domingo, 23 de outubro de 2011

O BANDO DE MENTIROSOS



ANTÓNIO VERÍSSIMO

A indignação cresce em Portugal, os efeitos que terá é uma incógnita, esperemos que haja sabedoria suficiente para que aconteça uma revolução sob a forma de reformas urgentes, pacificas e democráticas, que retire o país deste fosso com trabalho, justiça e imaginação, que disso vejamos resultados positivos, não estes que nos prometem daqui por uns anos e que sabemos não virem a ser cumpridos mas sim serem mais do mesmo.: mentira, dificuldades e exploração selvagem.

A condenação dos políticos da atualidade - que se apossaram dos poderes quase sempre mentindo em atos sucessivos e lhes permite enriquecerem, de enriquecerem ainda mais grandes corporações nacionais e internacionais de que foram e são servidores – provocou este enorme empobrecimento do país e dos portugueses. Justamente, são cada vez mais os setores da sociedade portuguesa que se mostram e pronunciam indignados, revoltados, sem poupar a Pedro Passos Coelho e aos que estão de posse dos poderes na atualidade palavras diretas em que são classificados de “bando de mentirosos”!

Efetivamente a “carapuça” não cabe somente a Passos Coelho mas também a todos os outros que incorporam este governo e a Cavaco Silva, o pior presidente da República de sempre. O inquilino de Belém ziguezagueia nas suas declarações mas mantém a posse das decisões e dos poderes inerentes à governança em todos os seus comparsas de partido e de corporações que desde há anos, em primeiro-ministro, acalentava. Cavaco Silva fala como se não lhe coubessem também a ele responsabilidades do tempo em que por cerca de dez anos exerceu o primado ministerial quando afinal esse foi o período mais acutilante da instalação de “sociedades laranjas” (PSD). Que se instalaram e passaram a dominar poderes vitais em vários setores do país. Retrato mais evidente podemos ver nas vantagens oferecidas a Cavaco Silva e sua filha por um banqueiro da praça portuguesa em negócio de ações que continua por explicar decentemente. E o caso Dias Loureiro, do PSD, um nefasto ministro de Cavaco, depois conselheiro de estado que teve de se demitir e agora está caladinho que nem rato mas afastado de qualquer imputabilidade em eventuais cometimentos passíveis de serem considerados crime. Se a decisão da justiça foi correta ou não está por saber, pela simples razão de que os portugueses na sua vasta maioria também já não confiam nos tribunais. Este é o resultado a que o país foi conduzido por esta seita (ou seitas) “misteriosa” que nos tem dirigido e que é a elite política portuguesa - Partido Socialista incluido.

Passemos às palavras sentidas e sem papas na língua de um indignado que em 1974 e anos seguintes muito contribuiu para a liberdade, justiça e democracia (não esta) em Portugal. Declarações de Vasco Lourenço, um Capitão de Abril, na SIC Notícias.




Vasco Lourenço afirma que o poder foi tomado por um "bando de mentirosos". Vasco Lourenço diz que o poder foi tomado por um "bando de mentirosos". O capitão de Abril não gostou da incoerência nas declarações de Pedro Passos Coelho antes e depois de chegar ao Governo.

JOSÉ SÓCRATES ERA O PINÓQUIO... MAS PASSOS COELHO É UM COLOSSAL PINÓQUIO

O vídeo a que Vasco Lourenço se refere poderá encontrar aqui inserido mais em baixo. Fruto de sucessiva montagem de excertos de declarações de Passos Coelho, com referência às respetivas datas (anteriores a tomar posse como PM), eis como um grande aldrabão, um enorme intrujão, é exibido à saciedade na sua calculada incoerência, mentindo para cativar votos, vencer as eleições de mão dada com Paulo Portas, do CDS, e presentemente servir aqueles que Cavaco tem vindo a servir numa amalgama chamada corporação PSD. Sem vergonha o atual PM, Pedro Passos Coelho, mente aos portugueses com todos os dentes que tem, será a conclusão a que chegará se escutar aquilo que ele foi dizendo ao contestar o governo de Sócrates e a situação em que o país se encontrava. Acresce que ele acaba por se mostrar mais mentiroso que Sócrates, mais prejudicial a Portugal e aos portugueses do que aquele nefasto ex-PM, mais obediente às grandes corporações que nos estão a agiotar. Mas ouça-o e veja com seus próprios olhos… Se é que quer rever, se já perdeu essa memória ou se ainda não teve oportunidade de presenciar as várias fases de declarações de um grande vigarista da praça política portuguesa. O vídeo tem a assinatura do blogue Aventar.




Como diria o “outro”: Esta é a “prova provada” de como os sem-vergonha dos políticos enganam os portugueses em Portugal, uns com maior gravidade outros com menor. Na verdade aquilo que Passos Coelho pôs em prática é exatamente o contrário de quase tudo que afirmou não concordar ou não fazer se acaso viesse a ser eleito PM.

Perante o que se nos enfia pelos olhos e ouvidos dentro não podemos ter o mínimo de respeito pelo político Passos Coelho, com o agravante de que ele é uma pessoa e que também enquanto pessoa rege-se por códigos desonestos que só por isso permitem ao político ser tão aldrabão quanto ele demonstra ser. É desse modo, por essa via, que também a pessoa de Passos Coelho enquanto cidadão (talvez da pátria do cifrão) não merece o menor respeito mas sim a nossa colossal (é Passos que tem a mania do colossal) indignação pacífica e democrática mas muito ativa, verdadeira e intrinsecamente patriótica, porque para Passos e os do seu governo Portugal e os portugueses parece que estão em saldo e... eles vendem-nos, penhoram-nos aos agiotas.

E agora digam lá que os indignados portugueses não têm razão. Razão temos, mas Passos e os outros de sua igualha estão munidos de ausência de vergonha. Só por isso se mantêm agarrados aos poderes e hão-de fazer de tudo para de lá não sairem, de outro modo como garantiriam as melhores vivências das corporações que servem e que nos exploram e empobrecem?

Timor-Leste: PSD vai ter candidato próprio nas presidenciais e deverá ser uma mulher




MSE - LUSA

Díli, 23 out (Lusa) - O presidente do Partido Social Democrata (PSD) de Timor-Leste, Zacarias da Costa, disse hoje à agência Lusa que esta força política vai anunciar o candidato às presidenciais em novembro e que deverá ser uma mulher.

"Em princípio vamos anunciar em novembro um candidato próprio. Esta decisão já foi tomada pela Comissão Política Nacional e sancionada pelo conselho nacional do partido", afirmou Zacarias da Costa, eleito presidente do PSD em dezembro de 2008.

