quarta-feira, 20 de setembro de 2023

Abismo climático: as razões de nossa impotência

Surge no horizonte um novo pesadelo: secas simultâneas e crise alimentar global, devido a mudança nos ventos de altitude. Mas a inação persistirá – enquanto não tirarmos dos super ricos as alavancas que permitem manter tudo como está

George Monbiot*, em seu blog | Outras Palavras | Tradução: Antonio Martins

De acordo com a pesquisa de notícias do Google, a mídia brasileira publicou mais de 32 mil matérias sobre o atropelamento do ator Kayky Brito, ao atravessar, aparentemente transtornado, uma avenida na Barra da Tijuca, Rio1. O Google também regista um total global de cinco notícias sobre um artigo científico publicado há alguns meses, que mostra que as probabilidades de perdas simultâneas de colheitas nas principais regiões produtoras do mundo, causadas pelo colapso climático, parecem ter sido perigosamente subestimadas. No mundo da mídia, um lugar que nunca deve ser confundido com o mundo real, as fofocas sobre celebridades são milhares de vezes mais importantes que o risco à existência da vida humana.

O novo artigo explora os impactos na produção agrícola quando os meandros da Corrente de Jato (ou ondas de Rossby) ficam bloqueados. Este bloqeuio causa condições climáticas extremas. Em resumo, se você mora no hemisfério norte e um meandro na Corrente de Jato (a faixa de ventos fortes alguns quilômetros acima da superfície da Terra, em latitudes médias) fo bloqueado a sul de onde está, o clima do lugar vai se tornar frio e úmido. Se estiver bloqueado a norte de você, é provável surjam ondas de calor e secas crescentes.

Em ambos os casos, o clima bloqueado, agravado pelo aquecimento global, afeta as colheitas. Sob determinados padrões de meandros, várias das principais regiões de cultivo do hemisfério norte – como o oeste da América do Norte, a Europa, a Índia e o leste da Ásia – podem ficar expostas a condições meteorológicas extremas ao mesmo tempo , prejudicando as suas colheitas. Para a nossa subsistência, dependemos de compensaçẽos globais: se houver uma má colheita numa região, é provável que seja contrabalançada por boas colheitas noutros locais. Mas mesmo pequenas perdas de colheitas, quando ocorrem simultaneamente, apresentam o que o documento chama de “risco sistêmico”.

Portugal | Desonestidades & Corrupções Lusas nos Tentáculos dos Polvos

Mais buscas sobre negócios na Defesa. Não deixar mal os jovens. E um mundo de problemas

David Dinis, director-adjunto | Expresso (diário)

Viva. Começo por aqui, uma história exclusiva do Expresso, acabada de lançar sobre a Tempestade Perfeita: PJ esteve em Tancos, no Alfeite, na base de Beja e em outras cinco infraestruturas militares à procura de pistas. Tudo indica que este caso não vai acabar por aqui.

Mas talvez ainda seja isto o mais importante do dia: A perspetiva futura dos jovens tem vindo a melhorar, mas falham a habitação, a saúde mental e cuidar do planeta. O estudo é do IPTJ, um instituto liderado pelo ex-deputado do PS Paulo Trigo Pereira. E tem o cuidado de nos deixar indicadores para, a cada ano, irmos percebendo até onde estamos a deixar mal os nossos jovens.

Da Madeira, conseguimos uma bela entrevista com Alberto João Jardim. E o regresso de Passos? “Diga-me qual é o país onde tenho de me exilar”, diz-nos ele, deixando também vários recados para Miguel Albuquerque. Em jeito de análise e reportagem, ainda há este texto: O PS desistiu de ganhar a Madeira? Socialistas dizem que não, mas derrota é dada como certa.

Olhando para a Economia, a produção da casa deu-nos isto: “As vindimas clássicas do Outono estão a começar a ser uma miragem”: alterações climáticas ameaçam produção de vinho português. E os tempos de crise deram nisto, durante o dia de hoje: “Eu, que estou de abalada, estou zangado”: pela primeira vez, a TSF desligou os microfones e entrou em greve. Já que falamos no assunto, eis o contexto: As crises da economia portuguesa em mais de um século: quatro grandes apertos de cinto.

