sábado, 20 de setembro de 2014

Portugal: PERDOEMOS-LHES PORQUE NÃO SABEM O QUE FAZEM



Nuno Saraiva – Diário de Notícias, opinião

A semana foi diferente. Fofinha, vá. Dois ministros, dois, pediram absolvição por transtornos e outras trapalhadas da governação. Paula Teixeira da Cruz, na quarta-feira, após duas semanas de negação, caiu em si e pediu desculpas pelo "estado de Citius" em que mergulhou a Justiça desde dia 1 deste mês.

No dia seguinte, o matemático Nuno Crato pediu clemência pelo erro na fórmula de cálculo utilizada para criar as várias listas de colocação de professores contratados. Uma e outro assumiram a responsabilidade política pelos fracassos mas não tiraram daí quaisquer consequências. Essas ficam para os bodes expiatórios, arranjados à pressa ou em inquéritos internos, mesmo que se tenham limitado a cumprir instruções dadas a partir dos gabinetes ministeriais.

Diz-se, por estes dias, que o ambiente está a mudar. Que as desculpas pedidas esta semana são sinónimo de uma nova era da comunicação política, mais próxima dos eleitores. Talvez seja verdade. Afinal de contas, vamos a votos outra vez já daqui a um ano. E nada seria mais ingénuo do que pensar que a proclamação "que se lixem as eleições!", feita em julho de 2012, era coisa para levar a sério.

Manda a sabedoria popular que as desculpas não se pedem, evitam-se. Determina a civilização que errar faz parte da natureza humana. Sabemos que pedir perdão é, em muitas circunstâncias - quase todas -, um ato de nobreza. Foi assim com o Papa Francisco, que o fez pelos pecados da Igreja. Foi também assim com Angela Merkel quando, em 2008, em pleno Knesset - Parlamento de Israel -, pediu desculpa pelo Holocausto. O erro ou o pecado são, portanto, naturais. Fazem parte do exercício de qualquer atividade, e o poder não é exceção. À atual maioria e seus seguidores, no entanto, se trilhar o caminho do ato de contrição permanente sobra-lhe pouco tempo para governar.

Senão, vejamos: irá o dr. Passos Coelho pedir desculpas por ter mentido descaradamente aos eleitores em 2011 ao jurar não subir a carga fiscal, cortar salários e pensões, confiscar subsídios, despedir funcionários públicos, controlar a dívida e um rol de outras promessas que serviram apenas para caçar o voto? Irá o primeiro-ministro pedir desculpa por ter ido além da troika, com as consequências económicas e sociais que se conhecem, ou pelos insultos constantes à Constituição? Irá o dr. Portas pedir desculpa por ter ultrapassado todas as linhas vermelhas que traçou? Irá o vice-primeiro-ministro pedir desculpa pela crise irrevogável do verão passado, e que tanto dinheiro em juros custou aos bolsos dos portugueses? Irá o dr. Pires de Lima pedir desculpa por, enquanto gestor, defender à outrance a baixa do IVA e, depois de chegado ao Ministério da Economia, ter metido na gaveta ideia tão absurda? Irá algum dia o professor Gaspar pedir desculpa "ao melhor povo do mundo" pelo colossal aumento de impostos? E, porque pecados não faltam, podia continuar por aqui fora, mas não me sobrava papel.

Como disse, o gesto de pedir perdão é, muitas vezes, um ato de nobreza e humildade. Em política, no entanto, é dos livros, a assunção de responsabilidades faz-se de outra maneira. Quando se falha, quando se transtorna a vida dos outros, quando se é incompetente a resolver problemas, sai-se. Mas, porque não houve grandeza em nada do que foi feito, resta-nos a humanidade de lhes perdoar, porque não sabem o que fazem.

Portugal - Tecnoforma: Bloco quer explicações de Passos sobre alegados pagamentos




O Bloco de Esquerda classificou hoje de "extremamente graves" as informações sobre alegados pagamentos que Pedro Passos Coelho terá recebido da Tecnoforma enquanto era deputado e defendeu que o primeiro-ministro deve explicações ao país.

"Foram feitas afirmações extraordinariamente graves sobre o primeiro-ministro e julgo que o normal é que o primeiro-ministro as esclareça", afirmou Catarina Martins aos jornalistas, à margem de uma visita ao Conservatório de Música de Coimbra.

A revista Sábado noticiou, na quinta-feira, que a procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, recebeu este ano uma denúncia, com informações sobre alegados pagamentos do grupo Tecnoforma a Pedro Passos Coelho quando este desempenhou funções de deputado em exclusividade e que ascenderiam a 150 mil euros.

Segundo a revista, essa situação violaria a lei em vigor, que impede os deputados que optem pela exclusividade de funções de acumular outros rendimentos no Estado e em empresas e associações públicas e privadas.

A PGR esclareceu logo na quinta-feira que está em curso uma investigação e que esse inquérito "não corre, até à data, contra pessoa determinada".

Um dia depois, no Porto, o primeiro-ministro defendeu que o parlamento deveria pronunciar-se sobre as condições em que ele próprio exerceu funções de deputado há cerca de 15 anos, quando questionado sobre alegados pagamentos que recebeu da Tecnoforma nessa altura.

Pedro Passos Coelho considerou ser-lhe difícil recordar-se de todas as responsabilidades que exerceu há 15 anos ou mais, recordando que até ao momento não foi questionado pelo Ministério Público sobre esta matéria e assegurou que, caso venha a ser, dará a sua "total" colaboração.

Lusa, em Notícias ao Minuto

Portugal: "Governo vende ao desbarato tudo o que é estratégico" - Jerónimo de Sousa




O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, acusou hoje o Governo de estar a vender ao desbarato tudo o que é estratégico, deixando o país sem alavancas de desenvolvimento e crescimento futuro.

