domingo, 5 de junho de 2011

Eleições: PSD GANHA, PORTUGAL VIRA À DIREITA E SÓCRATES DEMITE-SE DE LÍDER DO PS




LUCIANO ALVAREZ - PÚBLICO

José Sócrates assumiu a derrota nas eleições e apresentou a sua demissão da liderança do PS.

Já não há dúvidas que o PSD ganhou as eleições sem maioria absoluta, mas essa maioria pode ser obtida com os votos juntos do PSD e CDS.

José Sócrates, pelas 21h20 deste domingo, quando já estavam apuradas mais de 80 por cento das freguesias, assumiu a derrota e apresentou a demissão de secretário-geral dos socialistas.

“Não me escondo atrás das circunstâncias. Esta derrota é minha e é chegado o momento de abrir um novo ciclo político no PS”.

José Sócrates assegurou ainda que se vai manter como militante de base, assegurando que não assumirá qualquer cargo político, nomeadamente o de deputado. “Não quero condicionar a futura liderança do PS”, afirmou o ainda secretário-geral do PS.

“Regresso à condição de militante de base. Deixarei a primeira linha da actividade política e não pretendo ocupar qualquer cargo político”, salientou.

Sócrates recusou-se também a falar num nome para o seu sucessor como secretário-geral do PS, afirmando que o seu voto vale apenas um voto.

Sócrates revelou ter já pedido pediu ao presidente do PS, Almeida Santos, para que convoque com urgência a Comissão Nacional dos socialistas, de forma a que seja marcado um congresso extraordinário, tendo em vista eleger uma nova direcção.

António José Seguro, apontado como um possível sucessor de Sócrates, recusou-se para já a fazer qualquer declaração.

Durante o seu discurso, o ainda líder do PS revelou que já tinha telefonado para Passos Coelho a felicita-lo pela vitória. E acrescentou: “Desejo sinceramente o que desejaria para mim próprio e para qualquer outro que os portugueses escolhessem neste tempo de dificuldades. Desejo que encontre no fundo de si mesmo a sabedoria, a prudência e o sentido de justiça para liderar este país.”

Sócrates voltou a manifestar a disponibilidade do PS “para o diálogo e o entendimento” para resolver a crise em que Portugal se encontra. “Nunca o país precisou tanto de diálogo e de compromisso e isso não mudou com o resultado das eleições. Reafirmo portanto a disponibilidade do PS para o diálogo e para os compromissos e entendimentos que, em coerência com o seu projecto, sejam necessários para que o país possa atravessar esta crise que atravessamos”, afirmou.

“Os votos do PS estarão como sempre ao serviço de Portugal”, acrescentou José Sócrates.

Sócrates agradeceu a todos os socialistas e portugueses que sempre estiveram com o PS e com o Governo e salientou o trabalho feito por todos na campanha eleitora.

Já no período de perguntas e respostas, o ainda secretário-geral socialista teve de pedir calma aos militantes para ouvir as perguntas dos jornalistas, já que por duas vezes foram assobiados pelos presentes.

Portugal: ELEIÇÕES LEGISLATIVAS 2011, PONTO POR PONTO




Redação

AS ASSEMBLEIAS DE VOTO JÁ ENCERRARAM NO CONTINENTE

- As televisões já divulgaram projecções relativas aos valores da abstenção, que se cifram entre os 38 e os 45%
- De acordo com a Direcção Geral da Administração Interna (DGAI), estão habilitados a exercer o seu direito de voto 9.626.305 cidadãos
- Concorreram a estas eleições 17 forças políticas, mas apenas 9 partidos e uma 1coligação concorreram a todos os círculos eleitorais.
- PS já fala em “derrota honrosa” pela voz de Vitalino Canas ao entrar no Hotel Altis, local onde o PS acompanhará o decorrer da noite eleitoral.
- Passos Coelho declarou após o encerramento das assembleias de voto “estar tranquilo.
- A abstenção pode ser superior à de todas as outras eleições. É admitido que ultrapassem os 46 por cento.
- Projeção aponta para maioria absoluta PSD-CDS.
- Passos Coelho vai ser o primeiro-ministro de Portugal.
- PS já reconheceu a derrota
- Terminou o ciclo de José Sócrates - disse Pedro Mota Soares do CDS
- CDU diz que consolidou o seu eleitorado e provavelmente vai crescer, com base nas projeções.
- Bloco de Esquerda é um grande derrotado, isso mesmo foi reconhecido na sede dos bloquistas. O BE perdeu o deputado de Coimbra.
- PSD ainda não fala de cenários nem de coligação com o CDS - Miguel Relvas, PSD.
- Passos Coelho afirma que mantém o que disse: "Tendo maioria ou não convidará sempre o CDS para integrar o seu governo."
- José Sócrates já telefonou a Pedro Passos Coelho a feliciar o PSD pela vitória nestas eleições.
- SIC Notícias anuncia que José Sócrates fará uma comunicação às 21 horas. 
- As televisões, rádios e demais orgãos de comunicação social aguardam a declaração de Sócrates há cerca de 15 minutos para além da hora anunciada. Está a ser anunciado que Sócrates se vai demitir de secretário geral do PS.
- Sócrates discursa e saúda publicamente o PSD e Pedro Passos Coelho.
- Sócrates manifesta a disponibilidade do PS para colaborar com o novo governo com base no diálogo.
- "Esta derrota eleitoral é minha e assumo-a", diz Sócrates.
- Sócrates pede um congresso extraordinário no PS para ser eleita outra direção e outro secretário geral do PS.
- "Regresso com orgulho à condição de militante de base do PS", afirma Sócrates.
- Sócrates demite-se de Secretário Geral.
- "Termino este mandato com serenidade interior", Sócrates. "Não levo ressentimentos, nem amarguras". "Profunda gratidão aos portugueses por me terem dado a oportunidade de ter sido primeiro ministro". "A partir de agora a minha vida não vai ser pública". Foram algumas das afirmações do PM derrotado.
- Sócrates dispôs-se a responder demoradamente às perguntas dos jornalistas presentes.
- Bloco de Esquerda perde metade dos eleitores e metade dos deputados.
- CDU ganha mais um deputado no distrito de Faro. Jerónimo de Sousa considera uma vitória o resultado conseguido nestas eleições.
- Francisco Louçã, do BE, assume ser o primeiro dos responsáveis na perda de deputados. Reconhece a grande derrota. "Aprende-se mais com as derrotas do que com as vitórias."
- Há a probabilidade de o CDS conseguir menos deputados, transformando-se num dos perdedores.
- PS: António José Seguro não confirma se vai candidadtar-se a secretário geral do partido no congresso extraordinário. Seguro diz somente que "o partido pode contar comigo".
- No CDS Paulo Portas prepara-se para fazer a declaração sobre os resultados eleitorais. Sabe-se que o CDS consegue eleger mais um deputado que nas eleições legislativas anteriores.
- Militantes e dirigentes do CDS esperavam obter melhores resultados nestas eleições.
- CDS em declarações: Paulo Portas congratula-se pelo civismo com que decorreu a
campanha eleitoral. Saúda os eleitores que votaram e afirma que a abstenção muito alta, refere 40 por cento, também devido à desatualização dos cadernos eleitorais.
- Agradece aos que votaram CDS. "O CDS consolida os dois digitos nas percentagens e teve nestas eleições mais um deputado e mais eleitores a votar nele". "Podemos vir a atingir 24 deputados". "Confirmo a disposição do CDS para construir uma maioria com o PSD".
- Há uma maioria parlamentar. Como já era esperado.
- O CDS vai formar governo com o PSD.
- "PSD e CDS não têm interesse em crispar as relações com o PS", disse Portas.
- PSD: Pedro Passos Coelho saúda os portugueses que foram a votos. Regozija-se com a vitória do PSD. "Os portugueses terão um governo de maioria para os próximos quatro anos", afirma Passos Coelho. "O meu compromisso é o da transparência total e o do trabalho absoluto". "Esta noite quem ganhou foi Portugal" "Conto com todos os portugueses para fazer desta situação dificil uma grande oportunidade..."


