quinta-feira, 7 de maio de 2015

Portugal. 10 MILHÕES DE DIAS LOUREIROS




Sabemos, finalmente, o que Passos Coelho quer de Portugal, finalmente indicou um modelo a seguir: Dias Loureiro.


Sabemos, finalmente, o que Passos Coelho quer de Portugal. Depois de anos em que nos incitou abstratamente a sairmos da zona de conforto, a sermos empreendedores, a não nos queixarmos da má sorte que a vida nos deu por ter calhado vivermos nas grandes depressões e recessões económicas, finalmente indicou um modelo a seguir: Dias Loureiro.

Em Aguiar da Beira, o primeiro-ministro descobriu, escondido entre o público da Queijaria Sabores do Dão, para assistir ao seu discurso, Dias Loureiro. Para quem não sabia de Loureiro desde que ele desapareceu para Cabo Verde enquanto era investigado por causa do BPN, ei-lo ressurgido. Ressurgido e tornado novo ideal. Passos olhou Loureiro e encontrou um espelho da medida de empreendedorismo que deseja para o país. Dizendo de Loureiro que “conheceu mundo, é um empresário bem-sucedido, viu muitas coisas por este mundo fora e sabe, como algumas pessoas em Portugal sabem também, que se nós queremos vencer na vida, se queremos ter uma economia desenvolvida, pujante, temos de ser exigentes, metódicos”, o primeiro destacou as capacidades impressionantes do ex-ministro do PSD.

Começando pela mobilidade, é evidente a mobilidade internacional de Dias Loureiro, destacada aquando da sua magnífica fuga para longe de qualquer tribunal português enquanto se julgava o caso BPN, mas também enquanto tratava dos negócios da SLN no exterior, em Porto Rico e em Marrocos. É ainda relevante a sua mobilidade interna, social e económica.

Diz que quando saiu da política “não tinha dinheiro nenhum” e poucos anos mais tarde declarava no IRS anual mais de 200 mil contos (1 milhão de euros). Enquanto Ministro da Administração Interna de Cavaco Silva, mandou carregar sobre os manifestantes no buzinão da Ponte 25 de Abril, que protestavam contra o aumento das portagens para financiar a construção da segunda ponte, também da Lusoponte, de outro empreendedor e ex-ministro do PSD, Ferreira do Amaral. O seu sucessor na Administração Interna foi Jorge Coelho, com quem Loureiro jogava à bola, e que sairia, anos mais tarde, para liderar a Mota-Engil. Novos exemplos de mobilidade.

Dias Loureiro venceu amplamente na vida, saiu de Aguiar da Beira para o mundo, montou um percurso de clareza e transparência, e nem ter sido arguido do maior "roubo" alguma vez feito num banco em Portugal ou ter mentido à Comissão Parlamentar de Inquérito sobre o BPN podem apagar os seus feitos. Enquanto ministro exigia às secretas relatórios ilegais de líderes políticos e sociais, perseguia sindicalistas e colocava os seus conhecidos em posições-chave. Depois, foi esperar: jogava golfe, conseguia a adjudicação da rede de vigilância do SIS à SLN, dava-se com traficantes de armas, emocionava-se com o "Menino de Oiro" (biografia de Sócrates), e geria SLN e BPN sem saber nada das tropelias que por lá se passavam. Passos Coelho também acha que o modelo de empresa a seguir é o de uma empresa privada que vive à conta de subsídios públicos e que aumenta os preços dos seus serviços enquanto distribuiu milionários lucros pelos acionistas, liderada por um ex-ministro do PSD. Isso foi apenas dois dias antes de Loureiro, quando Passos Coelho disse aquele que é o “exemplo para as outras empresas”: a EDP.

Só há um problema com as recomendações: com 10 milhões de Dias Loureiros a “empreender” e 10 EDPs teríamos de ter vinte vezes o PIB da Noruega para saquear.

* Engenheiro agrónomo e dirigente do Bloco de Esquerda. Deputado municipal do Bloco na Amadora

Esquerda.net - Artigo publicado em p3.publico.pt a 4 de maio de 2015

-Recorte de imagem de Correio da Manhã

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A FEBRE DA DEVASSA TOTAL



José Goulão – Jornal de Angola, opinião

O escândalo já não é novo. O que se vai renovando quase todos os dias são os dados da dimensão da devassa a que os europeus estão sujeitos por parte da espionagem norte-americana, com a prestimosa colaboração de espiões da União Europeia – que não poupam nem políticos, nem empresários, nem segredos tecnológicos e industriais, obviamente sujeitos a patentes.

O que Edward Snowden revelou ao mundo foi apenas a ponta de um icebergue cujo volume e profundidade crescem sem parar. Sabia-se que a National Security Agency (NSA) dos Estados Unidos é unha com carne com a sua gémea britânica GCHQ. A imprensa e o Parlamento alemão vêm agora demonstrar que a intimidade é extensiva aos serviços de espionagem da Alemanha, o BND (Gabinete de Defesa da Constituição – curioso nome este), que a seu belo prazer acode às encomendas de devassa feitas pela NSA, ao que parece sem o conhecimento sequer dos órgãos de soberania do país. A torrente de confidências escorre pelo menos desde 2002, tudo à sombra de um manhoso “Memorando de Entendimento”  anti-terrorista, e só em Março passado a Chancelaria da senhora Merkel teve conhecimento da trapaça. 

A coisa passa-se da seguinte maneira: a NSA envia listas de nomes, telefones, endereços electrónicos e IP (protocolos de internet) de pessoas e empresas a espiar e o BND coloca as suas capacidades ao serviço dos espiões norte-americanos, partindo do princípio de que pode fazer o mesmo em sentido inverso. Diz a imprensa alemã que o afã da NSA é imparável, chega a enviar várias listas por dia, de tal modo que o número de entidades devassadas é da ordem das 800 mil, incluindo políticos e cidadãos europeus de numerosas nacionalidades e também empresas de todas as dimensões, entre as quais avulta o gigante EADS (indústria aeroespacial, de defesa e segurança), fabricante do Airbus.

Apanhado em flagrante, o BND alega que o número de atingidos não passa de dois mil. A comissão especializada do Parlamento Alemão (Bundestag) já chegou aos 40 mil e a tarefa está longe de concluída. Em sua defesa – em boa verdade nada disto tem defesa – o BND alega que corresponde aos desejos da NSA no âmbito da boa cooperação, receando que se levantar dificuldades deixa de ter acesso às bases de dados da NSA. Tudo muito instrutivo, muito democrático.

Ora, como se sabe, continua em curso a elaboração do Acordo de Comércio e Investimento Transatlântico (o famigerado TTIP), através do qual os políticos da União Europeia se preparam para entregar a economia e a saúde dos europeus à mais absoluta anarquia produtiva e comercial reinante nos Estados Unidos da América, fazendo orelhas moucas aos protestos de milhões e milhões de cidadãos e instituições da Europa. Mete-se pelos olhos dentro que o frenesi de espionagem norte-americano é ditado, em grande parte, pelos dividendos que o lado de lá do Atlântico pretende retirar deste processo desequilibrado de nascença, que apenas políticos mentirosos e sem escrúpulos podem apresentar como justo e bilateral.