"Querem privatizar tudo o que dá lucro, desarmando o nosso país de alavancas estratégicas fundamentais para o nosso desenvolvimento. Este Governo está a vender ao desbarato tudo o que é estratégico e fundamental para o nosso país", disse.

Na sua intervenção num almoço convívio de comunistas que decorreu em Viseu, o líder do partido sublinhou que a privatização dos CTT vai ter consequências, especialmente no interior do país onde irão encerrar postos de correio.

"Se aquilo dava lucro, então privatizaram para quê? Para encher os bolsos ao capital, designadamente ao capital estrangeiro", apontou, aludindo ainda à empresa de resíduos sólidos e da água que também pretendem privatizar.

Na sua opinião, ao privatizarem as empresas nacionais que dão lucro, futuramente o país fica sem qualquer tipo de "alavanca estratégica".

"Este é um problema sério com que os portugueses vão ser confrontados no futuro, porque depois sem alavancas fundamentais só há uma solução: carregar mais nos impostos, carregar mais nos direitos dos trabalhadores, nos salários, pensões e reformas", acrescentou.

Aos longo dos 25 minutos de discurso, o secretário-geral do PCP frisou que não é por acaso que "está previsto que até 2020 sejam sacados aos trabalhadores e reformados mais 7 mil milhões de euros de aplicação de austeridade".

"Pode não se perceber nada de politica, mas há uma coisa que todos os portugueses percebem: assim não vamos lá".

Na sua opinião, o caminho que o Governo tem tomado está a conduzir o país para o seu afundamento, comprometendo o futuro de gerações.

Para inverter o rumo do país, o líder comunista aponta que é necessário renegociar a dívida.

"Como devedores também temos direitos de renegociar montantes e prazos", esclareceu, realçando ainda a necessidade do país produzir mais e criar mais riqueza.

"Temos um país com um povo de grande valor e recursos naturais tão valiosos. Na indústria e na agricultura também temos possibilidades imensas", sustentou.

Jerónimo de Sousa defendeu também a necessidade de valorização dos salários, pensões e reformas.

"Só conseguimos crescimento económico através da valorização dos salários, pensões e reformas", concluiu.

Lusa, em Notícias ao Minuto

Portugal: NEOPOPULISMO DE FACHADA CIDADÃ



Tiago Mota Saraiva – jornal i, opinião

Dos programas da manhã aos de “política séria” pululam novas estrelas indignadas de carótida saliente que, se inconsequentes, as televisões vão decidindo promover. À sombra da açorda ideológica que Nobre personificou, declaram não gostar de políticos e de partidos, mas não hesitam em promover o seu novo partido. Ideologicamente ancorados no interstício entre PS, PSD e CDS, não propõem muito mais do que sentar-se ao colo de um deles para partilhar o poder. 

Sedentos de absorver os votos da maioria dos que já nada têm ou esperam deste regime exultam decibéis populistas. Dos mais totalitários – José Cid, de Nós, Cidadãos, entende que quem não “corresponder a anseios” deve ir preso – aos insultuosos – ouvir as elucubrações de Marinho e Pinto sobre as dificuldades de viver em Lisboa com 4800 €/mês – todos se dizem fiéis depositários das grandes manifestações que ocorreram entre 2011 e 2013, mas não querem assumir o conteúdo político das mesmas. Na verdade, não procuram uma ruptura com o regime e as suas castas, mas posicionar-se nos espaços de poder. Não são partidos novos mas versões exacerbadas de um sistema podre e decadente. Não se propõem dar mais poder aos cidadãos, mas fazer-se eleger como porta-vozes do que querem dizer – que dizem ser o que dizemos como se todos disséssemos o mesmo – lutando por alcançar todas as regalias do poder que declaram odiar. 

A famosa demissão de Marinho e Pinto não abdicando do salário de eurodeputado é um sinal claro do enviesamento de que são protagonistas. Num acto com que pretende conquistar afecto, Marinho explica que não é por si mas para que a sua filha possa estudar no estrangeiro. A justificação torna o acto ainda mais indecente. Na minha terra é motivo de maior vergonha pagar os estudos da filha com dinheiro de um trabalho que não se faz e trair as funções de representação que o povo lhe confiou do que não poder pagar os estudos da filha fora de Portugal. 

Escreve ao sábado

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Portugal – Governo: ALEGADOS CRIMES DE PASSOS COELHO JÁ PRESCREVERAM




Os crimes de que Pedro Passos Coelho é acusado já prescreveram. Segundo o Expresso, a alegada fraude fiscal e falsificação de documentos de que o primeiro-ministro é incriminado ocorreram entre 1997 e 1999 e como já passaram mais de dez anos, a investigação foi encerrada.

Uma denúncia anónima – enviada por carta e sem qualquer documento como prova –entregue à Procuradoria-Geral da República e que diz respeito a um alegado crime de fraude fiscal e falsificação de documentos por parte de Passos Coelho pode não passar disso, de uma mera denúncia.

Segundo o Expresso, os crimes de que o primeiro-ministro é acusado já prescreveram. Mesmo que Passos Coelho tenha recebido os 150 mil euros quando ainda era deputado e seja suspeito do crime de fraude e falsificação de documentos, estes supostos crimes ocorreram entre 1997 e 1999, tendo já passado o limite de dez anos para que seja aberta uma investigação.

Deste modo, a investigação fica assim encerrada e Passos não precisará de prestar declarações. Aliás, o fiscalista Tiago Caiado Guerreiro disse ao semanário que o primeiro-ministro não terá sequer que pagar o imposto em falta, uma vez que “caduca ao fim de quatro anos”.

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Portugal: Governo deve demitir-se em vez de "pedir desculpas" – Jerónimo de Sousa




O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, defendeu hoje que os pedidos de desculpa dão pouco consolo aos portugueses, apontando como caminho a seguir a demissão de todo o Governo, em vez da saída de um ou outro ministro.

