quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

LISBOA AGUARDA ORDENS DO “QUERIDO LÍDER”




Orlando Castro*, jornalista – Alto Hama*

Relativamente a 2008, tudo é hoje diferente em Angola e em Portugal. O reino luso é cada vez mais um lugar mal frequentado e o seu congénere de Eduardo dos Santos cada vez mais o dono desse ocidental recanto.

Ainda alguém se recorda, a propósito do anterior simulacro de eleições, de uma nota da Direcção o jornal “Público” a propósito do boicote do MPLA è entrada de jornalistas deste jornal, bem como da SIC, Expresso, Visão e Rádio Renascença?

Eu recordo-vos: “Os senhores que mandam no país não toleram a comunicação social livre e independente e não perdoam aos jornalistas ou órgãos de informação que, em algum momento, noticiaram escândalos, reportaram abusos ou se manifestaram, em textos de opinião, contra o regime. E retaliam em conformidade”-

Pois é. E se Portugal está diferente, também o Público, a SIC, o Expresso e a Visão estão. Deste grupo só a Rádio Renascença mantém a coluna vertebral.

É que, de 2008 para cá, muita coisa mudou e os donos dos jornalistas passaram a ter accionistas do regime angolano, seja para investimentos na comunicação social ou nos continentais hipermercados.

Na altura, o Público esclareceu que “o boicote do governo angolano não se deve, portanto, a um “atraso” na emissão de vistos, como augurou o primeiro-ministro, José Sócrates”, acrescentando que “não há “exagero” algum quando se denuncia um bloqueio a órgãos de comunicação social portugueses”.

“Cabe perguntar se o Governo de Portugal, como acontece noutros países face a circunstâncias idênticas, encetará alguma diligência para obter explicações sobre o que se passou e se fará algo em relação à atitude das autoridades angolanas”, escrevia o Público.

Eram outros tempos. Era outra a Direcção do Jornal, era outra a estratégia dos donos dos jornalistas.

Na altura (4 de Setembro de 2008) perguntei aqui – nunca poderia ser noutro sítio: O que poderá dizer Sócrates depois de há meia dúzia de dias (17 de Julho) ter afirmado: "Venho aqui (a Luanda) dar uma palavra de confiança a Angola no trabalho que o Governo angolano tem feito que é, a todos os títulos, notável. Basta olhar para os indicadores"?

Ou de, nesse mesmo dia, ter afirmado: "Quero que o Governo de Angola saiba que temos confiança no povo angolano, que temos confiança em Angola, temos confiança no Governo angolano e no trabalho que tem desenvolvido"?

Aliás José Sócrates também disse que "o trabalho do Governo tem permitido que Angola tenha hoje um prestígio internacional, que tenha subido na consciência internacional e que seja hoje um dos países mais falados e mais reputados".

De facto, por muito que isso custe, José Sócrates só poderia ness altura dizer duas coisas, uma aos jornalistas portugueses e outra aos angolanos:

1 - “O melhor é estarem calados porque um dia destes a Isabel dos Santos, a Sonangol, ou o MPLA (é tudo a mesma coisa) ainda compram o vosso jornal e vocês vão todos para a rua.

2- Votem no MPLA".

Em 2012 tudo está na mesma em Angola. Em Portugal não está na mesma… está um pouco pior. No que ao dono de Angola respeita, se Sócrates dizia “mata”, Passos Coelho diz “esfola”.

* Orlando Castro, jornalista angolano-português - O poder das ideias acima das ideias de poder, porque não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado.

Título anterior do autor, compilado em Página Global: PARA LÁ DO MARÃO MANDAM OS DONOS DO REINO

José Eduardo dos Santos condena "veementemente" crise militar em Bissau



RTP – Lusa, com foto

O Presidente de Angola e em exercício da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), José Eduardo dos Santos, classificou a recente crise militar na Guiné-Bissau como ação "potenciadora de instabilidade" e condenou-a "veementemente".

A tomada de posição de José Eduardo dos Santos consta de uma carta enviada no final de 2011 aos seus homólogos da CPLP.

Nessa carta, José Eduardo dos Santos apelou aos militares guineenses, particularmente às chefias militares, "que se abstenham de qualquer ingerência nos assuntos políticos e respeitem a sua tutela e a ordem constitucional, assim como o Estado de Direito e os Direitos Humanos".

José Eduardo dos Santos destacou ainda a atenção que a comunidade internacional atribui à Guiné-Bissau, designadamente a iniciativa da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) na conclusão e assinatura de um Memorando de Entendimento relativo à aplicação do roteiro sobre a reforma nos setores da Defesa e Segurança, assim como o recente prolongamento pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas do mandato da missão no país (UNIOGBIS) até fevereiro de 2013.

Estes elementos "são reveladores da atenção que a comunidade internacional presta à República da Guiné-Bissau, tendo em vista a consolidação da paz e da estabilidade interna e o resgate da esperança num futuro melhor para todo o povo guineense", escreveu.

José Eduardo dos Santos reiterou, desse modo, o seu apoio à execução da reforma dos setores da Defesa e Segurança e às reformas económicas na Guiné-Bissau, que classificou como "elementos determinantes para o processo de estabilização sociopolítica" guineense e apelou aos restantes estados membros da CPLP que reafirmem o seu empenho "na promoção das boas relações de amizade, solidariedade e cooperação com a República da Guiné-Bissau".