Segundo o também ministro dos Negócios Estrangeiros, na primeira volta o PSD decidiu não apoiar nenhum dos candidatos "existentes ou potenciais", sublinhando que em relação à segunda volta ainda nada ficou decidido.

"Na segunda volta, ainda não decidimos, em novembro quando apresentarmos o nome do nosso candidato iremos também aprovar qual será a posição do partido na segunda volta: apoiar o candidato vencedor na primeira volta ou apoiar um outro candidato ou ainda dar liberdade aos militantes para votarem no candidato que acharem melhor", explicou à Lusa.

Zacarias da Costa disse que há vários nomes na lista, mas que o partido quer promover uma candidata, uma mulher, nas presidenciais que deverão decorrer em março de 2012.

"Nós queremos acima de tudo, mais uma vez, promover uma candidata, uma mulher, isto pelo compromisso que o PSD tem na promoção da mulher timorense, porque achamos que Timor tem mulheres muito válidas", disse.

Nas presidenciais de 2007, o PSD foi o único partido a apresentar uma candidata, que foi a atual ministra da Justiça, Lúcia Lobato, que obteve mais de oito por cento dos votos.

Em relação às legislativas, que deverão ocorrer em junho de 2012, o presidente do PSD, partido que elegeu sete deputados nas legislativas de 2007, disse estar aberto a coligações.

"Acho que todos os partidos políticos deviam estar abertos a coligações. As coligações são uma modalidade para, não conseguindo a maioria, poder governar", disse.

O PSD faz parte da Aliança de Maioria Parlamentar (AMP), atualmente no poder em Timor-Leste, que inclui também o Congresso Nacional de Reconstrução de Timor-Leste (CNRT), a Associação Social-Democrata Timorense (ASDT) e o Partido Democrático (PD).

"A nossa estratégia foi bem pensada, conseguimos entrar no governo, conseguimos ser o terceiro grupo político mais votado, hoje continuamos a ter um grupo parlamentar forte, mas pensamos que nas próximas eleições temos de deixar esta possibilidade em aberto na medida em que não acreditamos que nenhum dos partidos existentes conseguirá, sozinho, uma maioria para poder governar no país", disse.

Em relação ao próximo período eleitoral do país, Zacarias da Costa disse que Timor-Leste irá uma "vez mais" demonstrar a sua maturidade, apesar de continuar a precisar de apoio técnico e logístico.
"Existe a possibilidade de algum incidente menor poder acontecer, mas isso, não creio, que possa estragar todo o ambiente de festividade democrática que serão as próximas eleições", salientou.

Desalojamentos para obra do Parque Olímpico geram polémica em comunidade do Rio




FYRO - LUSA

Rio de Janeiro, 21 out (Lusa) - A Prefeitura do Rio de Janeiro iniciou esta semana as primeiras medidas para desalojamentos dos moradores da comunidade da Vila Autódromo, cuja área terá de ser desocupada para a construção do Parque Olímpico dos Jogos de 2016.

Antiga vila de pescadores, a zona expandiu-se e tornou-se numa comunidade na década de 1970. Localizada junto ao atual Autódromo Internacional Nelson Piquet, em Jacarepaguá, na zona oeste da cidade, e com casas também de classe média, a comunidade possui especificidades que fazem a sua remoção a mais difícil das que já foram realizadas até ao momento.

Uma das razões da dificuldade é o facto de boa parte dos habitantes possuir título de posse do imóvel, distribuído em 1993, quando o então governador Leonel Brizola tentou legalizar o bairro.

No dia em que ocorreu a primeira visita de funcionários da Prefeitura para identificação das famílias e medição dos imóveis, a maioria dos moradores dizia não querer sair e reclamaram falta de informação a respeito sobre o seu destino.

"Teve uma reunião aqui no domingo, e eles prometeram um apartamento na Estrada dos Bandeirantes [região próxima do local]. Agora, parece que deu um problema e que o prefeito desistiu de comprar esse terreno, então quero saber para onde vão mandar a gente", protestou a motorista Cristiane Macedo, que disse não querer deixar sua casa "erguida à base de muita luta".

À Lusa, a Secretaria de Habitação explicou que a compra do terreno foi apenas suspensa, temporariamente, até que um perito independente confirme o valor justo a ser pago pelo local, para que não fiquem dúvidas quanto à "lisura" do processo, como algumas publicações locais chegaram a sugerir.

O responsável acrescenta que, caso a compra não venha a ser concretizada, será oferecido outro imóvel, também num local próximo da comunidade, para garantir proximidade do trabalho e das escolas frequentadas pelas crianças.

A comerciante Vânia Cristina foi uma das que já recebeu a visita de funcionários da Prefeitura na sua casa. Os responsáveis, afirmou, fizeram medições e pediram autorização para entrar e fotografar o interior do imóvel, mas não explicaram o motivo do trabalho.

"Eu não queria sair, porque é uma comunidade muito tranquila, moro aqui há 13 anos, mas a gente não pode brigar com quem tem poder", afirmou, resignada.

Já o marceneiro Josiel de Oliveira, que também teve seu imóvel cadastrado esta semana, está decidido a comprar uma guerra para não sair.

"Quando perguntaram se podiam entrar, eu perguntei para o que era, e eles disseram que não iam me responder, então não deixei", contou.

Josiel explica que a alternativa que lhe oferecem - um apartamento num conjunto habitacional popular construído pelo governo - não correspondente às suas necessidades.

"Se tiver de sair, vou perder o meu trabalho, porque trabalho com marcenaria, preciso desse espaço aberto, num apartamento não tem jeito", argumentou.

Outro problema apontado são as contas extra que virão com a mudança. "Tem morador aqui que a gente sabe que vive de 'gato' [furto de energia elétrica por meio de ligação clandestina]. Acho que quem está aceitando a proposta, não está pensando nas contas que vão passar a ter de pagar, e muita gente não tem condição", acrescentou Vânia.

Nem todos são unânimes nas contestações. Milton Araújo esteve na reunião realizada no último domingo e achou que as condições oferecidas eram justas.

"Esta reunião de domingo foi a primeira vez que as coisas ficaram claras para gente. Não queria sair, mas se for para uma melhoria, quem não quer ser feliz?", disse à Lusa.

A previsão é de que a remoção seja concluída até 2013. A comunidade em questão fica ao lado da região onde será construído o Parque Olímpico, uma das principais obras referentes aos Jogos de 2016, que se realizarão no Rio de Janeiro.

