domingo, 15 de maio de 2011

BLOGGER, QUANDO VOLTA A NORMALIDADE E OS CONTEÚDOS DESAPARECIDOS?




REDAÇÃO

O texto que se segue é uma reposição de publicação de ontem que aborda as “falhas” do Blogger, ocorridas de forma inesperada e com maior incidência entre 11 e 12 de Maio. Sendo que o desaparecimentos de dezenas de postagens do Página Global (e de outros blogues) se mantém, apesar de elementos da equipa do Blogger informarem que estão a fazer a sua reposição. Quisemos acreditar que sim até a este momento.

Fato é que 48 horas depois de dizerem que deram inicio às reposições dos conteúdos desaparecidos ainda não o fizeram, nem o fizeram a outros usuários da blogosfera com que contactámos. O que puderá indiciar que o Blogger está pretender ocultar a sua incapacidade de repor aquilo que desapareceu.

Igualmente grave é o fato de que existem bloguistas que se referem a outros tipos de anomalias no funcionamento do editor de conteúdos. O mesmo nos acontece. No entanto o Blogger informa que “voltou” e dá a perceber que está tudo bem e normal, como anteriormente. Não, não está. Falta repor a normalidade no funcionamento do serviço a muitos níveis.

No caso do Página Global constatamos que voltaram à Barra Lateral conteúdos que tínhamos excluído e desapareceram outros. O que referimos não acontece somente connosco mas sim com muitos mais bloguistas.

Urge que o Blogger assuma os erros graves que se mantêm e informe se está a laborar no sentido de recuperar a normalidade de funcionamento e de reposição dos conteúdos - estimando um prazo - ou se não está e nos informa frontalmente que o que desapareceu é irrecuperável. Pretende~se somente informação completa, correta, transparente e de coragem, o que não parece estar a acontecer até ao momento.

De seguida incluímos a reposição e links de publicação nossa referentes ao assunto:

BLOGGER CONTINUA A “VENDER GATO POR LEBRE”

REDAÇÃO

A Fábrica dos Blogues, há cerca de um mês atrás, tomou a decisão de condensar num único blogue todos os outros que tinha. Para o efeito criou o PÁGINA GLOBAL. A decisão foi uma variante de consequências pelas dificuldades que nos foram criadas com o novo editor do Blogger. Fomos mansos e aceitámos a mudança, presumindo que o novo editor funcionaria bem num blogue criado pós novo editor. Assim aconteceu.

Com adaptação adequada, os elementos do coletivo da FB passaram a fazer as postagens neste blogue com quase tanta comodidade e no tempo que anteriormente o antigo editor proporcionava nos blogues abandonados – Timor Lorosae Nação e Página Um, principalmente. Tudo estava a correr pelo melhor.

Acreditámos e acreditamos que este modelo alternativo do Página Global é o indicado para aquilo que o nosso coletivo tem em mente e que os leitores voltarão a preferir-nos do mesmo modo que anteriormente o faziam nos diversos blogues da FB. Pela nossa experiência sabemos que temos de dar tempo para que os que nos visitam também se adaptem ao novo modelo.

No passado dia 12 o Blogger teve problemas e privou os usuários de postarem durante mais de 20 horas. O comportamento da equipa do Blogger foi exemplar em nos explicarem aquilo que se estava a acontecer e as razões das anomalias. Referimos isso mesmo em postagem de ontem.

Após a “avaria” o Blogger veio dizer que estava tudo bem. Tudo normal. Excepto o sumiço de postagens que iriam repor. Ocorre que até este momento não repuseram essas mesmas postagens. No nosso caso são dezenas delas. Pelo que estamos a concluir nesta equipa verificam-se desaparecimentos de prosas de opinião e outras que nos incomodam seriamente. Isto porque procuramos ser o mais honestos possível neste hobie que abraçámos.

Considerando que o tempo passa e que o Blogger não está funcionando normalmente com este novo editor (o antigo “morreu”). Considerando que não é verdade que tudo esteja bem, como anuncia o Blogger. Considerando que ainda não foram repostos os conteúdos “desaparecidos”. Considerando que o Blogger não dá uma explicação há imensas horas. Tomámos a iniciativa de lhes expor as nossas apreensões e constatações.

O Blogger está a “vender-nos” gato por lebre. Não está a funcionar corretamente (pelo menos em alguns blogues) para se proceder às publicações, ao contrário do que anunciou ontem.

Por todas essas razões escrevemos-lhes com o propósito de alerta, de correção e de que nos esclareçam. São essas missivas que publicamos a seguir. Caso não seja solucionado o que deve passar à normalidade habitual do Blogger, como estávamos habituados, teremos de optar por escolher outros caminhos e encontrarmos um sítio que nos ofereça melhores condições de publicação e garantias de que os conteúdos não desaparecem.

