quarta-feira, 19 de junho de 2013

Brasil: Movimento social "não é coisa de polícia, mas de mesa de negociação” – Lula da Silva



FYB – JMR - Lusa

O ex-presidente brasileiro Luís Inácio Lula da Silva comentou os protestos das últimas semanas, afirmando que "o movimento social e as reivindicações não são coisa de polícia, mas sim de mesa de negociação".

"Ninguém em sã consciência pode ser contra manifestações da sociedade civil porque a democracia não é um pacto de silêncio, mas sim a sociedade em movimentação em busca de novas conquistas", disse Lula da Silva em mensagem publicada na noite de terça-feira na rede social Facebook.

O ex-presidente também afirmou ter certeza de que a maioria dos manifestantes "tem disposição de ajudar a construir uma solução para o transporte urbano".

Lula da Silva reuniu-se na terça-feira com a atual presidente, Dilma Rousseff, e com o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, para discutir sobre os protestos e sobre a renegociação da dívida pública de São Paulo, informou a imprensa brasileira.

Foto: PAOLO AGUILAR/EFE

Brasil: Manifestantes protestam junto a estádio onde seleção brasileira enfrenta o México



FYRO – JMR - Lusa

Novos protestos estão a ocorrer hoje em Fortaleza, capital do estado brasileiro do Ceará (nordeste), onde, dentro de poucas horas, a seleção brasileira jogará contra o México, no âmbito da Taça das Confederações.

Os protestos reúnem cerca de 5.000 pessoas, que reclamam principalmente contra os gastos com os grandes eventos desportivos, segundo as primeiras informações difundidas pela imprensa brasileira.

De acordo com o jornal "Folha de São Paulo", os manifestantes empunham cartazes com palavras de ordem contra o governo da Presidente Dilma Rousseff e a Federação Internacional de Futebol (FIFA), responsável pela organização da Taça das Confederações e do Mundial2014, que acontecerá também no Brasil.

Os manifestantes pretendem marchar em direção ao estádio 'Arena do Castelão', onde o jogo Brasil-México tem início previsto para as 16:00 (20:00 em Lisboa).

A Polícia Militar já cercou o local para impedir que a manifestação alcance o estádio.

Em Belo Horizonte, manifestantes vandalizaram o "Relógio da Copa", que fazia a contagem decrescente até ao Mundial2014, na terça-feira à noite (madrugada de hoje em Lisboa) e uma nova manifestação está convocada para a tarde de hoje.

Portugal: NUNO CRATO, PARÁGRAFO MENOR



Baptista Bastos – Diário de Notícias, opinião

Nunca deixei de me espantar com a desfilada insana de certos homens para o abismo da sua perdição moral e intelectual. Nuno Crato é um deles. Li o admirável "O Eduquês", que definia uma maneira de pensar e reduzia a subnitrato os mitos propostos à nossa preguiça mental. Se o estilo é o homem, ali estava um estilo e um homem que nos diziam ser toda a espécie de carneirismo a negação da inteligência crítica. Assisti, depois, com o alvoroço de todas as curiosidades, ao programa de Mário Crespo, na SIC Notícias, Plano Inclinado, e no qual o nomeado e o prof. Medina Carreira discreteavam sobre os embustes incutidos por esse nada abissal da hipocrisia política. Um aparte: ainda não percebi o que provocou o desaparecimento abrupto do programa e, também, o eclipse de Alfredo Barroso da antena, cuja lucidez era idêntica à informação que nos fornecia, mantendo-se na conversa a senhora que emparceirava com ele. Teias que o império tece.

Voltando ao Crato, a vontade de ser ministro de um desprezível Governo como este parece tê-lo obnubilado. Ou, então, a dubiedade já estava instalada e a falta de carácter era congénita. Como pode o autor de "O Eduquês" e de tantas intervenções televisivas marcadas pelas prevenções contra as evasivas e os ardis ser o cúmplice de um projecto ideológico que visa mandar para o desemprego muitos milhares de pessoas, e desmantelar pelo esvaziamento a escola pública; como pode?

Diz-me pouco, mas talvez diga alguma coisa a circunstância de Crato ser proveniente da extrema-esquerda, aquela contra o "revisionismo" e os "sociais-fascistas." O combate, afinal, era outro, e a "convicção" constituía um investimento futuro.

O braço-de-ferro do ministro e dos professores nunca foi por aquele decentemente esclarecido. A verdade é que os professores, ameaçados, aos milhares, de ser "dispensados", apenas lutam pelos seus lugares e pelo trabalho a que têm direito. E a utilização dos estudantes como estratagema político é sórdida. Crato desonrou-se ainda mais do que o previsível. Ao aceitar ser vassalo de uma doutrina doentia, arrastadora de uma das maiores crises da nossa história, ele não só volta a perjurar os ideais da juventude, como o que escreveu e disse.

É preciso acentuar que esta situação não se trata de uma birra do ministro. O despejo de milhares e milhares de pessoas faz parte de um programa mais vasto. Crato é um pequeno parágrafo num acidente histórico preparado ao pormenor por estrategos ligados à alta finança. Outra face do totalitarismo que, sob o eufemismo de "globalização", tende a uma hegemonia, a qual está a liquidar os nossos valores morais e os nossos padrões de vida. A emancipação das identidades, que formou a tradição universalista e a democratização social, está seriamente intimidada por gente ignóbil como Nuno Crato.

Portugal: FNE pede levantamento de todos os custos da democracia, não apenas os sindicais



IMA (SIM) CC - Lusa

O secretário-geral da Federação Nacional de Professores (FNE) declarou hoje não ter “nenhuma reserva” a que sejam conhecidos os custos dos sindicatos de professores, mas pediu um levantamento de todos os custos da democracia, incluindo o dos partidos políticos.

João Dias da Silva reagia desta forma, em declarações à Lusa, a uma questão que os deputados da Juventude Social-Democrata (JSD) enviaram ao Ministério da Educação e Ciência, no sentido de saber o custo para o Estado dos sindicatos da educação.

O líder da FNE sublinhou que não há no setor da educação, como em qualquer setor da administração pública e até mesmo no privado, “qualquer transferência de dinheiro para as organizações sindicais”, porque “a lei não o prevê”.

O que está previsto, explicou, é a negociação entre sindicatos e empresas das condições a aplicar para o exercício da atividade sindical, e que são, sublinhou, “essenciais para que existam sindicatos livres, independentes e democráticos”.

“É bom que haja transparência, admitimos que sim, mas que não nos situemos apenas nos sindicatos de professores. Façam um levantamento de tudo o que impõe o custo do funcionamento da democracia: dos partidos políticos e das diferentes entidades de participação social. Sobretudo não se faça isto no sentido de se por em causa ou limitar a sua ação, porque os sindicatos são elementos fundamentais do funcionamento da democracia”, defendeu Dias da Silva.

“Não há da nossa parte nenhuma reserva a que seja conhecido, mas que a ser conhecido que se conheça todo o impacto do funcionamento da democracia no nosso país”, acrescentou.

O secretário-geral da FNE não quis criticar o “sentido de oportunidade” da JSD pela altura em que resolveu questionar o MEC sobre esta matéria – ministério e professores voltam a reunir-se no dia 24 para negociar a mobilidade especial – mas frisou que “cada um fica com os atos praticados, no tempo em que os pratica”.