22:30 - Resultados provisórios dod deputados já eleitos para a AR

***POSTAGEM COMPACTA EM ATUALIZAÇÃO PERMANENTE

*TV ONLINE EM DIRETO - Recomendamos que escolha da lista TVI24 ou SIC NOTÍCIAS


Brasil: BOMBEIROS DO RIO AQUARTELAM-SE EM PROTESTO CONTRA REPRESSÃO POLICIAL




FYRO - LUSA

Rio de Janeiro, 05 jun (Lusa) -- Elementos do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro anunciaram hoje que ficarão aquartelados em todos os municípios do estado e só deixarão as unidades em casos de extrema urgência, noticia a imprensa local.

A decisão foi tomada um dia após o Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope) ter reprimido e detido 439 bombeiros e familiares que exigiam aumentos salariais para a corporação.

Durante os protestos, os bombeiros ocuparam, na madrugada do sábado, o Quartel Central da instituição, no centro da cidade, onde também estavam mulheres e filhos dos profissionais.

Os bombeiros protestaram contra o excesso de violência durante a repressão, alegando que havia crianças e mulheres no local e a manifestação era pacífica.

Os polícias do Bope entraram com fuzis e chegaram a dar tiros para o ar ao entrar no quartel.

O episódio culminou ainda na exoneração do comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Pedro Marcos Machado.

Em conferência de Imprensa após os incidentes, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, classificou de "inaceitável" o comportamento dos manifestantes e adiantou que serão acusados de crimes administrativos e criminais pela invasão do Quartel General.

Os bombeiros do Rio têm realizado pequenas manifestações desde meados de abril a pedir aumentos salariais e melhores condições de trabalho, mas ainda não conseguiram ver satisfeitas as suas reivindicações.

A PENSAR NAS ELEIÇÕES PORTUGUESAS




BOAVENTURA SOUSA SANTOS – OPERA MUNDI – 05 junho 2011

Nos próximos tempos, as elites conservadoras europeias, tanto políticas como culturais, vão ter um choque: os europeus são gente comum e, quando sujeitos às mesmas provações ou às mesmas frustrações por que têm passado outros povos noutras regiões do mundo, em vez de reagir à europeia, reagem como eles. Para essas elites, reagir à europeia é acreditar nas instituições e agir sempre nos limites que elas impõem. Um bom cidadão é um cidadão bem comportado, e este é o que vive entre as comportas das instituições.

Dado o desigual desenvolvimento do mundo, não é de prever que os europeus venham a ser sujeitos, nos tempos mais próximos, às mesmas provações a que têm sido sujeitos os africanos, os latino-americanos ou os asiáticos. Mas tudo indica que possam vir a ser sujeitos às mesmas frustrações. Formulado de modos muito diversos, o desejo de uma sociedade mais democrática e mais justa é hoje um bem comum da humanidade. O papel das instituições é regular as expectativas dos cidadãos de modo a evitar que o abismo entre esse desejo e a sua realização não seja tão grande que a frustração atinja níveis perturbadores.

Ora é observável um pouco por toda a parte que as instituições existentes estão a desempenhar pior o seu papel, sendo-lhes cada vez mais difícil conter a frustração dos cidadãos. Se as instituições existentes não servem, é necessário reformá-las ou criar outras. Enquanto tal não ocorre, é legítimo e democrático atuar à margem delas, pacificamente, nas ruas e nas praças. Estamos a entrar num período pós-institucional.

