sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Portugal: PARA O PRECIPÍCIO! EM FRENTE, MARCHE!

 


Nicolau Santos – Expresso, opinião, em Blogues
 
O aumento brutal de impostos contemplado no Orçamento do Estado para 2013 será o xeque-mate à esperança da recuperação da economia portuguesa por muitos anos.
 
Milhares de empresas serão lançadas na falência, o desemprego vai continuar a sua escalada, milhões de cidadãos deixarão de pagar ao fisco por falta de capacidade - e, contradição das contradições, a dívida externa será cada vez mais difícil de pagar e o défice orçamental continuará longissimo dos objetivos fixados.
 
Não acredita? Segundo dados da CMA DataVision, o risco de incumprimento da dívida nacional num horizonte de cinco anos continua a subir desde 19 de outubro e Portugal conserva o 5.º lugar no "clube" dos 10 países com mais alto risco de bancarrota.
 
A agência Bloomberg já coloca em causa a própria análise sobre a sustentabilidade da dívida portuguesa realizada pelo Fundo Monetário Internacional na 5ª revisão regular do plano de ajustamento.
 
O agravamento do contexto externo, com a entrada oficial em recessão da zona euro no terceiro trimestre deste ano, também não abre perspetivas optimistas. E os mercados da dívida sinalizam cada vez mais que a sua perspetiva sobre o futuro da economia portuguesa e do próprio ajustamento é tudo menos otimista.
 
Ninguém acredita que a recessão fique apenas em 1% no próximo ano, base no qual está construído o OE/2013. E do FMI às Nações Unidas, passando pela União Europeia, adensam-se as dúvidas e as críticas a um ajustamento em 2013 que virá em 80% do aumento dos impostos.
 
Mas perante tudo isto, o que faz o Governo e o ministro das Finanças em particular? Como o sargento que confia cegamente no que está a fazer, manda os soldados continuar a marchar, apesar de ser evidente o precipício no qual todos vão cair.
 
Devem-se manter todos os cortes na despesa e ir mais além, onde for possível. Mas, por favor, deixem a economia respirar! Não aumentem a carga fiscal sobre os contribuintes individuais e coletivos!
 
O Orçamento do Estado para 2013 é, do ponto de vista fiscal, o precipício em que vão morrer milhões de contribuintes. Por isso, só há uma maneira de parar esta carnificina: é não aprovando o OE/2013. Porque depois da sua aprovação, não haverá recuo e a mortandade de empresas e contribuintes será uma realidade, que tornará o país por longos anos num cemitério da esperança de qualquer vida digna neste retângulo à beira-mar plantado.
 

Portugal: PSD EM QUEDA ACENTUADA

 

Seguro é o líder mais popular
 
Sociais-democratas descem três pontos na Sondagem Expresso/SIC Eurosondagem e já estão a oito dos socialistas. PSD e CDS somados já quase não conseguem ultrapassar o PS.
 
Um ano e meio depois de ter chegado ao poder, o PSD continua a cair nas sondagens e no mês em que o Governo apresentou no Parlamento uma proposta de Orçamento de Estado com uma forte subida dos impostos, é fortemente penalizado.
 
O partido de Passos Coelho cai três pontos e já está a oito do PS. Aliás, PSD e CDS somados já quase não conseguem ultrapassar os socialistas.
 
Ao mesmo tempo, António José Seguro torna-se este mês o mais popular líder político nacional, destronando Paulo Portas, que nos últimos meses se mantinha no lugar.
 
Passos Coelho, na inversa, fica pela primeira vez com um saldo negativo de popularidade aos olhos dos portugueses.
 
Ficha técnica
Estudo de opinião efetuado pela Eurosondagem, S.A. para o Expresso e SIC, de 7 a 13 de novembro de 2012. Entrevistas telefónicas realizadas por entrevistadores selecionados e supervisionados. O universo é a população com 18 anos ou mais, residente em Portugal continental e habitando em lares com telefone da rede fixa. A amostra foi estratificada por região - norte (20,8%); A.M. do Porto (13,2%), centro (30,7%), A.M. de Lisboa (25,6%) e sul (9,7%), num total de 1033 entrevistas validadas. Foram efetuadas 1269 tentativas de entrevistas e, destas, 236 (18,6%) não aceitaram colaborar no estudo de opinião. Foram validadas 1033 entrevistas, correspondendo a 81,4% de tentativas realizadas. A escolha do lar foi aleatória nas listas telefónicas e entrevistado em cada agregado familiar o elemento que fez anos há menos tempo. Desta forma aleatória resultou, em termos de sexo, feminino (51,6%) e masculino (48,4%); e no que concerne à faixa etária, dos 18 aos 30 anos (15,9%), dos 31 aos 59 anos (53%) e com 60 anos ou mais (31,1%). O erro máximo da amostra é de 3,05%, para um grau de probabilidade de 95%. Um exemplar deste estudo de opinião está depositado na Entidade Reguladora para a Comunicação Social.
 