Dias da Silva afirmou ainda que não se sente condicionado, nem “condicionável” pela questão levantada pela JSD.

Num requerimento dirigido ao Ministério da Educação e Ciência (MEC) e hoje entregue no Parlamento, o deputado social-democrata Hugo Soares perguntou "quantos sindicatos existem no setor da Educação", qual o "valor transferido para os sindicatos durante o ano de 2012 e orçamentado para 2013" e como são discriminados os gastos.

"Acho legítimo que se saiba quanto custam os representantes do povo na Assembleia da República, acho legítimo que se saiba quanto custam os presidentes de câmara, as juntas de freguesia. E não é legítimo eu perguntar quanto custam os sindicatos na Educação, quanto é que pagamos de impostos para os sindicatos que na segunda-feira passada puseram em causa o futuro de milhares de jovens portugueses?", questionou o deputado Hugo Soares.

Portugal: UM FACTO LAMENTÁVEL




O relatório preliminar com as propostas das conclusões da comissão de inquérito às parcerias público-privadas destaca o contrato com a Lusoponte, assinado ainda no tempo do primeiro-ministro Cavaco Silva e posteriormente renegociado por outros governos, como um exemplo de esbanjamento de dinheiro dos contribuintes - a construção da Ponte Vasco da Gama, que o motivou, levou ao Estado 847 milhões de euros, sendo que o custo da obra em si foi de 644 milhões.

O relator do texto foca-se, no entanto, nos contratos com as antigas autoestradas sem custos para o utilizador (Scut), negociadas durante os mandatos do primeiro-ministro José Sócrates, e é particularmente duro com a renegociação feita em 2010 desses contratos, por ter aceitado crescimentos elevados de tráfego que não eram de todo previsíveis e que, não se concretizando, obrigaram o Estado a pagar compensações milionárias.

Descontada a tentativa de efeito político - o autor do relatório é do PSD e tenta focar no PS o odioso desta questão -, sobra a entrega ao Ministério Público dos dados recolhidos pelos deputados para eventual investigação criminal (de resultados duvidosos, indica a tradição) e uma caridosa falha: a não audição pelo Parlamento de um lote significativo de empresários ou gestores cujas firmas da área financeira foram beneficiadas por estas decisões.

Conclusão? Nenhum partido do arco do poder está imune a críticas nesta questão e aquilo que, à partida, poderia ser uma boa ideia - as parcerias público-privadas - acaba a arrastar-se nos tribunais e no lixo das ferramentas que nunca mais iremos querer ouvir falar, pois estarão sempre sob suspeita. Um facto lamentável que o trabalho desta comissão de inquérito não consegue fazer esquecer.

O talentoso dr. Portas

Ontem à noite, na apresentação da sua moção de estratégia ao Congresso do CDS, Paulo Portas fez aquilo que melhor sabe: política. Enumerou o que de bom fez o Governo e reclamou os louros para o seu partido. Demarcou-se do que é negativo, alegando que o CDS votou vencido. E garantiu que o País só não está pior porque o CDS faz parte da coligação governamental.

Depois foi o desfiar de um verdadeiro programa de Governo para o que falta cumprir da legislatura. Baixar impostos até 2015, ter em conta a evolução do salário mínimo, apostar no crescimento económico e apostar no diálogo e na concertação, elegendo o PS e a UGT como parceiros preferenciais. Tudo coisas que, até agora, têm sido a imagem daquilo que a maioria liderada pelo PSD tem ignorado.

Paulo Portas preza a estabilidade, mas não esconde as divergências com o parceiro de coligação. Mas uma coisa ficou aparentemente clara: no que depender do CDS, não haverá qualquer crise política enquanto durar o programa de ajustamento. Ou seja, embora o CDS-PP tenha balizado de forma clara as condições de negociação do Orçamento do Estado para 2014, ao marcar o terreno e as fronteiras daqui para a frente, põe do lado de Pedro Passos Coelho, o primeiro-ministro, o ónus de uma eventual rotura. Resta saber como vai o partido que lidera a coligação reagir a mais este "golpe" do talentoso dr. Portas.

Portugal: GREVE GERAL – EXAME DE MATEMÁTICA ANTECIPADO PARA 26 DE JUNHO




Ana Bela Ferreira – Diário de Notícias

O Ministério da Educação e Ciência (MEC) antecipou o exame de Matemática do 6.º e 9.º marcado para o dia 27. Devido à greve geral a prova realiza-se no dia 26, à mesma hora a que se realizariam no dia 27.

O MEC diz, em comunicado, que assim "responde ao apelo de pais e encarregados de educação e mais uma vez toma a decisão que mais protege os alunos". E garante que os inconvenientes decorrentes desta alteração serão "minimizados".

A prova do 6.º ano realiza-se às 09.30 e do 9.º ano às 14.00.

Para o dia 26 estão também marcados os exames de Desenho A (às 09.30), Inglês, Francês, Espanhol e Alemão (às 14.00) do ensino secundário.

Portugal: UM PAÍS MORIBUNDO



Eduardo Oliveira Silva – Jornal i, opinião

A saúde está muito doente, os pobres passam a miseráveis e as PPP esmifraram-nos totalmente. Eis a síntese de três documentos arrasadores

Todos os dias surgem relatórios que mostram o marasmo em que Portugal se encontra, agravando ainda mais o nosso pessimismo visceral. Há quem diga ser necessário olhar para o lado positivo das coisas e ter esperança no futuro. Mas onde é que está esse lado que ninguém vislumbra?

Assim sendo, fiquemos-mos por aquilo que vamos vendo e lendo. Já esta semana surgiram três estudos, qual deles mais sinistro.

Na saúde, o Observatório Português constatou que 30% dos doentes crónicos com mais de 65 anos deixaram de usar recursos de saúde ou tratamentos e diminuíram 25% as idas às consultas do médico de família ou do hospital; os cuidados paliativos são insuficientes; nos cuidados primários os profissionais assinalam falta de material básico; as tentativas de suicídio aumentaram 35% nos homens e 47% nas mulheres; há um milhão de cidadãos sem médico de família. A isto soma-se  a notícia de que o buraco no Hospital de Santa Maria e no Pulido Valente atinge 300 milhões. Por mais que o secretário de Estado Leal da Costa tente minimizar a gravidade da situação, os factos apontam para uma degradação na área da saúde. Ninguém, aliás, pode acreditar que se possam cortar apoios e simultaneamente manter o nível da assistência.