No passado dia 26 de dezembro, a Guiné-Bissau voltou a atravessar um período conturbado, marcado pela sublevação de alguns militares e que levou os efetivos angolanos estacionados em Bissau a garantir a segurança do primeiro-ministro guineense, Carlos Gomes Júnior.

Da crise militar resultaram dois mortos e prisão do chefe de Estado-Maior da Armada, Américo Bubo Na Tchuto, e de outros 25 suspeitos.

O chefe de Governo disse posteriormente que o plano visava a sua eliminação física bem como do chefe das Forças Armadas, António Indjai.

Angola mantém desde 21 de março em Bissau cerca de 200 efetivos das suas forças armadas e polícia nacional, integrados na MISSANG para apoiar a reforma do setor de defesa e segurança da Guiné-Bissau.

Guiné-Bissau: Governo brasileiro acompanha "com preocupação" situação no país



FYRO – Lusa, com foto

Rio de Janeiro, 04 jan (Lusa) - O Governo brasileiro anunciou hoje que acompanha "com preocupação" a última crise militar na Guiné Bissau, no dia 26 de dezembro, que deixou dois mortos durante uma sublevação que implicava um alegado plano para assassinar o primeiro-ministro.

"O Brasil tem se coordenado com as autoridades da Guiné-Bissau para promover reformas internas naquele país e colaborar para a superação de seus desafios políticos-institucionais", diz a nota, divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores.

O comunicado recorda que o Brasil atua como presidente da Configuração da Comissão de Construção da Paz (CCP) para a Guiné-Bissau nas Nações Unidas e que partilha, junto da União Africana, de um "engajamento permanente" na busca de esforços para consolidar a paz e a estabilidade no país.

Ainda segundo o Ministério das Relações Exteriores, o Governo brasileiro continuará a acompanhar o desenvolvimento da situação na Guiné-Bissau, em coordenação com os outros países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), tendo presente a ação da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

A 26 de dezembro, uma crise militar deixou dois mortos e levou à prisão o chefe da Armada, contra-almirante Bubo Na Tchuto, mais outros 25 detidos. O chefe de Governo, Carlos Gomes Júnior, disse posteriormente que o plano visava a sua eliminação física bem como do chefe das Forças Armadas, António Indjai.

Brasil: Encontrado segundo corpo em Ouro Preto após deslizamento causado pelas chuvas



RTP – Lusa, com foto

A Defesa Civil de Minas Gerais encontrou hoje o segundo corpo soterrado em resultado de um desabamento ocorrido na terça-feira na cidade histórica de Ouro Preto, uma das mais castigadas pelas chuvas deste ano.

Com esta morte, sobe para seis o número de óbitos registados no estado de Minas Gerais, desde o início dos temporais, em outubro.

Segundo o último boletim da Defesa Civil, 119 municípios foram afetados por chuvas ou cheias, dos quais 66 decretaram estado de emergência.

O número de afetados chega a 2,1 milhões de pessoas, com mais de dez mil a serem obrigados a deixar suas casas.

No total, 3.260 residências foram danificadas e 82 pontes destruídas.

No Espírito Santo, dois municípios decretaram hoje o estado de emergência.

De acordo com os dados recolhidos pela Defesa Civil, mais de 12 mil pessoas foram afetadas e 562 edificações sofreram danos parciais ou totais.

No Rio de Janeiro, seis municípios estão em estado de alerta em função dos alagamentos provocados pelos rios do noroeste do estado, que faz fronteira com Minas Gerais. Mais de seis mil pessoas estão desalojadas na região.

Em Nova Friburgo, representantes do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro realizaram uma vistoria nas áreas consideradas de maior risco e apontaram a possibilidade de novos desabamentos.

A cidade, localizada na região serrana do Rio de Janeiro, foi a que mais sofreu com a tragédia causada pelas chuvas do ano passado, quando mais de 900 pessoas morreram em todo o estado.

Timor-Leste: 645 NOVOS MEMBROS NAS F-FDTL



Governo TL, com foto

As Falintil – Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL), realizaram a cerimónia de graduação aos 645 novos membros (93 oficiais, 203 sargentos e 349 praças), no dia 16 de Dezembro de 2011, no Centro de Treino Nicolau Lobato, em Díli.

O Major-General Lere Anan Timur, lembrou aos novos graduados que têm uma responsabilidade privilegiada por terem sido incorporados na instituição militar “para defenderem o nosso país e nosso povo com a filosofia que os nossos heróis defenderam desde o princípio”.

“Hoje é um dia especial porque registamos mais um marco no percurso da história das Forças Armadas de Timor-Leste, após a restauração da independência, há dez anos. A graduação de hoje é um acto extraordinário, por ter sido uma recuperação radical para reforçar a estrutura das Forças Armadas depois da crise de 2006. Se quisermos ser honestos, e confirmar bem as opiniões e opções, não é algo fácil”, confessou o Major-General das F-FDTL e Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas.

O Presidente da República, José Ramos-Horta, Comandante Supremo das F-FDTL, na sua mensagem aos novos membros recém-graduados salientou que “detemos armas para manter a segurança do nosso povo, não detemos armas para intimidar o povo. Por isso o Estado tem toda a responsabilidade para não provocar violência, especialmente aqueles que detêm armas, como as F-FDTL e a PNTL”.

Para além do Presidente da República, José Ramos-Horta, e do Major-General das F-FDTL, Lere Anan Timur, participaram na cerimónia de graduação o Vice-Primeiro-Ministro, José Luís Guterres, o Comissário Adjunto da PNTL, Afonso de Jesus, o Provedor dos Direitos Humanos e Justiça, Sebastião Dias Ximenes, a Procuradora-Geral da República, Ana Pessoa Pinto, membros do Governo e do Parlamento e familiares dos recém-graduados.