Angola: Líder da FNLA rejeitado pelo TC convoca congresso para 22 a 25 de Novembro





A Frente Nacional para a Libertação de Angola (FNLA), partido histórico angolano que enfrenta uma crise de liderança há vários anos, realiza o seu congresso entre os dias 22 e 25 de novembro próximo.

O congresso para o próximo mês foi convocado por Ngola Kabango, líder da FNLA, eleito presidente do partido no congresso de 2007, realizado depois da morte de Holden Roberto, fundador desta força política, que com Lucas Ngonda, antigo secretário para a informação deste partido, disputa a liderança.

Uma nova ordem do Tribunal Constitucional (TC), este ano, reconheceu a liderança do partido a Lucas Ngonda.A decisão tem sido contestada por Ngola Kabango, que no seu discurso de abertura da reunião do Conselho Político Nacional, realizada este sábado, disse que a FNLA está disposta, além de “prosseguir a luta político-jurídica” sobre a decisão do TC, “para a reafirmação da sua identidade política e histórica”, a preparar-se para as próximas eleições de 2012.

“A reunião do Conselho Político Nacional realiza-se num momento crucial para o nosso partido, porquanto tudo tem sido feito pelas forças obscuras para impedir que nos afirmemos no cenário político angolano.Debalde!”, disse Ngola Kabano.

Ngola Kabango considerou “longo e espinhoso” o caminho percorrido pelo partido desde o congresso realizado em 2007, onde foi eleito presidente desta formação política, enfrentando desde essa altura “inúmeras conspirações político-jurídicas, todas elas com uma única finalidade: destituir a histórica e imortal FNLA”.

O Conselho Político Nacional aprovou o universo de 1500 delegados ao congresso, que deverão ser eleitos através de assembleias provinciais eletivas.

Na reunião foi igualmente aprovada a ordem de trabalhos do congresso, onde consta a análise, discussão e aprovação do relatório da Comissão Preparatória, do Relatório das Actividades do partido, das Emendas a Introduzir nos Estatutos, Regulamento Interno do partido e Regulamento de Disciplina do Militante.

Os trabalhos vão decorrer também com a análise, discussão e aprovação das Teses, Resoluções, Moções e outros documentos da vida do partido, a aprovação da Estratégia Eleitoral, a Eleição do novo Presidente do partido e do Conselho Político Nacional e como último ponto a aprovação dos textos finais.

A divisão da FNLA remonta ao ano de 1997, altura em que Lucas Ngonda convocou um congresso à margem dos estatutos do partido, rejeitado entretanto, pelo já falecido líder fundador do partido, Holden Roberto.

Em 2004, Holden Roberto decidiu convocar um congresso no qual foi reeleito presidente do partido, Lucas Ngonda primeiro vice-presidente e Ngola Kabango segundo vice-presidente, resultados, entretanto, rejeitados por Lucas Ngonda, que até hoje lidera a outra ala da FNLA e agora com o reconhecimento do Tribunal Constitucional.

Fonte: Sapo Notícias / Lusa

Angola: A DITADURA DE SAMAKUVA




JOSÉ RIBEIRO – JORNAL DE ANGOLA, em A Palavra do Diretor

A democracia só existe se brotar de cada um de nós e for cultivada cuidadosamente no quotidiano em todos os nossos gestos. Esse é o ponto de partida. E no regime democrático nunca há ponto de chegada, porque os regimes políticos exigem um aperfeiçoamento permanente. Nada é dado como adquirido, o pluralismo de ideias impõe-se às certezas absolutas e sucessivas gerações têm pontos de vista e soluções diferentes para os mesmos problemas. Quem cultiva em si a democracia é tolerante, sabe perder, sabe ganhar e, sobretudo, é capaz de reconhecer o valor das ideias dos outros.

Na democracia não há inimigos, apenas adversários. E todos são importantes na construção das condições que suportam a liberdade: trabalho para todos, habitação, saúde e educação. Por isso, o regime democrático começa em nossa casa, mesmo que não haja na mesa muito pão. Em democracia todos podem ralhar e todos têm razão. Mas no dia em que na nossa casa houver oprimidos e as suas vozes forem silenciadas, a democracia fica reduzida a boas intenções. Não é com palavras mais ou menos bem intencionadas que se constrói ou se defende a democracia. Casa onde não há democracia, não existe legitimidade para discutir ideias ou apresentar alternativas.

Cada angolano tem de cultivar em si a democracia. Cada casa de Angola tem de viver num clima democrático e os seus membros têm o direito indeclinável de fazer ouvir a sua voz. Só assim a democracia progride e se enraíza cada vez mais no nosso país. Enganam-se os que pensam que o regime democrático se institucionaliza por decreto ou que bastam jogos de palavras para contribuir para o aprofundamento da democracia. Angola abraçou o multipartidarismo e a economia de mercado há muitos anos. Nesse momento foram livremente aceites pelos angolanos os mais importantes pressupostos da democracia. Como resultado dessa opção política, José Eduardo dos Santos passou a ser o primeiro defensor do regime democrático.

A História recente demonstra que o Presidente da República tem honrado os compromissos assumidos. Nem mesmo a guerra que se seguiu às eleições de 1991 o fez mudar de posição. Numa altura em que a autoridade do Estado foi posta em crise na maior parte do território nacional por um exército ilegal e destruidor, José Eduardo dos Santos apostou na democracia e não foi pelo caminho que as circunstâncias apontavam, quer seria a declaração do estado de sítio. A sua fidelidade aos princípios democráticos permitiu que hoje os angolanos vivam em paz e liberdade num inegável clima de reconciliação nacional.

José Eduardo dos Santos é um democrata convicto. Na sua casa, há democracia e liberdade de opinião. Ninguém pode apontar no seio do MPLA casos de dirigentes punidos só porque pensam de forma diferente do líder. Cada um assume publicamente as suas ideias sem medo de castigos, de expulsões ou de ameaças. Por isso, o eleitorado deu mais de 82 por cento dos votos ao MPLA nas últimas eleições e sufragou a política seguida por José Eduardo desde 1991.

Isaías Samakuva disse à rádio Voz da América que “a ditadura em Angola é refinada mas é ditadura”. A grandeza da democracia está neste simples facto: os democratas são capazes de arriscar a vida e a liberdade para que o presidente da UNITA tenha direito a exprimir livremente as suas opiniões. Mas eu considero que Samakuva não tem razão. Os angolanos deram à democracia em África e no mundo uma dimensão nunca alcançada. Isaías Samakuva sabe como ninguém que a UNITA esteve vários anos num Governo de Unidade e Reconciliação Nacional. Infelizmente, nesse período o seu partido deu um contributo muito pobre ao aprofundamento do regime democrático e em alguns momentos fez da Assembleia Nacional apenas arena de demagogia, cadeira vazia e crispação em níveis que chegaram a pôr em dúvida se o partido adere ao sistema democrático.