Por seu lado, a Cáritas apresentou um relatório sobre o impacto da crise europeia. A instituição católica mais bem informada sobre a realidade no terreno demonstra que as políticas de austeridade não só não estão a resultar, como contraditoriamente fazem aumentar o desemprego, a pobreza e a exclusão social. O relatório não é só sobre Portugal. Estuda também a Itália, a Espanha, a Grécia e a Irlanda. Mas no que nos diz respeito é absolutamente dramático, transformando a pobreza em miséria. Depois veio um relatório sobre as PPP. Confirma o que se sabia. Foi um regabofe de gastos e um negócio da China para os privados, feito com base em premissas erradas. O documento da comissão de inquérito parlamentar responsabiliza basicamente o PS e o governo Sócrates. Não admira, porque foi nos consulados de Mário Lino e António Mendonça que se deram os casos mais complicados, mas não deixa de ser um facto que o assunto é transversal aos partidos do arco da governação. Até mesmo o actual secretário de Estado Sérgio Monteiro fica numa situação desconfortável, porque negociou pelo lado privado que saiu altamente beneficiado dos negócios. O relatório vai agora seguir para o Ministério Público, que o mesmo é dizer que dali não advirá nenhuma conclusão antes de uma boa dezena de anos, findos os quais já ninguém se lembrará exactamente do que estava em causa, embora a factura tenha entretanto continuado a pingar nos cofres dos parceiros privados, vindos do bolso do parceiro público, ou seja, os contribuintes.

Enquanto o país tomava contacto com estas realidades, Silva Peneda ia à Assembleia da República apresentar um parecer do CES (Conselho Económico Social) que reafirma que o programa de ajustamento está mal concebido e que não é em dois anos que se faz a reforma do Estado. Como se verifica, não há infelizmente motivos à vista para optimismos. Nem sequer o Verão…

Portugal: Maioria chumba propostas da oposição para pagar subsídios até Julho



Jornal i - Lusa

Os partidos da oposição apresentaram individualmente propostas para que o pagamento seja feito até 15 de julho, no caso do PS e do PCP, e já em Junho na proposta do Bloco de Esquerda.

Os deputados da maioria PSD/CDS-PP chumbaram as propostas dos partidos da oposição para incluir no Orçamento uma obrigação de pagamento do subsídio de férias já em junho, como ainda está previsto na lei.

Após o chumbo do Tribunal Constitucional às normas do Orçamento do Estado para 2013 que suspendiam os subsídios de férias a trabalhadores em funções públicas e aos pensionistas, o Governo decidiu apresentar uma proposta (aprovada e já na Presidência da República a aguardar promulgação) para que os subsídios de férias passassem a ser os subsídios de natal, e assim o pagamento seria feito apenas em novembro e dezembro, e os duodécimos que estão a ser pagos relativamente ao subsídio de natal passariam a dizer respeito ao subsidio de férias.

Os partidos da oposição apresentaram individualmente propostas para que o pagamento seja feito até 15 de julho, no caso do PS e do PCP, e já em junho na proposta do Bloco de Esquerda.

Pedro Filipe Soares, do Bloco de Esquerda, considera que “não há motivação orçamental” para que o pagamento não seja feito já na altura devida, que se trata de uma “vingança” do Governo contra os trabalhadores e pensionistas.

O deputado socialista João Galamba afirmou que para o PS a decisão de passar o pagamento para novembro “é incompreensível”, já que em termos orçamentais é uma decisão neutra, e que a interpretação que o partido faz é que o Governo estará a reservar a possibilidade de poder taxar o subsidio em novembro caso aconteça novo desvio nas contas públicas no final do ano, à semelhança do que aconteceu em 2011.

“O Governo preferiu guardar a possibilidade de poder taxa o subsídio caso seja necessário. (…) A ideia que isto possa ser feito por birra não se compactua com um Governo de gente crescida”, afirmou.

O deputado comunista Honório Novo também sublinhou que existem “dotações orçamentais suficientes” e que a justificação do Governo para uma eventual ultrapassagem dos limites orçamentais trimestrais estipulados pela ‘troika’ em contabilidade pública é ultrapassada pela proposta que é apresentada.

À semelhança do PS, a proposta do PCP remete o pagamento para 15 de julho, já no terceiro trimestre do ano.

Brasil: O RECADO POLÍTICO MAIOR DA RUA SOB A BANDEIRA DO AUMENTO DOS ÔNIBUS




Se o campo de esquerda não apresentar uma utopia, corremos o risco de instabilidade permanente. Não adianta esperar que, no interior do próprio movimento, saiam teses propositivas.

J. Carlos de Assis - Carta Maior

Que não se tirem conclusões irrefletidas das manifestações de jovens na semana passada contra o aumento de passagens de ônibus em várias capitais. Nem é o começo da revolução, nem a simples baderna, nem a manipulação por grupos extremistas de uma grande massa ingênua. É simplesmente o brado inconsequente de uma juventude frustrada pela falta de perspectiva de vida, indiferente ao prato feito comum de uma liderança política esgotada em seus slogans de pretensa mobilização que já não traz apelo algum a ninguém.

As manifestações de rua no Brasil definharão aos poucos, como definharam Occupy Wall Street nos EUA e os Indignados da Espanha. Diferentemente da Primavera Árabe, não havia nesses movimentos, como não há no Brasil, o objetivo da derrubada de uma ditadura. Havia lá, como aqui, uma sensação difusa de ausência de diretivas políticas que façam vibrar a nação em torno de um projeto de destino. Isso seria tarefa da esfera política. Mas a esfera política se revela amorfa e oportunista, centrada em seus próprios interesses corporativos.

O campo de esquerda de nossos partidos políticos perdeu sua identidade interna e sua identificação com as massas. Falo do campo de esquerda porque, no da direita, prevalece o conservadorismo que se vale do status quo. Não é um problema só nosso. É também na Europa. Sacudido pela maior crise econômica da história, o bloco de esquerda europeu não sabe o que fazer. Basta ver o exemplo da França: a que veio o socialista François Hollande, a não ser para respaldar a infame política econômica que a Alemanha impõe ao sul da Europa?

Nossos jovens atuam com a intuição de que a democracia política é um instrumento de mudança em favor da democracia social. Contudo, não vêem isso na prática política. O partido que sequestrou a sigla da democracia social foi o que mais avançou na penetração do neoliberalismo no Brasil. Contra ele, no discurso, o PT pretendeu oferecer uma alternativa. Contudo Lula, o líder carismático da abertura política como dirigente sindical, recuou assustado da possibilidade de promover uma verdadeira democracia social enquanto presidente, para além do simples assistencialismo.

Qual é a mensagem que o campo de esquerda tem hoje para nossos jovens? Claro que não é o “tripé meta de inflação, superávit primário e câmbio livre”. Isso não pode ser o projeto de uma nação. Isso não pode ser uma utopia progressista. Isso não pode ser uma fantasia mobilizadora da juventude. Ao contrário, ela quer sobretudo justiça social. Generosos como são, não há jovens que se oponham à Bolsa Família. Contudo, que destino está reservado para aquela faixa da sociedade entre o Bolsa Família e um empresariado contemplado com múltiplas bolsas sob o pretexto de incentivar um investimento que não fazem, e o Estado abriu mão de fazer?

O que os manifestantes de rua estão fazendo é radicalizar a democracia política no sentido de uma afirmação inequívoca de demandas de destino ao sistema político. Seu movimento se esgotará, provavelmente sem resultados práticos imediatos, mas é uma sinalização clara de outros que virão no futuro por outros pretextos. Os radicais se aproveitarão deles para se afirmarem, pode haver confrontos, feridos e até mortes, mas a mensagem essencial prevalecerá: dêem-nos um destino.

