quinta-feira, 8 de setembro de 2011

TAUR MATAN RUAK: CANDIDATO ÀS PRESIDENCIAIS EM TIMOR-LESTE?




PAULO GORJÃO – i ONLINE, opinião

Xanana tem uma dívida política a pagar a Ramos-Horta que colide com a sua eventual intenção de apoiar o antigo comandante militar Matan Ruak nas eleições de 2012

No início de Setembro, o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas de Timor-Leste, major-general Taur Matan Ruak, demitiu-se do cargo alegando que, depois de 36 anos nas FALINTIL e nas F-FDTL, este era o momento certo para o fazer. De facto, o anúncio da sua decisão ocorre poucos dias depois de Timor-Leste ter procedido à cerimónia de desmobilização das FALINTIL e de 236 veteranos, fechando assim mais um ciclo da sua história contemporânea.

Todavia, ao mesmo tempo que põe um ponto final na sua carreira militar, a decisão de Matan Ruak poderá marcar também o início da sua participação activa na vida política. Há muito tempo que as suas ambições presidenciais eram um segredo público em Timor-Leste.

Matan Ruak, aliás, não negou essa hipótese. Na "devida altura se verá", afirmou prudentemente. Nos próximos meses Matan Ruak terá de avaliar se a sua candidatura reúne os apoios necessários para ter êxito. Se avançar para a corrida presidencial, é possível que venha a ter o apoio do principal partido no poder, fundado por José Alexandre "Xanana" Gusmão em 2007, o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT). Até ao momento, Xanana não deu qualquer sinal sobre a sua posição quanto à eventual candidatura presidencial de Matan Ruak. A sua boa relação pessoal é conhecida. Porém, a decisão de Xanana é ainda uma incógnita.

Ramos-Horta é o grande obstáculo que Matan Ruak tem pela frente. Se Ramos-Horta não concorrer - o seu desejo de ocupar um cargo internacional relevante é também um segredo público -, Matan Ruak tem o caminho aberto para avançar, em teoria concorrendo contra um candidato apoiado pela FRETILIN, cujas hipóteses de sucesso serão diminutas.

Juntamente com Ramos-Horta, Xanana e Marí Alkatiri, Matan Ruak é uma das quatro figuras mais populares em Timor-Leste. Como Alkatiri pretende concorrer às próximas eleições legislativas - igualmente em 2012 - e ajustar contas com Xanana, tal significa que a FRETILIN não terá um oponente ao seu nível. Contudo, caso Ramos-Horta queira concorrer a um segundo mandato presidencial, o CNRT e Xanana serão confrontados com um dilema de difícil resolução. Importa lembrar que nas últimas eleições legislativas a FRETILIN foi o partido mais votado, mas Ramos-Horta convidou o CNRT para formar governo sem dar hipótese formal à FRETILIN de o fazer em primeiro lugar. Dito de outra maneira, Xanana tem uma dívida política a pagar a Ramos-Horta que colide com a sua eventual intenção de apoiar Matan Ruak. Se mesmo assim Xanana apoiar Matan Ruak, em detrimento de Ramos-Horta, a possibilidade de a FRETILIN apoiar este último não me parece fácil, ainda que isso não seja impossível. Todavia, com ou sem apoio do CNRT ou da FRETILIN, se quiser concorrer às próximas presidenciais, Ramos-Horta tem um peso pessoal e político em Timor-Leste que, em circunstâncias normais, lhe assegura a reeleição.

A largos meses de distância das próximas eleições presidenciais e numa altura em que há ainda diversas variáveis políticas que não estão clarificadas, uma primeira leitura parece sugerir que terá de esperar pelas eleições presidenciais de 2017. A poucas semanas de completar 55 anos, Matan Ruak pode esperar pacientemente pelo momento certo.

- Director do Instituto Português de Relações Internacionais e Segurança (IPRIS)

*Escreve à quinta-feira

PM TIMORENSE QUER REFORÇAR RELAÇÕES COM FÓRUM DAS ILHAS DO PACÍFICO




MSE - LUSA

Auckland, Nova Zelândia, 07 set (Lusa) -- O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, defendeu hoje o reforço das relações entre o país e o Fórum das Ilhas do Pacífico para a "prosperidade regional".

"Timor-Leste pretende contribuir para a nossa prosperidade regional e trabalhar em conjunto com todos nos próximos anos", disse Xanana Gusmão, em Auckland, Nova Zelândia, onde participa no Fórum das Ilhas do Pacífico 2011.

Timor-Leste tem o estatuto de observador naquela organização composta por mais de 15 países do Pacífico.

"Como nova Nação, temos muito a aprender com as experiências dos países das ilhas do Pacífico. Partilhamos não só valores comuns, como desafios e oportunidades", disse no discurso divulgado pelo seu gabinete.

No discurso, Xanana Gusmão salientou também que se está a testemunhar uma mudança global na estrutura da economia global para a região da Ásia-Pacífico.

"Essa mudança global significa que agora estamos no século da Ásia-Pacífico e estamos a assistir à mudança da economia global para a nossa região", afirmou.

Segundo o primeiro-ministro timorense, as maiores economias mundiais vão estar situadas na China, Japão, Índia e Indonésia, o que é uma oportunidade para todas as economias da região.

"Mesmo que quiséssemos ficar à parte destas mudanças globais não conseguiríamos", disse.

Timor-Leste: CUBA AGRADECE O APOIO AO FIM DO BLOQUEIO ECONÓMICO




 ANGOLA PRESS

Díli - O Partido Comunista cubano agradeceu hoje à Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (FRETILIN) o apoio ao fim do bloqueio económico a Cuba, numa mensagem enviada ao III Congresso daquele partido na oposição timorense.  
  
"Reiteramos o nosso apreço pela solidariedade da Fretilin com Cuba na sua luta incansável para defender a sua soberania, a eliminação do bloqueio económico, comercial e financeiro e a libertação dos nossos cinco heróis presos injustamente nos EUA", refere a mensagem. 
  
Os comunistas cubanos congratularam-se com a realização do III Congresso Nacional da Fretilin, que decorre entre hoje e domingo, considerando-o um "evento de grande importância para o partido", para o processo democrático no país e para as "aspirações do povo timorense para alcançar um futuro melhor". 
  
Por seu lado, na sua mensagem, o Partido Comunista da China destacou que a Fretilin tem "desempenhado um papel essencial nas diversas fases históricas de Timor-Leste, seja durante a luta pela independência, seja na construção do país". 
  
"O Partido Comunista da China e a Fretilin mantêm boas relações de intercâmbio e cooperação interpartidárias, o que tem beneficiado aprofundar o entendimento e a amizade entre os dois povos e promover o desenvolvimento global das relações bilaterais", refere a mensagem. 
  
O Partido Comunista chinês disse também estar disposto a "aprofundar ainda mais as boas relações com a Fretilin e elevar constantemente o nível da cooperação entre os dois partidos". 
  
