domingo, 21 de agosto de 2011

Cabo Verde – Presidenciais: Fonseca lidera com 54,3%, contadas 82,7% das mesas de voto




JSD - LUSA

Cidade da Praia, 21 ago (Lusa) -- O candidato Jorge Carlos Fonseca lidera a contagem dos votos da segunda volta das eleições presidenciais cabo-verdianas de hoje com 54,3 por cento dos votos, quando estão apuradas 82,7 por cento das assembleias.

Com a abstenção a situar-se nos 40,7 por cento, inferior em quase seis pontos em relação à primeira volta (46,8 por cento), Fonseca lidera com 83.203 votos, deixando Manuel Inocêncio Sousa, seu adversário, com 70.101 votos (45,7 por cento).

Segundo os resultados oficiais divulgados pela Direção geral de Apoio ao Processo Eleitoral (DGAPE) de cabo Verde, Fonseca está à frente em quase todas as ilhas -- perde o Fogo para Inocêncio -, e lidera também no círculo Europa e resto do Mundo.

Inocêncio lidera o círculo África, enquanto decorre ainda a votação nos Estados Unidos, que só terminará às 22:00 de Cabo Verde (24:00 em Lisboa).

A votação só ficará completa segunda-feira, quando votarem os 652 eleitores inscritos nas quatro mesas que, devido ao mau tempo, não abriram hoje as urnas.

Os resultados são os seguintes:

Mesas apuradas: 82,7 por cento
Abstenção: 40,7 por cento
Jorge Carlos Fonseca: 83.203 votos (54,3 por cento)
Manuel Inocêncio Sousa: 70.101 votos (45,7 por cento)

*Foto em Lusa

Angola: LÍDER DA UNITA EXORTA MILITANTES A CONVIVÊNCIA PACÍFICA




EL – NME - LUSA

Lobito, Angola, 21 ago (Lusa) -- O presidente da UNITA, maior partido da oposição angolana, exortou os militantes desta força partidária a destacarem-se pelo "respeito" e as "diferenças políticas para consolidação da paz e da democracia", noticiou hoje ao fim do dia a agência Angop.

Isaías Samakuva, que falava sábado numa iniciativa política no bairro da Canata, no Lobito, pediu aos militantes da UNITA que se abstenham de "provocações de carácter político", para "salvaguardar a paz e tranquilidade pública".

O líder da UNITA garantiu que o partido está preparado para as próximas eleições, nomeadamente para cumprir com o que está consagrado na Constituição, designadamente a forma como deve ser organizado e realizado o escrutínio.

Isaías Samakuva, que estava acompanhado pelo secretário-geral Abílio Camalata Numa, entre outros dirigentes, aproveitou a estada na província de Benguela para visitar estruturas de base do partido.

A referência de Samakuva à forma como deverão ser preparadas e organizadas as eleições tem a ver com a aprovação pelo parlamento do pacote legislativo eleitoral, no passado dia 16, e que levou os deputados da UNITA a abandonar a sessão.

Em conferência de imprensa, realizada dias antes, Isaías Samakuva tinha já alertado para a não participação da UNITA na aprovação deste pacote legislativo eleitoral, caso fosse violado o artigo 107 da Constituição, que delega todas as atividades organizativas do processo eleitoral aos órgãos de administração independente.

Por outro lado, Isaías Samakuva tem vindo a enfrentar nos últimos tempos o recrudescer de atividade de uma ala contestatária à sua direção.

*Foto em Lusa

A FORÇA DA GRANA




PAULO KLIASS* – CORREIO DO BRASIL

Parece que países do porte do Brasil não têm margem de manobra para evitar que sua economia seja contaminada pelos fluxos financeiros globais. Os dez maiores fundos operam um valor equivalente a oito vezes o PIB brasileiro! Mas há, sim, o que fazer. O primeiro passo é afastar o conformismo.

Os primeiros anos do milênio têm sido pródigos em oferecer todo tipo de novidades em escala mundial, apresentadas em ritmo tresloucado e sendo permanentemente superadas, numa velocidade assustadora. A combinação entre o aprofundamento da internacionalização da economia, a crescente importância adquirida pelo processo de financeirização das atividades econômicas e o desenvolvimento tecnológico fenomenal no âmbito da informática e das telecomunicações oferecem um quadro potencialmente transformador nas relações econômicas em geral, e em particular nas operações em escala mundial.

Um fenômeno que bem reflete as mudanças oferecidas por esse verdadeiro coquetel de inovação são as relações financeiras no plano internacional. Até não muito tempo atrás, as chamadas “praças” guardavam forte conteúdo nacional, e mesmo local. As bolsas de valores de Nova York, Chicago, Londres, Paris e Tóquio eram, por exemplo, as vedetes das operações do mercado de capitais e apresentavam características específicas que as diferenciavam entre si. Porém, o desenvolvimento tecnológico e o aprofundamento do grau de mundialização das empresas fez com que tais particularidades fossem sendo resumidas praticamente às diferenças de fuso horário. Além disso, outros países asiáticos passaram a entrar no time principal das “cities” financeiras, como Hong Kong, Mumbai, Cingapura. E a ironia da história e das localizações geográficas fez com que as praças orientais fossem as primeiras a operar a cada dia útil no mercado financeiro e de capitais. No dizer do jargão financeiro, o mercado “abre” com as bolsas do sol levante.

No entanto, apesar dos meios de comunicação insistirem em tratar a questão com certa dose de transcendência e intangibilidade para o grande público, o fato é que as grande jogadas no circuito financeiro são feitas por poucos e mastodônticos agentes no plano mundial. Perdeu-se quase toda a diversidade local e as tendências globais das operações se consolidam independentemente dos lugares e das diferenças dos fusos. Cada vez mais se concretiza o conhecido dito de Marx de que o “capital não tem pátria”. E agora basta uma decisão do comitê de investidores de uma determinada instituição financeira, uma ordem de execução ao operador da mesa de negócios e um toque na tecla “enter” para que os recursos atravessem fronteiras e meridianos em microlésimos de segundos! Uma única regra a ser respeitada: a busca permanente da maior rentabilidade. O que, é claro, pode significar apenas reduzir perdas em algum momento. Afinal, não é possível que todos os agentes ganhem sempre, muito e a todo momento.