Se o campo de esquerda não apresentar uma utopia, corremos o risco de instabilidade permanente. Não adianta esperar que, no interior do próprio movimento, saiam teses propositivas. Isso só acontece enquanto miragem de esquerdistas vulgares. Alguém, algum partido tem que se apresentar com a proposta. Lula seria o líder natural, mas não é possível saber se seria capaz de exercer pela terceira vez, depois da democratização e, em parte, da presidência, um papel realmente transformador da esfera política, com toda a carga de inovação do discurso e da ação que isso representa.

Por outro lado, não há muito o que se esperar do campo da direita. Ele vai muito bem. Temos um Governo que protege a propriedade privada e o lucro, como convém numa democracia de cidadania ampliada. Mas é bom que a direita se acostume com a ideia de que os níveis indecentes de concentração de renda funcional e de propriedade no Brasil não perdurarão eternamente. A democracia social implicitamente exigida nas ruas diz respeito a um Estado orçamentariamente forte para garantir os direitos sociais básicos de saúde, de educação, de previdência, de salário decente, de justo equilíbrio entre trabalho e capital. Conscientemente ou não, isso continuará sendo exigido nas ruas, num momento em que, se podemos não saber para onde vai o mundo, podemos ao menos saber para onde ir.

J. Carlos de Assis é economista, professor de economia internacional da UEPB e autor, entre outros livros, de “A Razão de Deus” (ed. Civilização Brasileira).

HUMAN RIGHTS WATCH PEDE INVESTIGAÇÃO IMPARCIAL À REPRESSÃO NO BRASIL



RN – ARA - Lusa

A organização não-governamental Human Rights Watch (HRW) pediu às autoridades brasileiras que promovam uma "investigação imparcial" da repressão dos protestos nos últimos dias em São Paulo e outras cidades do Brasil.

“As autoridades devem restabelecer a ordem quando os protestos são violentos, mas isso não as autoriza a violar os direitos dos manifestantes ou a ficarem impunes se forma demasiado longe”, afirmou o diretor da HRW para as Américas, José Miguel Vivanco.

Dezenas de cidades brasileiras viveram na segunda-feira uma nova vaga de manifestações, nas que se calcula que tenham participado cerca de 250 mil pessoas, para protestar contra o aumento do preço dos transportes públicos e a despesa pública na competição futebolística Taça das Confederações.

O bilhete de autocarro em São Paulo passou de três reais (1,02 euros) para 3,2 reais (1,09 euros), o que provocou fortes protestos nas ruas da maior metrópole do país, onde o salário mínimo é de 678 reais (232 euros).

A HRW soma-se a outras organizações, como a Amnistia Internacional, que na semana passada expressou a sua preocupação pelo aumento da força da repressão policial dos protestos, bem como pela detenção de periodistas.

Brasil: Sexto protesto em São Paulo ocupa centro histórico; prefeitura é vandalizada



Fernanda Barbosa - Lusa

São Paulo, 19 jun (Lusa) - O sexto protesto em São Paulo ocupou, nesta terça-feira, o centro histórico e voltou à avenida Paulista pacificamente, mas foi marcado por um grupo que vandalizou a prefeitura e incendiou um carro de reportagem.

Segundo o instituto de pesquisa Datafolha, 50 mil pessoas reuniram-se na praça da Sé, marco zero da cidade e palco de importantes manifestações pela democracia, para sair em protesto.

A prefeitura, sede do governo municipal, foi atacada por um grupo de dezenas de pessoas, resultando em vidros partidos com pedras e grades de ferro. Enquanto os radicais retiravam dos mastros as bandeiras do estado e do município de São Paulo e tentavam queimá-las, outros grupos gritavam "sem vandalismo" para dissuadi-los. A Polícia Militar não apareceu.

Um carro de reportagem da TV Record foi queimado em frente à prefeitura. Reclamações sobre a imprensa foram comuns durante o protesto, principalmente direcionadas à TV Globo, que os manifestantes acusavam de parcialidade nas coberturas.

A concentração dos manifestantes começou por volta das 17:00 horas (21:00 horas) na praça da Sé. Os presentes dividiram-se em grupos e alguns deles passaram pelo terminal de autocarros Parque Dom Pedro II (que foi palco de confronto com a polícia na semana passada), pelo Theatro Municipal, pela sede da Prefeitura e pela Câmara dos Vereadores (sede do legislativo municipal), até chegarem à avenida Paulista.

Menos organizado do que a mega manifestação de segunda-feira, o protesto de terça-feira deixou clara a divisão entre os grupos participantes. Aqueles que possuem uma agenda diversa de temas, como ser contra a corrupção, levavam as caras pintadas de verde e amarelo e gritavam frases como "eu sou brasileiro, com muito orgulho e muito amor".

Já os que defendem um foco na redução da tarifa criticavam os outros, afirmando que "não é sete de setembro" (em alusão à data de independência do país). "Há pessoas além do movimento, em clima de festa, mas o fato de estarem na rua já é bom", disse a artista plástica Juliana dos Santos, 26 anos.

O público da manifestação era predominantemente formado por jovens, mas havia também adolescentes, um senhor de 85 anos e pais com crianças pequenas. "Decidi trazê-lo porque ele não entendia direito os protestos, nem a relação do prefeito com a cidade, por ser pequeno. Mas vamos explicando aos poucos", afirmou o músico Luciano Botosso, 28 anos, ao lado do filho Eduardo, de cinco anos.

Houve manifestações menores simultâneas na zona sul da cidade e na estrada Raposo Tavares, no município de Cotia (região metropolitana de São Paulo), a oeste da capital. Um protesto de centenas de pessoas contra a tarifa dos transportes também ocorreu em Cubatão, no litoral de São Paulo, e bloqueou duas autoestradas, segundo a imprensa local.

FYB // FV

MOÇAMBIQUE IMPORTA NOVO EQUIPAMENTO MILITAR



Verdade (mz)

Chegou ao país, através do porto de Maputo, na semana passada, uma quantidade considerável de equipamento bélico importado pelo Ministério da Defesa Nacional. A caravana militar agitou sobremaneira os populares da cidade de Maputo, mormente os da baixa da cidade que puderam testemunhar um autêntico desfile da nova capacidade de combate do país.

Na passada sexta-feira (14 de Junho), na cidade de Maputo, com grande enfoque para a baixa da cidade, terminou com um movimento desusado de militares que, ao que parecia à primeira vista, se preparavam para escoltar uma caravana militar. E, quanto mais o sol “ se escondia” na noite que “ganhava espaço”, mais homens devidamente fardados se fizeram às ruas, substituindo os polícias de trânsito que estavam ao longo da avenida Guerra Popular na baixa da cidade até ao entrosamento com a 24 de Julho.

Ninguém percebia o que realmente se estava a passar. Quando eram por volta das 21 horas, o trânsito a partir da Praça dos Trabalhadores até à avenida 24 de Julho, através da Guerra Popular, ficou condicionado no sentido sul - norte. De repente viu-se um total de 25 camiões militares novos saindo do porto que transportavam, entre armamento bélico e de grande porte à vista de todos, outros 25 veículos de marca Land Rover com um feitio militar, todos escoltados por duas viaturas da Polícia Militar (PM) das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM).

