sábado, 11 de junho de 2011

Nuclear: PANDORA E STRADIVARIUS




FREI BETTO – CORREIO DO BRASIL

Conta o mito grego que Epimeteu ganhou dos deuses uma caixa que continha todos os males. Advertiu a mulher, Pandora, que de modo algum a abrisse. Mordida pela curiosidade, ela desobedeceu e os males escaparam.

Hoje, uma das caixas de Pandora mais ameaçadoras são as usinas nucleares – 441 em todo o mundo. Por mais que os Epimeteu das ciências e dos governos apregoem serem seguras, os fatos demonstram o contrário. As mãos de Pandora continuam a provocar vazamentos.

O vazamento da usina nuclear de Chernobyl, em 1986, na Ucrânia, afetou milhares de pessoas, sobretudo crianças, e promoveu séria devastação ambiental. Calcula-se que Chernobyl provocou a morte de 50 mil pessoas.

Agora temos o caso da usina japonesa de Fukushima, atingida pelo tsunami. Ainda é cedo para avaliar a contaminação humana e ambiental provocada por vazamento de suas substâncias radioativas, mas o próprio governo japonês admite a gravidade. Se o Japão, que se gaba de possuir tecnologia de última geração, não foi capaz de evitar a catástrofe, o que pensar dos demais países que brincam de fogo atômico?

No Brasil, temos as três usinas de Angra dos Reis (RJ), construídas em lugar de fácil erosão por excesso de chuva, como o comprovam os desmoronamentos ocorridos na região a 1o de janeiro de 2010.

Ora, não há risco zero em nenhum tipo de usina nuclear. Todas são vulneráveis. Portanto, a decisão de construí-las e mantê-las é de natureza ética. Acidentes naturais e falhas técnicas e humanas podem ocorrer a qualquer momento, como já aconteceu nos EUA, na União Soviética e no Japão.

Em 1979, derreteu o reator da usina de Three Mile Island, nos EUA. Em Chernobyl, o reator explodiu. Em Fukushima, a água abriu fissuras. Portanto, não há sistema de segurança absoluta para essas usinas, por mais que os responsáveis por elas insistam em dizer o contrário.

Ainda que uma usina não venha a vazar, não são seguros os depósitos de material rejeitado pelos reatores. E quando a usina for desativada, o lixo atômico perdurará por muitas e muitas décadas. Haja câncer!

No caso de Angra, se ocorrer algum acidente, não há como evacuar imediatamente a população da zona contaminada. A estrada é estreita, não há campo de pouso para aviões de grande porte e os navios demorariam para aportar nas proximidades.

Cada usina custa cerca de US$ 8 bilhões. O investimento não compensa, considerando que a energia nuclear representa apenas 3% do total de modalidades energéticas em operação no Brasil. Nosso país abriga 12% da água potável do planeta. Com tantos recursos hídricos e enorme potencial de energias solar e eólica, além de energias extraídas da biomassa, não se justifica o Brasil investir em reatores nucleares.

Na Itália, eles foram proibidos por plebiscito. A Suécia agora desativa suas usinas, e a Alemanha decidiu, em maio deste ano, fechar todas as suas usinas nucleares.

Usinas nucleares são como violinos Stradivarius. Antônio Stradivari (1648-1737), italiano, construiu os mais perfeitos violinos. Mais de mil unidades, das quais restam 650. Hoje, um Stradivarius vale, no mínimo, R$ 5 milhões. Um violino nunca é exatamente igual ao outro. As madeiras utilizadas possuem diferentes densidades, a radiação sonora e a vibração diferem e podem ser percebidas por um bom ouvido. Todos os Stradivarius foram feitos por artesãos que souberam guardar os segredos de sua fabricação.

Assim são as usinas nucleares. Não existe uma exatamente igual à outra. Não é previsível o que pode ocorrer no núcleo de uma delas se houver um acidente, incidente ou crise. Assim como se reconhece a qualidade de um violino pelo seu som, apenas por sinais externos se pode avaliar a gravidade de um vazamento nuclear, verificando a temperatura, a radiação e emissão de isótopos radioativos como iodo 131, césio 137, estrôncio 90 e plutônio 238.

Um detalhe da caixa de Pandora: só não escapou o único bem que se misturava aos males – a esperança. E a ela nos atemos neste momento em que, em todo o mundo, há mobilizações pela desativação de usinas nucleares. É hora de o povo brasileiro reagir, antes que se rompam as cordas do violino e as malditas mãos de Pandora venham a abrir de novo a caixa nuclear.

Frei Betto é escritor, autor de “Diário de Fernando – nos cárceres da ditadura militar brasileira” (Rocco), entre outros livros.

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VIOLÊNCIA NA SÍRIA FAZ MAIS DE 4.300 CIVIS FUGIREM PARA A TURQUIA





Mais de 4.300 civis sírios fugiram para o Norte do país e atravessaram a fronteira com a Turquia para escapar dos conflitos violentos entre manifestantes e forças do governo. As autoridades turcas disseram hoje neste sábado que os números podem ser ainda maiores, já que muitas pessoas não foram registradas na fronteira.

Halit Cevik, do Ministério das Relações Exteriores da Turquia, disse que, por enquanto, o país está conseguindo lidar com a situação, mas que as autoridades podem vir a precisar de ajuda internacional, caso o conflito na Síria se agrave. A Turquia não considera os sírios que fugiram como “refugiados”, já que eles não pediram para ficar no país e estão apenas esperando a violência acabar para voltar para a Síria.

Manifestantes da oposição afirmam que pelo menos 32 pessoas foram mortas na sexta-feira (10) em novos confrontos entre opositores e forças do governo. A violência começou quando as forças do governo entraram na cidade vizinha de Jisr Al Shughour, onde o governo afirma que mais de 120 militares foram mortos por rebeldes nesta semana.