Normalmente tratado com tinturas cinematográficas, o processo adquire, no entanto, um roteiro especial quando alguma perturbação de maior gravidade é sentida no ar. Foi o caso típico da crise recente para aprovação das novas regras do endividamento público norte-americano, numa conjuntura em que já havia dificuldades resultantes das crises dos países da zona do euro e da ação do Banco Central Europeu (BCE). Em uma semana tensa e carregada de incertezas, o Senado dos EUA havia finalmente aprovado a possibilidade de aumento do grau endividamento público daquele país. Mas numa sexta-feira, a agência de rating Standard & Poor’s optou por reduzir o grau de credibilidade dos títulos do Tesouro Federal – caindo da famosa cotação AAA para um simples AA+. Ou seja, o forte simbolismo de um papel emitido pelo governo do país, até então, mais identificado com o padrão atual do capitalismo passou a apresentar um risco mais alto. Isso porque, em tese, haveria maior probabilidade de não honrar seu pagamento no vencimento. Ao mesmo tempo, pairava um sentimento de que o BCE não estaria sendo suficientemente sério ao afirmar que apoiaria os países da zona do euro caso o mercado financeiro continuasse atuando para quebrar os papéis das dívidas da Grécia, de Portugal e da Espanha.

Nesse caso, realmente foi um fim de semana tenso, com chefes de governo adiando seus compromissos (e algumas férias, inclusive…) e promovendo reuniões com o intuito de “assegurar” ao mercado a firmeza de suas intenções de política econômica. E aí, sim, os meios de comunicação passaram a pautar e chamar a atenção para as incógnitas da abertura dos mercados asiáticos na segunda-feira de manhã. Entre 5 e 7 horas antes de Paris e Londres. Entre 11 e 13 horas antes de Nova Iorque. Cria-se o suspense, como se os grandes operadores da porção oriental do mercado financeiro tivessem interesses distintos daqueles que ainda dormiam no momento em que as primeiras operações eram realizadas nas praças asiáticas. Nada, porém, mais fantasioso!

Ou alguém tem a ilusão de que conglomerados do porte de um Citibank, de um HSBC e demais instituições financeiras similares ficam a mercê do que “outros” estariam a fazer de madrugada lá numa praça mais à leste? Por mais que ainda haja alguma particularidade local ou operadores que dependam mais de uma praça do que de outra, a lógica macro de movimento dos agentes do mercado financeiro é global, por definição. Ela transcende as fronteiras nacionais, as moedas locais, as distâncias geográficas e os diferentes fusos horários que ainda guardam o meridiano de Greenwich como referência.

Isso não significa, porém, que haja uniformidade absoluta na conduta e na avaliação que embasam o comportamento dessas instituições e empresas. Afinal, a base de funcionamento do mercado é sempre uma operação de troca. Ou seja, quando algum agente está efetuando uma compra, do outro lado da linha há alguém realizando uma venda. E se a troca é referenciada em um preço, isso significa que há uma diferença de percepção ou de necessidade. Uns vendem porque acham que é o bom momento para “realizar” (no jargão do financês) o ganho. Outros compram por achar que os preços estão em baixa e poderão subir no futuro. E por aí vai.

Mas a estrutura de composição do mercado financeiro internacional reflete um elevado nível de concentração, com a centralização de poder de decisão em mãos de poucas e imensas empresas. Por outro lado, o processo de financeirização das atividades econômicas em geral terminou por conferir ao mercado financeiro e às instituições que nele operam um sobredimensionamento em relação ao chamado “setor real” da economia. Com o crescimento mais do que proporcional das operações financeiras, esse setor praticamente se descolou da economia concreta, da produção de bens e da oferta de serviços em todo o mundo. A ampliação das oportunidades de ganhos e de realização de negócios introduziu o conceito de mercadoria em praticamente cada nicho da sociedade contemporânea. E aí meras apostas contra tendências econômicas futuras também alçaram características de mercadoria, com seu preço, sua oferta, sua demanda. A sofisticação negocial e tecnológica chega ao aprimoramento de transformar a mera atividade de especulação financeira em operação especial e específica no mercado de capitais. “Mercado de derivativos”, “mercado a termo”, “mercado futuro”, “mercado de hedge”, muitos são os rótulos para a enganosa embalagem para presente de algo que nada mais é do que a prática especulativa pura e simples.

Em escala internacional, a força dos conglomerados financeiros é capaz de subjugar Estados e derrubar governos. Levantamento divulgado recentemente informa que apenas os 10 maiores gestores de fundos financeiros globo afora eram responsáveis, ainda ao final de 2010, pela movimentação equivalente a US 17,4 trilhões. Ou seja, isso significa que um valor em títulos financeiros 20% superior ao PIB dos EUA está em mãos de 10 conglomerados. Ampliando um pouco a amostra, o relatório mostra que os 400 maiores gestores de fundos financeiros do globo eram responsáveis pela movimentação de US$ 53,6 trilhões – um valor difícil de dimensionar e comparar pela sua magnitude. A título de ilustração, ele representa um valor 30% maior do que a soma dos PIBs dos 10 maiores países do mundo.

Ora, sob tais condições, parece evidente que países do porte do Brasil não têm muita margem de manobra para evitar que sua economia seja contaminada por tais fluxos financeiros. Os dez maiores fundos operam um valor equivalente a oito vezes o PIB brasileiro! E, por incrível que pareça, ainda tem gente querendo nos fazer crer que eles “vêm para cá” (eufemismo para dizer que teclam “enter” na destinação “brazil”) aplicar seus recursos porque acreditam no potencial econômico do nosso País, e todo o blá-blá-blá muito bem conhecido. Nadica de nada! O que buscam é o fabuloso ganho oferecido pela política monetária criminosa e irresponsável praticada pelos sucessivos governos através do Banco Central, quando há mais de uma década ostentamos as maiores taxas de juros do planeta! Ou então aquele “me-engana-que-eu-gosto” de que por aqui, in terrae brasilis, tudo é tranqüilo. Ficaríamos eternamente boiando beleza, como que intangíveis na nossa marolinha tupiniquim, enquanto o resto do mundo sofre as conseqüências do tsunami das crises.

