quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

A ALTERNATIVA DO RENASCIMENTO AFRICANO



Martinho Júnior, Luanda

1. Os últimos 20 anos têm sido para África muito difíceis, parecendo que o final da Guerra Fria proporcionou uma deriva em que largas regiões do continente foram sacudidas por sangrentos conflitos de toda a ordem, pelo espectro da fome, por vulnerabilidades que remontam à história, pela morte antecipada de milhões e milhões de seres e por cada vez mais profundos desequilíbrios climáticos e ambientais.

Os países africanos não estão a conseguir livrar-se dos últimos lugares nos Índices de Desenvolvimento Humano, por que as cadeias de opressão na sua essência não foram destruídas, resultando no elevado grau de subdesenvolvimento e de dependência, sem alternativas suficientes para vencer as enormes dificuldades que advêm dum passado de séculos.

A última década do século XX e a primeira do século XXI, a história universal foi marcada por três fenómenos concomitantes:

- O desaparecimento da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e a consequente anemia do campo socialista.

- A emergência, seguindo a via capitalista, de nações e estados como o Brasil, na América do Sul, a Rússia, a China e a Índia, na Eurásia e a África do Sul, no cone sul de África.

- A hegemonia seguida duma relativa decadência das democracias representativas ocidentais, tendo os Estados Unidos à cabeça, malgrado o seu enorme poder militar e geo estratégico, redundando na crise visceral do capitalismo neo liberal em curso.

O desamparo africano reflecte as profundas alterações humanas e ambientais que se têm vindo a produzir a partir de outros continentes mais decisivos por que poderosos… por que as capacidades de África se assumir por si só em toda a plenitude, desde que se mantenha a lógica capitalista, são exíguas.

A sul do Sahara, a África do Sul é o único estado que produziu um estágio avançado, sob o ponto de vista de antropologia cultural, no que diz respeito ao conhecimento humano, às ciências e à tecnologia, mas isso em função de correntes elitistas que, no quadro do capitalismo global estão intimamente associadas à aristocracia financeira mundial e ao poderoso “lobby” da indústria mineral, desde a época de Cecil John Rhodes.

Todos os outros estados e nações são dependentes, não conseguindo galgar ainda do degrau de produtores primários de matérias primas no quadro duma civilização que tende cada vez mais a esgotar os recursos da Terra.

É preciso não esquecer que “a civilização” praticada a partir da Revolução Industrial e agora disseminada pelo império, é feita de engenharias e arquitecturas que afrontam o equilíbrio do próprio planeta.

2. O movimento de libertação moderno foi no século passado um factor de elevada esperança e superação para África: a luta contra as sequelas da escravatura, contra o colonialismo e o “apartheid” galvanizou todo o continente, conseguindo alcançar os objectivos “menores” de independência.

A enorme redução do campo socialista fragilizou a continuação da luta durante a última década do século XX.

A energia mobilizadora, a busca pelo sentido da vida, sofreu com isso e com a expressão cada vez maior da presença do império, com todo o cortejo de desígnios de rapina e as ideologias “de mercado” que, propiciando muitos lucros, digerem em suas entranhas as mentes e as vontades antes vocacionadas para a identidade, a afirmação, a resistência e a luta.

África sofre como nunca os impactos da globalização neo liberal que dão corpo e expressão ao império e timidamente procura reencontrar-se num universo hostil, onde os emergentes constituem os únicos apoios praticáveis para as aspirações legítimas dum continente desamparado.

Os riscos não têm parado de crescer para as frágeis nações africanas paridas do nada da colonização e a fragilização do movimento de libertação, votado ao sabor dos impactos que fluem da hegemonia, sustenta o que resta de sua resistência, identidade e afirmação.

3. Na África Austral as filosofias elitistas têm o seu espaço, propiciado pela lógica capitalista que devassa a sociedade humana com desequilíbrios, desigualdades e injustiças sociais endémicas desde finais do século XIX a partir da geo estratégia que constituiu e constitui a África do Sul.

O elitismo conseguiu sobreviver às mudanças na África do Sul e se antes a burguesia era branca, agora há espaço para a ascensão da burguesia negra, mas também para a sua contradição: o despertar da imensa mole de deserdados.

Em Angola o MPLA fez 50 anos e na África do Sul o ANC 100, mas os riscos e desafios colocam-se desde o interior das sociedades, por que são mais as aspirações legítimas não realizadas do que foi conseguido com as independências e o sistema de democracia representativa de um homem / um voto.

As próprias democracias representativas que são disseminadas a partir dos modelos da hegemonia, trazem os vírus propícios aos desequilíbrios, às desigualdades, às injustiças sociais, possibilitando o controlo das mentes e das vontades de forma vertical e transversal, ocupando o espaço vazio abandonado pela energia mobilizadora do movimento de libertação e pelo socialismo.

As “open societies” espalham o perfume das “revoluções coloridas”, onde os vínculos dos serviços de inteligência instrumentalizados pela hegemonia se sentem à vontade nos seus dinamismos e opções, modelando as instituições, as vontades menos avisadas e se possível o próprio poder.

As alternativas de cidadania e de democracia popular participativa sofrem a afronta, tendo enormes dificuldades para emergir do embrião que resulta da legítima aspiração à justiça social que foi sempre reconhecido nos “programas maiores” do movimento de libertação.

Aos povos da África Austral e ao movimento de libertação as opções tornam-se hoje todavia mais claras, como são mais evidentes as potencialidades das emergências.

É dentro do próprio movimento de libertação que se devem procurar as alternativas pois a rica história, já centenária na África do Sul, refere-se toda ela ao homem e muito em especial ao homem que sofreu todo o tipo de opressão, marginalidade e miséria.

Perante os riscos contemporâneos é o homem africano que deve dimensionar a resistência cultural, forjar a sua identidade e afirmação, reinterpretar a sua história e integrar os esforços e as vontades na construção das suas mais legítimas aspirações que têm sido proteladas ao longo de séculos.

O homem africano deve lutar pelo renascimento do continente dando sequência ao movimento de libertação e captando todo o seu potencial de energia mobilizadora, sabendo encontrar a partir dos suportes externos mais saudáveis as capacidades para superar obstáculos e riscos e isso torna-se substancialmente possível sobretudo na África Austral, propulsionando como nunca as capacidades que dão substância à SADC.

Ativista Rafael Marques depôs em Lisboa em caso contra altos dirigentes angolanos



RTP – Lusa, com foto

O ativista angolano Rafael Marques depôs hoje num "processo de averiguação preventiva" relacionado com "branqueamento de capitais", envolvendo "vários dirigentes angolanos", que decorre no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), disse o próprio à Lusa.

Rafael Marques informou a Lusa que depôs hoje, como testemunha, em Lisboa, no "processo de averiguação preventiva n.º 85/11-PG", interposto por "um cidadão angolano residente em Portugal", que pediu para não identificar.

