sábado, 23 de abril de 2011

Timor-Leste: O DESENVOLVIMENTO DE ALGUNS E A FOME DE MUITOS




CARLOS TADEU

“E há tempos que ouvimos, vimos e lemos, sobre o projeto de um portentoso e lindíssimo novo Parlamento Nacional – que pode ver na foto. Para quando a sua construção? Para quando erradicarem a fome em Timor Leste? Para quando existir realmente justiça, transparência, democracia e tudo mais que falta aos molhos no país?”

Ao longo destes anos de independência de Timor Leste assistimos a um governo eleito por vasta maioria da FRETILIN, que seria derrubado através de um golpe de estado apontado à responsabilidade maior de Xanana Gusmão – então presidente da república - e da igreja católica timorense, juntamente com outros setores de pendor governamental da Austrália e dos USA, para além de muitos integracionistas timorenses a favor da Indonésia – alguns deles agora no atual governo de Xanana Gusmão. De salientar que Ramos Horta teve também uma influência parda em todo o golpe de estado ocorrido no ano de 2006.

Vem este rememorar sobre o passado histórico recente do país por razões óbvias de provocar a reflexão sobre a governação da FRETILIN com verbas orçamentais ridículas que impediam de mostrar melhor obra e obviar as dificuldades do povo timorense num território que ficara completamente destruído pela sanha indonésia e das milícias timorenses ao seu serviço – devido ao retumbante resultado do referendo de 1999 que de supetão ditou a independência há muito ansiada pelos timorenses ocupados pelo invasor do país do lado.

Sabemos que em eleições ocorridas após o golpe de estado de 2006 só em segunda volta é que Ramos Horta conseguiu vencer Lu Olo para a presidência da república. Mesmo com todo o apoio dos integracionistas, de Gusmão e da Igreja, Horta experimentou sérias dificuldades para vencer o candidato Lu Olo, da FRETILIN. A compensação aos apoios que obteve surgiria um pouco mais tarde, nas eleições legislativas logo a seguir, em que lhe foi apresentada a factura desse apoio por parte de Gusmão, dos bispos católicos e de todos os outros setores integracionistas e conservadores que se uniram para derrotar a FRETILIN.

Foi assim que o partido mais votado, a FRETILIN, nessas eleições legislativas, em 2007, se viu irradiado da possibilidade de formar governo. Assistindo-se à engenhosa e apressada formação de um aglomerado de partidos políticos minoritários que formaram a AMP – Aliança de Maioria Parlamentar – para cujo chefe nomearam Xanana Gusmão. Estava cumprida parcialmente - de forma “democrática” e forçadamente constitucional - a fase que era objetivo do golpe de estado de 2006 e que se prolongaria até ao assassinato do major Alfredo Reinado em 2008. Reinado, um conluiado de Gusmão  e dos promotores australianos do golpe,  manifestou o seu arrependimento publicamente, através de vídeo sobejamente conhecido, e acusou Xanana Gusmão de ser um dos mentores e responsável pelo ocorrido e pelas mortes e destruição então levadas a cabo em 2006-2007. Por via da divulgação desse vídeo e da imprensa escrita o referir Xanana Gusmão chegou a ameaçar os jornalistas timorenses com prisão sumária. Tal foi o pavor de ser possível comprovar testemunhalmente todo o seu envolvimento e responsabilidades maiores no descalabro consequente ao golpe de estado. Não por acaso em 11 de Fevereiro de 2008 Alfredo Reinado foi executado no jardim da casa de Ramos Horta, como foi comprovado em relatório de autópsia profusamente divulgado na internet e na comunicação social. Prova tão evidente que nem o Tribunal de Díli, nem o Tribunal de Recurso, tiveram coragem de tomar em consideração. As pressões de Gusmão e de Horta foram enormes para que assim acontecesse e desse julgamento do 11 de Fevereiro saíssem sentenças que condenaram inocentes sob a condição de o presidente da república os libertar numa acção de demonstração de comprometimento com a farsa daquele julgamento, oferecendo aos injustamente condenados a liberdade por via admnistrativa.

TUDO À FARTA

Posteriormente ao 11 de Fevereiro de 2008 assistiu-se ao verdadeiro arranque das liberdades tomadas por muitos dos personagens da AMP envolvidos em atos de corrupção e de exercícios inconstitucionais de poderes. O próprio Xanana Gusmão, primeiro-ministro, nunca conseguiu explicar com credibilidade as razões que o levaram a assinar documentos que privilegiavam ilegalmente a sua filha Zenilde Gusmão. Outras notícias sobre corrupção, conluio e nepotismo foram profusamente divulgadas mas todas anotadas em pedra de gelo, restando um grande nada para a justiça atuar... se tivesse decência. O que possa aparecer, e aparece, não é mais que folclore à roda daquilo a que a PGR e uma Comissão Contra a Corrupção dizem investigar e combater. Tirando um ou outro pequeno corrupto ou corruptor punido nada mais acontece que apure as responsabilidades dos grandes “peixes” que dão vazão aos milhões que pertencem a todos os timorenses. É tudo à farta.

Não é por acaso que assistimos a mais que evidentes ostentações inexplicáveis de poderios financeiros de militares que ganhando menos de mil dólares mensais conseguem possuir vivendas apalaçadas no valor de muitas centenas de milhares. Outros há que adquirem e exibem residências e viaturas que os seus parcos ordenados nunca comportariam de forma legal e transparente poderem possui-las. Isto para além das viagens e vidas de novos-ricos que fazem garbo em exibir a par da miséria e da fome que assola a maioria dos timorenses.

Timor Leste é um estado suportado por um governo e elites civil, militar e eclesiástica imunes à vergonha mas de mão dada com a perfídia. Essa é uma das principais razões porque existe tanta miséria.

Os OGEs conseguidos pelo governo de Gusmão têm sido todos os anos aumentados exponencialmente. Os resultados relevantes demonstrados podem ser quantificados pelos dedos das mãos. Proporcionalmente têm sido ínfimos. O que faz recordar aquilo que Gusmão contestava quando era presidente da república, em 2005-2006: a má governação e inoperância do governo FRETILIN.

Então, à época, esse governo não dispunha de pouco mais de umas míseras centenas de milhares de dólares no OGE. Agora, ainda aconteceu há pouco tempo, as dotações de OGE já ultrapassam mais de dez vezes o que antes era dotado. Mas os resultados não têm sido correspondentes. As estradas continuam uma lástima, os timorenses sem casas são imensos, o fornecimento de energia eletrica é caótico, os timorenses com fome aumentaram, a prostituição e a pedofilia cresce na medida da fome e das necessidades dos mais carenciados e enganados pelas promessas de desenvolvimento. Na capital, em Díli, a população aumenta todos os dias, com forasteiros na fuga à miséria existente no interior – julgando que em Díli encontram o El Dorado. Esses mesmos acabam por engrossar o exército de miseráveis existentes na capital, que até às lixeiras recorrem, que roubam e comem alimento de cães se depositado na gamela existente em quintal por onde passem e possam deitar-lhe a mão. Também a criminalidade está a aumentar, obviamente. A isto, Gusmão, a AMP, Ramos Horta e outros das elites, classificam de desenvolvimento… Afinal este é um pequeno “retrato” daquilo que tem sido obra de Gusmão e dos seus capangas AMPistas. A expressão vale o que vale, e bem, para os tratantes que têm tido a cobertura do PM timorense. Ressalvem-se alguns que se têm preocupado em servir os interesses do país mesmo a servirem-se da umas quantas prerrogativas sombrias por serem das elites ou estarem próximos dos governantes.