Existe uma tendência dos fornecedores de internet, mas não só, para fazer novo e mudar. Supostamente evoluir. Acontece que muitas vezes as mudanças são retrógradas, não funcionais, incómodas, geradoras de incompatibilidades entre os vários produtos existentes. Daí se concluir que mudam para pior e para nos complicar as vidas.

É mais que sabido que a inteligência não se adquire nas universidades, nem vem enrolada em canudos de licenciamentos universitários e de doutoramentos. O que se pode perguntar é o que certas pessoas andaram a estudar durante anos e anos. Se foi para depois nos complicarem as vidas – até nas coisas mais ínfimas – mais valia estarem sossegados e ficarem pelo ensino básico mas manterem-se pessoas em vez de convencidos aperaltados que nem sabem que não sabem e julgam saber. Cuidado com certos licenciados, certos doutores, engenheiros e… etc.

Aos que nos visitam adiantamos que é muito provável que tenhamos de mudar de alojamento outra vez. Estamos muito inclinados e fazer uma mudança o mais definitiva possível e criar um site próprio. Algo desse género. O tempo e as nossas exigências assim vão ditar.

Pedimos desculpa pela redução de postagens que faremos enquanto experimentarmos dificuldades com este “gato”, que não é lebre, do Blogger, mas que parece quererem fazer acreditar que é. Reduzimos por falta de tempo e paciência. Parece que estamos a lidar com um “monstro”.

CONTATOS COM O BLOGGER

Meus caros

Horas volvidas e continuamos a verificar o desaparecimento de imensas postagens em PÁGINA GLOBAL, são mais de duas dezenas, talvez três.

Poderão fazer o favor de nos dar uma resposta?

Muito obrigado

AM

MUDAR POR MUDAR… E PARA PIOR, NÃO!

Meus caros

Mudar por mudar, para ser diferente, tem de ser para melhor, para mais acessível, mais fácil, mais rápido. Isso não tem sido o que verificamos com o novo editor do Blogger. Está tudo mais complicado e demorado nas postagens, ao contrário daquilo que era no editor antigo.

Tivemos, o nosso coletivo, de abandonar os outros blogues de Fábrica dos Blogues, por não estarem fáceis nas postagens com este novo editor. Criámos o PÁGINA GLOBAL e então, com o novo editor, tudo ficou quase normalizado e quase tão fácil como era com o antigo editor. Era blogue novo e achamos que por isso funcionava bem com o novo editor. Adaptámo-nos e tudo estava a ficar mais fácil. Quase que nos permitia postar ao ritmo de antes com o antigo editor. Agora, a partir desta vossa "avaria" de mais de 20 horas está a voltar tudo ao mesmo. Estamos com sérias dificuldades com o novo editor em PÁGINA GLOBAL. O que se passa? Porque para inovar têm de complicar? Teremos de optar por abandonar o Blogger?

No caso do nosso coletivo temos por projeto e hobie fazer uma seleção de notícias que depois abordamos em opiniões daqueles que o constituem. Assim como sensibilizar os que nos leiam para determinados temas e degradação ou benefícios da sociedade atual em que vivemos. Isso leva a que façamos dezenas de postagens diárias em um só blogue (agora). Ora assim, com um novo editor que complica, é insuportável.

Perguntamos se vão fazer algo que reponha a normalização que estava antes de 12-5, ao menos. É que se nos derem resposta negativa e não nos esclarecerem teremos de abandonar o Blogger. Coisa que não queríamos mas que terá de ser para nos poupar tempo e paciência.

Estamos abertos às vossas explicações e a eventuais aconselhamentos que nos queiram fazer para tornar tudo normal e agradável. Uma coisa é certa: verificamos que na internet, quer o Google, quer o Windows e outros, ao quererem inovar e fazer diferente acabam por nos complicar a vida. Isso não é inovar mas sim retroceder e complicar. Pensem que deste lado estão pessoas. Damos-vos exemplos: o Windows Vista é pior (mais lento) que o XP, as cores e sistema do Explorer 9 é pior do que o 8. No 9 predomina o escuro... Não há óculos que nos emprestem olhos de águia. Como no Windows, agora, o Google falhou no Blogger com este novo editor. Inovar? Não. Estamos a regredir, a andar para trás.

Por favor, tomem em consideração que progredir é tornar tudo mais fácil, rápido, quase perfeito, simples, funcional e acessível. De modo a que qualquer um se sinta confortável e agradado no uso.

Pretendemos que estas sejam críticas construtivas e que encontrem eco em vós. Muito de maravilhoso tem o Google feito mas este novo editor, assim como está, com as dificuldades e eventuais incompatibilidades que cria não é digno do trabalho positivo a que nos habituara.

Aguardamos uma resposta o mais breve possível, caso contrário teremos de escolher outra alternativa para prosseguir com aquilo que temos em mente fazer do PÁGINA GLOBAL.

Muito obrigado pela vossa atenção.

