quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Brasil: Presidente Dilma Rousseff demite ministro da Defesa após declarações polémicas




DESTAK - LUSA

A Presidente brasileira, Dilma Rousseff, demitiu hoje o ministro da Defesa por considerar que Nelson Jobim ficou numa "posição politicamente insustentável”, informa a imprensa brasileira.

Uma semana depois de declarar publicamente que tinha votado no candidato da oposição nas últimas eleições presidenciais, Jobim agora criticou ministras do governo que integra em entrevista à revista Piauí, que deverá chegar às bancas sexta-feira.

Nela, o ministro afirmou que o governo está a fazer “muita trapalhada” na discussão sobre o fim do sigilo eterno de documentos considerados ultrassecretos.

Além disso, Jobim disse que a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, “é muito fraquinha” e criticou também a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, que, especificou, “nem sequer conhece Brasília”.

Gleisi preferiu ignorar a crítica, que considerou “irrelevante”. Já Ideli afirmou ao jornal Folha de S. Paulo que as declarações de Jobim eram desnecessárias.

“Apesar de muita gente dizer que o ataque é sempre a melhor defesa, o ministro da Defesa talvez se devesse conter”, afirmou a ministra. Para Ideli, Jobim deveria concentrar-se nos problemas de seu Ministério.

O presidente do Senado, José Sarney, tentou colocar ‘panos quentes’ na história e minimizar as declarações de Jobim, mas acabou por cometer uma ‘gaffe’.

“Essa [declaração] não combina com a ministra Ideli, porque a Ideli é até bem gordinha, não é bem fraquinha”, disse Sarney, em tom de brincadeira. Acontece que Ideli é ex-obesa e emagreceu mais de 40 quilos depois de ter feito uma cirurgia de redução do estômago, há sete anos.

Já Jobim afirmou que suas declarações foram divulgadas fora de contexto. Segundo o ministro, referiam-se exclusivamente à Lei de Acesso às Informações, que está em discussão no Senado.

As explicações não foram suficientes para a presidente Dilma, que se tinha reunido com Jobim na quarta-feira, mas que não teria sido informada do conteúdo da entrevista à revista.

Na semana passada, Jobim já tinha causado mal-estar, ao declarar ao jornal Folha de S. Paulo que não tinha votado em Dilma nas últimas eleições, mas sim no opositor José Serra, de quem é amigo pessoal.

Em 30 de junho, nas comemorações do aniversário do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Jobim não poupou elogios ao aniversariante, que é da oposição, em um discurso “cheio de recados” ao atual governo.

O ministro tem negado intenções de deixar o governo, mas, nos bastidores, a aparente rebelião de Jobim é atribuída à perda de poder que o ministro teve no governo da presidente Dilma.

Jobim foi convidado a ocupar a pasta da Defesa ainda no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Devido ao prestígio que possui junto dos comandantes das Forças Armadas brasileiras, permaneceu no cargo com a nova presidente.

Mas “as tarefas que a presidente lhe propõe são burocráticas, muito pouco para o ego de Jobim”, disse à revista Veja, sob anonimato, um membro do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), do qual Jobim é militante.

A primeira derrota de Jobim deu-se quando Dilma decidiu suspender a renovação da frota de aviões de caça da Força Aérea Brasileira, negócio avaliado em cinco mil milhões de euros, ao qual Jobim se tinha dedicado durante meses no governo Lula.

Atualmente, o seu principal trabalho é tentar a aprovação no Congresso da Comissão da Verdade, que tem como objetivo esclarecer casos de torturas, mortes e desaparecimentos durante a Ditadura Militar (1964-1985). A criação desta comissão é uma das prioridades do governo.

Portugal – Secretas: SIED – FISCALIZAÇÃO CONCLUIU QUE HOUVE FUGA DE INFORMAÇÃO




DESTAK - LUSA

O Conselho de Fiscalização do Sistema de Informações da República (CFSIRP) concluiu hoje que houve “utilização indevida de meios afetos ao SIED” e “envio indevido de informação” por parte de um ex-diretor dos serviços de informação.

No final de uma reunião, à porta fechada, com a Comissão Parlamentar de Assuntos Constitucionais, sobre alegadas fugas da parte de Jorge Silva Carvalho, antigo diretor do Serviço de Informações Estratégicas e Defesa (SIED), o presidente do Conselho, Marques Júnior, afirmou que este “envio indevido” de informação a uma empresa privada não é suscetível de “colocar em causa a segurança interna e a defesa dos interesses nacionais”.

“O Conselho de Fiscalização do Sistema de Informações da República verificou que se registou uma utilização indevida de meios afetos ao SIED e o envio indevido de informação com desrespeito pessoal de procedimentos de segurança, o qual poderá justificar procedimento interno, não sendo, no entanto, suscetível de colocar em causa a segurança interna e a defesa dos interesses nacionais”, disse.

Marques Júnior limitou-se a ler aos jornalistas um comunicado após a reunião com os deputados sobre as alegadas fugas de informação de um ex-director do SIED, Jorge Silva Carvalho, para uma empresa privada, a Ongoing.

Portugal: PREÇO DAS VACINAS PARA VIAJANTES DESCEM 85%




Catarina Duarte - Económico  

O Ministério da Saúde desceu o preço das vacinas para viajantes entre 60% a 85%, revogando assim uma decisão do anterior Governo.

De acordo com a portaria que será hoje publicada, e a que o Diário Económico teve acesso, após seis meses de entrada em vigor das novas tarifas, foi possível verificar uma diminuição da procura destas vacinas, que as autoridades de saúde consideram "essenciais" para a protecção dos cidadãos que se têm de deslocar a determinados países, nomeadamente tropicais.

Assim sendo, o ministério de Paulo Macedo considera que os preços actualmente praticados são um "obstáculo à protecção de pessoas, não só de baixos rendimentos, como também às famílias numerosas ou, ainda, de missionários e cooperantes".

Para além disso, "o fluxo de pessoas entre Portugal e países que integram a CPLP, nomeadamente PALOPs, não pode ser prejudicado por barreiras de carácter financeiro", esclarece fonte oficial do Ministério da Saúde.

Festival de Montemor-o-Velho com Timor - Duas novas estreias na segunda semana do Citemor


Foto de Bruno Simão

DIÁRIO AS BEIRAS

Para a segunda semana da 33.ª edição do Festival de Montemor-o-Velho a decorrer até 14 de agosto, o programa propõe as estreias de duas obras produzidas com o Citemor.

No Teatro Esther de Carvalho, Marianne Baillot e António Pedro Lopes medem a gratidão em polegadas. “We measure it in inches”, no qual se acentua o êxtase da celebração numa cerimónia infinita, para decorrer esta quinta e sexta-feira (4 e 5), às 22H30. Nas palavras dos artistas, “o poder é medido em visibilidade, aparência, reconhecimento e legitimação”.