No fundo, no fundo, seja no caso do comércio e do investimento, seja no da intrusão abusiva na vida dos cidadãos e das empresas da Europa, a lógica é a mesma da relação entre a NSA e o BND (ou o GCHQ, ou quaisquer outros congéneres destes 28 de cócoras): o lado americano encomenda ou ordena, o lado de cá obedece, invocando que, se levantar problemas pode deixar de ter acesso, no lado de lá, àquilo que na verdade não tem.

Chama-se a isto subserviência de simples suseranos.

A VOZ DO DONO TORNA A CENSURA OBSOLETA



Manuel Augusto Araújo [*]

A cada esquina da comunicação social está reservada uma surpresa. A última foi ler a carta de princípios "Pela Liberdade de informação" , subscrita pelos directores editoriais dos principais jornais, revistas, rádios televisões de informação geral, provocada pela alteração da lei sobre a cobertura jornalística das campanhas eleitorais. 
A lei é um completo disparate. Assim que foi conhecida, a sua morte foi anunciada. A indignação que provocou nos meios jornalísticos, agora consubstanciada nessa carta, figura uma defesa implacável da liberdade de imprensa. Na realidade deveria provocar uma imensa indignação pela hipocrisia, o cinismo dos senhores directores entrincheirados em tiradas grandiloquentes "o direito à informação deve ser salvaguardado, com respeitados princípios da liberdade, independência e imparcialidade dos órgãos de comunicação social e dos jornalistas face a todas as forças políticas e a todas as candidaturas" ou " a cobertura jornalística da campanha eleitoral deve ter a ponderação entre o principio da não discriminação das candidaturas e a autonomia e liberdade editorial dos órgãos de comunicação social".

Perigosamente já pouco revolta essa verborreia, eivada de tamanha doblez e desplante, depois de anos e anos de convivência com uma comunicação social estipendiada aos interesses económicos dominantes, que usam o direito à informação, os princípios da liberdade, independência e imparcialidade, os princípios da não discriminação enquadrados pela autonomia liberdade editorial, como balizas para impor um ambiente geral de propaganda, de terror ideológico totalitário que substituiu os visíveis actos censórios, a violência autoritária da censura nop fascismo, por uma quase invísível mas omnipresente fina e sofisticada rede que filtra toda a informação, instalando, tanto a nível nacional como mundial, uma colossal máquina de guerra, poderosíssima e eficaz, que controla e manipula a informação. Diariamente, o mundo é bombardeado por mentiras propaladas por essa gente que se apresenta, como se pode ler na referida carta, como os cruzados na defesa desse bem universal que é a informação.

Na verdade são a tropa de choque, os mercenários do poder da classe dominante!

Em Portugal, depois do 25 de Abril, a recuperação capitalista sempre andou de mãos dadas com os media. A normalidade era/é um namoro intenso mas aparentando algum pudor, nas situações mais limite rebolam-se em orgias que fariam Sade ficar roxo de inveja. O estado actual da comunicação social, afinada pelo mesmo diapasão, procura dar uma imagem de diversidade bem retratada na variedade dos directores editoriais que subscreveram a carta. Assustadoramente essa diversidade, essa variedade só existe de facto na diferença entre as gravatas, no resto estão/são completamente formatados. Essa situação começou a desenhar-se logo a seguir ao 25 de Abril, num tempo em que o pluralismo era dominante. Agrava-se a partir do 25 de Novembro mas é na década de 80 que se aprofunda com um movimento de concentração da propriedade da imprensa, rádio, televisão e informação on-line. Movimento que ainda não acabou e que é paralelo ao da recuperação capitalista.

As diferenças entre órgãos de comunicação mais sérios ou mais populares são variações de estilo, variantes do mesmo estado das coisas. Biombos que, quando retirados, mostram uma obscena uniformidade. Uniformidade que se estende das peças jornalísticas às de opinião, com os comentadores escolhidos a dedo. Aqui, há que fazer uma nota às condições de trabalho dos jornalistas que se degradaram e continuam a degradar brutalmente. Precariedade, despedimentos, utilização de trabalho dos estagiários gratuito ou quase, a porta da rua sempre aberta, imposição de critérios editoriais condicionados aos interesses dos patrões, os partidos dos patrões, do absolutismo do pensamento dominante, retiraram e retiram, progressivamente, a autonomia jornalística. A autonomia e liberdade editorial, tão altissonantemente proclamada na carta, é a mesma que ao longo dos anos foi utilizada e continua a ser utilizada para discriminar ostensivamente forças políticas e sociais. Basta fazer o computo, sem sequer ser preciso descer ao pormenor do conteúdo ou do relevo que tiveram, do número e dimensão das notícias, entre os diversos partidos políticos e forças sindicais nos últimos 40 anos. Um critério simples, representação parlamentar /noticias ou implantação social/notícias, faria a radiografia devastadora da ausência de imparcialidade e independência dos meios de comunicação social. A seriedade ficaria reduzida a uma farsa patética compulsando outras notícias. Por exemplo, o modo como a banca, BPN, BPP e BES, seus administradores e accionistas principais eram tratados pelos media até rebentar os escândalos que obrigaram mudar de rumo, mesmo assim…muita benevolência escorre. Se nos aventurarmos pelos noticiários dos acontecimentos internacionais é arrepiante assistir ao modo como participam nas manobras de desestabilização e depois na consolidação dessa desestabilização, em consonância com os grandes interesses imperialistas. São uns dos pilares dessa política agressiva. Jugoslávia, Iraque, Síria, Primaveras Árabes, Ucrânia, Brasil, México, Hong-Kong, para referir os mais recentes, são um espectáculo abominável de mentiras, meias-verdades, omissões, distorções, manipulações, todo um arsenal de construção de uma ideia, a mais das vezes nem sequer tem nada a ver com a realidade. Fabricam realidades para, sem olhar a meios, atingir os objectivos do império dominado pelo grande capital. Imagine-se um cenário com um acontecimento recente: como seriam as notícias de Baltimore, se Baltimore em vez de se localizar nos Estados Unidos, fosse na Rússia, na China, em Cuba, na Venezuela ou mesmo no Brasil ou na Argentina. Como Baltimore seria diferente se estivesse localizado na Ucrânia/Kiev ou na Ucrânia/Donestk.

Numa nota rápida simplificações e generalizações são inevitáveis e a simplificação mais manifesta é a de referir os jornalistas como uma abstracção. Mas as inevitáveis simplificações e generalizações não iludem nem podem ser usadas para desvalorizar a leitura deste quadro bem veraz e negro de uma comunicação social que é essencialmente uma máquina de propaganda e de desinformação. De uma comunicação social que é um dos três poderes, os outros são o poder económico-financeiro e o poder político, que ocupa lugar central no controle e influência das opiniões e dos comportamentos. De uma comunicação social onde a concentração dos meios de propriedade é espelho da concentração dos grupos económico-financeiros. Comunicação social ao serviço de uma ideologia em que os partidos políticos do chamado arco da governação se indiferenciam, só se distinguindo na competição eleitoral. Comunicação social que é o suporte da imagem desses partidos, que são de facto instrumentos ao serviço de determinados interesses económicos que representam no aparelho de Estado. Interesses económicos que dominam e são os proprietários dos meios de comunicação social. Um caldo de cultura corrupto, degradante, onde se alimenta o parasitismo ideológico dominante.