Por meio da complementação perversa entre generalização da mercantilização e intensificação das atividades de financeirização, o mundo da economia atual vive um crescente distanciamento do mundo real. Tudo passa a ser encarado como mercadoria: uma relação social, um serviço público, uma diversão, o usufruto de férias, a satisfação de necessidades humanas básicas. E tudo passa a ser objeto de uma tentativa de financeirização: o empréstimo bancário, o cartão de crédito, o crédito consignado, os diversos tipos de seguro. E, com isso, além dos problemas sociais e econômicos gerais derivados dessa tendência de transformar tudo em mercadoria, cria-se um enorme fosso entre o valor econômico do mundo concreto (por mais impalpável que seja, é verdade) e o valor estratosférico das transações econômicas efetuadas apenas com base na esfera puramente financeira, descolada da atividade do mundo real.

O setor financeiro deveria existir para servir (sim, esse é o termo adequado!) à economia produtiva e ao setor de serviços. Reduzir custos, diminuir riscos, criar eficiência, agilizar operações. Mas o que se viu, ao longo do tempo, foi a crescente autonomização da área das finanças – na nossa vida de cidadãos, no interior das empresas, na estrutura do Estado, enfim, no conjunto da sociedade. A tal ponto que o restante das atividades tornaram-se dependentes, escravas mesmo, do setor financeiro. Uma completa inversão de valores e de prioridades.

Frente à força de tal movimento, por vezes parece-nos que não resta muito mais o que fazer. A atual forma de globalização das atividades sociais e econômicas assume ares de algo inevitável. O referido superdimensionamento da esfera financeira face à esfera produtiva parece igualmente inelutável. E não é bem assim. Por mais que vivamos esmagados sob a atual hegemonia desse modelo que tenta nos convencer de que não há alternativa, o mundo está salpicado de tentativas e experiências bem sucedidas em que um outro modelo de vida em sociedade é possível. O primeiro passo é romper o conformismo e a passividade. Em seguida, ampliar o horizonte de visão e superar a ignorância. Construir uma sociedade em que estejamos menos dependentes da bolha especulativa das empresas de informática na bolsa de Nova York ou dos tremeliques dos agentes das finanças por eventual dúvida a respeito da capacidade de algum país europeu cumprir ou não com sua dívida pública.

*Paulo Kliass é Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental, carreira do governo federal e doutor em Economia pela Universidade de Paris 10.

"Camões não tem de arrumar as malas e terá, sim, lugar nesta meia-ilha!" – Ângela Carrascalão




Na sequência do procedimento anterior, publicar algumas das opiniões de leitores a propósito da erradicação do ensino da língua portuguesa no ensino básico em Timor-Leste, que o governo timorense deliberou em Decreto-Lei há dias conhecido e que tem causado polémica, voltamos a editar algumas novas opiniões constantes nos comentários dos títulos mencionados.

Fazemos especial referência à opinião de Ângela Carrascalão, uma intelectual timorense que publicamente manifesta o seu desacordo com a decisão tomada pelo governo de Timor-Leste. As "malas" referidas por Ângela Carrascalão relacionam-se com o comentário de um leitor brasileiro que aqui publicamos em último, como constatarão.


Camões não tem de arrumar as malas e terá, sim, lugar nesta meia-ilha! A língua portuguesa, falada nos quatro continentes, foi escolhida para ser língua oficial a par do tétum pelos timorenses na Assembleia Constituinte! Não nos foi imposta! Temos de desenvolver o tétum a par do português, língua com a qual coabita há séculos!

Que raio de ideia esta da defesa das línguas maternas quando precisamos de unidade e de consolidarmos a nossa identidade!


LUSÓFONOS DO MUNDO: UNI-VOS. QUEREM MATAR A NOSSA LÍNGUA EM TIMOR-LESTE.

Brasil, avance (Portugal está a dormir de fome). A Língua de Jorge Amado faz parte da identidade timorense. Os australianos têm medo do Brasil. E há imensos especialistas brasileiros que podiam a reformar o sistema de educação timorense, ainda por cima com experiência de línguas indígenas.


Tirania, opressão, maldade, crueldade...

Tudo isso se viu durante os vinte e poucos anos de dominação indonésia em Timor-Leste. E mesmo dez anos depois da independência ainda se vê o indonésio (idioma do opressor) amplamente falado nesta nação. São marcas que talvez nunca se apaguem.

Camões arruma tuas malas que não cabes nesta ilha.

Um brasileiro.

TUBARÕES MARINHOS À VISTA METEM MEDO, OS TERRESTRES NEM POR ISSO!




ANTÓNIO VERÍSSIMO

Na costa atlântica de Portugal, numa praia lá mais para o sul de Portugal, em Vila do Bispo, foram avistados tubarões perto da praia do Zavial. Foi um ver se te avias a saltar fora de água. Quem? Os banhistas, está bem de ver. Fugiram daqueles tubarões à velocidade do Speedy Gonzalez, pareciam Fitipaldis em prova de Fórmula 1. Nem se lembraram que todos os dias são devorados por outros tubarões, de outra espécie – espécie humana, terrestre. 

É curioso como aqueles banhistas não têm problemas em se cruzar com os tubarões de São Bento, de Belém, do Rato e da Lapa, da CIP e de muitos mais tubarões que até se parecem connosco e passam as vidas a oferecer as caras e os ditos e mexericos na comunicação social como se até não passassem a vida a darem-nos enormes dentadas e a deixarem-nos despojados das carnes e do pouco que eventualmente e por sorte deles ainda temos para que se alimentem e nos parasitem.

A propósito dos tubarões em Vila do Bispo, disse um biólogo do Zoomarine ao jornal Público que “O avistamento de dois tubarões no Algarve é boa notícia porque significa que a costa portuguesa está rica em peixe…”.

Procurando estabelecer uma comparação entre os tubarões marinhos e os terrestres, engravatados e de colarinhos brancos, aqueles que na realidade nos devoram, não se compreende como é que no Algarve, naquele caso de Vila do Bispo, só havia dois tubarões apesar de haver tanto peixe para comer e dos terrestres que nos devoram são às centenas ou milhares e nós a julgarmos que já não temos nada para eles devorarem. Tanto assim é que passamos a vida a queixar-nos da miséria e carestia de vida, da fome e do mais que sabemos porque sentimos na pele. Significará isto que até nem temos razão e que ainda estamos munidos de muito para nos comerem? É que cada vez há mais tubarões em São Bento, em Belém… Pois, e pelos lados que todos muito bem sabemos.

Assim sendo, afinal somos uns falsos, uns mariquinhas pé-de-salsa que até vivemos bem, alimentamo-nos bem, engordamos, gozamos que nem uns nababos mas depois passamos a vida a choramingar na ladainha do “isto está muito mau, a crise… e patati-patatá, quando o certo é que ainda temos muito para deixar os tubarões devorarem. Pobrezinhos, eles precisam de se alimentar.