No internacional, muitos textos a reter:

Kiev está a receber as armas de que precisa para vencer? Há expectativas desajustadas quanto à contraofensiva? A resposta é complexa

Acusações de Justin Trudeau ao Governo de Narendra Modi: conheça a história da morte que pôs o Canadá e a Índia em pé de guerra

Erdogan sente-se traído pelo Ocidente e, para já, continua a bloquear a adesão da Suécia à NATO

O que se passa em Nagorno-Karabakh e por que razão o Azerbaijão lançou um ataque sobre o enclave? 10 perguntas e respostas sobre um caso que, entretanto, teve estes desenvolvimentos.

E, entre o mundo e a cultura, vale muito a pena ler esta entrevista a Shehan Karunatilaka, vencedor do prémio Booker: “Não acho que os livros sejam coisa por que valha a pena morrer”. Atenção, ele é do Sri Lanka.

De passagem pela Tribuna, antecipamos o regresso do Benfica à Champions com uma entrevista. Jonathan Soriano, o goleador de Schmidt em Salzburgo que superou Ronaldo e Messi e se “riu muito” com Jesus na Arábia Saudita.

E falta ainda a opinião: E o sorriso de Costa disse tudo, de Daniel Oliveira; Indo eu, indo eu, a caminho de Viseu..., uma viagem de Henrique Monteiro; Os pais de Jane Austen eram bondosos?, de Henrique Raposo; e ainda antecipamos o artigo de Clara Ferreira Alves da Revista desta semana, sobre decotes, com este título: Marcelo, ou Dâmaso Salcede.

Para acabar com um sorriso, entre pelo novo podcast do Ricardo Araújo Pereira: Sobre medo: “Perante uma coisa horrível, rir é o melhor remédio. Não é possível rir e ter medo ao mesmo tempo”.

Por hoje é tudo, mas não no site do Expresso. Esse continua em atualização permanente aqui. Até já

Portugal | COMO ESCONDER 20 MILHÕES DE EUROS DAS MÃOS SUJAS DO ESTADO

Diogo Augusto* | Setenta e Quatro

O Estado Social depende da capacidade de arrecadar receita. Os mais ricos deviam compensar pelos que nada ou menos têm, mas não é o que acontece ao usarem artimanhas de fuga aos impostos a que só eles têm acesso. Eis como o fazem a partir do exemplo da família Champalimaud.

Imagina que tens uma fortuna de vários milhões, ou até mesmo alguns milhares de milhões de euros. Imagina, se for necessário, que tens filhos, netos, bisnetos. Tendo por eles um compreensível carinho, queres deixar-lhes a tua fortuna e não deixar que o Estado vá buscar uma percentagem da tua riqueza. Afinal de contas, as escolas e os hospitais que esse dinheiro constrói e mantém não são locais que tu ou a tua família alguma vez corram o risco de vir a frequentar.

Não encares esta tentação como fuga aos impostos. O dinheiro é teu e, aliás, há toda uma indústria de serviços financeiros pronta para te oferecer “segurança”, “proteção de bens” e até formas de acautelar o futuro daqueles que amas. Basta estares disposto a pagar (e bem) por esses serviços.

Faz outro exercício: antes de saberes o que está disponível, pensa em como seria, do teu ponto de vista de multimilionário, o instrumento perfeito para isto. Que tipo de funcionalidades deveria ter? Lembra-te de que pedir não custa, e mesmo que custe, não há-de ser nada que não consigas pagar.

Eu ajudo. Vamos precisar de duas coisas: não pagar impostos e não sermos descobertos. A discrição é essencial. Há por aí muita gente com mal de inveja e pouca vontade de trabalhar que, do seu Peugeot 206 com 20 anos, não consegue deixar de cobiçar a tua riqueza. Felizmente, o que não falta por aí são gestores de grandes fortunas que sabem exatamente como lidar com uma situação delicada como esta. E uma das soluções que muito possivelmente te darão fica no Panamá.

Portugal | Chega, portugueses e as politiquices

Rosália Amorim* | Diário de Notícias | opinião

Os portugueses quiseram saber da moção de censura do Chega ao governo? Ontem à tarde ficaram de olhos colados à televisão, aos sites dos jornais ou de ouvidos atentos às rádios? Duvido. As métricas que nos dão, ao segundo, a tráfego online confirmam a minha convicção. O povo é sereno e sábio. Sabe bem que a moção de censura de nada servirá neste momento. Sabe também que o partido que tomou a iniciativa, ao colocar este instrumento em cima da mesa do parlamento por dá cá esta palha, está a desbaratar uma arma democrática. Trata-se de um dos instrumentos de controlo político do governo à disposição da Assembleia da República, que incide sobre a execução do programa do Governo ou sobre assunto de relevante interesse nacional e que, sim, pode deitar um governo abaixo, mas não neste momento, neste contexto político e socioeconómico.