Cuba e China também estão presentes em Timor-Leste ao nível da cooperação bilateral, com a presença de médicos e a construção de infraestruturas, respectivamente. 

TIMOR-LESTE VAI PASSAR A CONTAR COM BANCO CENTRAL




Hugo Paula – Jornal de Negócios

A antiga colónia portuguesa vai transformar a actual Autoridade Bancária e de Pagamentos em banco central.

A inauguração do Banco Central de Timor-Leste dar-se-á a dia 13 de Setembro. O organismo com sede em Dili estará encarregue de implementar as políticas que permitam obter e manter a estabilidade de preços interna. A nova autoridade resulta da conversão da actual Autoridade Bancária e de Pagamentos (ABP) em Banco Central, segundo o “site” da ABP.

“A Lei Orgânica do Banco Central foi aprovada pelo Parlamento Nacional”, promulaga pelo presidente do país, Ramos-Horta e aprovada no dia 15 de Junho, diz o comunicado publicado hoje no Portal dos Bancos Centrais de Países de Língua Portuguesa.

A nova autoridade monetária chamar-se-á Banco Central de Timor-Leste (BCTL). As suas responsabilidades passam por fornecer liquidez à economia, regular e supervisionar o mercado bancário e, no futuro, será responsável também por regular o mercado segurador, diz o "site" da ABP.


SG da NATO quer instalação "rápida" da nova força aeronaval que vem para Lisboa




ANDRÉ FERREIRA - LUSA

Lisboa, 08 set (Lusa)- O secretário-geral da NATO disse hoje esperar que a instalação em Portugal da força aeronaval da organização, alteração prevista pela reforma da estrutura de comandos, seja "rápida" e adiantou que esta contará com a participação de militares portugueses.

"É minha intenção assegurar uma rápida transição desta decisão, tendo em conta, é claro, uma série de questões práticas", afirmou Anders Fogh Rasmussen, numa conferência de imprensa realizada no Forte de São Julião da Barra, depois de um encontro de cerca de meia hora com o ministro da Defesa português, Aguiar-Branco.

O secretário-geral da Aliança Atlântica disse que em termos de verbas, os custos da STRIKEFORNATO - força militar que responde perante o Comandante Supremo para as Forças Aliadas na Europa, o almirante norte-americano James Stavridis, e que na prática vai substituir o comando de Oeiras -- serão assegurados pelos países que a irão integrar.

*Foto EPA

“WASHINGTON PROMOVEU UMA OPERAÇÃO CONDOR MUNDIAL”




David Brooks – La Jornada – Carta Maior

Nos 10 anos transcorridos desde os atentados do 11 de setembro, Washington desencadeou uma “Operação Condor estadunidense” em escala global, promovendo guerras contra vários países, supressão da dissidência interna, espionagem doméstica e anulação de garantias constitucionais, liberdades civis e direitos humanos. A avaliação é do advogado constitucionalista Michael Ratner, presidente do Centro para Direitos Constitucionais (CCR). "Os EUA mudaram de uma maneira fundamental desde o 11 de setembro", diz.

Nos 10 anos transcorridos desde os atentados do 11 de setembro, Washington desencadeou uma “Operação Condor estadunidense” em escala global, promovendo guerras contra vários países, supressão da dissidência interna, espionagem doméstica e anulação de garantias constitucionais, liberdades civis e direitos humanos, resume o advogado de direitos constitucionais Michael Ratner. Os EUA mudaram de uma maneira fundamental desde o 11 de setembro. Jamais teria previsto isso, diz Ratner em entrevista ao La Jornada para abordar o décimo aniversários dos atentados e seus efeitos sobre as liberdades e direitos nos Estados Unidos.

O presidente do Centro para Direitos Constitucionais (CCR) e reconhecido advogado internacional por enfrentar casos de violações de direitos humanos e de liberdades civis por parte do governo dos EUA em tribunais estrangeiros e nacionais, incluindo a Suprema Corte, afirma: “O próprio caráter do país mudou com as pessoas comuns aceitando as violações de suas liberdades pelo governo, as violações do direito internacional e da nossa própria Constituição. Aceitaram também que o governo pudesse espionar qualquer um sem autorização judicial, tudo sob a justificação oficial da ‘guerra contra o terrorismo’ Jamais teria antecipado tudo isso antes do 11 de setembro”.

Ratner acrescenta de modo incisivo: culpo George W. Bush por impulsionar tudo isso, mas também culpo Barack Obama por continuar todo o processo.

A resposta do governo ao ataque de 11 de setembro, qualificando-o como um ato de guerra e não criminal mudou o panorama interno e externo. “Assim que Bush fez seu discurso sobre as ‘cruzadas’ poucos dias depois do 11 de setembro, algo que estava carregado de um tremendo significado para muçulmanos e cristãos, sabia-se que o atentado seria tratado como um ato de guerra, com o que o governo assumiria poderes muito maiores dos que tinha para perseguir e deter pessoas no estrangeiro, assim como para promover a espionagem doméstica, tudo como se fosse uma guerra”, explicou Ratner.

Para Ratner, um aspecto desta guerra é o que denomina “Operação Condor estadunidense”, e explica: “É essencialmente o que fez Pinochet, mas de um modo muito mais amplo, capturando pessoas em qualquer esquina do mundo sem ordem ou processo judicial para colocá-las em centros de detenção clandestinos no mundo, não somente em Guantánamo, mas também na Romênia, Polônia, Lituânia, Tailândia, além de prisões especiais no Afeganistão. Isso está caracterizado pela captura de pessoas em qualquer parte do mundo e, depois de mantê-las incomunicáveis, sob Bush, torturá-las e encarcerá-las por tempo indefinido. E se chegam a ir a julgamento, isso ocorre diante de um tribunal militar.

“Tudo isso era condenado pelos Estados Unidos quando ocorria em outros países. Antes do 11 de setembro, condenavam os tribunais militares no Peru, na África” e outras medidas de segurança extra-legais, mas agora era o caso de perguntar se os EUA estavam se tornando um Estado policial.

Obama continuou quase tudo que foi iniciado por Bush, talvez com exceção da tortura extrema. As primeiras medidas implementadas depois do 11 de setembro tornaram-se uma vasta parte permanente do nosso panorama legal. Na minha avaliação, perdemos os valores fundamentais do século das luzes em torno dos direitos individuais que devem ser assegurados em todo processo judicial.

Ratner assinala ainda que Obama, apesar de suas promessas de acabar com esses elementos do que chama Operação Condor estadunidense, segue mantendo hoje cerca de 170 pessoas presas em Guantánamo e em outros centros de detenção do mundo, continua com algumas técnicas de interrogatório – ainda que tenha suspendido o afogamento simulado, ou waterboarding – e com a perseguição de todo indivíduo suspeito de ser terrorista em qualquer parte do planeta. Mas, talvez o pior, argumenta Ratner, é que Obama não fez ninguém prestar contas pelo que ocorreu, sobretudo em relação à tortura. “Então, agora temos gente como (George W.) Bush escrevendo em suas memórias que, sim, ordenou o waterboarding e que o faria de novo. Se o próximo presidente desejar fazê-lo, estará liberado porque não houve uma fiscalização de ninguém sobre os programas de tortura. Não fazer com que prestassem contas é um fracasso real...não deixar claro que o uso da tortura não é uma opção legítima para nenhum governo”.