“Massacre” tem como referente Timor-Leste

Num universo mais grotesco, mas também sobre o poder, John Romão e Paulo Castro apresentam “Massacre”, uma obra que denuncia “o dinheiro como forma de comprar a dignidade humana e de fazer esquecer os massacres”, tendo como referente Timor-Leste. Esta dupla improvável propõe resolver as crises mundiais, o caos económico e os problemas de Timor-Leste, nos dias 6 e 7 de agosto, sábado e domingo, às 22H30, na Sala B.

Em Montemor-o-Velho encontram-se já os espanhóis Olga Mesa e Sergi Fäustino. A coreógrafa e bailarina espanhola vai apresentar na Oficina Municipal de Teatro, em Coimbra, a obra “El lamento de Blancanieves”, integrada no projeto LabOfilm, nos dias 11 e 12.

Sergi Fäustino fecha a programação, nos dias 13 e 14 de agosto, com uma estreia (“Estilo Internacional. Investigación Alrededor de un Cuerpo Cansado”) e uma estreia nacional (“C60”).

Origem na década de 60

Considerado o festival de teatro mais antigo do país, com origem na década de 60 (Paulo Quintela/Universidade de Coimbra), o Citemor teve a sua primeira edição organizada pelo Centro de Iniciação Teatral Esther de Carvalho, em 1974. É um festival de verão, profundamente marcado pela apropriação de espaços não convencionais, de interesse patrimonial, arquitectónico ou natural. O programa, caracterizado pela diversidade de propostas, evidencia uma perspetiva transversal de todas as artes e a intenção de promover um encontro de artistas e públicos provenientes de várias disciplinas.

Tendo como prática o acolhimento de residências de criação e o acompanhamento de percursos, o Citemor está vinculado como produtor a sete das propostas programadas e apresenta duas produções próprias, três estreias absolutas, uma antestreia e três estreias nacionais, afirmando, claramente, a vocação produtora do projeto.

*Publicado por Lídia Pereira em 04-08-2011

Torres Novas - Manatuto: ANTÓNIO RODRIGUES EM DIRETO PARA TIMOR-LESTE





Na madrugada de 29 para 30 de Julho, o Presidente da Câmara Municipal de Torres Novas teve a oportunidade de tomar parte numa cerimónia que decorria no outro lado do mundo, mais precisamente em Timor Leste, na localidade de Manatuto.

Manatuto, terra natal do Primeiro-Ministro Xanana Gusmão e do Presidente Ramos Horta, e com a qual o Município de Torres Novas mantém um acordo de cooperação, viu assim oficializada a criação da Associação Klibur Manatuto Anan, entidade de natureza política e social que visa o desenvolvimento integrado de todo o distrito de Manatuto. Este projecto inovador surge na sequência da intenção do Governo começar a implementar os municípios em Timor. Uma ambição que levou António Rodrigues a percorrer todo o território timorense em 2008, a convite de Xanana Gusmão, com vista à apresentação de uma proposta destinada à implementação gradual do poder local naquele país. É na sequência desse trabalho que surge o projecto-piloto da criação de uma comissão preparatória, com vista à criação do futuro Município de Manatuto, concretizada, para já, na constituição da Associação Klibur Manatuto Anan.

Para a cerimónia, que contou com uma grande assistência, diversos embaixadores e com a presença das duas maiores figuras do Estado Timorense, foi convidado o Presidente da Câmara de Torres Novas, enquanto “amigo de Timor Leste e de Manatuto”, segundo as palavras proferidas no discurso de Xanana Gusmão. Obrigado a declinar o convite, por motivos de ordem pessoal, António Rodrigues viria a ser abordado no sentido de tomar parte da cerimónia fazendo uso do potencial da Internet. Assim, foi através do serviço Skype que António Rodrigues entrou em directo junto daquela plateia, cerca das 3.40h (11.40h em Timor), depois do discurso de abertura de Ramos Horta, sendo a sua imagem projectada numa tela.

Seguir-se-ia o discurso do Primeiro-Ministro Xanana Gusmão, que mencionou a importância do papel de Torres Novas no âmbito da cooperação com Manatuto e na futura criação desse município, valorizando a relação de amizade que mantém com o seu Presidente, Dr. António Rodrigues, a quem, referiu, confiou a título pessoal o Surik da sua Casa Sagrada.

Galiza obtém reconhecimento oficial como território lusófono por parte da CPLP





Diário Liberdade - O trabalho da Academia Galega da Língua Portuguesa obteve ontem o seu mais importante fruto até hoje, ao ser reconhecida como "Observadora Consultiva", por proposta do governo do país que exerce a presidência da CPLP, neste caso o da República de Angola.

Todos os estados membros da CPLP apoiaram unanimemente a proposta angolana, que converte a AGLP a primeira entidade que, sem pertencer a um Estado membro, goza da condição de "Observadora Consultiva". A Galiza é, aliás, a única nação lusófona que não integra a CPLP como membro de pleno direito devido a que carece de Estado próprio e que Espanha e as instituições autonómicas têm até hoje desprezado qualquer acordo com o âmbito de povos que no mundo se expressam na nossa língua.

Um passo em frente de importância histórica

O acontecimento de que informamos tem importância histórica por vários motivos: para já, afirma implicitamente a existência diferenciada da Galiza como nação sem estado que, apesar de estar submetida à soberania espanhola, faz parte de facto do espaço internacional dos países lusófonos, um dos maiores em termos de número de falantes no mundo.

Além do anterior, o reconhecimento atingido por uma entidade não governamental como é a AGLP deixa em evidência o abandono oficial que sofre o mais importante ingrediente identitário galego: a nossa língua, cuja política está em mãos de instituições inimigas da mesma ou, no melhor dos casos, irresponsáveis que até hoje têm desistido de dar ao nosso povo o papel que lhe corresponde como berço histórico do espaço internacional lusófono.

Enquanto a Real Academia Galega, ligada à oficilidade espanhola, leva décadas sustentando a visão isolacionista que do nosso idioma interessa dar ao Estado espanhol, a Academiga Galega da Língua Portuguesa, sem quase apoios institucionais, conseguiu em poucos anos que a CPLP afirme a legitimidade dos princípios reintegracionistas: os princípios da verdadeira soberania linguística galega.

Por último, e indo para além da significação linguística e identitária, este gesto vem demonstrar que é possível atingir conquistas sem contar com o apoio das instituições, agindo de maneira autónoma, como povo sujeito de direitos e sem complexos.

A decisão do Conselho de Ministros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa, reunido no seu XVIII plenário em Luanda, reconheceu a existência da Galiza como território lusófono, termo internacionalmente aceite na atualidade para se referir ao que, em termos de genealogia histórico-linguística, deveria denominar-se "galegofonia".

Seja como for, do Diário Liberdade só nos resta enviar os nossos parabéns à Associação Galega da Língua Portuguesa e às entidades que nos últimos meses têm sustentado de maneira discreta e, segundo agora comprovamos, efetiva, uma iniciativa importante para afirmar a nossa identidade linguística, que nos situa como nação soberana no quadro internacional da Comunidade de Países de Língua Portuguesa.