A tempestade perfeita está instalada: alta da inflação, subida das taxas de juro, combustíveis a disparar de novo e alimentos básicos ao preço de pratos gourmet. Os portugueses fazem contas à vida e não sabem mais como fazer esticar o dinheiro lá em casa e, nesta altura, o que menos desejam é juntar a esta tempestade uma nova crise política.

O Executivo tem governado bem e resolvido os problemas das populações? Não. A crise da habitação é um dos maiores dramas que o país enfrenta e o descontentamento, as manifestações e as greves estão à vista. Mas uma moção de censura, nesta fase da legislatura, não é mais do que desbaratar uma arma democrática. Costa foi, ontem e como sempre, um malabarista implacável que soube voltar a iniciativa contra a oposição de Direita e puxou a si os louros do debate. Acusou a Direita (com foco no PSD) de não conseguir construir alternativa. Ainda aproveitou para confirmar as medidas para baixar a prestação da casa durante dois anos e avançou ainda que tem "fixado o calendário de atualização do salário mínimo até ao final da legislatura e com grande probabilidade vamos atualizar o mínimo de existência [no IRS] em conformidade com esse aumento." Em causa, está a isenção de IRS ao salário mínimo.

Esta é a terceira moção de censura desta legislatura: duas do partido de Ventura e uma da Iniciativa Liberal. A banalização deste instrumento é perigosa e alimenta populismos. No final do dia, o Chega acabou por dar mais ao palco ao PS, desbaratou uma oportunidade e ficou tudo exatamente na mesma. Como era de esperar, a moção de censura foi chumbada. Hoje, sim, talvez o povo fique de olhos postos no parlamento, afinal o debate vai ser sobre o IRS, matéria que toca mais nos bolsos dos eleitores do que as politiquices.

*Rosália Amorim. Diretora do Diário de Notícias

Portugal | Hoje: Trabalhadores da TSF em greve por 24 horas

A paralisação foi aprovada por unanimidade em plenário 

Os trabalhadores da TSF estão esta quarta-feira, 20 de setembro, a cumprir uma greve de 24 horas.

A paralisação, a primeira em 35 anos de história convocada pelos trabalhadores da TSF, foi aprovada por unanimidade em plenário realizado a 11 de setembro.

TSF

Na imagem: Os trabalhadores da TSF estão esta quarta-feira, 20 de setembro, a cumprir uma greve de 24 horas © Reinaldo Rodrigues/Global Imagens (arquivo)

Portugal | Moção impossível

Vítor Matos, jornalista | Expresso (curto)

Bom dia!

Começo por lhe fazer um convite: hoje às 14h00 "Junte-se à Conversa" com João Silvestre, Isabel Vicente e David Dinis sobre se "O BCE foi longe demais? E o Governo faz a menos?". Inscreva-se aqui.

Cavaco Silva, que nem teve tempo de fazer oposição porque implodiu o Bloco Central quando chegou à liderança do PSD, nunca esteve nessa terrível posição política, mas aconselhou Luís Montenegro, num discurso em maio, sobre a arte de bem se opor: “As moções de censura servem os interesses do PS, servem os erros da sua governação”, disse o ex-Presidente num discurso em que sugeriu a António Costa para se demitir.

O líder do PSD, bom aluno do professor, assimilou a lição e absteve-se na moção que o Chega apresentou ontem contra o Governo. É verdade, Cavaco tinha razão. Se a moção de André Ventura serviu a alguém foi ao primeiro-ministro, que assistiu de bancada à competição da direita sobre quem bate mais depressa na parede. O exercício parlamentar serviu para Ventura ter tempo de antena e ganhar ainda mais lastro nas redes sociais, a capitalizar a imagem de verdadeira oposição contra o PSD, enquanto Luís Montenegro se passeava em trabalho político por Santarém para desvalorizar a tarde da gritaria venturista em São Bento.

“Na
bancada do Governo, António Costa ria-se perante os ataques de Ventura aos liberais e perante o espetáculo da direita a digladiar-se”, escreveu a Rita Dinis na crónica do debate da moção impossível, aprovada apenas pelo Chega e pela Iniciativa Liberal, no quadro de um Governo de maioria absoluta. Pode ler aqui todo o direto do debate.