Ao mesmo tempo, Ratner diz que deve se enfatizar que estes esforços de captura, detenção e interrogatório não foram realizados contra cristãos. Ninguém encontrará um cristão fundamentalista em Guantánamo, posso garantir, e isso tem a ver com a animosidade contra os muçulmanos neste país. Ele lembra que, entre as primeiras medidas depois do 11 de setembro, estiveram as batidas policiais massivas contra muçulmanos dentro do país, com gente agredida e tratada como se fosse terrorista. O governo ordenou o registro de todos os homens muçulmanos entre 18 e 25 anos de idade originários primeiro de nove países e depois de 19. Ainda que estas medidas tenham sido suspensas, demonstram que os muçulmanos são uma população altamente suspeita no país, o que prossegue e é muito difícil de superar.

A maioria dos muçulmanos não cidadãos foi deportada, e o CCR está representando alguns deles, e também vários dos detidos em Guantánamo.

No que diz respeito ao controle interno depois do 11 de setembro, Ratner lembra a implementação do Patriot Act, que permite, entre outras coisas, que o governo possa conseguir toda a informação que quiser sobre mim ou você, como também adotar medidas de vigilância e/ou espionagem doméstica, o uso de informantes no interior de agrupações sociais e outras medidas para a supressão de protestos. O que está ocorrendo no Oriente Médio e na América do Sul (como no caso do Chile) são protestos massivos, e há medo de que isso ocorra aqui. O que se vê então é que o governo dos EUA está se preparando para a repressão real, com infiltração de agentes em grupos não violentos, uso de provocadores, detenções, etc., comenta ainda o advogado.

Ratner acaba de publicar outro livro, este sobre a supressão dos protestos massivos nos Estados Unidos, intitulado “Hell No: the right to dissent in 21st Century America”.

Em contrapartida, nestes últimos dez anos, estamos travando mais guerras que em qualquer outro momento de minha vida (Iraque, Afeganistão, Paquistão, Líbia, Yemen, Somália, entre outras), diz. Um resultado do 11 de setembro são guerras sem fim, juntamente com mais poder para o Executivo. Obama entrou na guerra da Líbia, por exemplo, sem autorização do Congresso. E este paradigma de guerra, ainda que não se esteja em uma zona de guerra, permite que os EUA ataquem quem quiser no mundo já que “afirma seu direito de matar qualquer suspeito de terrorismo em qualquer parte do mundo, com um drone (avião não tripulado) ou de outra maneira, como o assassinato. Os drones te permitem matar com impunidade”.

Ante um panorama tão desolador, La Jornada perguntou a Ratner que sinais de esperança ele percebe. “Duas das tendências mais importantes que temos visto no mundo hoje são, primeiro, as manifestações massivas, e, segundo, Wikileaks”. Quanto a esta, afirma que “Wikileaks minou a maneira pela qual nos entregam as notícias esvaziadas de certos fatos reais”. O fato de que o governo já não consegue proteger essa informação e esses sistemas de controle levará, claro, a mais repressão, mas, ao mesmo tempo, é um respiro impressionante de ar puro e de esclarecimento sobre como operam nossos governos, desde o Haiti até a Espanha, passando pelo tema da tortura e tantos outros, causando fissuras no controle oficial”. Ratner participa da equipe de representação legal do Wikileaks. “São impressionantes as mudanças que ocorreram nos governos e também na mídia por causa de Wikileaks”, afirma.

Sobre as mobilizações sociais, diz que há algo ocorrendo agora, no sentido de que cada vez mais gente deseja ter maior controle sobre suas vidas e ninguém sabe exatamente o que vai acontecer. Mas há dois anos eu estava no Cairo, há um ano e meio, e era um dos lugares mais reprimidos, havia um silêncio tremendo. Não há mais.

Tradução: Katarina Peixoto

TPI PEDE À INTERPOL PARA EMITIR “ALERTA VERMELHO” PARA DETER MUAMMAR KADHAFI




PAULA ALMEIDA - LUSA

Haia, 08 set (Lusa) -- O procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI) Luis Moreno-Ocampo pediu hoje à Interpol para emitir um «alerta vermelho» sobre Muammar Kadhafi, que é alvo de um mandado de detenção do tribunal, anunciou hoje o gabinete do procurador.

"O procurador do Tribunal Penal Internacional, Luis Moreno-Ocampo, pede à Interpol para emitir um alerta vermelho para deter Muammar Kadhafi por presumíveis crimes contra a humanidade, incluindo assassínio e perseguição", indicou o gabinete do procurador num comunicado.

"A detenção de Kadhafi é uma questão de tempo", sublinha Moreno-Ocampo, citado no comunicado.

*Foto em Lusa

Líbia: RASMUSSEN GARANTE QUE NATO “NÃO FARIA MISSÃO DIFERENTE”




TSF

O secretário-geral da NATO, Anders Fogh Rasmussen, afirmou em Lisboa que, se começasse hoje a missão na Líbia, a aliança «não faria nada diferente».

«Não penso que fizéssemos alguma coisa de forma diferente», disse Rasmussen numa conferência de imprensa conjunta com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas.

Rasmussen explicou que a NATO «foi muito cautelosa» na forma como conduziu as operações e «não tem informações provadas de vítimas civis». Referiu ainda que não houve necessidade de recorrer a forças terrestres.

«A missão foi um sucesso», disse Rasmussen, sublinhando que se evitou «um massacre e foram salvas muitas vidas».

Dirigindo-se a Muammar Kadhafi e aos seus apoiantes, Rasmussen afirmou que «não se ganha nada com mais luta».

«A missão da NATO continuará enquanto houve ameaça e nem mais um minuto», afirmou.

Sobre o futuro da Líbia, o secretário-geral da NATO declarou que cabe agora ao Conselho Nacional de Transição e ao povo líbio construí-lo».

Por seu turno, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, considerou que «o prestígio da NATO sai reforçado» desta missão e destacou «a atitude cooperante» a aliança com o povo líbio.

Paulo Portas afirmou ainda que «Portugal sai prestigiado» da reforma da estrutura de comandos da NATO.

Segundo o governante, a nova estrutura militar da organização inclui a transferência para Portugal, em substituição do Comando de Oeiras, de «importantes entidades da Aliança», a designada STRIKEFORNATO e a Escola de Sistemas de Informação e Comunicação.

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KADHAFI NEGA PARTIDA PARA O NÍGER E REITERA PROMESSA DE ATAQUE





Numa mensagem sonora divulgada pela televisão síria Arrai, Muammar Kadhafi criticou hoje a «guerra psicológica e mentiras» referentes sobre a sua eventual fuga para o Níger. O líder líbio prometeu ainda intensificar «os ataques contra os ratos e mercenários» em Tripoli.