"Consolam pouco esses pedidos de desculpas, porque o Governo estava consciente da situação. Mais importante do que um pedido de desculpas era uma saída airosa, a demissão não deste ou daquele ministro, porque no fundamental o primeiro-ministro é o primeiro responsável: consideramos que o importante era a demissão deste Governo", alegou.

No final da inauguração das novas instalações do PCP na cidade de Viseu, que ocorreu ao final da manhã, Jerónimo de Sousa realçou que os pedidos de desculpa poderiam ter sido evitados.

"Os pedidos de desculpa poderiam ter sido evitados se tivessem ouvido o PCP em relação ao mapa judiciário e à sua aplicação informática, em relação ao próprio processo da abertura do ano escolar. Alertamos e avisamos, conjuntamente com as organizações dos professores, mas infelizmente fizeram orelhas moucas", sustentou.

Aos jornalistas, o líder do PCP realçou a importância de se enveredar por um outro caminho político, insistindo na demissão do Governo.

"Consideramos que o importante era a demissão deste Governo, que vem juntar mais peças à situação de agravamento económico e social de um país a andar para trás. Passos Coelho e o Governo insistem que é o melhor dos mundos e que agora estamos a caminho da recuperação, quando é sabido que hoje, tendo em conta a situação na educação, justiça, saúde, desemprego, a pobreza que fustiga os portugueses, o melhor caminho não era demitir este ou aquele ministro", apontou.

Lusa, em Notícias ao Minuto

Eduardo Kuangana: “FEDERALISMO É A SOLUÇÃO PARA ANGOLA”




Apesar de defender o federalismo não é a favor da independência ou da fragmentação política de Angola

Voz da América, em Angola Fala

O federalismo é a solução para se resolver as assimetrias e discriminação de que muitas regiões de Angola se queixam, defendeu o presidente do Partido da Renovação Social, Eduardo Kuangana.

Falando no “Angola Fala Só” Kuangana  fez notar, quando questionado por alguns ouvintes, que isso não significa que o PRS seja a favor da independência ou da fragmentação política de Angola.

“Nós não defendemos em nenhuma altura a divisão do país”, disse o líder do PRS que aventou a possibilidade de referendos para que regiões como Cabinda ou as Lundas decidam o seu futuro.

“Defendemos um estado federal em que todos tenham as mesmas regalias sem distinção de cor, etnia ou língua”, disse.

O presidente do PRS realçou que hoje os angolanos estão ligados entre diversas etnias, raças e línguas tornando difícil a divisão do país mas ofederalismo, com o aumento dos poderes locais é uma resposta aos sentimentos de discriminação que existem.

“Os que falam na divisão do país fazem-no porque têm os seus próprios interesses nisso”, disse Kuangana que afirmou ainda que as autarquias poderão ser o primeiro passo para o aumento do poder local.

Para isso o dirigente do PRS defendeu que todos os dirigentes locais devem ser eleitos, desde o município ao governador.

"35 anos de poder do Presidente de Angola não é problema do homem mas do regime"

Eduardo Kuangana iniciou o programa comentando os 35 anos de poder do Presidente José Eduardo dos Santos, afirmando que isso é um reflexo da “falta de democracia” no país.

Contudo, disse, o  problema “não é do homem mas sim do regime”.

O dirigente do PRS defendeu a este propósito que Angola precisa de instituições que funcionem livre e independentemente do poder, como o sistema judicial.

“O problema está no regime não na pessoa”, afirmou ainda que “ a corrupção está generalizada em todos os sectores” da vida angolana.

“Não há nenhum sector que não se queixe (da corrupção)”, disse, afirmando ainda que ”a exclusão” de largos sectores da população continua a existir.

O sistema judicial tem que ser independente com juízes independentes

“Os juízes não podem ser nomeados pelo Presidente”, disse Kuangana que afirmou que a razão porque muitos casos em tribunal não avançam ( “como o caso de Cassule e Kamulingue”) é precisamente porque o sistema judicial não funciona independentemente do poder político.

Neste momento em Angola, disse “não há quem controle, quem fiscalize, quem  verifica quem funciona ou não”.

A pobreza tornou muitos angolanos em “pedintes de favores” e isso beneficia o poder. Muitos, disse, para terem pão precisam de aceitar as cacetadas.

Angola: POLÍCIA NACIONAL MATA A TIRO UM CIDADÃO NA CIDADE DO LUENA




Luena  - Policia do Comando Municipal do Luena mata um cidadão esta manhã na pracinha do Bairro Sangondo junto do tanque de água, passagem de nível, local exactamente onde o Presidente José Eduardo dos Santos, apanhou o comboio para a reinauguração do caminho de ferro do Luena para o Luau.

O móbil do crime de estado, deveu-se, porque o Comando Municipal da Policia Nacional, foi orientado para dispersar os vendedores daquela praça, como é prática diária em Angola e em particular na Cidade do Luena.

Desde as 7 horas até 13 horas, a população envolveu-se em pancadarias com a polícia tendo resultado na morte do cidadão Moisés Wika de 23 anos de idade, vendedor de paus para a construção e morador do Bairro Calundjidji, resultou também na morte de um Agente da Policia nacional e um outro Agente gravemente ferido e evacuado para o hospital central do Luena.

No momento o povo envolveu-se no local e não estão a permitir a presença de nenhuma autoridade da ordem.

Por outro lado, um capitão das forças armadas angolanas, por volta das 14 horas, atropelou mortalmente um outro cidadão, por excesso de velocidade. O malogrado era mototaxista.

O infortúnio teve lugar na zona 5, na praça do Alto Campo, via Saurimo.