Disse o biólogo do Zoomarine que estes tubarões não nos atacam nem nos comem… Mas o povinho banhista fugiu. Curioso, dos tubarões terrestre não fogem e até votam neles. Caso para ser estudado por psiquiatras. Não?

O PAI TRIARCA POLICARPO… OU O PATRIARCA DE LISBOA?

Não refiro aqui o filme dos anos 50 “Pai Tirano”, protagonizado por Vasco Santana, porque certamente que a maioria dos poucos que isto lêem não conhecem, mas sem perder pela demora falo de outro pai muito mais simples que sem conhecerem todos o conhecem: o Pai Triarca… ou o patriarca Policarpo, de Portugal, Lisboa. É igreja, e quem não conhece a igreja papal romana e as suas teorias de que os plebeus nasceram para sofrer e assim ganharem o céu… Não consta que os não plebeus e aqueles que se sustentam largamente a trincarem os plebeus não vão para o céu. O que talvez aconteça é que os plebeus devem sofrer e deixarem-se devorar para ganharem o céu, enquanto que os não plebeus, as elites devoradoras, os tais tubarões, só têm de viver à grande e à francesa porque podem comprar lugar de luxo no céu. Provavelmente para os plebeus só têm no céu lugar de lixo. Não vos posso assegurar que assim seja porque ainda não fui lá, apesar de naturalmente julgar que pouco falta para participar nessa aventura. Depois escreverei a esclarecer tudo muito profundamente e com toda a isenção. Prometi… e não sou político. Cumprirei.

Mas vamos ao que interessa porque isso de estar para aqui a querer dizer que a igreja papal romana enferma de tender constantemente para as elites e enganar a plebe não é novidade. Só hipocritamente aparenta o contrário, ou se não abandonava o luxo e riquezas em que nababamente vive. Salvem-se uns quantos eclesiásticos, a saber, dos que aparentemente lhe pertencem mas que sabem ser honesta e francamente solidários com os menos sortudos e constantemente devorados pelos tubarões que Policarpo sabe defender – já nem o faz como quem não quer a coisa, que cinismo agora já não usa.

Em notícia da Lusa e publicado no Jornal de Notícias, que o Página Global transcreve, “As duas centrais sindicais repudiaram as declarações do cardeal patriarca de Lisboa, que criticou a atitude dos grupos de classe, nomeadamente os sindicatos, face às medidas de austeridade que estão a ser aplicadas.”

E desenvolve: “O cardeal patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, criticou os grupos de classe que fazem reivindicações contra as medidas impostas pela 'troika' e apelou para que o interesse nacional esteja acima dos interesses individuais.

As centrais sindicais reagiram: “O secretário-geral da UGT, João Proença, manifestou à Agência Lusa "incredibilidade pelo comentário" do prelado. "A igreja assume, assim, que ela defende o interesse geral e as restantes instituições sociais defendem interesses particulares", criticou o sindicalista.”

Acertadamente João Proença disse o que corresponde à realidade mostrada por este Pai Triarca ou Pai Tirano, salazarento e cerejado. Mas afinal nada de surpreendente aconteceu relativamente à igreja papal romana. Quantos mais pobres melhor porque mais podem brincar às caridadezinhas.

A outra central sindical, a CGTP, também se pronunciou sobre a questão: “Para o dirigente da CGTP Arménio Carlos as declarações do patriarca de Lisboa estão deslocadas da realidade do país pois ignoram o aumento do desemprego, da precariedade e das desigualdades sociais e a redução dos salários. "É interessante que o cardeal patriarca tenha esta posição quando se justificava que defendesse os que mais precisam", disse o sindicalista à Lusa. Arménio Carlos considerou que o bispo de Lisboa devia pensar na maioria dos portugueses, que tem sido tão sacrificada nos últimos anos.”

É evidente que Policarpo defende aquilo que mais convém aos seus desígnios e agora até está tão à-vontade que nem tem de fingir e vir com milongas de pensamentos que nem são os dele nem da igreja papal romana. Igreja que não seria nada se não existisse miséria e apertos de peito. Igreja que faz dos ensinamentos e constância da Bíblia aquilo que lhe convém, não o que poderá ser justo para os povos, para os fiéis, para os carenciados, para os explorados e oprimidos. Monsenhores Romeros e outros da mesma estirpe não fazem o género de Policarpo. Português, como é, temos um Policarpo ao estilo de Cerejeira, com a adaptalidade dos camaleões que também encontramos na Assembleia da República, em Belém, na presidência, nos partidos, e em outros lugares onde se decide como enganar a plebe e disso tirar vantagens pessoais, familiares, partidárias e de clientelas.

Não nos espantemos então destes quadros regressivos made in Salazar-Caetano em que subvivemos nestes tempos. A sociedade civil e eclesiástica, a reboque dos bens terrenos de que abusadamente usufruem, adaptaram-se à “democracia deles” depois de subverterem o melhor que souberam e puderam a verdadeira democracia.

E assim vai Portugal, uns quantos bem para que a maioria sobreviva muito mal. Não lhes perdoai senhor, eles sabem muito bem o mal que nos fazem!

Uma coisa conseguiu Policarpo: desta vez não ser hipócrita e mostrar que também é um verdadeiro tubarão… terrestre.

*Também publicado em Página Lusófona, blogue do autor

Setor do comércio em Portugal já lançou no desemprego mais de 100 mil pessoas





O encerramento de empresas em Portugal subiu 23 por cento no primeiro trimestre deste ano, tendo desaparecido 1250 lojas de comércio, 720 imobiliárias e 423 restaurantes

Lisboa - O desemprego no comércio em Portugal ultrapassa já as 100 mil pessoas, segundo o presidente da Confederação do Comércio, João Vieira Lopes.
De acordo com João Vieira Lopes, citado pela rádio TSF, desde 2009 que o problema se tem acentuado tendo em conta os dados disponíveis que apontam para o encerramento de cerca de 100 empresas por dia no sector do comércio, estimando-se que em 2010 este número seja muito superior.

Outros dados recentemente divulgados pelo Ministério da Justiça revelam que o encerramento de empresas em Portugal subiu 23 por cento no primeiro trimestre deste ano, tendo desaparecido 1250 lojas de comércio, 720 imobiliárias e 423 restaurantes.