«Tudo o que resta é a guerra psicológica e as mentiras. Disseram ter visto recentemente Kadhafi num veículo rumo ao Níger», declarou o coronel líbio numa mensagem sonora antes de ironizar: «Quantos veículos de traficantes de bens e pessoas entram no deserto todos os dias para o Sudão, Chade, Mali e Argélia. Como se fosse a primeira vez que um veículo se dirige para o Níger».

Dirigindo-se aos líbios, Kadhafi acrescentou: «Eles querem enfraquecer a vossa moral, não se preocupem com este inimigo fraco e ignóbil».

Muammar Kadhafi, que se encontra em parte incerta, garantiu ainda que a «NATO será vencida», uma vez que as «suas capacidades materiais não a permitem continuar» a intervir.

«Estamos prontos para Tripoli e para intensificar os ataques contra os ratos e os mercenários, que são uma matilha de cães», reiterou.

A passagem na segunda-feira de um grupo de viaturas civis e militares da Líbia para Agadez, uma cidade no norte do Níger, alimentou as especulações sobre uma eventual fuga de Kadhafi.

Desde a entrada dos rebeldes em Tripoli, em Agosto, que Kadhafi apelou por várias vezes, através de mensagens sonoras divulgadas pela Arrai, à «resistência» dos seus aliados.
As últimas imagens de Kadhafi remontam a 12 de Junho.

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Cabo Verde: PM ESCUSA-SE A COMENTAR DECLARAÇÕES DE DIRIGENTES DO PAICV




ANGOLA PRESS 

Praia - O primeiro-ministro de Cabo Verde escusou-se hoje (quinta-feira) a comentar as declarações de Felisberto Vieira, líder regional do partido no poder, que, em duas entrevistas à comunicação social cabo-verdiana, defendeu a demissão de José Maria Neves de líder do PAICV. 
  
"Não comento tais declarações", disse José Maria Neves, citado pela Inforpress, quando confrontado pelos jornalistas sobre se vai colocar o cargo à disposição ou apresentar uma moção de confiança ao Parlamento. 
  
Em causa estão as declarações de Felisberto Vieira, ex-ministro do Desenvolvimento Social e presidente da Comissão Politica Regional do PAICV de Santiago Sul, o maior circulo eleitoral do país, em que, além da demissão de José Maria Neves, admitiu a possibilidade de vários deputados eleitos nas legislativas de Fevereiro de 2011 criarem um grupo parlamentar independente.  
  
Nas legislativas, o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, no poder) elegeu 38 dos 72 deputados ao Parlamento, mas o grupo afecto a Vieira conta com o apoio de 11 deles, o que levaria à perda da maioria absoluta e a uma eventual queda do executivo se se juntarem aos 32 do Movimento para a Democracia (MpD, oposição). 
  
Felisberto Vieira, que nas presidenciais apoiou o candidato Aristides Lima, disse que, depois da derrota de Manuel Inocêncio Sousa, sustentado pelo PAICV, o normal seria José Maria Neves colocar o cargo à disposição ou pedir a demissão. 
  
As divergências entre ambos, que já vêm desde 2000 - Neves derrotou Vieira na corrida à liderança do PAICV -, acentuaram-se nas presidenciais, depois de o também dirigente da Comissão Política Nacional e antigo presidente da Câmara da Cidade da Praia ter decidido apoiar Aristides Lima em detrimento da posição oficial do partido. 
  
A degradação das relações entre os dois agravou-se ainda mais esta semana, depois de Vieira ter ameaçado criar o grupo parlamentar independente caso o Conselho Nacional, que se reunirá no próximo fim-de-semana.
 
A convocação de um congresso extraordinário em que um dos temas exigidos por vários dirigentes é a expulsão dos "ratos e traidores" do PAICV, expressão utilizada por altas personalidades do partido. 
 
Sobre a denúncia de compra de votos feita pelos partidos da oposição, por Vieira e ainda pelo candidato presidencial Aristides Lima, o primeiro-ministro cabo-verdiano reafirmou que as "críticas e suspeições" não passam de "discursos de perdedores". 
 
José Maria Neves, que falava à imprensa na sequência de uma visita realizada à Fundação Cabo-Verdiana de Solidariedade (FCS), disse entretanto esperar que, desta vez, as instituições com responsabilidade na matéria atuem, "indo até às últimas consequências" para esclarecer as "suspeições".

*Foto em Lusa

NÃO É SÓ O MPLA QUE ESTÁ NO MAU CAMINHO EM ANGOLA, A OPOSIÇÃO TAMBÉM




LEANDRO VASCONCELOS

Com origem no artigo de opinião SER RICO TAMBÉM É UM DIREITO  da autoria de JOSÉ RIBEIRO, no JORNAL DE ANGOLA, em A Palavra ao Diretor, Martinho Júnior tece considerações que devem ser salientadas. Em sete pontos no título já a seguir - A LÓGICA CAPITALISTA PARA ANGOLA É ABSOLUTAMENTE DISPENSÁVEL!  -  Martinho “desmonta” muito daquilo que hoje está a ser epidemia em Angola e que causa revolta, atitudes desviantes e repressivas que redundam quase sempre em mais injustiças.

Pelo que é sabido Angola está em absoluta ebulição político-social. Jovens contestam a permanência de um PR que já há 32 anos que ocupa abusivamente aquele lugar sem que em consciência o admita. O próprio partido político que lhe tem dado suporte, o MPLA, tem sido conivente com a presente situação, sendo inútil que se realizem eleições que redundam suspeitosamente em grandes votações favoráveis àquele partido político. A fraude eleitoral é a palavra de ordem para acusarem o MPLA de se arrogar de vencedor eleitoral absoluto. Verdade se diga que as oposições, os outros partidos políticos em Angola, a UNITA, o Bloco Democrático – praticamente recém-formado – não oferecem garantias de possuírem capacidades para levar Angola para o bom caminho, com a devida justiça social, democracia, transparência e punição daqueles que ao longo destes anos perpetraram enormes roubos de recursos que só têm um legítimo dono: o povo angolano.

Ser rico em Angola ou noutra parte do mundo não é uma questão de pigmentação de pele mas sim de saber como foi ou foram obtidas as fortunas que são descaradamente manifestadas pela elite do MPLA-Eduardo dos Santos. Como foi possível tantos da elite enriquecerem monstruosamente? É evidente que todos nós sabemos qual a resposta certa. Os abusos deste jaez vão sempre desembocar na revolta e muitas vezes as revoltas descontroladas dos espoliados e oprimidos, a maioria, não são o melhor para o desenvolvimento e progresso realmente democrático das sociedades.