Cumprimentos

P'lo coletivo - Ana Metan

DEPOIS DE ESCRITO (ontem)

Há momentos recebemos uma resposta da equipa de apoio do Blogger sobre o que atrás é exposto. Isso não invalida que procedamos a esta publicação com os devidos agradecimentos a Leo Martins e ao Blogger. O que precisamos é de melhorias efetivas, nada mais.

LEO MARTINS postou uma resposta para a pergunta "O que está a acontecer com as postagens que desapareceram em 12-5?":

Olá Página Global, tudo bem?

Muitos Blog já começaram a ser restaurados ontem as 22:00, sugiro que aguarde que a Equipe do Google já esta resolvendo estes erros.

Abraços,

Leonardo Martins

Relacionado:

Encontro de ministros do Exterior em Berlim mostra divergências na Otan




DEUTSCE WELLE

Embora Angela Merkel tenha tentado demonstrar a coesão internacional no conflito da Líbia, para observadores, encontro de ministros do Exterior da Otan em Berlim desmascarou a perplexidade entre os parceiros da aliança.

A presença da chefe alemã de governo, Angela Merkel, no encontro de ministros de Relações Exteriores da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), realizado neste domingo (15/05) em Berlim, é vista como um ato de reconciliação.

Assim como o Brasil, a Alemanha se absteve de votar a Resolução 1973 das Nações Unidas sobre a missão internacional na Líbia em 17 de março último.

Ao falar no Hotel Adlon diante dos ministros da Otan, Merkel se esforçou em dissipar todas as dúvidas em torno da lealdade alemã à aliança atlântica. "Nós todos compartilhamos estes objetivos da Resolução 1973. Independentemente de abstenção ou aprovação, compartilhamos totalmente esses objetivos", sublinhou a premiê em alusão à abstenção alemã no Conselho de Segurança da ONU.

Na ocasião, o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, saudou as "numerosas contribuições" que a Alemanha prestou à segurança na Europa e na Otan. "A Alemanha é e continuará sendo um aliado fiel na Otan, uma força de paz, estabilidade e segurança", disse Rasmussen.

Publicação sem Merkel

Merkel sabe que a abstenção alemã perturbou, chegando em parte até mesmo a irritar não somente seu partido, mas também parceiros próximos como a França. De forma demonstrativa – e sem Merkel –, o presidente norte-americano, Barack Obama, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e o primeiro-ministro britânico, David Cameron, divulgaram na quinta-feira uma publicação conjunta na mídia internacional com o título "O caminho da Líbia para a paz".

Embora Angela Merkel tenha se esforçado em demonstrar a coesão da comunidade internacional no conflito da Líbia, na opinião de muitos observadores, o encontro dos ministros da Otan em Berlim desmascarou impiedosamente a real perplexidade dos parceiros da Alemanha no caso da Líbia.


Em Berlim, ficou clara a frustração da França e do Reino Unido de terem sido forçados pelos EUA a participarem de uma missão da Otan. Porque os principais iniciadores da intervenção defendem uma ação militar mais intensa, já que os ataques aéreos até agora não trouxeram o sucesso esperado.

Alguns países-membros da Otan, todavia, consideram a extensão dos ataques aéreos como bastante apropriada. Quando o secretário-geral Anders Fogh Rasmussen apelou aos parceiros da aliança para que disponibilizassem mais jatos de combate, a Itália, Espanha e Bélgica rejeitaram.

"Dentro das regras"

"Isso demonstra o dilema da aliança", disse Volker Perthes, diretor do Instituto Alemão de Relações Internacionais e Segurança (SWP). "Se a Otan quiser manter sua unidade, ela só pode agir no contexto do mandato do Conselho de Segurança da ONU e não tomar parte de uma ampliação da missão, como desejado pela França e pelo Reino Unido", disse o diretor.

Uma ampliação da missão também não parece ser interesse dos Estados Unidos. Na semana passada, Rasmussen se encontrou com o presidente norte-americano, Barack Obama, em Washington. Ambos defenderam que os ataques aéreos deverão prosseguir enquanto o ditador líbio Muammar Kadafi continuar atacando seu próprio povo. Neste fim de semana, representantes rebeldes visitaram Washington em busca de reconhecimento diplomático internacional, o que os EUA ainda negam.

Por outro lado, o chefe das Forças Armadas britânicas, David Richards, exigiu em entrevista ao jornal Sunday Telegraph que os ataques sejam ampliados. Richards declarou que a Otan deveria cogitar em atacar, futuramente, também instalações de infraestrutura, aumentando assim a pressão sobre Kadafi.

Richards disse que a morte de Kadafi não seria objetivo explícito da Otan. No entanto, se Kadafi for atingido, por exemplo, num ataque a um centro de comando e controle, isso estaria "dentro das regras" do mandato da Líbia do Conselho de Segurança da ONU, afirmou o general britânico.

CA/dpa/afp/rtr

ENTRADA ILEGAL DE HAITIANOS NO BRASIL PREOCUPA AUTORIDADES





Em busca de condições melhores, haitianos entram no país ilegalmente, com a ajuda de atravessadores. Situação preocupa autoridades. Mais de mil pedidos de refúgio aguardam definição da Justiça brasileira.