Díli-Bissau: GUINEENSES DIRÃO “BASTA!”, TIMOR-LESTE QUER AJUDAR A GUINÉ-BISSAU

 

Vai chegar um momento em que os guineenses vão dizer basta - Presidente timorense
 
16 de Novembro de 2012, 09:30
 
Díli, 16 nov (Lusa) - O Presidente de Timor-Leste, Taur Matan Ruak, condenou hoje a "perseguição" e o "uso da violência" para a conquista do poder na Guiné-Bissau, sublinhando que vai chegar um momento em que as pessoas vão dizer "basta".
 
"Primeiro condenamos a perseguição e o uso da violência para a conquista do poder, segundo, acreditamos que isto é passageiro e há de ter um fim porque o mundo não vai continuar a admitir isto e os guineenses também não", afirmou o Presidente timorense.
 
Taur Matan Ruak falava aos jornalistas durante uma conferência de imprensa conjunta com o Presidente interino deposto da Guiné-Bissau, Raimundo Pereira, que iniciou na quinta-feira uma visita de trabalho a Timor-Leste.
 
"Se formos ver o passado Timor foi um bocadinho isso também. Chegou um momento em que as pessoas acabaram por dizer basta. Acho que na Guiné-Bissau vai chegar um momento que as pessoas vão dizer para. Para não continuar", afirmou, acrescentando que o seu país está a fazer um esforço para que isso aconteça.
 
Nas declarações aos jornalistas, o chefe de Estado timorense recordou também que a Guiné-Bissau foi durante muitos anos uma inspiração para Timor-Leste quando ainda lutava contra a ocupação indonésia.
 
"Com a honrosa presença do senhor Presidente aproveitei para agradecer tudo o que a Guiné apoiou a causa de Timor, a luta, mas também manifestar a nossa solidariedade e assegurar a disponibilidade de Timor-Leste para continuar a apoiar a Guiné-Bissau na busca de uma solução aceitável internacionalmente", acrescentou.
 
A 12 de abril, na véspera do início da segunda volta para as eleições presidenciais da Guiné-Bissau, na sequência da morte por doença do Presidente Malam Bacai Sanhá, os militares derrubaram o Governo e o Presidente.
 
A Guiné-Bissau está desde então a ser administrada por um Governo de transição, apoiado pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que pretende realizar eleições no país em abril do próximo ano.
 
A maior parte da comunidade internacional, incluindo a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), não reconhece as novas autoridades de Bissau.
 
MSE // VM.
 
Timor-Leste disponível para ajudar Guiné-Bissau na procura de soluções para a crise - PR interino deposto
 
16 de Novembro de 2012, 09:55
 
Díli, 16 nov (Lusa) - O Presidente interino deposto da Guiné-Bissau, Raimundo Pereira, disse hoje que Timor-Leste manifestou "total disponibilidade" para ajudar os guineenses na procura de soluções para a crise que o país africano vive desde abril.
 
"Encontrei da parte do Presidente total disponibilidade em ajudar na gestão e na procura de soluções para a crise que se instalou no nosso país", afirmou Raimundo Pereira.
 
O Presidente interino deposto da Guiné-Bissau falava numa conferência de imprensa conjunta realizada na presidência timorense, no âmbito de uma visita de trabalho a Timor-Leste iniciada na quinta-feira.
 
Segundo Raimundo Pereira, o apoio de Timor-Leste vai "continuar a ser feito no quadro da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa)"
 
"Pensamos que Timor, que também teve os seus problemas e conseguiu gerir a transição, também poderá de facto ajudar a Guiné-Bissau a ultrapassar o seu problema", salientou.
 
Para Raimundo Pereira, terão de ser os guineenses a dar o primeiro passo para ultrapassar a crise que o país vive, mas é preciso o apoio da comunidade internacional.
 
"É preciso encontrar uma unidade entre a CEDEAO (Comunidade Económica dos Países da África Ocidental), a CPLP e a União Africana e de todos os países e instituições com interesse na Guiné-Bissau para harmonizar posições e se encontrar uma solução globalmente aceite para o problema", afirmou.
 