Em Angola está a acontecer o inevitável: a revolta. O MPLA encontra-se em estado de negação da realidade. Esses condimentos podem levar ao descalabro. Nos dias de hoje já há aproveitamento dos países europeus e norte-americanos que se estão a “colar” aos jovens contestatários. A CIA e similares já afiam os gumes das suas facas para repartirem entre eles as riquezas de Angola, oferecendo mais algumas migalhas aos angolanos que o MPLA oferece na atualidade e desde sempre. As potências neocolonialistas já se introduziram no comboio da indignação dos angolanos. O perigo reside exatamente aí. O MPLA é derrubado mas a justiça social irá ficar por acontecer, isto porque não são as interferências de estrangeiros que devem regular e repartir o que pertence a todos os angolanos e agora é pertença de somente alguns. São os próprios angolanos que devem gerir aquilo que lhes pertence. E quem o fará? A UNITA? O Bloco Democrático? Outros? Nenhuns ainda deram provas das suas verdadeiras capacidades de organização para gerir Angola com completo e justo usufruto para todos os angolanos. As oposições ao regime ditatorial angolano do MPLA-José Eduardo dos Santos não passam de cores, siglas ou “ídolos” com os pés de barro. Não é por acaso que o MPLA está há tantos anos no poder e a servir-se dos recursos angolanos como de uma coutada sua se trate.

Em tantos anos de contrariedade por ser sempre o mesmo partido e presidente a dirigir o país – a ficarem cada vez mais ricos – não vimos que a UNITA soubesse crescer estruturalmente e democraticamente. A UNITA muitas das vezes deixa perceber que no seu âmago comporta a “Aldeia da Barafunda”. Perguntamos se uma vez no poder não fará ainda pior que o MPLA. Com toda a legitimidade nos questionamos e questionamos a UNITA, mas a resposta é sempre igual e não nos oferece confiança relativamente às suas capacidades de sabedoria, de justiça e democráticas. O novel Bloco Democrático ainda está muito imberbe e aquilo que nos poderá oferecer será mais do mesmo, do mesmo que vimos por todo o mundo: uma democracia em que os cidadãos votam mas onde ficam sempre a governar-se as elites corruptas e corporativistas organizadas em autênticas máfias sedentas de lucros a qualquer preço. São esses que governam para seus interesses e das potências de que dependem em dirigismo e nas contrapartidas que lhes têm de ceder. Vimos na Europa, com a agitação social, o que acontece. Pedem “Democracia Real” porque se sentem ludibriados pelos partidos políticos e pelas elites que os controlam. É isso que a UNITA, o Bloco Democrático e outros propõe aos angolanos? Se é, saibamos dizer que não haverá grandes diferenças entre aqueles regimes e aquele que está vigente em Angola. Mudam as caras dos dirigentes mas os métodos injustos e exploradores são sempre os mesmos. Se há eleições só por e para isso…

Quererá isto dizer que Angola e outros países em África, na América Latina ou em outras partes do mundo, se encontram num beco sem saída? Não, isso não pode nem deve acontecer. O impasse é agora mas já é tempo de todos saberem exigir muito mais e melhores atitudes dos partidos políticos das oposições. Um condimento é imprescindível: honestidade, bom carácter dos políticos. Então os partidos de entre eles escolhem os seus líderes neste figurino. É também com essas qualidades, talvez principalmente com essas qualidades, que podemos ter uma Angola democrática e justa. Digna do esforço dos combatentes e do povo que tanto tem sido vítima de desinteligências, de ganâncias, de maus carácteres no topo das classes partidárias e dirigentes. Não é só o MPLA que está no mau caminho.

Importa sobretudo que com as nossas legítimas contestações ao poderio ditatorial e desviante do MPLA não abramos as portas a falsos defensores angolanos e a neocolonialistas mascarados de democratas ainda mais corruptos que os da atualidade e de há dezenas de anos. Como isso se fará, pacificamente, é aquilo que o povo angolano tem de descobrir. Ao regime do MPLA, a Eduardo dos Santos, compete reciclarem-se e voltarem a reler os ensinamentos dos “mais velhos” que deram forma e as vidas pela independência deste país sem conseguir imaginar que viessem a existir angolanos capazes de se desviarem tanto de uma sociedade preconizada justa. Uma sociedade realmente democrática e socialista (se assim a quiserem definir) está muito bem. Mas não aquele “socialismo democrático” que já vimos pela Europa e noutras partes do mundo e que desembocam em sociedades pautadas pela injustiça, pela corrupção e pelas mentiras. Disso estamos fartos. Mudar sim, mas para muito melhor para as pessoas. Políticos com competência e integridade é aquilo que os povos merecem e precisam. Angola não é excepção. Para onde vais Angola?

Polícia deteve várias pessoas junto a tribunal onde decorre julgamento de manifestantes




VISÃO - LUSA

Luanda, 08 set (Lusa) -- A polícia angolana está hoje a fazer detenções junto ao tribunal onde estão a ser julgados 21 jovens detidos sábado num protesto contra o Presidente angolano, disse à Agência Lusa um dos advogados de defesa dos manifestantes.

"Há um grande aparato [policial] que foi reforçado e dá para ver que estão a prender pessoas" disse à Agência Lusa o advogado David Mendes.

David Mendes, que falava à agência Lusa por telefone a partir de Luanda, disse que se encontra no interior do tribunal onde o julgamento sumário dos 21 jovens detidos teve início cerca das 11:00.

Timor-Leste: MARI ALKATIRI PEDE A PM XANANA GUSMÃO PARA SE DEMITIR




DESTAK - LUSA

O secretário-geral da FRETILIN, Mari Alkatiri, criticou hoje a atuação do Governo timorense e pediu ao primeiro-ministro, Xanana Gusmão, para apresentar a demissão.

 “(…) Eu peço ao irmão Xanana para se demitir a fim de salvar este Governo da corrupção. Se não o fizer, então está apenas a estragar o dinheiro do povo Maubere”, afirmou Mari Alkatiri, no início do III Congresso Nacional do partido, pedindo às pessoas para respeitar o passado de Xanana Gusmão, porque é património da FRETILIN.

Segundo Mari Alkatiri, assiste-se ao enriquecimento repentino de alguns grupos de pessoas, enquanto os “pobres estão cada vez mais pobres”.

“Na semana passada, neste mesmo local, Centro de Convenções de Díli, o irmão Xanana reconheceu que o dinheiro do orçamento deste Governo, de facto, anda a voar como um foguetão da NASA”, disse Mari Alkatiri.

“Este congresso é para reforçar a democracia, mas reforça também a paz, a estabilidade para libertar o povo pobre e frágil, não através de distribuir dinheiros, mas com um plano e programa", afirmou Mari Alkatiri.

Para o dirigente, o plano e o programa passam pela existência de um bom sistema de saúde e de educação.

“Não é como agora, um sistema de educação desorganizado (…), que provoca a discriminação das crianças e não corresponde ao sistema de educação no futuro”, disse.

Segundo Mari Alkatiri, “outro caminho para libertar o povo” é através da construção de infraestruturas, mas programadas e planeadas.

“Estamos a falar sobre o dinheiro do povo e por isso nós temos de melhorar a vida do povo e não se pode estragar o dinheiro do povo (…)”, disse.