No meio da Floresta Amazônica, longe da vigilância oficial, a rota ilegal do tráfico de drogas passou a ser a porta de entrada de haitianos no Brasil. Os imigrantes pagam de 2 a 5 mil dólares para cruzar as fronteiras com a ajuda dos chamados "coiotes".

"Esses são relatos dos próprios haitianos que entram no país. Eles contratam pessoas que conhecem a rota do tráfico, muitas vezes traficantes. E quando chegam ao território brasileiro, eles pedem o refúgio", revelou à Deutsche Welle o procurador da República do estado do Acre.

Desde o devastador terremoto no Haiti, em janeiro de 2010, a Justiça brasileira recebeu 1.377 pedidos de refúgio de cidadãos haitianos. Mas nenhum foi concedido. "A política brasileira de refúgio é direcionada àqueles que efetivamente são obrigados a sair de seu país de origem devido a fundados temores de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opinião política", esclareceu a nota enviada pelo Ministério da Justiça à Deutsche Welle. Segundo a lei nacional, portanto, os haitianos não se enquadram na condição de refugiado.

Rota da esperança

Depois da catástrofe que abalou o território haitiano, seguida pela epidemia de cólera e a degradação da já precária condição de subsistência naquele país, vários imigrantes passaram a ver no Brasil uma chance de melhoria de vida. A maneira de entrada no território, no entanto, despertou a preocupação das autoridades.

Segundo o procurador Ricardo Gralha Massia, a via ilegal virou uma alternativa porque os haitianos passaram a ser barrados pela Polícia Federal. "Todos os dias chegam haitianos na fronteira do Brasil. Na semana passada, eram mais de 30 tentando entrar no país em Apari, que é o município no Peru que faz fronteira com Assis Brasil, no estado do Acre."

A rota da fuga passa pela República Dominicana, Panamá, Equador, Colômbia, Peru e Bolívia. A entrada ilegal em território brasileiro acontece por Tabatinga, no estado do Amazonas, e em Assis Brasil, no Acre. O próximo passo, então, é entrar com o pedido de refúgio. Com o protocolo em mãos, o solicitante obtém o visto provisório por 90 dias, prorrogável até que o caso seja analisado pelo Conare, o Comitê Nacional para Refugiados.

A Justiça brasileira, no entanto, ainda continua analisando os mais de mil casos em andamento, ou seja: esses haitianos prosseguem com uma situação jurídica indefinida. "A resposta do Conare precisa ser mais rápida. O adequado para uma política clara de imigração seria estimular os haitianos a formularem o pedido de ingresso na Embaixada do Brasil. Seria a porta de entrada para o visto de permanência para fins de trabalho, de forma regular", critica Massia.

Condição legal

O governo brasileiro concedeu residência permanente a 197 haitianos que chegaram ao país desde o ano passado. Depois de duas audiências públicas convocadas na última semana pela Procuradoria da República no Acre para destravar a questão, o Ministério da Justiça informou que os pedidos de refúgio deverão ser convertidos em visto de permanência, e que foram encaminhados ao Conselho Nacional de Imigração, do Ministério do Trabalho.

Professores universitários, dentistas, profissionais especializados formam a lista de haitianos que aguardam a decisão da Justiça para viverem legalmente em solo brasileiro. "As questões humanitárias e a motivação que trazem esses haitianos ao Brasil devem ser levadas em consideração. Há uma postura do Brasil de não deportá-los", comenta o procurador.

Com o benefício do visto de residência permanente, o imigrante pode solicitar o registro na Polícia Federal e a carteira de identidade para estrangeiros, que garante todos os direitos civis no Brasil. "É possível que nem todos os pedidos que estão sendo analisados sejam liberados. Pessoas com pendências na Justiça não vão obter a residência no Brasil. Enquanto isso, eles estão sendo mantidos no país apoiados pelos governos estaduais e municipais, e as pastorais dos imigrantes, entre outras entidades civis", esclarece a Ministério brasileiro da Justiça.

Autora: Nádia Pontes

Revisão: Augusto Valente

Brasil: O FMI E A TAXA TOBIN




PAULO KILASS – CORREIO DO BRASIL

Esse é o momento para que os governos identificados com uma ordem internacional mais justa e menos desigual, bem como as entidades do movimento social, reforcem suas ações no sentido de recuperar a idéia da taxa Tobin e as sugestões da ATTAC.

Como diz a sabedoria popular, nada como um dia após o outro. Quem poderia imaginar o cenário em que a instituição que sempre foi considerada a concretização do dragão da maldade em nosso País, e no mundo subdesenvolvido em geral, possa ser utilizada agora como referência para mudanças progressistas em termos de política econômica.