A caravana, em marcha lenta, desviou pela 24 de Julho e seguiu em direcção à avenida Julius Nyerere não se sabendo, porém, que destino terão tomado adiante. Contudo, segundo relatos de algumas testemunhas nas redes sociais, as mesmas deslocaram-se para o Ministério da Defesa Nacional na avenida Julius Nyerere, antes de seguirem destino para um local até aqui incerto.

Os veículos agitaram os populares ao longo da rota que tomaram, que ficaram divididos entre o medo e a curiosidade. De referir que esta acção do Governo moçambicano acontece num momento em que o país, sobretudo na zona centro, vive momentos de pânico, designadamente confrontos entre os homens armados da Renamo e as forças de defesa e segurança do país.

ATAQUE A PAIOL NO CENTRO DE MOÇAMBIQUE REACENDE AMEAÇA DE CONFRONTAÇÃO



PMA – APN - Lusa

Maputo, 17 jun (Lusa) - A morte de cinco militares num ataque a um paiol no centro de Moçambique por alegados guerrilheiros da Renamo é um indício de que não está ultrapassada a ameaça de uma confrontação militar na região.

Segundo o canal privado STV, o ataque da autoria de supostos antigos guerrilheiros da Renamo (Resistência Nacional de Moçambique), principal partido da oposição, visava o roubo de armas num paiol na região de Savane, província de Sofala, centro de Moçambique.

A incursão reacende a ameaça de uma confrontação mais grave entre as forças de defesa e segurança de Moçambique e os antigos guerrilheiros da Renamo, depois de em abril terem morrido quatro agentes da Força de Intervenção Rápida, a polícia antimotim moçambicana, e um comandante da antiga guerrilha da Renamo, em Muxúnguè, também no centro do país.

As vítimas resultaram de um ataque dos ex-guerrilheiros a uma esquadra da polícia, em retaliação pela invasão de uma delegação e detenção de 15 membros do partido na região pela polícia.

A polícia moçambicana invadiu a delegação da Renamo para dispersar membros do partido que se agruparam na sua delegação, no seguimento das ameaças do partido de não participar nas eleições municipais de novembro próximo e gerais (presidências e legislativas) de 2014 por contestar a lei eleitoral pela Renamo.

Na sequência das escaramuças, o Governo e a Renamo iniciaram negociações para acabar com a tensão política, mas a última ronda foi marcada por um impasse em torno da lei eleitoral.

O movimento liderado por Afonso Dhlakama exige que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) seja constituída por igual número de membros provenientes dos partidos políticos com assento parlamentar, rejeitando o princípio da proporcionalidade aprovado pela bancada parlamentar da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), no poder.

Renamo ameaça impedir circulação no centro do país contra "movimento belicista" do Governo



19 de Junho de 2013, 12:41

A Renamo, principal partido da oposição de Moçambique, anunciou hoje que vai impedir, a partir de quinta-feira, a circulação ferroviária e rodoviária no centro do país, para travar um alegado "movimento belicista" do Governo.

Numa conferência de imprensa em Maputo, Jerónimo Malagueta, chefe do Departamento de Informação da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), rejeitou as acusações do Governo de que guerrilheiros do partido foram os autores do ataque, na segunda-feira, a um paiol na província de Sofala, centro do país, que resultou na morte de seis militares e ferimentos de outros dois.

"Os acontecimentos de Savane, ou por outra, o ataque ao paiol de Savane, não têm nada a ver com as forças de defesa e segurança da Renamo. O Governo e partido no poder sabem muito bem disso", garantiu Jerónimo Malagueta.

O chefe do Departamento de Informação da Renamo acusou o Governo de estar a "concentrar militares e meios bélicos" na província de Sofala, para atacar a Serra da Gorongosa, antiga base militar do movimento, onde o presidente do partido, Afonso Dhlakama, se reinstalou em finais do ano passado, em protesto contra a "ditadura implantada" pelo Governo.

Em resposta à alegada ofensiva prestes a ser lançada pelo exército governamental, a Renamo vai impedir a circulação de viaturas e de comboios na Linha Férrea de Sena, usada pelas multinacionais que escoam carvão.

"A partir de quinta-feira, 20 de Junho de 2013, o raio de segurança vai partir do Rio Save até Muxúngue. Nesta área, as forças da Renamo vão posicionar-se para impedir a circulação de viaturas, porque o Governo usa essas viaturas para transportar armamento. A Renamo vai igualmente paralisar a movimentação dos comboios", enfatizou Jerónimo Malagueta.

Para o partido de Afonso Dhlakama, a decisão tem a ver com o facto de o Governo estar a deslocar para a região militares e material bélico para um ataque ao antigo quartel-general do movimento.

Sapo com Lusa

Angola: É IMPERATIVO MARCAR ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS - analista



Manuel José - Voz da América

Presidente "tem medo de perder hegemonia do poder"

As eleições autárquicas são necessárias para se reduzir a hegemonia do poder de José Eduardo dos Santos e  garantir controlo sobre a maquina fraudulenta eleitoral, disse o analista político Nelson Pestana Bonavena da Universidade Católica.

O investigador pela Universidade Católica de Angola considera que o presidente José Eduardo dos Santos tem medo das autarquias.

"José Eduardo dos Santos não quer as eleições, tem o monopólio da fraude e afasta todos aqueles que bem entende,” disse.

“Por isso o presidente José Eduardo dos Santos tem evitado as eleições autárquicas e faz um silencio absoluto sobre elas," acrescentou.

Bonavena entende que o presidente da república sabe que a fraude eleitoral tem menos espaço de manobra nas eleições autárquicas, em relação às eleições gerais.

"Ele tem consciência que a fraude 'e mais difícil no plano micro do que no plano macro,” disse.

O professor universitário advoga que o país se encontra numa inconstitucionalidade há 20 anos, com a não realização das autarquias.

"As eleições autárquicas são uma reivindicação geral de todo país e é uma obrigação constitucional, há uma inconstitucionalidade por omissão que se repete há 20 anos que é preciso acabar," acrescentou.

Para Nelson Pestana Bonavena é imperioso que as eleições autárquicas tenham lugar já em Angola e explica porque.

"'É uma grande prioridade colocar na agenda política nacional as eleições autárquicas,” disse.

“Havendo uma maior distribuição do poder político há uma redução da hegemonia do poder de José Eduardo dos Santos, logo há menos controlo sobre a máquina fraudulenta e uma maior possibilidade de termos no país verdade eleitoral," acrescentou.


Foto: AFP

Angola: CONTINUA A TENSÃO NO CAFUNFO



João Santa Rita – Voz da América

Polícia continua a efectuar prisões embora tenha libertado alguns dos detidos

Persiste a tensão no Cafunfo onde a polícia continua a efectuar prisões na sequência de uma manifestação de mulheres no fim-de-semana.

José Mateus Zecamutchima da Comissão do Protectorado da Lunda/Tchokwe, uma organização que luta por maior autonomia da região, disse à Voz da América que várias pessoas inicialmente presas tinham sido soltas mas que outras foram detidas.

O secretário provincial do Partido da Renovação Social, PRS, continuava detido na manhã de Terça feira.