Felizmente, continua a triunfar o bom senso. Hoje Samakuva pede diálogo. Mas foi pena que na fase intensa do conflito Isaías Samakuva tivesse optado pelo silêncio, apoiando a guerra por omissão. Os heróis do seu partido que assinaram a paz, pondo fim à absurda aventura belicista, nunca mereceram do presidente da UNITA uma palavra pública de reconhecimento. E ela era devida, quanto mais não seja porque foram eles que lhe permitiram liderar o partido e usufruir das benesses do regime democrático que ele ingratamente acusa de “dictature raffinée”.

A democracia angolana é jovem e faz o seu caminho. Se Isaías Samakuva pede hoje diálogo é porque tem graves problemas no seu partido. No dia em que a democracia chegar a casa de Isaías Samakuva, verá que ela fica mais forte e mais madura, porque a Oposição é imprescindível ao regime democrático. O presidente da UNITA daria um sinal importante de abertura democrática se, por exemplo, concedesse ao nosso jornal a entrevista que nos últimos tempos por duas vezes recusou. Seria uma boa oportunidade para explicar aos angolanos o que entende por “ditadura refinada”.

Angola: MANIFESTAÇÕES DE JOVENS DÃO APOIO AO PRESIDENTE


Milhares de jovens sem filiação partidária percorreram ontem a Avenida Deolinda Rodrigues para manifestar o seu apoio ao Presidente da República -
Fotografia: Paulo Mulaza
GARRIDO FRAGOSO – JORNAL DE ANGOLA

Milhares de jovens da província de Luanda marcharam ontem em apoio ao incentivo ao diálogo com a juventude defendido pelo Presidente da República, na Assembleia Nacional, na sua mensagem sobre o estado da Nação.

Numa iniciativa de jovens de diferentes estratos sociais, sem filiação partidária, a marcha percorreu a Avenida Deolinda Rodrigues e culminou com a leitura de mensagens no Largo da Família.

“Queremos a paz”, “Viva a democracia” e “Viva o Presidente da República arquitecto da paz” foram as palavras mais pronunciados pelos jovens durante a manifestação que contou também com a participação de muitos adultos, que assumiram a responsabilidade de aconselhar os mais jovens a enveredarem por práticas sociais correctas.Durante as mensagens, lidas no Largo da Família, o coordenador da marcha, Manuel Pimentel, disse que os jovens pretenderam saudar a iniciativa do Presidente José eduardo dos Santos e que o seu discurso tem palavras encorajadoras para a juventude.

Aos jovens, Manuel Pimentel pediu calma e paciência e convidou-os a abraçar o diálogo e a exporem as suas reclamações em fóruns e locais próprios, sempre pautando as suas posições por normas cívicas. “À juventude cabe a responsabilidade de desenvolver o país”, disse, manifestando a sua satisfação pela marcha ter mobilizado cidadãos de diferentes organizações políticas, que se identificaram com a paz, democracia e reconciliação nacional. Durante o acto, foram lidas mensagens de jovens universitários, da sociedade civil e das mulheres, todas coincidindo no conteúdo do discurso do Presidente José Eduardo dos Santos, sobretudo no apelo ao diálogo permanente que deve existir entre os jovens e as diferentes instituições do Estado.

Os jovens universitários sublinham, na sua mensagem, o facto do Presidente da República ter destacado, na sua mensagem, a vontade da criação de um sistema de apoio social aos estudantes, sobretudo os mais carenciados.

As jovens solicitaram que se intensifique o combate contra a violência doméstica e a discriminação das mulheres e clamam pela ascensão de mais mulheres para lugares de chefia, no sentido de permitir o equilíbrio nas decisões.

Na sua mensagem, o representante da sociedade civil pediu mais investimentos no sector não-petrolífero, para a criação de empregos, além da necessidade de mais transparência na governação. Ao mesmo tempo, prometeram nunca agir à margem da Lei, para fazer ouvir as suas reivindicações.

Sismo de 7,3 pontos na Turquia pode ter causado entre 500 e 1.000 mortos




Nuno André Pereira Martins - Lusa

Lisboa, 23 out (Lusa) -- O forte sismo que se fez hoje sentir na província oriental de Van, na Turquia, cuja magnitude será de 7,3 pontos de acordo com o instituto americano de geofísica USGS, poderá causar entre 500 e 1.000 mortos.

As notícias que têm surgido do sismo que afetou o território turco, próximo da fronteira com o Irão, dão conta de um número não especificado de mortos de acordo com o Governo turco, a CNN na Turquia dá conta de 50 pessoas hospitalizadas e algumas organizações de várias dezenas de habitações que terão ruído.

Entretanto, o responsável do instituto sismológico de Kandili, Mustafa Gedik, deu uma conferência de imprensa em Istambul, onde afirmou que este foi um "forte sismo" e estimou que este "pode causar entre 500 e 1.000 mortos".

O ASSASSINATO DE GADDAFI E A CRISE MORAL DOS EUROPEUS E DOS EUA




Davis Sena Filho - do Rio de Janeiro – Correio do Brasil, opinião

Como se esperava, os imperialistas (EUA, França, Inglaterra e Itália), com o apoio de grupos líbios derrubaram o presidente da Líbia, Muammar Gaddafi. Mais do que isso: o assassinaram como fizeram com o presidente do Iraque, Saddam Hussein, e agora se preparam para saquear as riquezas dos líbios, especialmente no que concerne às reservas de petróleo e gás.

Mais uma vez, os imperialistas e colonialistas do ocidente, brancos e cristãos invadem um país soberano em uma cruzada, aos moldes das medievais, para ter o controle da energia fóssil que é o petróleo. São países cujos governos são perigosíssimos, armados até os dentes, possuidores de milhares de ogivas nucleares e com um aparato militar que não pode parar, porque é muito caro e por isso tem de ser usado para atender à trilionária indústria bélica, que é mais letal que o tráfico de drogas internacional.

Como se esperava, a morte do dirigente líbio foi tramada nas salas da ONU (Conselho de Segurança dominado por apenas cinco países) e da OTAN (EUA), órgãos de espoliação política e militar, criados para dar “legalidade” às ações criminosas de guerra dos países ocidentais desenvolvidos, que quase dizimaram seus povos em duas guerras mundiais, em uma selvageria que deixaria qualquer país de periferia que eles consideram selvagem, subdesenvolvido e atrasado com imensa vergonha e com um sentimento animal de ser.