Este cidadão apresentou queixa contra "uma longa lista", que inclui "membros da família presidencial" angolana, entre os quais Welwitschea José dos Santos (conhecida como "Tchizé" dos Santos), uma das filhas de José Eduardo dos Santos, Presidente da República angolano, disse Rafael Marques.

De acordo com Rafael Marques, os visados são ainda "vários dirigentes angolanos", entre os quais Manuel Vicente, presidente do conselho de administração da petrolífera Sonangol E.P., e Hélder Manuel Vieira Dias Júnior, general conhecido como "Kopelipa", ministro de Estado e chefe da Casa Militar do Presidente da República.

A queixa visa cerca de 20 cidadãos angolanos com "investimentos e propriedades em Portugal", acusando-os de "branqueamento de capitais", acrescentou Rafael Marques, que diz ter sido chamado a depor como testemunha neste "processo de averiguação preventiva" pelo que tem investigado sobre "a corrupção em Angola".

"Fui prestar declarações. Acho importante que haja preocupação das autoridades judiciais portuguesas em apurar os factos sobre investimentos angolanos em Portugal", declarou à Lusa, em Lisboa.

Em menos de dois meses, o ativista angolano apresentou, na Procuradoria-Geral da República de Angola, duas queixas-crime contra altos quadros angolanos, incluindo "Kopelipa" e outros generais, e o presidente da Sonangol.

"Inundaremos a Procuradoria-Geral da República de queixas. (...) É uma questão de princípio. Todos os dias os dirigentes angolanos saqueiam este país. Então, todos os dias deve haver queixas (...), até que haja mudanças", sustentou, em declarações à Lusa prestadas a propósito da apresentação da segunda queixa, no passado dia 06.

Bombeiros encontram mais cinco corpos em Sapucaia (RJ) subindo para 18 número de mortos



SIC Notícias, com foto - Lusa

Os bombeiros encontraram esta tarde mais cinco corpos de vítimas do deslizamento de terras que atingiu nesta segunda-feira o município de Sapucaia, no Rio de Janeiro, elevando-se, assim, para 18 o número de mortos pela tragédia.

O deslizamento ocorreu na zona do quilómetro 108 da estrada BR 393, na região centro-sul do estado do Rio de Janeiro, onde oito casas foram atingidas. Entre as vítimas estão 16 adultos e duas crianças, segundo informações da imprensa brasileira.

Uma família inteira - pai, mãe e duas filhas - foram encontradas dentro de um carro (um carocha) onde, segundo relatos, terão entrado para se proteger. Devido às fortes chuvas, que voltaram a assolar a região desde terça-feira à noite, a cidade entrou hoje novamente em estado de emergência.

Ao todo, nove municípios do Rio de Janeiro estão em alerta máximo. De acordo com o levantamento feito pelo diário local "Estado de São Paulo", 37 escolas estaduais foram afetadas pelas chuvas.

Três destas escolas terão sido totalmente inundadas, enquanto outras 16 tem problemas nas suas estruturas e as restantes estão a funcionar como abrigo para desalojados ou como base de apoio para os bombeiros.

O governo federal já anunciou a disponibilização de 75 milhões de reais (cerca de 32,5 milhões de euros) para os estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais, que compreendem as regiões mais atingidas pelas chuvas até ao momento.

Portugal – Tomar: Falta de pagamento terá levado meninas a almoçar separadas dos colegas


As crianças com os pais - foto em Correio da Manhã
RTP

Três crianças do Jardim de Infância e EB 1 do Ensino Básico de Carvalhos de Figueiredo estarão a ser impedidas de almoçar junto dos colegas por os pais terem em falta o pagamento do serviço de refeição. A notícia, avançada pelo diário “Correio da Manhã”, já levou o presidente da Confederação das Associações de Pais a manifestar profundo desagrado em relação à forma como a associação de pais dessa escola de Tomar tratou este assunto: Albino Almeida fala em prática "inaceitável" que viola "os direitos das crianças".

Na sexta-feira passada o CM dava conta da situação: as meninas de 5, 7 e 8 anos do Jardim de Infância e a EB 1 do Ensino Básico de Carvalhos de Figueiredo seriam forçadas a comer no átrio da escola com talheres e pratos que levavam de casa. A razão: os pais não asseguram o pagamento do serviço de refeições tutelado pela Associação de Pais.

Confrontado com o episódio que alegadamente vem a repetir-se com as três meninas, Albino Almeida, presidente da Confap, considerou em declarações recolhidas pela Agência Lusa que esta é uma prática "inaceitável" que vai contra "os direitos das crianças".

"Nunca uma associação de pais pode permitir, seja por que razão for, que os miúdos não comam", alertou Albino Almeida, lembrando que uma das funções destas é "garantir todas as condições de ensino e aprendizagem às crianças, sendo que a alimentação é uma parte muito importante”.

O responsável lamenta este episódio, garantindo que esta é uma política que vai contra o "espírito das associações de pais": "Em milhares de associações de pais a prática é precisamente a contrária: é uma prática generosa e solidária".

Associação fala em encenação de uma das mães

Já hoje, o site do diário “Público” regista a defesa da associação de pais, de acordo com uma notícia do jornal “O Templário”. Sentindo que a acusação que propiciava o texto do CM era injusta, três dirigentes da associação decidiram fazer uma comunicação à imprensa.

De acordo com Pedro Fontes, presidente da associação de pais, a mãe de uma das crianças encenou o almoço na rua propositadamente para a comunicação social: “A associação de pais não pôs ninguém na rua. Não temos competência para isso”.

Os representantes dos pais garantiram ainda que a associação fez tudo para cobrar a dívida (cerca de 300 euros) e evitar que a situação chegasse à suspensão das refeições, o que foi impossibilitado pela “falta de vontade em pagar” dos pais das crianças.

Albino Almeida acusa escola de assobiar para o lado

Outro dos lamentos deixados por Albino Almeida dirige-se à atitude das escolas quando ocorrem situações deste tipo. Para o presidente da Confap é claro que a cobrança é da responsabilidade da instituição escolar e nunca das associações de pais.

Apontando o dedo à direção da escola e professores, Albino Almeida acusa-os de, "de forma oportunista", estarem a pôr a associação de pais a tratar de trate "de um problema que devia ser a escola a gerir".

O dirigente deixa ainda um apelo aos pais daquela escola de Tomar "que se sentem incomodados com a situação": que convoquem uma Assembleia-Geral da associação de pais para avaliar o processo.

Falta de pagamento pode ter várias soluções

O líder da Confap abordou ainda a questão da falta de pagamento, para considerar que este é um problema que pode ter várias causas e, nesse sentido, abre também caminho a diferentes formas de resolução.

"Se é incumprimento doloso dos deveres de parentalidade então devem notificar a Comissão Proteção de Menores", lembra Albino Almeida, para acrescentar que, se o caso remete para dificuldades financeiras, então "há mecanismos sociais para apoiar estas crianças".

"Se os pais têm dificuldade em cumprir, a rede social local tem condições para os ajudar", diz.