Voltaremos com notícias em detalhes…

Casto Lunga Muka, Luena - Angola 24 Horas

São Tomé e Príncipe: ALGUNS MALES DA NOSSA DEMOCRACIA



Machado Marques - Téla Nón, opinião

São Tomé e Príncipe, não tem hoje, felizmente, um problema de democracia. Mas confrontamo-nos com uma questão séria: uma questão de degradação da democracia. É certo que esta questão não é nem uma realidade recente nem, muito menos, um fenómeno exclusivamente são-tomense. Mas não é menos verdade que a realidade nacional se tem vindo a agravar e assume contornos que suscitam fundadas preocupações.

O crescente alheamento dos cidadãos em relação à vida política; o continuado afastamento dos eleitores relativamente à realidade partidária; a cada vez maior dificuldade de atrair pessoas de qualidade; competência e mérito a vida política; os elevados níveis de abstenção que os sucessivos atos eleitorais vão registando; as progressivas suspeições que se vão gerando em relação aos políticos; a convicção de que não há uma cultura de responsabilização dos eleitos perante os eleitores – todos são, entre vários outros, sintomas de uma degradação politica que mina a qualidade da nossa democracia.

Inquietante mesmo á a tendência que se instalou na nossa sociedade e que leva a que os melhores quadros, os mais honestos, optem por preferir outras atividades e carreiras a qualquer tipo de participação politica.

O sistema eleitoral que temos, por um lado, e o funcionamento dos partidos, por outro lado, concorrem decisivamente para este estado de coisas.

O nosso sistema eleitoral não é competitivo, não fomenta o mérito nem estimula o primado da competência. A consequência mais visível está na continuada diminuição da qualidade politica na Assembleia Nacional.

O nosso sistema eleitoral afasta os eleitos dos eleitores e não incentiva uma cultura de responsabilização. A prova é que os cidadãos mal conhecem os deputados que elegem, e estes, na prática, respondem perante os seus partidos nunca perante os seus eleitores.

Os partidos políticos, esses, deixaram de ser exemplo e referencia. Vivem em círculo fechado, avessos à mudança e a inovação, incapazes de atrair quadros de qualidade e de fazer um sério debate de ideias, crescentemente afastador dos sectores mais dinâmicos da sociedade.

O deputado, por sua vez, sente que tem sobretudo um vínculo político com o partido de que faz parte, independentemente do juízo dos seus eleitores.

Esta situação não é sadia. Ela compromete a relação de confiança que deve existir entre eleitores e eleitos, minando, assim, a autoridade destes para um exercício eficaz e prestigiado das suas funções.

Ora sem confiança, e sem autoridade, as instituições perdem credibilidade e a sociedade ressente-se dessa situação.

É o que está a suceder!

A Assembleia Nacional está desprestigiada, os deputados são politicamente desvalorizados e percebe-se na sociedade esta crise de representação.

Este desvalor político é sério!

Combatê-lo é uma necessidade imperiosa e urgente!

*Machado Marques é advogado

Presidente santomense censura encerramento de fronteiras terrestres para combater Ébola




São Tomé, 17 Set (STP-Press) - O Presidente da República, afirmou hoje, em São Tomé, que medidas levadas a cabo por alguns países africanos de fechar fronteiras terrestres para combater o vírus de Ébola não dá resultados.

‘’Fechar fronteiras, na opinião do Presidente Manuel Pinto da Costa - não dá garantias no combate ao vírus de Ébola’’.

E explica, ‘’Fechar fronteiras: temos entrada pelo aeroporto. Fechar fronteiras: temos a entrada pelo Porto’’.

O mandatário santomense que tomou parte nas últimas horas em Malabo na cerimónia de entrega de premio de investigação em ciências de vida promovido pela Unesco e patrocinada pela Guiné-Equatorial, defende diversas soluções, entre eles, o envolvimento das populações numa ampla campanha de informação  e sensibilização ''bem sucedida''.

A opção pelo encerramento de fronteiras terrestres assumida por alguns Estados africanos é, também, censurada pela própria Organização Mundial da Saúde e a União Africana, esta que já apelou diferentes autoridades africanas para repensarem a medida. 

De acordo com o Chefe de Estado que considera que ‘’Ébola já não é um problema dos africanos [...] preocupa e afecta todo Mundo''.

Nesta óptica, ''África não tem de andar de mãos estendidas’’, defendendo que a ‘’comunidade internacional se deve envolver e prestar melhor todo auxílio possível a fim de se pôr termo a referida doença’’.

O vírus que já matou mais de duas mil pessoas em alguns países de África ocidental, nomeadamente na Serra Leoa, Libéria, Guiné-Konacry, Nigéria, Senegal e RDC, onde foi descoberto  pela primeira vez em 1976.

CS – STP Press

Guiné-Bissau: COMO OS EUA CHEGARAM ATÉ BUBO ATRAVÉS DE INDJAI - investigação




António Aly Silva - Ditadura do Consenso - Investigação AAS/DC/2012

O que faz correr Russel e Indjai?

Russel Hanks, o encarregado de negócios da embaixada dos Estados Unidos da América (EUA) em Dakar, tem sido presença assídua na Guiné-Bissau nos últimos tempos. Essa presença, tornou-se particularmente mais visível e intensa no período que antecedeu o golpe de estado de 12 de abril prolongando-se até a esta data. Russel esteve de novo em Bissau na semana passada.

O último episódio do forte envolvimento desse diplomata de causas pouco claras a favor do regime golpista de Bissau, foi o seu forte engajamento conjuntamente com senador Carson no lobby pro-regime para tentar fazer representar a Guiné-Bissau pelo actual presidente nomeado pela CEDEAO na última Assembleia Geral das Nações Unidas em detrimento das autoridades guineenses legitimamente eleitas e reconhecidas pela esmagadora maioria da comunidade internacional com destaque para a ONU, organização anfitriã do evento. O referido lobby contou até com a estranha e inusitada adesão do governo dos EUA ao lado das pretensões dos golpistas, mas deu em nada, pois foram humilhados, não chegando sequer a ter acesso às instalações da ONU.