Pois é, o Fundo Monetário Internacional (FMI) está sendo também submetido a processos internos de sacolejos e reavaliações de suas políticas equivocadas, levadas a cabo nas últimas décadas ao redor do mundo. Para tanto, contribuem duas ordens de fatores. Por um lado, todo o movimento de análise e de crítica provocado pela emergência da crise financeira iniciada em 2008, onde os dogmas hegemônicos do neoliberalismo e do Consenso de Washington passaram a ser questionados em quase todas as esferas de debate: universidades, centros de pesquisa, governos, foros diplomáticos, agências multilaterais, etc. De outro lado, como a própria estrutura do FMI é composta por representações de seus Estados-membros indicadas pelos respectivos governos, a reorientação das políticas da instituição passou a ser mais visível. Para tanto confluem as contribuições dos novos representantes desses países, bem como algumas mudanças nas visões dos próprios integrantes do “staff” de carreira do Fundo.

É claro que esse processo de mudança é bastante lento e nem está assegurado, do ponto de vista da política da instituição, que ele tenha vindo para ficar por um período mais longo. Só o tempo dirá. De todas as maneiras, ter pessoas como Paulo Nogueira Batista Jr. e Olivier Blanchard, para citar apenas dois casos emblemáticos, na alta direção do Fundo já tem um significado carregado de expressão. O primeiro é um economista brasileiro, conhecido por suas posições críticas do pensamento hegemônico conservador na economia, e que foi indicado para integrar a diretoria do FMI pelo governo brasileiro, ainda na época em que Lula era Presidente. Já o francês Olivier Blanchard, que atualmente ocupa o posto de economista-chefe da instituição, construiu boa parte de sua vida acadêmica ligado ao meio universitário dos Estados Unidos, com algumas contribuições que podem ser classificadas no campo da heterodoxia. Ou seja, ambos podem estar representando, emblematicamente, algum movimento de mudança de rumo na orientação do FMI.

Dentre as muitas alterações de postura do Fundo, no que se refere aos pressupostos da política econômica, encontra-se a delicada questão do fluxo de capital entre as nações. Aliás, esse tema está presente no próprio nome da instituição. Sua constituição foi um dos resultados da famosa conferência de Bretton Woods, realizada pelos países aliados do Ocidente, um pouco antes do final da Segunda Guerra, em julho de 1944, em um pequeno vilarejo do nordeste dos EUA. Ali começavam a ser esboçados os primeiros ensaios da nova ordem econômica internacional para o final do conflito que se avizinhava e que exigiria um grau maior de coordenação e articulação no plano econômico entre os países do bloco capitalista. Daí veio o esforço todo da reconstrução do pós-guerra, o Plano Marshall e a compreensão de que a participação do Estado era fundamental para a recuperação das economias mais atingidas pelo conflito, a exemplo do Japão e da Europa Ocidental. Nessa linha, a proposta de constituição de um fundo monetário internacional, literalmente, era uma das sugestões de Keynes para a nova ordem de relações econômicas entre os países.

Pela proposta original, e logo em seguida abandonada pelos dirigentes mais liberais, o FMI serviria como um fundo de compensação das trocas econômicas e comerciais entre países muito desiguais. Isso seria necessário pois o dólar norte-americano ainda não era aceito de forma consensual como a moeda de referência para as trocas internacionais, a exemplo do que havia ocorrido com a libra esterlina no cenário anterior à guerra. Os eventuais desequilíbrios nas contas comerciais e de capital nas trocas entre as nações seriam equacionados por meio do acesso aos recursos de tal fundo.

Mas o tempo foi passando, as economias foram se recuperando e a ordem liberal foi sendo cristalizada e consolidada no pensamento hegemônico das organizações multilaterais. Os EUA saíram fortalecidos como a potência hegemônica na nova ordem internacional ocidental e sua moeda virou o meio de troca de aceitação global. O paradigma liberal imperava, ao menos no plano do discurso, nas relações econômicas internacionais. E isso implicava a aceitação da hipótese de que as soluções mais eficientes para as contradições e diferenças deveriam repousar sempre na liberdade de comércio de bens e serviços e na liberdade do fluxo financeiro. Generaliza-se a utilização do conceito do “deus-todo-poderoso-mercado” no plano internacional, ou seja, nas relações econômicas entre países, e não mais apenas nos mercados locais.

Porém, a realidade e os interesses econômicos das forças internas dos países capitalistas também exerciam suas pressões. De forma que o desenho institucional da maioria dos países europeus incorporava o que ficou conhecido como “Estado do Bem Estar”, com forte presença do setor público na constituição de setores importantes da economia. De outro lado, até mesmo os Estados Unidos escapavam, pragmaticamente, dos ditames do liberalismo que tanto pregavam, quando se tratava de proteger os negócios, os empregos e os setores estratégicos em seu próprio território. Ou seja, todos eram muito sérios e rígidos na defesa incondicional da ordem liberal … para os outros.