Claro que, se estiverem folgados, os governos ganham sempre este tipo de confrontos. Na tarde de ontem, como se fosse um debate quinzenal - a propósito, por causa da moção, o regresso dos quinzenais ficou adiado para dezembro - o primeiro-ministro deu duas notícias importantes: no Conselho de Ministros da próxima semana, o Governo (João Galamba?), anunciará o enquadramento legal para a privatização total do capital da TAP e revelou que afinal o salário mínimo não será taxado em sede de IRS, como as Finanças tinham admitido. Um recuo, que serve de boia num tema onde o Governo parecia acometido de um ataque insensibilidade social.

Mais um momento disruptivo causado pelo Chega, que leva a direita a refletir sobre os caminhos do seu futuro. A este propósito, recomendo a leitura da newsletter do David Dinis, Observatório da Maioria, onde ele faz uma pergunta e apresenta argumentos sobre o tema. Leitura obrigatória: “A direita moderada pode ignorar o Chega? Pode e deve (cinco estudos para convencer os céticos)”. O texto serve para céticos e não céticos.

No podcast Expresso da Manhã de hoje, o Paulo Baldaia fala exatamente com o David Dinis sobre o que diz o debate da moção de censura sobre a direita que temos hoje em Portugal.

Portugal | O Decote

Henrique Monteiro | HenriCartoon

Ataque combinado massivo destruiu instalações ucranianas em todo o país

Na noite de 19 de Setembro, os militares russos lançaram uma nova onda de ataques de precisão contra as forças armadas e infra-estruturas ucranianas em todo o país. Segundo a mídia ucraniana, a última noite marcou um dos maiores ataques de drones na Ucrânia. Ao mesmo tempo, a Rússia atacou a Ucrânia com mísseis balísticos e bombas “inteligentes”. 

South Front | # Traduzido em português do Brasil

De acordo com fontes militares ucranianas, os UAV têm vindo da direção sul em várias ondas durante várias horas. Como resultado, as forças de defesa aérea ucranianas ficaram sobrecarregadas.

O massivo ataque combinado começou na noite de 18 de setembro. Os primeiros alvos foram atingidos em Krivoy Rog, Kharkiv e Slavyansk. Logo explosões trovejaram na região de Kherson, inclusive nas áreas de retaguarda próximas às linhas de frente.

O prefeito da cidade de Kharkiv confirmou que a cidade “está novamente sob o fogo dos mísseis russos. Segundo informações preliminares, a parte central da cidade está sob ataque.” As fontes locais confirmaram imediatamente que os mísseis russos atingiram alvos no distrito de Kholodnogorsk. Ali está localizada a fábrica de blindados utilizada para a reparação e restauração de veículos blindados das Forças Armadas da Ucrânia. As forças russas já atacaram esta instalação duas vezes na semana passada.

Logo as forças de segurança da Ucrânia relataram a ameaça de ataques com mísseis balísticos nas regiões de Poltava, Kharkiv, Kirovograd, Dnepropetrovsk, Zaporozhye e Donetsk. Ao mesmo tempo, informações sobre a passagem de UAVs Geranium pelo Mar de Azov foram divulgadas online. Então, o segundo grupo de drones kamikaze foi avistado indo em direção às regiões centrais da Ucrânia, sobre a região de Kherson. Por volta da meia-noite, UAVs russos foram avistados nas regiões de Krivoy Rog, Ochakov, Kherson e Mykolaiv.

Em uma hora, as forças ucranianas relataram o ataque do terceiro grupo de UAVs. Eles foram avistados pela primeira vez na região de Odessa, movendo-se aos pares. Um dos drones era uma isca para os radares ucranianos e o outro tinha como objetivo atingir um alvo. Então, explosões trovejaram em Nikolaev. A Internet e as comunicações móveis foram desligadas na cidade, provavelmente para evitar que os habitantes locais divulgassem a informação sobre as greves.

Os ataques do quarto e quinto grupos de UAVs seguiram-se imediatamente. Também chegaram à Ucrânia através da região de Kherson. Numerosas explosões trovejaram na região de Odessa. Fontes locais confirmaram incêndio em outro depósito de petróleo no porto de Reni.

Até de madrugada, foram ouvidas explosões no oeste da Ucrânia, incluindo nas regiões de Khmelnitsky, Ternopil e Lviv.