E há tempos que ouvimos, vimos e lemos, sobre o projeto de um portentoso e lindíssimo novo Parlamento Nacional – que pode ver na foto. Para quando a sua construção? Para quando erradicarem a fome em Timor Leste? Para quando existir realmente justiça, transparência, democracia e tudo mais que falta aos molhos no país?

Quantos milhões de dólares estão previstos para o custo orçamental deste maravilhoso parlamento? Por quantos milhões mais se multiplicará o seu custo real desde a aprovação ao começo da obra? E no final quanto será na realidade o seu custo? A quantas estradas e reparações competentes corresponderá? A quantas reparações de pontes? A quantos quilómetros de rede de água potável e esgotos? A quantas casas para os que desde 2006 as perderam com a violência e destruição do golpe de estado. Saiba-se que por isso houve famílias que se desagregaram e imensas que ainda hoje sobrevivem em casas de familiares. Que não têm casas próprias como antes tinham!

Então, porque não o novo Parlamento Nacional construído daqui por talvez vinte ou mais anos? Construído e passar a ser uma referência do desenvolvimento de Timor Leste depois de o país e o seu povo estarem de facto na vivência de uma situação de desenvolvimento e progresso humano-social, com empregos. Com melhor e mais educação, com alimentação e cuidados de saúde que colmatem as atuais e vergonhosas carências, com habitações e infraestruturas adequadas. Com o máximo possível que governo ou governos legítimos e honestos consigam em prol justiça e da democracia que garanta o bem-estar dos timorenses.

DESENVOLVIMENTO… SÓ DE FALÁCIAS

O desenvolvimento apregoado pelo governo de Gusmão tem sido até agora mais de falácias que outra coisa. Ele surge devagar e na maior parte das vezes está parado se soubermos decifrar a propaganda. O tecido empresarial em Timor Leste tem sido referenciado em grandioso crescimento na propaganda do governo. Assim sendo, porque razão vimos a baía e o porto de Díli constantemente congestionados de navios em descarrego ou à espera de o fazer? Que desenvolvimento na indústria tem sido feito para suprimir as importações? Quase nada. O que tem florescido é o comércio. Compram no exterior, importam, e depois vendem com as prerrogativas de intermediários que ao aplicarem as percentagens dos seus lucros fazem com que a inflação dispare para valores incomportáveis para os que nem sequer têm um dólar por dia de rendimento. E nesse negócio florescente existem familiares e amigos dos governantes, porque pareceria muito mal que fossem certos e próprios governantes a darem a cara. Já nem se põe a questão de ser ilegal. Esse facto é evidência superável pelo poder político que trás à trela o poder judicial. Aos da justiça timorense só falta abanar a cauda, ladrar e saltitar perante os seus donos.

Aproximam-se as eleições presidenciais, logo seguidas das eleições legislativas. Ninguém com algumas gramas de miolos ignora que pouco falta para estar em curso a grande operação de Gusmão para enganar os eleitores com um celestial período de “desenvolvimento nacional”. As sacas de arroz vão ser oferecidas em quantidades inimagináveis. Os timorenses até vão pensar que chegou a abastança, que a miséria já lá vai, finalmente. Pontes a cair podem vir a ser pintadas de novo e ficarem com um óptimo aspeto. Só aspeto, desde que não caiam até que Gusmão seja eleito. Mas sacas de arroz em barda também todos os outros partidos políticos vão oferecer aos esfomeados cidadãos. Já é cultura do engano que ganhou raízes. E os simplórios e analfabetos timorenses, pessoas que não fazem mal a um toké (pequeno lagarto), lá vão nas loas dos “senhores”, dos vigaristas, que vão estar a oferecer-lhes migalhas dos muitos milhões que já roubaram e que vão continuar a roubar descaradamente, exibindo publicamente um doentio novo-riquismo contrastante com a miséria e a fome que vai continuar a existir, cada vez mais.

Atualmente podemos ler, entre outras alternativas, que o CNRT, partido de Gusmão, afirma-se confiante em conseguir uma maioria absoluta. O mesmo é demonstrado pela FRETILIN. Os outros partidos políticos não se atrevem a tamanhas previsões, justificadamente.

Para um estrangeiro que observa e por vezes vive o quotidiano timorense, que conhece certos e incertos bastidores dos poderes do país, se acreditar na existência de eleição de um partido político que consiga obter por resultado uma maioria no parlamento, só pode ser a FRETILIN. A razão é simples.

Para os milhões dos OGE - que ao longo destes anos de governança Gusmão obteve - a obra realizada é ínfima. Muitos desses milhões estão em parte incerta, esfumaram-se. As obras de construção, por exemplo, são entregues a empresários amigos ou familiares que prosperam de um modo só justificável através de procedimentos muitíssimo dúbios. Os materiais aplicados não são os adequados e muitas vezes até a própria areia é substituída por terra. Os escoramentos são feitos para serem vistos e não para cumprirem a sua função em terrenos já de si com origens instáveis. O resultado é vermos estradas a ruírem para os precipícios, ou postes a quebrarem por construção deficiente. Rouba-se no ferro, na areia, no cimento, no betuminoso… Rouba-se à descarada. Só assim podemos ver as ascensões e exuberâncias próprias dos novos-ricos conluiados com os do governo de Gusmão. E Gusmão não é parvo para não ver, para que possa dizer desconhecer o que acontece na feira das vaidades diliense com a elite de que faz parte e que protege.

E aqui temos o desenvolvimento de Timor Leste. Fruto da má governação de um suposto ícone da libertação da Pátria timorense. O desenvolvimento existe na realidade, mas é estrito a umas quantas famílias do país. Tudo o resto é mais propaganda que outra coisa. Diz quem sabe que é fácil fazer disparar os índices de desenvolvimento numa casa que não tem nada, nem uma simples cadeira. Quando lá entram meia-dúzia de cadeiras é progresso e desenvolvimento. Depois conseguem um colchão – mais progresso e desenvolvimento. Se ao fim de um ano nessa casa, que antes estava sem mobiliário, já tiverem adquirido uma cama, quatro colchões, vinte cadeiras, uma mesa, um móvel e um fogão, podemos afirmar com toda a propriedade que o desenvolvimento foi espetacular. O mesmo se passa com Timor Leste, um país que ficou destruído e desbaratado, qualquer migalha é desenvolvimento. O pior é que não corresponde aos milhões que devia corresponder. E, como na casa atrás referida, em que habitavam quarenta pessoas, o desenvolvimento não corresponde às necessidades dos envolvidos mas somente de uns quantos, os que manuseiam os dinheiros. Afinal, os que roubam e dão a roubar. Esses sim, podem gabar-se e exibir o seu desenvolvimento pessoal, familiar e de amigos.