O processo de avanço do fenômeno da globalização exigia a abertura dos mercados em escala internacional, inclusive a conta de capitais. Os países do chamado Terceiro Mundo terminaram sucumbindo a tal imposição e permitindo o livre trânsito de recursos financeiros, a maior parte com origem nos países desenvolvidos. A mágica era apresentada como a eficiência propiciada pelo resultado do “livre encontro” das forças de demanda e de oferta no plano mundial. O resultado é conhecido: aprofundamento das desigualdades entre países e surgimento da nova dimensão da crise financeira em razão, por exemplo, das dívidas externas em crescimento vertiginoso e do descontrole especulativo nos mercados internacionais de matérias-primas.

Pois bem, apesar de tudo isso, já na década de 1970, um economista norte-americano, James Tobin (1918-2002), propôs a criação de um imposto a ser aplicado nas transações financeiras internacionais. Apesar de sua formação conservadora, Tobin compreendia a necessidade de algum grau de regulação da desordem das transações internacionais. Mas a medida foi bombardeada por mais de trinta anos pelas forças vinculadas ao sistema financeiro, em especial depois que ela se converteu em bandeira dos movimentos progressistas de todos os cantos do planeta. A criação de um tributo incidente sobre as transações financeiras internacionais teria dupla função. Por um lado, o papel de regulação e ordenamento desse tipo de operação, até hoje fora de qualquer tipo de supervisão ou controle. De outro lado, a possibilidade de constituir um fundo internacional destinado a combater o profundo e vergonhoso estágio da desigualdade social e econômica entre as nações.

Essa foi a uma das bases da constituição de movimentos que lutam por uma nova ordem econômica mundial. É o caso da ATTAC, sigla da “Associação para a Taxação das Transações Financeiras para Ajuda aos Cidadãos”, criada da França em 1998. Rapidamente a iniciativa começou a ganhar escala internacional, muito na onda do altermundismo e das articulações em torno das diversas etapas do Fórum Social Mundial.

O surgimento da entidade deu-se com a proposta de uma ampla mobilização em torno da criação de um tributo sobre as transações financeiras em escala internacional, com o objetivo de constituir um fundo voltado para a eliminação da miséria e a redução das desigualdades. Aquilo que poderia bem mais parecer a pauta de um movimento de características típicas das forças de esquerda foi aos pouco sendo debatida – quem diria? – no coração mesmo do “establishment” do capitalismo financeiro e internacional.

No Brasil, a grande imprensa nunca deu eco a tais debates. No ano passado houve uma importante iniciativa com o lançamento da publicação “Globalização para Todos – Taxação Solidária sobre os Fluxos Financeiros Internacionais” . O livro é uma co-edição do IPEA com a Fundação Alexandre Gusmão, vinculada ao Ministério das Relações Exteriores.

E a grande novidade reside, agora, nas mudanças observadas no interior do próprio FMI. A direção da instituição tem promovido alguns estudos e debates a respeito da necessidade de estabelecer algum tipo de controle sobre a livre circulação de capitais entre os países. A proposta, que seria considerada uma verdadeira heresia até alguns anos atrás, vai na contramão de toda a antiga argumentação a favor da liberdade irrestrita de ação dos agentes econômicos e contra qualquer tipo de regulamentação do poder público. E passa a fazer parte inclusive de manifestações oficiais da entidade a favor de algum tipo de controle sobre a liberdade do fluxo financeiro internacional. No caso do Brasil, em especial, reveste-se de importância particular pela gravidade de nosso processo de valorização cambial. A única saída com efetividade para evitar tal tendência é a redução do ingresso dos recursos especulativos do exterior. Para tanto, deve-se reduzir a taxa SELIC e impor obstáculos e desincentivos a tal tipo de aplicação que só provoca prejuízos à Nação. Todos os dias lemos algo sobre as transferências de recursos ao exterior via pagamento de juros e sobre o risco da desindustrialização via valorização do nosso real face às demais moedas estrangeiras.

Esse é o momento para que os governos identificados com uma ordem internacional mais justa e menos desigual, bem como as entidades do movimento social, reforcem suas ações no sentido de recuperar a idéia da taxa Tobin e as sugestões da ATTAC. Além do elemento simbólico de se promover maior controle sobre a especulação e o rentismo desenfreados, a medida teria o efeito de arrecadar uma soma de recursos não desprezível para o combate à miséria, à fome e às injustiças no mundo contemporâneo. E o mais importante é que os benefícios são enormes quando contrapostos aos custos irrisórios da medida. A título de exemplo, caso fosse adotada uma alíquota insignificante de 0,01% sobre as operações no mercado financeiro internacional, as projeções falam de uma soma anual de US 300 bilhões para o fundo que vier a ser constituído.

Nada mal para um primeiro passo na construção de um mundo melhor, menos desigual e mais fraterno.

Paulo Kliass é Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental, carreira do governo federal e doutor em Economia pela Universidade de Paris 10.

Esse é o momento para que os governos identificados com uma ordem internacional mais justa e menos desigual, bem como as entidades do movimento social, reforcem suas ações no sentido de recuperar a idéia da taxa Tobin e as sugestões da ATTAC.