Nota Página Global

De Timor-Leste para Portugal a Agência Lusa CONTINUA A BRINCAR À INFORMAÇÃO, contudo o noticiário em tétum é profícuo na comunicação social timorense e até online. A atualidade timorense está repleta de acontecimentos merecedores de referências noticiosas. A Agência Lusa está a gozar férias em Timor-Leste? Tanto quanto reza na história sabemos que Luiz de Camões era zarolho mas a Lusa parece que está a ser dirigida por um Camões cego... e surdo.


Migração em massa de haitianos deixa Brasiléia, no Acre, em “situação de colapso”




Altino Machado – Terra Magazine, em Blog da Amazonia

O governo do Acre considera que o município de Brasiléia (AC), de 21 mil habitantes, na fronteira com a Bolívia, já enfrenta uma “situação caótica e de colapso” em decorrência da presença de 1,2 mil imigrantes do Haiti na cidade.

A onda migratória de haitianos ao Brasil começou em 2010, após o terremoto que devastou o país. No Acre, o governador Tião Viana (PT) optou por prestar atendimento humanitário. Os imigrantes recebem “vistos humanitários”, com os quais podem trabalhar e ter acesso a serviços de saúde e educação.

- Até aqui a população tem sido solidária para com os haitianos, mas na verdade a situação agora é caótica e de colapso. A cidade inteira está com medo de doenças. O serviço de saúde, que deveria atender aos moradores, está concentrado agora no atendimento de haitianos - disse o secretário de Justiça e Direitos Humanos do Acre, Nilson Mourão.

Na virada do ano, quase 500 haitianos obtiveram autorização para ingressar em território brasileiro e se juntaram a mais de 800 compatriotas que já estavam em Brasiléia, a 235 quilômetros de Rio Branco, a capital do Estado.

- Nós, do governo estadual, chegamos no limite final de nossa capacaidade. O governo federal precisa assumir a responsabilidade dele em resolver um problema complexo. É necessário apoio financeiro e auxílio profissional para que possamos enfrentar a migração em massa- disse Mourão.

Os principais problemas na assistência aos imigrantes continua sendo o fornecimento de alimentos e abrigos. O governo estadual considera insuficiente as 14 toneladas de alimentos que foram doados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) na semana passada.

- As 14 toneladas de alimentos que foram doadas são suficientes apenas para 10 dias. Já foram consumidas quase sete toneladas de alimentos doados pela Conab. Temos 1250 pessoas que necessitam de três refeições por dia. Brasiléia não tem capacidade para suportar sozinha o impacto dessa situação - acrescentou Mourão.

Numa crítica velada ao governo federal, o secretário de Comunicação do Acre, Leonildo Rosas, disse que o Estado tem mais imigrantes haitianos do que soldados do Exército Brasileiro na Força de Paz da Organização das Nações Unidas no Haiti.

- O Brasil enviou ao Haiti, em 2004, quando começou a Força de Paz da ONU, 1.200 soldados. Depois do terremoto, o contingente aumentou para 2.200 homens. Em Brasiléia, já temos 1.250 haitianos, mas por aqui já passaram outros 1.400 imigrantes. Apenas 150 deles se estabeleceram com trabalho no Acre - disse Rosas.

*Fotos e vídeos no original: Altino Machado/Terra Magazine

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Brasil: PRODUÇÃO DE PETRÓLEO EM NOVEMBRO FOI A MAIOR DE SEMPRE



Dinheiro Vivo

Em Novembro foram produzidos 2,188 milhões barris por dia, o que superou o anterior recorde de 2.180, de Dezembro de 2010

A produção de petróleo no Brasil alcançou um novo recorde em novembro, ultrapassando o valor anterior, de dezembro de 2010, anunciou hoje a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis.

Segundo a agência, foram produzidos 2,188 milhões barris por dia (MMbbl/d), que superaram o recorde anterior de 2,180 MMbbl/d registado em dezembro de 2010.

A produção de petróleo em novembro de 2011 registou um aumento de 4,8 por cento em relação ao mesmo mês do ano anterior e de 4 por cento na comparação com o mês de outubro.

Na produção de gás, o aumento foi de 2,5 por cento face ao mês homólogo e de 2,4 por cento face ao mês anterior.

A produção de gás natural em novembro foi de aproximadamente 68 milhões de metros cúbicos por dia (MMm³/d), a segunda maior a seguir à de dezembro de 2010, quando a produção foi de cerca 69,2 MMm³/d.

A produção de petróleo e gás totalizou cerca de 2,615 milhões barris de óleo equivalente por dia (MMboe/d).

Por outro lado, o estado de São Paulo ultrapassou a Baía e foi o quarto maior produtor de petróleo e gás natural, com cerca de 91,7 Mboe/d.

Ao todo, 300 concessões operadas por 25 empresas foram responsáveis pela produção do Brasil em novembro de 2011. Destas, 75 são concessões marítimas e 225 são terrestres.

Cerca de 91,1 por cento da produção de petróleo e gás natural foi extraída de campos operados pela Petrobras. Em torno de 91,7 por cento da produção de petróleo e 75,8 por cento da produção de gás natural do Brasil foram produzidos em campos marítimos. Dos 20 maiores campos produtores de petróleo, três são operados por empresas estrangeiras: Frade/Chevron (oitavo lugar), Peregrino/Statoil (10.º) e Ostra/Shell (14.º).