Na verdade, existem efectivamente razões de interesse muito fortes nesse alinhamento de posições com o regime golpista de Bissau. Segundo fontes seguras e dignas de crédito, a razão de ser da presença dessa polémica figura da diplomacia americana ao lado dos militares golpistas da Guiné-Bissau, particularmente do general Antonio Injai, tem um alvo muito particular: o acossado Contra Almirante, José Américo Bubo Na Tchuto, ex-chefe do estado-maior da armada guineense. Depois, caçam o Indjai.

De acordo com a mesma fonte, os EUA tem um particular interesse em ajustar contas com o José Américo Bubo Na Tchuto, pois além de ser reconhecido (e acusado) pelo governo dos Estados Unidos como um perigoso barão da droga da Costa Ocidental africana, os EUA acusam-no ainda de ter também ligações com algumas celulas da AQMI instaladas na Mauritânia, na Guiné-Conakry, no Mali e na Gâmbia, onde, recorde-se, Bubo refugiou quase um ano para depois regressar clandestinamente e preparar o golpe, entretanto falhado, de 1 de abril.

Sobre este facto, convém lembrar o episódio dos três mauritanianos, entre eles Sidi Ould S., perigosos terroristas islâmicos que assassinaram barbaramente um grupo de turistas franceses na Mauritânia. Depois de detidos pelas autoridades do seu país, esses terroristas conseguiram evadir-se procurando o território guineense como refúgio, fiando-se na desestruturação, inoperância e estado de corrupção que mina toda a estrutura securitária desse pequeno mas instável país da África Ocidental. Porém, contrariamente ao que pensaram os fugitivos, eles foram identificados e detidos pelas autoridades guineenses, com a colaboração dos serviços secretos americanos, franceses, senegaleses e também guineenses, sendo entregues à custodia das autoridades nacionais de então.

Posteriormente esses três terroristas islâmicos sumiram misteriosamente das celas guineenses, sem que as autoridades de então pudessem dar uma resposta convincente sobre esse misterioso "desaparecimento". Hoje, sabe-se que esses terroristas foram retirados das celas a mando e pelos homens de Bubo Na Tchuto de quem passaram a ter protecção e garantia de segurança. Essa operação valeu a Bubo Na Tchuto um ganho de quase 3 milhões de dólares, aos quais se juntariam mais 2 milhões caso os conseguisse tirar da Guiné-Bissau.

Contudo, o mais grave nessa história vem depois. O governo norte-americano, ciente da perigosidade desses elementos, envia um dos seus elementos mais valiosos e cotados da sua estrutura da DEA em África para seguir de perto e investigar esse caso. Na sua acção de seguimento aproximado ao chefe do grupo, Sidi Ould S., o agente da DEA foi surpreendido pelos homens de Américo Bubo Na Tchuto. Detido na própria casa do Contra Almirante, foi espancado tentando tirar-lhe informações sobre a razão da sua presença nessas paragens, mas não cedeu. Mais tarde, convencido da desatenção dos guardas, tenta a fuga, mas teve pouca sorte: foi recapturado e morto a catanada pelos homens de Na Tchuto.

Mas, em tudo isso, uma marca estranha nessa morte chama a atenção dos norte-americanos. O seu agente foi agredido à catanada e, depois, degolado... um sinal de vingança arabo-islamico contra os infiéis... É a marca da AQMI, sinal de que Sidi Ould S. estava com os homens do Almirante aquando da terrível morte do seu agente (nota: depois de colocados em Uaque - a cerca de 40 km de Bissau e a menos de 20 de Mansoa - por Bubo Na Tchuto, eles foram recapturados com a ajuda dos serviços secretos norte-americanos e reenviados para a Mauritânia).

Perante estes factos, o governo norte-americano por um lado vê Bubo Na Tchuto como um reconhecido e temido barão da droga, e por outro como um perigoso colaborador da AQMI. Enfim, os EUA estão convencidos da participação de Bubo Na Tchuto, dos seus homens e de um dos terroristas da AQMI na morte de um dos seus melhores agentes na África Ocidental (omite-se deliberadamente o nome do agente do DEA morto na Guiné-Bissau).

Em resumo, a conivência e empatia que alimenta a relação Russel/António Injai, tem uma razão clara e perfeitamente perceptível: conseguir, por conta e risco dos EUA, a detenção e entrega ao seu governo do Almirante Bubo Na Tchuto.

A apresentação dessa razão importará naturalmente uma outra questão quase por instinto: porque razão é que o governo dos EUA está a colaborar com o golpista António Injai, se publicamente já foi afirmado pelas próprias autoridades dos Estado Unidos de que Antonio Injai é, também hoje, um poderoso e influente barão da droga de toda a África Ocidental, isto, para além de estar intrinsicamente ligado ao assassinato do antigo Presidente João Bernardo Vieira (Nino) - segundo afirmações públicas recentes da própria Secretaria de Estado americana Hillary Clinton. Assim afirmou Hillary, dizendo que os EUA não poderiam aceitar nunca a nomeação de Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, uma pessoa que matou o Presidente do seu país. Essa declaração foi suficientemente difundida em toda a imprensa internacional.

A resposta é simples para o governo norte-americano: o Contra Almirante José Américo Bubo Na Tchuto, para além de ser um narcotraficante à escala mundial (a acusação é deles) e sob alçada das suas autoridades judiciárias, participou com os seus homens na morte de um dos seus agentes em missão do governo americano, e para eles, António Injai, o senhor de Bissau, é a unica pessoa que poderá ajudar na captura de Bubo Na Tchuto e entregá-lo à justiça norte-americana para ser julgado pelos crimes de que é acusado.