Brasil: AS LIÇÕES POLÍTICAS DA BATALHA DO CÓDIGO FLORESTAL




MAURÍCIO THUSWHOL - CORREIO DO BRASIL

A movimentação em torno da votação das mudanças do Código Florestal na Câmara dos Deputados é até agora o mais interessante episódio político do governo Dilma Rousseff. Mais do que uma simples e já tradicional disputa entre dois setores antagônicos da sociedade – ruralistas e ambientalistas – que ocupam espaços e ministérios na gestão petista desde o primeiro momento do governo Lula, a batalha política das últimas semanas vem servindo como um corte diagonal que separa claramente alguns grupos de interesse dentro da ampla base parlamentar governista. Seja qual for o desfecho em relação ao novo Código, o comportamento da base (nem tão) aliada serve de alerta ao governo para futuros embates em torno de temas de grande relevância para a sociedade.

Afinal, até onde a presidente Dilma pode contar com os partidos médios e com o PMDB, seu maior aliado em termos numéricos? Contará com os parlamentares desses partidos quando o terceiro governo petista, por intermédio do Ministério das Comunicações, caminhar para aprofundar conquistas relativas à democratização dos meios de comunicação? Contará com eles quando o Ministério da Justiça decidir se debruçar sobre os arquivos da ditadura? Os ministros Paulo Bernardo e Maria do Rosário já podem começar a se preocupar seriamente com isso.

Que o diga a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, que cortou um dobrado nesta reta final de negociações sobre o Código Florestal. Apesar do jogo de cintura que a fez ser mais bem sucedida em conseguir um acordo com o colega peemedebista Wagner Rossi, do Ministério da Agricultura, do que seus antecessores nos já históricos embates Marina Silva x Roberto Rodrigues ou Carlos Minc x Reinhold Stephanes, Izabella acabou perdendo firmeza ao se movimentar na areia movediça da base aliada. Refém do relator da matéria na Câmara, o deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP), o MMA acabou sendo levado a sucessivos recuos sem que isso se refletisse em concessões concretas no relatório.

Quem conhece o PCdoB sabe que uma parte considerável das figuras de proa do partido tem em relação às questões ambientais e produtivas uma visão que remonta ao final do século XIX. Ainda assim, a postura de Aldo Rebelo causou surpresa e constrangimento no governo. O deputado comunista nunca escondeu suas idéias favoráveis ao fortalecimento do agronegócio como instrumento primordial para o desenvolvimento do país, mas foi sua postura no varejo da negociação política que incomodou ao Palácio do Planalto.

Por mais de uma vez, Aldo fechou acordos com o governo e voltou atrás após consultar líderes da bancada ruralista. A gota d’água para o governo veio quando o deputado apareceu para uma reunião pretensamente definitiva com o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, sem sequer levar um esboço de seu relatório. Foi neste momento que o Planalto começou a trabalhar com a hipótese do adiamento da votação.

Palocci ganhou musculatura nas últimas semanas de negociação e a Casa Civil acabou tomando o lugar do MMA no papel de principal interlocutor do movimento socioambientalista dentro do governo. O desagrado do ministro com o relatório de Aldo e sua desconfiança em relação ao comportamento da base aliada foram fundamentais para que o governo recuasse em relação à votação. No primeiro dia de embate concreto no plenário, quem se alinhou às propostas do governo e de um PT firmemente liderado pelo deputado Paulo Teixeira (SP) foram o PV e o PSOL.

O governo Dilma passou muito perto de obter uma vitória política que não havia sido conquistada sequer por Lula. Seria ingenuidade acreditar em uma reforma do Código Florestal sem nenhuma concessão aos ruralistas e, baseado nessa serena convicção da presidente e dos ministros envolvidos, um acordo estava de fato sendo buscado. No entanto, a muita sede com que os parlamentares ruralistas querem ir ao pote somada ao comportamento tortuoso do relator acabaram por emperrar o processo.

Agora, caberá ao governo, sob a batuta de Palocci, evitar a aprovação de uma reforma do Código Florestal que faça o Brasil retroceder em sua política ambiental, com eventuais conseqüências internacionais. Finalmente, para as forças progressistas que compõem o governo e para a presidente Dilma Rousseff fica o alerta sobre futuros desmanches pontuais da base aliada durante a apreciação de temas contrários aos interesses dos setores conservadores da sociedade brasileira.

*Maurício Thuswohl é jornalista.

SONANGOL TRABALHA PARA QUE APENAS NACIONAIS LHE PRESTEM SERVIÇO




RÁDIO NACIONAL DE ANGOLA

Sonangol investiu 50 milhões de dólares norte-americanos para o desenvolvimento da companhia petrolífera angolana, principalmente em pesquisas no offshore nacional, revelou à RNA sexta 13/05, o PCA da empresa.

O PCA, Presidente do Conselho de Administração da Sonangol, Manuel Vicente, falava no Lobito, na cerimónia de inauguração da sede social da SONAMET.