Os jovens acampados no Rossio e nas praças de Espanha são os primeiros sinais da emergência de um novo espaço público – a rua e a praça – onde se discute o sequestro das atuais democracias pelos interesses de minorias poderosas e se apontam os caminhos da construção de democracias mais robustas, mais capazes de salvaguardar os interesses das maiorias. A importância da sua luta mede-se pela ira com que investem contra eles as forças conservadoras. Os acampados não têm de ser impecáveis nas suas análises, exaustivos nas suas denúncias ou rigorosos nas suas propostas. Basta-lhes ser clarividentes na urgência em ampliar a agenda política e o horizonte de possibilidades democráticas, e genuínos na aspiração a uma vida digna e social e ecologicamente mais justa.

Para contextualizar a luta das acampadas e dos acampados, são oportunas duas observações. A primeira é que, ao contrário dos jovens (anarquistas e outros) das ruas de Londres, Paris e Moscou no início do século XX, os acampados não lançam bombas nem atentam contra a vida dos dirigentes políticos. Manifestam-se pacificamente e a favor de mais democracia. É um avanço histórico notável que só a miopia das ideologias e a estreiteza dos interesses não permite ver. Apesar de todas as armadilhas do liberalismo, a democracia entrou no imaginário das grandes maiorias como um ideal libertador, o ideal da democracia verdadeira ou real. É um ideal que, se levado a sério, constitui uma ameaça fatal para aqueles cujo dinheiro ou posição social lhes tem permitido manipular impunemente o jogo democrático.

A segunda observação é que os momentos mais criativos da democracia raramente ocorreram nas salas dos parlamentos. Ocorreram nas ruas, onde os cidadãos revoltados forçaram as mudanças de regime ou a ampliação das agendas políticas. Entre muitas outras demandas, os acampados exigem a resistência às imposições da troika para que a vida dos cidadãos tenha prioridade sobre os lucros dos banqueiros e especuladores; a recusa ou a renegociação da dívida; um modelo de desenvolvimento social e ecologicamente justo; o fim da discriminação sexual e racial e da xenofobia contra os imigrantes; a não privatização de bens comuns da humanidade, como a água, ou de bens públicos, como os correios; a reforma do sistema político para o tornar mais participativo, mais transparente e imune à corrupção.

A pensar nas eleições acabei por não falar das eleições. Não falei?

*Boaventura de Sousa Santos é diretor do Centro de Estudos Sociais, Laboratório Associado, da Universidade de Coimbra. Artigo originalmente publicado pela Carta Maior.

Leia mais:

Peru - Eleições: Abriram as assembleias de voto para segunda volta das presidenciais




EL - LUSA

Lima, 05 jun (Lusa) -- A segunda volta das eleições presidenciais que se realiza hoje no Peru, em que estão inscritos mais de 19 milhões de eleitores, começou com a abertura das assembleias de voto, às 08:00 locais (14:00 de Lisboa).

Os eleitores, que vão escolher entre Ollanta Humala e Keiko Fujimori, podem votar até às 16:00 locais (22:00 de Lisboa).

O voto é obrigatório para os peruanos com idades compreendidas entre os 18 e 70 anos e a multa vai dos 18 aos 72 soles (entre cinco a 20 euros), conforme o nível económico do infrator.

Os dois candidatos são o ex-militar Ollanta Humala e Keiko Fujimori, filha do polémico ex-presidente Alberto Fujimori.

As últimas sondagens divulgadas pela imprensa peruana anteveem uma eleição renhida, ao anunciarem um possível empate técnico.

O líder do Partido Nacionalista peruano, Ollanta Humala, 48 anos, foi o vencedor da primeira volta das presidenciais, realizada a 10 de abril, com 31,7 por cento dos votos, enquanto que Keiko Fujimori, 36 anos, alcançou 23,4 por cento.

O sistema político peruano tem por base um regime presidencialista com um mandato de cinco anos renovável, mas não de modo consecutivo, e um Parlamento unicameral.

O país é liderado desde 2006 por Alan Garcia, um social-democrata que já tinha assumido a presidência peruana entre 1985 e 1990. Nos últimos cinco anos, Garcia impôs ao país uma política económica liberal.

Iémen: OPOSIÇÃO QUER IMPEDIR REGRESSO DO PR ALI ABDALLAH SALEH AO PAÍS




EL - LUSA

Sanaa, 05 jun (Lusa) -- A oposição parlamentar iemenita anunciou hoje a intenção de impedir o regresso ao país do Presidente Ali Abdallah Saleh, hospitalizado na Arábia Saudita na sequência dos ferimentos sofridos com o atentado de sexta-feira em Sanaa.

A hospitalização na Arábia Saudita "constitui para nós o princípio do fim deste regime tirânico e corrupto. Vamos tentar, com todas as nossas forças impedir o regresso", disse à AFP o porta-voz da oposição parlamentar, Mhammed Qahtan.

Abadallah Saleh ficou ferido na sexta-feira, quando o palácio presidencial foi atacado, e evacuado sábado para a Arábia Saudita para receber tratamento médico.

A sua ausência do país coincide com o crescente deteriorar da situação, com relatos de ataques armados contra civis e forças governamentais em vários locais.

Na cidade portuária de Aden, dois soldados ficaram feridos quando um engenho explosivo foi arremessado contra o local em que se encontravam, num bairro da cidade, no sul do Iémen.

Ainda no sul do país, zona onde a atividade de elementos ligados à rede terrorista da Al-Qaida é notória, fontes da segurança anunciaram que nove soldados morreram numa emboscada a uma coluna militar, atribuindo a responsabilidade da ação a desconhecidos.

A morte destes nove soldados faz subir para 13 o total de militares governamentais mortos hoje em várias ações.