A produção do Pré-sal foi de 157,7 Mbbl/d de petróleo e 5 MMm³/d de gás natural, totalizando 188,8 Mboe/d, um aumento de 17,5 por cento em relação ao mês passado.

Por outro lado, o pré-sal brasileiro dominou, em 2011, as descobertas de petróleo a nível mundial, segundo estatísticas reveladas pelo site da revista da especialidade Upstrem.

Segundo o estudo, foram 17 as descobertas feitas no pré-sal brasileiro nos primeiros nove meses do ano, quando em todo o mundo, no mesmo período, houve 109 descobertas.

A Bacia de Campos foi a região que mais descobertas registou globalmente, com oito casos, a par da bacia egípcia de Faghur e a tailandesa de Songkhla. Seguiu-se a bacia australiana Cooper, com sete descobertas, seguida da colombiana Llanos e da Pre-Caspian, do Cazaquistão, com seis cada.

As bacias brasileiras de Santos e do Espírito Santo também estiveram entre as 10 regiões com mais descobertas, tendo registado cinco cada.

O relatório citado pela revista norueguesa indica que, apesar de algumas empresas internacionais terem registado aumentos de produção no Brasil, devido a novas rondas de licenciamento, a gigante estatal Petrobras manteve-se a líder, com uma larga margem.

Os 26 navios FPSO (do inglês floating production, storage and offloading) em atividade no Brasil tiveram um "papel crucial no desenvolvimento do pré-sal" e prevê-se que outros 14 navios daquele tipo comecem a operar no país até ao final de 2014, segundo o mesmo estudo.

TODOS CONTRA TODOS




Viriato Soromenho-Marques – Diário de Notícias, opinião

Se o BE tiver razão, 19 das 20 empresas do PSI-20 estão localizadas para efeitos fiscais fora de Portugal. Virgínia Alves explicou bem, no DN de 3 de janeiro [ontem], como a família Soares dos Santos, detentora de 56% do grupo Pingo Doce, realizou, às claras, uma das maiores fugas ao fisco da história portuguesa. No penúltimo dia de 2011, fugiram para a Holanda 4,6 mil milhões de euros, o que ridiculariza o investimento chinês com a aquisição da parte que o Estado detinha na EDP.

Recentemente, ficámos a saber que a própria CGD tinha interesses num paraíso fiscal situado nas Ilhas Caimão, num curioso jogo de masoquismo fiscal do Estado português. A Holanda, utilizando a anarquia fiscal europeia, vai recolhendo os dividendos de um esforço que não lhe pertence.

A Alemanha, escudada na retórica luterana da sua chanceler, vai beneficiando do pânico que ela própria fomenta. Com efeito, uma das razões pelas quais o euro continua bastante forte reside no facto de a maioria dos capitais que fogem da Grécia, de Portugal, da Itália ou da Espanha não serem transformados em dólares, libras ou ienes, mas sim em euros que transitam da periferia em crise para bancos e fundos de investimento na Alemanha. Entre 2010 e 2012, Portugal vai pagar 21 mil milhões de euros em juros. Não admira que Klaus Regling, o chefe alemão do FEEF, recorde aos seus compatriotas que os resgates têm sido um ótimo negócio para a economia alemã.

A Europa está a tornar-se um sítio pouco recomendável. Quem hoje manda parece querer transformar aquele que foi um projeto orgulhoso e exemplar num gigantesco "estado de natureza". A história mostra que onde o federalismo falha, a guerra nunca falta aos seus compromissos.

AO CUIDADO DO MINISTÉRIO PÚBLICO E SUAS OTOLICES



João José Cardoso - Aventar

Por vezes não temos nada que fazer. Como não temos nada que fazer, inventamos. Querem que vos dê a ligação para um vídeo que apareceu no youtube esta semana apelando à destruição das sedes "comunistas" no próximo dia 25 de abril? Arranjo.

Dedicarem-se a um artigo do código penal que não tem ponta por onde se lhe pegue pode eventualmente conduzir a que seja dali retirado, mas também não me parece que essa seja uma prioridade da justiça portuguesa, há coisas bem piores.

Abrir um processo a Otelo Saraiva de Carvalho, depois de ter surgido na altura a notícia de que não o fariam, só pode ser entretenimento para matar o ócio. Ora matar, mesmo o ócio, não sendo crime, fica mal a um Ministério Público que se preze.


Otelo Saraiva de Carvalho mantém tudo o que disse em novembro e diz-se tranquilo



Otelo Saraiva de Carvalho está tranquilo e mantém tudo o que disse. O Ministério Público abriu um inquérito relacionado com as declarações feitas à agência LUSA, em Novembro, onde o capitão de Abril - num comentário aos protestos dos militares - falava na possibilidade de um golpe militar, caso fossem ultrapassados os limites.

Depois da queixa de um grupo de cidadãos, que levou o Ministério Público a abrir um inquérito, Otelo Saraiva de Carvalho mostra-se tranquilo, e mantém o que disse na entrevista. Otelo Saraiva de Carvalho também que não está preocupado com as consequências deste inquérito que o capitão de Abril atribui aos inimigos que tem.

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Declarações de Otelo, audio


ENCAVACANDO A ALEMANHA





Parece uma coisita tirada a papel químico, mas este não comprou acções fora de Bolsa, nem auferiu de amizades particulares num banco P qualquer. Limitou-se a também obter vantagens na concessão de um empréstimo, além de ter amizades perigosas e por isso mesmo, agora é exigida a sua demissão.