Sendo essa também a causa que move dia a dia o labor deste humilde espaço informativo, findamos estas linhas com uma saudação aos nossos leitores e leitoras da Galiza.

Parabéns ao Povo Galego!

Mais informação no site da AGLP.

Cabo Verde - eleições presidenciais: Observadores da CPLP não estarão presentes




SK – JSD - LUSA

Lisboa, 04 ago (Lusa) -- O secretário-executivo da CPLP, Domingos Simões Pereira, confirmou hoje à Lusa que as eleições presidenciais de domingo em Cabo Verde não serão fiscalizadas por uma missão de observadores do bloco lusófono, visto que não houve qualquer convite nesse sentido.

"Confirmo. Nós, ao organizarmos observações eleitorais, fazemo-lo em resposta aos convites que recebemos por parte dos países. No caso de Cabo Verde não houve esse convite, não houve essa manifestação, e por isso nunca chegamos a aventar essa possibilidade", explicou à Agência Lusa o secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Domingos Simões Pereira afirmou preferir "não catalogar de estranho" essa situação, referindo que as autoridades cabo-verdianas "saberão avaliar" as suas necessidades. "No caso concreto terão entendido que os observadores da CEDEAO [Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental] e da União Africana respondiam às necessidades e que por isso não havia necessidade de estender esse convite", afirmou.

"Nunca houve nenhuma discussão ao nível dos estados-membros [da CPLP sobre o envio de uma missão de observadores], porque continuamos sempre a pugnar por esse princípio: somos convidados, nomeamos ou organizamos uma observação eleitoral, não somos convidados, acompanhamos à distância e desejamos realmente que as coisas corram bem", acrescentou Simões Pereira.

Dezenas de observadores de várias organizações internacionais vão ajudar a fiscalizar as presidenciais de domingo em Cabo Verde, adiantou à Lusa fonte da Comissão Nacional de Eleições (CNE) cabo-verdiana.

Em nome da União Africana (UA), o congolês Pascal Gayama, antigo secretário-geral adjunto da extinta OUA, chefia uma delegação de 13 observadores, aguardando-se ainda a chegada ao arquipélago de uma outra da CEDEAO. Os Estados Unidos enviam, por sua vez, uma delegação de 11 observadores.

Segundo as regras internacionais de observação eleitoral, compete às diferentes missões emitirem pareceres sobre a credibilidade do processo eleitoral, em função de critérios como a transparência, carácter democrático da eleição, aplicação da lei eleitoral e procedimentos exigíveis.

Referindo-se às eleições presidenciais em Cabo Verde e à segunda volta das presidenciais em São Tomé, ambas no domingo, Simões Pereira afirmou: "Vai ser um domingo importante para nós todos, para a CPLP, e nós nos associamos aos povos desses países, desejando que o ato seja uma manifestação de civismo e um momento para um escolha esclarecida e que represente realmente as aspirações dos respetivos povos".

Timor-Leste: RELATÓRIO APONTA PARA VIABILIDADE DE BASE LOGÍSTICA NO SUAI





O Conselho de Ministros de Timor-Leste apreciou na sua reunião semanal o relatório "Suai Supply Base", que conclui pela viabilidade do local escolhido para a plataforma logística e perspetiva o rápido retorno do investimento público.

O relatório técnico e comercial apresentado ao Governo, segundo divulgou hoje o Conselho de Ministros, conclui que o local escolhido para a plataforma logística, destinada a apoiar o desenvolvimento da indústria do petróleo e gás na costa sul, "é viável e o investimento trará bastantes benefícios, incluindo para a comunidade, uma vez que poderá acarretar vários tipos de serviços".

O relatório aponta ainda para "um rápido retorno do investimento feito pelo Governo", através da possibilidade de vender os terrenos industriais.

Espanha – 15 M: MUTISMO INSTITUCIONAL SOBRE EL BLOQEO DE SOL




ELSA GARCÍA DE BLAS - Madrid – EL PAÍS

Ni la Delegación de Gobierno ni el Ayuntamiento de Madrid explican cuánto tiempo va a durar esta nueva estrategia con los indignados, que ha variado desde la tolerancia a la intervención

No hay respuestas sobre cómo se va a proceder ni porqué se actuó de esa forma. Ni la Delegación de Gobierno ni el Ayuntamiento de la capital ofrecen información sobre el dispositivo conjunto que están llevando a cabo para impedir que el Movimiento 15-M vuelva a ocupar alguna plaza de la ciudad, sobre todo Sol. Desde que el pasado martes la policía desalojó a los últimos indignados de esta plaza, contra el criterio que se había seguido hasta el momento de prudencia, tolerancia y mera vigilancia, ninguna de las dos administraciones acceden a contestar a preguntas sobre el operativo. Ni cuál fue el motivo de elegir este momento para expulsarles de la plaza tras 79 días de ocupación pacífica ni porqué se decidió bloquear el acceso al kilómetro cero.

"Se han adoptado criterios de seguridad con carácter general que se van concretando según se desarrollan las circunstancias para garantizar la seguridad ciudadana", es la contestación que ofrecen desde la Delegación de Gobierno. En el consistorio se limitan a derivar al departamento que dirige Maria Dolores Carrión, y en la Jefatura Superior de Policía dicen que ellos se dedican a cumplir órdenes. Lo que sí se precisa desde la dirección policial es que, salvo una instrucción en sentido contrario, se continuará actuando como hasta ahora, lo que indica que se seguirán cortando los accesos a las calles y plazas.

"Errores políticos"

El bloqueo de la plaza ha sido cuestionado el principal sindicato de la policía. El secretario general del Sindicato Unificado de Policía (SUP), José Manuel Sánchez Fornet, ha asegurado en la cadena SER que se han producido "errores políticos" al impedir el derecho a la libre circulación de los ciudadanos. "Alguien se ha empeñado en que como los indignados han tomado la Puerta del Sol como un símbolo, pues nosotros también tenemos que tomarla como demostración de que no les vamos a dejar instalarse allí", ha afirmado Fornet, que opina que entre el derecho de libre circulación y el derecho a que instalen tiendas de campaña "hay una diferencia" y "desde luego no parece que estén acertando en esta dinámica".


Moçambique: MAIOR ORGANIZAÇÃO FEMININA DO PAÍS DEFENDE LIBERALIZAÇÃO DO ABORTO




MMT - LUSA

Maputo, 04 ago (Lusa) -- O Fórum Mulher, maior organização não governamental que trabalha em prol do desenvolvimento da mulher moçambicana, defendeu hoje a proposta de liberalização do aborto já aprovada em Conselho de Ministros, por considerar que esta vem legalizar uma prática recorrente.

"A nossa opinião é favorável à decisão do Conselho de Ministros, porque (o aborto) já estava a ser feito nos hospitais centrais de Maputo, José Macamo e da Beira", disse hoje à Lusa Maira Domingos, coordenadora do programa sobre direito sexual e reprodutivo do Fórum Mulher.

