluir tudo isso com a Corregedoria em breve”.

Enquanto isso, veio a público a informação de que os esforços do governo dos EUA em identificar quais documentos sigilosos Edward Snowden pegou da NSA têm sido frustrados pelo trabalho sofisticado do ex-funcionário ao cobrir seus traços digitais.

Segundo a Associated Press, o governo dos EUA está investigando se Snowden conseguiu prevalecer sobre as defesas eletrônicas contra qualquer pessoa que tente ver essas informações sem permissão, apagando ou contornando logs eletrônicos.

Em julho, cerca de dois meses depois das primeiras revelações de Snowden, o diretor da NSA, Keith Alexander, se recusou a falar se eles haviam conseguido descobrir o que Snowden havia baixado ou quantos arquivos da NSA ele levou consigo.

A última revelação acaba com as garantias dadas ao Congresso e ao público pelo governo Obama de que os programas de vigilância da NSA não podiam sofrer abusos por eles serem intensamente monitorados e auditados.

Medo de que o governo esteja fuçando é uma preocupação grande das companhias de internet, que têm tomado medidas para restringir a vigilância externa das atividades online das pessoas.

A Força de Engenharia de Internet, um órgão que desenvolve padrões para a internet, propôs um sistema em que a comunicação entre sites e browsers seja protegida por criptografia. As propostas, ainda em um estágio muito inicial, dificultariam para que governos, companhias e criminosos xeretem a vida das pessoas enquanto elas navegam.
 

OS CUBANOS E A DOENÇA DO BRASIL

 


Eles desembarcaram há quatro dias apenas. Nem começaram a trabalhar. Mas alguma coisa de essencial já foi diagnosticada entre nós com a sua presença. Uma foto estampada na Folha de SP desta 3ª feira, sintetiza a radiografia que essa visita adicionou ao diagnóstico da doença social brasileira. Um médico negro avança altivo pelo corredor polonês que espreme a sua passagem na chegada a Fortaleza, 2ª feira. O funil mobiliza jovens de jaleco da mesma cor alva da pele. Uivam, vaiam, ofendem o visitante. Recitam o texto inoculado diuturnamente em suas mentes pelas cantanhêdes, os gasparis e assemelhados. É questão de justiça creditar-lhes a paternidade da linhagem capaz de cometer o que a foto cristalizou para a memória destes tempos. "Escravo!" "Escravo!" "Escravo!", ecoa a falange, programada para que um dia pudesse cumprir esse papel, entre outros ainda mais letais. Os alvos da fúria deixaram família, rotinas e camaradagem para morar e socorrer localidades das quais nunca ouviram falar. Mas a maioria dos brasileiros também não. Com o agravante de que ali jamais pousarão os pés. Coisa que os cubanos farão. Campos Alegres de Lourdes, Mansidão, Carinhanha, Cocos, Sítio do Quinto, Souto Soares... Quem conhece esse Brasil? Houve tempo em que essas expedições a um Brasil distante do mar eram feitas por brasileiros, e de classe média, como a Coluna Prestes, os Villas Boas, as Caravanas do CPC, nos anos 60. Onde foi que a seta do tempo se quebrou? Tem conserto?
 
Carta Maior
 
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Brasil: Protesto no Rio de Janeiro pela demissão de governador reprimido pela polícia

 


Manifestantes foram reprimidos pela polícia, que chegou a utilizar balas de borracha, durante um protesto pela demissão do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, noticiou hoje a imprensa brasileira.
 
De acordo com o sítio eletrónico de notícias G1, o confronto entre os manifestantes e a polícia aconteceu na noite de terça-feira (madrugada de hoje em Lisboa), diante do Palácio da Guanabara, sede do Governo do Estado do Rio de Janeiro, na cidade do Rio.
 
Pedras e bombas caseiras foram atiradas contra a polícia militar (PM), que chegou a usar balas de borracha contra os manifestantes.
 
Pelo menos três manifestantes ficaram feridos. Uma mulher foi atingida por uma bala de borracha na testa e atendida por socorristas voluntários que acompanhavam a manifestação.
 
Dois polícias alegaram ter sido feridos no braço e um outro, ferido na cabeça, foi levado a um hospital.
 
Num comunicado, a secretaria de Estado de Segurança do Rio de Janeiro informou que onze pessoas foram detidas, entre as quais um menor.
 
Centenas de manifestantes concentraram-se em frente à 9.ª esquadra, no bairro do Catete, pedindo a libertação dos detidos.
 
A poucos metros dali, no Largo do Machado, local em que o grupo se concentrou, também houve confrontos.
 
O tumulto começou quando um manifestante foi detido pela PM por estar sem documentos. Nesse momento, ativistas fizeram um cordão para tentar impedir que o jovem fosse levado.
 