Portugal: O ASSALTO À DEMOCRACIA




Baptista Bastos – Diário de Notícias, opinião

Temos de aceitar tudo o que nos é imposto com fatalista resignação? A violência das obrigações imputadas autoriza-nos a reagir com semelhante atitude, exactamente porque o que poderá ser legal perdeu a legitimidade por excesso e atropelo. Ninguém sabe o que nos espera no final desta longa e penosa travessia: nem mesmo aqueles que para ela nos impeliram. Temos de reflectir nas actividades políticas de um Governo que não parece muito animado em aspirações sociais e em equilíbrios éticos. Um Governo declaradamente inclinado em nos empobrecer, em estancar qualquer manifestação de cidadania e pouco preocupado em sacrificar legiões de desempregados e de excluídos. A justiça económica da livre troca é uma monstruosa falácia. Todos os dias sofremos ou temos conhecimento dessa fraude ideológica, mas não conseguimos mobilizar as forças da nossa inteligência e o domínio da nossa razão a fim de enfrentar o embuste que nos desgraça.

O poder perdeu (se alguma vez os teve) o pudor e a respeitabilidade. O exemplo recente das nomeações para a EDP tem o carimbo da coligação; mas, antes, o PS procedeu de igual ou pior forma. Eis a ressurreição do rotativismo do séc. XIX. Não há meio de alterar este pêndulo. O assunto da deslocação de Alexandre Soares dos Santos para a Holanda, reprovável no que comporta de moralmente indigno, define o tratado de hipocrisia dos que desencadearam a "polémica". Então, e os antecessores do processo?, são anjos imaculados ou pertencem todos a uma hagiografia de tratantes? Os mesmos preopinantes que, nos jornais, em bravas elucubrações, esgarçam o projecto socialista e, por antinomia, constituem-se como indefectíveis paladinos do capitalismo, viram-se, agora, contra quê?

O sistema que os procriou é aquele que colonizou as mentes e favorece quem o protege e preserva. Passem os olhos pelos rostos dos que dominam o Governo, mas não mandam no País. Assustam. As ordens procedem de fora. E as rodas dentadas da grande engrenagem movem-se através dessas cumplicidades ocultas. Lenta mas perseverantemente foram roubando o nosso já de si tão ausente protagonismo. Deixámos, há muito, de decidir o nosso destino; mas, pelo menos, possuíamos uma noção de presente, por obscuro que fosse. A marcha de José Mário Branco: "Qual é a tua, ó meu / andares a dizer / quem manda aqui sou eu?" - é o apogeu simbólico e trágico da nossa derrota. Andámos quase sempre enganados; no entanto, talvez aprendêssemos que podíamos ser livres no opróbrio. O regresso ao passado talvez forme novos resistentes.

O Governo a nada acede; não se trata de ceder, sim de aceder. E desrespeita a concertação social, simplesmente ignorando-a, e insultando os sindicatos com a soberba da omissão. Não restam dúvidas de que o assalto à democracia está em andamento acelerado.

Portugal: Confrontos entre trabalhadores e polícia junto à CP durante protesto



Licínio Lima - Diário de Notícias

A PSP usou gás pimenta para dispersar um grupo de trabalhadores ferroviários que ultrapassou uma barreira policial junto à sede da CP, em Lisboa. Os manifestantes entregaram à administração da empresa uma resolução onde protestam contra a redução de salários e os cortes dos subsídios de Natal e de Férias.

A PSP teve de recorrer ao uso de gas pimenta para dispersar um grupo de trabalhadores ferroviários, pertencentes à Comissão de Trabalhadores da EMEF, que se juntou esta tarde de quarta feira junto á sede da CP. O objectivo dos manifestantes era entregar à administração da CP um resolução onde protestam contra a redução de sários naquela empresa metalomecânica, especializada na reparação dos comboios, e o fim dos subsídios de Férias e de Natal.

Um dos manifestantes ainda se queixava de um olhos, atingido com gas pimenta quando explicou ao DN que o grupo apenas pretendia acompanhar à porta a delegação que iria ser recebida pela administração da CP . "De repente a polícia começou a carregar sem necessidade", disse Abílio Carvalho.

Na resolução, os trabalhadores pedem que a CP tenha em conta a "capacidade instalada na EMEF", sobretudo quando "contratualiza ou faz aquisição de material circulante".

Em declarações à Lusa, Vítor Pereira, da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações, afirmou que os trabalhadores quiseram entrar na sede da CP, em Lisboa, "não para agredir ou destruir nada", mas para "demonstrar descontentamento".

Já a porta-voz da CP, Ana Portela, notou que "os trabalhadores tentaram forçar a entrada nas instalações e a polícia tentou impedir", mas não se verificaram confrontos.

Os cerca de 500 trabalhadores da CP, segundo as contas do sindicato, deslocaram-se depois para o Ministério da Economia, para entregar uma resolução semelhante.

"A CP está a entregar a Espanha aquilo que a EMEF sabe fazer e faz bem. Iremos lutar com as armas que temos para que a EMEF não seja desmantelada", disse aos jornalistas Bento Lopes, da comissão de trabalhadores da EMEF depois de ter sido recebido por um representante do Governo.

Moçambique: Tripulantes do Vega 5 voltam a exigir indemnização para regressar à faina



AYAC – Lusa, com foto

Chimoio, 11 jan (Lusa) - Os 11 tripulantes moçambicanos do Vega 5, readmitidos em dezembro último pela Pescamar após uma demissão em massa, voltaram a condicionar o seu regresso à faina ao "pagamento da indemnização por danos psicológicos", disse hoje à Lusa um dos marinheiros.

Em declarações à Lusa, José Mandava, porta-voz do grupo, disse haver "falta de vontade política" das autoridades governamentais para resolver o pedido dos tripulantes de serem ressarcidos dos "estragos morais e psicológicos" resultantes do sequestro da embarcação, por piratas somalis, em 2010.

"Faz muito tempo que o processo não finda. Tivemos dezenas de reuniões e a empresa (a hispano-moçambicana Pescamar) agora admite pagar a indemnização com a autorização do governo. A Direção de Trabalho local assumiu negociar a causa, mas nunca mais tivemos resposta" disse à Lusa, José Mandava.

O grupo assinou os novos contratos com a Pescamar, a 19 de dezembro passado, por um período indeterminado, depois do governo e as organizações sindicais em Sofala, centro de Moçambique, terem saído em defesa dos tripulantes para se "repor a justiça".

"A empresa resiste a não pagar indemnização, à espera do aval do governo e este, por sua vez, nunca dá o ponto da situação. Isso fará com que avancemos com a greve prevista antes da nossa demissão, até que consigamos uma resposta", explicou Mandava.

A decisão de readmitir os 11 tripulantes saiu duma reunião conjunta entre os marinheiros e o diretor da Pescamar, administrador marítimo local, o sindicato do ramo e os diretores provinciais de Pescas e de trabalho, este último que tomou o papel de "negociador" para o "pagamento das indemnizações".