Tal e qual como um "certo caso" encavacado em Portugal.

Ainda bem que não sou republicano!

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Portugal: GREVE DE TRANSPORTES E MANIFESTAÇÃO NO MÊS DE FEVEREIRO




Greve nos transportes a 2 de Fevereiro


Paralisação agendada pelos sindiicatos que representam os trabalhadores das empresas de transportes e comunicações

Os sindicatos que representam os trabalhadores das empresas de transportes e comunicações agendaram para 2 de Fevereiro um dia de luta com greves nos dois setores, disse à Lusa o coordenador da FECTRANS, José Manuel Oliveira.

O sindicalista disse que a decisão de avançar para a greve foi tomada durante um reunião realizada esta manhã, que juntou sindicatos da CGTP, da UGT e independentes.

O coordenador da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (FECTRANS) disse que da reunião saíram três conclusões, uma das quais a realização de «um dia de luta, com greves, no setor dos transportes e comunicações, a 2 de fevereiro».

José Manuel Oliveira ressalvou que a duração e a forma que vão assumir as greves deverá ser diferente nas diversas empresas.

Os sindicatos contestam a reestruturação definida pelo Governo para o setor, a redução dos serviços e do número de trabalhadores.

Na reunião, os sindicalistas decidiram ainda «renovar o pedido de reunião com o ministro da Economia» e fazer plenários nas diferentes empresas durante o mês de Janeiro.

O coordenador da FECTRANS sublinhou que o pedido de reunião com o ministro Álvaro Santos Pereira surge depois de, «a 11 de Outubro», o responsável pela pasta dos transportes se ter «comprometido a ouvir os sindicatos, o que ainda não aconteceu».

CGTP marca "grande manifestação nacional" para 11 de fevereiro

Destak – Lusa

A CGTP marcou hoje uma "grande manifestação nacional" para o dia 11 de fevereiro em defesa de mudanças nas políticas económicas e sociais do Executivo.

"Esperamos que vá ser um grandes manifestação em defesa de alternativas para o país", disse o secretário-geral da CGTP, Carvalho da Silva, em conferência de imprensa.

Esta manifestação vai realizar-se depois do XII Congresso da CGTP, que se realiza em Lisboa no final deste mês, já com uma nova direção que não integrará Manuel Carvalho da Silva, que garantiu que vai participar no protesto.

Portugal - Delito de opinião: FASCISTAS SAUDOSISTAS QUEREM INCRIMINAR OTELO




Justiça: Ministério Público abre inquérito a declarações de Otelo

Público - Lusa

O Ministério Público abriu um inquérito relacionado com as declarações de Otelo Saraiva de Carvalho, que, numa recente entrevista à agência Lusa, falou na possibilidade de haver um golpe militar, caso fossem "ultrapassados os limites".
Fonte ligada ao processo disse à Lusa que a abertura de um inquérito, que corre no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa, foi determinada após um grupo de cidadãos ter apresentado queixa sobre o que o “Capitão de Abril” proferiu na entrevista.

Em declarações à agência Lusa, a propósito de uma manifestação de militares que estava marcada para dia 12 de Novembro, Otelo Saraiva de Carvalho afirmou ser contra essas manifestações, mas defendeu que, se fossem ultrapassados os limites, com perda de mais direitos, a resposta poderia ser um golpe militar, que a concretizar-se seria mais fácil do que em 1974.

"Para mim, a manifestação dos militares deve ser, ultrapassados os limites, fazer uma operação militar e derrubar o Governo", defendeu Otelo num comentário à “manifestação da família militar”.

“Não gosto de militares fardados a manifestarem-se na rua. Os militares têm um poder e uma força e não é em manifestações colectivas que devem pedir e exigir coisas”, disse.

Mas disse compreender as suas razões e que considerava que as mesmas poderiam conduzir a “um novo 25 de Abril”.

“Os militares têm a tendência para estabelecer um determinado limite à actuação da classe política”. Esse limite, considerou, foi ultrapassado em 1974 e culminou com a “revolução dos cravos".

Actualmente, defendeu Otelo, Portugal está “a atingir o limite”, corroborando o que anteriormente dissera: “Se soubesse o que sei hoje não teria possivelmente feito o 25 de Abril”.

O coronel na reserva acredita que há condições para os militares tomarem o poder e vai mais longe: “bastam 800 homens”.

Em comparação com o golpe de 1974 – do qual afirma ser um “orgulhoso protagonista” –, Otelo considera que um próximo seria até mais fácil, pois “há menos quartéis, logo menos hipóteses de existirem inimigos” da revolução.

Questionado sobre a real possibilidade dos militares tomarem o poder, como há 37 anos, Otelo responde peremptório: “Não tenho dúvida nenhuma que sim”.

“Os militares têm sempre essa capacidade, porque têm armas. É o último bastião do poder instituído”, afirmou.

“Estou convicto que, em qualquer altura, se os militares estiverem dispostos a isso, podem avançar sempre para uma tomada de poder”, adiantou.

*Título PG

Argentina: CRISTINA KIRCHNER PASSA POR CIRURGIA PARA RETIRADA DE TUMOR




Correio do Brasil, com ABr - de Buenos Aires

A presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, foi internada nesta quarta-feira para a retirada de um tumor maligno na tireoide, detectado há duas semanas. A equipe de cirurgiões do Hospital Universitário Austral previa a duração de três horas para o procedimento cirúrgico. Cristina seguiu nas primeiras horas da manhã para a cidade de Pilar, a 50 quilômetros da capital, Buenos Aires.