A 12 de abril, na véspera do início da segunda volta para as eleições presidenciais da Guiné-Bissau, na sequência da morte por doença do Presidente Malam Bacai Sanhá, os militares derrubaram o Governo e o Presidente.
 
A Guiné-Bissau está a ser administrada por um Governo de transição, apoiado pela CEDEAO, que pretende realizar eleições no país em abril do próximo ano.
 
A maior parte da comunidade internacional, incluindo a CPLP, não reconhece as novas autoridades de Bissau.
 
Durante a sua estada em Timor-Leste, que termina no sábado, Raimundo Pereira, que viajou acompanhado do ministro dos Negócios Estrangeiros deposto, Mamadu Djaló Pires, reuniu-se já com as autoridades timorenses.
 
MSE // VM.
 

Cabo Verde: AUMENTO DA INSTABILIDADE SOCIAL, CRIME COM TOLERÂNCIA ZERO

 


Desemprego pode aumentar instabilidade social - secretário de Estado Adjunto da Economia
 
15 de Novembro de 2012, 14:07
 
Cidade da Praia, 15 nov (Lusa) - O aumento do desemprego pode geral instabilidade social, admitiu hoje o secretário de Estado Adjunto da Economia e do Desenvolvimento Regional português, defendendo que a solução passa pelas reformas em curso e pelo apoio à internacionalização das empresas portuguesas.
 
Numa entrevista à agência Lusa na Cidade da Praia, onde participou na abertura da 16.ª edição da Feira Internacional de Cabo Verde (FIC) e ultima os preparativos para a Cimeira Portugal/Cabo Verde, a realizar no Mindelo (São Vicente), em dezembro, António Almeida Henriques destacou também o esforço na reindustrialização do país.
 
"O desemprego pode potenciar a instabilidade social. A economia portuguesa, além da conjuntura que temos, tem estado a fazer um ajustamento, pois era muito dependente, por exemplo, do setor da construção civil. Deixou de haver obra pública nacional e o ajustamento tem de, obviamente, ser feito", exemplificou.
 
PM de Cabo Verde reitera "tolerância zero" contra a criminalidade
 
15 de Novembro de 2012, 16:35
 
Cidade da Praia, 15 nov (Lusa) - O primeiro-ministro de Cabo Verde garantiu hoje que vai continuar a renovar e reforçar a Polícia Nacional (PN) em meios, armamento e equipamentos operacionais, visando implementar a "tolerância zero" contra a criminalidade organizada.
 
José Maria Neves, citado pela agência noticiosa Inforpress, discursava na cerimónia central alusiva do 142.º aniversário da criação do corpo da Polícia de Cabo Verde, tendo reiterado a promessa de se manter uma "ação intransigente" contra a violência juvenil, doméstica e urbana.
 
O chefe do Governo cabo-verdiano frisou que a ação será "intransigente e implacável" contra todos quantos procedam à margem da lei, defendendo que a democracia não se compadece com a " ilegalidade e a desordem".
 
Segundo José Maria Neves, o executivo vai tomar "medidas duras" e "não será meigo" em relação ao porte ilegal de armas, aos assaltos à mão armada, aos confrontos entre jovens e aos condutores embriagados.
 
Na mesma linha de ação, acrescentou, o Governo estendeu as medidas aos crimes relacionados com a violência contra o género e às crianças e com os traficantes e contrabandistas, de forma a restaurar "por todos os meios" a tranquilidade e paz no país.
 
José Maria Neves salientou que, ao longo dos 142 anos de existência, a PN esteve sempre ligada à história contemporânea do país, e sempre presente em acontecimentos decisivos da vida coletiva cabo-verdiana desde 1870.
 
Segundo o primeiro-ministro cabo-verdiano, hoje em dia, a Polícia Nacional "ampliou de forma extraordinária a esfera de ação", ao modernizar-se, multiplicar-se e capacitar os efetivos para novas estratégias, táticas e procedimentos.
 
As actividades comemorativas ao 142.º aniversário da PN foram marcadas pela imposição de novas patentes a 132 efetivos (oficiais superiores, oficiais subalternos, subchefes e agentes), entrega de novos meios de mobilidades (terrestre e marítimos), e demonstração de equipa de atiradores em moto, especializados na luta contra a violência urbana, recentemente formados em Angola.
 
JSD // EJ.
 