A onda de protestos começou no país há três meses. Sexta-feira foi um dia de manifestações contra o regime de Assad em diversas partes do país, após o período de orações. Desde março, protestos em massa contra o presidente sírio, Bashar Al Assad, se tornaram comuns após as orações de sexta-feira.

Em entrevista à TV, o premiê turco, Recep Tayyip Erdogan, condenou a repressão do governo sírio e disse que as ações militares são “desumanas”. A Turquia tem sido o destino imediato de sírios que tentam fugir do conflito. Erdogan informou que discutiu o assunto recentemente com o presidente Bashar Al Assad, mas alegou que a receptividade do vizinho foi “inadequada”.

Grupos de ajuda humanitária afirmam que mais de 1.300 mil pessoas — a maioria, civis desarmados — já morreram durante protestos contra o governo. O governo refuta e diz que 500 membros das forças de segurança foram mortos. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha pediu acesso imediato à população afetada pela violência e também aos detidos e feridos. Por ora, a entidade montou um campo na Turquia capaz de abrigar 5 mil pessoas.

Da Redação, com informações da BBC Brasil

Portugal: ÚLTIMO DIRETOR DA PIDE “NÃO TEM BOM NOME QUE POSSA SER DEFENDIDO”


Silva Pais, o PIDE mor

JORNAL DE NOTÍCIAS

O último director da PIDE, Silva Pais, cuja memória está a ser evocada no julgamento da peça "A filha rebelde", não tem bom nome que possa ser defendido em tribunal, disse o professor catedrático José Manuel Tengarrinha.

"Ele pode ser sido uma boa pessoa em família, mas a sua atitude pública, o seu comportamento foi altamente condenável como principal responsável da repressão do Estado Novo", disse o antigo deputado, várias vezes detido pela PIDE.

Em causa está uma peça de teatro estreada no Teatro D. Maria II, em 2007, e que conta a história de Annie Silva Pais, filha do antigo director da PIDE.

Os sobrinhos de Silva Pais processaram os dois antigos directores do Teatro Nacional D. Maria II - Carlos Fragateiro e José Manuel Castanheira - e a autora da adaptação do texto, Margarida Fonseca Santos, por difamação e ofensa à memória de Silva Pais.

Em tribunal "defende-se o bom nome de uma pessoa que tem bom nome. Ele não tem bom nome", opinou Tengarrinha, actualmente com 80 anos.

Para o fundador do Movimento Democrático Português, é preciso separar as águas: por um lado a "afeição familiar" dos sobrinhos de Silva Pais e por outro o comportamento "cruel, opressivo e repressivo" do antigo director da PIDE.

"É confundir as duas coisas. Ele não tem bom nome. Eu estive várias vezes preso quando ele foi director e sei bem o que passei e qual era a opinião dele sobre os presos políticos e como deviam ser "apertados" para denunciar", recordou.

O julgamento começou no dia 3 de maio e a próxima audiência está marcada para o dia 22, para audição de Valdemar Cruz e José Pedro Castanheira, jornalistas do semanário Expresso e autores do livro "Filha Rebelde", testemunhas arroladas por ambas as partes do processo.

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FMI FOI ALVO DE ATAQUE INFORMÁTICO





O Fundo Monetário Internacional, que detém vasta informação sensível sobre a situação financeira de muitos países, foi alvo de um "complexo" ataque informático recente, durante os últimos meses.

O ataque informático foi revelado em informação interna do Fundo Monetário Internacional circulada na quarta-feira e foi considerado "complexo" e de dimensões ainda desconhecidas, noticia este sábado o jornal "New York Times".

"Trata-se de uma falha (de segurança) muito grande", disse ao "New York Times" um dos funcionários do Fundo Monetário Internacional (FMI), que referiu que o ataque ocorreu ao longo dos últimos meses.

David Hawley, porta-voz do FMI, referiu que o incidente está a ser investigado, mas que a instituição internacional opera em pleno".

O FMI coordena os programas de resgate de Portugal, Grécia e Irlanda, tendo também em sua posse informação sensível sobre outros países, bem como outros dados que podem afectar os mercados.

WASHINGTON INTENSIFIE LES FRAPPES AÉRIENNS AU YÉMEN




LEMONDE.FR avec AFP et Reuters

Les Etats-Unis ont accentué leurs raids aériens au Yémen ces dernières semaines, à l'aide de drones et d'avions de combat, contre des militants présumés d'Al-Qaida, rapporte le New York Times. L'accélération des frappes intervient alors que le régime du président Ali Abadallah Saleh est en passe d'être renversé par une insurrection populaire. Selon le New York Times, les frappes américaines sont destinées à empêcher les partisans d'Al-Qaida dans le sud du pays de s'emparer du pouvoir, en prenant avantage du vide politique actuel. Pour la CIA, la présence d'Al-Qaida dans la péninsule arabique (AQPA) représenterait un danger plus important que celui posé par les hauts responsables de la nébuleuse terroriste cachés au Pakistan.

Un responsable américain a confirmé qu'au cours d'une frappe aérienne menée par des appareils américains vendredi dernier, Abou Ali Al Hariti, une étoile montante d'Al-Qaida au Yémen, avait été tué. En mai, les Américains avaient tenté d'abattre Anouar Al Aoulaki, chef d'AQPA.

"POURSUIVRE LA RÉVOLTE"

Mercredi, le plus haut gradé américain, Michael Mullen, a prévenu que le "chaos" au Yémen rendait Al-Qaida encore "plus dangereuse". Le numéro deux d'Al-Qaida, Ayman Zawahiri, a d'ailleurs appelé les Yéménites à poursuivre leur révolte pour établir "un régime qui appliquera la charia", dans une vidéo diffusée mercredi sur Internet. Mardi, le ministère de la défense yéménite avait annoncé que trente "membres d'Al-Qaida" avaient été tués lors d'un assaut de l'armée contre Zinjibar, ville aux mains d'insurgés soupçonnés d'être liés à Al-Qaida.