Algumas semanas, antes da demissão, o grupo, que exige uma indemnização de 150 mil meticais (4.054 euros), tinha ameaçado com greve, prevendo paralisar as atividades da Pescamar e encerrar os portões de acesso ao recinto da empresa com correntes e cadeados, até que a empresa deixasse de "marginalizar" e atendesse os seus "direitos".

Os 12 sobreviventes, 11 sem contrato efetivo, foram sequestrados quando se preparavam para almoçar a 27 de dezembro de 2010, na ilha de Bazaruto, Inhambane (sul), tendo sido mantido reféns até serem resgatados pela marinha de guerra indiana em fevereiro de 2011.

Outros sete tripulantes moçambicanos são tidos como desaparecidos.

Sanhá: Corpo do PR da Guiné-Bissau será sepultado domingo na fortaleza d'Amura



Sic Notícias – Lusa, com foto

Bissau, 11 jan (Lusa) - O corpo do falecido Presidente da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanhá, será sepultado, no domingo de manhã na fortaleza d'Amura, porque o país não tem ainda um panteão nacional, revelou hoje, Adiatu Nandigna, ministra da Presidência do Conselho de Ministros.

Nandigna, que é a presidente da comissão formada pelo Governo para preparar as exéquias fúnebres do Presidente Malam Bacai Sanhá, disse que a decisão foi tomada ao nível do Conselho de Ministros, que decidiu também transferir os restos mortais de todos os antigos presidentes da Guiné-Bissau para o mesmo local.

"Os restos mortais do camarada Malam Bacai Sanhá vão ser sepultados na fortaleza d'Amura e o Conselho de Ministros mandatou a comissão para transladar os corpos de todos os presidentes da República da Guiné-Bissau falecidos para o mesmo espaço", explicou Adiatu Nandigna, falando das conclusões da reunião do Conselho de Ministros extraordinária realizada hoje.

Europa: Italiano Monti é aliado de Merkel e Sarkozy para salvar o euro





Sucessor de Berlusconi encaminha recuperação econômica da Itália e realinha o país às duas grandes potências da zona do euro. Imprensa europeia já fala no trio "Merkonti".

Segundo o jornal especializado em economia Manager Magazin, a abreviatura "Merkonti", formada pelos sobrenomes da chanceler federal alemã, Angela Merkel, do presidente francês, Nicolas Sarkozy, e do premiê italiano, Mario Monti, demonstra que a Itália não é apenas um problema para a zona do euro, mas também parte da solução.

Monti reuniu-se nesta quarta-feira (11/01), em Berlim, com Merkel, a fim de negociar a planejada união fiscal na Europa. Merkel destacou que, desde que assumiu o governo italiano, Monti "implementou medidas dignas de nota e de importância extraordinária".

O premiê italiano, por seu lado, assegurou não haver riscos de que os problemas em seu país contagiem os demais membros da zona do euro.

Dentro de poucos dias, tanto Merkel quanto Sarkozy deverão se encontrar com Monti em Roma, para definirem juntos as premissas fundamentais de uma política comum orçamentária e financeira para os 26 Estados da UE (sem o Reino Unido).

Isso acontece ainda antes da cúpula extraordinária do bloco, agendada para 30 de janeiro. A ideia deste encontro "a três", o segundo do gênero em curto espaço de tempo, partiu de Mario Monti durante a última cúpula da UE, em Dezembro.

Tensão na Itália

Mario Monti, professor de Economia e ex-comissário da UE, sem partido, iniciou na Itália uma mudança de curso nas políticas orçamentária e econômica. Suas principais metas são a contenção de gastos, a modernização e a redução das dívidas. O político de 68 anos recebe, por sua atuação, elogios tanto de Bruxelas quanto dos outros países da zona do euro.

Monti conseguiu evitar que a Itália fosse arrastada na esteira dos mercados financeiros, correndo o risco de carregar consigo toda a zona do euro para o abismo. Pouco depois de o primeiro-ministro da Itália assumir o poder, o presidente da Comissão Europeia, José Durão Barroso, afirmara em Bruxelas que o destino da zona do euro depende da Itália.

Alguns políticos europeus já desistiram de se ocupar do problema da Grécia, mas a Itália, na condição de terceira maior economia da zona do euro, é simplesmente "grande demais para falir". O endividamento absoluto do país perfaz quase dois trilhões de euros.

Medidas italianas

Após a aprovação dos pacotes de austeridade, os juros dos títulos públicos italianos de longo prazo caíram um pouco em fins de dezembro, embora o patamar de 7% ainda seja alto demais. No entanto, há agora esperanças. No caso dos títulos públicos de curto prazo, os juros chegaram a um nível relativamente aceitável. Isso não significa, alertou Mario Monti no fim do ano passado, que a Itália tenha resolvido seus problemas.

"A pressão sobre a Itália continua altíssima", afirma David Schnautz, analista do Commerzbank. O país está sob ameaça de uma recessão, ou seja, de uma redução de sua força econômica. Monti pretende lutar contra isso através do programa de reformas batizado "Cresça Itália". Nas próximas semanas, haverá no país uma liberalização da legislação trabalhista. Os sindicatos já anunciaram que irão relutar.

Ao contrário de seu antecessor, o conservador Silvio Berlusconi, Monti age com determinação e sem fazer muito alarde, o que agrada a Sarkozy e Merkel. "Sou o genro ideal", brincou Monti em uma entrevista recente, ao falar sobre sua imagem de homem limpo e modesto.

Monti anunciou durante a última cúpula da UE que pretende implementar, com 100% de certeza, o plano "Merkozy", uma união fiscal, mesmo com a resistência do Reino Unido. A Europa, segundo ele, deve agir de maneira solidária e unida, uma vez que não há "problemas individuais" dos países, mas sim um "problema europeu".

A crise de endividamento, ressaltou Monti, tem também suas razões nas deficiências de liderança política e de controle na zona do euro. Isso é o que o trio "Merkonti" pretende agora mudar.

Itália: fiel à Europa

Antes da visita de Monti a Berlim, o ministro italiano das Relações Exteriores, Giulio Terzi di Sant'Agata, voltou a declarar que Roma continua defendendo o euro como moeda comum europeia a todo custo. "A Itália é cofundadora do projeto europeu e ninguém pode questionar o quanto nossa postura convincente pró-Europa é importante para o trabalho comum na comunidade", disse o ministro em entrevista ao site Euractiv.

O próprio Mario Monti salientou que a Itália irá cumprir com suas responsabilidades, mas que os demais países teriam que fazer o mesmo. Além disso, lembrou o premiê italiano, a UE em Bruxelas não pode ser responsabilizada por tudo o que acontece.

Monti, no entanto, defende os eurobonds (títulos públicos europeus, comuns a todos os países da zona do euro), uma ideia rejeitada por Merkel. A sugestão também tem o apoio de Sarkozy. Já o governo alemão rejeita os eurobonds com veemência, porque isso significaria para a Alemanha um aumento de juros.

No entanto, o trio "Merkonti" não dá sinais de fraqueza em função desta divergência, sobretudo porque os três chefes de governo defendem, juntos, a introdução de um imposto sobre transações no mercado financeiro.