Comunicação social que é um aparelho de propaganda que faria inveja a Goebbels, pela sofisticação, pela eficácia, por ser muito mais difícil de descodificar o que a torna muitíssimo mais perversa. Travestindo, mascarando a permanente propaganda que emite, nos mais diversos e complexos registos, com a finalidade última de procurar transformar os seus consumidores, mesmo os mais lúcidos, em replicadores das mensagens emitidas como se fossem elaboradas com liberdade, independência, imparcialidade, sempre com autonomia e sem discriminações.

A comédia, o embuste é diário, corre hora a hora e os seus protagonistas são gente da mais desencabulada, capaz de todas as traficâncias, tripudiando em nome da liberdade a liberdade que lhes é conferida, para que da mesa do poder continuem a cair as migalhas que lhes pagam, generosamente, os serviços. As, raríssimas, excepções confirmam a omnipresença da regra. 

O original encontra-se em pracadobocage.wordpress.com/...

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/

Portugal. “PS QUER ALTERNÂNCIA SEM ALTERNATIVA” – Jerónimo de Sousa




O secretário-geral do PCP afirmou hoje que o maior partido da oposição, o PS, "quer uma alternância, mas não uma alternativa" em termos políticos, referindo-se ao cenário macroeconómico apresentado pelos socialistas e algumas propostas eleitorais anunciadas.

"No fundo, aquelas propostas o que demonstram é que o PS quer uma alternância, mas não uma alternativa", resumiu Jerónimo de Sousa, após receber dirigentes da Associação Intervenção Democrática, que integra a Coligação Democrática Unitária (CDU), juntamente com "Os Verdes", na sede comunista, em Lisboa.

O líder do PCP foi questionado sobre declarações da véspera do seu homólogo do PS, António Costa, que admitiu, em entrevista à TVI, alterar os escalões do IRS para diminuir a carga fiscal sobre o trabalho caso vença as legislativas, entre outras medidas.

"Esperávamos ouvir do PS, em relação a questões de fundo e problemas dramáticos, a necessidade de uma rutura com este caminho para o desastre e uma política alternativa, mas encontramos o PS comprometido, nas suas propostas, com o Tratado Orçamental, em recusa da renegociação da dívida e seu serviço, com uma diferenciação de ritmo em relação às privatizações", lamentou, expressando preocupação sobre o plano socialista quanto a direitos laborais e à Segurança Social.

Sobre a CDU, Jerónimo de Sousa mostrou-se satisfeito pelo "bom ambiente, de confiança, com possibilidades reais de crescimento e afirmação".

"Nas eleições para o Parlamento Europeu (25 de maio de 2014), ultrapassámos de longe essa percentagem (de 10% dos votos). Também nas eleições da Madeira (29 de março), mais votos, mais percentagem, mais mandatos. São elementos que nos levam a ter esta confiança, um pouco por todo o país, nos contactos com populações, é objetivo, há um bom sentimento. Há muitos portugueses a olharem para a CDU como uma referência", congratulou-se.

Jerónimo de Sousa respondia ao facto de a CDU não conseguir ultrapassar a fasquia dos dois dígitos, em termos de percentagem de votos desde 1987, ou seja, há sete sufrágios legislativos consecutivos, depois de obter 12,14% naquele ato eleitoral, que deu a primeira maioria absoluta ao PSD de Cavaco Silva.

Há um ano, nas últimas europeias, a CDU garantiu 12,68%. Nas regionais madeirenses de há cerca de um mês, a CDU passou de um mandato (3,76%) na Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira para uma representação de dois deputados (5,54%).

Lusa, em Notícias ao Minuto

Portugal. QUANDO PASSOS DIZ QUE PORTAS É “LIDER DA OPOSIÇÃO”




A aproximação fonética entre coligação e oposição pode levar a gaffes, colocando o Governo em situações ligeiramente constrangedoras.

No debate quinzenal de ontem, Passos Coelho quis defender-se da acusação do BE de ter "enxovalhado" Paulo Portas ao dizer que, em 2013, este apresentara a demissão por SMS, mas acabou por cometer uma gaffe que não abona a favor do seu argumento.

"Nunca na vida enxovalhei ninguém, muito menos o líder do principal partido da oposição", disse passos em resposta a Catarina Martina, confundindo o cargo de presidente do CDS com o de líder do maior partido da oposição.Passos queria referir-se à coligação, mas, aparentemente sem se ter apercebido da gaffe, não se corrigiu e continuou o discurso.

O Público lembra hoje que esta não é a primeira vez que o primeiro-ministro se refere ao CDS-PP como partido da "oposição" em vez de "coligação".

Em 2013, outro membro do Governo cometeu a mesma gaffe. O ministro da Presidência, Luís Marques Guedes, referiu-se, por lapso, a Paulo Portas como "o líder do principal partido da oposição e que faz parte da coligação de Governo".

Lusa, em Notícias ao Minuto

Portugal. Vasco Lourenço diz que Costa deve tomar corrupção como "pedra de toque"




O presidente da Associação 25 de Abril, Vasco Lourenço, considera ser imperativo que António Costa se afaste de "indivíduos que praticaram corrupção" em Portugal.

Em entrevista à Antena 1, Vasco Lourenço defendeu que o secretário-geral do Partido Socialista deve tomar a corrupção como "pedra de toque" e, para isso, "acabar com as ligações a indivíduos que praticaram corrupção no país".

"De uma maneira geral, é evidente que a prática do PS nos últimos tempos, enquanto esteve no Governo, ajudou a que a corrupção estivesse na origem da crise em que nós caímos. É suposto que ele mostre claramente que não se deixa rodear de pessoas com telhados de vidro muito grandes em relação ao passado", afirmou.

Na mesma entrevista, a transmitir hoje, o presidente da Associação 25 de Abril manifestou o seu apoio a Sampaio da Nóvoa como candidato à presidência da República, dizendo esperar que este se transforme "no candidato que une a esquerda" e que "possa ganhar à primeira volta contra qualquer candidato da direita, seja ele quem for".

À direita, Vasco Lourenço lança críticas a Marcelo Rebelo de Sousa, afirmando que, caso o comentador político avance oficialmente como candidato, os portugueses têm de escolher se querem "ter uma pessoa séria como titular do cargo de Presidente da República ou querem ter um vendedor de banha de cobra".

"Pela prática dele é assim que o vejo, muda permanentemente de opinião de acordo com os interesses ocasionais, tem tido essa prática ao longo da vida", concluiu.

Lusa, em Notícias ao Minuto

MpD DEFENDE QUE CABO VERDE É UM PAÍS ELEVADO




O maior partido da oposição cabo-verdiana faz uma leitura completamente diferente da do Governo sobre o último relatório da Standard & Poors, que segundo o Executivo mantém o "rating" do país em B/B, com perspetiva estável.

Terça-feira, em reação ao relatório, o primeiro-ministro cabo-verdiano disse que a avaliação mostra a resiliência da economia à crise e que o país está num "bom caminho", a recuperar "lentamente" da crise e a ter um crescimento de mais de 2% (2,7% em 2014, segundo estimativas do Instituto Nacional de Estatísticas (INE)).