ELEIÇÕES, E SE…

Se nas próximas eleições o CNRT de Gusmão e, ou, partido ou partidos seus pares conseguirem voltar ao governo tudo será muito pior para o país - principalmente para os timorenses mais carenciados. Não se viu ainda da parte dos responsáveis timorenses vontade e obra que colmatasse a fome e a miséria, nem que investisse adequadamente para resolver em espaço de tempo razoável o desemprego, nem que fomentasse empregos com caráter sustentável em quantidade significativa… No interior do país o desprezo tem sido enorme. As dificuldades são enormes. As responsabilidades vão todas direitinhas para Xanana Gusmão e o seu governo de trapaceiros, com os acrescentos de familiares e amigos insaciáveis que já enriqueceram com aquilo que não lhes pertence mas que querem sempre mais, e muito mais.

Os timorenses parecem estar conscientes destas realidades mas talvez esqueçam as agruras por que têm passado se Gusmão alargar os cordões à bolsa do OGE abastado que conseguiu para este ano pré-eleitoral. Em que só ele tem quase metade de mais de um bilhão para pessoalmente poder decidir o que fazer com essa verba. Decerto que muito daí vai servir para enganosamente "alindar" por momentos a vida dos timorenses. As tais migalhas que vai ter de despender para enganar lorpas. Essa será a sua prática, prevê-se. A decisão cabe aos timorenses. Se quiserem mais do mesmo, se quiserem continuar a ser enganados e espoliados votem Gusmão e nos partidos satélites que constituem a AMP. Se não o fizerem, se mostrarem um cartão vermelho a Xanana Gusmão e aos que têm mal governado nestes últimos anos, se derem a possibilidade à FRETILIN de governar e mostrar o que realmente vale, como governo e com orçamentos adequados, volumosos, só é de esperar que um governo FRETILIN saiba repor a democracia, a justiça, o bem-estar social e laboral num país que tem sobretudo andado a sobrealimentar indivíduos e famílias parasitas.

**Texto concebido pelo autor com apoio e revisão de ANTÓNIO VERÍSSIMO


EUA: A REELEIÇÃO É AGORA




JOSÉ INÁCIO WERNECK – DIRETO DA REDAÇÃO

Bristol (EUA)  - É difícil acreditar que em um país politicamente maduro possa haver um "candidato a candidato" à Presidência da República tão absurdo quanto Donald Trump (foto), o especulador imobiliário que nos legou  as Trump Towers, enveredou pela exploração de jogos de azar e finalmente se fez notar como o homem que grita “you’re fired” - “você está despedido” - em um "reality show" de televisão.
Ele agora quer despedir Barack Obama da Casa Branca, embora no passado já tenha declarado que o atual presidente “é um gênio”. A principal arma de Trump para ser escolhido como candidato nas primárias do  Partido Republicano é alimentar a teoria dos chamados “birthers” - aqueles elementos lunáticos do Tea Party convencidos de que  Barack Obama nasceu no Quênia e não no Havaí, como proclama sua certidão de nascimento.
Para tanto, Donald Trump já desencavou até uma gravação da avó queniana de Barack Obama, afirmando que estava presente ao nascimento, na África, embora já tenha sido demonstrado que ela, falando através de um intérprete, quis  mesmo dizer que estava presente ao nascimento no Havaí.
Mas, como afirmava Nélson Rodrigues, “se os fatos me contradizem, bolas para os fatos”. Ou, como  ensinava Joseph Göbbels, uma mentira repetida muitas vezes acaba virando uma verdade. Para Trump, o importante é estar sempre no noticiário e muitos observadores acham mesmo que sua pretensa candidatura é apenas uma maneira de aumentar a audiência de seu programa na rede NBC.
Os Estados Unidos são uma nação em que dificilmente você encontra alguém que não tenha pais ou avós imigrantes, o que é o caso do próprio Trump, descendente de imigrantes escoceses e alemães (o nome original da família era Drumpf). Quanto a imigrantes ilegais, muitos são europeus embora toda a grita em relação a Barack Obama não ter nascido nos Estados Unidos ocorra por um único e condenável fato: o de que seu pai era africano.
Divorciado duas vezes, tendo ido à bancarrota outras tantas e  apenas recentemente entrado em acordo judicial quanto a um empréstimo que não pagou e no qual se viu acusado de fraude, Donald Trump dificilmente poderia ser apresentado como um brilhante exemplo de lisura em sua vida familiar e empresarial. As especulações mais bem fundadas no momento são de que ele está apenas praticando um espectacular gesto de publicidade, tanto que já anunciou que fará a declaração oficial quanto a ser candidato às primárias do Partido Republicano em seu programa de televisão.
Em matéria de audiência, será um êxito incontestável. Resta saber o que aconteceria ao Partido Repulicano com um candidato de tal ordem. Se Trump realmente se apresentar como candidato nas primárias, sua demagogia obrigará os demais republicanos a levar o Partido a um tal extremo de partidarismo que acabará facilitando a reeleição de Barack Obama.
Há ainda a incógnita da situação econômica do país. Barack Obama está pagando o preço de uma recuperação lenta, embora segura, do mercado de trabalho. Nas próximas semanas a jogada republicana de ameaçar outra vez com uma paralisação do governo se os democratas não concordarem com cortes selvagens em serviços sociais para o orçamento do próximo ano deverá ser exposta como um blefe inconsequente. A própria Wall Street, aliada natural dos republicanos, já deixou claro que este caminho representará um suicídio político para os conservadores.
Barack Obama já iniciou sua campanha. Será confirmado sem dificuldades pelo Partido Democrata. Seu caminho para um segundo mandato, salvo alguma nova e inesperada catástrofe financeira, será muito facilitado se os republicanos apresentarem como oponente um cidadão tão chegado a uma vigarice quanto Donald Trump.

EUROPA BLOQUEIA TREM DA DIGNIDADE




Luís Nagao, colaborador de Outras Palavras

A polícia francesesa bloqueou, por várias horas, a ligação ferroviária entre seu país e a Itália, neste domingo (17/4) e provocou um incidente diplomático entre as duas nações. Motivos: impedir que um grupo de cerca de 60 imigrantes tunisianos, apoiado por centenas de ativistas, entrasse na França; deixar claro que a Europa não está aberta aos norte-africanos, mesmo após a queda de ditaduras e do relaxamento do aparato que reprimia as migrações.

Os imigrantes tentaram transpor a fronteira no trecho ferroviário que liga, através dos Alpes, Vintimiglia (Itália) e Menton (França). Tinham a solidariedade de organizações como a Associação pela Democracia de Nice, articulada por Teresa Maffeis. Com seu apoio, organizaram o chamado Trem da Dignidade. Ao tomarem conhecimento da iniciativa, os serviços policiais franceses retiveram o trem na estação de origem e cancelaram todo o tráfego proveniente da Itália.