Le président Ali Abdallah Saleh est actuellement hospitalisé à Riyad, après avoir été blessé lors du bombardement du palais présidentiel à Sanaa. Ali Abdallah Saleh, qui a dirigé le pays durant trente-trois ans, a été un allié important de Washington dans le combat contre Al-Qaida, dont il a longtemps agité la menace pour justifier son maintien au pouvoir, en dépit de la vive contestation populaire contre lui depuis janvier.

"NOUVEL ESSOR"

Le 21 mai, M. Saleh avait prévenu "si ce régime part, Al-Qaida va connaître un nouvel essor". Selon le New York Times, les récentes opérations aériennes américaines surviennent après près d'un an de suspension due à une mauvaise qualité du renseignement qui a provoqué plusieurs morts chez des civils lors des frappes. Le président Saleh avait donné son feu vert à ces frappes au Yémen en 2009, tout en déclarant publiquement qu'elles étaient conduites par l'armée de l'air yéménite, rappelle le journal.

L'extension du conflit au Yémen pourrait avoir des effet pervers, constatent les services américains : un camp pourrait décider de fournir à Washington de fausses informations pour porter des coups contre ses adversaires. C'est la raison pour laquelle l'ambassadeur américain à Sanaa a rencontré certains membres de l'opposition pour leur expliquer que la démarche de Washington n'est pas de favoriser telle ou telle faction mais de lutter contre Al-Qaida.

Savoir plus:

Le mouvement de contestation au Yémen

PRESSION CROISSANTE SUR LA SYRIE APRÉS LA RÉPRESSION




LEMONDE.FR avec AFP et Reuters

Les Etats-Unis soutiennent la résolution sur la Syrie proposée par les Européens au Conseil de sécurité de l'Onu, a confirmé vendredi la Maison Blanche. "Les Etats-Unis condamnent fermement l'usage effroyable de la violence par le gouvernement syrien à travers la Syrie aujourd'hui", indique le porte-parole de la présidence américaine, Jay Carney, dans un communiqué. "La violence et les brutalités doivent cesser immédiatement", ajoute la Maison Blanche.

"Le gouvernement syrien conduit la Syrie sur un chemin dangereux", ajoute la Maison Blanche. "Les forces de sécurité syriennes continuent de tirer, d'attaquer et d'arrêter des manifestants et des prisonniers politiques sont toujours détenus". "C'est le genre de violence révoltante qui conduit les Etats-Unis à soutenir une résolution du Conseil de sécurité de l'ONU condamnant les actions du gouvernement syrien et appelant à la fin immédiate de la violence et des violations des droits de l'homme fondamentaux", explique la Maison Blanche.

Un projet de résolution proposé par la France, le Portugal, la Grande-Bretagne et l'Allemagne condamne le régime de Damas et n'exclut pas que les forces de sécurité syriennes se soient rendues coupables de crimes contre l'humanité.

Neuf des 15 membres du Conseil se sont dits prêts à voter le texte mais la Chine et la Russie ont exprimé leur réticences à soumettre le cas syrien au Conseil, Moscou ayant même laissé entendre qu'il était prêt à y opposer son veto.

Le premier ministre turc, Recep Tayyip Erdogan, pourtant "un ami" du président syrien, a décrit comme une "atrocité" la répression chez son voisin. Alors que la Turquie a décidé de garder les frontières ouvertes, des milliers de Syriens, dont beaucoup originaires de Jisr al-Choughour, s'y sont réfugiés ces derniers jours.

Le secrétaire général des Nations unies, Ban Ki-moon, a qualifié d'"inacceptable" l'usage de la force militaire fait par le régime syrien contre les civils et s'est dit "profondément inquiet" des violences qui se poursuivent en Syrie.

Savoir plus :

RAPIDINHAS DO MARTINHO – 21




MARTINHO JÚNIOR

CONSTRUINDO A EMERGÊNCIA

A emergência não se destaca apenas pelas capacidades em expansão dos países que compõem os BRICS; a emergência implica a paciente construção de articulações estruturantes alternativas às dos países do norte, que garantem inter relacionamentos geo estratégicos transoceânicos para o fluxo de mercadorias em grande tonelagem entre os BRICS, ou entre as regiões em que eles se integram, facilitando trocas comerciais e a circulação de pessoas, de bens e de equipamentos.

No início de Junho corrente, o ex-Presidente Lula da Silva esteve de visita a Cuba onde fez uma avaliação das obras do novo porto de águas profundas de Mariel, uma localidade situada a cerca de 50 km a oeste de Havana.

Em Fevereiro de 2010, quando duma das visitas oficiais de Lula enquanto Presidente a Cuba, deu-se arranque ao projecto, que agora vai ganhando forma, entrando as obras em velocidade de cruzeiro.

O novo porto de Mariel é um dos pontos duma articulação em construção que traz o sinal dos relacionamentos sul – sul, substancialmente nos relacionamentos da América Latina com o Extremo Oriente, entre a China e o Brasil.

Segundo um artigo em Cubadebate (http://pt.cubadebate.cu/noticias/2011/06/01/lula-visita-em-cuba-obras-de-porto-financiadas-pelo-brasil/), “o Brasil financiou 300 milhões de dólares – dos 600 milhões previstos – para a construção de uma estrada e uma ferrovia entre Mariel e Havana, além de dragagem do porto, construção de diques, armazéns e outras obras, todas a cargo de uma empresa brasileira.

Mariel substituirá comercialmente o porto de Havana como o principal do país, devido a maior profundidade de sua costa e melhor localização para operações com grandes navios”.