Esta situação, defende João Vieira Lopes, prende-se não só com a crise económica, mas também com concentração no Comércio.

Segundo o presidente da CCP, o aumento do peso e do poder negocial da "grande distribuição", que no conjunto de toda a actividade comercial em Portugal representa 25 por cento do volume de negócios e 19 por cento do emprego, afecta a economia no seu conjunto.

Este poder, adiantou, tem vindo a destruir parte significativa do tecido produtivo nacional, em especial, ao nível das pequenas e médias empresas e nos sectores como a agricultura e indústria, "retirando-lhes o mercado do pequeno comércio e impondo-lhes condições negociais incompatíveis com a sua sustentabilidade". As informações são da TSF.

UM TERÇO DOS DESEMPREGADOS NO LUXEMBURGO SÃO PORTUGUESES - embaixador




DESTAK - LUSA

Cerca de um terço das pessoas que estão oficialmente registadas como desempregadas ou à procura de emprego no Luxemburgo são portuguesas, revelou hoje o embaixador luxemburguês em Portugal, Paul Schmit.

Segundo aquele responsável, que falava num debate realizado em Tavira, mais de 32 por cento das pessoas registadas como desempregadas são portuguesas, num universo de 70 por cento de cidadãos estrangeiros nas mesmas condições naquele país.

Paul Schmit falava no debate "O racismo, xenofobia e outras discriminações", no qual participou também o Alto Representante das Nações Unidas para a Aliança das Civilizações e ex-Presidente da República Jorge Sampaio.

Adiantando que naquele país europeu os portugueses representam 17 por cento da população residente, Schmit sublinhou que os estrangeiros são os mais afectados pelo desemprego em parte devido à dificuldade em aprender a língua.

Uma das chaves para a integração, referiu, é justamente a aprendizagem não só da língua-mãe, o luxemburguês, como do alemão, do francês e, numa fase mais tardia da escolaridade, o inglês.

De acordo com o embaixador, a integração é mais fácil quando as crianças chegam ao país em idades menores, sendo que entram anualmente nas escolas do Luxemburgo cerca de 500 novos alunos.

Schmit revelou ainda uma estimativa que aponta para que 20 por cento da população do país viva abaixo do limiar da pobreza, embora apenas 6 por cento sejam luxemburgueses, percentagem ultrapassada pelos estrangeiros.

Na sua intervenção, Jorge Sampaio falou da necessidade urgente em tornar as sociedades mais inclusivas, uma vez que nenhuma sociedade está "imune" à proliferação de práticas discriminatórias.

"Quem pensa que somos uma fortaleza fechada está enganado", afirmou, sublinhando que a redução das desigualdades sociais é ainda mais difícil num momento de crise económica como a que muitos países atravessam.

Considerando que o aumento da discriminação é um fenómeno "generalizado", Sampaio apelou a que se evite o argumento da "excecionalidade" ou do "incidente" para "fechar os olhos" a episódios como os de Oslo ou Londres.

O debate contou ainda com a participação do eurodeputado do Bloco de Esquerda e historiador Rui Tavares, do antropólogo e embaixador José Cutileiro e do presidente da União Romaní Internacional, Juan de Diós Ramírez-Heredia.

O evento, organizado pela Casa das Artes de Tavira, encerrou um ano de atividades realizadas sob a temática da discriminação e que contou com múltiplas atividades culturais.

É TUDO MENTIRA O QUE DIZEM SOBRE O REGIME DE EDUARDO DOS SANTOS




ORLANDO CASTRO*, jornalista – ALTO HAMA

Tudo quanto, nomeadamente em Portugal, se diz sobre José Eduardo dos Santos é mentira, dor de cotovelo e obra dos preconceitos coloniais de alguns (cada vez menos, é certo) os jornalistas lusos.

Desde logo, é mentira que José Eduardo dos Santos seja um presidente que está no poder há 32 anos sem nunca ter sido eleito.

O processo de bajulação dos governos portugueses ao regime do MPLA continua porque Angola, como e natural, apenas quer ajudar o povo irmão das ocidentais praias lusitanas.

Embora custe a muita gente em Portugal, o actual líder de Angola que preside à Comunidade de Países de Língua Portuguesa e, como prova da democraticidade do seu regime, está no poder – repita-se - há 32 anos como resultado das eleições.

Paulo Portas, que até foi excepcionalmente recebido pelo dono de Angola, acredita que o importante para Portugal são os poucos que têm milhões e não, claro, os milhões que têm pouco… ou nada. E tem razão. São esses poucos que compraram o BPN e, pela via económica, oferecem a Portugal o estatuto de protectorado.

E se Portas diz que as relações com Angola são excelentes, é porque são mesmo. Eu diria bem mais do que excelentes... na óptica da Oferta Pública de Aquisição lançada por Angola sobre Portugal.

Acrescente-se que é mentira quando se diz que 68% (68 em cada 100) de angolanos são gerados com fome, nascem com fome e morrem pouco depois com fome.

É mentira que 45% das crianças angolanas sofrem de má nutrição crónica, sendo que uma em cada quatro (25%) morre antes de atingir os cinco anos.

É mentira que Angola seja um dos países mais corruptos do mundo.

É mentira que a dependência sócio-económica a favores, privilégios e bens, o cabritismo, seja o método utilizado pelo MPLA para amordaçar os angolanos.

É mentira que 80% do Produto Interno Bruto ser produzido por estrangeiros; que mais de 90% da riqueza nacional privada seja subtraída do erário público e esteja concentrada em menos de 0,5% da população.

É mentira que o acesso à boa educação, aos condomínios, ao capital accionista dos bancos e das seguradoras, aos grandes negócios, às licitações dos blocos petrolíferos, esteja limitado a um grupo muito restrito de famílias ligadas ao regime no poder.

Mas é verdade que um dia destes o Jornal de Angola, um órgão que não é estatal, que não é correia de transmissão do regime, poderá divulgar – como tem ameaçado fazer - "as listas dos nomes dos quadrilheiros portugueses capturadas no bunker de Jonas Savimbi no Andulo".

Mas é mentira que dessa imensa listagem constem  oficiais das FAPLA e depois das FAA que nunca trabalharam para Savimbi, ou políticos do MPLA, alguns com altos cargos no Governo e que também não trabalharam para o líder da UNITA.

*Orlando Castro, jornalista angolano-português - O poder das ideias acima das ideias de poder, porque não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado.