A presidente deve permanecer internada 72 horas e manter repouso até o dia 24. A partir desta quarta-feira e até o final da licença médica de Cristina, seu cargo será ocupado pelo ex-ministro da Economia Amado Boudou, que assumiu como vice-presidente há apenas 25 dias. Os médicos asseguram que o câncer de Cristina é um dos mais fáceis de serem tratados, já que o tumor está encapsulado e não há metástase. A presidente não terá que fazer nem quimioterapia nem radioterapia. Ainda assim, a internação está sendo acompanhada por simpatizantes e também pela oposição.

– A doença de Cristina Kirchner tem impacto político porque, desde o retorno da democracia na Argentina, em 1983, nenhum presidente concentrou tanto poder quanto ela. Ela não só foi reeleita, em outubro de 2011, com 54% dos votos, como também obteve uma diferença de 40% de votos em relação ao segundo colocado. Ou seja, nenhum funcionário do governo, nem mesmo o vice, tem autonomia para tomar decisões – explicou o diretor do Instituto de Planejamento Estratégico, Jorge Castro.

Amado Boudou substituirá Cristina durante 20 dias, mas não terá escritório na Casa Rosada, o palácio presidencial argentino. Despachará em um escritório na sede do Banco De La Nación.

Romaria

Centenas de simpatizantes da presidente passaram a noite desta terça-feira acampados em frente ao hospital, com cartazes com a frase “Força Cristina”. São os mesmos que apareceram em Buenos Aires em outubro de 2010, quando o ex-presidente e marido de Cristina, Nestor Kirchner, morreu. Na época, muitos achavam que, sem o apoio dele, ela não teria ânimo para disputar a reeleição.

Cristina não só disputou e ganhou a reeleição, com mais da metade dos votos, como também obteve a maioria no Congresso. Mas, o segundo mandato promete ser mais complicado do que o primeiro, devido em parte, à crise internacional. Assim que foi reeleita, a presidente tomou medidas para cortar gastos públicos.

A mandatária será operada pela equipe do médico Pedro Saco, diretor do Departamento de Cirurgia do Hospital Universitário Austral e chefe do Departamento de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Instituto Ontológico Angel Roffo.

Brasil: LÍDER DO GOVERNO AFIRMA QUE ECONOMIA SERÁ PRIORIDADE EM 2012




Correio do Brasil, com foto -  com Agência Senado- de Brasília

A crise internacional deverá fazer com que os temas econômicos sejam prioridade em 2012. A previsão é do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). Em entrevista à Rádio Senado segunda-feira, ele avaliou positivamente as providências tomadas até agora pelo Brasil para contornar os efeitos da crise que, nos últimos meses, tem afetado especialmente os países europeus.

- Vamos ter que aguardar como vai se situar essa questão da crise internacional e verificar se o Brasil terá de tomar alguma medida extra. Até agora o Brasil tomou todas as medidas necessárias para que o crescimento econômico se mantenha em equilíbrio – disse Jucá.

O senador Jayme Campos (DEM-MT), disse que a oposição está disposta a colaborar, mas cobra a redução dos gastos do governo com funcionalismo.

- O governo não pode perder de vista as questões que são importantes para o Brasil. Por exemplo, tem de parar urgentemente com a criação de cargos comissionados, de empresas, fundações e autarquias. Isso tem criado sérios transtornos com o aumento da folha de pagamento – alertou.

Brasil: 'A cidade está toda debaixo d'água', diz prefeito de Santo Antônio de Pádua



Cadu Bruno – O Dia

Mais de 12 mil pessoas estão desalojadas e 5 mil desabrigadas no município. Alimentos serão distribuídos em barcos

Rio - O município de Santo Antônio de Pádua, no Noroeste Fluminense, está em estado de emergência em razão das fortes chuvas que atingiram a região neste início de ano. Mais de 12 mil pessoas estão desalojadas e 5 mil desabrigadas. O prefeito José Renato Padilha, disse, nesta quarta-feira, que a cidade vive situação caótica.

"Precisamos de ajuda. A cidade está toda debaixo d'água. Vamos começar a distribuir alimentos aos moradores em barcos", disse o prefeito. De acordo com ele, o hospital, cinco postos de saúde e a Secretaria de Saúde foram desativados em razão dos alagamentos. Um hospital improvisado foi montado em um colégio estadual situado numa região mais alta do município, que conta com cerca de 40 mil habitantes.

Alguns pacientes foram transferidos para a cidade vizinha de Miracema. Padilha aguarda a visita do secretário Estadual de Saúde, Sérgio Côrtes, programada para esta quarta, para pedir ajuda.

Segundo o prefeito, o Rio Pomba, cujo leito em Minas Gerais também sofreu forte impacto das precipitações de domingo para cá, já baixou cerca de cinco centímetros. O fluxo de água diminuí de forma gradativa, já que não chove na cidade há cerca de 15 horas.

Em Itaperuna, as emergências são atendidas na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no Bairro Cidade Nova. O Posto de Urgência foi desativado por causa das cheias. O Hospital São José do Avaí atende somente casos graves enviados da UPA, pois só é possível chegar ao local através de barco do Corpo de Bombeiros. O município tem 800 pessoas desalojadas e 128 desabrigadas.

Laje do Muriaé, também no Noroeste Fluminense, tem 2 mil desalojados e 200 desabrigados. O Rio Muriaé está a 2,60 metros acima do seu nível normal e cerca de mil casas foram inundadas.