O governo moçambicano vai submeter ao Parlamento o projeto de revisão do Código Penal, já aprovado em Conselho de Ministros há duas semanas, e que liberaliza o aborto até à 12ª semana de gravidez, mas penaliza a interrupção voluntária depois deste período.

Segundo o diretor da Unidade Técnica da Reforma Legal (UTREL), do Ministério da Justiça, Abdul Carimo, a permissão do aborto voluntário até ao terceiro mês de gravidez no futuro Código Penal moçambicano visa evitar o aumento dos abortos clandestinos em todo o país, que matam anualmente mais de cinco mil mulheres.

"O que o Conselho de Ministros fez foi pegar no que já estava a ser feito há algum tempo e legalizar", resumiu Maira Domingos, referindo-se ao diploma aprovado pelas autoridades moçambicanas nos finais dos anos de 1990, que permite aos hospitais públicos do país realizarem abortos normalmente.

A lei sobre o aborto aprovada há duas semanas pelo Conselho de Ministros, também autoriza o aborto nos casos em que a gravidez coloca em risco a vida da mulher ou do feto, ou quando fique demonstrado que o bebé vai nascer com malformações.

O diretor da UTREL indicou que esta permissão não se encontra expressamente referida no Código Penal em vigor no país, aprovado em 1886, ainda no tempo em que Moçambique era colónia portuguesa.

Para a coordenadora do programa sobre direito sexual e reprodutivo do Fórum Mulher, "negar o acesso ao aborto seguro às mulheres significa continuar a matar as mulheres, manter o índice de mortalidade materna, porque, mesmo com a proibição, o aborto clandestino continua a ocorrer".

"Nenhuma mulher planifica engravidar para abortar. O aborto é sempre consequência de alguma coisa que não correu bem, quer seja por a mulher não ter planificado, ou por ter sido sujeita à violência, não ter tido apoio do parceiro, ou por não estar financeiramente em condições. O aborto não é algo premeditado", afirmou.

Contudo, responsáveis e crentes religiosos não concordam com a liberalização do aborto em Moçambique anunciada pelo governo de Maputo, por acreditarem que a lei irá trazer "mais mortes" e afeta os princípios religiosos.

Questionada sobre a eventual "banalização" do aborto, Maira Domingos afastou esta hipótese, referindo que "o governo precisa reforçar os serviços de informação, tornar acessíveis os métodos contracetivos e as campanhas de educação e ver estratégias de articulação com o setor de Educação".

Angola: POLÍCIA RESPONSABILIZADA PELOS INCIDENTES EM CABINDA




CSR - LUSA

Lisboa, 04 ago (Lusa) -- As nove pessoas julgadas pelo crime de incitação à desordem social em Cabinda foram absolvidas na quarta-feira e a polícia foi considerada responsável pelos incidentes na Betânia, informou o ativista José Marcos Mavungo.

Os nove ativistas foram presos pela polícia depois de tentar contactar uma missão da União Europeia na Betânia, em Cabinda, no dia 26 de julho e acusados pelo Ministério Público de incitação à desordem social.

Num comunicado enviado à Agência Lusa, Mavungo referiu que, durante o julgamento, Ministério procurou mostrar aos jurados que os réus tiveram a intenção de manter contacto com a delegação da União Europeia (UE) de forma desordeira e barulhenta, que segundo os atuantes, criaram distúrbios sociais.

"Já os advogados de defesa trabalharam no sentido de mostrar ao júri que o barulho foi provocado pelo tiroteio e espancamentos dos agentes de polícia e militares, que apareceram no local do incidente para prender e dispersar quem ousasse contactar a delegação da UE, causando pânico e sofrimentos psicológicos nos manifestantes", refere a nota.

O ativista sublinhou que "um dos arguidos apresentava lesões corporais resultantes de espancamento."

No final da tarde de quarta-feira, no segundo dia de julgamento, o juiz Felix Guerra Ngongo leu a sentença, na qual absolveu os réus e considerou a polícia responsável pelos incidentes que se registaram na Betânia, em Cabinda, no dia 26 de julho.

A delegação europeia que visitou Cabinda durante dois dias, na semana passada, era chefiada pelo embaixador da UE em Angola, Javier Puyol, e composta pelos embaixadores da Holanda, Cor van Honk, Itália, Giuseppe Mistretta, França, Philippe Garnier, Reino Unido, Richard Walsh, e por representantes das embaixadas de Portugal e da Polónia.

A missão da UE tinha como objetivo avaliar a situação no enclave.

"Os jovens aproveitaram-se desta oportunidade (da visita da missão) para poder apresentar a situação real aqui em Cabinda, a gestão de Cabinda, a violação dos direitos humanos, as perseguições", disse Mavungo à Lusa na quinta-feira passada.

Segundo o ativista dos direitos humanos, "os jovens foram tentar encontrar-se com a missão da UE, que estava reunida com alguns religiosos (num orfanato), e a polícia surgiu com um forte tiroteio, que deixou desmaiadas quatro crianças, espancaram fortemente dois rapazes e prenderam trinta jovens".

Alguns foram libertados no mesmo dia, nove permaneceram presos e enfrentaram julgamento.

Nos últimos seis meses, "Cabinda esteve sem luz, sem água. Cabinda tem sido uma cidade fantasma", referiu ainda, acrescentando que a situação do enclave tem piorado nos últimos dois anos.

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ILIBADOS JOVENS DE CABINDA – Orlando Castro

Super-chefe, super-ministros, super-governo - Porreiro, pá! Afirma, faminto, o super-povo




ORLANDO CASTRO*, jornalista – ALTO HAMA – 03 agosto 2011

Governo de Pedro Passos Coelho tinha, até ontem, contratado 51 especialistas para os seus gabinetes. É assim, mesmo. Porreiro, pá!

Eram 51 mas, segundo o Público, ainda falta saber as nomeações nos ministérios da Educação, Negócios Estrangeiros e Justiça. Especialistas em quê? Isso pouco interessa. São especialistas e o resto são cantigas.

A admissão de especialistas foi, escreve aquele jornal, dos aspectos mais criticados pelo Tribunal de Contas na primeira e única "Auditoria aos Gabinetes Governamentais".

No relatório de 2007, os governantes eram criticados por recorrerem, "de modo ilimitado e sem justificação ou fundamento expressos, à admissão de pessoal". A auditoria citava, "como exemplo, os especialistas", cuja nomeação se traduzia numa "forma de tornear o cumprimento das limitações impostas ao número de pessoal do quadro dos gabinetes governamentais".

Além de alertar para o facto de não existir número-limite para a contratação e de avisar sobre a ausência de um tecto para o vencimento dos especialistas, o relatório denunciava também a "transformação de pessoal que deveria apenas ser recrutado para atendimento de necessidades temporárias em pessoal permanente".