Por volta das 6h30, as forças russas atacaram a cidade de Lviv, que serve como um importante centro de fornecimento de equipamentos militares ocidentais, mercenários e instrutores da OTAN.

O chefe da administração regional confirmou danos nos armazéns locais, onde ocorreu um grande incêndio. Os moradores relataram três greves na cidade e quatro incêndios.

Os militares ucranianos tradicionalmente mentiram sobre as suas vitórias. Segundo o porta-voz da Força de Defesa Aérea Ucraniana:

“No total, foram registrados 30 lançamentos de UAV na direção sudeste, bem como um míssil balístico Iskander-M, que o inimigo disparou do território da Crimeia na direção de Krivoy Rog.”

De acordo com dados oficiais, 27 UAVs de ataque e um UAV de reconhecimento foram abatidos. Apenas dois UAVs russos supostamente atingiram seus alvos. Obviamente, dois drones não poderiam infligir danos tão grandes à infra-estrutura ucraniana em várias regiões. Apesar das tentativas de Kiev de apagar todos os relatórios publicados online, pelo menos 7 ataques em diferentes regiões foram oficialmente confirmados.

Ler/Ver em South Front:

Forças russas atacaram portos ucranianos, armazéns com mísseis Storm Shadow, munições de urânio empobrecido e outros alvos

Ataques de drones ucranianos e operação de pouso na Crimeia, levando à resposta russa

Impasse persistente na linha de frente nas batalhas por Kleshcheevka e Andreevka

Batalhas intensas, mudanças de estratégias definem linhas da frente ucranianas - vídeo

As batalhas intensas continuam no sul e no leste da Ucrânia, enquanto as linhas de frente permanecem quase inalteradas. Os militares ucranianos continuam a tentar romper as defesas russas, direcionando os principais esforços de assalto de uma área para outra. Por sua vez, as forças russas resistem ferozmente em todas as frentes, lançando contra-ataques para manter as reservas ucranianas nas batalhas.

South Front | # Traduzido em português do Brasil - VER VÍDEO

O ataque ucraniano ao sul de Velikaya Novoselka está paralisado. Após várias semanas de ataques sangrentos na área de Novodonetskoe e Novomayorskoe, os militares ucranianos não conseguiram obter quaisquer resultados e estão supostamente a preparar uma postura defensiva. De acordo com os relatórios da frente, os ataques ucranianos por pequenos grupos continuam, mas as forças ucranianas começaram a minar as áreas próximas das suas posições, a fim de evitar quaisquer contra-ataques russos.

Em geral, a calmaria continua nessa direção. Alguns pequenos grupos ucranianos em veículos blindados tentam, sem sucesso, aproximar-se das posições russas perto de Urozhainoe. Como resultado de vários ataques fracassados, os ucranianos recuaram com perdas perto de Staromayorskoe. Todas as tentativas ucranianas de retomar as posições recentemente capturadas pelos russos ao norte de Priyutnoe também foram repelidas.

Enquanto isso, o comando militar ucraniano mudou novamente o foco da direção principal da sua contra-ofensiva, na área ao sul de Orekhov.

O exército ucraniano retomou os ataques com renovado vigor ao longo da linha Rabotino-Verbovoe. As unidades ucranianas não abandonam as dispendiosas tentativas de penetrar na defesa russa e chegar às alturas-chave perto de Krivaya Balka.

A oeste e sudoeste de Rabotino, as forças ucranianas continuam os ataques, procurando avançar em direção às aldeias de Kopani e Novoprokopovka. As batalhas posicionais não param entre Novoprokopovka e Verbovoe, os duelos de artilharia pesada continuam.

Após semanas de esmagamento contínuo da mão-de-obra ucraniana na área de Rabotino, as unidades russas lançaram recentemente vários contra-ataques bem-sucedidos. O avanço russo na periferia oriental da aldeia ameaçou o agrupamento ucraniano com um saco de fogo nas ruínas do assentamento destruído.

Ambos os lados estão levantando reservas para a área. De acordo com alguns relatórios ocidentais, o exército russo reforçou as suas posições com unidades aerotransportadas adicionais nas últimas duas semanas. Há alegadamente cerca de 10 mil militares russos destacados na área.