Mais uma vez, lideranças contrárias aos interesses da globalização (nova forma de colonialismo e pirataria) foram mortas e seus países invadidos e bombardeados em nome da “liberdade”, da “democracia” e de um “mundo mais seguro”. Enquanto isso, o sistema capitalista excludente e belicoso derrete em Wall Street e nas praças européias importantes como a de Londres, com as populações desses países brancos, cristãos e desenvolvidos a gritar revoltados nas ruas contra a roubalheira do sistema financeiro e da leniência e subserviência de governos que foram e são cúmplices da jogatina praticada por empresas e instituições que, de forma criminosa, levaram à cabo uma crise econômica e financeira sem precedentes, que eliminou milhões de empregos desse povos que deitaram e rolaram durante quase cinco décadas com a opulência e a fartura às custas dos países africanos, asiáticos e principalmente os da América Latina, que sustentaram até a década de 1990 o alto padrão de vida dos europeus, estadunidenses, japoneses e outros países do assim denominado primeiro mundo, como o Canadá e a Austrália.

Como se esperava esses governantes de países desenvolvidos que agem secularmente como piratas e que, apesar de historicamente se odiarem, para roubar e matar se unem, porque precisam dessa vil aliança para movimentar seu parque industrial bélico e civil e assim renovar a circulação do dinheiro, inclusive o ilegal, que é lavado nos paraísos fiscais, grosso modo, porque todo mundo sabe disso, mas ninguém pega um tanque ou um míssil para destruir tais ”instituições” financeiras, que fomentam há séculos a fome, a miséria e a exploração dos povos menos desenvolvidos, no que concerne às suas infraestruturas e ao acesso às tecnologias, à educação de qualidade e ao sistema bancário e industrial que garanta a seus países desenvolvimento econômico e bem-estar social, o que é quase impossível alcançar sem o apoio dos países desenvolvidos, que se recusam a efetivar um marco em que a cooperação e o aprendizado sejam a tônica.

Mais uma vez na história esses países brancos e cristãos e ocidentais que se comportam como aves de rapina ou como cães predadores optam pelo saque das riquezas alheias e o torna crível e cinicamente aceitável perante a população mundial por intermédio do sistema midiático, notadamente a imprensa comercial e privada (privada nos dois sentidos, tá?), que porta-voz e ponta-de-lança do sistema de capitais inicia e termina um processo de demonização dos presidentes dos países agredidos e invadidos ao ponto de não se saber, de forma alguma, como pensam, como vivem e o que fazem os povos vítimas de bombas, de mísseis, de todo tipo de armas de grosso calibre, que não têm como se defender contra forças estrangeiras que quase se dizimaram nas duas guerras mundiais iniciadas pelos brancos cristãos e que se consideram, com a maior cara-de-pau possível, civilizados e não selvagens.

Como se esperava, Gaddafi foi assassinado tal qual ao Saddam. A questão não é se os dois dirigentes eram ditadores. O que importa nesses casos é que os países ocidentais que não se consideram selvagens, o que é uma grande desfaçatez, apoiaram, apóiam e sempre apoiarão ditaduras espalhadas em todo o planeta, porque é assim que esses países, com a ONU e a OTAN usadas como títeres da legalidade, agem em uma conduta para lá de questionável, pois moralmente sem credibilidade no que é relativo às diferenças dos povos, bem como aos seus interesses, que não se coadunam e por isso, geralmente, o país ou aliança mais forte belicamente e que controla regiões diversas por meio da geopolítica ataca seu alvo sem dar satisfação alguma à comunidade internacional, além de fazer da ONU uma organização fantoche, desacredita e humilhada pela prepotência e a arrogância dos Estados Unidos, cujo presidente Barack Obama, apesar da novidade de ser um homem negro, tem os mesmos defeitos, o mesmo perfil e a conduta e estratégias de seus antecessores, que é realizar guerra, invadir países para saquear e ter controle geopolítica de determinadas regiões, ao preço de sangue, muito sangue de povos, neste caso, árabes, que não conseguem há quase dois milênios se livrar de forças estrangeiras que não cansam de matar e de literalmente roubar seus países e sociedades.

Mais uma vez, moralmente os Estados Unidos sucumbem principalmente após o monumental desabamento do World Trade Center em 2001 e o derretimento de seu sistema de capitais no fim de 2008. O país do Capitão América aplicou de forma científica a tortura e a aceitou e a efetivou como prática corriqueira e ordinária para ter acesso a informações de pessoas consideradas inimigas, mesmo as que foram presas sem provas e acusação formal, pois desobediente às leis e às normas do Direito Internacional, e negou o mais fundamental e elementar dos direitos de cidadania e da humanidade: o habeas corpus. Seqüestrou, torturou e matou e seus mandatários reconheceram que a tortura era praticada e mesmo assim apoiaram tal ignomínia. Uma vergonha, que deixou a potência mundial como pária no que concerne à civilização, além de ter efetivado uma política diplomática unilateral e isolacionista, o que acarretou o recrudescimento das ações da direita estadunidense no que é referente à legalidade, ao contraditório, ao direito de defesa e no que é civilizado e não selvagem e animalesco.

Como se esperava, Muammar Gaddafi e as forças regulares e armadas da Líbia foram derrotados. O dirigente líbio — político nacionalista e que, apesar de seus erros e defeitos, desenvolveu o país do norte da África, que, juntamente com a África do Sul, é um dos dois mais desenvolvidos do continente, com IDH alto — foi morto, assassinado e mostrado ao público internacional como caça, como troféu. O povo líbio até então, não se sabe como ele vai ficar, tinha acesso a muitos benefícios sociais e que nunca foram mostrados pela imprensa comercial, privada e corporativa do ocidente. Nunca a imprensa hegemônica brasileira veiculou matérias sobre a Líbia, seu desenvolvimento e as conquistas sociais de seu povo, muito avançado para os padrões africanos. Essa imprensa apenas se preocupou em demonizar o presidente líbio, a fim de dar legalidade e razão às ações de pirataria explícita da OTAN, ou seja, dos EUA, da França, da Inglaterra e da Itália, países em profunda crise econômica e financeira e moralmente abalados, no que é relativo a discernir sobre o que é humano, legal e justo. É isso aí.

*Davis Sena Filho é jornalista, editor do blog Palavra Livre.