Mas vamos ao que interessa, se é que o que é habitual no reino lusitano ainda interessa a alguém. Num mês, o actual Governo ficou perto do número de especialistas contratados pelos antecessores. Nos primeiros quatro anos de José Sócrates em São Bento, entraram 74 especialistas. Nos dois anos de Durão Barroso tinham sido admitidos 70. Nos meses de Santana Lopes foram 48.

Mas, diz o Público,  não é só aí que o actual Governo revela semelhanças com práticas do passado. Cá pela casa costuma dizer-se que com fuba o mesmo saco o pirão sai (quase) sempre igual.

E é na Estrutura de Acompanhamento dos Memorandos (ESAME) que está sob a alçada do secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, Carlos Moedas, que se encontra o especialista com a remuneração mais elevada. Que, assim, ganha mais do que o chefe de gabinete de Passos Coelho, que se fica pelos 4592 euros.

O Ministério da Economia, cujo titular tão crítico é quanto às mordomias do Governo anterior,  está no centro do fenómeno. Os vencimentos dos nomeados por este sector governativo destacam-se do restante executivo. Álvaro Santos Pereira contratou um especialista que ganha tanto quanto a maior parte dos chefes de gabinete dos ministros: 3892 euros. E o secretário de Estado da Energia, que está sob a tutela de Pereira, nomeou um especialista que aufere 4519 euros.

A maioria dos especialistas não atinge estes valores, mas em média os seus vencimentos ficam acima dos três mil euros. Até ao momento, o ministro desta pasta, Álvaro Santos Pereira, é responsável pela nomeação de 40 por cento dos especialistas do Governo.

O assunto gerou ontem polémica na primeira audição parlamentar do ministro. Santos Pereira teve de justificar por que é que a sua chefe de gabinete ganhava mais (5821 euros) que o chefe de gabinete de Passos Coelho. "Porque é uma super-chefe de gabinete", disse, antes de acrescentar que acumulava "várias funções e está a perder cerca de 50 mil euros de ordenado pelas funções que desempenha actualmente".

É bom ver gente preferir perder dinheiro para defender a causa pública. É bom ver que o Governo está cheio de super-homens (e mulheres) capazes de pôr em prática a tese de que quem não vive para servir, não serve para viver. Está-se mesmo a ver, não está?

Entretanto os super-portugueses que, todos os dias, mostram a sua super-competência de viverem sem comer, continuam à espera que, ao menos, não gozem com a sua chipala. Mas nem isso conseguem.

Aliás,  nesta altura, mais de 800 mil portugueses até estão dispostos a dar ao governo todo o subsídio de Natal como todo o subsídio de férias. Em troca, como povo super-competente, apenas queriam uma pequena coisa: ter emprego!

*Orlando Castro, jornalista angolano-português - O poder das ideias acima das ideias de poder, porque não se é Jornalista (digo eu) seis ou sete horas por dia a uns tantos euros por mês, mas sim 24 horas por dia, mesmo estando (des)empregado.

España - Madrid: Más policías que 'indignados' en la última marcha del movimiento 15-M




Clara de la Fuente – Madrid – El Mundo - Actualizado jueves 04.08.2011 14:21 horas

15M -  La manifestación sigue sin poder 'tomar' Sol

Una nueva protesta de 'indignados' ha recorrido desde la Plaza de Oriente hasta la Puerta del Sol, a donde no han podido acceder debido a que la presencia de la Policía. Los manifestantes después de profir gritos a las fuerzas del orden durante casi media hora han decidido abandonar la plaza dirigiéndose al Congreso, aunque finalmente han parado en Gran Vía, donde han cortado la calle.

El itinerario está consistiendo en ir por aquellas las vías que la Policía no ha cortado. Ahora la manifestación transita por la calle Preciados.

El clima de tensión se sigue percibiendo en el kilómetro cero donde los comercios han cerrado por el momento para prevenir posibles daños o destrozos si finalmente la marcha termina accediendo a Sol. La plaza sigue tomada por la Policía que sigue bloqueando los accesos.

Unos 100 indignados han salido de la Plaza de Oriente remontando la calle para llegar a la Puerta del Sol que permanecía fuertemente custodiada por la Policía. Las fuerzas de seguridad tienen la orden de impedir "de manera pacífica" la protesta aunque algún miembro del Cuerpo ha comentado que "si fuera por él, los habría atado en corto hace tiempo".

El acceso por la calle Arenal se ha hecho imposible lo que ha provocado que los 'indignados' se hayan trasladado a la calle Mayor. La Policía sin embargo ha impedido el acceso a la Puerta del Sol formandose una protesta ante la Policía con la única separación de unas vallas.

La marcha, convocada a las 12 horas en la Plaza de Oriente de Madrid, ha empezado con retraso pero finalmente se ha llevado a cabo. En la Plaza de Oriente, donde minutos antes del inicio no había presencia policial, se han colocado cerca de una veintena de policías nacionales para velar para que la marcha transcurra con normalidad. Las pancartas con lemas como "no hay café para tanta lechera" o "corrupción=especulación" son portadas por los manisfestantes que han intercambiado gritos con los policías a los que han acusado de "marionetas".

Se había solicitado desde varias plataformas que las personas que quisieran acudir a la concentración en Sol para volver a "tomar" la plaza fueran directamente allí aunque finalmente parece que será imposible el acceso a la plaza. El movimiento 15-M está informando ahora de las nuevas medidas que pretenden llevar a cabo tras no haber podido "tomar" Sol en este nuevo intento.

La estación de Metro ha cerrado sobre las 12 horas para evitar el acceso a la plaza por esa vía pese a que en un principio se había informado de que no estaba previsto hacer cortes.

Otros títulos relacionados:

Espanha: FORTE DISPOSITIVO POLICIAL NO TERCEIRO DIA DE TENSÃO NO CENTRO DE MADRID




MARGARIDA COTRIM - LUSA 

Madrid, 04 ago (Lusa) -- Um forte dispositivo policial está já colocado em redor da Puerta del Sol, no centro de Madrid, horas antes da manifestação convocada pelos "indignados" do "movimento 15-M" que contestam a "limpeza" do local pelas autoridades.

Pelo terceiro dia consecutivo são esperados nas ruas milhares de pessoas, no que está a ser visto como um reacender significativo dos protestos que marcaram os passados meses de maio e junho.

Os "indignados" contestam a decisão das autoridades de terem retirado, no início da semana, os últimos manifestantes -- e o ponto de informação -- que ainda se encontravam na Puerta del Sol.

© 2011 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A

*Foto EPA

**VER O "FILME" ATUALIZADO EM EL PAÍS

RAPIDINHAS DO MARTINHO – 28




MARTINHO JÚNIOR

A “CONFERÊNCIA DO PENTÁGONO PARA ÁFRICA”

A 3 de Maio último chamei a atenção para o facto dos Estados Unidos estarem a fazer evoluir o “arco de crise” na direcção oeste, para dentro do continente africano (O “arco de crise” em direcção a África).

Dois meses depois as evidências estão-se a impor, como se tacitamente, numa “outra Conferência de Berlim” à maneira do império e em pleno século XXI, estivesse em curso a “Conferência do Pentágono para África”.