Os militares russos ainda estão a lucrar com o seu domínio no ar e as tentativas ucranianas de mobilizar as suas aeronaves restantes para ataques imprecisos a posições russas a partir de uma distância remota levam a perdas crescentes. No último dia, as forças russas atiraram em outra aeronave ucraniana com um MANPAD sobre Orekhov.

A situação continua tensa na região de Bakhmut, onde os ataques ucranianos que duraram meses forçaram as unidades russas a retirar as suas posições para além da linha ferroviária a leste de Klescheevka e Andreevka. Apesar das reivindicações prematuras de Kiev, os militares ucranianos ainda não assumiram o controlo das aldeias destruídas. As batalhas continuam nas ruínas.

Ler/Ver em South Front:

EUA podem enviar “Mini-Nukes” para a Ucrânia – Ex-funcionário da CIA

Como o bombardeio mortal ucraniano mudou para sempre a vida da família do DPR

Uma família da República Popular de Donetsk contou à Sputnik sobre a trágica experiência e as perdas que sofreram como resultado do bombardeio de 12 de maio pelas forças ucranianas, que destruiu completamente a sua casa na aldeia de Staromayorskoye, chamando o incidente de um evento em suas vidas que eles "quero esquecer."

Sputnik | # Traduzido em português do Brasil

Kolya, um menino que agora mora com a mãe e a irmã mais nova em um dormitório, compartilhou alguns detalhes do terrível ataque ucraniano que foi realizado, disse ele, com o uso de mísseis e lançadores de granadas .

O menino disse ao Sputnik que sua mãe havia perdido a perna no bombardeio e ficou incapacitada , enquanto seu próprio corpo ainda estava coberto de muitas cicatrizes dos fragmentos do projétil que o feriu.

“Algumas feridas ainda doem. Estamos tentando encontrar algum tipo de remédio para que não doa”, disse a mãe de Kolya.

O pai da família morreu durante o bombardeio, porque foi forçado a usar seu corpo como escudo para proteger sua filha , disse a mãe à Sputnik. A irmã do menino sobreviveu ao ataque graças à bravura e ao auto-sacrifício do pai, mas ainda ficou ferida na perna.

Apesar das experiências assustadoras pelas quais a família passou, eles estão fazendo o possível para seguir em frente.

“Graças a Deus, tudo voltou mais ou menos ao normal. Já estamos voltando a uma vida mais ou menos normal”, disse a mãe de Kolya, acrescentando, no entanto, que eles sempre sentiriam “medo quando algo está voando” nas proximidades

Imagem: ©Sputnik/Andrei Stenin

Cimeira do G20: O que a Índia mostrou ao mundo – e o que escondeu

O rosto de Modi e a inteligência diplomática da Índia estavam à mostra. Mas, dos monumentos à comida, foi negado um palco à diversidade da Índia.

Megha Bahree | Al Jazeera | # Traduzido em português do Brasil

Nova Deli, Índia – A Índia é um país de 1,4 mil milhões de habitantes. Mas o único rosto que se vê em toda a capital hoje em dia, depois de dois dias a receber líderes mundiais para a cimeira do Grupo dos 20 (G20) , é o do primeiro-ministro Narendra Modi.

Você o vê não apenas no aeroporto e no grande local recentemente construído para sediar o cume, mas em praticamente todas as estradas, a cada poucos metros. Às vezes, dois comprimentos de carro, no máximo. É um show de um homem só.

Tendo passado muitos dos meus anos de crescimento e trabalho em Nova Delhi, as mudanças na cidade para este megaevento se destacam.

Escolas e escritórios foram fechados para a cúpula, estradas bloqueadas para o chamado movimento VIP. Às vezes era preciso esperar 15 minutos para atravessar a rua enquanto os carros da polícia os bloqueavam.

Os vendedores, onipresentes nas ruas indianas e que vendem de tudo, desde frutas e vegetais até roupas, sapatos e utensílios domésticos, estiveram desaparecidos nos últimos dias. Eles precisam de um rendimento diário proveniente das suas vendas para sobreviver – mas claramente não figuram na agenda do governo Modi para promover a Índia como a voz do sofrido Sul Global.

Em algumas ruas, nem sequer existem os cães vadios que são a base de todos os bairros. Eles também foram presos.

A candidatura da Turquia à adesão à UE acabou? -- análise

As tensões entre os lados aumentam novamente quando Erdogan sinaliza a separação do bloco após um relatório áspero do Parlamento Europeu.