Autoridades do CNT confirmam que vão entregar corpo de Muammar Kadhafi aos parentes



RTP

As novas autoridades líbias vão devolver o corpo do ex-líder Muammar Kadhafi aos seus familiares, anunciou hoje Ahmed Jibril, um responsável do Conselho Nacional de Transição (CNT).

Ao contrário do que tinha sido previamente anunciado, Kahaffi foi autopsiado hoje de manhã e o chefe da patologia forense líbia, Othman al-Zintani, confirmou que a autópsia revelou que o ex-lider líbio morreu com um tiro na cabeça.

Sobre a devolução do corpo, Jibril explicou que "a decisão tomada foi de devolver o corpo à sua família mais alargada, já que nenhum membro de sua família próxima está presente".

"O CNT está em conversações com a família. É sua família que decidirá onde Kadhafi será enterrado, em concertação com o CNT", declarou, recusando-se a precisar quando o corpo será entregue.

Depois da morte de Muammar Kadhafi, na quinta-feira, em Syrte, centenas de líbios afluem para ver com os seus próprios olhos o cadáver do ex-dirigente do país, que está exposto numa câmara frigorífica na cidade de Misrata.

Num comunicado divulgado pelo canal de televisão Arrai, na sexta-feira, a viúva de Kadhafi apelou à ONU e às organizações internacionais para fazerem pressão sobre o CNT para devolver os corpos de seu marido e de seu filho Mutassim, morto também na quinta-feira em Syrte.

Fontes oficiais tinham declarado que Muammar Kadhafi seria enterrado num lugar secreto, para evitar peregrinações ao seu túmulo.

Muammar Kadhafi foi capturado vivo em Syrte, sua região natal, e foi morto pouco depois, em circunstâncias ainda por esclarecer.

*Foto EPA

Forças Armadas reforçam diques para evitar novas inundações na área de Banguecoque




CSR - LUSA

Banguecoque, 23 out (Lusa) -- As Forças Armadas da Tailândia reforçaram hoje os diques ao longo do rio Chao Phraya, que atravessa Banguecoque, uma vez que a elevação repentina do nível das águas tem dificultado os esforços em conter as inundações.

A primeira-ministra, Yingluck Shinawatra, preveniu, no sábado, que a crise poderá durar "entre quatro a seis semanas", apelando aos habitantes da capital para que se preparem para as inundações.

As autoridades - que abriram, há alguns dias, as barreiras nos canais que atravessam Banguecoque para deixar fluir as águas que vinham do norte do país - estão a lutar em várias frentes.

Agora, o nível do rio Chao Phraya é objeto de "grande preocupação", indicou o governo num comunicado.

No sábado, o rio transbordou em alguns pontos, causando inundações em alguns distritos do centro da capital, que é o centro da vida política, o que obrigou uma corrida contra o relógio para combater esses transbordos antes da maré cheia de hoje à tarde.

A administração da capital apelou às pessoas que vivem à margem do rio que deixem o local.

No norte da cidade, onde os canais transbordaram e inundaram muitos bairros desde sexta-feira, a água aproxima-se do aeroporto de Don Mueang (voos nacionais), que recebe milhares de desabrigados e está a proteger seus muros com sacos de areia.

"A situação parece sob controlo, vemos menos transbordos de água e os militares estão a trabalhar para evitar fugas", disse o responsável pelo distrito de Don Mueang, Phumpat Damrongkiatisak.

O governo, que está a sofrer o primeiro teste desde que assumiu o poder em agosto, tentou, durante muito tempo, impedir a capital de ser inundada pelas águas das monções, que já mataram pelo menos 350 pessoas no país.

Entre 28 e 30 de outubro será crucial, com a grande maré, que tornará mais difícil o escoamento da água para o mar.

*Foto DE JOSÉ MARTINS (português a viver na Tailândia) em AQUI TAILÂNDIA – Veja mais fotos em A MINHA MANHÃ DE DOMINGO DE 23 DE SETEMBRO DE 2011 - (CHEIAS DE BANGUECOQUE)

Sanções dos EUA "não vão ferir economia chinesa" -- economista chefe do Banco da China




DM - LUSA

Macau, China, 23 out (Lusa) - A imposição de taxas adicionais à importação de produtos chineses que o projeto-lei aprovado pelo Senado norte-americano prevê para punir a alegada manipulação cambial do yuan não vai afetar a China, defende Cao Yuanzheng, economista chefe do Banco da China.

"Não penso que estas sanções possam ferir a economia chinesa", declarou Cao Yuanzheng em entrevista à Agência Lusa em Macau, argumentando que não faz sentido que seja aberta uma "guerra comercial" entre as duas maiores potências económicas do mundo.

"Qual é o objetivo?", interrogou, ao apontar que, no quadro da sua nova política reformista, "a China está determinada em reduzir a dependência das exportações, tentando mobilizar a procura interna reforçando os rendimentos da população", algo que traz "esperança".

Anualmente, "os rendimentos 'per capita' têm vindo a aumentar oito por cento ou mais" e "o consumo na China é muito forte", destacou o economista, ao salientar que no passado o receio quanto a medidas sancionatórias era maior devido à maior dependência do mercado externo.

"Porque é que antes estávamos muito mais preocupados com este tipo de sanções?" voltou a questionar, mas salientando que a China "tinha uma população muito grande, uma força laboral muito grande com necessidade de emprego, mas agora estes assuntos ganharam cada vez menos [importância], tendo em conta que a demografia da China está a mudar e (...) as pessoas já não têm receio de perder oportunidades de emprego nas indústrias exportadoras".

Para Cao Yuanzheng, a iniciativa legislativa que passou no Senado norte-americano, em meados deste mês, não vai resolver o problema dos Estados Unidos: "Mesmo se o yuan valorizar e a China exportar menos (...) o Vietname e outros países vão substituir a China" nessa matéria e, por conseguinte, o défice comercial norte-americano "vai continuar lá".

"Os Estados Unidos devem exportar mais para a China", argumentou o economista do Banco da China, ao sustentar que, "caso levantem as atuais restrições" sobretudo no que diz respeito aos produtos de alta tecnologia, "talvez a balança melhore um pouco".

Em 2010, o excedente comercial da China em relação aos Estados Unidos atingiu o montante recorde de 273.000 milhões de dólares (200.838 milhões de euros).

Para Pequim, a taxa de câmbio do yuan não figura como responsável pelo "desequilíbrio" da balança comercial bilateral, sendo a "principal razão" do crescente défice norte-americano a limitação à exportação de produtos de alta tecnologia para a China, imposta por Washington.