José Maria Neves desvalorizou o facto de a S&P rever de 2% para 1% a estimativa para 2014 feita na última revisão e de o INE estimar em 2,7% para 2014, salientando que a S&P antevê um crescimento do PIB real médio de 3,5% entre 2015 e 2018.

Em reação, o presidente do Movimento para a Democracia (MpD), Ulisses Correia e Silva, disse que aquilo que o primeiro-ministro disse está "totalmente ao contrário" daquilo que é a avaliação da S&P divulgada pelo Governo.

"A classificação de Cabo Verde está tecnicamente num nível considerado de lixo. Quer dizer que o risco do país é extremamente elevado, que não convida ao investimento, nomeadamente na dívida pública cabo-verdiana", considerou Ulisses Correia e Silva.

"Se Cabo Verde tivesse que lançar hoje obrigações no mercado de capitais internacionais, ninguém compraria. Essa é a leitura técnica do resultado da classificação de Cabo Verde no nível B e BB-", prosseguiu.

Ulisses Correia e Silva, que é também presidente da Câmara Municipal da Praia, falava à margem da cerimónia de entrega das Chaves da cidade à delegação da União Europeia em Cabo Verde.

Segundo o líder partidário, Cabo Verde está com um "quadro económico extremamente gravoso", e tem implicações na vida das pessoas, dizendo que é por isso que há muito desemprego, aumento da pobreza e fenómenos de insegurança nas cidades.

"O crescimento de Cabo Verde continua extremamente baixo, os dados reais que nós temos apontam que o país não cresce mais do que 1% a 2% ao ano, aquilo que é a projeção para 2015 é muito baixo, o crescimento potencial de Cabo Verde, que em 2008 era de 7%, baixou para 3%", notou Correia e Silva.

O presidente do MpD disse que o relatório da S&P é o mesmo, mas a questão é a leitura que cada um faz dele, concluindo que "a realidade é muito concreta e que só com muita artimanha se pode desvirtuar a alterar".

O que disse o PM

O primeiro-ministro cabo-verdiano considerou na terça-feira que a manutenção por parte da agência Standard & Poors do "rating" de Cabo Verde em B/B, com uma perspectiva de crescimento do PIB real, mostra a resiliência da economia do país.

"Eu acho que este indicador da Standard & Poors mostra claramente a resiliência da economia cabo-verdiana. Estamos a resistir à crise e estamos a conseguir ainda assim crescer", comentou José Maria Neves durante a inauguração do Aterro Sanitário da ilha de Santiago, obra financiada pela União Europeia em 6,5 milhões de euros.

Segunda-feira, o Ministério das Finanças cabo-verdiano, tutelado por Cristina Duarte, revelou o mais recente relatório da agência de "rating" Standard & Poors, que manteve a classificação do país em B/B a longo e curto prazo e com uma perspectiva de crescimento do PIB real do país.

Em reacção, o primeiro-ministro salientou que os indicadores são importantes para mostrar que Cabo Verde está num "bom caminho", está a recuperar "lentamente" da crise e a ter um crescimento de mais de dois por cento (2,7% em 2014, segundo estimativas do Instituto Nacional de Estatísticas (INE)).

A oposição cabo-verdiana critica, entretanto, a taxa média de 1% nos últimos seis anos e considera o ritmo de crescimento de Cabo Verde muito inferior ao da África Subsariana (5%), da CEDEAO (7%) e dos pequenos estados insulares (5%), mas José Maria Neves pediu a valorização conjunta do crescimento.

José Maria Neves desvalorizou o facto de a S&P rever de 2% para 1% a estimativa para 2014 feita na última revisão e de o INE estimar em 2,7% para 2014, indicando que há muitos organismos que fazem previsões e que o importante é o país trabalhar para o crescimento.

A agência, contudo, antevê um crescimento do PIB real médio de 3,5% entre 2015 e 2018.


Cabo Verde. “Casa para Todos” vai continuar de pois da linha de crédito de Portugal




O primeiro-ministro de Cabo Verde garantiu está quinta-feira, à saída de uma vista à Imobiliária Fundiária e Habitat (IFH) SA, que o programa ‘Casa para Todos’, financiado pela Caixa Geral de Depósitos, com o aval do Governo de Portugal, vai continuar após essa alinha de crédito.

O primeiro-ministro de Cabo Verde garantiu está quinta-feira, à saída de uma vista à Imobiliária Fundiária e Habitat (IFH) SA, que o programa ‘Casa para Todos’, financiado pela Caixa Geral de Depósitos, com o aval do Governo de Portugal, vai continuar após essa alinha de crédito.

“O Programa Casa Para Todos não se esgota na linha de crédito com Portugal. É um programa para continuar. Quando terminar a linha de crédito, haverá novos mecanismos de financiamento do programa Casa para Todos, através do fundo de habitação social ou do fundo de segurança habitacional”, garantiu José Maria Neves.

O primeiro-ministro cabo-verdiano informou também que há “outras linhas de créditos em cima da mesa”, nomeadamente da China, mas que o país não absorveu imediatamente, uma vez que ainda está em curso a linha de crédito com Portugal e que o país tem limites de endividamento.

A linha de crédito com Portugal expirou a 29 de janeiro deste ano, mas o incumprimento de Cabo Verde afetou sobretudo cerca de uma dezena de empreiteiros e de subempreiteiros, que decidiram paralisar as mais de 30 obras em curso no final de abril como forma de protesto contra a falta de pagamento.

A Nação (cv)

DESTITUIÇÃO DO GOVERNO GUINEENSE PELO PR É IMPROVÁVEL




PORQUE É IMPROVÁVEL A DESTITUIÇÃO DO GOVERNO, APESAR DA DELICADA COABITAÇÃO DO PRESIDENTE COM O PRIMEIRO-MINISTRO?

Timóteo Saba M’bunde* – O Democrata (gb), opinião

Já havia indícios insofismáveis de que a relação do Presidente da República com o Primeiro Ministro da Guiné-Bissau não é das melhores. Portanto, a declaração do Presidente no último dia 1 de maio, externando sua preocupação com o que qualificou de elevado índice de corrupção na administração pública, independentemente de sua veracidade, pela forma que foi expressa corrobora e faz transparecer o estridente estado de mal-estar entre ele e o chefe do Governo.

Contudo, o momento que evidenciou com maior contundência a sua rivalidade foi o período que sucedeu à demissão do ex-ministro de Administração Interna, Botche Candé. Demitido em novembro de 2014, o sucessor de Candé, Octávio Alves, veio a ser dado posse só em 6 de março de corrente ano. O intervalo de praticamente quatro meses em que o Ministério de Administração Interna – instituição cuja função chave é aprovisionar a ordem e segurança dentro das fronteiras do país – ficou sob tutela de um ministro interino (o secretário de Estado da Ordem Pública foi provisoriamente elevado ao cargo de ministro) se deve à intransigente dissonância do Presidente da República e o chefe do executivo em torno de um nome consensual para assumir a referida pasta. Penso que a cedência de uma das partes decorreu da necessidade de transmitir aos doadores internacionais, naquele momento, a impressão de inexistência de rivalidades entre o executivo e a presidência da República e dentro das próprias estruturas do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) – haja vista que a mesa redonda se realizaria em Bruxelas, dia 25 do mesmo mês. Lembra-se também que Simões Pereira, durante um discurso alusivo ao dia 20 de janeiro (data comemorativa do assassinato de Amílcar Cabral) na sede do PAIGC, obsecrou à elite política do PAIGC – meio em que não há consenso em torno de sua figura – voto de confiança.