E pergunta-se: será que Antonio Injai ficará por lá sem que nada lhe aconteça? Não. Pensam os americanos que António Injai será levado pelos acontecimentos que criou e pelos que inevitavelmente se seguirão, ou que, em momento oportuno, ultrapassada a fase Bubo Na Tchuto, terão o tempo de lhe fazer a folha. - António Aly Silva

Na foto: António Indjai (esq.) e Bubo Na Tchuto

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Rui Barros ouvido pela justiça da Guiné-Bissau sobre modelo de privatização dos Portos




Bissau – O antigo Primeiro-ministro do Governo proveniente do golpe de Estado de 12 de Abril de 2012, Rui Barros, foi interpelado esta quinta-feira, 18 de Setembro, pela justiça da Guiné-Bissau.

Rui Duarte Barros responde pelo Processo n.º 455/2013 sobre o modelo adoptado pelo seu Governo na privatização da Administração dos Portos da Guiné-Bissau (APGB) assim como o caso de espancamento do então ministro dos Transportes e Telecomunicações, Orlando Veigas.

À saída da audiência que durou 180 minutos, Rui Barros, que costuma ter uma atitude pouco cordial para com a imprensa, não respondeu às questões que lhe foram colocadas sobre os motivos da sua comparência junto da Delegacia da Vara Crime do Ministério Público, em Bissau.

«Não vou responder a nada, não vou responder a nada», disse o ex-Primeiro-ministro, empurrando a porta da sua viatura contra os jornalistas.

Este pode ser um dos vários processos-crime contra os autores do golpe de Estado na Guiné-Bissau, que nos últimos anos mergulhou o país numa situação difícil, com espancamentos de cidadãos, assassinatos e longos períodos de salários em atraso.

(c) PNN Portuguese News Network - Bissau Digital

Cabo Verde: A prioridade do Governo é a criação de empregos e garantir rendimento às pessoas




Cidade da Praia, 19 Set (Inforpress) – O primeiro-ministro defendeu hoje, na Praia, que o maior desafio de Cabo Verde é criar emprego e garantir rendimento às pessoas, uma prioridade também do Governo e uma responsabilidade a ser partilhada com privados, ONG e sociedade civil.

José Maria Neves falava na cerimónia de abertura da Conferência Nacional para o Emprego, que pretende reflectir sobre a problemática do emprego em Cabo Verde, com o objectivo de partilhar experiências e recolher contributos para reforçar as políticas e os programas que visam a geração de mais postos de trabalho.

No seu entender, o crescimento proposto pelo Governo deve conduzir ao desenvolvimento, ser amigo do ambiente e acautelar as desigualdades de modo a ser um desenvolvimento inclusivo e justo, que promova a igualdade e equidade de género e com os olhos postos no futuro.

Esse desenvolvimento, segundo o primeiro-ministro, deve considerar os anseios e as aspirações particularmente da juventude, pelo que propõe que a abordagem da problemática do emprego se faça através de um intenso diálogo entre a sociedade civil e a sociedade política, envolvendo todas as instituições do Estado, mas fundamentalmente o sector privado, as empresas, as ONG e os municípios.

O objectivo, disse, é construir as soluções que possam levar a uma sociedade com pleno emprego, um processo no qual considera que todos os actores têm um papel importante.

“O desafio da criação de emprego é, afinal, uma responsabilidade de todos”, mas desde logo do Estado, que deve ser “visionário, estratega, regulador e catalisador do desenvolvimento", explicou, salientando que a visão do Governo para o país é partilhada e vem sendo construída através de debates sucessivos envolvendo todos os actores políticos e sociais.

“Esta visão tem a ver com uma nação moderna, competitiva, justa e inclusiva, uma nação com oportunidades susceptíveis de serem partilhadas por todos”, explicou José Maria Neves, para quem esta é uma meta ambiciosa que coloca sobre todos uma grande tensão e obriga a trabalhar de forma conjunta.

A estratégia do Governo, assegurou, é transformar Cabo Verde num centro internacional de prestação de serviços, com o turismo a ser um motor de crescimento da economia, e numa plataforma logística na região, ao mesmo tempo que vai apostar nas tecnologias informacionais, nas economias criativas e nos serviços financeiros internacionais e aproveitar todas as potencialidades ligadas ao mar.

Acelerar o ritmo de transformação é a grande ambição de José Maria Neves, que propõe a melhoria dos mecanismos de regulação e uma mudança profunda da administração pública para que o Estado seja mais amigo do cidadão e do sector privado.

Paralelamente, advogou o desenvolvimento de factores de competitividade do país, a começar pela modernização das infra-estruturas, a par da criação de um ambiente favorecedor da criação de um bom ambiente de negócios, devendo o Estado criar condições para o investimento directo estrangeiro e que facilite a realização de investimentos privados.

Durante o dia de hoje, vão estar em debate na conferência “O papel dos poderes públicos, governo e municípios na geração de emprego”, “Incentivos e geração de emprego” e “Políticas de inserção profissional”, ao que se seguirá a assinatura do pacto nacional para o emprego.

No final, o Governo espera obter respostas claras e recomendações práticas para ajustar as estratégias e políticas mais eficientes no âmbito do emprego de forma a fomentar a criação de postos de trabalho decente, reforçar a orientação profissional dos jovens à procura de emprego, reduzir a pobreza e combater o desemprego.

AB – Inforpress (cv)

Cabo Verde: REMODELAÇÃO GOVERNAMENTAL MERECE CRÍTICAS DA OPOSIÇÃO




Líder do Movimento para a Democracia considera remodelação governamental “uma mera reciclagem”

Cidade da Praia, 18 Set (Inforpress) - O presidente do Movimento para a Democracia (MpD), Ulisses Correia e Silva considerou hoje “uma mera reciclagem” a remodelação governamental anunciada pelo primeiro-ministro, José Maria Neves.