Embora a iniciativa legislativa tenha conquistado amplo apoio junto do Senado norte-americano, a oposição manifestada pelo presidente da Câmara dos Representantes, John Boehner, torna mais improvável a aprovação do diploma.

O presidente norte-americano, Barack Obama, que tem criticado a política cambial chinesa, também se mostrou "preocupado" com os efeitos daquele diploma e advertiu que o seu conteúdo poderá violar as regras da Organização Mundial do Comércio.

Austrália: POLÍCIA DE CHOQUE DISPERSOU ACAMPAMENTO EM SIDNEY




FV – LUSA

Sidney, Austrália, 23 out (Lusa) - Quarenta pessoas foram presas hoje em Sidney durante a operação da polícia de choque que dispersou o acampamento dos ativistas anti-capitalismo, perto do Banco Central da Austrália, num movimento inspirado no "Ocupar Wall Street", de Nova Iorque.

"Tentámos dialogar com eles nos últimos oito dias. Não podem dizer que não foram avisados", disse Mark Murdoch, um responsável da polícia.

Segundo o porta-voz dos ativistas, Tim Frank, a intervenção da polícia, pelas 05:00 locais, foi "brutal".

Já Mark Murdoch apresentou outra versão: "Encontrámos alguns movimentos de resistência da parte dos protestantes. Esta resistência foi tratada com uma força controlada".

Dos 40 manifestantes presos, 29 vão responder por infração ao regulamento municipal, sete serão presentes a tribunal e quatro são acusados de violência sobre as forças da autoridade.

O "Ocupar Wall Street", movimento em que é inspirado o acampamento em Sidney, entrou na sexta semana de contestação em Nova Iorque.

*Foto AAP

Austrália: Autoridades ordenaram caça ao tubarão branco que matou turista norte-americano




FV - LUSA

Sidney, Austrália, 23 out (Lusa) - As autoridades australianas ordenaram a caça ao tubarão branco que no sábado matou um turista americano ao largo de Perth, no sudoeste da Austrália, e estudam medidas após terceiro ataque mortal na zona nos últimos dois meses.

Além da ordem dada pelas autoridades, foram instaladas seis linhas de pesca com vista à captura do tubarão, com um tamanho estimado de três metros.

O chefe do governo regional da Austrália Ocidental, Colin Barnett disse que refletiu sobre o aumento do número de patrulhas, melhoria da vigilância aérea, instalação de redes nas praias e o aumento do número de tubarões que os pescadores são autorizados a pescar.

"Vários sinais evidenciam o aumento do número de tubarões", disse Colin Barnett. "O abate pode ser considerado se os tubarões continuarem a aproximar-se das praias mais frequentadas".

O último turista vítima do ataque do tubarão era americano e tinha 32 anos. O ataque ocorreu no sábado, na ilha turística de Rottnest, ao largo de Perth.

+G7 - A VISITA DO PM TIMORENSE AO SUDÃO DO SUL


Comitiva timorense no Sudão do Sul - Fotos de  Atoch Akur Garang

The NewSudan Vision (NSV), newsudanvision.com – 16out2011 - Tradução PG

(Juba ROSS NSV ) - O Primeiro-Ministro de Timor Leste, Xanana Gusmão chegou a Juba hoje em uma visita histórica para o mais novo país do mundo.

"O primeiro-ministro Gusmão vai estender formalmente a solidariedade entre os dois governos e povos de dois dos mais recentes países do mundo neste milénio; Timor-Leste, tendo recuperado a autonomia de governo em 2002 e o Sudão do Sul este ano num referendo em que a maioria esmagadora foi pela independência," uma liberação por timorenses do governo.

O primeiro-ministro, Xanana Gusmão,  juntamente com o Ministro das Finanças, Emília Pires estão liderando uma delegação no Sudão do Sul, dias atrás,  para consolidar relações diplomáticas formais entre as duas nações e para presidir a maior reunião de Estados frágeis na história da + g7.

O primeiro-ministro Gusmão vai estender formalmente a solidariedade entre os dois Governos e povos de dois dos mais recentes países do mundo neste milénio; Timor-Leste tendo recuperado a autonomia de governo em 2002 e o Sul do Sudão este ano, num referendo esmagador pela independência.

Enquanto um país está localizado no Sudeste da Ásia e o outro na África Oriental, Timor-Leste tem muitas semelhanças com o Sul do Sudão. Ambos lutaram pela independência e se engajaram em muitas das lutas pela defesa de suas nacionalidades e ambos os países têm recursos a serem investidos para garantirem um futuro melhor para seu povo.

Reconhecendo semelhanças no processo de desenvolvimento, discutindo desafios e partilha de soluções esse é um dos aspectos mais vitais do + g7, que se reuniu em Juba, promovendo a unidade frágil e conflitos de estados afetados, trabalhando para definir, produzir e defender a vital construção da paz e a construção do Estado com reformas para parar os conflitos, construir nações e acabar com a pobreza.

O + g7 é pensado para ser o processo mais importante político nos tempos modernos identificando carências e implementando princípios necessários para sair da fragilidade. Pela primeira vez, os líderes do G7 + reúnem-se para consolidar a estrutura de governança, de políticas e planos sobre a futura direcção do fórum para influenciar a arquitetura de desenvolvimento e formar uma só voz no palco global.

O + g7 são aqueles estados conhecidos como representante do "bilhão inferior" e mais afectados pelas alterações climáticas, choques financeiros externos, a crise alimentar global e da pobreza. Até 2010, essas nações foram representados formalmente, com poucas oportunidades para promover a reforma ou participar na dinâmica global de interesse para seus países e seus povos. O fórum junta esses países pelo mundo estar mais vulnerável e assim terem uma voz unida contra a maré de doadores, organizações de ajuda internacional, e os países dominantes que marcam a dinâmica global. Assim, cresceu ainda mais o imperativo pela construção da paz e reformar as práticas de ajuda para mudar o paradigma de desenvolvimento e de produzir resultados tangíveis. Pontos a abordar na vanguarda da agenda + g7.

O + g7 desenvolveu em conjunto com parceiros de desenvolvimento de um "New Deal" para a ajuda com base em Peacdebuilding e metas Statebuilding que será confirmado por consenso esta semana em Juba. O "New Deal" foi aprovada ao mais alto nível político por parte dos doadores, organizações de ajuda internacionais e países doadores, através do Diálogo Internacional de Construção da Paz e Statebuilding (ID) ao longo dos últimos dois anos.

O primeiro-ministro Xanana Gusmão foi o advogado de garantia do + g7 desde a concepção à fruição hospedando o g7 + na Secretaria do Governo de Timor-Leste e fazendo da nação timorense um ponto central para atender todos os países frágeis e afectados por conflitos.