A atitude viola dispositivos da legislação da União Europeia (UE). O acordo de Schengen (de 1997) estabelece que nenhum cidadão com residência regular num dos países do bloco pode ser barrado, ou precisa apresentar documentos, ao locomover-se para outra nação da UE. Os tunisianos haviam obtido, na Itália, visto de permanência. Por isso próprio governo italiano protestou contra a atitude francesa.

A resposta foi imediata e reveladora. Paris alegou que os imigrantes representavam “risco de distúrbio da ordem pública”. Apelou para outro dispositivo jurídico europeu – que permite às autoridades de um país barrar a entrada de viajantes que não possuam soma em dinheiro considerada necessária para sua permanência. A comissária do Interior da UE, Cecília Malmstrom, deu respaldo à posição da França. Os governos da Áustria, Reino Unido, Polônia e Eslováquia manifestaram-se de modo semelhante – e ainda criticaram a possibilidade de os imigrantes circularem sem restrições pelo bloco.

A polêmica em torno do trem reabriu a discussão acerca da xenofobia. Mais de 20 mil africanos cruzaram o Mediterrâneo nos últimos três meses, período das revoltas árabes que sacodem o norte de seu continente. Buscam melhores condições de trabalho ou são refugiados políticos (como os líbios). Parte da população europeia reage com hostilidade a sua presença.

Governadas por líderes histriônicos de direita, França e Itália travam uma disputa particular. O governo de Sílvio Berlusconi alega que Itália, localizada ao Sul da Europa, é o destino principal dos africanos – e não pode acolhê-los sozinha. Já o presidente francês Sarkozy, que enfrentará eleições no próximo ano, quer demonstrar dureza com os imigrantes, para atrair a parcela do eleitorado que flerta com a ultra-direita. Há poucas semanas, aliás, entrou em vigor, na França, lei que proíbe cobrir o rosto em espaço público – impedindo as mulheres muçulmanas de usar o hejab e expressar sua cultura.

A forte presença de ativistas (tanto italianos quanto franceses) em apoio aos imigrantes indica, contudo, que um setor da opinião pública europeia está disposto a enfrentar ativamente a onda de rejeição ao estrangeiros.


Polícia síria mata 100 manifestantes em dia de protesto nacional




Regime do Presidente Bashar al-Assad

ANA GOMES FERREIRA - PÚBLICO

Cerca de 100 pessoas foram mortas ontem em várias cidades da Síria onde decorreram manifestações contra o regime do Presidente Bashar al-Assad. Segundo informações recolhidas pela televisão Al-Jazira, as vítimas são de Homs, Douma e Azraa.

A partir de Homs, uma testemunha relatou como um grupo de 200 pessoas se destacou do corpo da manifestação, entrando primeiro na rua de acesso à praça central da cidade. Ali, foram recebidos com tiros. "De repente, as forças de segurança começaram a disparar para todos os lados".

Os grupos da oposição marcaram, para hoje, uma jornada de protestos que querem que seja decisiva para o futuro do regime. Foram convocadas manifestações para 40 cidades em toda a Síria, na que é a primeira acção conjunta da oposição desde que a sublevação pró-democracia começou, em Março.

Fiel à resposta que deu, desde o início, à vaga de contestação, Assad mobilizou a polícia e as tropas que patrulhavam fortemente as cidades. A correspondente da Al-Jazira em Damasco (um dos poucos jornalistas estrangeiros no país) conta que o nível de tensão na capital atingiu um nível nunca visto. "Não foi uma grande manifestação e foi dispersada muito depressa porque a presença das forças de segurança era brutal". Foram disparadas granadas de gás lacrimogéneo e, a seguir, a polícia montou checkpoints e pedia a identificação a quem se aproximava.

Em Hasakah, os testemunhos recolhidos pelas televisões e agências de notícias dizem que a polícia agrediu violentamente os manifestantes.

A repressão dos protestos pró-democráticos matou pelo menos 220 pessoas na Síria desde Março. E os próprios organizadores do protesto nacional de hoje admitiram esperar mais tiroteios e, portanto, mais um banho de sangue.

A este dia, a oposição chamou "A Grande Sexta-Feira" e é a primeira acção coordenada de todos os grupos contra o regime ditatorial de Bashir al-Assad, que há dias levantou o estado de emergência que vigorava no país desde os anos de 1948 e que proibia as manifestações.

As palavras de ordem mais ouvidas, segundo a Al-Jazira, pediam a abolição do Partido Baas, no poder, e a transformação da Sìria numa democracia.

Comunicado conjunto

No primeiro comunicado conjunto, a oposição reunida no Comité Local de Coordenação — que tem representantes de todas as províncias do país — é afirmado que “a liberdade e a dignidade só podem ser alcançadas através de um processo de mudança pacífico”. “Todos os presos políticos têm que ser libertados. O aparato de segurança tem que ser desmantelado e substituído por outro com atribuições especificadas pela lei e qu eopere de acordo com a lei”.

Uma fonte da Al-Jazira dizia: “A grande questão, a pergunta que está na cabeça de toda a gente, é: o que acontecerá. Na passada sexta-feira as pessoas tentaram realizar uma marcha na capital e foram obrigadas a recuar com gás lacrimogéneo. O que vemos neste momento são as forças da ordem a posicionar-se de forma a impedir a concentração das pessoas, isso está a acontecer em Homs e Deraa[onde na segunda-feira foram mortos 22 manifestantes], por isso vai ser difícil aos manifestantes chegarem ao centro das cidades porque as forças policiais já lá estão”.

As autoridades sírias dizem que a violência tem origem em grupos armados de muçulmanos sunitas. Estes constituem 85 por cento da população, mas a elite dirigente é alauíta (um ramo xiita).