Caso as dívidas italianas sejam mantidas sob controle, Mario Monti, que assumiu interinamente o governo italiano, a princípio apenas por poucos meses, poderá se manter no cargo até as próximas eleições regulares, no primeiro semestre de 2013. Se isso ocorrer, o 63° chefe de governo italiano desde o fim da Segunda Guerra Mundial terá ficado no poder por um tempo até relativamente longo.

Autor: Bernd Riegert (sv) - Revisão: Roselaine Wandscheer

Tensão aumenta no Golfo Pérsico e frota russa entra em ‘alerta vermelho’




Correio do Brasil, com agências internacionais - de Madri

O nível de tensão no Oriente Médio aumentou, nesta quarta-feira, após a elevação para “alerta vermelho” na frota russa que patrulha a região. Segundo fonte do Ministério da Defesa da Rússia, falando à agência espanhola de notícias Rictv, o governo daquele país determinou o reforço na segurança da Rodovia Transcaucasiana e nos mares Cáspio, Mediterrâneo e Negro, diante do iminente ataque de Israel às instalações nucleares iranianas, considerado “inevitável e a ser realizado em prazo muito curto”.

– É possível também o início de uma guerra de grande escala, cujas consequências são totalmente imprevisíveis – prevê.

A preparação da Rússia, na esfera militar, a fim de minimizar as perdas humanas e materiais por conta das possíveis operações bélicas contra o vizinho Irã começou há mais de um ano “e estão praticamente concluídas”, acrescenta a fonte. As tropas na Transcaucásia e no Mar Cáspio “estão prontas para eventuais combates e os navios de guerra estão posicionados até o Mediterrâneo”, revela.

Em nível oficial não há qualquer pronunciamento quanto aos objetivos do exército e da marinha russos em caso de guerra contra o Irã, mas analistas militares não excluem que, em caso de o Irã se ver ameaçado de uma derrota completa e ocupação de seu território, a Rússia lhe prestaria ajuda imediata. À frota russa no Pacífico se incoporarão, em mais alguns dias, o porta-aviões francês Mistral e o novíssimo submarino atômico Yuri Dolgoruki. A frota russa no pacífico conta, atualmente, com 49 navios e 22 submarinos.

Embora não tenha recebido nenhum reforço substancial desde 1991, a frota russa no Oriente Médio conta com uma tripulação bem treinada, que espera o apoio de novos submarinos da classe Borei como o Vladimir Monomaj e Alexander Nevski, além dos mísseis balísticos de cruzeiro Mariscal Ustinov e Almirante Najimov, em fase de reforma e modernização.

Síria

Aliada histórica do regime sírio, a Rússia não apenas reforçou sua presença em águas internacionais próximas ao país com navios de guerra e submarinos nucleares como avisou à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) que não irá tolerar nenhum tipo de intervenção do Ocidente sob pretexto de “compromisso humanitário”, como ocorreu com a Líbia na época do então coronel Muammar Gaddafi. Ao elevar o nível de prontidão para o vermelho, último antes do início de um conflito armado na região, Moscou assegura seu apoio à soberania dos sírios que, de acordo com a Chancelaria, “vivem um processo de guerra civil”.

Em recente mensagem ao Ocidente, o primeiro-ministro Vladimir Putin adveriu que o seu país não permitirá a efetivação de nenhum plano de intervenção que se assemelhe à participação da Otan na Líbia, país bombardeado durante meses sob a desculpa de que se estava protegendo a população civil.

Na Síria, os distúrbios que ocorrem há seis meses mostram que forças rebeldes tentam derrubar o governo, mas o atual presidente conta também com forte apoio popular. Embora enfrente acusações das potências ocidentais de promover um banho de sangue na Síria, Assad confirmou, na noite passada, que irá agir “com mão de ferro” contra os grupos dissidentes, que ele classifica de “terroristas”.

Assista ao vídeo publicado nesta quarta-feira pela rictvanoticiastv (em espanhol): VER VÍDEO

Brasil: A CPI E A “PALHAÇADA” DE SERRA




Altamiro Borges - de São Paulo – Correio do Brasil

José Serra, o derrotado presidenciável tucano, começou o ano furioso, irritadiço. Numa solenidade nesta terça-feira, no Instituto do Câncer de São Paulo, ele foi ríspido com os jornalistas ao responder sobre o pedido protocolado na Câmara Federal de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar os crimes cometidos no processo de privatizações das estatais no triste reinado de FHC.

Acompanhando o governador Geraldo Alckmin, o papagaio de pirata primeiro disse desconhecer o pedido de criação da CPI apresentado pelo deputado Protógenes Queiroz (PCdoB) – que colheu 185 assinaturas em pleno final do ano, 14 a mais do que o mínimo constitucional de um terço dos 513 deputados. Na seqüência, mais agressivo, atacou:

– Não foi instalada nenhuma CPI ainda… Isso é tudo palhaçada, porque eu tenho cara de palhaço, nariz de palhaço, só pode ser palhaço.

Desespero

Segundo o jornalista Raoni Scandiuzzi, da Rede Brasil Atual, José Serra se mostrou incomodado com as perguntas. Depois de criticar a “palhaçada”, ele se afastou bruscamente dos repórteres “sem responder aos outros questionamentos sobre o tema”. O episódio confirma que o ex-governador está apavorado com os desdobramentos da CPI, que tem como fonte principal o livro de Amaury Ribeiro, A privataria tucana.

A obra, que já vendeu mais de 100 mil exemplares, apresenta inúmeros documentos, obtidos na Justiça, que comprovam a lavagem de dinheiro e outras maracutaias ocorridas durante o processo de privatização das estatais. O ex-ministro José Serra aparece como o maior beneficiário do esquema de corrupção. Sua filha, seu genro, seu primo e seu ex-tesoureiro de campanha seriam os pivôs dos crimes da privataria.

No picadeiro

Serra garante que não tem “cara de palhaço ou nariz de palhaço”, mas a sua atitude intempestiva deve ter rendido algumas gargalhadas – inclusive junto ao “fogo amigo” no interior do PSDB. O ex-todo-poderoso tucano adora brandar pela abertura de CPIs e se travestir de vestal da ética. Agora, diante da possibilidade de apuração do “maior assalto ao patrimônio público” da história do Brasil, ele perde o rebolado.

Ele finalmente está na picadeiro!

Brasil: ESTUDANTES PROTESTAM NO PIAUI E SÃO AGREDIDOS PELA PM




Correio do Brasil, com agências

A Polícia Militar do Piauí informou que subiu para 17 o número de presos durante protesto realizado pelos estudantes na tarde de terça-feira contra o aumento da passagem de ônibus em Teresina, segundo o chefe da assessoria de imprensa da PM, coronel Sá Júnior.

A prisão ocorreu no início da noite de terça-feira, após confronto entre policiais e estudantes que bloquearam a principal via de acesso a capital piauiense. Pelo menos três pessoas ficaram feridas com tiros de balas de borracha. Um dos estudantes foi ferido no olho e levado ao Hospital de Urgência de Teresina (HUT).