Cuba com o porto de águas profundas de Mariel vai-se tornar, em pleno Golfo do México e já durante a 2ª década do século XXI, num importante entreposto disponível para as rotas transoceânicas entre os países do Pacífico, com a China e o Japão à cabeça e os países com regiões costeiras no Atlântico, sobretudo os países da América Latina, com o Brasil à cabeça.

Ao porto de Mariel chegarão os maiores porta contentores transoceânicos, que utilizarão o canal do Panamá na ligação Pacífico – Atlântico e vice versa e dele, enquanto entreposto de longo curso, partirão as cabotagens para todo o Atlântico.

O porto de Mariel será, imediatamente a leste do canal do Panamá, o maior entreposto transoceânico.

Essa rota é alternativa àquela mais longa que saindo do Pacífico deriva para oeste atravessando o Índico e alcançando o Atlântico por via do canal do Suez – Mar Mediterrâneo, ou por via do Cabo da Boa Esperança, a sul de África.

Com Mariel o Brasil está em condições de melhor expandir os relacionamentos comerciais com o Extremo Oriente, sobretudo com a China, puxando Cuba para as novas articulações estruturantes sul – sul e contribuindo dessa forma para a diminuição do pérfido bloqueio a que Cuba tem sido sujeita há mais de 50 anos.

A ousadia do sul perante o bloqueio é simples: é através de inteligência, conjugação de interesses e obras que é possível, sem gastar uma bala, enfrentar o monstro da hegemonia!

O novo porto de Mariel terá também importância para o crescimento metropolitano da capital de Cuba, que se expandirá na direcção oeste e ao logo da linha de costa desde o velho porto de Havana.

O porto reabre também a expectativa em relação ao velho projecto de construção dum outro canal de ligação Atlântico – Pacífico na Nicarágua, com o concurso internacional de interesses como os da Venezuela, da China e do Brasil.

As articulações dos BRICS, com geo estratégias globais, começam a dar passos mais decisivos, apesar da pressão da hegemonia e das contrariedades que ela se esforça por criar.

Acabar de forma inteligente com o sufoco é a única forma de afirmação possível dos estados que se identificam plenamente com seus povos e com sua vontade solidária de independência e integração.

Martinho Júnior - 9 de Junho de 2011.

Marcha pela igualdade exige cumprimento dos direitos e menos barreiras arquitectónicas





Cidadãos com deficiência marcharam hoje à tarde em Lisboa, em defesa dos seus direitos, nomeadamente o cumprimento do previsto na legislação, mas também exigindo menos barreiras arquitectónicas e mais apoio para a integração no mercado de trabalho.

Sob o lema "Caminhamos na Diferença por Direitos Iguais", os cerca de 150 participantes na marcha que desceu a avenida da Liberdade, exigiram "a revogação do decreto-lei 290/2009 que retira direitos e reduz os apoios sociais aos deficientes, nomeadamente nas comparticipações dos medicamentos", como disse Humberto Figueiredo, pai de um jovem deficiente.

"Vimos por um lado mostrar que existimos, por outro lado ao mostrarmos que existimos conseguimos manifestar-nos em prol dos nossos interesses", disse o cidadão deficiente Pedro Alexandre.

"Há muita coisa que está prevista na legislação que não é conseguida como a atribuição de ajudas técnicas, subsídios a pessoas com invalidez e que quando se obtêm são do valor que são...", acrescentou Pedro Alexandre.

"Preconizar a entrada da pessoa com deficiência no mercado no trabalho" é outra das exigências dos deficientes, defendeu Pedro Alexandre que lamentou terem sido retirados, em 2009, alguns benefícios para a entidade patronal que empregasse deficientes.
"O mercado de trabalho é muito importante", sublinhou e prosseguiu: "Quando a pessoa pensa, 'ai coitadinho' não (é isso), a pessoa precisa de rendimentos, precisa de produzir, de se encaixar numa equipa, de se sentir útil e mais um igual aos demais, apesar das deficiências".

Outra questão é a das barreiras arquitetónicas, Pedro Alexandre lamentou que o Estado tenha legislado de modo a que os edifícios sejam adaptados às pessoas com deficiência e quando"esse mesmo Estado constrói sem cumprir o que ele próprio legislou", disse.

Também Maria Dulce Silva, psicóloga voluntária no Centro Misericórdia de Recuperação de Alcoitão, que também participou na marcha apoiando os cinco deficientes daquela instituição, afirmou à Lusa que "o país não está habilitado, do ponto de vista arquitetónico, para ter deficientes, dadas as muitas barreiras existentes".

"Assim, nunca conseguem ser autónomos", frisou.

"Em termos de transportes - disse por seu turno Pedro Alexandre - não podemos viajar nem de autocarro nem de comboio".

"A sociedade não nos permite uma integração a 100 por cento", rematou Pedro Alexandre.

*Com Lusa, incluindo foto

TOMADA DE POSSE DE NOVOS AUTARCAS DE MADRID ACABA EM CONFRONTOS





Num dia em que se verificaram protestos em diversas cidades espanholas, em Madrid, a polícia interveio e retirou alguns manifestantes que barravam a entrada dos novos autarcas.

A tomada de posse dos novos autarcas de Madrid acabou em confrontos entre as autoridades e os manifestantes do movimento 15 de Maio, que continuam a protestar contra o rumo das políticas do governo espanhol.

Num dia marcado por protestos em várias cidades espanholas, a polícia interveio para dispersar os manifestantes que se concentraram em frente ao município da capital, onde os novos autarcas iam tomar posse.

A polícia de choque arrastou alguns manifestantes para fora da praça onde fica a sede da câmara de Madrid, muito embora várias fontes policiais, citadas por jornais espanhóis, recusem falar na existência de violência.

As autoridades dizem apenas que limitaram a retirar várias pessoas que bloqueavam a entrada das viaturas oficiais que transportavam os novos presidentes de câmara, tendo-se verificado três feridos e algumas detenções.