Notícia actualizada às 15h30

ASSISTANCE TO TIMOR LESTE - WORLD BANKERS BEARING GIFTS




THE ECONOMIST – 23 april 2011
RONALD REAGAN is supposed once to have said that the scariest words in the English language were “I’m from the government, and I’m here to help.” But what if you are the government? In that case, perhaps, the scariest words are “I’m from the World Bank, and I’m here to help.”
That certainly seems to have been the experience of Timor-Leste, a much-put-upon country that spent more than 200 years under Portuguese rule, then 24 under Indonesia’s and a final two under the United Nations, before eventually winning independence in 2002. Nowadays the young republic finds a number of reasons for cheer. But if the World Bank’s own review is to be believed, it deserves little credit for Timor-Leste’s progress.
When Indonesia was at last forced to give in to overwhelming demands for the independence of its then-province of East Timor, the bank moved in quickly to offer assistance. It has been assisting every since. A report from the bank’s Independent Evaluation Group, to be published next month, details the success of that assistance. Or rather, its lack of success.
Of the outcomes of the bank’s 12 self-defined strategic and operational goals, five are rated “unsatisfactory”, four “moderately unsatisfactory”, two “moderately satisfactory” and only one “highly satisfactory”. That last was, admittedly, to bring transparency and probity to the management of oil and gas revenues—no mean feat for a poor country in that particular industry. But the failures were legion.
A few quotes:
Poverty and unemployment rose significantly through most of the evaluation period and declined only after 2007 when the Government, against Bank advice, increased its spending using petroleum resources including in the form of cash transfers.
Progress on school infrastructure and textbooks was held back by using Portuguese only, a language few knew, and by the lack of teacher training. As a consequence of these two issues, a full cohort of the population may be functionally illiterate.
...strict enforcement of World Bank Group rules delayed procurement of four new hospitals for a full year.
The New York Times has more. Overall the report suggests that after the first couple of years of its intervention, when it did help to bring order to a troubled situation, the bank’s programme “overemphasised long-term institutional objectives, placing too little emphasis on short-term interventions that would yield immediate benefits to the population.” In other words, being bureaucrats themselves, the bank’s officials in Timor-Leste tended to see more bureaucracy as the answer. Just the sort of thing that scared Reagan.
Full marks to the bank, then, for the candour of its self-criticism. Two out of ten, though, for actually achieving its goals.

Timor Leste: HIPOCRISIA DA WOODSIDE DESMASCARADA POR GOVERNO DE GUSMÃO




Governo rejeita críticas da Woodside e diz que basta olhar para Darwin para ver a melhor opção
MSO - LUSA
Díli, 23 abr (Lusa) -- O Governo de Timor-Leste reagiu hoje às críticas feitas pelo presidente cessante da Woodside, Don Voelte, de travar o desenvolvimento do país, ao opor-se à plataforma flutuante para processar o gás do campo Sunrise.
Em comunicado, o porta-voz do Governo timorense, Ágio Pereira afirma que "é precisamente o compromisso do Governo de promover a qualidade de vida e melhorar a vida do povo timorense que impulsiona o desejo de ver o desenvolvimento de um gasoduto para o gás de Sunrise".
"O desejo para o processamento em terra do gás de Sunrise é profundamente assumido por todos os partidos políticos e setores da sociedade timorense", refere.
Nem mesmo Don Voelte pode negar que esta opção irá fornecer o melhor resultado para o povo de Timor-Leste em relação à tecnologia de plataforma flutuante proposta pela Woodside.
Basta só olhar para os benefícios usufruídos em Darwin, que fluíram com o processamento em terra do gás natural proveniente do Campo de Bayu-Undan", responde Ágio Pereira.
Na assembleia geral anual da Woodeside, realizada dia 20 em Perth, Austrália, Don Voelte lamentou-se perante os acionistas de deixar o cargo sem ver em exploração o campo de Sunrise devido a o Governo de Timor-Leste ter "bloqueado o processo".
"A estrutura flutuante de GNL (Gás Natural Liquefeito) daria a Timor-Leste cerca de 13 mil milhões de dólares pelos 18 por cento por cento que eles têm do campo (de gás natural)", referiu o presidente executivo da petrolífera, afirmando que "Timor-Leste precisa que o projecto vá em frente para impulsionar o seu crescimento económico".
Afirmando a sua decepção por o projeto estar parado há meses e não conseguir sequer ser recebido pelas autoridades timorenses, Don Volte não se coibiu de tecer considerações sobre o Governo liderado por Xanana Gusmão, rebatidas no comunicado de hoje pelo porta-voz.
"Para um Governo de tão grandes combatentes pela liberdade... 12 anos depois, agora, o que é que já fez pela construção da nação", questionou o presidente executivo da Woodside.
Ao contestar o projeto Sunrise, o Governo timorense "está a rejeitar a promoção da qualidade de vida e melhorar a vida do seu povo", afirmou Don Voelte.
Ágio Pereira remete o presidente executivo da Woodside para a análise comparativa da situação do país em 2002, com os indicadores económicos e sociais de 2011, e reafirma que em termos de empregos e de desenvolvimento económico sustentável, o Governo escolheu "claramente a melhor opção de desenvolvimento, para a promoção da qualidade de vida e melhorar a vida do povo timorense".
Quanto ao Governo de Timor-Leste, garante, "as negociações continuam com o Governo australiano, através dos quadros criados pelos tratados, e continuará a honrar os mecanismos estabelecidos para a negociação".

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CAROÇO QUENTE!