Cidades do Noroeste Fluminense receberão ajuda

Nesta quarta-feira equipes de Vigilância e Atenção à Saúde da Secretaria de Estado de Saúde visitam os municípios do Noroeste Fluminense atingidos por fortes chuvas desde o primeiro dia do ano. A visita tem como objetivo avaliar as necessidades das Secretarias Municipais de Saúde de cada uma das cidades, verificar os planos de contingência para os casos de enchentes, os estoques de insumos e vacinas, a situação dos pronto-socorros e dos locais de abrigo e pontos de apoio para desalojados e desabrigados.

De acordo com o balanço desta terça-feira da Secretaria de Estado de Defesa Civil, foram registrados 367 deslizamentos no estado; 41 inundações; 3 desabamentos; 21 enxurradas; 3.108 desalojados; 707 desabrigados; e 84 residências destruídas.

Promessa

O governador Sérgio Cabral, que anunciou nesta terça-feira o investimento de R$ 510 milhões na Região Serrana, minimizou a demora nos pagamentos: “Encontrar terrenos seguros demanda estudos técnicos e tempo. Semana que vem, iniciaremos a construção de mais de 2 mil casas”, se defendeu Cabral, ao entregar de 88 carros descartados pela PM, que foram recuperados para serem usados pelas Guardas Municipais e Defesas Civis de Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis.

Os 2.200 imóveis para desabrigados de Friburgo do ano passado só devem ficar prontos em 2013. Haverá drenagem, contenção de encostas e dragagens de rios. Mais R$ 40 milhões serão empregados na dragagem do rio Muriaé.

O MUNDO DO DINHEIRO E SEUS HERÓIS




EMIR SADER – Carta Maior, em Blog do Emir

Até um certo momento os ricos ou escondiam sua riqueza ou tratavam de passar despercebidos, como se não ficasse bem exibir riqueza em sociedades pobres e desiguais. Ou até também para escapar da Receita.

De repente, o mundo neoliberal - esse em que tudo vale pelo preço que tem, em que tudo tem preço, em que tudo se vende, tudo se compra – passou a exibir a riqueza como atestado de competência. Nos EUA se deixou de falar de pobres, para falar de “fracassados”. Numa sociedade que se jacta de dar oportunidade para todos, numa “sociedade livre, aberta”, quem não deu certo economicamente, é por incompetência ou por preguiça.

Ser rico é ter dado certo, é demonstrar capacidade para resolver problemas, ter criatividade, se dar bem na vida, etc., etc. Até um certo momento as biografias que se publicavam eram de grandes personagens da historia universal – governantes, lideres populares, gênios musicais, detentores de grandes saberes. A partir do neoliberalismo as biografias de maior sucesso passaram as ser as dos milhardários, que supostamente ensinam o caminho das pedras para os até ali menos afortunados.

Todos dizem que nasceram pobres, subiram na vida graças à tenacidade, à criatividade, ao trabalho duro, ao espirito de sacrifício. Tiveram tropeços, mas nao desistiram, leram algum guru de auto-ajuda que os fez aumentarem sua auto estima, acreditarem mais em si mesmos, recomeçarem do zero, até chegarem ao sucesso indiscutível.

Seus livros se transformam em best-sellers, vendem rapidamente – até que vários deles caem em desgraça, porque flagrados em algum escândalo -, eles viajam o mundo dando entrevistas e vendendo seu saber que, se fosse seguido por seus leitores, produziria um mundo de ricos e de pessoas realizadas e felizes como eles.

Quem vai publicar um livro de um “fracassado”? Só mesmo se fosse para que as pessoas soubessem quais os caminhos errados, aqueles que nao deveriam seguir, se querem ser ricos, bonitos e felizes. O mundo do trabalho, da fábrica, do sindicato, dos movimentos de bairro, das comunidades – mundo marginal e marginalizado.

Programas de televisão exaltam os ricos, os bem sucedidos, as mulheres que exibem sua elegância, sua falta de pudor de gastar milhões na Daslu e nas viagens a Nova York e a Paris. Ninguém quer ver gente feia, pobre, desamparada, que só frequenta os noticiários policiais e de calamidades naturais. As telenovelas tem como cenários os luxuosos apartamentos da zona sul do Rio e dos jardins de São Paulo, com belas mulheres e homens que não trabalham, no máximo administram empresas de sucesso. Os pobres giram em torno deles – empregadas domésticas, entregadores de pizza, donos de botecos -, sempre como coadjuvantes do mundo dos ricos, que propõem o tipo de vida que as pessoas deveriam ter, se quiserem ser ricos, bonitos, felizes.

Esse mundo fictício esconde os verdadeiros mecanismos que geram a riqueza e a pobreza, os meios sociais – os bancos por um lado, as fábricas por outro – em que se geram a riqueza e a fortuna, a especulação e a expropriação do trabalho alheio. Em que estão os vilões e os heróis das nossas sociedades.

Moçambique: RENAMO abdica das intercalares de Inhambane, MDM decide brevemente




FRELIMO já está no terreno

MMT - Lusa

Maputo, 04 jan (Lusa) - A RENAMO, principal partido da oposição moçambicana, anunciou hoje que não participará nas eleições intercalares no município de Inhambane, sul, o MDM comunicará a sua posição na próxima semana e a FRELIMO, partido no poder, garantiu que concorrerá.

As eleições intercalares da cidade de Inhambane ainda não têm data marcada, mas, de acordo com a legislação eleitoral, deverão realizar-se ainda no primeiro trimestre deste ano.