"Esta remodelação demonstra que o PAICV e o governo, além de estarem no fim da caminhada, não têm soluções para a governação. São as mesmas caras. As pessoas que já foram membros do governo e que voltam novamente ao cargo”, afirmou.

Segundo Ulisses Correia e Silva, mais do que a remodelação do governo, preocupa o MpD neste momento o “baixo crescimento económico, o desemprego, a falta de resposta para um mau ano agrícola que é já uma realidade, a problemática da energia, a insegurança e a criminalidade”.

O presidente do MpD afirmou que o governo tem um problema global de política económica, com falta de reformas nos diversos sectores, "e que não será com a reciclagem que se vai conseguir dar sinais na resolução dos problemas graves que o país atravessa neste momento".

Para Ulisses Correia e Silva “não há soluções à vista para este conjunto de situações que estão a atingir o país de forma muito grave”.

O líder do Movimento para a Democracia criticou também o chefe do Governo por não ter "libertado“ a ministra da Saúde, Cristina Fontes Lima e a da Juventude Emprego e Desenvolvimento dos Recursos Humanos, Janira Hopffer Almada, para se dedicarem a tempo inteiro à campanha eleitoral do PAICV "e deixar as instituições do Estado a funcionarem na normalidade".

Quanto à transferência da pasta de investimentos para as mãos do primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva disse que isso "não vai revitalizar este sector". “Não creio que seja esta a solução”, frisou.

Para o líder do maior partido da oposição, o problema neste sector não é só da atenção governamental. O problema é de instrumento de política e de um conjunto de sectores que interligados criam ou não um ambiente favorável ao investimento nacional e estrangeiro.

“Não creio que este Governo tenha capacidade de gerar confiança na economia do mercado para que possamos ter dinâmica de crescimento económico”, enfatizou.

JL – Inforpress



Remodelação governamental: PM acaba de apresentar a sua fraqueza da pior forma possível – UCID

Cidade da Praia, 18 Set (Inforpress) – O presidente da União Cabo-verdiana Independente Democrática (UCID), António Monteiro, considera que, com a remodelação governamental apresentada hoje, o primeiro-ministro, José Maria Neves, acabou por apresentar a sua “fraqueza da pior forma possível”.

Em declarações à Rádio de Cabo Verde, António Monteiro afirmou que um primeiro-ministro que quer efectivamente dar ao seu país uma dinâmica “muito forte” em termos de desenvolvimento económico e social teria feito uma remodelação com “maior profundidade”.

“Teria acima de tudo encontrado pessoas com nível de conhecimento muito avançado e não ficar naquela de ter as mesmas pessoas a rodar à volta da mesa sem que as condições próprias para o desenvolvimento real de Cabo Verde possam ser encontradas” sublinhou.

Para o líder partidário e deputado, a saída de Humberto Brito e a entrada de Leonesa Fortes para o agora denominado Ministério do Turismo, Investimento e Desenvolvimento Empresarial, demonstra que José Maria Neves “já não tem soluções para o país e que está um pouco cansado”.

O presidente dos democratas cristãos lembrou que foi o próprio José Maria Neves, que na altura do fórum Transformação de Cabo Verde, admitiu que não tem os melhores e mais competentes ministros no seu elenco governamental e questionou o porquê da não realização de uma remodelação mais aprofundada.

“Se ele tem esse sentimento porque não fazer uma remodelação profunda, procurar quadros competentes que esse país tem para que tenhamos um Governo sólido, forte e que permite resolver os problemas de Cabo Verde: a questão do desemprego, da economia que não cresce e da insegurança”, realçou o líder da UCID.

Sobre a permanência nos respectivos cargos da ministra da Juventude, Emprego e desenvolvimento dos Recursos Humanos, Janira Hopffer Almada, e da ministra-adjunta e da Saúde, Cristina Fontes Lima, ambas pré-candidatas à liderança do PAICV, António Monteiro disse não ver problemas, desde que essa concorrência interna do PAICV não belisque o funcionamento das instituições.

“Agora a questão a que teremos que estar atentos é se as ministras irão utilizar os bens públicos, os meios do Estado para atingirem objectivos muito pessoais que é chegar à presidência do PAICV”, alertou.

Conforme a remodelação hoje anunciada, saem igualmente do Governo Jorge Borges, que é substituído por na pasta dos Negócios Estrangeiros por Jorge Tolentino, que por sua vez deixa o cargo de ministro da Presidência do Conselho de Ministros e da Defesa Nacional.

Esta remodelação fica marcada ainda pela entrada de quatro novas caras, entre as quais, Démis Lobo Almeida, da ilha do Sal, que é o novo ministro da Presidência do Conselho de Ministros, que terá ainda sob a sua alcançada a pasta da Comunicação Social, e Leonesa Fortes, que deixa o INPS (Instituto Nacional da Previdência Social) e que também vai assumir a pasta do Investimento, até agora entregue ao chefe do Governo.

A actual embaixadora de Cabo Verde em Bruxelas, Maria Jesus Miranda Mascarenhas, que regressa ao Governo como secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros, e a directora do Tesouro, Esana Jacqueline de Carvalho, assume como secretária de Estado Adjunta da Ministra das Finanças e Planeamento, são as outras caras novas deste elenco governamental.

Rui Semedo passa a acumular as pastas dos Assuntos Parlamentares e da Defesa Nacional.

AT/MJB - Inforpress

CPLP VAI AJUDAR GUINÉ EQUATORIAL A “ASSIMILAR VALORES”




A língua portuguesa e os direitos humanos são dois dos valores da comunidade, segundo o secretário-executivo da organização. Foi em julho que a Guiné-Equatorial aderiu formalmente à CPLP.