Israel: TREZE MORTOS E MAIS DE 225 FERIDOS JUNTO AOS MONTES GOLÃ





Treze pessoas morreram e mais de 225 ficaram feridas na sequência dos disparos feitos hoje pelo exército israelita sobre palestinianos e sírios que tentavam passar a linha de cessar-fogo nos Montes Golã, junto da fronteira israelo-síria, acusou a televisão síria.

Os militares israelitas dispararam para dispersar manifestantes pró-palestinianos que tentavam entrar à força em Israel a partir da área fronteiriça de Majdal Chams, num protesto contra a ocupação desses territórios por Israel após a guerra de 1967.
Os protestos foram desencadeados pela passagem do aniversário da "Nakba" ("Catástrofe" em árabe), que assinala a derrota árabe de 1967.

Centenas de manifestantes, agitando bandeiras palestinianas e sírias, tentaram ultrapassar uma primeira barreira de arame farpado, perto de Majdal Chams, junto aos Montes Golã.

"Apesar das inúmeras advertências, verbais e com tiros de aviso, dezenas de sírios continuaram a aproximar-se da linha de fronteira e as forças armadas de Israel não tiveram alternativa senão abrir fogo para os pés dos manifestantes para os tentar dissuadir", disse um porta-voz do exército israelita.

Cerca de 20 quilómetros a sul do local, uma centena de manifestantes tentou igualmente passar a linha de cessar-fogo em Kouneitra, segundo fontes militares.

Um forte dispositivo militar israelita foi desdobrado desde sexta-feira na região, zona de confluência de localidades drusas, para prevenir eventuais infiltrações e manifestantes pró-palestinianos.

No passado dia 15 de maio, durante o aniversário da "Nakba", quatro pessoas morreram quando tentavam também passar a linha de cessar-fogo, perto de Majdal Chams.

Eleições: Mesmo com o país em crise, campanha eleitoral não empolgou portugueses





Após a renúncia do governo devido à crise financeira, Portugal se prepara para escolher um novo parlamento. Os eleitores, entretanto, não se empolgam com a campanha eleitoral, marcada pela superficialidade.

Nas últimas semanas, muitos analistas políticos observam surpresos a campanha eleitoral portuguesa. Portugal tem eleições parlamentares neste domingo (05/06), mas embora passe por uma das maiores crises das décadas recentes, impossibilitado de pagar suas dívidas sem ajuda externa, com a economia encolhendo, e a população a ponto de sofrer violentas perdas no valor dos salários, a disputa pelos votos dos cidadãos é tão superficial como há muito não se via.

Em vez de procurar causas e soluções para a crise econômica, os candidatos dos grandes partidos preferem discutir trivialidades e difundir slogans superficiais de campanha.

Apatia, em vez de entusiasmo

E a maioria dos portugueses reage à disputa com apatia. Em poucos comícios é possível sentir algum entusiasmo. O Partido Socialista (PS) chegou a fretar ônibus cheios de imigrantes asiáticos para levar um pouco mais de animação aos seus eventos de campanha.

É surpreendente para muitos observadores que os socialistas do PS, que regem o país há seis anos, continuem com cerca de 32% na preferência do eleitorado na maioria das pesquisas de opinião. Isso, apesar da crise econômica e do aumento do desemprego, que atinge cerca de 13% dos portugueses.

Oposição exige mais privatizações

Pelo menos em parte, a tática do primeiro-ministro José Sócrates vem funcionando. Em seus discursos, o socialista adverte sempre contra novas privatizações e contra uma continuação da redução do Estado de bem-estar social. “O que a oposição realmente quer é um sistema de educação para os pobres e um outro sistema de educação para os ricos, exatamente como era antes da Revolução dos Cravos, em 1974", afirmou Sócrates.

O candidato do principal partido da oposição, o Partido Social Democrata (PSD), Pedro Passos Coelho, tenta angariar votos defendendo uma mudança e alegando que o Estado deve se retirar de muitas áreas da vida. O partido já governou Portugal na década de 1990, com uma agenda orientada no mercado.

Governo deve dar o exemplo

Em caso de vitória, o PSD pretende privatizar diversas empresas, tais como o banco público Caixa Geral de Depósitos, a fornecedora estatal de água, um dos dois canais públicos de televisão, as ferrovias portuguesas, assim como os metrôs e ônibus de Lisboa e Porto, apenas para citar alguns exemplos. Além disso, o PSD quer abrir mão da construção de trens de alta velocidade e reduzir o aparato estatal.

"Se o Estado deve economizar para ser mais eficiente, então o próprio governo deve dar o exemplo", reivindica Pedro Passos Coelho. "O Estado deve trabalhar mais e melhor, com menos pessoas, com menos estrutura, com poucos assessores, poucos assistentes e com menos desperdício de recursos."

Uma coalizão é provável

Caso as pesquisas de opinião na semana anterior às eleições estiverem corretas, o PSD pode chegar a 37% dos votos. Se eles realmente forem tão bem, então provavelmente o próximo primeiro-ministro deve ser Pedro Passos Coelho. No entanto, o PSD iria precisar de um parceiro de coligação, que pode ser o conservador CDS-PP que, de acordo com sondagens, está em terceiro lugar, com cerca de 13% das intenções de voto. O presidente do CDS-PP, Paulo Portas, já anunciou que prefere formar uma coalizão de centro-direita com o PSD.

Em qualquer caso, o poder de manobra do futuro governo será severamente limitado. Afinal, o apoio da Europa tem seu preço. A chamada “troika”, formada pela Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional, exige que o país realize inúmeras reformas.