Neste congresso, que termina no domingo, a FRETILIN vai escolher os candidatos às presidenciais e legislativas do próximo ano.

*Foto em Lusa

Timor-Leste: INDONÉSIA VAI ESFORÇAR-SE PARA ENTRADA DO PAÍS NA ASEAN





Díli - O presidente do partido indonésio Golongan Karya (GOLKAR, na coligação no poder na Indonésia), Aburizal Baktrie, disse hoje que a Indonésia vai esforçar-se para a entrada de Timor-Leste na Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).  
 
"O partido Golkar vai esforçar-se para o Estado indonésio possibilitar a Timor-Leste a aderir brevemente à ASEAN", afirmou, num discurso na sessão de abertura do III Congresso da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (FRETILIN).  
 
Segundo Golongan Karya, a entrada de Timor-Leste na ASEAN vai ser "favorável para a política regional e para a cooperação entre as autoridades timorenses e as nações amigas do sudeste asiático".  
 
Timor-Leste entregou em Março o pedido formal de adesão à ASEAN.  

Em Agosto, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Timor-Leste, Zacarias da Costa, disse à Lusa esperar que a decisão de entrada do país na ASEAN seja tomada em Novembro, durante a cimeira de líderes daquela associação, que vai decorrer em Bali, Indonésia.

*Foto em Lusa

A LÓGICA CAPITALISTA PARA ANGOLA É ABSOLUTAMENTE DISPENSÁVEL!




MARTINHO JÚNIOR, opinião em SER RICO TAMBÉM É UM DIREITO

1 ) Este artigo, num momento em que o capitalismo pela via do império dá sinais de acabar com qualquer hipótese a uma questão que lhe é essencial, a concorrência, é duma pobreza intelectual confrangedora: não reconhece o beco sem saída em que o capitalismo está a cair, quando África continua a ser a primeira grande vítima do desespero a que ele está a conduzir toda a humanidade.

2 ) Por outro lado, não respeita o esforço vital daquelas gerações de angolanos que no âmbito do movimento de libertação, lutando contra o colonialismo, contra o "apartheid" e contra suas sequelas, tinham e têm no socialismo a melhor visão de felicidade, equilíbrio e justiça social para o presente e o futuro.

3 ) Em Angola só há ricos por que foi privilegiada a lógica capitalista desde 1985, com todo um cortejo de injustiças sociais gritantes: é imenso o fosso que separa um punhado do resto da população e isso é sobretudo visível na geografia humana da cidade capital, Luanda!

4 ) É por causa deste tipo de argumentos que em praticamente todos os projectos não se vislumbra "pinta" do tal "socialismo democrático", pelo contrário: mantém-se a tendência para o elitismo, por vezes com projectos megalómanos e mal equacionados, não sendo por acaso que Luanda é considerada a "cidade mais cara do mundo"!

5 ) Quantos ricos angolanos não se estão a tornar agentes desse capitalismo, desrespeitando o esforço de várias gerações que perseguiam o sentido da vida para o povo angolano e para toda a humanidade?

6 ) Falta coragem à classe dirigente para seguir a trilha heróica do movimento de libertação e isso está a fazer com que muitos angolanos capitulem e façam com que também Angola escorregue para a situação típica duma neo colónia!

7 ) A SADC é das poucas esperanças que há em África e isso ficou visível com a tomada de posição em relação ao caso da Líbia, todavia a energia que advém do movimento de libertação está a perder-se e a responsabilidade, mais que individualizá-la, cabe por inteiro à lógica capitalista que está a ser absorvida sem qualquer resistência por parte daqueles que deveriam dar o exemplo de inteligência alternativa, de amor, patriotismo e respeito para com todo o povo angolano e para com África!

Martinho Júnior - Luanda

Moçambique: Governo promete energia elétrica em todos os 128 distritos em 2014




PMA - LUSA

Maputo, 08 set (Lusa) -- Os 128 distritos de Moçambique terão energia elétrica da rede pública até 2014, contra 102 distritos que atualmente estão ligados à infraestrutura elétrica nacional, anunciou o ministro da Energia moçambicano, Salvador Namburete.

Segundo o governante, a expansão da rede elétrica nacional será conseguida através da integração de mais distritos à rede de consumo da Hidroéletrica de Cahora Bassa (HCB), uma das maiores barragens do mundo, e da reparação de centrais hídricas.

Nessa perspetiva, serão investidos cerca de 38,3 milhões de euros na reparação das centrais de Revué e Chicamba, na província de Manica, centro do país, adiantou o ministro da Energia moçambicano.

"Em 1977, eram apenas cinco os distritos que estavam ligados à rede nacional, número que em 2004 já tinha aumentado para 58 e nós acreditamos que vamos cumprir o nosso plano de ligar todos os distritos até 2014", disse Salvador Namburete.

No âmbito da expansão e melhoria da rede elétrica nacional, a Electricidade de Moçambique (EDM) investiu 55 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, de acordo com dados da empresa.

*Foto em Lusa

IDENTIDADE NACIONAL E RELAÇÕES COM A EUROPA E ÁFRICA – OS NOVOS DESAFIOS DA CPLP





Jorge Carlos Fonseca em entrevista exclusiva (3)

Terminamos hoje (7-9) a publicação da entrevista concedida por JCF a Liberal e à revista portuguesa Diplomática. Em foco figuras como Eugénio Tavares, Baltazar Lopes e Amílcar Cabral. E o tema recorrente das relações externas e o papel do Presidente da República.

Praia, 7 de Setembro – Entrevistar o Presidente Jorge Carlos Fonseca foi uma fantástica viagem ao universo de um homem que tem vivido os grandes momentos da História de Cabo Verde, ao olhar sensível do poeta e do intelectual, à visão aberta do cidadão em consonância com as mutações sociais e a sede de justiça, liberdade, desenvolvimento e progresso social que interpela este nosso tempo.

Interessou-nos, mais do que conversar sobre os formalismos da Presidência, perceber o que vai no interior do cidadão Jorge Carlos Fonseca, um político atípico que, como sói dizer-se, “tem estado em todas” quando toca a reunir pelo interesse da sua pátria e do seu povo. E a conversa que colocamos ao crivo dos leitores foi um prazer e um raro privilégio.

UMA COISA É CLARA, O PRESIDENTE JORGE CARLOS FONSECA FOI ELEITO “INDO BEBER A TODAS AS FONTES”…

Tive o apoio do MpD, que foi muito importante, e os apoios que tive deram muito trabalho para os conseguir, não foi de bandeja. Eu candidatei-me, de forma clara, ainda antes de ter o apoio institucional do MpD, e anunciei a candidatura antes das legislativas. Mas creio que, também tive apoios muito diversos: de gente da UCID, de pessoas ligadas ao PAICV – não digo dirigentes, mas militantes e simpatizantes deste partido -, de muita gente sem partido, de quadros, de jovens. Creio que os meus votos foram buscados um pouco para além do MpD.