No que eu chamo de “Conferência do Pentágono para África” o esforço de ingerência militar funciona em alguns casos como aríete da pressão, o que significa dizer que quer o AFRICOM, quer a OTAN, constituem a “indispensável ossatura” no sentido das transformações da conveniência da hegemonia.

África todavia está sujeita a outro tipo de ingerências articulares e nervosas muito mais difusas mas também omnipresentes, quer pela via económica e financeira dos poderosos “lobbies” tentaculares em função dos interesses sobre o petróleo e o gás (predominância republicana) e sobre as indústrias de exploração mineral (predominância democrata), quer pela via ideológica-política tirando partido entre outras vocações colectadas, dos conceitos fundamentados em Karl Popper, interpretados pelo tandem James Baker – George Soros e experimentados com as “revoluções coloridas” na Europa do Leste, no Cáucaso, na Ásia Central, no Médio Oriente e no nordeste africano.

Os Estados Unidos na “Conferência do Pentágono para África” estão a reduzir as potências europeias a instrumentos dos seus interesses e conveniências, em especial a Grã Bretanha, a França, a Itália, a Espanha e Portugal.

A Grã Bretanha, quaisquer que sejam os governos de turno, tem-se comportado como um inveterado aliado das sucessivas administrações norte americanas, pois os interesses económicos e financeiros dos bancos de família que compõem a aristocracia financeira mundial têm pé histórico no Reino Unido, como nos Estados Unidos (a matriz é a mesma).

A França, particularmente a partir da chegada ao poder de Sarkozy, abandonando em África as políticas tradicionais do “pré carré”, tem integrado as suas próprias geo estratégias no quadro dos esforços geo estratégicos norte americanos na profundidade da Europa do Leste, do Médio Oriente, da Ásia Central, do Nordeste Africano, do Norte de África e ainda da África Ocidental, utilizando não só a manobra político-diplomática, como também o esforço militar dentro e fora da OTAN.

A Itália, tendo em conta os contextos aparentemente distintos mas geo estrategicamente interligados da Líbia, da Eritreia, da Etiópia e da Somália (suas antigas colónias), tem sido, com Berlusconni, subserviente dos norte americanos, a ponto de renunciar à sua ligação com Kadafi.

Quer a Espanha, quer Portugal, têm ido “por arrasto”, na medida em que a crise a que estão sujeitos se vai aprofundando, garantindo outra frente ao Pentágono para lidar com o continente africano: ali onde se esbate a influência francófone, perdura a influência ibérica, mais fácil de se inter relacionar, em termos de elites com poder político e económico, em África e sobretudo em Angola.

A única potência Europeia que contrasta é a Alemanha, com interesses muito importantes no Leste da Europa e que tem vindo a abster-se em relação a África, tirando partido dos contextos que possui principalmente na África Austral, conjugados pelo quadro do “lobby” dos minerais (África do Sul, Namíbia e agora com alguma expectativa em relação a Angola).

Entre 15 de Fevereiro e 15 de Março de 2010, uma força tarefa aero-naval da Alemanha realizou na África do Sul, conjuntamente com meios militares sul africanos, o exercício “Good Hope IV”, o maior em que essa potência europeia participou depois da IIª Guerra Mundial e fora do âmbito da OTAN.

Na reportagem de AB Sthembiso Makuleni no “site” da South Africa Navy, em relação à cobertura da Iª semana desse exercício bilateral, considerou-se:

“From 15 February to 15 March the seas and skies surrounding Cape Town will be used to conduct military exercises between the South African National Defence Force and German Task Force Group. EXERCISE GOOD HOPE IV is a large-scale, bi-national and joint exercise between the South African Air Force (SAAF), South African Navy (SAN), German Navy and German Air Force which is also the largest exercise undertaken by the German Task Force Group outside of its North Atlantic Treaty Organisation obligations.

The exercise aims to enhance and maintain a comprehensive defence capability within the South African National Defence Force. This also creates a maritime interaction opportunity for the German Navy and Air Force as well as the SA Navy and Air Force. The exercise further enhances the close and trustful partnership that exists between Germany and South Africa”.

Se com os interesses do petróleo e do gás a Alemanha, devido aos seus inter relacionamentos com a Rússia, possui uma geo estratégia própria na direcção da Europa do Leste, perdendo com a guerra em curso na Líbia, no quadro do “lobby” dos minerais, num continente como África (onde esse “lobby” é historicamente muito activo), é sensível a sua aproximação à África do Sul e Namíbia, favorecendo o contra peso da África Austral em relação ao resto do continente, um contrapeso mais visível com o contencioso líbio e com a emergência da África do Sul ora integrada pelos BRICS.

A hegemonia está a chocar sobretudo com os interesses da China e da Rússia, quer na Líbia, quer no Sudão, quer por fim na Síria, durante a presente 1ª etapa das operações.

Os factores da crise manipulados pelos Estados Unidos e seus aliados-fantoche, uma vez que a disputa pelo controlo do petróleo e do gás se tornou geo estrategicamente tão importante, podem ser alargados à Argélia numa etapa intermediária, para numa 2ª etapa atingir o Golfo da Guiné, sobretudo a Nigéria e Angola.

II

Todo o Nordeste Africano e parte do Norte de África está a sofrer os efeitos da 1ª etapa de acções tácitas do que considero como “Conferência do Pentágono para África”, protagonizadas pelos Estados Unidos e seus aliados-fantoche europeus, por uma razão óbvia fundamental: o exercício geo estratégico do seu poder hegemónico, imperial, sobre o petróleo e o gás dessa região, está interligado e é extensivo às geo estratégias em curso nas vastas regiões interconectadas do Médio Oriente e Ásia Central.

Essa é uma das razões para ensaios como o mapa de Holly Lindem em que se redesenha o Médio Oriente, a Ásia Central e uma parte do Nordeste Africano, integrando esta região última no espectro prospectivo dos interesses hegemónicos sobre o petróleo e o gás (“13 christians killed in Egypt; balkanizarion taking place” – http://aangirfan.blogspot.com/2011/03/6-christians-killed-in-egypt.html).

Entre os analistas que melhor se têm debruçado sobre este assunto está Michel Chossudovsky do Global Research do Canadá, que em “A operação líbia e a batalha pelo petróleo” (http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=23605), evidenciou ao dissecar as questões geo estratégicas que se prendem ao “caso líbio”:

… “Mais na generalidade, o que está em causa é o redesenho do mapa da África, um processo de redivisão neocolonial, o descarte das demarcações da Conferência de Berlim de 1884, a conquista da África pelos Estados Unidos em aliança com a Grã-Bretanha, numa operação conduzida pelos EUA-OTAN”…

(…)

“A interferência dos EUA na África do Norte redefine a geopolítica de toda uma região. Mina a China e ensombra a influência da União Europeia.
 
Esta nova redivisão da África não enfraquece apenas o papel das antigas potências coloniais (incluindo a França e a Itália) na África do Norte. Ela também faz parte de um processo mais vasto de deslocamento e enfraquecimento da França (e da Bélgica) sobre uma grande parte do continente africano.
 