A Comunidade dos Países da Língua Portuguesa (CPLP) vai acompanhar a Guiné Equatorial para que este novo Estado-membro possa "rapidamente assimilar os valores" da comunidade, ao nível do português e dos direitos humanos, garantiu o secretário-executivo da organização.  

A Guiné Equatorial aderiu formalmente ao bloco lusófono em julho, na cimeira de Díli, durante a qual "houve uma recomendação de que seria importante que a CPLP apoiasse a Guiné Equatorial na sua integração, aconselhando - não é monitorizar -, fazendo uma assistência para que eles possam rapidamente assimilar aqueles aspetos fundamentais que constituem os princípios e valores", referiu o responsável, Murade Murargy, em entrevista à Lusa. 

Uma recomendação feita por iniciativa de Portugal e que o secretário-executivo recusou apelidar de "exigências". A entrada do país presidido por Teodoro Obiang desde 1979 havia sido condicionada nos últimos anos ao cumprimento de um roteiro que incluía a abolição da pena de morte e a adoção do português como língua oficial - o espanhol é a língua mais falada.  

Murade Murargy salientou alguns avanços já anunciados pelo regime de Obiang, nomeadamente a legalização dos partidos e a realização de um diálogo com todas as forças políticas. 

"Nem todos falam português"

Na cimeira, foi realçada a ideia de que a Guiné Equatorial "é membro" da CPLP, mas "não está totalmente integrada", disse. O secretário-executivo exemplificou com a questão da língua: "Nem todos falam português. Estamos todos em integração. Em Angola, Moçambique, o analfabetismo é enorme. Em Timor-Leste ainda é mais gritante". O português - que "é de todos e não só de Portugal" - é a "pedra angular" da comunidade. "Os estatutos falam nisso: todos os países que adotarem a língua portuguesa podem integrar-se na CPLP", referiu. 

Na abertura da cimeira de Díli, o Presidente equato-guineense, Teodoro Obiang, foi chamado para o palco, onde já se encontravam os chefes de Estado dos restantes países da CPLP. Questionado sobre se houve uma falha protocolar, Murargy negou.

"O país anfitrião tem toda a liberdade de convidar e colocar um chefe de Estado onde entender. Não vejo nenhum inconveniente ele [Obiang] estar ali sentado. Se viesse outro chefe de Estado, teria acontecido o mesmo. Protocolarmente, é uma questão de cortesia do Estado anfitrião", considerou.

Já sobre o facto de, naquele momento, a Guiné Equatorial ter sido anunciada como "novo membro" da comunidade, ainda antes da reunião em que os oito chefes de Estado e de Governo iriam aprovar a entrada do nono membro, o secretário-executivo disse ter-se tratado de uma "'gaffezinha' do protocolo", que classificou de "lamentável".

Na próxima semana, os ministros dos Negócios Estrangeiros dos Estados da CPLP reúnem-se em Nova Iorque, à margem da assembleia-geral das Nações Unidas, e que contará já com a presença do chefe da diplomacia equato-guineense. 

Lusa, em Expresso

Guiné Equatorial: OBIANG RECEBE OPOSITORES EXILADOS PARA O DIÁLOGO E RECONCILIAÇÃO




Exilados políticos no Gabão felicitam o Presidente Obiang por iniciar o diálogo nacional

O Chefe de Estado, Obiang Nguema Mbasogo, reuniu-se no dia 18 de setembro, com uma delegação de opositores no exílio no Gabão, que o felicitou pela sua iniciativa de abrir uma Mesa de Diálogo Político Nacional, para o qual são convidadas todas as forças políticas dentro e fora do país

A foto inclusa ilustra momentos passados ​​no Palácio do Povo de Malabo, durante a entrevista que o Chefe de Estado realizou nesta quinta-feira, setembro 18, com alguns guineenses exilados políticos no Gabão, liderados por Leoncio Esono Micha, ex-comandante das Forças Armadas, que nos últimos vinte anos tem estado no exílio no país vizinho.

A presença desta delegação contou com Ignacio Ndong Mba e Guy Nguema Ndong, representantes do Movimento de Libertação Nacional da Guiné Equatorial (MONALIGE); Elo e Elo Ayetebe Fernando, um membro da sociedade civil, entre outros,  que confirmaram a sua participação na Mesa do Diálogo Político Nacional, convocada pelo Presidente da República a realizar no mês de novembro.

Na recepção, os refugiados no Gabão manifestaram a sua vontade de retornar à Guiné Equatorial para realizar atividades políticas compatíveis com suas convicções políticas, agradecendo ao Governo pela iniciativa de início do processo de reconciliação nacional.

Nos próximos dias irá verificar-se a chegada da maioria dos guineenses no exílio que há vários anos esperam contribuir com a sua participação neste diálogo político. O Chefe de Estado convidou todos os partidos políticos legalizados no país, e as pessoas que vivem fora das nossas fronteiras, para voltar à sua terra natal para iniciar negociações a fim de que, de maneira apropriada e de acordo com cada caso, possam legalizar a sua situação ou reintegrarem-se nas formações sócio-políticas já legalizadas.

O Secretário de Estado, Ministério da Informação, Imprensa e Rádio, Juan Noel Nsue Ondo, o Presidente Obiang Nguema Mbasogo, estiveram presentes nesta reunião.

Texto: María Jesús Nguema Nsang - Fotos: Manuel Mangue (Presidencial Imprensa Equipe) - Imprensa e Informação da Guiné Equatorial

Nota: A reprodução total ou parcial deste artigo ou imagens que acompanham deve ser sempre e em toda parte, com a menção da fonte do mesmo (Imprensa e Informação da Guiné Equatorial). 

Guiné Equatorial Press – site oficial do governo equatoriano, 19 setembro 2014 – Tradução e título Página Global

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