Até o final da tarde de terça, o comandante-geral da PM-PI, Rubens Pereira, havia confirmado a prisão de 12 estudantes, mas o número ainda era preliminar. O coronel Sá Júnior informou que um fotógrafo denunciou à Polícia Civil ter tido o cartão de memória roubado por supostos policiais à paisana. Ele negou participação de policiais militares no caso. “Nós atuamos junto com a imprensa e estamos investigando se isso realmente aconteceu. Um policial nosso, fardado, nunca faria isso”, disse ele.

Muitos estudantes ficaram feridos após a ação da polícia, segundo Cássio Borges, do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal do Piauí, que representa os manifestantes. “A PM reprimiu violentamente os estudantes. Todas as formas de repressão foram usadas, inclusive balas de borracha, bombas de gás. Muitos estudantes estão feridos e outros foram presos”, disse.

Cerca de 600 homens da Polícia Militar e o Batalhão de Choque jogaram bomba de efeito moral e gás lacrimogêneo para dispersar os 80 manifestantes. A polícia deu um ultimato aos estudantes para desobstruírem a avenida e, como não foi atendida, a PM partiu para o confronto. Houve correria, gritos, estudantes sendo arrastados, agredidos, mulheres sendo espancadas e nem uma barreira de estudantes sentados no chão conseguiram intimidar o pelotão. Após cerca de 40 minutos de confronto, a avenida foi liberada e os presos levados para a Central de Flagrantes.

Sá Júnior afirma que a PM está de prontidão caso os protestos continuem. “Tentamos negociar, mas eles bloqueiam a principal Avenida de Teresina, por onde passam 90% dos ônibus da cidade. Também temos informações de casos de vandalismo, como pichações e assaltos”, disse ele.

Os protestos dos estudantes entra na segunda semana por causa do reajuste na passagem de ônibus na capital, que passou de R$ 1,90 para R$ 2,10. Os estudantes defendem ainda a gratuidade na segunda passagem do sistema de integração de ônibus implantado este mês.

O estudante Deolindo Moura, 27 anos, da Legião da Vanguarda da Juventude, classificou como um “massacre” aos estudantes. “Muitos manifestantes se sentaram com medo de correr”, disse.

Maria Clara Barros, 18 anos, que foi ferida no braço, disse que estava sentada no chão quando a polícia chegou chutando. “Estávamos fazendo uma passeata pacífica, a polícia foi que exagerou”, disse que a estudante que foi na Central de Flagrantes fazer boletim de ocorrência.

O delegado de plantão, Antônio Marques Filho, informou que os manifestantes presos irão responder pelos crimes de incitação ao crime, desobediência, resistência e atentado contra a segurança dos meios de transportes. A polícia pediu fiança de 10 salários mínimos (R$ 6.220) para cada preso liberado.

O advogado Marcus Vinicius Brito Araújo, que defende os estudantes, considerou arbitrário o valor de fiança. “O delegado não está levando em conta as condições financeiras dos estudantes”, afirmou o delegado que pediu a justiça a liberdade dos presos. Até às 23h30, os estudantes ainda continuavam detidos na Central de Flagrantes.

Nos sete dias de manifestações, 22 ônibus foram depredados e um ateado fogo. Os estudantes programam novos protestos nesta quarta-feira.

Em agosto do ano passado, os estudantes também reagiram ao aumento das passagens. O protesto, entretanto, não obteve êxito. Na ocasião, os estudantes reivindicavam a redução do preço das passagens de R$ 1,90 para R$ 1,75.

Brasil: Dilma vai ao Haiti mas, antes, fecha fronteira para imigrantes ilegais



Najla Passos - Carta Maior

Governo decide reagir à entrada maciça de haitianos. Vai legalizar situação de quem já está no país, mas limitará imigração exigindo visto prévio emitido pela embaixada brasileira em Porto Príncipe. Decisão foi tomada em reunião de ministros com Dilma Rousseff, que marcou viagem ao Haiti para 1º de fevereiro, depois de passar por Cuba.

BRASÍLIA - O governo decidiu fechar definitivamente as fronteiras do país para os milhares de haitianos que tentam entrar ilegalmente no Brasil, fugindo da fome, das doenças e da violência da nação mais miserável das Américas. Os haitianos que entrarem no país sem visto prévio serão notificados e extraditados, como acontece com brasileiros que se arriscam a entrar ilegalmente nos Estados Unidos.

A Polícia Federal e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) já foram acionadas para ampliar a vigilância das fronteiras. E a diplomacia brasileira conseguiu convencer o vizinho Peru a também exigir visto de entrada para haitianos. O país faz parte da principal rota utilizada pelos haitianos para acessar o Brasil, já que existe um voo direto entre as capitais do Haiti, Porto Príncipe, e do Peru, Lima.

Nesta quinta-feira (12), o Conselho Nacional de Imigração vai aprovar que o Brasil só conceda visto de entrada aos haitianos que o solicitarem na embaixada brasileira no Haiti, em Porto Príncipe, no limite máximo de 100 por mês. A concessão também estará condicionada à comprovação prévia de que a pessoa virá ao Brasil trabalhar.

A decisão de fechar as fronteiras foi tomada em reunião da presidenta Dilma com os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça), Antônio Patriota (Relações Exteriores) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil), nesta terça-feira (10), no Palácio do Planalto.

A motivação, também neste caso, está muito relacionada à pressão dos meios de comunicação que, desde o final de 2011, têm abordado insistentemente o drama dos haitianos que chegam ao Brasil, abandonados aos cuidados dos governos estaduais e de entidades da sociedade civil.

A pressão dos governos do Acre e do Amazonas foi outro fator que influenciou na postura adotada. Os dois estados são os que mais vêm sofrendo com a presença de haitianos em suas cidades fronteiriças.

Brasileira, pequeno município de 20 mil habitantes no Acre, não tem mais condições de dar abrigo e alimentação aos 1250 haitianos que aguardam lá a regularização das suas situações. Tabatinga, com 50 mil moradores no Amazonas, está na mesma situação, com cerca de 1,1 mil imigrantes ilegais.

Para não parecer insensível ao drama do quase vizinho mais pobre, a presidenta Dilma determinou que os cerca de 4 mil haitianos que já entraram no Brasil recebam vistos de permanência. Até o momento, apenas 1,6 mil foram regularizados. Também anunciou que o governo federal apoiará os estados do Acre e Amazonas na oferta de alimentação e hospedagem aos imigrantes.

Na primeira viagem internacional que fará em 2012, Dilma irá ao Haiti no dia 1º de fevereiro, para discutir com o presidente Michel Martelly formas de cooperação em ações sociais que possam ajudar na reconstrução do país, assolado por um terremoto em 2010 e por uma consequente epidemia de cólera, no ano passado.

O Brasil já é o país que fornece o maior efetivo para a Força de Paz da Organização das Nações Unidas (ONU), que atua no país desde 2004, a Minustah. Dos 8.740 militares de 19 países, 2.309 pertencem às Forças Armadas Brasileiras.