Em Vigo, a polícia retirou um grupo de manifestantes que entrou no auditório municipal e interrompeu com tachos e panelas a posse da nova autarquia, ao passo que em Salamanca há relatos de uma carga policial que provocou cinco feridos.

MADRID: LA POLICIA INTERVIENE CONTRA EL 15-M EN EL AYUNTAMIENTO DE MADRID





Los manifestantes protestaban durante la investidura de Gallardón - El altercado se ha saldado con tres heridos muy leves - Una veintena de policías se enfrenta en Salamanca con los indignados causando cinco heridos

La Policía ha dispersado con contundencia esta mañana a los manifestantes concentrados en las inmediaciones de la plaza de la Villa de Madrid. Allí se ubica el antiguo Ayuntamiento, donde se celebraba la sesión de investidura del alcalde de Madrid, Alberto Ruiz-Gallardón. Los agentes han dispersado en algunos momentos con violencia (a patadas, puñetazos y empujones) a los manifestantes que protestaban con una cacerolada desde antes del inicio del pleno. La policía había bloqueado todos los accesos a la Plaza de la Villa, pero no la parte trasera en la que se sitúa la entrada del aparcamiento.

Los incidentes han comenzado tanto en la calle de Sacramento como la de Pretil de los Consejos, poco antes de la salida de los coches oficiales tras finalizar la toma de posesión. En esa zona un grupo de manifestantes habían bloqueado la salida del aparcamiento y han sido desalojados con dureza por la Policía Nacional.

Aproximadamente un millar de personas habían acudido en Madrid a la convocatoria del Movimiento 15-M, que ha organizado caceroladas ante las sedes de todos los Ayuntamientos del país. La Policía mantenía cerrados todos los accesos a la plaza de la Villa desde primera hora de la mañana, y un cordón policial ha cortado la calle Mayor, desde la calle del Factor hasta el Mercado de San Miguel.

Los indignados han optado entonces por dividirse en varios bloques: en la parte abierta de la calle Mayor, en la plaza del Mercado de San Miguel, en la calle del Pretil de los Consejos y en la de Sacramento, donde las autoridades han encajonado a un grupo, de forma que solo se podía salir pero no volver a entrar. Una treintena de los manifestantes se han sentado ante el aparcamiento de la sede del Consistorio municipal para bloquear la salida. Los antidisturbios han tratado entonces de desalojarlos y los agentes se han lanzado a patadas contra los concentrados.

En el momento de la salida de los coches oficiales por Pretil de los Consejos es cuando se han producido los momentos de mayor tensión y algunos manifestantes han arrojado botellas de plástico contra los vehículos. La policía ha vuelto a intervenir en ese momento.

Después, los indignados se han dirigido hacia Cibeles, donde está la nueva sede del Consistorio, y han cortado el tráfico en el tramo entre la fuente y las puertas del Ayuntamiento.

Fuentes del Ministerio del Interior y del Ayuntamiento de Madrid aseguran que no hubo violencia en ningún momento y que la policía intervino para retirar a una parte de los manifestantes que bloqueaban la salida del aparcamiento, por el que debían salir los coches oficiales, y destacan que en el parte de incidencias no figura ningún herido. El Samur ha explicado que atendió a tres heridos muy leves -dos con un golpe, uno con una torcedura de tobillo- y fueron dados de alta en el mismo lugar.

Carga en Salamanca, heridos en Valladolid

Las concentraciones de los indignados el día de la toma de posesión de los nuevos equipos de Gobierno municipales en más de medio centenar de Consistorios no han estado exentas de incidentes. En Salamanca, los indignados acampados en la Plaza de la Constitución denuncian una carga de la policía municipal, que se saldó anoche con cinco personas heridas, una de ellas con una posible fractura en la nariz. La policía local de la ciudad reconoce el enfrentamiento y lo califica de "rifirrafe". El movimiento, por su parte, ya habían convocado para hoy por medio de Twitter (#acampadasala y @salasinmiedo) y Facebook una concentración a las once de la mañana en la Plaza de la Constitución para denunciar, bajo el lema "No tenemos miedo", lo sucedido.

En Valladolid, tres jóvenes indignados han resultado heridos esta madrugada, después de que un grupo ajeno al colectivo haya golpeado a varios manifestantes. Fuentes de la Policía Nacional han asegurado que se trataba de dos personas "pasadas de copas" que han entrado en el campamento y se han enzarzado en una pelea con los manifestantes, por lo que han sido identificadas, aunque no detenidas dada la "levedad" de los hechos.

También se han producido detenciones. Dos personas fueron detenidas este mediodía en la protesta a las puertas del Ayuntamiento de Burgos. Fuentes de la Policía Nacional aseguran que uno de ellos propinó un golpe en la espalda a uno de los agentes, mientras que otro fue detenido por sacar fotografías a los policías, según testigos presenciales.Tres "indignados" del Movimiento 15-M han sido detenidos hoy por la Policía Local por trepar hasta el balcón del Ayuntamiento de Palma después del acto de constitución del consistorio celebrado esta mañana, han informado fuentes policiales. 

En otros casos, como en Alicante, se han producido desalojos sin mayores incidentes. Frente al Ayuntamiento alicantino una veintena de indignados que pasaban la noche para protestar contra la "corrupción" y "acompañar" en su investidura a la alcaldesa entrante, la popular Sonia Castedo, fueron obligados a abandonar la plaza a las 7.30 de la mañana.