Assim, Portugal se comprometeu a vender ,até o final do ano, a companhia aérea nacional TAP. A Justiça também deve sofrer um processo de reforma para que processos não durem tanto tempo e o valor pago como ajuda de custo deve ser reduzido. As opções políticas são limitadas, já que os três maiores partidos, PS, PSD e CDS-PP, se comprometeram da mesma forma com as medidas de austeridade estipuladas.

Esquerda exige alternativas

Só ficaram de fora desse consenso nacional os dois partidos de oposição, de esquerda, tanto os comunistas tradicionais do PCP que se combinaram com os Verdes na coligação CDU, como os comunistas do Bloco de Esquerda (BE).

Ambos se opõem ao pacote de reformas e exigem um refinanciamento da dívida portuguesa. Segundo eles, o pacote de resgate da UE e do FMI só favorece os bancos e prejudica o Estado de bem-estar social. O secretário-geral do PCP, Jerônimo de Sousa, reivindica uma renegociação imediata da dívida. "As condições do pacote financeiro não são sustentáveis. Devemos renegociar imediatamente e não somente quando o nosso país, a economia, a produção e as finanças estiverem pior", avalia.

De acordo com as pesquisas de opinião, os dois partidos de esquerda têm entre 5% e 7% da preferência dos eleitores. Uma grande parte dos portugueses, aparentemente, não vê alternativa ao pacote de resgate da troika.

Decepção para os eleitores

Muitos cidadãos portugueses se encontram desiludidos com os partidos políticos, em uma eleição onde a maioria dos candidatos sequer tenta discutir causas e soluções da crise profunda que Portugal atravessa. Isso é refletido no alto número de eleitores ainda indecisos e dos que não pretendem votar – um em cada quatro portugueses, segundo as sondagens.

Autor: Johannes Beck (md) - Revisão: Nádia Pontes

Portugal – Eleições: AFLUÊNCIA ÀS URNAS DE 20 POR CENTO ATÉ ÀS 12 HORAS



TSF

Até às 12:00, votaram 20,01% dos eleitores nas eleições que estão a decorrer este domingo, uma taxa inferior à das legislativas de 2009 (21,29%).

Em declarações à TSF, o porta-voz da Comissão Nacional de Eleições (CNE), Nuno Godinho de Matos, considerou que esta diferença não permite tirar conclusões.

«A tendência pode melhorar, no sentido de ir mais gente votar durante a tarde, ou piorar no sentido de diminuir a participação», sublinhou.

O responsável disse ainda que a CNE não recebeu queixas por causa de eventuais problemas com o cartão do cidadão, sublinhando que, ao contrário do que aconteceu nas eleições presidenciais, está tudo a decorrer com «tranquilidade».

 
ATUALIZAÇÃO
Quase 42 por cento dos eleitores votaram até às 16 horas

TSF - Hoje às 17:13

Quase 42 por cento dos eleitores votaram nas eleições legislativas até às 16:00, taxa inferior à das legislativas de 2009 (43.3 por cento), indicou a Direcção-geral da Administração Interna.

Caminho para a democracia será longo, diz presidente de partido democrático de Hong Kong




DM - LUSA

Hong Kong, 04 jun (Lusa) -- O presidente do Partido Democrático de Hong Kong disse hoje que há um longo caminho a percorrer, mas a democracia é um "movimento incontornável na China".

Alberto Ho falava à agência Lusa durante a vigília com que foi assinalado em Hong Kong o 22.º aniversário sobre o massacre na praça de Tiananmen, na capital chinesa.

Ao considerar que "a China está no lado errado mostrando-se contra valores universais", Albert Ho, também deputado, declarou que todo o controlo por parte de Pequim evidencia "insegurança".

Até à democracia é preciso incutir valores e princípios e construir uma mentalidade, explicou o líder do segundo maior partido do Conselho Legislativo de Hong Kong, para justificar a demora no processo de transição no país.

Embora admitindo uma longa marcha, Alberto Ho vê como "muito encorajadora" a forte presença de uma nova geração interessada em saber o que realmente aconteceu a 4 de junho de 1989, quando o exército carregou sobre manifestantes em Tiananmen, causando centenas de mortos.

"É muito interessante ver que muitos jovens se sentem parte do movimento e que sentem a obrigação de lhe dar continuidade", realçou.

Para o líder do Partido Democrático, os jovens precisam de continuar na busca pela verdade e pela democracia, sendo "estimulante ver esta adesão mesmo passados mais de 20 anos sobre o movimento estudantil".

"Hong Kong tem um papel único, de coragem, onde se ouve uma voz que ainda é silenciosa na China", conclui Albert Ho.

Indonesia: BY THE WAY… NOT A GHOST OF CHANCE AT CANNES






Living overseas means few chances to see how the Indonesian film industry is progressing after decades of Soeharto’s scissors and suppression.

Are the newly liberated creative forces challenging the world with their passion and purpose, telling the Indonesia story as never before? Is Jakartawood shaking Hollywood and Bollywood?

Back in the Big Durian, and a chance to check the latest offering — Pocong Mandi Goyang Pinggul. Numerous translations present — take your pick: Shrouded Corpse Bathing while Hip Shaking, or Unstable Dancing Ghost takes a Bath.

Posters showed nubile maidens heading to the bathroom hoping to freshen up. Subtext: They’ll be frightened out of their wits. And presumably their clothes.

The title was a might off-putting — it hardly had the ring of The King’s Speech but sounded more cerebral than Kung Fu Panda 3. The advertising stressed the film had been made in Indonesia and Hollywood. So we got a few over-exposed stock shots of LA and a man in dark glasses who irons his own shirts, proving he’s a real bule (foreigner).

The storyline had promise. Grime and heavy metals come out of our taps, so a ghost would be logical. Rats use our drains as a turnpike, so why not a phantom of the pipes? The special effects might be fun.

Sadly, the ghost never got into the shower. It appeared in bedrooms and hallways looking like a man wearing an ape mask and a white sheet, about as scary as the neighbor’s maid asking for a cup of sugar.