ANGOLA 24 HORAS
A propósito do discurso atabalhoado do Presidente de Angola JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS na última sessão plenária do Comitê Central do MPLA, acto vergonhoso e sem valor, que mancha o seu próprio partido, que por sinal, de grande parece já não ter mais nada.
Sendo Angola uma nação que tem a sorte de ter sido presenteada com homens que ao longo dos tempos souberam dignificar os seus actos, lutando contra o colonialismo Português e a ocupação do território, onde temos nomes sonantes como Ngola Kiluangi, Nginga Mbandi, Ekuikui, Nzinga a Lukeni e o celebre Mandume, sem esquecer os demais, que cujo sangue tombou lutando para que este solo não fosse subjugado pelo homem Europeu.
É precisamente neste quadro de luta que Angola emerge para Independência, após a entrega de todos patriotas e os ilustres anônimos voluntariosos que seguindo caminhos diferentes e a ajuda da FNLA, MPLA e UNITA, conseguiram libertar o povo angolano do sofrimento que o colonialismo causava.
Angola tem sido palco de muitas lutas e manifestações de protesto protagonizadas por jovens, as tais frutas verdes na óptica dos políticos e mais velhos, hoje por sinal já são motivo de preocupação nos discursos do mais velho da nação angolana, levando-o a cometer a pior gafe dos últimos tempos.
Todos ainda nos lembramos das célebres frases do JES, como nas Eleições de 2002 o candidato não se chamará Jose Eduardo dos Santos!
A juventude Angolana é a força motriz que conduz o MPLA ao sucesso!
A corrupção é o mal que dilacera a nossa economia, e este ano o MPLA e Governo farão a luta contra a corrupção, etc. São tantas frases celebres, mas tantas pedradas pública, basta só entrar em arquivos e rever os discursos do JES para se ver o quanto este dribla a juventude e toda nação.
É assim que o homem forte do país resolveu então nos brindar com mais uma pedrada pública, após ter acordado do sono provocado pelos próprios discursos seus, suas posições, suas alianças mal paridas e gerida, como esta de socorrer o Gbagbo, Mugabe, Cabila, e os demais Ditadores da África actual, mesmo quando o cheiro do vento anuncia o contrario, e dá para se perceber que não só na África mas também em Angola se quer mudança.
No seu último discurso ou pedrada pública, o JES reconhece que a miséria e todos os males que Angola enferma, afinal já vem do colonialismo, ao agarrarem-se aos poucos argumentos que ainda lhe restam, para responder a inquietação juvenil e popular generalizada, pois afinal nos últimos tempos a juventude angolana farta dessa miséria e de esperar por soluções dos políticos e mais velhos, decidiu ainda que de forma tímida, assumir a liderança da marcha que séculos atrás Ngola Kiluangi, Nginga Mbandi, Ekuikui, Nzinga a Lukeni e o célebre Mandume iniciaram, contra a penetração Portuguesa, só que desta vez é contra o JES.
Conforme cantou uma jovem cantora da nossa praça: Se a fruta está verde e o caroço é veneno, no cheiro do vento dá para perceber. Com o cheiro dos ventos actuais nos dá para perceber, que os jovens angolanos, quão frutas verdes e caroços envenenados pela vontade de mudança, já não querem mais esperar 32 anos para serem felizes, pois o mesmo cheiro que um dia levou JES para o Congo Kinshasa, a busca de forças para lutar contra o colonialismo Português, agora está na mente dos jovens de Angola ávidos das mesmas mudanças, mas agora para o bem de todos Angolanos.
A fruta ainda que verde e cujo cheiro o vento nos trouxe, teve o seu inicio no norte de África, com o seu caroço envenenado da vontade de mudança inalado primeiro pelos jovens do norte de África e que fez varrer Ditadores como Bem Ali, Mubarak e recentemente Gbagbo.
Uma coisa o Presidente JES tem em comum com estes ditadores, esqueceu-se que um dia ele próprio foi jovem e irrequieto, e foi para o Congo Kinshasa levado pelo vento da mudança, e que hoje tal como os demais comparsas do Norte e o seu protegido Gbagbo não conseguirá parar o vento com o seu cheiro envenenado da mudança.
O seu discurso está de tal modo sem fundamentos e descaracterizado ainda que com todos os argumentos apresentados, já não é capaz de embalar uma criança para o sono, e quanto mais os jovens frutas verdes que já não acreditam mais, por isso estes hoje o desafiam publicamente em Luanda e Angola em geral como nunca aconteceu nos tempos idos.
Neste discurso, ficou claro que para JES e CC do MPLA tudo que Angola vive são situações perfeitamente normais e que os Angolanos devem continuar a aceitar sem contestar.
A corrupção, a fome e miséria que grassam em todas as províncias, as mortes exageradas nos hospitais, estradas mal concebidas e ainda por cima com rotundas, a construção de condomínios caros e para meia dúzia de pessoas, e tantos outros males são perfeitamente normais e bem-vindos em Angola.
Se assim for o JES parece estar a querer dizer que há muita maralha para pouca boiada, isto é, conforme a cantora naquela canção “caroço quente”. Quer dizer que, o que Angola produz não dá para se partilhar com o povo, pois é muita maralha, que somente os escolhidos podem comer e beneficiar da economia ou a boiada, luengos que até já são raros, maboques e outros frutos silvestres, enfim.
Duvido que este discurso tenha encantado a todos do MPLA, pois o JES se deu uma pedrada na mão e está arrumado, é somente questão de dias, e conforme aquela cantora da nossa praça, muito bem canta.
Caroço na pedrada e faísca na mão arruma para o lado qualquer pessoa. Os jovens sempre foram e será a força motriz de qualquer nação, por isso não podem ser vistos como se de uma fruta verde se tratasse, por sinal não dá para se comer, quem não se lembra de uma manguinha verde comida com sal e picante?
Bem-hajas toda a juventude Angolana!
Bem-haja a cantora com o seu caroço quente!
Nsangu a Mbote
NP

Angola: Policias impedem manifestações em Luanda e no Bengo




ANGOLA 24 HORAS

Duas manifestações previstas para esta sexta feira, uma nas imediações de Luanda e outra na província do Bengo, tiveram que ser adiadas devido à presença de um forte dispositivo policial.

Em Angola um forte dispositivo policial obrigou à desmobilização de duas manifestações marcadas para esta sexta-feira santa. A primeira realizada pelos habitantes do município do Cazenga, e a segunda pelos professores na província do Bengo. Os organizadores alegam terem sofrido intimidações por parte das forças de segurança, que marcaram presença nos locais onde as manifestações teriam lugar.
Em Luanda os munícipes do Cazenga, que já vieram dizer que vão escolher nova data para o protesto, pretendem insurgir-se contra a degradação de habitabilidade no município. A população queixa-se, ainda, das condições das vias rodoviárias, que estão intrasitáveis e a maior parte das infra-estruturas sociais, como as escolas e postos sanitários, deixaram de funcionar depois das chuvas.
Os munícipes responsabilizam o governo pela degradação das condições sociais, aliadas à má qualidade da obras publicas que são feitas no município mais populoso de Luanda.
Na região do Bengo, os professores do ensino primário e secundário resolveram adiar a manifestação para o próximo sábado, dia 30 de abril. As reivindicações sociais e a actualização das carreiras estão na base do protesto.
RFI

Angola: JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS DEVE DEIXAR O PODER