O PRS foi quem inicialmente organizou a manifestação de mulheres para protestar contra o que dizem ser a passividade da polícia face a uma onda de assassinatos de mulheres que foram vítimas da amputação de órgãos genitais.

Mulheres de outros partidos políticos aderiram á manifestação havendo noticias que cerca de 15.000 tinham participado nas mesmas.

A manifestação terminou com distúrbios que o líder do PRS Eduardo Kuangana culpou em homens infiltrados.

No sábado e durante o fim de semana cerca de 20 pessoas foram presas mas segundo Zecamutchima cerca de 10 foram posteriormente libertadas.

“Prossegue contudo a caça ao homem,” disse Zecamutchima que acusou a polícia de cometer crimes contra o povo angolano.

A sua organização disse que já Terça feira tinha sido encontrado o corpo de uma mulher com sinais de tortura.

Atual PM são-tomense espera que Angola resolva todos os problemas - Patrice Trovoada



Expresso - Lusa

Lisboa, 19 jun (Lusa) -- O ex-primeiro-ministro são-tomense Patrice Trovoada acusou o governo de Gabriel Costa de esperar que Angola resolva os problemas do país e alertou que São Tomé se arrisca a perder "completamente a margem de manobra".

Em entrevista à Lusa uma semana após a visita do primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe a Angola, durante a qual Gabriel Costa encontrou abertura de Luanda para contribuir para o Orçamento de Estado, Trovoada alertou que Angola é um parceiro estratégico, mas não é o único.

"Angola é um parceiro estratégico, como a Nigéria, como Portugal, o Brasil. Com cada um deles podemos interagir com benefícios mútuos", disse o líder do principal partido são-tomense, Ação Democrática Independente.

São Tomé: “Fiquem calmos que o MP está a agir em relação às situações de crime público”



Téla Nón (st)

Declaração de uma fonte do Ministério Público, que foi contactada esta manhã pelo Téla Nón. 

Face a notícias postas a circular que dão conta de que um processo-crime contra o ex-Primeiro Ministro Patrice Trovoada já deu entrada nos tribunais para julgamento, a fonte do Téla Nón fez saber que o Ministério Público, está a agir sobre o caso em concreto, que se encontra ainda em segredo de justiça. 

A fonte acrescentou que o Ministério Público não age em função das queixas crimes que se faz. É sua competência agir sempre que haja uma denúncia que indicia crime público. Deixou entender que o Ministério Público, já estava a trabalhar sobre o assunto de alegada lavagem de dinheiro, antes mesmo da queixa-crime formulada pelo partido PCD.

São Tomé e Príncipe: Pinto da Costa conversou com Raul Castro mais de duas horas




O Presidente da República Pinto da Costa foi recebido esta segunda-feira, no âmbito da visita oficial que está a realizar a Cuba, pelo seu homólogo cubano, Raul Castro, no Palácio da Revolução.

No encontro que durou mais de duas horas, ultrapassando largamente o que estava protocolarmente previsto, os dois Chefes de Estado abordaram as relações de amizade e cooperação  entre os dois países tendo manifestado a intenção de fortalecer os vínculos bilaterais existentes.

Durante as conversações estiveram também presentes, pela parte de São Tomé e Príncipe, a ministra dos Negócios Estrangeiros, Natália Umbelina, e, pelo lado de Cuba, o vice-presidente do Conselho de Estado, Salvador Valdés Mesa e Bruno Parrilla, ministro das Relações Exteriores.

Antes do encontro o Presidente da República prestou homenagem ao herói cubano da luta pela independência José Marti, numa cerimónia em que colocou uma coroa de flores no memorial em sua honra erigido na monumental praça da revolução de Havana.

O encontro com Raul Castro foi o momento alto da visita oficial a Cuba iniciada por Pinto da Costa no passado sábado e que termina esta quarta-feira.

Durante os cinco dias da visita, o Presidente da República esteve na Casa de África na chamada zona colonial da cidade, onde está representada a cultura Santomense, no complexo histórico-militar Morro Cabaña onde visitou o Comando de Che Guevara e assistiu à cerimónia do disparo de canhão que se realiza diariamente há mais de 200 anos.

Pinto da Costa visitou ainda a Escola Latino-Americana de Ciências médicas e a Unidade Básica de Produção Cooperativa Vivero Alamar, manteve um encontro com estudantes Santomenses e reuniu-se com o Corpo Diplomático Africano acreditado em Cuba.

Téla Nón / Fotos de Yenny Muñóa – Cuba

JOGADORES DA GUINÉ-BISSAU PEDEM QUE HAJA SELEÇÃO




Futebolistas que jogam em campeonatos europeus encontraram-se com o presidente do país, solicitando apoio para que a equipa nacional volte a competir.

Jogadores de futebol da Guiné-Bissau que militam em campeonatos europeus pediram esta segunda-feira o empenho do presidente de transição do país, Serifo Nhamadjo, para que haja uma seleção que possa voltar a competir nos próximos meses.

Acompanhados pelo presidente da Federação de futebol guineense, Manuel Nascimento Lopes, cerca de duas dezenas de jogadores que estão em campeonatos europeus foram expressar a sua preocupação ao chefe de Estado pelas notícias que circulam no país, de que a Guiné-Bissau não estará presente nas competições internacionais por falta de verbas.

Pela voz de um dos capitães da equipa, Bucundji Cá, que alinha nos franceses do Stade de Reims, os jogadores guineenses afirmaram perante Serifo Nhamadjo que "seria mau de mais e triste" se a Guiné-Bissau não voltasse a ter uma seleção nacional.

Desde que o português Luís Norton de Matos deixou o cargo de selecionador da Guiné-Bissau o país só voltaria a competir uma vez, contra os Camarões, há mais de um ano, mas até agora não existe uma seleção nacional.

A Guiné-Bissau tem no próximo mês de agosto um jogo das pré-eliminatórias da taça das Nações Africanas de 2015, contra Marrocos, mas, se até lá não houver esforços das autoridades políticas para que haja uma seleção nacional, o presidente da Federação diz que se demite.

"Se a seleção nacional não competir, vou colocar o meu lugar à disposição. Seria mau de mais para mim. Se estes rapazes não puderem competir, seria uma tristeza enorme para eles e para todo o país", disse Manuel Nascimento Lopes.

Para o presidente da Federação, "é inconcebível a argumentação de falta de verba" se só com a pesca o país poderia pagar três orçamentos gerais de Estado, inclusive despesas com a seleção de futebol.

Manuel Nascimento Lopes disse que espera que o Presidente da República, como ex-dirigente de futebol, convença o Governo a arcar com as despesas para que o país possa voltar a ter uma seleção nacional e retome as competições internacionais.

O presidente Serifo Nhamadjo prometeu fazer tudo o que estiver no seu alcance "para não defraudar o sonho dos jovens" guineenses, mas primeiro irá falar com o primeiro-ministro de transição, Rui de Barros.

Mas, de forma sucinta, o presidente guineense fez notar aos jogadores e dirigentes da Federação que o país neste momento vive momentos de extrema dificuldade em todos os sentidos, devido ao bloqueio por parte da comunidade internacional como consequência do golpe de Estado militar de abril de 2012.