CABINDA: LANÇADO EM LISBOA OBRA DO JORNALISTA ORLANDO CASTRO


  Orlando Castro, o autor de “Cabinda – Ontem protectorado, hoje colónia, amanhã Nação”

LIBERAL

LIVRO QUEBRA SILÊNCIO SOBRE CABINDA

«Muitos dirão que se trata de jornalismo de causas, e porventura terão razão. Mas a defesa da causa dos oprimidos, das minorias, dos mais fracos, dos que não têm voz, é um jornalismo por uma causa justa»

Lisboa, 16 de Maio – A Letras de Ferro, uma recém constituída editora, acaba de lançar o seu primeiro título: “Cabinda – Ontem protectorado, hoje colónia, amanhã Nação”. Da lavra do jornalista Orlando Castro, a obra aborda um tema silenciado por estranhas cumplicidades e destapa o logro das ditaduras africanas encapotadas de “democráticas”, sob o silêncio interesseiro do ocidente mais apostado no negócio do que nos Direitos Humanos.

CABINDA – A OBRA E O AUTOR

A Amnistia Internacional e a Human Rigths Watch alertam os governos dos países livres para o facto de as autoridades angolanas continuarem a prender sem culpa formada e, obviamente, apenas por delito de opinião, os defensores dos Direitos Humanos em Cabinda.

Um exemplo. Francisco Luemba, um proeminente advogado e antigo membro da extinta organização de defesa dos direitos humanos Mpalabanda, esteve detido 11 meses acusado de crimes contra o Estado, em conexão com a publicação em 2008 do livro “O Problema de Cabinda Exposto e Assumido à Luz do Direito e da Justiça”.

O Autor espera que, tanto os ilustres cérebros que vagueiam nos areópagos da política portuguesa, como os que se passeiam nos da política angolana, leiam este livro com a atenção de quem, no mínimo, sabe que os cabindas merecem respeito.

Terá Cabinda similitudes com Timor-Leste? E com o Kosovo? E com o Saara Ocidental?

Cabinda é um território ocupado por Angola. E, tanto a potência ocupante, como a que o administrou (Portugal), pensaram, ou pensam, em fazer um referendo para saber o que os cabindas querem. Seja como for, o direito de escolha do povo não prescreve, não pode prescrever, mesmo quando o importante é apenas o petróleo.

LIVRO APRESENTADO EM LISBOA

A Casa da Imprensa, acolheu a apresentação do livro, pela voz de Carlos Narciso, também jornalista e figura conhecida da comunicação social portuguesa. Pela importância de que se reveste, reproduzimos na íntegra a sua intervenção:

«Este livro é um exercício a dois tempos. Por um lado, é um relatório de factos relacionados com a História de Cabinda. Os tratados do século XIX, a implantação da República em Portugal, o Estado Novo, a revolução de Abril, a descolonização, a guerra civil angolana. Por outro lado, é um acto de liberdade de expressão, exercido por um jornalista que se quer a tempo inteiro e íntegro.

«Muitos dirão que se trata de jornalismo de causas, e porventura terão razão. Mas a defesa da causa dos oprimidos, das minorias, dos mais fracos, dos que não têm voz, é um jornalismo por uma causa justa, digamos assim, “é o jornalismo da indignação, que não é indolor nem incolor” parafraseando o conhecido jornalista português Baptista Bastos.

«O que o bom jornalismo exige é a procura, em consciência, da Verdade, mais do que a simples exposição de factos ou afirmações. Fazer jornalismo é, ainda, descodificar argumentos para uma linguagem acessível a todos os que quiserem compreender o drama que se relata na prosa jornalística…

«Nesse sentido, este livro é uma pedrada no charco. Não por conter revelações assombrosas, mas por se atrever a falar de um assunto silenciado e que incomoda os sistemas em vigor: o sistema político instaurado em Angola e o sistema capitalista sustentado globalmente pela exploração e acumulação de riqueza.

«Aqui não resisto em repetir o que vem escrito no livro: “…é por isso que Cabinda não é notícia. Uma bitacaia no presidente do MPLA teria com certeza muito maior cobertura do que o facto de em Cabinda imperar o terror.

«Falar hoje de Cabinda é algo que desagrada aos poderes políticos e económicos de Angola, de Portugal, e dos que mandam em Angola e em Portugal.

«A situação de Cabinda deriva do resultado da descolonização portuguesa. Mas essa descolonização não foi um acto controlado pelos que derrubaram o regime do Estado Novo em Portugal. O papel de Portugal não foi assim tão decisivo, tendo em conta o confronto na época entre os EUA e a União Soviética.

«Aconteceu que os EUA perderam a guerra em Angola, assim como já tinham perdido antes a do Vietname.

«Os vencedores – a URSS, Cuba, o MPLA – não estavam, naturalmente, interessados na independência de Cabinda e Portugal pouco mais podia ser que um espectador passivo.

«Bom, é isto que este livro retrata, ainda que por outras palavras e, porventura, diferentes pontos de vista.

«É preciso acrescentar que hoje vivemos em sociedades proto-fascistas, no sentido em que só os poderosos é que têm direito a sobreviver. Acham exagero? Mas digam lá, então, quem é que hoje que esteja fora do arco do poder, se consegue fazer ouvir. Não me refiro a conversas de café, onde cada um fala mais ou menos alto aquilo que entende… refiro-me ao eco que opiniões divergentes têm nos grandes órgãos de comunicação social nacionais, as televisões, por exemplo… Aqui ou em Angola?... em Cabinda é quase um silêncio total, poder, se consegue fazer ouvir. Não me refiro a conversas de café, onde cada um fala mais ou menos alto aquilo que entende… refiro-me ao eco que opiniões divergentes têm nos grandes órgãos de comunicação social nacionais, as televisões, por exemplo… Aqui ou em Angola?... em Cabinda é quase um silêncio total, entrecortado talvez pelos gemidos dos agrilhoados… e em Portugal, enfim… por exemplo, agora vamos para eleições, mas já repararam que os debates eleitorais nas televisões são só entre os cinco grandes partidos, os que têm acento parlamentar, mandando às urtigas o direito constitucional de igualdade perante todas as candidaturas? Em Portugal, onde é que um ponto de vista que não seja do pensamento dominante se consegue fazer ouvir? Qual é o jornal nacional, a rádio ou a televisão que acolhe opiniões incómodas e as questiona? As difunde? As confronta? Qual deles é que está aqui para ouvir ideias que confrontam o Poder estabelecido em Angola, um Poder que compra com petróleo silêncios e compromissos por todo o Mundo? É neste quadro que temos de entender o silêncio mediático que envolve a questão de Cabinda.