The ghost also popped out of the fridge. This was a good health message, reminding the audience never to leave defrosted fish for more than a week.

There were a few other spooks but they lived in a graveyard, wore clean shrouds despite spending most time in the dirt, shaking their shimmering black locks, lovely as a shampoo commercial.

The happy news here is that even being interred shouldn’t mean a bad hair day.

The slapstick routines included a man chased up a ladder by a ghost, losing bladder control and saturating his pursuer. This had the audience wetting themselves with laughter.

A scene with a dwarf would have offended Western human rights activists, but making fun of the handicapped seems to be a national sport.

There must have been a plot, but maybe I blinked. People dancing in a disco, drinking like fishes and having a car accident. One patient’s face is like the inside of a papaya, but no matter a month later the survivor looks fine.

Our hero likes to Skype with Sasha, his girlfriend in California. This is Sasha Grey , an American porn star who must be desperate for work now she’s turned 23 and started to droop.

The couple exchange heartfelt wit and wisdom: “I miss you.” “I miss you too.” Masochistic Sasha sits on hot leather sofas in a bikini and leans forward a lot, presumably to satisfy the boyfriend who’s turned kinky since the accident.

His worried mum gets a private eye to check the lass. He finds her swimming alone in her luxury villa with the door open. As they do in California.

She can’t talk until she’s showered, which means undoing her top and the tap. Sadly the ghost doesn’t appear — presumably lost somewhere in the plumbing on his way across the Pacific.

Is this burnt-bottom Sasha? No, that’s her deceased twin.

The film ended abruptly. Cell phones switched off and couples started rearranging their clothing. More flesh was exposed inside the theater than on the screen.

Soft porn? This was mush porn — as erotic as a cold shower with a dancing ghost in Antarctica — as intellectually appetising as the leftovers in the frightener’s fridge.

Last year the same company produced The Menstruating Ghost of Puncak. To the producers’ delight, this was condemned by the MUI — the Indonesian Ulema Council.

So far, the self appointed guardians of public morality have wisely refused to act as unpaid promoters and trash this film. It does the job well enough itself.

Take it easy, Cannes. The definitive Indonesian entry will be a while coming yet.

— Duncan Graham

Related News >>

LETTER FROM EAST TIMOR





Nine years on

I seem to be fated to deal with small, troubled islands. It’s nearly three years since, at the request of the Secretary General of the United Nations, Ban Ki Moon, I embarked on the task of helping to reunite Cyprus, an island of 9,000 square kilometres and just over one million people.

Fifteen years ago, as the newly installed Australian foreign minister, I started work on trying to end the civil war in Bougainville. It too is about 9,000 square kilometres in size but with only 180,000 people. With the help of New Zealand, we brought peace to Bougainville, a peace that has lasted ever since.

In May I spent two days in East Timor. It’s not quite an island nation but it takes up about half of an island. It’s twice the size of Bougainville and Cyprus and its population is about the same as Cyprus.

It also dominated my working life for quite a while. The politics of empire made East Timor Portuguese and Christian while the rest of the Indonesian archipelago was largely Muslim and run by the Dutch. The attempt by Indonesia in 1975 to incorporate East Timor into the rest of the archipelago never really worked. By 1998 it was clear it couldn’t work. East Timor would have to have the chance to vote for independence or the violence there would never finish.

The rest you know.

So on May 20 I sat as the guest of President Ramos Horta in the presidential enclosure for the ceremonies celebrating the ninth anniversary of East Timor’s independence. It was a fine ceremony for a small country. Neatly drilled soldiers marched past the President, the prime minister and various dignitaries with all the discipline of a passing out parade at Duntroon. A giant flag was ceremoniously hauled up a gleaming new silver flagpole. Through all this, a recording of Sousa and other well known marching tunes rounded off the martial occasion.

The only light note was when the recorded band played the Monty Python theme tune. Awards were solemnly given to worthy citizens and to the soon-to-retire Portuguese foreign minister. Curiously, the prime minister of Guinea Bissau was also given an award. So during a quiet moment in the ceremony, I Google-searched Guinea Bissau on my mobile.

In the 1990s, East Timor was seriously fashionable. Activists in the pseudo-intellectual bourgeois left wanted Australia to send its army into East Timor to liberate it from the Indonesians. We found a better way. And there we have it. A small, poor, proud new country celebrating its liberty and I was sitting quietly but with idle satisfaction at the back of the presidential enclosure watching.

In 1999 the Indonesian militias burnt every building in Dili to a cinder. Today, they’re all restored. There are new hotels and holiday apartments, plenty of shops and even traffic jams. Everyone complained about the traffic. I told them it was a sign of prosperity.In September 1999 the only traffic was military.

East Timor’s left the news cycle now. It’s a success. Not rich of course, although the deal negotiated over oil and gas has given East Timor a nest egg of $8 billion already with plenty more to come. And only 20 percent of East Timorese have electricity. There’s high unemployment and education needs much more investment. There are also nearly 500 Australian troops hidden away at a military camp called Camp Phoenix. Just in case. In 2006 the place blew up and we had to send troops to calm it down. They are due out in 2012.

But, for all these things, East Timor is a success and with robust democratic institutions.

Governments need to focus on solving problems and that applies in foreign policy as much as anywhere else. So these days, with East Timor and Bougainville solved and with the Solomon Islands under control, are there any islands Australia should be fixing up? There’s one; Fiji. It has a similar population to Cyprus and East Timor, it’s bigger than both. But it’s tragically subjugated by an eccentric dictator called Commodore Bainimarama. I met him from time to time. He struck me as pretty nutty.