Quando a polícia forçou a passagem com armas de choque, os manifestantes responderam atirando pedras e vasos de uma florista da rua e os agentes ripostaram com balas de borracha e bombas de efeito moral.
 
Como em outros protestos, o bairro ficou marcado por um rasto de violência, com lixo queimado nas ruas e edifícios de bancos depredados.
 
Lusa
 
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Moçambique: “DÁ-NOS O PAU E TRAZEMOS-TE O PRODUTO”

 


 “O País” revela os meandros da caça furtiva e alguns nomes envolvidos. Alugar arma a um caçador furtivo custa 300 mil meticais e mais alguns quilos de corno.
 
Na noite do domingo passado, 26 de Agosto em curso, as autoridades sul-africanas abateram mortalmente um militar moçambicano, de nome Santos, afecto à brigada Radiotécnica, em Massingir, na província de Gaza.
 
“Dá-nos o pau, trazemos-te o produto” é uma frase com mensagem codificada. O pau e o produto a que se referem não são, na verdade, aqueles objectos que conhecemos. São outros com um valor comercial não acessível a qualquer um. Descodificada, a mensagem da frase quer dizer “dá-nos a arma e trazemos-te o corno de rinoceronte”. Trata-se de uma frase famosa e familiar no interior do Parque Nacional do Limpopo, sobretudo nos meandros da caça furtiva. Um dos guardas do Parque Nacional do Limpopo contou-nos que é assim como eles (guardas) são aliciados pelos caçadores furtivos, por sinal colegas, com fortes ligações aos caçadores furtivos.
 
“Eles vêm ter connosco, através dos nossos colegas, alguns dos quais já expulsos e com processos em curso nos tribunais e dizem-nos para lhes darmos o pau e que eles nos trazem o produto”. Quer dizer, “dá-nos a arma e nós trazemos-te o corno de rinoceronte”.
 
O que “O País” sabe dos guardas do parque é que o aluguer de uma arma de fogo para a caça de rinoceronte custa 300 mil meticais para quem a aluga (cerca de 10 mil dólares americanos). O valor não inclui os quilos de cornos de que tem direito o locador (quem alugou a arma) após ter sido abatido o rinoceronte. É que além dos 300 mil meticais, o agente que alugar a arma tem direito a alguns quilos do corno, convertidos em dinheiro. Por exemplo, para além dos 300 mil meticais, o agente terá outro valor adicional após a venda do corno, que pode ascender a 500 mil meticais, dependendo do peso. No fim, este agente pode chegar a receber entre 700 mil meticais e 1 milhão de meticais (entre 23 e 30 mil dólares).
 
“Se eu quisesse enriquecer com este negócio já estaria e nem estaria aqui. Tivemos colegas que desertaram para se dedicarem ao negócio de abate de rinocerontes no Kruger Parque. Outros já morreram”, revela a fonte.
 
Os depoimentos do agente do Parque Nacional do Limpopo vem consubstanciar a decisão tomada pela direcção daquela instituição, no princípio deste ano, de instaurar processos disciplinares a 30 guardas e expulsar alguns por cumplicidade com os caçadores. “É trágico saber que eles se tornaram o inimigo na luta pela protecção da espécie”, disse António Abacar, administrador do Parque, revelando a sua preocupação. “O grande problema que nos preocupa é que alguns dos nossos funcionários estão envolvidos na caça furtiva”.
 
Na foto: Fiscais neutralizando um caçador furtivo
 
O País – em Moçambique Para Todos
 
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Moçambique: ABATIDOS MAIS DE DOIS MIL ELEFANTES NA RESERVA DO NIASSA

 

Verdade (mz), Nampula
 
Nos últimos dois anos, a Reserva Nacional do Niassa foi alvo de abate de cerca de dois mil e quinhentos elefantes, uma accão protagonizada por caçadores furtivos, na sua maioria provenientes de países dos Grandes Lagos, nomeadamente Tanzânia, Somália, Burundi, Nigéria, dentre outros.
 
Entretanto, dados oficiais indicam uma redução assinalável de casos relacionados com o conflito homem/fauna bravia nos últimos meses naquela que é a maior reserva a nível do país, com uma área estimada em 42 quilómetros quadrados.
 
No ano passado, os caçadores ilegais abateram 110 elefantes, um número relativamente baixo quando comparado com os dos anos passados, segundo as autoridades da reserva. De Janeiro a esta parte, foram abatidos vinte elefantes, contra 80 do mesmo período de 2012, em que os animais mais abatidos foram rinocerontes, búfalos e antílopes.
 