Dirigente do MPLA acusa “caluniadores” de quererem “denegrir” presidente dos Santos




DESTAK - LUSA

Um dirigente provincial do partido no poder em Angola acusou hoje os que pretendem “denegrir” o Presidente José Eduardo dos Santos de serem “caluniadores”, segundo a agência noticiosa angolana Angop.

Bento Bento, primeiro secretário provincial do MPLA, que intervinha no ato político-cultural que marcou hoje em Luanda a abertura do programa comemorativo do 69º aniversário natalício do líder angolano, salientou que os “caluniadores não são patriotas, pelo que merecem a repulsa dos verdadeiros filhos de Angola”.

Os filhos de Angola, acrescentou, devem assegurar que “de agora em diante não será mais permitido que continuem a surgir esse tipo de tramas no país, sobretudo em Luanda”.

Bento Bento teceu críticas aos “detratores dos angolanos” que, segundo disse, “procuram denegrir os seus governantes a todo o custo”.

Segundo a Angop, Bento Bento, apelou durante o evento aos “patriotas angolanos a unirem-se em torno dos ideais traçados pelo presidente José Eduardo dos Santos, com vista a manutenção da independência e soberania do país”.

“Se quisermos ter uma Angola próspera e verdadeiramente independente em todos os sentidos, teremos que ter dirigentes forjados na têmpera do camarada presidente José Eduardo dos Santos, sobretudo a nova geração”, defendeu.

A iniciativa, que decorreu no Centro Recreativo “Kilamba”, foi promovida pelo Comité Provincial de Luanda do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder), no quadro do programa comemorativo do aniversário de José Eduardo dos Santos, que culmina dia 26 com uma mesa redonda, sobre a vida e obra do líder angolano.

O ato político-cultural foi marcado por depoimentos de figuras que conviveram com José Eduardo dos Santos, a que assistiram familiares do presidente, militantes do MPLA a todos os níveis, membros do governo, agentes culturas, entre outros convidados, e que foi complementado com música e dança.

José Eduardo dos Santos completa 69 anos no próximo dia 28 e é presidente de Angola desde 1979.

Cabo Verde – Presidenciais: Chuva forte, afluência fraca e polémicas em dia de presidenciais




JSD - LUSA

Cidade da Praia, 21 ago (Lusa) -- A chuva, a fraca participação, apelos ao voto e a polémica em torno da confusão registada sábado, dia de reflexão, estão a marcar hoje a segunda volta das eleições presidenciais em Cabo Verde.

A chuva, praticamente ausente durante o processo eleitoral, caiu hoje com intensidade nas ilhas do norte do arquipélago, o que não permitiu a abertura, em tempo útil, de quatro mesas da ilha de Santo Antão (totalizam 652 eleitores), com a votação a ser adiada para segunda-feira, dentro do mesmo horário.

O mau tempo foi, aliás, o causador dos muitos atrasos nas aberturas das urnas em todo o arquipélago, já que, na madrugada, as fortes chuvas afetaram também as ilhas do sul e leste, criando dificuldades no acesso dos elementos das mesas às respetivas assembleias de voto.

Sem incidentes de maior, a fraca afluência tem sido uma constante ao longo do dia e, embora não haja termos de comparação com a votação da primeira volta, a Comissão Nacional de Eleições (CNE) teme que a abstenção possa ultrapassar os 46,8 por cento registados a 07 deste mês.

Não sendo claro qual dos dois candidatos irá a abstenção favorecer, tanto Jorge Carlos Fonseca, vencedor da primeira volta, como Manuel Inocêncio Sousa afirmaram-se esperançados num "aumento significativo" da participação ao falarem, de manhã, aos jornalistas após exercerem o direito de voto.

Nas declarações ficaram também avisos à alegada "falta de eficácia" da CNE, com José Maria Neves, primeiro-ministro e líder do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, no poder) e Carlos Veiga, presidente do Movimento para a Democracia (MpD, oposição), a deixarem críticas ao órgão eleitoral que está sem presidente desde abril último.

Em causa está a polémica em torno da divulgação de uma notícia falsa -- a alegada prisão do delegado da CNE nos Estados Unidos -, em que a CNE é acusada de, ao não informar atempadamente as candidaturas, ter permitido que a comunicação social especulasse sobre o assunto em pleno dia de reflexão.

A comunicação social, aliás, foi também um dos alvos de José Maria Neves, que se questionou como é possível que uma notícia falsa possa ter eco na imprensa sem que antes seja confirmada.

Com Fonseca e Inocêncio a passarem ao lado da polémica, outra, bem concreta, foi levantada pelos jornalistas quando questionaram o Presidente cessante, Pedro Pires, sobre a influência da época das chuvas na fraca afluência às urnas, uma vez que se trata do período de férias e, ao mesmo tempo, da lavoura no meio rural.

O chefe de Estado cessante respondeu que se limitou a cumprir a lei e que as pessoas devem parar de procurar justificativas para possíveis maus resultados.

"Não está escrito que devemos marcar as eleições para a primavera, para o mês de maio ou para o mês de dezembro. O que está dito é que há um período, há um prazo e há que cumprir a lei. Acho que as pessoas devem evitar estar sempre à procura de desculpas, porque não se aplicam ou não se empenham, ou estão à procura de um bode expiatório para justificar este ou aquele resultado", sustentou.

Os primeiros resultados oficiais deverão ser conhecidos cerca de uma hora após o encerramento das urnas (às 18:00 locais, 20:00 em Lisboa), que, segundo a CNE, decorreu dentro da normalidade.

*Foto em Lusa

Líbia: NATO BOMBARDEIA QUARTEL-GENERAL DO LÍDER LÍBIO




DESTAK - LUSA

Protestos contra o regime de Muammar Kadhafi estão hoje a decorrer em Tripoli, segundo relatos de agências internacionais, enquanto a NATO bombardeou o quartel-general do líder líbio e o aeroporto de Maitika, também na capital.

A agência norte-americana Associated Press cita Mukhtar Lahad, um comandante de forças rebeldes que avançam sobre Tripoli, que refere que familiares seus residentes na capital líbia relataram manifestações com centenas de pessoas em vários bairros de Tripoli.

De acordo com a mesma fonte, os protestos estão a ser encorajados pelos imãs das mesquitas que estão a difundir através de altifalantes a frase "Allahu Akbar" (Deus é Grande), mas em pelo menos um dos bairros houve disparos de atiradores furtivos contra os manifestantes.