“Abílio Kamalata Numa disse esperar que o Presidente Eduardo dos Santos aproveite o Congresso Extraordinário do seu partido para anunciar a sua saída da cena política angolana”
A cada dia que passa, José Eduardo dos Santos fica mais fragilizado, sem ideias para governar, cometendo erros atrás de erros. Contudo, fica também mais agarrado ao poder, como uma criança se agarra ao primeiro brinquedo.
No mês passado, desta tribuna, defendi a tese de que o Presidente Eduardo dos Santos devia aproveitar o Congresso Extraordinário do seu Partido, no final do mês, para anunciar a sua retirada da cena política. O anúncio, agora, de uma saída airosa seguida ou precedida de explicações plausíveis, transparentes e verificáveis sobre o estado das finanças públicas, seria bem acolhido pela Nação angolana e poderia conduzir a uma amnistia geral para os crimes de corrupção para o benefício de todos quantos o Presidente arrastou para esse lamaçal. De outro modo, muitos defendem que o Presidente terá de ser julgado.
Se os presidentes da Tunísia, do Egipto e do Yemen foram obrigados a partir devido à sua longevidade no poder e à má governação crónica, JES terá de partir também, porque está em pior situação: JES tem três problemas sérios: (1) longevidade no poder – está há 32 anos; (2) legitimidade – nunca foi eleito, usurpou o exercício do poder pelo povo e anulou o instituto da eleição presidencial; (3) corrupção – não conseguiu impedir que uma oligarquia enriquecesse ilicitamente com fundos públicos à custa da pobreza crescente da esmagadora maioria.
Infelizmente, o discurso recente do Presidente JES revelou que ele não ouviu o nosso apelo, não compreende o sofrimento do povo e não entende que não tem mais condições políticas para continuar a governar.
O Presidente falou para o seu próprio ego e mostrou que não tem capacidade para perceber que está na hora de partir, para dar alguma esperança a esse país. O discurso do Presidente revelou um homem que não se envergonha por ver gente morrer a fome, jovens sem esperança, famílias sem futuro, e prefere racionalizar a pobreza com demagogia.
O Presidente JES não pode fugir agora às suas responsabilidades. Ele é o único responsável pela governação do país. Quem controla o dinheiro do país é ele. Quem executa e gere o orçamento do Estado é ele. Quem decide sobre as compras mal feitas e os contratos das obras descartáveis que custam ao Tesouro centenas de milhões de dólares, é ele. Quem controla as vendas do petróleo e dos diamantes é ele. Só ele é o “Poder Executivo do Estado.” O Conselho de Ministros só abana a cabeça, concordando, não delibera mais, porque JES transformou-o num órgão de consulta. Como só ele manda, então só ele deve ser responsabilizado.
Quando o Presidente nasceu já havia pobreza, sim senhor, mas não havia angolanos milionários. O problema não está na pobreza dos anos 1940. O problema está na riqueza injusta e imoral dos anos 2000 e 2010. O problema está na forma como governantes utilizaram os dinheiros públicos para empobrecer os governados, que são os donos do dinheiro, digamos.
Foram os governantes que empobreceram os governados. Entre os colonos, os ricos eram a classe de empreendedores, os industriais, os agricultores do café, do milho, do sisal, etc. Os ricos não eram os governantes nem os seus filhos!
JES iniciou um programa de acumulação de capital, em Angola e no mundo, para consolidar a sua posição de Chefe da pirâmide do poder. Penetrou nos sectores financeiros da Banca e seguros, construção civil, minas, comércio, hotelaria e outros serviços comerciais, tudo com fundos subtraídos de modo sofisticado do erário público. De facto, JES operou um golpe ao próprio MPLA, para consolidar o seu poder pessoal. E utilizou em 2010 um documento normativo, a Constituição da República, não como instrumento de limitação do poder, mas como instrumento de perpetuação do poder.
JES não tem condições políticas nem morais para continuar a governar Angola. O Estado de JES faliu porque perdeu a probidade e a moral na condução dos negócios públicos.
O Presidente não pode escapar a um julgamento por corrupção e pelos crimes de violação grave da Constituição que atentam contra o Estado democrático de direito. São milhares os cidadãos informados que defendem que JES seja destituído e julgado nos termos previstos no artigo 129º da CRA.
Se o Presidente JES não vier a público agora explicar como é que uma minoria enriqueceu à custa do sofrimento e da pobreza da grande maioria, terá que dar esta explicação em Tribunal.
Se esta explicação for dada agora, e o Presidente assumir, de uma vez por todas, que foi ele que autorizou a saída de fundos públicos para empreendimentos privados, no quadro de uma política de Estado que visou criar os primeiros capitalistas angolanos para fomentar o desenvolvimento, e criar empregos; se ele explicar que estes dinheiros estão controlados e que beneficiaram apenas cidadãos nacionais; se ele assumir que os rendimentos destes fundos revertem para programas de redução da pobreza; se ele assumir que a partir de agora ninguém mais rouba mais; se ele declarar os seus bens de forma transparente, acreditamos que a Nação poderá aprovar uma lei de amnistia geral contra os crimes de corrupção e criar o ambiente para um verdadeiro programa nacional de renovação social.
Tudo indica que o Presidente JES tem pouco tempo para dar esta explicação e assumir as suas responsabilidades. Nenhum governo futuro irá incriminar outras pessoas, porque no nosso sistema político quem manda é um só. Quem autoriza, quem decide é um só.
É verdade que não há país no mundo em que não haja corrupção, mas o Presidente se esqueceu de dizer que são poucos onde a corrupção chegou ao nível do nosso país e se tornou tão endémica. Ele explicou de onde vem a pobreza, mas esqueceu-se de explicar que Angola é o único país do mundo onde os filhos do presidente e os seus amigos ficam ricos do dia para a noite. Ele disse que não tem vinte biliões de dólares em bancos estrangeiros, mas não foi capaz de dizer quanto é que tem e como o conseguiu.
E quer nos fazer crer que o Banco Nacional de Angola, que não teve capacidade de evitar, detectar ou controlar o desaparecimento de mais de 6 biliões das suas reservas, há cerca de dois anos, seria capaz de descobrir em nome de quem e em que Bancos está registada a dita fortuna de José Eduardo dos Santos.
Perante o quadro do país que ele próprio reconheceu, e tendo em conta a falta de resultados dos seus inúmeros programas, o mais sensato e democrático seria o Presidente José Eduardo dos Santos assumir publicamente que não é capaz de fazer melhor e renunciar ao cargo ou ir embora como prevê a Constituição que ele mesmo promulgou.

UNITA

CONFLITOS E PIRATARIA AMEAÇAM PAZ NA CPLP





Os conflitos políticos, as mudanças inconstitucionais de governos democraticamente eleitos, o tráfico fronteiriço e a pirataria constituem umas das ameaças à paz, à segurança e à ordem na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Falando ontem em Maputo na abertura da XIII reunião dos Chefes de Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA) da CPLP, Filipe Nyusi, Ministro da Defesa Nacional, apontou ainda o terrorismo internacional, a imigração ilegal e as crises económicas como outros atentados ao desenvolvimento harmonioso de Moçambique, Angola, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, Brasil, Timor-Leste e Portugal.   

“A XIII reunião acontece numa altura em que aquilo que ontem constituía uma simples visão sobre o futuro, hoje se torna realidade indiscutível e inevitável, refiro-me ao carácter transnacional das ameaças, dos riscos e dos desafios que colocam a segurança internacional e dos nossos países em particular”, disse Nyusi.

Face ao cenário, o governante exortou as altas chefias militares reunidas desde ontem na capital ao diálogo, afirmando que a CPLP figura como um conveniente fórum de concertação e que é indispensável a construção de uma capacidade de defesa compatível aos desafios da época.  

O titular da pasta de Defesa Nacional desafiou os presentes para que, entre outros assuntos, o encontro de Maputo trate com prioridade a questão da segurança marítima, a problemática da plataforma continental bem como a consolidação das democracias e a cultura de paz e estabilidade na CPLP.

Entretanto, três chefes do Estado-Maior General participantes, nomeadamente de Timor-Leste, Taur Ruak, Cabo Verde, Fernando Ferreira, e de Portugal, Luís de Araújo, consideram positiva a cooperação militar na CPLP, mas advogam a necessidade da interacção ser melhorada em alguns aspectos, com destaque para a formação.  

A reunião de Maputo, que se realiza com a ausência de Guiné-Bissau, tem, entre outros pontos de agenda, a segurança marítima no espaço da CPLP, necessidade de intensificação a formação dos militares e discussão de aspectos relevantes com vista à melhoria da cooperação entre os Estados-membros da comunidade.


Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa começa terça-feira





A segunda edição do evento abrirá com um filme brasileiro: "Lixo Extraordinário", de Lucy Walter.

Lisboa - A segunda edição do FestIn - Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa começa na próxima terça-feira, 26, em Lisboa, prolongando-se até 1 de maio. Durante o evento uma das homenagens será para o cineasta português Manoel de Oliveira.

A abertura do certame será feita terça-feira à noite com um filme brasileiro. Dirigido por Lucy Walter, "Lixo extraordinário", de 2010, é a longa metragem que abre a programação no Cinema São Jorge, na capital portuguesa.

Na programação, durante a semana, haverá filmes de Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé, Timor Leste e Cabo Verde.