«Mas, enfim… Quando estamos convencidos da nossa razão, nunca devemos abdicar de lutar por aquilo que entendemos que é justo. O que a História ensina é que pode demorar tempo, pode não ser no nosso tempo, pode ser que só aconteça no tempo dos nossos filhos ou dos nossos netos - digamos que isso é pouco importante. O que é importante é o rumo que imprimimos aos acontecimentos. O livro termina com a frase “Só é derrotado quem deixa de lutar”… na verdade, a razão pode ser abafada durante algum tempo, mas não pode ser abafada durante todo o tempo. É isso que este livro nos ensina. E por isso merece ser lido.

Obrigado, Orlando Castro»

RETRATO DO AUTOR

Orlando Castro nasceu em 1954 em Angola, na então cidade de Nova Lisboa (Huambo). Como jornalista deixou na sua terra natal colaboração dispersa em “Província de Angola”, “O Planalto”, “Olá! Boa Noite” e “Rádio Clube do Huambo”. Em 1975, ainda em Angola, publicou o livro de poemas “Algemas da Minha Traição”.

Em Portugal, onde chegou nos finais de 1975, colaborou com os jornais “Pontual”, “ País”, “Templário”, “Jornal de Ramalde”, “Vida Social”, “Voz do Barreiro”, “RIT-Revista da Indústria Têxtil”, (onde foi chefe de Redacção) e “O Primeiro de Janeiro” (onde foi editor da secção de Economia). Integrou, de 1991 a 2009, a Redacção do “Jornal de Notícias”.


CLONAR HUMANOS COM GENES DE CHIMPANZÉ




ORLANDO CASTRO*, jornalista – ALTO HAMA

Um laboratório argentino anunciou o nascimento da primeira vaca clonada com dois genes humanos, para produzir um equivalente do leite materno, que pode proteger os bebés contra doenças e promover o seu desenvolvimento.

Por experiência própria, conheci alguns chimpanzés (entre outras espécies) com notável espírito de solidariedade para com os humanos. Espírito esse bem superior, em muitos casos, ao que agora é evidenciado por alguns políticos portugueses.

Creio, por isso, que se calhar faria sentido clonar seres humanos com genes de chimpanzé, procurando dessa forma produzir políticos capazes de fazerem o que cada vez é mais escasso: viver para servir.

No caso argentino, segundo o Instituto Nacional de Tecnologia Agrícola (INTA), "a vaca clonada, 'baptizada' Rosita ISA, é o primeiro bovino nascido no mundo com dois genes humanos que contêm as proteínas presentes no leite materno".

Nicolas Mucci, um dos três responsáveis pelas investigações conduzidas pelo INTA e pela Universidade Nacional de San Martin, disse à agência noticiosa francesa AFP que aquele leite protegerá os bebés e melhorará a sua absorção de ferro.

"O objectivo é melhorar o valor nutricional do leite de vaca juntando dois genes humanos, as proteínas lactoferrina e lisozima", declarou um outro investigador, Adrian Mutto, da Universidade Nacional de San Martin.

O vitelo nasceu a 6 de Abril e é vigiado "24 sobre 24 horas". Dentro de 10 meses, os investigadores vão poder confirmar se as proteínas estão presentes no leite de Rosita, realizando uma simulação de gravidez.

O objectivo da experiência é que na idade adulta a vaca possa produzir "leite semelhante ao dos seres humanos", indicou o INTA.

Como todos sabemos (e em muitos casos basta olhar para a Assembleia da República) os chimpanzés são parentes próximos dos seres humanos e compartilham com eles 98 a 99,4% do ADN.

Acresce que, como alguns políticos, o chimpanzé consegue reconhecer a própria imagem ao espelho (capacidade que poucos animais apresentam), e também são capazes de aprender certos tipos de linguagens, como a dos sinais. Portanto...
 
*Orlando Castro, jornalista angolano-português - O poder das ideias acima das ideias de poder, porque não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado

Brasil: DILMA FECHA REESTRUTURAÇÃO POLÍTICA; MULHERES SÃO MAIORIA NO PLANALTO




ANDRÉ BARROCAL – CARTA MAIOR

Para tentar encerrar de vez crise de relacionamento do governo com partidos aliados, Dilma Rousseff completa reestruturação da área política, iniciada com demissão de Antonio Palocci, e troca ministro das Relações Institucionais. Mas resiste à pressão de setores do PT e indica nome de sua preferência, a ex-senadora Ideli Salvatti. Pela primeira vez na história brasileira, mulheres são maioria nos cargos mais importantes do Palácio do Planalto.

BRASÍLIA – A presidenta Dilma Rousseff concluiu nesta sexta-feira (10/06) a reformulação da área política do governo a que foi obriga pela crise de relacionamento com aliados exposta ao público na crise do ex-ministro Antonio Palocci, que era até aquele momento o principal estrategista e articulador presidencial. Depois da saída de Palocci, Dilma decidiu trocar o chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência e nomear para o cargo a ex-senadora petista Ideli Salvatti, que assumirá na próxima segunda-feira (13/06).