Regimes fantoches dos EUA foram instalados em vários países africanos que historicamente estavam na esfera de influência da França (e Bélgica), incluindo a República do Congo e o Ruanda.

Vários países na África Ocidental dentro da esfera da França (incluindo a Costa do Marfim) estão destinados a tornarem-se estados proxy dos EUA.
 
A União Europeia está fortemente dependente do fluxo de petróleo líbio.

Oitenta e cinco por cento do seu petróleo é vendido para países europeus.

No caso de uma guerra com a Líbia, a oferta de petróleo à Europa Ocidental poderia ser interrompida, afetando grandemente a Itália, França e Alemanha, as quais estão fortemente dependentes do petróleo líbio.

As implicações destas interrupções são de extremo alcance.

Elas também têm relação direta sobre o relacionamento entre os EUA e a União Europeia”.

No Nordeste de África há regimes que constituem fantoches dos Estados Unidos, como a Etiópia e o Sudão do Sul e outros que, provenientes de suas influências neo coloniais francófones estão “automaticamente integrados”, como o caso do Djibouti.

A Etiópia está de tal maneira alinhada com as ingerências dos Estados Unidos que, apesar das dificuldades sócio-económicas do país, as suas forças armadas têm sido utilizadas para a contenção das resistências na Somália à instalação dum regime neo liberal afeiçoado aos interesses norte americanos.

A Etiópia é também importante para os Estados Unidos, uma vez que é em Adis Abeba que está instalada a sede da União Africana e é Adis Abeba uma séria candidata à instalação da sede do AFRICOM.

A religião etíope é a cristã copta, pelo que nesse aspecto, tendo em conta os contenciosos em curso que promovem poderosos impactos da hegemonia sobre os árabes e o islamismo, é um facto não negligenciável no Egipto e no Sudão.

Em “La balcanización de Sudán: Un nuevo diseño para el Oriente Medio y el Magreb” (http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=22736), Mahdi Darius Nazemroaya revela:

“Las conexiones entre los ataques contra los egipcios coptos y el referéndum en el Sur de Sudán.

Desde Iraq a Egipto, los cristianos del Oriente Medio están siendo atacados a la vez que se alimentan las tensiones entre musulmanes chiíes y sunníes.

El ataque contra la iglesia copta en Alejandría del 1 de enero de 2011, o las consiguientes protestas y disturbios coptos no deben considerarse como hechos aislados.

Ni tampoco la consiguiente furia de los cristianos coptos manifestada contra los musulmanes y el gobierno egipcio.

Estos ataques contra los cristianos están vinculados con los objetivos más amplios geopolíticos de EEUU, Gran Bretaña, Israel y la OTAN en Oriente Medio y en el Mundo Árabe.

El Plan Yinon estipula que si se dividiera Egipto sería también más fácil balcanizar y debilitar a Sudán y Libia.

En este contexto, hay un vínculo entre Sudán y Egipto.

Según el Plan Yinon, los coptos o cristianos de Egipto, que son una gran minoría en este país, son la clave para la balcanización de los estados árabes en el Norte de África.

Así, el Plan Yinon afirma que la creación de un estado copto en el Alto Egipto (Sur de Egipto) y las tensiones entre cristianos y musulmanes dentro de Egipto son pasos vitales para balcanizar Sudán y el Norte de África.

Los ataques contra los cristianos del Medio Oriente son parte de las operaciones de inteligencia que tratan de dividir Oriente Medio y el Magreb.

El momento en el que se producen los crecientes ataques contra los cristianos coptos en Egipto y el lanzamiento del referéndum en el Sur de Sudán no son una mera coincidencia.

Los acontecimientos en Sudán y Egipto están vinculados unos con otros y son parte del proyecto para balcanizar el Mundo Árabe y el Oriente medio.

Deben también estudiarse en relación con el Plan Yinon y con los acontecimientos en el Líbano y en Iraq, así como respecto a los esfuerzos para crear una escisión entre chiíes y sunníes”.

Por isso e por causa do petróleo e do gás, é sensível para o jogo de interesses a independência do Sudão do Sul, dividindo o Sudão entre muçulmanos e cristãos.

O Sudão do Sul buscará a exportação do petróleo e do gás por via dum oleaduto que já está em fase de projecto e se dirigirá a Mombaça, no Quénia, a fim de evitar a exportação via Port Soudan.

O redesenho do mapa de África será acompanhado também com o desenhar de novos oleadutos e gasodutos.

O Sudão foi o primeiro dos conflitos no âmbito da distensão do “arco de crise” na direcção do oeste e para dentro do continente africano.

Está a ser também dos conflitos mais decisivos para o Nordeste de África, influenciando na eclosão das situações de crise para dentro do Egipto e da Líbia, como da crise na direcção da Somália.

O regime de Karthum não teve a criatividade suficiente para fazer face às tensões crescentes no sul e tornou-se incapaz de fazer frente aos interesses da hegemonia sobre o seu próprio petróleo e gás.

Em “La ofensiva de USA en África”, o analista Jesus Chucho Garcia (http://alainet.org/active/48112), explica:

“Sudan y la nueva repartición de África.

No es casual, ni por obra religiosa del conflicto entre musulmanes y cristianos, que se haya producido la repartición de Sudan entre el Norte y el Sur.

La estrategia del Pentágono fue clara desde hace mucho tiempo con sus estudios prospectivos de recursos energéticos en África subsahariana: dividir este continente por sus recursos energéticos creando nuevos territorios o, en este caso, crear una nueva República, Sudan del Sur, donde están las mayores reservas petroleras de ese país, cerca de un 75% y los mejores recursos naturales.

Desde hacia tiempo el afroamericano y exsecretario de Estado Collin Power y el General Scott Gration venían trabajando en ese proyecto global como lo hizo para Irak, Etiopia-Somalia-Djibuiti e intentó en Cuba, Bolivia y Colombia.

Son estrategias globales que al imperialismo le está dando fruto y resultados concretos ante la crisis energética mundial, donde la Agencia Internacional de Energía (AEI), ante la escases de petróleo a tenido que disponer para este mes sesenta millones de barriles de petróleo de sus reservas para solventar la crisis de abastecimiento que se les creo con la Invasión a Libia.

Ellos saben de la potencialidad petrolera de la Nueva Sudan del Sur.

Obama en su salutación al nuevo gobierno sudanés el sábado 9 de julio expresó: Estoy seguro de que los lazos de amistad entre el sur de Sudán y Estados Unidos sólo profundizará en los próximos años. Como Sur Sudanés emprender el trabajo de construcción de su nuevo país, Estados Unidos se compromete en la búsqueda de la seguridad, el desarrollo y nuestro Gobierno puede cumplir con sus aspiraciones y respetar sus derechos humanos.