Bem, o semipresidencialismo é o sistema político da Guiné-Bissau e, portanto, a constituição do país reparte, teoricamente, o poder entre o Presidente da República (chefe de Estado) e o Primeiro Ministro (chefe do Governo/Executivo). Entretanto, conforme consta no ponto 2 do artigo 1040 da carta magna guineense, realmente o sistema político em questão responde por um semipresidencialismo presidencial. A despeito do Governo e o Presidente da República serem eleitos em fóruns eleitorais distintos, eleições legislativas e presidenciais, respectivamente, o Presidente é assistido constitucionalmente a destituir o Governo e o Primeiro Ministro em algumas situações. De acordo com o supracitado artigo, “o Presidente da República pode demitir o Governo em caso de grave crise política que ponha em causa o normal funcionamento das instituições da República, ouvidos o Conselho de Estado e os partidos políticos com assento parlamentar”.

Tudo bem. Mas em quais condições pode-se dizer que há grave crise política que ponha em causa o funcionamento normal das instituições? As respostas a esta questão são múltiplas e permanecem no âmbito subjetivo. A questão é que o ponto 2 do artigo 1040 nutre hermenêuticas ambíguas, estando à mercê de interpretações e enviesamentos diversos, além de potenciais arbitrariedades políticas que nele repousam. Mas, paradoxalmente, é um dispositivo que oferece condições práticas ao Presidente a viabilizar politicamente o país em eventuais situações de ingovernabilidade e em estado de interrupção de relação interinstitucional. Entretanto, se tratando de um país cuja democracia é jovem, esse dispositivo constitucional deveria ser retrabalhado no sentido de ser protegido de interpretações ambíguas, haja vista que esse artigo assistiu, no passado, aos saudosos Presidentes Vieira e Yalá a derrubarem vários chefes do Governo e respectivos Governos.

Voltemos à questão central do presente artigo. O Presidente José Mário Vaz poderia lançar mão desse mesmo artigo para derrubar constitucionalmente Domingos Simões Pereira e seu Governo, uma vez que há rivalidades e mal-estar entre os dois? Seria muito difícil, ou seja, insustentável, pelo menos a curto prazo. Penso que não há condições reais e substanciais que justificam a deposição do Governo. No hodierno contexto sócio-político guineense, eventuais deliberações políticas substantivas – mormente as que tendem a provocar significativas mudanças estruturais de cunho institucional – tomadas à luz de dissimulações jurídicas e legais tendem a produzir resultados graves e contraproducentes a todos. Portanto, a ponderação política sustentada na real evolução conjuntural do país torna-se fundamental.

A Guiné-Bissau acaba de sair de um período de transição política (2012-2014) decorrente do golpe de Estado de 12 de abril de 2012, no qual o país conheceu um dos períodos mais críticos de sua história pós-independência, tendo sido suspenso da maioria de organizações internacionais – inclusive da União Africana – e sofrido cortes de recursos oriundos de cooperação internacional para o desenvolvimento (discordo veementemente dessa política de condicionalidade, mas essa análise fica para outra ocasião). A suspensão de cooperação com o Governo da Guiné-Bissau – país dependente de recursos de cooperação internacional – era justificada pela boa parte de comunidade internacional, especialmente pelo Ocidente, como pressão para que o país possa trilhar caminhos de estabilidade política e institucional, desencorajando práticas de golpe de Estado.

Com a eleição de novos órgãos de soberania nacional, a qual permitiu que o país saísse do já referido árduo quadro sócio-político e econômico, criou-se interna e externamente boa expectativa em relação ao desempenho do atual governo, cujos resultados, até aqui, pode-se considerar razoáveis – não desconsiderando, contudo, o alerta do Presidente sobre notável grau de corrupção. Todavia, entre outras coisas, as relações do país com a comunidade internacional se restabeleceram, naturalmente, e o governo obteve, a título de promessa (uma boa parte será a título de empréstimo), recursos financeiros que giram em torno de US$ 1,5 mil milhões, no recente encontro com seus parceiros internacionais em Bruxelas. Ademais, o chefe do Governo, Simões Pereira – ex-secretário executivo da Comunidade dos Países da Língua Oficial Portuguesa (CPLP) – conta com amplo capital político-diplomático internacional, especialmente de Portugal – número considerável de viagens do Primeiro Ministro a Portugal revela o quanto a ex-metrópole tem ocupado (voltou a ocupar) um lugar de destaque na política externa do atual Governo.

No plano doméstico, o Governo de Pereira conseguiu cooptar a elite política do Partido de Renovação Social – a principal força de oposição. Ao concedê-la alguns cargos ministeriais, asfixia a sua legitimidade política de oposição crítica à sua governação. No que concerne à relação com as Forças Armadas, me parece que o executivo tem conseguido estabelecer relação de diálogo pertinente com a classe castrense, cujo objetivo é minorar espíritos de desconfianças entre os dois atores, os quais caracterizaram historicamente sua relação, sobretudo desde o conflito político-militar de 1998. É nesse sentido que as reformas no setor de segurança e defesa devem merecer muita transparência, sendo uma matéria muito sensível à segurança do Estado e do próprio Governo.

Todo esse cenário de otimismo, sobretudo em termos de efetivação de estabilidade e paz duradouras que se vive no país depois de fatídicos dois anos de transição política, fortalece a legitimação do Governo pela comunidade internacional e sociedade guineense. Neste último caso, o povo já demonstra estar fatigado de distúrbios políticos, e pela história e experiência própria – a despeito de considerável índice de analfabetismo – o cidadão comum guineense já adquiriu consciência de que a instabilidade político-institucional é potencial fator de estagnação e/ou retrocesso socioeconômico. Desta feita, o povo não seria transigente em estigmatizar atores de eventuais iniciativas (de destituição do Governo ou coisa de gênero) que ponham em causa a estabilidade que se busca no país. E os parceiros internacionais não só tenderiam a virar as costas ao país, como também tenderiam a suspender seus recursos de cooperação.

Sendo assim, o Presidente Mário Vaz, devido à sua consciência sobre a atual conjuntura política do país, não arriscará um ato que poderá pôr em risco sua imagem política. Por isso, apesar de ser verdade que as coisas mudam na política rapidamente, é improvável que ele ouse a destituir o governo. Acho que a delicada coabitação do chefe de Estado com o chefe do executivo tende a limitar-se a nível pessoal e pode até atravessar o domínio político (a exemplo do braço-de-ferro em torno de nomeação do ministro de Administração Interna), mas nada que pressuponha “extermínio político” de um ou outro, pelo menos a curto prazo, digo a curto prazo.