A opção de Dilma por Ideli faz com que, pela primeira vez na história brasileira, as mulheres estejam em maioria nos postos de comando mais importantes da Presidência da República, sem contar a presidenta e o vice, Michel Temer. Dos cinco ministros que trabalham no Palácio do Planalto, três serão mulheres com a posse de Ideli: ela, Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Helena Chagas (Comunicação Social). Aos homens, restaram a Secretaria Geral, do ministro Gilberto Carvalho, e o Gabinete de Segurança Institucional, do general José Elito Carvalho Miranda.

Com a substituição nas Relações Institucionais, Dilma tenta melhorar o convívio do governo com o Congresso e os partidos aliados, especialmente com o PT. Os petistas estavam insatisfeitos com Palocci e com o ministro das Relações Institucionais, Luiz Sérgio. Achavam que o primeiro não defendia, perante a presidenta, as reivindicações do partido por cargos e rumos do governo. E que Luiz Sérgio, que deveria ajudar a pressionar Dilma, acanhara-se e deixara-se engolir pela força do ex-chefe da Casa Civil.

Esse tipo de contrariedade selou o destino dos dois ministros e obrigou a presidenta a reformular a área política do governo. Nenhum partido aliado fez defesa enfática de Palocci na denúncia de enriquecimento de ilícito, que o ex-chefe da Casa Civil acredita ter sido obra de “fogo amigo”.

Vários políticos, sobretudo do PT, aproveitaram o caso, que forçou uma discussão da condução política do governo, para minar Luiz Sérgio e tentar derrubá-lo, como se pode observar em inúmeras reportagens em jornais e na internet nas quais os interesses escondiam-se sob anonimato.

Um dos mais interessados no cargo era o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), que ainda não assimilou ter derrotado pelo colega petista Marco Maia (RS) na disputa pela presidência da Casa, em fevereiro.

Time das "duronas"


Segundo apurou Carta Maior, pessoalmente, Dilma não tinha intenção de trocar Luiz Sérgio, pois tem convivência cordial com ele. Tanto que o manteve no governo - ele vai para o lugar de Ideli no Ministério da Pesca. A presidenta convenceu-se, porém, de que, se o segurasse, ainda teria problemas políticos, já que o ministro perdera autoridade, a exemplo de Palocci.

Mas Dilma não cedeu de todo. Resistiu à tentativa do PT, especialmente da bancada de deputados, de impor-lhe um nome. A escolha de Ideli foi pessoal da presidenta, que deu mais uma demonstração de que gosta de ter auxiliares do tipo “linha dura”.

Já havia demonstrado isso ao nomear Gleisi Hoffmann para o lugar de Palocci. A senadora vinha se destacando no Congresso pela defesa inflexível do governo. Em seu discurso de posse na chefia da Casa Civil, na última quarta-feira (08/06), Gleisi tentou inclusive mostrar que tem condições de ser flexível, o tipo de coisa que a classe política adora ouvir. Recusou a pecha de “trator” e disse que sua escolha sinalizava “apreço” de Dilma pelo Congresso.

Com Ideli, acontece o mesmo. Nos oito anos do governo Lula em que foi senadora, sete deles exercendo algum tipo de liderança (do governo ou do PT), mostrou ter temperamento forte, o que várias vezes lhe custou brigas com adversários e até com aliados.

Em entrevista nesta sexta-feira (10/06) na qual já falou como indicada por Dilma, Ideli também foi confrontada com a imagem de “durona”. E, a exemplo de Gleisi, tentou mostrar flexibilidade. “A relação com todos os partidos será respeitosa sempre”, afirmou a ministra, que disse que vai usar “ouvidos, coração e bom senso” no novo cargo.

Escanteado pelas circunstâncias, Luiz Sérgio participou da mesma entrevista, ao lado de Ideli, para dar sua versão sobre sua saída. Disse que se trata de uma “reformulação natural” da coordenação política do governo e que não há “desarticulação” da base aliada de Dilma.

Leia Mais:
Dilma 'refunda' governo ao trocar Palocci e repartir poder político

Fotos: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr
 
 

Segurança Social: CABO VERDE DESTACADO NO RELATÓRIO DA OIT





Cabo Verde é o único país referenciado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) no seu sexto relatório sobre a segurança social no mundo, publicado este mês. Intitulado Segurança social para a justiça social e uma globalização justa, o documento reconhece que o País tem registrado um crescimento sustentado ao longo da última década nos domínios socioeconômico e laboral, salto que o coloca em posição de destaque na região da África Subsaariana, em vários indicadores.

Aliás, a OIT realça que Cabo Verde é um dos poucos países que prevê atingir todas as metas dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio traçados pelos 189 Estados-membros das Nações Unidas, numa conferência realizada em 2000.

Um dos sectores que, na opinião da OIT, Cabo Verde tem marcado pontos é o da previdência social. Esta organização afirma mesmo que o Palácio da Várzea está “fortemente empenhado” em alcançar a cobertura universal da segurança social no país.

“A cobertura social foi duplicada nos últimos dez anos, tendo passado de 14 para 29 por cento da população economicamente activa. As prestações de seguro social incluem pensão de velhice, invalidez e sobrevivência, cuidados de saúde, prestações de maternidade, de doença e de paternidade, abono de família, entre outras”, elucida o documento, que destaca ainda o empenho do INPS em melhorar a sua eficiência e alargar a cobertura social a grupos antes excluídos do sistema, como os trabalhadores domésticos e por conta própria.

Esta referência surge numa altura particular, pois a centésima conferência da OIT vai exactamente discutir as condições de trabalho dos empregados domésticos. Espera-se inclusivamente que o encontro, que está a ser presidido pelo Director-Geral da OIT, aprove uma nova convenção internacional de protecção ao trabalho doméstico.

Refira-se que Cabo Verde está a ser representado em Genebra por uma delegação chefiada por Janira Hopffer Almada, Ministra da Juventude, Emprego e Recursos Humanos, e que integra a Presidente do Conselho de Administração do INPS.

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