Umut Uras | Al Jazeera | # Traduzido em português do Brasil

As recentes observações do Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, levantaram a perspectiva de que a Turquia poderia romper os laços com a União Europeia.

Falando no sábado, na sequência de uma resolução aprovada pelo Parlamento Europeu (PE) em 13 de setembro, Erdogan disse que poderia romper com um bloco ao qual Ancara espera há anos aderir, mas os passos concretos têm sido poucos e distantes entre si, e a adesão as negociações estão efetivamente congeladas.

A resolução do PE adoptou um relatório publicado pela Comissão Europeia no ano passado e dizia que o processo de adesão da Turquia à UE “não pode ser retomado” sem uma “mudança drástica de rumo” por parte de Ancara.

Erdogan respondeu acusando o bloco de “fazer esforços para romper os laços com a Turquia”, acrescentando: “Faremos as nossas avaliações face a estes desenvolvimentos e, se necessário, podemos separar-nos da UE”.

A resolução também fez diversas críticas à Turquia, incluindo às eleições realizadas em maio, às questões de direitos humanos e à sua relação com a Rússia .

Por seu lado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Turquia disse que a resolução incluía “acusações e preconceitos injustos”.

“Este relatório… é um reflexo da habitual abordagem superficial e não visionária do Parlamento Europeu, tanto nas suas relações com o nosso país como no futuro da UE”, afirmou o ministério.

Demonstra até que ponto a instituição está “de desenvolver a abordagem estratégica correta tanto para a UE como para a nossa região”, acrescentou.

A Turquia tem uma união aduaneira com a UE e é candidata à adesão desde 1995. As negociações de adesão plena, iniciadas em 2005, estão num impasse desde o final da década de 2010, e os esforços diplomáticos para reanimá-las falharam.

A agenda secreta da Transparency International: Peão no jogo da inteligência ocidental

Kit Klarenberg* | MintPress News | # Traduzido em português do Brasil

Em 24 de Julho, foi revelado que a ala neozelandesa da Transparência Internacional recorreu ao aconselhamento especializado de algumas das maiores e mais notórias empresas de lobby do país para melhorar os padrões éticos na indústria do lobby político e empresarial. Um empresário local, que se ofereceu de forma independente para ajudar a TINZ na limpeza do setor, denunciou.

Expressando “espanto”, compararam a consulta do TINZ a lobistas de alto escalão sobre como limpar a sua própria indústria como algo semelhante ao “recrutamento de membros de gangues pela polícia para determinar novas regras sobre a perseguição de condutores em fuga”. No entanto, qualquer pessoa familiarizada com a história da Transparência Internacional dificilmente ficaria surpreendida.

Fundada pelos apparatchiks do Banco Mundial em 1993, a Transparência Internacional (TI) expôs incansavelmente a corrupção no sector público no Sul Global, ao mesmo tempo que deixou sem exame a criminalidade facilitada pelo governo nas nações ricas. Por outras palavras, é um meio de perpetuar a privatização no estrangeiro em benefício dos investidores ocidentais. Consequentemente, a organização é financiada por uma confusão de grandes corporações, incluindo empresas implicadas na corrupção à escala industrial e na evasão fiscal, como a Google , a Microsoft e a Siemens .

A grande mídia nunca submeteu a Transparência Internacional ou o seu duvidoso Barômetro Global de Corrupção e Índice de Percepção de Corrupção anual ao escrutínio crítico, invariavelmente dando destaque às publicações e pronunciamentos regulares da organização. No entanto, uma reportagem sobre a controvérsia TINZ feita pela rádio pública da Nova Zelândia continha uma divulgação notável. Observou-se que a divisão recebeu financiamento considerável de várias fontes do governo local, incluindo os equivalentes da CIA e da NSA em Canberra, o Serviço de Inteligência de Segurança e o Gabinete de Segurança das Comunicações do Governo.

O CEO da TINZ defendeu este patrocínio, argumentando que as agências de espionagem “têm um forte interesse no combate à corrupção – esse é um dos seus principais problemas, as coisas que fazem”. Os serviços de inteligência ocidentais têm, de facto, estado fortemente concentrados no “combate à corrupção” nos últimos anos. Como veremos, porém, o objectivo é transformar a questão numa arma, a fim de demonizar e desestabilizar governos “inimigos” e talvez até fomentar mudanças de regime. Também frequentemente, a Transparência Internacional tem desempenhado um papel de destaque nestes esforços.

Mais lidas da semana