Seca em Angola pode ter efeitos "devastadores" - Cruz Vermelha Internacional

 

EL – HB - Lusa
 
Genebra, 15 nov (Lusa) - A atual situação de seca em Angola, que afeta cerca de 1,8 milhões de pessoas em 10 das 18 províncias, poderá ter efeitos devastadores se não for garantida ajuda de emergência, anunciou a Federação Internacional da Cruz Vermelha (IFRC).
 
A diminuição "dramática" da produção agrícola, que a IFRC calcula ser de menos de cerca de 400 mil toneladas, vai potenciar a malnutrição das crianças menores de cinco anos.
 
Atualmente, a malnutrição já atinge 533 mil crianças com menos de cinco anos, nota a IFRC, que prevê que 20 por cento daquelas crianças possam vir a sofrer de malnutrição severa, daí poder resultar uma taxa de mortalidade de 20 por cento, o que representa entre 20 mil e 25 mil crianças.
 
O alerta, com a descrição da atual situação resultante da seca, consta de um apelo de emergência lançado no passado dia 13 para a reunião de apoios à Cruz Vermelha de Angola (CVA), no valor de 1,3 milhões de euros, para ajudar 60 mil pessoas nas províncias do Bié, Cuanza Sul e Huambo.
 
Segundo a IFRC, o Governo angolano não declarou o estado de emergência nem oficializou nenhum apelo internacional, mas concordou que fosse lançado este apelo de emergência para apoiar a CVA.
 
"As necessidades são enormes e aumentam especialmente no período de maior escassez de alimentos - entre novembro e março. Até agora a resposta da comunidade internacional tem sido fraca. As eleições gerais realizadas em agosto desviaram a atenção da crise de segurança alimentar", salienta a IFRC.
 
A época agrícola de 2011-2012 em Angola foi marcada pela acentuada diminuição de chuvas, cerca de 60 por cento quando se compara com anos normais, de que resultaram as atuais condições de seca.
 
As 10 províncias mais afetadas são Bengo, Benguela, Bié, Cuanza Sul, Cunene, Huambo, Huíla, Moxico, Namibe e Zaire.
 

PROFESSORES PRIMÁRIOS EM ANGOLA ESTÃO EM GREVE

 

Deutsche Welle
 
Na província angolana da Lunda-Norte professores primários decretaram greve. Eles reclamam subsídios em atraso e acusam o Director Provincial de Educação e outros funcionários de receberem cerca de 6 salários por mês.
 
Já há muito tempo que não se ouvia falar em trabalhadores-fantasmas na função pública em Angola, embora se fale da sua existência. Agora o assunto vem à baila no setor da Educação.
 
Na província da Lunda-Norte os professores do ensino primário e do 1º ciclo decidiram cruzar os braços devido a não satisfação das suas últimas reivindicações.
 
Os professores alegam incumprimentos das resoluções saídas das negociações do seu caderno reivindicativo apresentado ao governo provincial em março deste ano.
 
O secretário do SINPROF, o sindicato dos professores, Rodrigues Muacavula, conta um dos factos que os desagrada: "Alguns professores receberem mais de um salário, e onde consta o nome do diretor provincial, ele por mês recebe seis salários na educação."
 
Acusado jura inocência
 
Questionado sobre as acusações em relação aos seis salários fantasmas que recebe mensalmente, o diretor provincial da Educação, André Leonardo, confirmou-as: "Se o dinheiro está naquela folha (de salário) não fui eu que o meti lá, é preciso esclarecer isso. Mas focaram só em nós, há mais gente."
 
André Leonardo garante que não cometeu nenhum crime: "Estão aborrecidos (os professores), e dizem que o diretor é gatuno, mas eu não roubei a ninguém."
 
A situação é recorrente e já se arrasta desde o princípio do ano letivo, em fevereiro passado, altura em que as aulas foram paralisadas durante dois meses, por causa da falta de consenso entre o SINPROF e o governo provincial.
 
Professores exigem justiça
 
O professor veterano Tamba-Tamba está no setor há mais trinta anos e apela agora à intervenção dos órgão de justiça: "Solicitamos ao ministro da Educação e à Procuradoria Geral da República que intervenham urgentemente neste assunto, para que tudo seja resolvido."
 
Os professores prometem adiar a realização das provas finais até que a situação seja resolvida com a desativação dos salários fantasmas, pagamento dos subsídios de férias, de exames, de chefia assim como de coordenação de disciplina, turnos, turmas e actividades extra-escolares.
 