El Pentágono y el Departamento de Estado de USA para Sudan del Sur ya definieron sus puntos clave para entrar en cintura a este país a través de USAID:

1-Crear un entorno propicio para la promoción de la inversión privada en el sur del Sudán;

2-Fortalecer el sector agrícola para convertirse en un verdadero motor del crecimiento en el Sudán meridional;

3-Desarrollar una plataforma común en la estructura institucional de la comunidad internacional a participar en este nuevo país; y

4- Construir el capital humano necesario para gobernar y prestar servicios”.
O Djibouti passou a ser, além de base francesa, base norte americana, não só para as operações na Somália e no Iémen, mas também para melhor controlo das rotas marítimas no Índico Norte, na costa do Iémen, na costa da Somália e no Mar Vermelho (acessos ao Suez).

O regime do Djibouti, testado durante décadas pelo “pré carré”, não teve dificuldades no “novo alinhamento”, até por que passou a receber compensações financeiras adicionais às que já possuía.

Para além dos estados fantoches mas à sua amplitude, os Estados Unidos, não perdendo a influência, alteraram o tipo das ingerências no Egipto, assumindo um papel activo, com a utilização de grupos de pressão ao nível das “revoluções coloridas” que integraram a onda de protestos no derrube de Mubarak, a fim de instalar uma “democracia representativa” dócil e submissa ao seu “diktat”.

É também Michel Chossudovsky, sob o titulo “O movimento de protesto no Egipto: ditadores não ditam, obedecem a ordens”, que a análise se ajusta aos postulados geo estratégios da hegemonia para a Ásia Central, Médio Oriente e Nordeste-Norte de África (www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=22993).

Sobre os fantoches que se levantaram contra Mubarak perfazendo a figura de “cavalo de Tróia” no Egipto, escreveu Chossudovsky nesse artigo:

“Os mestres dos fantoches apoiam o movimento de protesto contra os seus próprios fantoches.
 
Os mestres dos fantoches apoiam dissidentes contra os seus próprios fantoches?

Chama-se a isto alavancagem política, fabricação de dissidentes. O apoio a ditadores bem como a oponentes do ditador como um meio de controlar a oposição política.
 
Estas acções da parte da Freedom House e do National Edowment for Democracy, por conta das administrações Bush e Obama, asseguram que a oposição da sociedade civil financiada pelos EUA não dirigirá suas energias contra os mestres do fantoche por trás do regime Mubarak, nomeadamente o governo dos EUA.
 
Estas organizações da sociedade civil financiadas pelos EUA actuam como um Cavalo de Tróia o qual fica incorporado dentro do movimento de protesto. Elas protegem os interesses dos mestres do fantoche. Elas asseguram que o movimento de protesto das bases não considerará a questão mais vasta da interferência estrangeira nos assuntos internos de estados soberanos”.

Se fosse possível apontar uma seta a partir da tensão do “arco de crise” que se expande para oeste, para dentro do continente africano, a partir da Ásia Central e Médio Oriente, o ponto de intercepção da seta na corda do arco, o que designo como ponto ómega que impulsiona o lançamento da seta, seria precisamente a posição físico-geográfica do Egipto.

A hegemonia programa a longo prazo as suas acções, pelo que sob os pontos de vista cronológico, físico geográfico e geo estratégico é importante analisar a oportunidade da queda do regime Mubarak comparativamente aos sucessos da eclosão da independência do Sudão do Sul (a sul do ponto ómega) e do ataque ao regime de Kadafi na Líbia (a noroeste do ponto ómega).

A análise da evolução da situação em função dos programas afectos à hegemonia não ficaria completa se não levássemos em conta a Eritreia e a Tunísia.

A Eritreia é dos poucos estados que no Nordeste de África procura a independência e dos poucos estados africanos que se voltou para si próprio tirando partido do movimento de libertação que o animou durante de décadas a fim de escolher o seu próprio destino separando-se da Etiópia.

Os Estados Unidos mantêm em relação à Eritreia uma posição de hostilidade e a Eritreia não pode deixar de fazer valer o facto de ser o portão para o Mar Vermelho da Etiópia que ficou um país interior.

A relativa independência da Eritreia é, sob os pontos de vista físico-geográfico e geo estratégico, perfeitamente condicionada e controlável.

A Tunísia é por si um verdadeiro teste à morte das políticas do “pré carré”.

Até ao fim do regime de Ben Ali, a Tunísia foi um aliado preferencial da França num inter-relacionamento ultra conservador que se identificava com o momento post-colonial, mas com a eclosão dos levantamentos populares e o fim desse regime, o que ocorreu quase em simultâneo ao fim do regime de Mubarak no Egipto, a guinada de alinhamento com os interesses da hegemonia tem agora a sua oportunidade.

O processo da Tunísia está em curso e a instalação da “democracia representativa” sustentando governos de turno desenha-se nos próximos horizontes.

Sobre a Líbia, para além do que já escrevi, importa levar em conta o papel de teste em relação à União Africana, com sua balcanização, ou mantendo a actual configuração físico-geográfica.

Com o “caso líbio” o Pentágono e os seus aliados-fantoches europeus e africanos medem as repercussões em outras nações produtoras de petróleo e gás tanto na OPEP, como no resto do continente.

Isso é tanto mais importante quanto a seta que está a ser disparada pelo “arco de crise” do Médio Oriente e Ásia Central está apontada ao alvo da região super estratégica do Golfo da Guiné e África Central, riquíssima em recursos de petróleo e gás, como de minérios estratégicos, água interior e ambientes tropicais que compõem o segundo pulmão do planeta, a bacia do grande Congo.

A Costa do Marfim foi o primeiro sintoma e a Nigéria, apesar do federalismo, pode ser uma das próximas fragmentações.

Em “A estrada para a guerra” (http://www.counterpunch.org/roberts08012011.html), Paul Craig Roberts adianta sobre o Golfo da Guiné:

… “Os investimentos petrolíferos da China em Angola e na Nigéria eram outro dos objectivos.

Para conter a penetração económica da China na África, os EUA criaram o American African Command nos últimos anos da primeira década do século XXI.

Perturbado pela ascensão da China, os EUA procuraram impedir a China de ter fontes de energia independentes.

O grande jogo que no passado sempre levou à guerra está a ser jogado outra vez”.

Para Angola, de acordo com a abordagem deste tipo de cenários prospectivos, a questão de Cabinda, assim como as tendências de fragmentação no leste, podem vir a ser empoladas em simultâneo com os esforços no quadro duma “revolução colorida” adaptada, tirando partido tanto da clivagem entre famílias dominantes como das manipulações contraditórias em curso na sociedade angolana (tirando partido do foço das desigualdades, à maneira dos interesses e conveniências norte americanas, ou seja, sem pôr em causa, antes reforçando, a lógica capitalista).

No Golfo da Guiné e África Central candidatos à balcanização e à separação há contudo vários outros: a fragmentação da República Democrática do Congo pode tornar-se fulcral para o redesenhar do mapa de África à maneira dos interesses da hegemonia e correspondendo à “Conferência do Pentágono para África”…

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