* Mestre em Ciência Política

EMPRESAS PORTUGUESAS LANÇAM INTERNET NA GUINÉ-BISSAU



Ainda na primeira quinzena de Maio

Bissau – As empresas portuguesas «Elmafe» e «Wifi Antena», especializadas no trabalho de instalação de redes de Internet, vão lançar, ainda na primeira quinzena de Maio, um novo serviço de Internet na Guiné-Bissau.

A informação foi avançada à PNN pelo consórcio nacional destas duas empresas portuguesas, denominado «Net Sem Fios», cuja uma equipa de trabalho de 3 técnicos já se encontra em Bissau, chefiada pelo Engenheiro Carlos Almeida, devendo chegar esta sexta-feira, 8 de Maio, a outra parte dos elementos que integram o grupo, sob a orientação de Fernando Santos.

Em termos de trabalhos da empresa «Elmafe», esta já colocou as suas antenas em três grandes pontos estratégicos de Bissau, designadamente no centro da cidade, na Avenida Pansau Na Isna, na Avenida Combatentes da Liberdade da Pátria, junto da discoteca Bambu e no Bairro de Santa Luzia.

Com sedes em Lisboa e Coimbra, Portugal, além da Guiné-Bissau, a PNN soube que a «Elmafe» e a «Wifi Antena» operam igualmente em Angola e Moçambique, tendo já agendado a sua implantação na Guiné-Bissau a partir de 14 de Maio, cuja cerimónia vai contar com a presença das autoridades nacionais.

(c) PNN Portuguese News Network - Bissau Digital

CHEFIAS MILITARES DA GUINÉ EQUATORIAL ESTREIAM-SE NA CPLP




Líderes passaram ontem a integrar o grupo das Forças Armadas e Defesa da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

Fabiana André – Rede Angola

As chefias militares da Guiné Equatorial passaram ontem a integrar, oficialmente, o grupo dos representantes das Forças Armadas e Defesa da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que se encontra reunido em Luanda.

Trata-se da VII reunião de chefes militares da CPLP que, além das chefias das Forças Armadas de Angola, Portugal, Brasil, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, contou ontem com a estreia do chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas da Guiné Equatorial.

Aquele país aderiu oficialmente à CPLP em Julho e a última reunião das chefias militares lusófonas teve lugar em Lisboa, em Abril de 2014.

Na sessão da abertura das reuniões de Luanda, o general Sachipengo Nunda, chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas, destacou que a integração da delegação da Guiné Equatorial é um dos destaques deste encontro, que teve a génese, noutros moldes, numa iniciativa promovida por Angola há quase duas décadas.

“Volvidos 17 anos, a comunidade, revelando que não somente a língua constitui um factor de união, acolhe no seu seio a República da Guiné Equatorial, o que lhe confere outra dimensão”, sublinhou o general, que agora assumirá a presidência rotativa deste órgão da CPLP.

O encontro dos chefes dos Estado-Maior General das Forças Armadas da CPLP decorre em Luanda até amanhã e vai analisar a situação político-militar e questões internacionais de defesa e segurança, nomeadamente eventuais implicações para os países lusófonos.

Portugal cede a liderança rotativa deste órgão às Forças Armadas Angolanas ao longo do próximo ano, cabendo ao país organizar os exercícios militares conjuntos da comunidade lusófona (FELINO) em Cabo Verde, em 2016, e em Angola, no ano seguinte, neste último caso ainda em avaliação por se tratar de um ano de eleições.

Angola. TENSÃO EM BENGUELA DEVIDO A PROTESTOS DE EX-MILITARES




Policia isola área perto de concentração de ex-militares que protestam contra falta de apoio.

João Marcos –Voz da América

Em Benguela, a Polícia interditou por algumas horas a circulação rodoviária no Largo de África, a escassos metros de um ponto de concentração de antigos  integrantes das FAPLAS que diziam-se fartos de promessas de apoio do Governo que nunca chegam.

Muitos deles  lembram que a guerra interrompeu a formação académica que hoje serviria de garante da sua sobrevivência.

Apesar do aparente clima de tensão, um alto responsável da Polícia preferiu não associar a presença do dispositivo da Polícia de Intervenção Rápida às reclamações dos antigos militares.

À frente do efectivo, o comandante municipal da Polícia preferiu não prestar declarações à imprensa.  

Desmobilizados em 1992, quase 20 anos após o início do serviço militar, estes homens acham que só um milagre garantiria uma pensão de reforma.

Talvez por isso insistam nas chamadas ‘caleluias’, motorizadas que transportam mercadorias, prometidas há quase 10 anos.

Unânimes, os antigos militares sustentam que tais motorizadas não compensam o tempo perdido nas frentes de combate, mas ressaltam que representariam algo de novo para quem tem de suportar a fome e a falta de habitação.

Muitos veteranos insistem também que a Caixa Social das Forças Armadas está ao serviço de gente estranha ao serviço militar. 

O ministro da Defesa, João Lourenço, que recentemente visitou Benguela, anunciou uma limpeza na Caixa Social das Forças Armadas.

OPOSIÇÃO ANGOLANA CONDENA COMPRA DE AVIÃO PELO GOVERNO




Extravagância e prova de má gestão são acusações à compra de um Bombardier 6000 de 62,5 milhões de dólares.

Voz da América

A oposição política em Angola  manifestou-se surpresa com o anúncio da autorização de compra de um avião de  luxo pelo Presidente da República. Para os partido da oposição, tal decisão reflecte “esbanjamento” e prova de má gestão dos fundos do Estado. 

Numa altura em que se pede aos angolanos para fazerem sacrifícios face à crise financeira do país, a compra do avião é “imoral” disse um dirigente da oposição. 
      
A Unita considera que a  compra de um avião Bombardier Global 6000 por 62 milhões e 500 mil dólares autorizada em despacho pelo Presidente da República traduz a forma desregrada como são geridos os fundos do Estado em Angola.

O porta-voz do maior partido da oposição Alcides Sakala diz não fazer sentido que o Chefe de Estado autorize tal compra ao mesmo tempo que pede aos angolanos para  se prepararem para fazer face a uma crise financeira resultados da baixa do preço do petróleo.

“São os tais excessos que nós temos estado a levantar no esbanjamento dos fundos públicos”, afirmou Sakala.

Por seu turno, o vice-presidente da Casa-CE, Lindo Bernardo Tito, entende que o Presidente da República devia respeitar o sacrifício que os angolanos têm estado fa azer para fazer face à crise anunciada.

“Entendemos que numa situação de crise não se devia fazer este tipo de compras”, defendeu.

Para o académico e dirigente do Bloco Democrático Nelson Pestana,  a decisão presidencial é o resultado da gestão danosa  dos fundos do Estado  que escapa ao controlo da Assembleia Nacional e acusa os governantes de Angola de falta de moral.

“Isso só pode sair do grande saco azul que não é controlado por ninguém”, disse, acrescentando que esta situação em Angola “não é anormal”.

Para Pestana a decisão é igualmente “imoral”

O despacho diz que há “a necessidade de se adquirir uma aeronave” desse tipo, mas não indica a utilização a ser dada ao avião.

A compra vai ser feita à empresa ME Aviation limited que na internet diz ser uma companhia que se especializa no aluguer e venda de aviões.