Os trabalhadores-fantasmas, rendem milhares de kwanzas aos responsáveis de setores públicos que lançam para as folhas de salário nomes de pessoas inexistentes.
 
O Ministério das Finanças e do Trabalho pontualmente vão tomando conta das diversas situações, mas a prática, que já foi maior, continua.
 
As outras greves
 
Em agosto passado, também os professores do ensino geral na província da Huíla ameaçaram não divulgar os resultados das avaliações escolares referentes ao presente ano se o governo não respondesse satisfatoriamente às suas exigências. Eles exigiam, entre outras coisas, o pagamento de subsídios.
 
E em fevereiro último cinco membros do SINPROF foram presos durante uma greve na província do Bengo, quando faziam as mesmas exigências. A falta de condições e de material didático é outra das reclamações dos professores até hoje.
 
Autor: António Carlos (Luanda) - Edição: Nádia Issufo/António Rocha
 

Moçambique: Aumento dos preços dos transportes origina distúrbios em Maputo

 

 
Na capital moçambicana registaram-se nesta quinta-feira (15.11) tumultos devido ao aumento do preço dos transportes públicos. Os transportadores, por seu lado, fracionaram as rotas para compensar os cutos da atividade.
 
A nova tarifa dos transportes semicoletivos de passageiros e dos transportes públicos entrou em vigor a partir desta quinta-feira (15.11), nas cidades de Maputo e Matola.
 
Assim, de 12 cêntimos de euro, o transporte passa a custar 18 cêntimos para os transportes públicos e 24 cêntimos de euro contra os anteriores 13 cêntimos para os transportes semicolectivos.

Por causa destes aumentos as duas cidades viveram alguns momentos de tumultos provocados por alguns munícipes que além do preço protestavam contra os encurtamentos de rotas.

Ouvida pela DW África uma utente lamenta um caso em especial: "Principalmente as senhoras que vêm do Zimpeto, porque são obrigadas a pagar por cada carga que transportam, e há ainda o problema do encurtamento de rotas."
 
E porque o preço subiu a população faz contas à vida, como é o caso de outro utente ouvido pela DW África: "Pelo salário que recebo e os preços praticados, acho que não vai dar certo."

Os operadores de transportes semi-coletivos de passageiros prometeram não encurtar as rotas. Mas alguns deles mostram que não vão cumprir com esta medida e explicam porque: "Isso é devido ao custo de manutenção e de combustível que não corresponde. Tentamos fazer o máximo possível."
 
Outro operador considera mesmo que o custo da tarifa deveria ser de dez meticais, mas está consciente de que o povo não tem dinheiro, mas diz "vamos ter de trabalhar mesmo assim".
 
População amedrontada

Durante três horas, quando tudo parecia que estava a correr bem, eis que nas zonas suburbanas de Maputo os cidadãos ergueram barricadas, impedindo a circulação de viaturas. Mais ainda, os estabelecimentos comerciais tiveram que encerrar.

Foi um cenário que a polícia rapidamente controlou e a circulação de viaturas foi retomada, mas apenas os privados e os transportes públicos.

Os chamados "chapas", não mais se fizeram às estradas por temerem represálias dos populares.

O município de Maputo garantiu que vai controlar os encurtamentos tal como disse o comandante da polícia municipal, António Espada: "Nós, por exemplo, a polícia municipal temos levado a cabo campanhas de sensibilização. Vamos apelar aos munícipes para que não paguem antes de chegar ao destino."
 
Espada quer que os utentes façam denúncias, no caso de transgressões das normas: encurtar ou desviar a rota.”
 
Municípios justificam o aumento
 
Os municípios de Maputo e Matola afirmam que com aumento da tarifa pretendem atrair mais investidores na área, segundo disse João Matlombe, vereador para a área dos transportes em Maputo: "O que nós estamos a dar como exemplo agora é que temos uma empresa pública com 250 autocarros e não temos receitas suficientes para pôr os autocarros a funcionar.
 
Matlombe defende que a revisão da tarifa vai impulsionar o setor privado para investir no próprio setor, e acrescenta: "obviamente há mais medidas para o melhoramento de outras infraestruturas, do aumento da frota que é responsabilidade do Estado e isso vamos continuar a fazer."
 
Operadores discordam dos preços

Os representantes dos transportadores semicoletivos de passageiros não concordam com o atual preço. Segundo eles, o ideal seria 24 cêntimos de euros para arcar com todos os cutos de operação. João Cabral afirma:

"Nós estamos a pensar nos 15 meticais. Há quem pegue na cabeça a pensar que isso é muito. Mas se formos ver a vida de um transportador, esse valor é insignificante."