O governo brasileiro já anunciou que, a partir deste ano, dará início à retirada gradual das suas tropas do país, processo que deverá durar até 2016, conforme o Itamaraty. Este ano, a previsão é que um efetivo de 200 homens deixe o país.

A presença brasileira no Haiti é um legado da política externa do ex-presidente Lula, iniciada em 2004. Lula esteve no Haiti em 2004, 2008 e 2010, logo após o terremoto. Muito mais do que ajuda militar, ofereceu alimentação e auxílio técnico na reconstrução de estradas e hidrelétricas.

Dilma vai para o Haiti depois de uma visita, na véspera, a Cuba.

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Soares: ACABAR COM VAGA DE DESEMPREGO É O CAMINHO PARA PORTUGAL




Dinheiro Vivo, com foto

Antigo Presidente diz que é importante "bater o pé" quando é preciso

"Se não se acabar com a vaga de desemprego, não vamos subsistir", alertou hoje Mário Soares, fundador do PS e Presidente da República durante dez anos.

O socialista tem confiança no futuro e na população portuguesa, mas reforçou que "acabar com o desemprego é o caminho" para sair da crise, caso contrário, daqui a um ano, "estar-se-á pior que em altura de austeridade".

Mário Soares, que falava, em Vila do Conde numa palestra subordinada ao tema "Portugal e a crise europeia", no âmbito da comemorações dos 22 anos da Escola Superior de Estudos Industriais e de Gestão (ESEIG), lembrou ainda que, quando foi primeiro-ministro, recorreu à ajuda internacional.

Mas, na altura, o FMI "não dava conferências de imprensa nem dizia que mandava no País", porque, e apesar de terem emprestado dinheiro, "não se tinha criado uma situação de dependência", disse.

Por isso, aconselhou: "É importante que os partidos funcionem, que as pessoas se entendam, mas não podemos fazer o que a 'troika' quer. Temos que bater o pé quando é preciso".

Mário Soares, também um dos fundadores do regime democrático no pós-25 de abril de 1974, lamentou ainda que as estruturas da União Europeia "não trabalhem como deveriam" e que os "princípios fundadores da Europa tenham desaparecido".

E a propósito lamentou o fato de a chanceler alemã, Angela Merkel, uma pessoa com quem Mário Soares diz não simpatizar, apesar de ser "sorridente e gordinha", ter "uma ideia estranha da Europa".

A prová-lo está o facto de já ter dito que não se deveria dar dinheiro à Grécia, porque os gregos eram "preguiçosos", algo que o antigo presidente da República portuguesa considera ser um argumento "falso".

Tanto mais que não podemos esquecer que o "início da civilização" se deu com os gregos e também com os romanos, recordou ainda.

Mário Soares sublinhou ainda que Merkel e o presidente francês, Sarkozy, estavam "enganados quando se opuseram a que se emitisse mais moeda", uma situação que o ex-dirigente acredita que se vai alterar, porque "a estupidez não vai tão longe e já há muita pressão de outros países", como Itália, Espanha e até a França, que considerou já estar também a ter grandes dificuldades.

Aliás, previu que esta dupla de dirigentes internacionais, que Soares apelidou de "Mercozy", onde "Merkel manda e Sarkozy obedece", vai perder o poder quando houver eleições nos seus países, o que poderá representar um "bom contributo" para a Europa.

A “JIHAD” CONTINUA




Manuel António Pina – Jornal de Notícias, opinião

Os governos passam e, como na série "Yes, Minister", o director-geral de Saúde dr. Francisco George permanece. E, com ele, permanece igualmente a sempiterna "jihad" antitabagista a que dedicou a sua fértil vida. Bordallo (estou a vê-lo numa célebre auto-caricatura de 1903, já velho e no meio de baforadas de fumo, pedindo lume ao jovem de 23 anos que um dia foi) retratá-lo-ia a cavalo no Zé Povinho e no Orçamento de Estado, botas altas e chicote politicamente correcto na mão, expulsando os fumadores do pecaminoso Templo da hotelaria, restauração & similares de Portugal.

Agora o dr. Francisco George pagou, isto é, pagámos nós, o "estudo" de um grupo de investigadores que concluiu que "basta estar uma pessoa a fumar do lado de fora, junto à porta de um bar, para aumentar o nível de exposição ao fumo de quem está no interior". A revelação não dá pormenores acerca da orientação do vento à porta do tal bar no momento da descoberta, mas parece que os investigadores andaram a "snifar" locais com zonas de fumo e verificaram que em 30% deles "cheirava a tabaco em todo o estabelecimento".

Fica por esclarecer se os investigadores terão também detectado, por exemplo, cheiro de escapes de automóveis e se ruas e avenidas terão igualmente de se afastar 100 ou 200 metros das portas de cafés, bares e restaurantes. Os fumadores, tudo o indica, irão ter que o fazer (o problema é se regressarão para pagar a conta).


Cabo Verde: Sector das Pescas já pesa entre 07 a 10 por cento no PIB, estima Governo



Angola Press

Cidade da Praia - O secretário de Estado dos Recursos Marinhos cabo-verdiano, Adalberto Vieira, afirmou que o sector das Pescas em Cabo Verde contribuiu entre 07 a 10 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011.

Num balanço do ano feito à Inforpress, o secretário de Estado considerou que em 2011 houve "grandes ganhos" para o setor, particularmente no que se refere ao contributo dado para o PIB, frisando que o Governo conseguiu colocar as pescas no grupo de áreas estratégicas para o desenvolvimento do país.

"Um estudo feito há alguns anos demonstrava que o contributo do sector das Pescas para o PIB girava à volta de 04 por cento. Neste momento, estimamos que esse contributo ronda entre os 07 e os 10 por cento", precisou.

Adalberto Vieira não descartou a possibilidade de se realizarem outros estudos para se ter um valor mais preciso, mas vincou que o contributo previsto é "de longe superior" ao passado.

Segundo o governante, que citou dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), 2011 foi também um ano em que o sector deu maior contributo para as exportações de Cabo Verde, com quase metade do total dos produtos exportados.

Além destas contribuições, referiu, o impacto socioeconómico das Pescas foi também "extraordinariamente superior" ao que se verificava anos atrás, exemplificando que a Frescomar, a principal empresa de armazenamento e transformação no país, emprega, neste momento, cerca de 600 trabalhadores e perspetiva, para 2012, subir para cerca de mil, tendo em conta o aumento da absorção da matéria-prima nacional.

"Foi um ano em que consolidámos a qualidade, com uma estratégia virada para a melhoria da qualidade no sector, onde desencadeámos importantes acções para o incremento da captura, visando a resolução do problema de fornecimento da matéria-prima na indústria conserveira, particularmente na Frescomar", sustentou.

Para os bons resultados em 2011, acrescentou, contribuiu também a nova abordagem no que se refere ao subsector da pesca artesanal, virada para uma visão empreendedora e geradora de rendimentos suplementares.