Foto: Desde que Luís Norton de Matos deixou o cargo, seleção da Guiné-Bissau só competiu uma vez

Ameaça de fundamentalistas islâmicos do Mali pode infiltrar-se na Guiné-Bissau




Bissau – O Presidente de transição advertiu, esta terça-feira, 18 de Junho, para que as ameaças de grupos fundamentalistas islâmicos do Mali possam infiltrar-se na Guiné-Bissau.

Falando à PNN durante a cerimónia de tomada de posse de quatro membros do Governo, recentemente remodelado, o Presidente de transição, Manuel Serifo Nhamadjo, sublinhou que a situação que se vive no Mali pode infiltrar-se na Guiné-Bissau, tendo solicitado a colaboração do país, através do Ministério do Interior, com outros países da sub-região. 

«Existem muitos tráficos e delinquências. Com as ameaças, aquilo que se vive no Mali pode atingir o nosso país. Por isso devemos colaborar e em articulação com os países vizinhos», disse Serifo Nhamadjo.

Dirigindo-se ao ministro do Interior, o Presidente de transição pediu maior dedicação e determinação no combate aos bandidos e às práticas de «divisão e de intriga» entre os guineenses.

Ao ministro da Defesa Nacional, Serifo Nhamadjo pediu uma verdadeira reforma e a criação de necessárias condições para a protecção do território nacional.

Quanto ao ministro da Energia, o Presidente de transição falou sobre a resolução de problemas de falta de energia, para que esta atinja todas as regiões do país. 

«Sei que não vai ter muito tempo mas a gestão corrente do bem que terá nas mãos tem que ser persistente e fazer com que, cada vez mais, se melhore o fornecimento da energia para os guineenses», disse o Chefe de Estado.

Relativamente ao fracasso da campanha de comercialização da castanha de caju, Serifo Nhamadjo disse que pretende ver concluída a acção, de uma forma satisfatória. 

«Há situações, há jogos de interesses, muitas desinformações com grandes prejuízos para os agricultores, mas quero ver o Governo unido nesta luta para arranjar solução, porque esta é a tarefa da governação», advertiu o Presidente.

Sobre o comportamento de alguns membros do Governo de transição, Serifo Nhamadjo lembrou que a decisão tomada em Conselho de Ministros não pode ser colocada em causa devido a um só membro do Governo, ainda que fosse o Primeiro-ministro. O Chefe de Estado terminou com um aviso acerca do problema da campanha de comercialização do caju, que, na sua opinião, não pode ser encarado de ânimo leve.

(c) PNN Portuguese News Network

CARTA DE BISSAU – HISTÓRIA DO ADILE SEBASTIÃO E DOS “FIDJUS DI BIDERAS”




Advertência ao leitor: prepare o seu lencinho porque vai chorar, pois o que ler é mesmo para fazer verter lágrimas, muitas.

Nem tudo na Guiné-Bissau é política, ou pelo menos política dura, suja e violenta. E nem toda a gente transpira corrupção e droga. Há muita gente boa (e alguma má) em todos os grupos sociais e em todo o lado neste nosso mundo. Posso citar muitos países na África, da Ásia, Europa, Américas, onde, em termos per capita, há mais sacanagem e mais crimes se praticam do que nesta Terra de Deus, a Guiné-Bissau.

Esta é uma terra abençoada com muita água, chuva, rios e lagos. Um mar muito, muito rico. Mas esta enorme riqueza marinha está a saque em pleno dia por centenas de traficantes, oriundos de países que falam muito sobre a droga na Guiné-Bissau, mas não dizem uma palavra sobre a pesca ilegal, espoliando e levando à ruína milhões de gentes simples de toda esta região da África.

Enquanto o vizinho Senegal está sendo devorado pelo deserto do Sahel, asfixiado pela poeira, a Guiné-Bissau exibe verdura luxuriante, com belas florestas de madeiras raras que ate atraem comerciantes sem escrúpulos do Império do Meio.

A Guiné-Bissau foi também abençoada com um povo bom, avesso à violência. Aqui há tradições ricas, profundas, místicas, difíceis de decifrar; há dança, música, poesia, cinema.

Já fui a um concerto de jazz com orquestra. No passado, fui frequentador dos grandes clubes de jazz em Greenwich Village, Nova Iorque, mas um concerto de jazz com uma orquestra sinfónica, só em Bissau! Foi no Centro Cultural Francês, com agendamento cultural variado toda a semana, onde assisti a esse fabuloso concerto de jazz apresentado por um famoso grupo alemão. O Centro Cultural Francês é um magneto na cidade, atraindo centenas de pessoas, de todas as idades, cada semana.

O Centro Cultural Brasileiro não fica atrás, com muitas atividades culturais, musicais, literárias e cinematográficas de grande qualidade.

O Centro Cultural Português é muito mais parco em atividades. Sou bem timorense, mas a minha costela luso-judaica faz-me viver e sofrer com Portugal e fico triste quando oiço falar deselegantemente do CCP. Dizem que ali só há o jornal “A Bola”! Dou a mão `a palmatória…ainda não fui lá. Hei-de ir e tenho esperança em desaprovar aqueles que falam mal do Centro Cultural Português. Vou descobrir que, além do venerado jornal “A Bola”, há muito mais eco da grande herança cultural portuguesa.

Políticos não faltam na Guiné-Bissau. Há mais de 30 partidos políticos. Isto significa que não falta gente com ambição de governar. Há também universitários sem conta, desde advogados a economistas, até médicos. As Forcas Armadas têm oficiais altamente formados, licenciados e mestrados. Ouvimos falar apenas no General António Injai, mas há muitos outros, jovens e de grande intelecto.

E aqui atribuem-se todos os males, dos pequenos aos mais graves, aos militares. Pude comprovar alguns incidentes em que, com a maior desenvoltura, se acusava os “militares” para, após alguma averiguação por mim feita, se vir a concluir que, afinal, nenhum militar estivera envolvido.

Há comerciantes experientes, relativamente bem sucedidos, aqui e na região. Mas, então, porquê esta estagnação e depauperamento? Hoje decidi escrever só sobre as coisas boas, pois das más toda a gente escreve.

E vou partilhar com vós (sim…com vós…não digo convosco, pois gosto mais de dizer com vós…) uma história bonita, que faz chorar.

É a história do Adile Sebastião. Ele é o segundo de sete filhos do casal Domingos Armando Sebastião, empregado comercial de 60 anos, e Abelina Biaguê, doméstica e vendedora, de 51.

Conheci-o há umas semanas, quando aceitei um convite para assistir a um jogo de futebol promovido pela Academia Fidjus de Bideras (crioulo), o que em português significa “Filhos das Vendedeiras”. O estádio, recém construído pela cooperação chinesa, fez-me inveja, sendo timorense. Nós, em Timor-Leste, temos um estádio que, mesmo depois da sua reabilitação, não tem sequer metade da dimensão e condições deste estádio de Bissau.

Ele e seus amigos e companheiros de pobreza e luta decidiram criar esta academia em homenagem às suas mães, mulheres simples, dignas, trabalhadoras, que cada dia labutam no mercado a vender comidas para recolher algum dinheiro destinado à sobrevivência da família.