O escrutínio terá lugar na sequência da morte do presidente do município, Lourenço Macul, vítima de doença.

A Lei Base das Autarquias moçambicana estipula que são convocadas eleições intercalares quando houver um vazio na presidência do município, faltando dois anos para o final do mandato.

Os governos dos 43 municípios moçambicanos terminam os seus mandatos em 2013, uma vez que foram eleitos em 2008, para mandatos de cinco anos.

Questionado hoje pela Lusa, o porta-voz da RENAMO, Fernando Mazanga, disse que o seu partido não apresentará nenhum candidato ao escrutínio por considerar que "não estão criadas condições para realização de eleições livres, justas e transparentes" em Moçambique.

"A RENAMO não concorrerá porque ainda tem um imbróglio eleitoral (não reconhece o governo, na sequência das eleições gerais de 2009, que considera fraudulentas), por via disso considera que em Moçambique não há condições para eleições justas, livres e transparentes", disse Fernando Mazanga.

Segundo o porta-voz do maior partido da oposição, o processo eleitoral em Moçambique tem um "problema de estrutura, que não permite que haja eleições transparentes".

Em declarações à Lusa, o porta-voz do Movimento Democrático de Moçambique, José Manuel de Sousa, disse que "a Comissão Política do partido irá deliberar sobre a participação, provavelmente, na próxima semana", mas lembrou que a sua formação política "sempre se fez presente" nas eleições no país.

O porta-voz da FRELIMO, Edson Macuácua, assegurou que o partido no poder em Moçambique, irá participar nas eleições, até porque as "está já a preparar", tendo enviado um grupo de militantes para aquela província, onde sempre venceu eleitoralmente.

No dia 07 de dezembro, os municípios de Quelimane, centro do país, Pemba e Cuamba, norte, tiveram eleições municipais intercalares, ganhas respetivamente pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM), o terceiro maior partido do país, e pela Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO, no poder).

Com a vitória em Quelimane, o MDM passou a dirigir dois municípios, pois controla igualmente o município da Beira, enquanto a FRELIMO governa em 41 municípios.

As eleições intercalares nos três municípios foram suscitadas pela renúncia dos respetivos presidentes, aparentemente por pressões do seu partido, FRELIMO, por alegado mau desempenho.

A RENAMO, principal partido da oposição em Moçambique, não participou no escrutínio, alegando uma fraude a favor da FRELIMO.

O Conselho Constitucional decidiu validar os resultados do escrutínio nos três municípios por considerar que foram "justos, livres e transparentes".

Manifestação no Príncipe contra Governo central cancelada após garantias do PM



MYB - Lusa
 
São Tomé, 04 jan (Lusa) - A União para Mudança e Progresso do Príncipe (UMPP), principal movimento político do Príncipe, cancelou uma manifestação inicialmente convocada para quinta-feira na cidade de Santo António, contra o Governo central, após garantias dadas pelo primeiro-ministro, Patrice Trovoada.
 
Em declarações hoje a Lusa, Rodrigo Cassandra, um dos responsáveis do movimento, disse que "a manifestação foi cancelada" a pedido do presidente do governo regional, José Cardoso Cassandra, após um encontro na terça-feira com o primeiro-ministro na capital são-tomense.
 
Nos últimos dias as relações entre o governo central e regional têm conhecido um momento de crispação grave com acusações duras de parte a parte.
 
Num comunicado distribuído à imprensa no domingo, a UMPP acusara o Governo de Patrice Trovoada de falta de cumprimento de vários "compromisso assumidos" em março do ano passado, no conselho de ministros na cidade de Santo António.
 
A UMPP destacou a realização de estudos com vista à construção de um porto operacional na ilha do Príncipe, o aumento de 15 para 18 horas de fornecimento de energia elétrica a população, incluindo o hospital Doutor Quaresma Dias da Graça durante 24 horas diárias.
 
A crise entre as duas ilhas agudizou-se com a falta da assinatura do governo central num um acordo já firmado entre o governo regional e o grupo sul-africano HBD-Boa Vida.
 
Trata-se de um investimento de mais de 50 milhões de dólares norte-americanos que inclui a modernização e extensão da pista do aeroporto regional, e outros investimentos de carácter agrícola e turístico.
 
"O presidente do governo regional disse-nos que já falou com o sr. primeiro-ministro que prometeu assinar o acordo. Na próxima terça feira, deslocamo-nos para a capital e tudo indica que na próxima semana será assinado", disse hoje Rodrigo Cassandra, membro da comissão executiva da UMPP e irmão do chefe do governo regional.
 
"Essa promessa e muitas outras mais foram feitas há quase um ano, mas o governo central não fez absolutamente nada em relação àquilo que prometeu", disse o dirigente da UMPP.
 
Os responsáveis da região falam em "não cumprimento da palavra dada" pelo primeiro-ministro que também acusam de "arrogância" e de deixar a população do Príncipe "à sua sorte".
 
Patrice Trovoada respondeu no domingo às acusações dizendo que não aceitará "ser pressionado" e que não é só o Príncipe que vive situação de pobreza extrema.
 
"Se formos à região norte do país ver essas pessoas que vivem em Monte Mário, Vila Malanza, se formos à região norte ver essas pessoas que vivem em Santa Catarina, verão que elas vivem em situação de maior pobreza", disse Patrice Trovoada, em declarações à televisão pública são-tomense.
 
"Enquanto eu for primeiro-ministro, não aceitarei pressão, não aceitarei chantagem de seja quem for", sublinhou Patrice Trovoada.

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