No encerramento do FestIn será ainda feita uma retrospectiva da obra do realizador português João Botelho.

O festival tem como principal objectivo fomentar a interculturalidade, a inclusão social e o intercâmbio cultural nos países de língua portuguesa através da realização de "um festival de cinema comprometido com a divulgação de diferentes culturas e práticas de respeito à diversidade presente nos povos de Língua Portuguesa".


Defensor viaja ao Timor-Leste dando continuidade a missão da DPU

DPU - Brasil

Curitiba, 18/04/2011 – O Defensor Público Federal de Primeira Categoria Dennis Otte Lacerda assume no próximo dia 25 (segunda-feira) a representação da Defensoria Pública da União (DPU) no Projeto Apoio ao Fortalecimento do Setor de Justiça de Timor-Leste V Fase. O Defensor deixou o Brasil ontem, rumo ao país asiático, onde permanecerá na missão internacional por, no mínimo, um ano.

O Timor-Leste, cuja capital é Díli, é um dos países mais jovens do mundo. Obteve a independência definitiva em 2002, após uma guerra civil que deixou o país devastado. É neste contexto que se insere o projeto de apoio ao fortalecimento do setor da justiça timorense, desenvolvido pelo governo brasileiro com apoio da Organização das Nações Unidas.

O Defensor Dennis Otte Lacerda mostra interesse pela construção e aperfeiçoamento das instituições jurídicas do Timor-Leste. “O país asiático passa por uma verdadeira ‘ebulição’ jurídica, trabalhando com o que há de mais avançado no campo do direito, e para a assistência jurídica ao cidadão carente adotou o modelo brasileiro capitaneado pela Defensoria Pública da União”, analisa.

Lacerda ingressou na DPU em 2003, lotado inicialmente na Unidade de Caxias do Sul, passando por Porto Alegre e Curitiba, onde exerceu o cargo de Defensor Público-Chefe. Ele foi selecionado para a missão em sorteio realizado em janeiro deste ano, presidido pelo Defensor Público Federal Cloves Pinheiro da Silva, assessor do Defensor Público-Geral Federal.

Timor-Leste

O Timor-Leste, com 900 mil habitantes, teve a colonização iniciada por mercadores e missionários de Portugal em 1515, sendo atualmente o único país independente da Ásia de língua oficial portuguesa. A declaração de independência ao domínio português ocorreu em 28 de novembro de 1975, mas seguida da invasão indonésia. A chamada Restauração da Independência aconteceu no dia 20 de maio de 2002.

A missão  tem apoio da ONU, por meio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), e participação da Agência Brasileira de Cooperação (ABC). A presença da DPU foi inaugurada pela Defensora Pública Federal Zeni Alves Arndt, sucedida pelos Defensores Públicos Federais Rodrigo Esteves Rezende, Afonso Carlos Roberto do Prado, que retornou ao Brasil em 2010, e Paulo Unes, falecido durante a missão, em 23 de setembro passado.

Comunicação Social DPGU

“FRETILIN, CNRT PRONTO CONTRA VIOLENSIA”




EUGÉNIO PEREIRA – JORNAL INDEPENDENTE

Díli - “Sekretariu Jerál Partidu FRETILIN, Dr. Marí Alkatiri, deklara katak partidu istóriku FRETILIN no Partidu Consellu Nasionál Rekonstrusaun Timor (CNRT) pronto hamutuk atu rejeita totalmente violensia no krimi, garante estabilidade no seguransa iha eleisaun2012.

Marí Alkatiri, informa kestaun ne’e hafoin hamutuk ho PM Xanana Gusmão ba hasoru Prezidente da Repúblika horseik hodi koalia kona ba asuntu rai laran, liliu situasaun ba eleisaun jeral nian.

“Ami halo enkontru regular ho Prezidente Ramos Horta hodi konsulta kona ba situasaun jeral TL i ami hotu-hotu hato’o preokupasaun ida ne’ebé bele dehan hotu-hotu tenke kontribui para eleisaun jeral 2012 tenke sai eleisaun ne’ebe diak, para ita hapara ona kultura violensia, tenke para ona, tenki sai fali kultura de paz,”dehan Alkatiri ba Jornalista iha Palacio Prezidente Aitarak-Laran Dili, horsehik.

Alkatiri salient liu tan katak iha eleisaun jeral tinan uluk mak mosu violensia sunu uma no krimi oioin mosu, maibe ba nia dehan ba eleisaun 2012, sira garante sei la’o ambiente paz no dame iha distritu no suku tomak.

Nune’e mos Primeiru Ministru no atúal Prezidente CNRT, Kay Rala Xanana Gusmão hatete katak, sira nia parte sei hato’o mos ba joventude CNRT no Joventude FRETILIN sei la halo violensia iha 2012, katak, ba membru sira ne’ebe involve iha violensia durante eleisaun, sei hasoru PNTL no hetan kastigu tuir lei.

“Ami iha komitmentu boot ba situasaun hotu sei la bele mosu konflitu tan,”dehan Xanana.

Asuntu seluk ne’ebé importante mos ba kona ba oinsa lider politiku sira hamutuk ho igreja atu prepara lider jerasaun foun aban bainrua nian, nu’udar follow up ba enkontru ne’ebe tinan kotuk hala’o ona iha sub-distritu Maubesi konaba preparasaun lider jerasaun foun sira.

“Enkontru iha Maubise un (I) iha tiha, agora ami sei bolu Dom Basílio ne’ebe ami intrega kna’ar ida ne’e, ne’e mak ohin ami hahu prepara na hodi ko’aloa ba malu dehan saida mak atu ko’alia ho Amu Bispu hodi prepara fatin no sa loron mak Maubesi doiz (II) sei realize,”dehan PM Xanana.

Alkatiri Aumenta liu tan hodi informa katak enkontru ne’e koalia mos konaba decade iha tinan 2020 katak, Timor Leste tenki hetan mudansa maka’as iha dezenvolvimentu no Paz.

Bispo Dom Basilio rasik, antes ne’e informa katak, Igreja sei prepara kondisaun tomak hodi forma jerasaun foun sira, ne’ebe presija tempo naruk atu halo debate diak liutan.

Iha parte seluk, Prezidente Repúblika, José Ramos Horta informa katak inkontru ne’ebe nia halo ho lider partido rua ne’e, debate konaba politika estadu atu forma jerasaun foun Timor Leste i ko’alia mos konaba politika FRETILIN no CNRT nu’udar Partidu bo’ot atu hamutuk rejeita Violensia iha tinan 2012 mai.

“Ami husu ona ba partidu FRETILIN, CNRT no partidu sira hotu-hotu atu hametin liu tan dame iha eleisaun 2012, dame tenki metin,”dehan Prezidente Ramos Horta.

“Ami sei ko’alia nafatin fo apoia ba jerasaun politika foun hodi hala’o kolaborasaun diak husi maun boot Xanana Gusmão, Dr. Marí Alkatiri no lider Partidu seluk tan,”hattutan Horta.

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