Eu fui a esse mercado, uma manha, há uma semana, e assim conheci as mães “Bideras”. Conheci a mamã Abelina, mãe do herói deste meu conto de hoje.

A Dona Abelina tem 51 anos, mas podia ter 71; magra, pele seca, cara sorridente, vestida muito simples, pé descalço. Ela vende uma espécie de canja, que prepara em casa e leva de manhã cedo para o mercado.

Senti-me pequeno perante a dignidade daquelas mães de pé-descalço. Receberam-me com calor, alegria, algumas com lágrimas nos olhos. Eu era a primeira pessoa “importante” a visita-las.

O meu herói de hoje – de nome Adile Sebastião – nasceu em Bissau e aqui estudou até ao 7º ano. Agora, pelas suas próprias palavras:

“Hoje, 11 de Junho, faz precisamente 15 anos que deixei a Guiné com medo da guerra. Saímos num barco da marinha senegalesa que tinha trazido militares para combaterem ao lado do então Presidente Nino Vieira e, no regresso, evacuou cidadãos estrangeiros. Nem sei como, mas entrei no barco e fui parar a Dakar. Três dias depois, um senhor cabo-verdiano, também ele refugiado no mesmo centro de acolhimento, teve pena de mim e ofereceu-se para me levar para a sua casa em Cabo-Verde. Tratou da papelada e seguimos num voo da força aérea portuguesa. Em Cabo-Verde, eu mantinha-me sempre ligado à RDP-África, para ter informações sobre a situação na Guiné. Foi assim que descobri que uma fragata portuguesa estava a caminho de Praia, com refugiados guineenses. Fui ao porto para ver se via algum familiar, pois o último contacto havido com a minha família fora há uma semana e não sabiam do meu paradeiro. No porto, soube que iam para o aeroporto e, depois, para Portugal. Segui para o aeroporto e acabei por me juntar a eles, e fui para Portugal. Estava a quatro meses de completar 13 anos.

“Em Portugal, encaminharam-me para a Mansão Santa Maria de Marvila, uma instituição da Igreja Católica, onde permaneci, mais ou menos, uma semana, até conseguir localizar um tio meu. De seguida, com a ajuda dele, liguei para um programa que promovia o reencontro dos guineenses separados pela guerra e deixei uma nota que emitiram. O meu pai ouviu que estava fora de perigo… nove meses mais tarde consegui falar ao telefone com toda a família e ficaram finalmente sossegados.

“O meu sonho sempre foi jogar futebol e o FC Porto tinha estado na Guiné meses antes da eclosão do conflito, à procura de talentos. Contactei-os, e propuseram-me ir para um clube no norte de Portugal, concretamente em Matosinhos. Fui morar para o Lar do Leixões, onde me deram as condições para estudar e jogar futebol. Estive cinco anos e, depois, mudei-me para o Boavista FC, que me assegurou as mesmas condições e um subsídio mensal…que nunca cheguei a receber. Nessa altura, tinha 17 anos e estava a completar o Ensino Secundário. Decidi deixar de jogar futebol e entrei no mercado de trabalho. Com a ajuda de um amigo e aproveitando a circunstância de Matosinhos ser uma cidade costeira, sofrendo os efeitos das salinas do mar, ofereci-me para limpar os vidros de montras das lojas e janelas de casas. Arrendei um apartamento, pagava a minha alimentação, estudos e conseguia ajudar a família na Guiné.

“No ano seguinte, entrei para o Curso de Direito na Universidade Católica Portuguesa, Porto, através de uma bolsa social da instituição. Queria ser magistrado. Acordava cedo, tratava da minha agenda quanto aos vidros e seguia para as aulas. Entretanto, fruto do facto de o meu trabalho se desenrolar em lojas e casas de outras pessoas, fui ganhando amigos. Foi assim que conheci o Diego, um jogador da Seleção Brasileira, que me mudou a vida. Tornámo-nos muito amigos e beneficiava…do estatuto de estrela que ele detinha. Facto que, infelizmente, quase me ia atrofiando a vida, embora tivesse ganho muita coisa boa no complicado “mundo da fama.

“Por ter acesso facilitado aos jogadores de futebol, detentores de grande poder de aquisição, criei uma imobiliária que apenas negociava nesse nicho de mercado. Permitiu-me ganhar algum dinheiro.

“Em 2007, nove anos depois, voltei à Guiné, de férias. Encontrei tudo pior do que quando tinha saído. Vi a minha família numa situação muito complicada. Os meus pais tinham-se separado e os meus irmãos estavam sem grandes perspetivas. Essa viagem fez-me crescer e passei a ter como prioridade ajudá-los. Arrendei um apartamento maior em Portugal, levei quatro comigo. A mais velha já vive sozinha e trabalha num restaurante. O que me segue é um grande chefe! Trabalha num dos melhores restaurantes do Porto e é um orgulho. Os outros dois são mais novos e estão no último ano do Secundário. A caçula é um exemplo na escola e quer ser médica. O outro quer fazer Gestão Desportiva. Tenho uma outra a quem financio os estudos no Brasil. Está a finalizar a Licenciatura em Biblioteconomia. Eram duas, uma delas não se adaptou, há quatro meses voltou, vive comigo e com o meu pai até se conseguir outra solução.

“Em 2009 licencie-me como “Agente de Jogadores” e passei a representar jogadores. Trabalhava sobretudo com a América Latina, por influência de amigos Argentinos.

“Em 2010, comecei a elaborar o projeto da Academia Fidjus di Bideras, apesar de que só conseguimos assegurar as condições mínimas para arrancar a seis meses.

“A par do projeto de futebol, estou inserido em mais dois. A partir de meados de 2011, incentivei alguns amigos/empresários portugueses a investirem na Guiné. Com efeito, conseguimos promover a criação da AFROSTONE, S.A., que se dedica à exploração de granitos e mármores, um investimento de cerca de 1 000 000 (um milhão de euros), do qual sou sócio e administrador (por pouco tempo). Estamos a trabalhar a 40 por cento, mas perspetivamos arrancar em força após as chuvas. Trouxe igualmente para a Guiné a BILECTRIC, SARL, uma empresa vocacionada para montagens elétricas, de baixa, média e alta tensão. Neste momento estamos a instalar-nos.

“Em Setembro deste ano vou-me inscrever na faculdade para completar os poucos créditos que me faltam para ter a licenciatura. É que, com o trabalho de empresário de futebol, nunca consegui conciliar, pois os exames coincidiam com as épocas de transferências e andava muito stressado. Depois, gostaria muito de fazer o Mestrado num país anglo-saxónico, ou francófono.

“Namoro há quatro anos com uma estudante de Arquitetura de nacionalidade argentina/alemã, que vive no Porto, com quem tenciono casar-me em Dezembro de 2014 (o Senhor Presidente está convidado)!”

Conclusão

E agora…os meus amigos portugueses o que vão fazer? Os grandes clubes nacionais, Benfica, Sporting, Porto, o Cristiano Ronaldo, Figo e muitos outros mais, juntos podem muito facilmente juntar dinheiro, uns dois ou três milhões de euros, e ajudar a construir a Academia Fidjus di Bideras! 

J. Ramos-Horta

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