Now I’m not volunteering to fix the problem. That’s the job of the current government. Well, it should be. They need to put their hearts into getting Fiji back to democracy. I’d like to see that beautiful country get back on its feet.

In the meantime, I struggle on in Cyprus. The President was in Canberra and even Adelaide in May. I hope one day to sit through a ceremony there to commemorate the reunification of the island – at the back with a sense of idle satisfaction.

– Alexander Downer

Parcerias Especial e para a Mobilidade analisadas na segunda-feira na Cidade da Praia




JSD - LUSA

Cidade da Praia, 05 jun (Lusa) -- A execução das parcerias Especial e para a Mobilidade e as relações económicas e comerciais entre a União Europeia (UE) e Cabo Verde dominam na segunda-feira a reunião de alto nível que as duas partes farão na Cidade da Praia.

Em declarações aos jornalistas, o representante da Comissão Europeia (CE) em Cabo Verde, Josep Coll, salientou que a reunião, a quarta desde a assinatura da Parceria Especial em novembro de 2007, realçou que a parte política interna e internacional será a mais importante.

A segurança e estabilidade, a integração regional e a coordenação dos esforços de aproximação entre a Europa dos "27" e a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), de que Cabo Verde é um dos 15 membros, são os temas principais da reunião.

Na ausência, por razões de agenda, da Alta Representante europeia para a Política Externa, Catherine Ashton, os "27" serão representados pelo "número dois" da diplomacia da UE, Pierre Vimont, que co-presidirá a reunião com o ministro das Relações Exteriores (MIREX) cabo-verdiano, Jorge Borges.

No encontro informal com os jornalistas, Josep Coll esteve acompanhado pelo responsável pelas relações da UE com os países da região da África Ocidental, Felisberto Sebregoni, que explicou que na agenda estará também a análise da Parceria para a Mobilidade, visando facilitar a circulação dos cabo-verdianos no espaço europeu.

A este propósito, Sebregoni assumiu que os participantes da IV Reunião de Diálogo Político a Nível Ministerial (RDPM) vão aprofundar as negociações em curso, "já muito avançadas" em relação ao acordo de facilitação de vistos a cidadãos cabo-verdianos, não avançando qualquer compromisso temporal.

"Tem de existir um melhor controlo na qualidade dos documentos de viagem, nomeadamente o passaporte para evitar a emigração ilegal, que é um dos pressupostos comuns entre Cabo Verde a União Europeia", indicou, assumindo que as autoridades cabo-verdianas já avançaram muito neste domínio.

O mesmo se passa em relação à readmissão, em que existe uma "perceção diferente" sobre aquilo que tem a ver com os não cabo-verdianos que, quando detidos ilegalmente no território europeu, declaram serem provenientes de Cabo Verde.

A reunião decorrerá de manhã à porta fechada, estando prevista uma conferência de imprensa conjunta às 12:30 locais (14:30 em Lisboa) de Jorge Borges e Pierre Vimonti que, da parte da tarde, na Assembleia Nacional (AN), proferirá uma palestra sobre o tema "Cabo Verde e União Europeia num Mundo em Transformação".

Do lado cabo-verdiano, e apesar das tentativas feitas ao longo dos dois últimos dias, ninguém do Ministério das Relações Exteriores esteve disponível para falar sobre a reunião, cuja agenda provisória foi divulgada pela delegação da UE na Cidade da Praia.

A RDPM é o órgão máximo da Parceria Especial e reúne-se uma vez por ano, alternadamente em Bruxelas e na Cidade da Praia, garantindo um diálogo regular ao mais alto nível e uma melhor perceção da implementação da cooperação.

INSTABILIDADE AFETOU APOIOS À GUINÉ BISSAU




MSE - LUSA

Bissau, 05 jun (Lusa) -- Desde a primeira intervenção do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) na Guiné-Bissau em 1976, a instituição disponibilizou cerca de 268 milhões de dólares em 40 projetos e o apoio poderia ser maior sem o histórico recente de instabilidade política no país.

Atualmente, o BAD tem seis operações no país, que abrangem vários setores com maior predominância no social, explicou à agência Lusa o coordenador da instituição, em Bissau.

Para Ansumane Mané, a "Guiné-Bissau podia ter mais", mas fatores como a instabilidade "também têm impactos negativos".

"O BAD não vira costas à Guiné-Bissau e não podemos impor sanções à Guiné-Bissau porque houve isto e isto. Nós temos de continuar ao lado da Guiné-Bissau para ajudar a ultrapassar problemas que levam a crises. Esse é que é o nosso objetivo", explicou Ansumane Mané.

A Guiné-Bissau é membro regional do BAD há 35 anos, mas nunca nenhum presidente daquela instituição visitou o país.

A última visita prevista de um presidente do BAD foi cancelada devido aos acontecimentos de abril de 2010, quando uma intervenção militar em Bissau conduziu à prisão do chefe das forças armadas, Zamora Induta, e à detenção por um curto período do primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior.

O líder da ação militar de 01 de abril, António Indjai, é o atual chefe das forças armadas guineenses.

"Neste momento, temos seis operações dos quais cinco são projetos e um é apoio orçamental. A nossa maior concentração está na área social, nomeadamente na saúde e educação", que representa cerca 64,5 por cento do envelope atual da intervenção do BAD.

Os apoios têm ajudado as autoridades guineenses a reabilitar escolas, editar manuais, formar professores, criar centros de formação, mas também recuperar o Hospital Nacional Simão Mendes e centros de saúde no país.

Paralelamente, o BAD tem mais dois grandes projetos a decorrer na Guiné-Bissau: um para reabilitar o setor agrícola e rural e outro de apoio ao setor das pescas.

O Projeto de Reabilitação do Setor Agrícola e Rural pretende relançar a produção agrícola no país, ao mesmo tempo que garante a segurança alimentar, e abrange cerca de 600 mil pessoas.