Brasil: Justiça do Rio condena ex-vereador suspeito de integrar milícia a 14 anos de prisão




CORREIO DO BRASIL, com Agência Rio de Noticias - do Rio de Janeiro

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro condenou o ex-vereador do Rio e sargento do Corpo de Bombeiros Cristiano Girão Matias a 14 anos, seis meses e seis dias de reclusão, em regime fechado. Preso em 2009, ele é acusado de chefiar a milícia de Gardênia Azul, em Jacarepaguá, Zona Oeste da cidade. A sentença foi proferida na última quinta-feira , pelo juiz Marco José Mattos Couto, da 2ª Vara Criminal de Jacarepaguá.

O político foi considerado culpado pelos crimes de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Além dele, três acusados de integrar o bando também foram condenados: o policial civil Wallace de Almeida Pires, o Robocop; o bombeiro Carlos Fernando de Souza, o Zeca (ambos a sete anos de reclusão por quadrilha armada, em regime fechado); e Solange Ferreira Vieira, 1ª ex-mulher do Girão (a quatro anos e oito meses de reclusão por lavagem de dinheiro, em regime semiaberto). Outras sete pessoas foram absolvidas.

De acordo com a denúncia do Ministério Público, desde pelo menos o ano de 1990, o bando cobra de comerciantes do bairro contribuições semanais em dinheiro, sob o pretexto do oferecimento de segurança, utilizando-se de ameaça, exercida com emprego de armas de fogo. A quadrilha ainda obtém pagamentos daqueles que exploram o transporte alternativo de passageiros (carros, vans e motocicletas), o comércio de botijões de GLP (gás liquefeito de petróleo) e a distribuição clandestina de sinal de televisão a cabo. Os que se recusam a pagar são expulsos do local e até mesmo assassinados.

A investigação comparou os rendimentos de Cristiano Girão com sua evolução patrimonial. Em 2002, ele declarou R$ 32.085,73, mas apresentou evolução patrimonial de R$ 170.559,20 – valor 531,57% acima de seus rendimentos. Em 2005, a variação foi de 218,67% e, em 2006, de 325,02%. A denúncia aponta ainda que o ex-vereador adquiriu R$ 680,6 mil em imóveis e veículos e movimentou R$ 2,2 milhões entre 2003 e 2007, valor muito superior à sua renda declarada na Receita Federal.

Na sentença, o juiz Marco Couto destaca que o conjunto de provas – testemunhais e documentais – reunidas no processo não deixa a mínima dúvida de que Cristiano Girão, de fato, é o líder da milícia instalada na Gardênia Azul.

- Este Magistrado sabe que o réu é miliciano. O Ministério Público sabe que o réu é miliciano. A Defesa sabe que o réu é miliciano. O réu sabe que é miliciano. Logo, o caso é de evidente condenação quanto ao crime em exame- , frisou.

Ainda segundo o juiz, o relatório da Polícia Federal e a análise patrimonial deixam evidente o crime de lavagem de dinheiro. “O réu adquiriu vasto patrimônio, consistente em automóveis e imóveis e, além disso, passou a integrar pessoas jurídicas, constatando-se movimentação financeira incompatível com seus rendimentos lícitos. Diante de tamanha evidência, cabia ao réu desfazer tal presunção de ilicitude, comprovando que todo o seu patrimônio tem origem lícita, o que evidentemente não ocorreu”.

Brasil: IMPRENSA PUBLICA NOVAS DENÚNCIAS CONTRA MINISTRO ORLANDO SILVA




CORREIO DO BRASIL, com Reuters - de Brasília

Órgãos de imprensa publicaram neste sábado novas denúncias de irregularidades contra o ministro do Esporte, Orlando Silva, aumentando a pressão para que ele renuncie um dia depois de receber apoio da presidente Dilma Rousseff.

O próprio ministério, controlado pelo PCdoB, partido de Silva, também voltou a ser alvo de acusações.

A edição deste fim de semana da revista Veja, que no último fim de semana publicou acusações do policial militar João Dias Ferreira de que Silva comandaria um esquema de desvio de recursos na pasta que teria o partido como beneficiário, afirmou ter tido acesso a uma gravação de uma reunião entre o policial e assessores de alto escalão da pasta em que eles ajudariam João Dias a burlar a fiscalização do próprio Ministério do Esporte.

De acordo com a revista, durante o encontro realizado em 2008 e gravado pelo PM, Fábio Hansen, então chefe de gabinete da Secretaria de Esporte Educacional, e Charles Rocha, à época chefe de gabinete da secretaria-executiva da pasta, orientam João Dias a elaborar um documento com data alterada e garantem a ele que enviarão à polícia ofício pedindo a desconsideração de documento anterior enviado pela pasta pedindo a investigação de convênio realizado entre a pasta e entidade comandada pelo policial.

João Dias foi uma das cinco pessoas presas no ano passado durante a Operação Shaolin, da polícia de Brasília, que investigou denúncias de desvio de recursos públicos em convênios firmados entre a pasta e organizações não-governamentais no âmbito do programa Segundo Tempo, gerido pelo ministério.

De acordo com Veja, o nome do atual governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), que pertencia ao PCdoB quando comandou o ministério, também aparece na gravação.

O Estado de S. Paulo disse que viu documentos mostrando que a esposa de Silva recebera dinheiro público de uma ONG controlada por filiados ao PCdoB, partido do ministro. De acordo com o jornal, os documentos mostravam que a ONG contratou uma empresa da esposa de Silva e pagou 43.500 reais por trabalhos de pesquisa.

A Folha de S. Paulo publicou que um pastor evangélico fora pressionado por autoridades do Ministério do Esporte a pagar uma propina de 10 % ao PCdoB em um projeto público para oferecer esporte a crianças carente. O pastor, David Castro, disse que o projeto foi interrompido porque ele se negou a pagar a propina.

Silva se reuniu com Dilma na ultima sexta-feira por mais de uma hora para se defender das alegações recentes. Dilma disse, em comunicado, que o governo não condenará ninguém sem provas.

Se Dilma retirar seu apoio, Silva poderia se tornar o quinto ministro a renunciar neste ano.

No comando do Ministério do Esporte, Orlando Silva é o principal responsável no governo Dilma pelos preparativos para a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016, que serão realizadas no Brasil.

Cinco ministros de Dilma já deixaram seus cargos em meio a denúncias de irregularidades -Antonio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes), Wagner Rossi (agricultura) e Pedro Novais (Turismo).

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