Os bombardeamentos da NATO contra o quartel-general de Muammar Kadhafi e contra o aeroporto foram noticiados pela cadeia de televisão árabe Al-Jazira. Residentes em Tripoli relataram também terem ouvido explosões e disparos de armas pesadas em várias zonas da cidade, sugerindo que grupos de simpatizantes dos rebeldes começaram a combater forças leais a Kadhafi no interior da capital líbia.

A agência noticiosa France Presse noticiou que combatentes rebeldes vindos por mar da cidade costeira de Misrata, 200 quilómetros a leste de Tripoli, infiltraram-se na capital e começaram a atacar as forças de Kadhafi juntamente com grupos que se organizaram entre os residentes da cidade.

Outros relatos de agências internacionais, que citam fontes da rebelião ressalvando que se tratam de informações não confirmadas de forma independente, dão conta de uma força de várias centenas de combatentes anti-Kadhafi que se encontram já a apenas cerca de 25 quilómetros de Tripoli, estando sob fogo de morteiros e de "rockets" das forças leais ao líder líbio.

Líbia: CHEFE MILITAR REBELDE DIZ QUE TRIPOLI CAIRÁ ENTRE HOJE E SEGUNDA-FEIRA




DESTAK - LUSA

Um chefe militar dos rebeldes líbios afirmou hoje que a capital do país, Tripoli, bastião de Muammar Kadhafi, "cairá entre hoje e amanhã" (segunda-feira).

"Entraremos em Tripoli nas próximas horas. Esperamos que entre hoje e amanhã (a cidade) esteja sob nosso controlo", afirmou Abdelhakim Belhaj em Benghazi, bastião dos rebeldes no leste da Líbia, citado pela agência France Presse.

De acordo com o comandante militar rebelde, está em curso uma operação, coordenada pelo Conselho Nacional de Transição (CNT), o órgão político da rebelião líbia, para isolar Muammar Kadhafi enquanto forças rebeldes avançam de oeste sobre Tripoli.

O porta-voz do CNT, Ahmed Jibril, adiantou que a "Operação Sereia" foi desencadeada na noite de sábado em Tripoli, reunindo forças rebeldes no exterior e já infiltradas na capital, e que a NATO, que mantém uma campanha de bombardeamentos aéreos contra as forças de Kadhafi, "também está envolvida".

Informações divulgadas pela cadeia de televisão árabe Al-Jazira indicam que aviões da NATO atacaram hoje o quartel-general de Kadhafi e o aeroporto de Tripoli.

Outras informações referem combates em várias zonas de Tripoli, onde combatentes rebeldes provenientes de Misrata por via marítima terão já entrado.

Do lado do regime, o porta-voz Moussa Ibrahim afirmou hoje em conferência de imprensa que há "milhares de cidadãos líbios dispostos a defender a capital".

Durante a tarde de hoje, uma força rebelde que avança sobre Tripoli a partir do oeste capturou, segundo um jornalista da France Presse no terreno, uma instalação militar a 27 quilómetros da capital líbia e apoderou-se de armas e munições das forças de Kadhafi.

O mesmo jornalista relatou que os rebeldes libertaram várias dezenas de detidos de uma prisão situada perto da base militar.

Os prisioneiros estavam encerrados em grupos de cerca de 20 em celas com cerca de nove metros quadrados e alguns apresentavam ferimentos ou sinais de tortura.

DEVEM OS RICOS PAGAR MAIS IMPOSTOS?




ELIAKIM ARAUJO – DIRETO DA REDAÇÃO

O velhinho da foto é Warren Buffett, que vai completar 81 anos no próximo dia 30 de agosto.  Chamá-lo de bilionário é pouco. Ele é um multi-bilionário investidor americano,  dono absoluto de não sei quantas empresas e acionista de outras tantas, que está entre as três maiores fortunas dos Estados Unidos. 

No início da semana, o NY Times publicou um poderoso artigo de Buffett que até hoje está dando o que falar. Simplesmente porque, em poucas palavras, ele disse ao governo: “eu e meus colegas bilionários não estamos pagando impostos suficientes, aumente nossa carga tributária”.

Pela originalidade da proposta - um rico reclamando que paga pouco em impostos - e pela repercussão alcançada, julgo oportuno trazer o assunto à consideração dos leitores, comentando alguns trechos do artigo.

Buffett começa lembrando os desvalidos das guerras interna e externa em que o país está metido e os compara com os favores que os ricos recebem do governo:

Enquanto os pobres e a classe média lutam por nós no Afeganistão e a maioria dos americanos luta para sobreviver, temos mega-ricos que continuam a ganhar incentivos fiscais extraordinários. Alguns de nós, gestores de investimentos,  ganhamos  bilhões em nosso trabalho diário, mas temos permissão para classificar nossos ganhos  como "participação nos resultados",  conseguindo assim uma pechincha de imposto de 15%. Outros  possuem índices no mercado de bolsas por 10 minutos e 60% dos seus ganhos são taxados em 15%, como se fossem investidores de longo prazo.

Mais adiante, a partir de seus próprios ganhos, Buffett denuncia o sistema tributário injusto e cruel com aqueles que vivem de salários:

No ano passado, meu  imposto federal - o imposto de renda que paguei, bem como impostos sobre os salários pagos por mim e em meu nome -  foi $6.938.744 dólares. Isso parece um monte de dinheiro. Mas o que eu paguei foi apenas 17,4 por cento dos meus rendimentos tributáveis,  e que na verdade é um percentual menor do que foi pago por qualquer uma das outras 20 pessoas em nosso escritório.  Seus encargos variaram entre  33 e  41 por cento,  uma média de 36 por cento.

Como no Brasil, o assalariado americano é vítima também do famigerado desconto em folha, que não lhe permite  abater do IR  despesas com restaurantes, viagens, prestação do carro, gasolina, etc., privilégios concedidos a pessoas jurídicas, nem sempre devidamente legais .  Veja o que disse Buffett sobre isso:  

Se você ganha dinheiro com o dinheiro, como alguns dos meus amigos super-ricos fazem,  sua alíquota pode ser um pouco menor que a minha. Mas se você ganhar dinheiro trabalhando, como assalariado,  o percentual será certamente superior ao meu,  e  muito.