Essa visão, disse, é apoiada em trabalhos desenvolvidos no âmbito do Plano Operativo para o Desenvolvimento da Pesca Artesanal, bem como o início do projecto das Unidades de Agregação e Transformação de Valores dos Produtos das Pescas.

Todas essas actividades são fruto de um investimento em torno dos 500 mil contos (4,53 milhões de euros), em que se procurou a eficiência dos projectos, permitindo fazer mais com menos recursos.

"Esses projectos deram um grande contributo para o desenvolvimento do sector. Por exemplo, com 20 mil contos (181 mil euros) consegue-se requalificar uma embarcação que, sozinha, pode aumentar a captura em cerca de 1.000 toneladas/ano", concluiu.

*Foto em Lusa

Cabo Verde: O BÊBADO, O MENTIROSO E OS BANDOLEIROS



Liberal - Editorial

Como é que alguém com uma vida pública recheada de mentiras, com evidentíssimas deformações de carácter e com suspeitosas práticas desonestas pode ter o arrojo de vir afrontar um homem como Jorge Carlos Fonseca?

Cobardemente, aproveitando a ausência de Jorge Carlos Fonseca, o PAICV/facção Neves, desferiu um vil ataque contra a figura do mais alto Magistrado da Nação, imputando-lhe práticas e atitudes que não teve, descrevendo-o como alguém que não é e acusando-o de violar a Constituição. E fê-lo a duas vozes: por um lado, atirando para a frente o Maurício – ficando-nos a dúvida se o vomitado teria sido sob efeitos outros -, e pela verve de José Maria Neves, que se permitiu fazer insinuações sobre jogos de cartas e relações institucionais, mas, como cobarde que é, atirando o mastim do descomposto secretário-geral para a frente. E, em dois raros momentos mediáticos, revelaram ao país boquiaberto de espanto a sua verdadeira natureza.

Quanto ao Maurício, que por razão de comportamento e carácter, sempre se prestou a tristes figuras – como é conhecido e motivo de galhofa entre os cabo-verdianos -, apenas nos apraz dizer: vá para a frente criatura, e nos seus raros momentos de lucidez socorra-se do curso de Direito, empenhe-se na escrita e faça o que tem a fazer… O Presidente violou a Constituição? Então, sem demagogia e cobardias, aproveite os poucos momentos de lucidez que tem e accione os mecanismos para o impedimento presidencial, como é de Lei! Não fica bem a quem é jurista, mandar uns bafos ardentes para enganar incautos.

Ao PAICV/facção Neves causa estranheza que o novo inquilino do Palácio do Plateau não se vergue ao pantomineiro de Pedra Barro; não cale o que tem a dizer – disse-o até na cara do Governo, com JMN a olhar para baixo, como que apanhado em falta - e seja um fiel intérprete da Carta Magna, como aliás é sua obrigação e jurou defender como “caderno de encargos”; nem se preste a conspirar na sombra, a falar pelas costas ou a ser hipócrita.

Em abono do cidadão Jorge Carlos Fonseca, está uma vida política e cívica irrepreensível que o coloca como protagonista activo dos momentos maiores desta Nação nos últimos anos: combatente da liberdade da Pátria, contra o fascismo e o colonialismo; generoso e dedicado quadro ao serviço do jovem Estado cabo-verdiano; combatente de primeira linha contra o partido único e pela democracia; obreiro do Estado de Direito democrático, académico e prestigiado intelectual aquém e além fronteiras; figura irrepreensível e exemplo de dignidade, honradez e seriedade.

Quanto ao Maurício está tudo dito e nem é nossa intenção perder mais tempo com um cão de fila e repulsiva figura do Partido/Estado que dominou o País durante 15 anos, “juiz” de pacotilha, perseguidor de cidadãos e por aí fora… Do Maurício ninguém se lembrará no futuro!

Mas já quanto à criatura que finge ser estadista e que ocupa o cargo de Primeiro-ministro, importa fazer, de passagem, breve inventário da sua vida política:

- Ainda na “jota” da ditadura, muitos o acusam de perseguir camaradas e amigos. Traiu a juventude.

- Quando se candidatou à Câmara Municipal de Santa Catarina de Santiago, JMN jurou cumprir mandato até ao fim, mas meia dúzia de meses depois, abandonou o cargo de edil para ser presidente do PAICV e Primeiro-ministro. Mentiu aos santacatarinenes;

- JMN é um rapaz mimado e pensa que o mundo gira à sua volta. Quando alguém pensa diferente, quando põe em causa a sua visão das coisas, o menino mimado bate com as curtas pernas no chão, esbraceja e chora. É assim que, no primeiro mandato, por Pedro Pires discordar dele, foi cumprimentá-lo de cara caída – o que foi referido na imprensa e suscitou comentários escarninhos;

- Aristides Lima, Filú, Júlio Correia e muitos outros camaradas, só merecem o seu sorriso quando dizem amém ao chefe. Quando discordam do iluminado de Pedra Badejo, JMN desfere ataques violentos, passando logo a ser assassinos de Cabral, ratos, ratazanas e sabe-se lá mais o quê;

- Em 2006 JMN prometeu mais e melhores água e luz, mas em 2012 a situação ainda está pior. Mentiu aos cabo-verdianos;

- JMN prometeu um barco que ia ligar as ilhas de Cabo Verde. Mentiu aos cabo-verdianos;

- Durante anos, JMN aplicou imposto ilegal aos cabo-verdianos. Foi avisado por todos, mas com a sua birra aboletou-se vários milhões de contos aos cabo-verdianos. E, mesmo depois de o Supremo Tribunal de Justiça ter considerado o acto ilegal, não devolveu um tostão a quem quer que fosse. Roubou os cabo-verdianos.

- Dado à vigarice, JMN apropriou-se de um terreno do Estado para construir residência privada na Prainha e, sem nenhum sentido de dignidade, dizem que aceitou que um “empresário amigo” lhe oferecesse a casa.

- JMN prometeu o 13º mês e o salário mínimo e, depois, deu o dito por não dito. Mentiu aos cabo-verdianos;

- JMN garantiu que o País estava blindado, que a crise jamais chegaria a Cabo Verde. Mas depois também já é nossa…

- Está claro que o que JMN diz num dia não se pode escrever, porque logo no seguinte desdiz o que disse, vindo dizer que não disse. E a culpa é sempre dos outros: ou dos jornalistas, ou da oposição, ou dos camaradas ratos… que não lhe entendem as palavras;

Como é que alguém com uma vida pública recheada de mentiras, com evidentíssimas deformações de carácter e com suspeitosas práticas desonestas pode ter o arrojo de vir afrontar um homem como Jorge Carlos Fonseca? Como é que um partido, que seja minimamente responsável, aproveita a ausência do Chefe de Estado para lhe desferir ataques miseráveis pelas costas e acusações não provadas?

O que pretende o Primeiro-ministro? Qual a intenção do grupo de bandoleiros que é o PAICV/facção Neves?

Liberal

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