O Bombardier 6000 é considerado um dos melhores aviões do segmento de luxo e tem a capacidade de voar 12 horas sem parar, permitindo assim viagens transatlânticas  sem qualquer escala. O aparelho pode assim voar directamente, por exemplo, entre Moscovo e Los Angeles.

O avião transporta  em condições descritas como confortáveis oito passageiros e dois membros da tripulação. O avião pode ser configurado para permitir a passageiros dormirem em camas.

Pode ser reconfigurado para transportar até 12 ou mesmo 19 passageiros e dois membros da tripulação e viaja a uma velocidade de cruzeiro de 900 quilómetros por hora, com um alcance de 11 mil e 400 quilómetros.

Angola. SEGUIDORES KALUPETEKA IMPEDIDOS DE SE REUNIREM




Reagem com alívio às declarações do líder da seita de que ele está bem

Coque Mukuta - Voz da América

Fiéis da seita A Luz do Mundo dizem ter ficado aliviados depois de verem o seu líder José Julino Kalupeteca na Televisão Pública de Angola (TPA) a confirmar que está bem de saúde. Entretanto, muitos deles continuam escondidos nas matas por temerem represálias por parte das autoridades angolanas, que lhes proibiram de se reunirem.

“Pelo menos já sabemos como está e onde está, por isso estamos mais tranquilos, porque as portas estavam fechadas”, disse à VOA, um seguidor de Kalupeteka que pediu o anonimato por medo de represálias.

A nossa fonte vai mais longe e diz que agora são proibidos de cantar ou mesmo visitar fiéis em suas casas. “Apenas posso orar sozinho, não podemos visitar um irmão que estiver em dificuldade”, continua a mesma fonte.

QUEM TEVE PODERES PARA IMPEDIR A PJ DE INVESTIGAR DIAS LOUREIRO? CAVACO SILVA?




Na sequência do título em baixo, no PG, MAÇONARIA E OPUS DEI, GRUPOS SECRETOS À LAIA DE MÁFIA? onde fazemos referência a organizações mais ou menos secretas que dominam os principais setores de Portugal e se vem concluindo que estão eivadas de procedimentos criminosos, surgiu, nem por acaso, ontem, em manchetes dos jornais aquilo que reproduzimos na imagem acima e que considerámos por bem destacar nas nossas Imagens Escolhidas. A “história” poderá ler no PG em POLÍCIA JUDICIÁRIA IMPEDIDA DE INVESTIGAR DIAS LOUREIRO NO CASO BPN?.

Quem tem poderes para obstar a que a Justiça siga o seu curso normal e assim não seja investigado Dias Loureiro, um “compadre” de Cavaco Silva, que na política ocupava ultimamente o lugar de Conselheiro de Estado, nomeado por Cavaco Silva, e que teve de sair desse cargo devido às pressões que todos os dias ocorriam. Quem tem ou teve as mais e melhores relações com os do Caso BPN? Cavaco Silva.

Uma pergunta surge no espírito daqueles que gostariam de ver esta opacidade derrotada e este escabroso caso esclarecido: terá sido por influências de Cavaco Silva, direta ou indiretamente, que a Polícia Judiciária se viu impedida de investigar Dias Loureiro?

Mais uma dúvida para o rol dos portugueses acerca das apontadas opacidades de Cavaco Silva.

Redação PG

Portugal. MAÇONARIA E OPUS DEI, GRUPOS SECRETOS À LAIA DE MÁFIA?




É comum vir a conhecimento público que esta e aquela figura nos governos, na administração, no empresariado, no desempenho de cargos políticos na generalidade, na justiça, nas televisões, rádios e jornais, além de outros setores influentes, pertencem à Maçonaria. Também não é menos comum acabarmos por concluir que alguns crimes de nepotismo, corrupção e conluio envolvem maçons. É voz corrente que a Maçonaria é como uma praga nos órgãos dos poderes, acompanhada pelo antídoto Opus Dei – outra sociedade secreta. Uns e outros estão infiltrados nos partidos políticos. Consequentemente podemos concluir que Portugal está subjugado a estas duas seitas secretas e que o crime que lesa o país, a sociedade, tem em larga medida que ver com a Maçonaria e a Opus Dei.

Constatando esta muito provável realidade concluímos que a democracia, a justiça, as liberdades são cada vez menores na quantidade e qualidade por via das ações de grupos de uns quantos cidadãos que servem objetivos contrários aos interesses do país e dos portugueses. Ainda mais pelas suas constituições secretas ou semi-secretas em que não tem cabimento numa sociedade democrática e obrigatoriamente transparente.

Dos crimes que vêm à luz do dia muitos poucos são abrangidos por procedimentos transparentes da justiça, não se compreendendo por que motivos alguém do povo que roube ou cometa outra qualquer espécie de ilegalidade sofre penas pesadas e aqueles que estão de algum modo nos poderes vêem-se contemplados com penas leves. Na generalidade é assim que acontece.

É o caso que vem a seguir. Uma ilegalidade que envolve milhões é penalizada com um ano de prisão efetiva e sai em liberdade condicionada ao fim desse tempo portando uma pulseira eletrónica. O mesmo não vimos no trato aos filhos da ralé, ao povinho, por terem cometido o crime que envolva uns simples milhares de euros ou menos.

Até que ponto as organizações secretas e os partidos políticos do Arco da Governação estão infiltrados ou na posse do sector da Justiça? Estamos perante sociedades secretas que se comportam como autêntica máfia?

Redação PG

Obras do MAI atribuídas a maçons e grupo de amigos

O ex-diretor-geral de Infraestruturas e Equipamentos do MAI esteve um ano em prisão preventiva e fica agora sujeito a prisão domiciliária, com pulseira electrónica.

Segundo o Ministério Público, o ex-diretor geral das Infraestruturas e Equipamentos, acusado de 32 crimes de corrupção passiva,  distribuiu obras pela  maçonaria por um clube informal de amigos.

As ligações da maçonaria ao esquema do Ministério da Administração Interna (MAI) já eram conhecidas desde a detenção de João Alberto Correia, em abril de 2014, mas sabe-se agora quem formam os beneficiários.

Segundo o Diário de Notícias, o despacho da procuradora Inês Bonina indica que, durante anos, João Correia, adjudicou por ajuste direto 5,9 milhões de euros em obras a empresários das suas relações pessoais", incluindo vários membros da maçonaria e um grupo de amigos.

Um dos empresários que mais terá beneficiado foi Henrique Oliveira, também acusado de 27 crimes de corrupção passiva, que partilhava a filiação maçónica ao Grande Oriente Lusitano com o ex-diretor-geral, mas também foram identificados vários ajustes diretos feitos a membros de um clube de amigos 

Noticias ao Minuto

HÁ NEVOEIRO NO CANAL



Teresa de Sousa – Público, opinião

Depois da perda do Império, Londres conseguiu encontrar o seu lugar na Europa. Mais uma razão para olhar com perplexidade esta viragem para o velho isolacionismo

1. Não é novidade para ninguém que a relação dos britânicos com a União Europeia (e, antes, com a CEE) nunca foi fácil. Chegaram atrasados. Apresentaram por duas vezes o pedido de adesão (nos anos 60), que o general De Gaulle se encarregou de vetar. Tiveram de esperar pelo seu afastamento, em 1968, para finalmente conseguirem entrar, em 1973. Em 1975, com os trabalhistas no Governo profundamente divididos quanto à Europa, o tratado de adesão foi sujeito a referendo, ganhando por larga maioria. Desde então, o pragmatismo britânico acabou sempre por prevalecer. Sair não era uma opção, nem sequer para Margaret Thatcher. Winston Churchill foi o primeiro a defender a urgência de “uma espécie de Estados Unidos da Europa”, num célebre discurso em Zurique depois de vencer a guerra e de perder as eleições. O Reino Unido ficaria de fora porque, mesmo que exangue e endividado, continuava à cabeça de um Império.