HÁ UMA ESPÉCIE DE DESPERDÍCIO, PORQUE NÃO SÃO TÃO CONHECIDOS COMO SERIA NECESSÁRIO, UMA ESPÉCIE DE APAGAMENTO HISTÓRICO. REFIRO-ME A TRÊS GRANDES FIGURAS DO PENSAMENTO CRIOULO – DIGAMOS ASSIM -, NOMEADAMENTE EUGÉNIO TAVARES, BALTAZAR LOPES E AMÍLCAR CABRAL.

Sim, acho que tem razão. Em relação ao Amílcar Cabral, talvez o facto de a sua figura ser conotada – e com alguma razão – com uma parte do país, o país do PAICV, não tenha sido bom para o próprio. Isto é, o facto de a sua figura estar ligada, quase de forma intrínseca, a um partido político. É claro que Amílcar Cabral está ligado à história do PAIGC e do PAICV, mas isso prejudica a figura, a informação, o estudo da sua personalidade de uma forma mais objectiva, mais desapaixonada, de uma forma mais abrangente. É raro encontrar um intelectual, que não esteja próximo do PAICV, que tenha apetência para estudar Cabral. E se aparece alguém, as pessoas acham uma coisa esquisita.

Por acaso conheço um jovem, que trabalhou comigo na candidatura – e que não é do PAICV -, muito ligado à imagem de Amílcar, que o estuda… e, de vez em quando – lá na candidatura -, quando falava disso diziam-lhe logo “deixa lá o Cabral”. E isto é porque Amílcar Cabral é visto como uma espécie de ideólogo, de referência e marca do PAICV. Mas, por exemplo, creio que o primeiro busto, ou estátua, foi erigido por um ministro de um governo do MpD.

E, curiosamente, o partido que se diz legatário de Cabral não fez muita coisa por ele. Nem do ponto de vista simbólico – uma estátua, um busto. Embora intelectuais ligados ao PAICV tenham organizado um simpósio, uma ou outra conferência, e há uma fundação com o seu nome, deram o nome a umas ruas, liceus… e talvez em excesso, porque quando se põe o nome de Amílcar Cabral em várias ruas, banaliza-se. Faz sentido numa rua importante, numa grande avenida. Mas é importante fazer um estudo sério e desapaixonado da figura e da obra dele. E isso deve ir para além das palavras de ordem.

Em relação aos outros. Por exemplo, eu conheço mais Eugénio Tavares – que procurei estudar nos últimos anos -, mas foi praticamente por acaso, embora eu tenha essa ligação à Brava. Já conhecia Eugénio, mas achava que ele era mais ligado às mornas, à música. A publicação dos dois volumes antológicos organizados por Félix Monteiro, foi um salto muito importante para o conhecimento de quem foi Eugénio Tavares, como cronista, as suas ligações a jornais e movimentos cívicos e políticos, a sua defesa da autonomia de Cabo Verde, como activista republicano, suponho que até ligações a movimentos maçónicos. Mas a sua componente de pensador surge, de facto, depois da publicação dos volumes. Mas, mesmo assim, julgo que o conhecimento sobre Eugénio ainda está acantonado em pequenos círculos, a pujança intelectual, aquilo que causa espanto nos seus escritos… Ele nasceu na Brava, no tempo em que nasceu, no Cabo Verde de então, como era possível nessas circunstâncias haver uma figura como Eugénio Tavares?

Claro que esteve nos Estados Unidos, que esteve na Praia… Então, o conhecimento que tinha de Eugénio seria uma pequena coisa daquilo que seria desejável. Mas, no plano da música, se quiser ouvir na rádio, não se ouve. Mesmo os grandes intérpretes da música cabo-verdiana, Cesária, Bana e Ildo Lobo não sei se alguma vez terão cantado Eugénio Tavares. Cantam grandes compositores como B.Leza, mas não cantam Eugénio Tavares. O que é uma injustiça tremenda.

Quanto a Baltazar Lopes, agora saiu essa obra do Leão Lopes. Trata de alguns aspectos desconhecidos… bom, também hiperboliza o lado político de Baltazar Lopes, tentando dar uma importância que as pessoas não davam até agora, como homem com um ideário de autonomia e independência de Cabo Verde. Penso, até, que Leão Lopes terá considerado Baltazar o principal mentor, ou referência – do ponto de vista das ideias -, da independência do país, da sua autonomia. Que é uma coisa muito discutível, embora não diga que sim nem que não. Mas Baltazar até foi, talvez, vítima do modo como se processou a independência. Nos primeiros anos, com o PAIGC, havia a ideia de que um intelectual era dispensável, que Baltazar seria um pequeno-burguês que quereria apenas uma autonomia no quadro português. E, portanto, durante muitos anos, Baltazar foi ostracizado e visto como alguém que era mais ou menos contra a independência do país, que seria um reformista no quadro da metrópole colonial. E só depois de um colóquio organizado em 86, em São Vicente – para o qual, e com grande surpresa, fui convidado -, o Aristides Pereira faz aquele discurso em que diz que, afinal, os claridosos acreditavam na independência cultural e literária do país. Foi um acto importante, passando os claridosos de reaccionários a fautores da independência literária e cultural da nação. Houve ali uma espécie de recuperação, que se fez de uma forma ainda minguada, no meu entender.

Mas creio que, ainda, há muitos preconceitos em relação a Baltazar Lopes. Mas também decorrentes de preconceitos regionais, que prejudicam o conhecimento de uma tão grande importante figura do ponto de vista intelectual e cívico.

Não lhe vou dizer que irei ser o recuperador dessas figuras, mas penso que o Presidente da República pode fazer alguma coisa do ponto de vista da promoção da Cultura cabo-verdiana, contribuindo para que se conheçam mais as personalidades e as obras de Eugénio Tavares, de Baltazar Lopes e de outras personalidades, de pessoas como o João Vário, o Arménio Vieira… Tem de haver um maior conhecimento das figuras que são identidade cabo-verdiana e o Presidente pode ter aí um importante contributo.

DO SEU PONTO DE VISTA, QUAL DEVE SER A ATITUDE DE CABO-VERDE NAS SUAS RELAÇÕES COM ÁFRICA, COM A EUROPA E, DE IGUAL MODO, COM A CPLP?

Claro que o Governo decide e executa a política externa do país, como também decide a política interna, Mas, em matéria de política externa, enquanto mais alto representante do Estado, o Presidente tem que ter alguns poderes que traduzam essa referência constitucional. Portanto, tem que ter uma intervenção no plano das comunidades emigradas, deve representar a unidade nacional das ilhas com a diáspora, mas também tem competências concretas na nomeação de embaixadores e, do ponto de vista da política externa, deve ter um papel relevante. Desse ponto de vista – e nesse âmbito -, sempre defendi – aliás, desde o tempo em que fui ministro dos Negócios Estrangeiros - que Cabo Verde deve ter uma política externa que traduza, de algum modo, a sua forma de estar no mundo, que tem a ver com o processo histórico e cultural da sua formação.