Apesar dessas redução, Cornélio Miguel, administrador da Reserva Nacional do Niassa, disse que se redobram esforços com vista a reduzir cada vez mais as acções dos "furtivos" que indiscriminadamente dizimam elefantes e outros animais bravios. Há estratégias de fiscalização que consistem no reforço da cobertura do espaço aéreo e terrestre: “estamos a conjugar todo o tipo de técnicas para estancar este fenómeno. Olhando para os actuais números de abates, de alguma forma nos sentimos encorajados e continuaremos a apertar o cerco contra os prevaricadores”.
 
Ainda no âmbito do reforço das acções de fiscalização, a fonte disse que foram recrutados 23 fiscais que estão assegurar o aumento de raio de cobertura, contando-se igualmente com a colaboração dos operadores das concessões dentro da reserva, com as comunidades e com a Polícia de Guarda-Fronteira.
 
O @Verdade soube que dos caçadores ilegais que protagonizam desmandos na Reserva do Niassa, constam alguns cidadãos chineses, que entram em território moçambicano e destroem o património faunístico, abatendo elefantes para extrair pontas de marfim. Apurámos que há fiscais que, em troca de valores monetários e/ou outros benefícios, facilitam a entrada desses cidadãos na reserva, sendo que nos últimos dois anos pelo menos dez fiscais foram expulsos por alegado envolvimento nesses actos.
 
“A medida é para desencorajar aos outros fiscais a não pautarem por comportamentos adversos aos nossos princípios”, realçou Cornélio Miguel, para quem em conexão com os casos de abate ilegal de animais, foram apreendidas seis armas de fogo e as respectivas munições, nos últimos meses do ano em curso.
 
O nosso interlocutor ajuntou que a despeito da caça furtiva, a biodiversidade na Reserva do Niassa está ameaçada, caso não sejam tomadas medidas urgentes para estancar o fenómeno de abate indiscriminado de animais. O local é também potencial em recursos florestais, daí que a atenção dos ilegais não é apenas virada para a fauna.
 
No ano passado por exemplo, foram capturadas nove motosserras na posse de indivíduos, na sua maioria estrangeiros, que tentavam desenfreadamente explorar a madeira para fins comerciais ao longo do distrito de Mecula.
 
Dados diponiveis indicam que indicam que Moçambique perde anualmente cerca de 37 milhões de dólares devido à caça furtiva. Aliado a esta situação, as coutadas perdem mais de duas mil toneladas de carne por ano. Para a Reserva Nacional do Niassa, as perdas directas para o Estado moçambicano, como resultado do abate ilegal de elefantes, são de 2.627 elefantes durante os anos de 2009 e 2011, com um prejuízo estimado em 23.06 milhões de dólares.
 
Na Reserva Nacional do Niassa existe uma população de elefantes estimada em mais de 12.500, de acordo com o censo de 2011, sendo que ainda este ano será realizado um trabalho de actualização de dados referentes a contagem dos animais, dentre outros aspectos inerentes ao funcionamento do lugar a que nos referimos.
 
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Portugal: SWAPS E POLÍTICA

 

Pacheco Pereira - Abrupto
 
O problema dos swaps ajuda a revelar uma questão muito mais importante e decisiva para o nosso futuro democrático: a da captura do estado pelo sistema de interesses económico-financeiros. Este sistema ultrapassa as separações partidárias e desloca-se de governo em governo, de partido em partido, desde que estes tenham acesso ao poder. As PPPs e os contratos swap são uma manifestação dessa captura.
 
E, claro, que também é um problema de pessoas. Há um pequeno grupo de pessoas que circula dos bancos e das consultoras financeiras, dos escritórios de advogados e dos think tanks das universidades mais conservadoras, de instituições europeias congéneres, para os governos, ocupando, em particular, os lugares chave das secretarias de estado, das assessorias, das comissões ad hoc e grupos de estudo, dos lugares de consultores nos ministérios. Algumas vezes assumem funções não remuneradas e “patrióticas”, mas a remuneração que recebem reflete-se em prestígio, currículo e na ascensão dentro desta elite, no próximo lugar, esse sim bem remunerado. Garantem sempre os melhores contratos estatais para as suas consultoras, escritórios, bancos, empresas, muitas vezes sem qualquer concurso público, por ajuste directo ou convite privilegiado, são quadros indispensáveis pelos seus “conhecimentos” e pela circulação nos meios políticos.
 
Circulam também por dezenas de Conselhos de Administração, Conselhos Fiscais, Comissões de Remuneração, Comissões de Supervisão, nalguns casos concentrando literalmente dezenas e dezenas de lugares numa só pessoa. Deve-se isso á sua particular competência? Nalguns casos, sim. Mas, como se vê quando as suas carreiras ficam menos protegidas e são mais escrutinadas, em muitos casos não se trata de competência. Há apenas um traço comum do seu papel, esse sim sólido e consistente, - são “confiáveis”.
 

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