Recorde-se que em setembro de 2010 os transportadores rodoviários das cidades moçambicanas tentaram agravar o preço de viagem e a população respondeu com protestos violentos, que mereceram uma atuação também violenta da polícia, o que resultou em avultados danos materiais e mortos entre civis.

Autor: Romeu da Silva (Maputo) - Edição: Nádia Issufo/António Rocha
 

Portugal: “O GOVERNO PROTEGE OS SEUS” – acusa José Junqueiro, do PS

 
 
TSF
 
O PS não aceita a justificação legal para o pagamento de subsídios de férias a 1323 nomeados pelo Governo para funções públicas e classifica o caso de «imoral».
 
Em declarações à TSF, José Junqueiro, um dos deputados que questionou o Governo sobre a manutenção do subsídio de férias em mais de mil das nomeações feitas nesta legislatura, considera o caso imoral.
 
«O Governo protege os seus. Enquanto corta os subsídios aos funcionários e aos portugueses em geral, há cerca de 1500 pessoas nos seus gabinetes e nas suas nomeações que receberam os subsídios de férias. É algo absolutamente imoral, o Governo perdeu completamente o norte e perdeu sobretudo a vergonha», acusa José Junqueiro.
 
Fórum TSF: Protestos e violência
 
O dia de greve geral ficou marcado pelas imagens das cenas de violência junto à Assembleia da República. O Presidente da República e o Governo elogiam a polícia e defendem que não se pode pactuar com os extremistas que promovem a violência mas, do outro lado da barricada, fazem-se denúncias de ilegalidades e excessos policiais. No Fórum TSF vamos refletir sobre este problema e queremos ouvir a sua opinião.
 
Hoje depois do notíciário das 10:00 horas – TSF em direto
 

Portugal: SUBSÍDIO DE FÉRIAS PAGO A 1500 NOMEADOS PELO GOVERNO

 

Público
 
Quase 1500 pessoas nomeadas pelo actual Governo receberam subsídio de férias em 2012, noticia nesta sexta-feira o Diário de Notícias. O jornal cita informação prestada pelo executivo ao grupo parlamentar do PS. A maioria dos subsídios diz respeito a férias vencidas em 2011 e não a 2012, ano em que o subsídio foi cortado aos funcionários públicos.
 
Em Junho, soube-se que 131 assessores que entraram em funções no segundo semestre de 2011 iriam receber subsídio de férias. A justificação, segundo o Governo, é a de que o Orçamento do Estado 2012, que previa o corte dos subsídios de férias e de Natal aos funcionários públicos, "não tem efeitos retroactivos" quando o contrato de trabalho é novo. Na resposta enviada pelo Governo ao PS em Junho, o executivo explicava: "“Encontramo-nos perante direitos adquiridos em 2011, que por força da lei não estão abrangidos pela suspensão decretada para o pagamento de subsídio de férias relativos a direitos vencidos a partir de Janeiro de 2012".

Porém, segundo o Diário de Notícias, o pagamento não se resume àqueles 131 assessores. Na última resposta sobre o assunto, também por carta, o Governo refere que foram pagos subsídios a mais 1323 pessoas. Um número muito superior aos 233 que, dois dias antes, tinham sido assumidos pelo Governo aos socialistas, numa outra resposta por escrito. Tratou-se, no entanto, de "um lapso de escrita", agora corrigido.

A estas 1323 pessoas também se aplica a mesma regra: "ao pessoal [que entrou em 2011 na administração pública], quer dos gabinetes do Governo, quer de outros serviços, organismos ou entidades públicos, é devido e foi pago subsídio de férias na exacta proporção do trabalho prestado". O total de encargos é de 591.495,23 euros. Somando os 171 mil euros pagos aos 131 assessores, a conta final em subsídios para estes 1454 trabalhadores ascendeu a 765 mil euros.

No que diz respeito ao pagamento de subsídio de férias, o Governo distingue e detalha outros dois grupos: trabalhadores que recebera, verbas referentes a subsídios de férias por motivos de cessação de funções e acertos e funcionários da administração pública que receberam subsídio de férias por terem salário base inferior a 1100 euros.

No primeiro caso foram contabilizados 5890 pessoas, diz o Governo, com o total da despesa em 4,6 milhões de euros, diz o DN. No segundo caso estão 95.208 funcionários, segundo os números do executivo. "Verba gasta: 32,7 milhões de euros", acrescenta o mesmo jornal.
 

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