Nós somos um país moldado por permuta de valores, por uma miscigenação cultural, e isso talvez se deva traduzir até nas nossas relações com os outros Estados. Isto é, devemos ter relações externas abertas, plurais com todos os mundos. Com a África, com a Europa e com a América. Porque, no fundo, somos um pouco da África, da Europa e da América. É claro que o pragmatismo ter que ser fundamental na política externa, que tem de ser mais ousada e mais atrevida. Quando fomos por aí, sempre tivemos ganhos. Por exemplo, quando em 92 estivemos no Conselho de Segurança das Nações Unidas, tivemos ganhos. E só não tivemos mais porque não houve prossecução da política externa por aquela via, por razões que tiveram a ver com a crise no seio do MpD.

Não sou daqueles que defendem o voltar de costas a África, como algumas pessoas que prezo muito. Nós somos um país africano - com características especiais -, somos um arquipélago, estamos no Atlântico, fazemos a ponte África-Europa-América… Agora, devemos ter uma política africana aberta, frontal, e devemos estar numa relação com os países africanos, com os valores históricos, políticos e culturais que nós temos. Os valores da democracia, do Estado de Direito, do Estado constitucional e, portanto, nas relações com África, não devemos ter preconceitos. Somos africanos, mas com as nossas características e os nossos valores. Ou seja, não devemos esquecer que somos um país que defende a democracia, os direitos humanos e o Estado de Direito – e devemos trabalhar para que os países africanos sejam democracias, respeitem os direitos humanos, respeitem os seus cidadãos e levem a eles o desenvolvimento. Não pode haver preconceitos… “que temos de respeitar as suas opções, que não se pode falar dos golpes de Estado, dos massacres e dos regimes militares”. Devemos defender uma África de futuro, moderna, avançada, com a marca da democracia e que respeite os direitos humanos. Não podemos estar ali com um pé dentro e outro fora.

Assumimos África, até porque pode ser importante para nós, a prazo. As parcerias com África são muito importantes. Quando ela se pacificar e a democracia chegar e se estender, creio que o mercado africano será muito importante para Cabo Verde, directa e indirectamente.

Mas a União Europeia também é um espaço chave da nossa política externa. Os principais parceiros, neste momento, da nossa Economia, são as economias europeias. Neste momento elas estão sob o impacto da crise financeira internacional, o que complica um pouco a cooperação e os investimentos, e daí nós devermos diversificar as nossas relações com países emergentes como a Índia, o Brasil, Angola, China… mas também países como as Seicheles, Maurícias. Temos que ousar diversificar as relações. Bom, e temos as relações com os Estados Unidos.

Quanto à CPLP, creio que é uma ideia fantástica, uma ideia bonita, já se fez alguma coisa mas creio que tem de se fazer muito mais. Às vezes dá a impressão que mesmo os Estados que estão na CPLP, estão lá mas não representa para esses Estados algo de muito relevante na constelação das suas relações externas. Há ali uma ideia meio difusa, não se sabe se é uma comunidade da língua, se é Cultura, se é História ou se são outras coisas. E, portanto, é preciso clarificar. E há países que lá estão, que não se sabe se estão ou não estão. E, sobretudo, se perguntar aos cidadãos portugueses, aos brasileiros, aos angolanos, aos cabo-verdianos… se eles conhecem a CPLP, se sabem o que é e se sentem membros daquilo a que se chama uma comunidade, creio que a maioria não se sente.

E não se sente porquê? Porque nós só nos sentimos membros de qualquer coisa com que temos alguma afinidade, quando estamos com à-vontade, e isso tem a ver com a circulação das pessoas. Eu não vejo uma comunidade supranacional sem a livre circulação. Agora, entendo que seja complicado.Era eu ainda ministro dos Negócios Estrangeiros, criamos o estatuto de cidadão lusófono, politicamente foi um sinal, mas foi um sinal político ingénuo porque ninguém pegou nisso.

Os países como Portugal, o Brasil e Angola têm de se empenhar mais, e entendo devermos caminhar para uma comunidade de povos. Porque há coisas um pouco ridículas, por exemplo, quando vamos a Portugal temos um balcão de entrada de cidadãos da CPLP, mas tenho visto pessoas a sair daquela fila e vão para a geral porque é mais fácil entrar. Até dá ideia que, ser da CPLP, ao contrário de facilitar, só complica.

Exclusivo Liberal - Diplomática

Congresso da FRETILIN: LU OLO DIZ QUE PAZ DEPENDE DA HONESTIDADE DOS POLÍTICOS




MSE - LUSA

Díli, 08 set (Lusa) -- O presidente da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (FRETILIN), Francisco Guterres Lu Olo, disse hoje, na abertura do III Congresso do partido, que a paz e a harmonia no país dependem da "integridade e honestidade" dos líderes políticos.

"Paz e harmonia para o povo e a Nação dependem da integridade e honestidade dos líderes políticos, conforme os princípios do Estado de Direito democrático previstos na Constituição de Timor-Leste", afirmou Francisco Guterres Lu Olo.

O III Congresso Nacional da FRETILIN, que começou hoje em Díli, termina domingo e é dedicado ao tema: "Reforçar a Identidade para a estabilidade, paz e justiça para o desenvolvimento".

Francisco Guterres Lu Olo pediu aos delegados presentes no congresso para trabalharem em conjunto durante os próximos dias para a "FRETILIN no final do congresso estar forte para ganhar as eleições gerais de 2012 e reforçar a identidade nacional do povo, estabilidade, paz e justiça".

Segundo o presidente da FRETILIN, só assim será possível "abrir caminho para o desenvolvimento nacional".

Francisco Guterres Lu Olo recordou também que em 2007 a FRETILIN ganhou as eleições legislativas, mas não conseguiu a maioria absoluta e "não foi convidada pelo Presidente da República a formar governo".

Para o presidente da FRETILIN, no poder ficou a "aliança da maioria perdedora", que não venceu eleições, mas formou governo.

"Desta vez, questões constitucionais, mas como se diz em português o mínimo de ética política", disse, salientando que uma leitura objetivas dos resultados daquelas eleições mostram que povo queria "inclusão" para sair de uma situação de impasse.

Participam no congresso representantes dos partidos GOLKAR (Indonésia), ALP (Austrália), FRELIMO (Moçambique), MPLA (Angola), PAIGC (Guiné-Bissau), UDT (Portugal).

Moçambique: JOAQUIM CHISSANO APELA À FORTIFICAÇÃO DA UNIDADE NACIONAL





Foi uma das pessoas que esteve na capital Zambiana a representar Moçambique na assinatura dos Acordos de Lusaka.

Joaquim Alberto Chissano, antigo estadista de Moçambique ele que volvidos 37 anos considera que o país já registou muitos progressos.

Chissano que falava na cripta dos heróis moçambicanos entende que a unidade nacional nunca deve ser colocada em causa.

Para o antigo estadista moçambicano apesar das conquistas há ainda um longo caminho a percorrer.

A delegação moçambicana em Lusaka era composta por 22 pessoas.

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