A adesão à CEE resultou de uma necessidade económica. Thatcher criticava duramente os seus parceiros europeus, detestava as instituições de Bruxelas, desconfiava dos alemães, mas foi uma impulsionadora do Mercado Único e coube-lhe a decisão de colocar a libra no Mecanismo das Taxas de Câmbio do Sistema Monetário Europeu (o prelúdio da moeda única). John Major negociou Maastricht. Tony Blair foi, porventura, o mais europeísta dos primeiros-ministros britânicos desde a II Guerra. Tinha uma visão do papel do seu país no mundo que passava por estar no centro das decisões de Bruxelas, ganhando uma enorme capacidade de influência. Negociou a malograda Constituição europeia. Prometeu sujeitá-la a referendo. Foi poupado a esse risco, quando os franceses e os holandeses a rejeitaram. Thatcher ou Blair nunca puseram em causa a aliança com os EUA, uma espécie de princípio sagrado do lugar do Reino Unido no mundo. Blair via o seu país como uma ponte entre os dois lados do Atlântico.

2. Em 2010, David Cameron chegou a Downing Street com uma visão “moderada” sobre a Europa. Em face da radicalização antieuropeia do seu partido e do crescimento do UKIP, com a sua agenda contra a Europa e contra os imigrantes, resolveu ir subindo a parada. Começou por retirar ostories do PPE, que representa os partidos de centro-direita, incluindo o da chanceler alemã, para aderir a um grupo das direitas que pouco pesa no Parlamento Europeu. Em 2012, vetou o Tratado Orçamental, ficando apenas na companhia da República Checa. Opôs-se ferozmente à escolha do novo presidente da Comissão, Jean-Claude Juncker. Finalmente, em 2013, anunciou um referendo in/out para 2017, e exigiu negociar com Bruxelas a devolução de poderes a Westminster, mesmo que fosse preciso renegociar o Tratado de Lisboa. “O problema é que Cameron ainda disse muito pouco sobre quais são as medidas que quer negociar”, diz o Guardian. Juncker já lhe respondeu: “Quero um acordo justo com o Reino Unido, mas o Reino Unido não pode impor a sua agenda exclusiva aos outros 27 países”.

3. A novidade da política externa de Cameron é que não se trata da tradicional oposição entre os Estados Unidos e a Europa. Em Washington, olha-se com cada vez maior preocupação a indisponibilidade britânica para manter a “relação especial” criada pela II Guerra. A alternativa passou a ser, cada vez mais, falar com Berlim. Robin Renwick, antigo embaixador britânico em Washington, citado por John Carlin, jornalista e escritor britânico, alerta para o risco de a Grã-Bretanha “estar a retirar-se do mundo”. Na crise ucraniana, “é uma ausência impensável há dez anos atrás”. Angela Merkel e François Holande lideraram o processo. “A participação no combate ao Estado Islâmico reduz-se a um voo por dia, a partir de Chipre, usando um velho caça-bombardeiro Tornado”, acrescenta o embaixador. A Economist sublinha que Londres tem apenas três militares no Iraque para ajudar a conter o Estado Islâmico na região curda. “Espanha e Itália têm 300 cada uma”. A excepção pode ser a crise com a Rússia, onde os britânicos reforçaram a sua presença no quadro da NATO para tranquilizar os Bálticos e a Polónia. Xenia Wickett, investigadora da Chatham House, tem uma visão um pouco mais moderada. “A questão ainda não é que a Grã-Bretanha deixou de ser uma potência”, como se viu na Líbia ou no Afeganistão. “A questão é se vai continuar a sê-lo”. “Sem a Europa e sem os Estados Unidos, é difícil que o Reino Unido se mantenha no escalão mais alto do poder mundial. Pode manter alguma relevância, mas perderá o seu estatuto actual”.

No ano passado, durante a cimeira da NATO no País de Gales, Cameron foi um veemente defensor da meta dos 2% do PIB para os orçamentos da defesa, que Obama pede insistentemente aos aliados europeus. Hoje, o seu orçamento já está abaixo (ligeiramente) dessa meta, que a França mantém. O chefe do Estado-Maior americano Raymond Odierno foi recentemente a Londres dizer, preto no branco, que estes cortes são vistos no Pentágono como um sinal muito negativo. “Antes, podíamos contar com uma brigada (5.000 homens) para combater ao nosso lado. Hoje, talvez só com um pelotão, que terá de ser integrado nas nossas divisões”. Cameron contra-argumentou dizendo que vai renovar a frota de submarinos nucleares.  

4. Robin Niblett, o director da Chatham House, reconhece os efeitos políticos do referendo. “Não há dúvida de que a súbita convocação do referendo enfraqueceu a Grã-Bretanha na Europa. Dá a impressão que está sempre com uma mão na porta”, diz. Do lado europeu, toda a gente reconhece o óbvio: uma Europa sem o Reino Unido, num mundo em profunda convulsão, seria mais fraca, menos influente e mais desequilibrada. A Alemanha quer que a Grã-Bretanha fique, porque é o seu maior aliado na defesa dos mercados abertos contra a pulsão proteccionista de vários parceiros europeus, incluindo a França. A própria França assinou um Tratado de Defesa com o Reino Unido há quatro anos que prevê a utilização conjunta dos seus porta-aviões e a cooperação na renovação dos dispositivos nucleares.

Em Bruxelas, a questão é quase tabu. Diz Katya Adler, editora da BBC World para a Europa, que basta mencionar as eleições britânicas para que o interlocutor se afaste ou mude de assunto. Mas também há a consciência de que uma saída do Reino Unido envolveria sérios problemas para Londres. “Se sair da Europa, teria uma grande dificuldade em negociar uma solução fácil e vantajosa para o acesso ao Mercado Único”, diz Mark Leonard, do European Council on Foreign Relations. O equilíbrio político da própria União seria afectado, sobretudo para os países que valorizam mais a dimensão transatlântica. A Europa seria mais continental, o que, neste caso, significaria ainda mais alemã. 

Dean Ashton, o secretário de Estado americano que negociou as novas estruturas políticas e económicas mundiais no pós-guerra e autor do célebre livro Present at the Creation, dizia alguns anos mais tarde que “a Grã-Bretanha perdeu um Império e ainda não conseguiu encontrar um papel”. A realidade provou que Londres conseguiu encontrar o seu lugar na Europa. Mais uma razão para olhar com perplexidade esta viragem para o velho isolacionismo. “Há nevoeiro no canal, o continente está isolado”.

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