O Projeto de Apoio ao Setor das Pescas prevê a construção do grande porto de pesca industrial do país.

"O objetivo é melhorar e aumentar a capacidade das autoridades nas negociações com os parceiros no domínio das pescas", disse Ansumane Mané.

Segundo o responsável, o porto vai criar condições para o desembarque de todo o peixe pescado em águas guineenses.

"Neste momento, com o porto de pesca construído, com todas as infraestruturas de pesca, não há motivo para não se descarregar pescado na Guiné-Bissau", disse.

No total, os cinco projetos e o apoio orçamental significam um investimento de 71,4 milhões de euros, que o BAD financia a 100 por cento e como donativo por considerar a Guiné-Bissau um estado frágil.

Eleições: FORTE AFLUÊNCIA ÀS URNAS NA CIDADE DO PORTO




JORGE MARMELO - PÚBLICO

As eleições legislativas estão a registar, na cidade do Porto, uma forte afluência às urnas. Das cinco mesas de voto que o PÚBLICO visitou durante a manhã, havia, em pelo menos dois casos, longas filas de eleitores à espera de poderem exercer o direito ao voto, bem como a ideia de que há mais pessoas a votar do que tem sido habitual.

Na Escola Secundária Rodrigues de Freitas, onde funcionam as mesas da freguesia de Cedofeita, um funcionário da junta contou ao PÚBLICO que às sete da manhã, uma hora antes da abertura das urnas, já havia pessoas concentradas à porta. A meio da manhã, as filas eram longas e compactas no principal corredor de acesso às várias mesas de voto e os eleitores confirmavam que havia mais gente do que é costume.

O mesmo se passava na primeira secção de voto de Miragaia, no centro histórico, de onde os eleitores saíam queixando-se invariavelmente do tempo que demoraram a votar: “Está muita gente, deus me livre”.

Ao contrário do que sucedeu nas eleições presidenciais, não foi registado qualquer problema com o cartão do cidadão nos vários locais que o PÚBLICO visitou, tendo o governador civil do Porto, Fernando Moreira, adiantado que está tudo a correr perfeitamente.

Algumas pessoas ainda chegam às mesas de voto sem o número de eleitor, nomeadamente porque se esqueceram da carta enviada pelo Ministério da Administração Interna, ou porque a perderam entretanto, mas estas situações estão a ser prontamente resolvidas. Na Junta de Freguesia de Massarelos, onde funcionam algumas das secções de voto da freguesia, o presidente explicou ao PÚBLICO que, desta vez, as autarquias se muniram de listagens dos eleitores em papel, evitando, assim, os inconvenientes gerados por algum eventual problema informático.

Portugal – Eleições: POPULAÇÃO DE CASTEDO FECHOU ASSEMBLEIA A CADEADO




Encerramento de centro de saúde e escola motiva boicote


A votação em Castedo, Alijó, deve ter início com duas horas de atraso, depois de a porta da Junta de Freguesia ter sido fechada a cadeado em protesto contra o fim da escola e da extensão de saúde.

Segundo Marco Rodrigues, presidente da Junta local (PSD/CDS), as urnas não abriram às 8h00 como estava previsto e alguns dos elementos que compõem a mesa de voto desistiram, com receio de represálias da população.

"Isto estava com um cadeado, já demos conhecimento à Câmara e ao Governo Civil, mas estamos a tratar disso e a mesa vai abrir. Falta só a constituição (dos elementos) da mesa", explicou Marco Rodrigues, que se mostra solidário com a população.

"A tentativa de boicote diz respeito ao fecho da extensão de saúde na freguesia e ao fim da escola primária", explicou o autarca, salientando que, na estrada, são visíveis palavras de ordem escritas pela população.

"As pessoas têm razão porque parece que querem acabar com a freguesia", afirmou o autarca, que lamenta em particular o fim da "escola primária no final deste ano lectivo".

Esta decisão teve o apoio de um executivo anterior da Junta de Freguesia que "votou a favor da carta educativa" do concelho, onde estava previsto o fecho do estabelecimento, explicou. Por isso, embora prometa "fazer tudo" para que o escrutínio "decorra como previsto", Marco Rodrigues diz que não vai votar, em solidariedade para com a população. "A abstenção é forma mais indicada para reivindicarmos os nossos direitos no dia de hoje", afirmou.

Portugal - Eleições: COLA NA FECHADURA IMPEDE VOTO EM LAJEOSA DO DÃO, TONDELA




RB – CC - LUSA

Lajeosa do Dão, Tondela, 05 jun (Lusa) -- A assembleia de voto de Lajeosa do Dão, concelho de Tondela, não abriu como previsto as 8:00 horas depois de a fechadura da entrada da mesa de voto ter sido selada com cola.

A porta da escola primária de Lajeosa do Dão, foi selada com "super-cola" na fechadura, em protesto contra a falta de médicos na freguesia.

À porta da escola estão cerca de cinco centenas de pessoas e segundo o líder do movimento de protesto, Celso Videira, "se tudo correr bem, não haverá votação".

O boicote às eleições legislativas prende-se com a falta de médicos na extensão de saúde local, onde, dos 2.500 utentes, apenas 500 têm acesso a clínicos.

O presidente da junta de freguesia de Lajeosa do Dão, António Pereira, que não está ligado ao protesto, disse à agência Lusa que o governo civil e a GNR local "já foram informados da situação".

António Pereira explicou também que os elementos da mesa de voto vão estar no local até às 11:00 horas, mas que, caso a situação não se resolva, serão acionados os mecanismos legais para que o ato eleitoral seja repetido daqui a uma semana.

Nos últimos dias, foram colocadas cartas nas caixas de correio de cada habitante da freguesia a apelar para não votarem.

Mais lidas da semana