E traz informações precisas sobre as fontes de receita do governo:

No ano passado cerca de 80 por cento dessas receitas vieram do imposto de renda pessoal e encargos sociais. Os mega-ricos pagam impostos de renda à alíquota de 15 por cento na maioria dos seus ganhos, e  não pagam praticamente nada em impostos sobre salários. Para a classe média,  a história é diferente. Normalmente, caem em alíquotas entre  15  e 25 por cento de imposto de renda  e, em seguida, são atingidos com pesados impostos na folha de pagamentos.

Nos últimos quinze anos, segundo Buffett, o cenário tributário em relação ao faturamento e recolhimento de impostos do mais ricos mudou. Hoje eles faturam mais e pagam menos. Os dados são do próprio governo estadunidense:

Em 1992, os 400 mais ricos tiveram renda tributável total de US $ 16,9 bilhões e pagaram  impostos federais de 29,2 por cento sobre essa quantia.  Em 2008, a renda agregada das maiores 400 fortunas tinha aumentado enormemente para 90,9 bilhões de dólares -- um impressionante US $227,4 milhões em média por pessoa -- mas o imposto pago caiu para 21,5 por cento.

Buffett faz a defesa de seus colegas bilionários, alegando que “são pessoas decentes, que amam a América e agradecem a oportunidade que este país tem proporcionado a eles”.  E garante que “a maioria não se importaria mais impostos, especialmente quando muito de seus compatriotas estão sofrendo verdadeiramente”.  Eu e meus amigos ricos fomos  mimados muito tempo por um Congresso amigo dos bilionários.  É hora de nosso governo levar a sério o sacrifício compartilhado, destacou o bilionário que é conhecido como o Oráculo de Omaha, a cidade do Estado de Nebraska onde ele começou a construir seu império.

Embora alguns palpiteiros já tenham feito as contas para concluir que as sugestões de Waren Buffett quase não fariam diferença no orçamento do governo, pois representariam apenas 2% dos gastos federais,  seu artigo teve o mérito de levantar a questão do sistema tributário injusto,  que premia os ganhos de capital e penaliza o assalariado, que não dispõe de mecanismos para se defender da mordida do leão,como me referi acima.  Exatamente como no Brasil.

De qualquer maneira, o apelo de Buffet por mais impostos para os ricos encontrou apoio em setores da sociedade americana.   Circula na internet um abaixo-assinado com o objetivo de colher 200 mil assinaturas de pessoas.  O documento – que será enviado aos congressistas -  vai deixar claro que a maioria do povo americano não concorda com as benesses que eles derramam sobre seus amigos ricos e mega-ricos.

“Washington precisa parar de proteger-nos, como se fôssemos um raro tipo de coruja ou alguma outra espécie ameaçada de extinção”  (Warren Buffett).  

*Ancorou o primeiro canal de notícias em língua portuguesa, a CBS Brasil. Foi âncora dos jornais da Globo, Manchete e do SBT e na Rádio JB foi Coordenador e titular de "O Jornal do Brasil Informa". Mora em Pembroke Pines, perto de Miami. Em parceria com Leila Cordeiro, possui uma produtora de vídeos jornalísticos e institucionais.

CINQUENTA E SEIS POR CENTRO DA POPULAÇÃO ANGOLANA EM ESTADO DE POBREZA




FAUSTINO DIOGO, Luanda - VOA

Morrem 220 crianças por cada mil nascidas

Cinquenta e seis por cento da população angolana vive em estado de pobreza segundo um estudo apresentado ontem em Luanda pela Universidade Católica de Angola (UCAN).

A obra do Centro de Estudos e Investigação Científica da UCAN intitulada “Pobreza Água e Saneamento Básico” é o resultado de vários trabalhos desenvolvidos pela Universidade na avaliação de indicares sociais da população.

De acordo com Nelson Pestana Bonavena, autor do estudo, a situação da pobreza no país alterou-se com o fim da guerra, mas o crescimento económico não se reflectiu de forma homogénea, fazendo com que muitas pessoas caíssem para a extrema pobreza.

Nelson Pestana Bonavena disse também que apenas 20 por cento da população angolana tem acesso ao saneamento básico e que 58 por cento não tem acesso a água potável.

Esta situação tem contribuído para elevada taxa de mortalidade infantil que se regista no país onde morrem 220 crianças por cada mil nascidas.

Nelson Pestana Bonavena e os dados do estudo “Pobreza Água e Saneamento Básico”, apresentado em Luanda pela Universidade Católica de Angola.

Angola: JORNALISTA DA VOZ DA AMÉRICA EM REPORTAGEM FOI DETIDO PELA POLÍCIA




VOA - Redacçao em Washington – ontem

Jornalista da Voz da América e activistas conduzidos à esquadra

O Correspondente da Voz da América em Luanda esteve detido durante algumas horas na Quinta Esquadra da Policia Nacional de Angola por tentar acompanhar uma conferência de imprensa que tinha sido convocada para este sábado para o largo adjacente à Tourada.

Aquele local tinha sido escolhido por um grupo de jovens, entre os quais o “rapper” Carbono Casimiro para debater uma manifestação prevista para o dia 3 de Setembro de 2011.

Agentes da polícia angolana cercaram o local onde os activistas se encontravam, incluído o correspondente da Voz da América Alexandre Neto.

O motivo da detenção, segundo o administrador comunal do Cassequel, foi por os jovens terem, alegadamente, falado mal do presidente José Eduardo dos Santos.

Cabo Verde: PM apela ao fim das suspeições em votações cabo verdianas e critica imprensa




JOSÉ SOUSA DIAS - LUSA

Cidade da Praia, 21 ago (Lusa) -- O primeiro-ministro cabo-verdiano considerou hoje, dia de eleições presidenciais, que os políticos devem parar de levantar "suspeições" sobre o processo eleitoral e criticou a comunicação social que "repete notícias fabricadas".

José Maria Neves, que votava na Escola de Negócios na Cidade da Praia, afirmou, a propósito do repatriamento do delegado da Comissão Nacional de Eeições (CNE) nos Estados Unidos, que deve ser feita "pedagogia política" porque "é difícil gerir e viver em democracia quando são levantadas tantas suspeições".

"Para a própria credibilização da política em Cabo Verde é fundamental que os atores políticos não levantem suspeições como as que foram levantadas no sábado com o debate sobre o repatriamento do delegado da CNE nos EUA. Não era necessário uma notícia completamente fabricada para pôr em causa a democracia cabo-verdiana", afirmou.

*Foto EPA

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