“Muito se fala que há 50 biliões de dólares a serem dispendidos ao longo destes anos para o desenvolvimento das descobertas que foram feitas no offshore angolano. Queremos que uma boa parte deste dinheiro, que é dinheiro de Angola, se converta em resultado e crescimento para os angolanos. È assim que o Conselho de Administração da Sonangol no ano passado tomou a decisão que nos concursos para essas empreitadas, participem apenas as empresas nacionais. Isto para dizer que nós vamos doravante, impedir que os concursos sejam desenvolvidos no exterior. Eles deverão ser desenvolvidos no interior, e a partir do interior em função das parcerias que existem, vamos complementar a complexidade”, referiu.

ANGOLA TEM COMO ALVO DISTANCIAR-SE DOS PMA EM CINCO ANOS





Os países Menos Avançados do Mundo reunidos na IV Conferência da ONU em Istambul, Turquia, adoptaram um plano de acção para a redução da pobreza nas nações membro.

De acordo com registos da RNA este sábado e segundo o cronograma de acções, Angola que esteve presente do conclave, deveria sair da categoria dos Menos Avançados dentro de cinco anos.

A ministra do Planeamento, Ana Dias Lourenço que esteve presente no encontro, assegurou que o nosso país está a desenvolver vários esforços no sentido de reduzir a pobreza.

”O executivo angolano procedeu ao reassentamento de mais de quatro milhões de deslocados e refugiados de guerra e tem trabalhado na criação de condições económicas e sociais para melhoria do bem-estar das suas populações. Nesta sua caminhada contou com a cooperação bilateral e a multilateral de países amigos e de instituições internacionais. Angola concorda e considera que os PMA deverão continuar a inserir nas suas políticas nacionais, as recomendações do programa de acção nos mais variados sectores económicos e sociais. O objectivo do executivo é melhorar a qualidade de vida das populações”, referiu.

Na conferência de Istambul foi renovada a promessa dos países desenvolvidos e em desenvolvimento contribuírem com 0,2% da sua renda anual para os PMAS. Será igualmente estabelecido um plano de desenvolvimento social e económico para os 48 países considerados mais pobres do mundo.

Em entrevista a rádio ONU em Istambul, o embaixador da Guiné-Bissau junto das Nações Unidas João Soares Gama referiu-se ao seguimento do desenvolvimento dos PMA nos próximos anos.

“Mas mais que isso eu penso que há um mecanismo de seguimento muito claro, um seguimento nacional, um seguimento regional, um seguimento mundial que será de forma periódica. E isso ajudará muito para que os nossos países adoptem nos seus planos de desenvolvimento nacional, os objectivos traçados nestes dois documentos”, referiu.

O pacto aprovado na cidade turca de Istambul marcou o encerramento da IV Conferencia da ONU dos Países Menos Avançados. Entre os 48 estados do grupo, 33 são da África subsaariana.

Mais de 800 delegados de todo o mundo participaram na Conferência apontada como a maior sobre o desenvolvimento, realizada na última década. Espera-se que Angola e Timor-Leste ao lado da Guiné-Equatorial, possam sair da categoria em 5 anos.

A ONU deve monitorizar a implementação do Programa de Acção em todos os países menos avançados.

Cuba: Opositor morreu de doença, não de brutalidade policial -- Familiares à Granma




NV - LUSA

Havana, 13 mai (Lusa) -- Médicos e familiares do opositor cubano Juan Soto, que morreu no domingo, garantiram em declarações ao diário oficial Granma que a causa da morte foi uma pancreatite aguda e não agressões da polícia.

"Essa história, de que o espancaram, é uma grande falsidade. Ele não tinha qualquer marca de agressões, é uma invenção", disse a irmã do dissidente, Rosa Roto, ao órgão oficial do Partido Comunista Cubano.

De acordo com as agência noticiosas internacionais, Juan Soto, 46 anos e de saúde frágil, morreu no passado domingo num hospital de Santa Clara, a 300 quilómetros a leste de Havana, três dias depois de ter sido detido durante algumas horas pela polícia por "escândalo público", tendo sido libertado sem qualquer incidente.

Os opositores cubanos afirmam que Soto era o único opositor da sua família e garantem que foi espancado durante a detenção, ainda segundo as agências.

Guillermo Fariñas, Prémio Sakharov 2010 do Parlamento Europeu, garante que Soto lhe contou que lhe tinham batido e ele próprio viu hematoma a nível lombar no cadáver.

DIRETOR-GERAL DO FMI ARRISCA ATÉ 20 ANOS DE PRISÃO




Elmano Madail e António Soares - Jornal de Notícias, com agências

O director-geral do Fundo Monetário Internacional, que foi detido esta madrugada em Nova Iorque, acusado de abuso sexual sobre uma empregada de hotel, arrisca até 20 anos de prisão, se for declarado culpado.

Já este dominfo, a mulher de Strauss-Kahn, Anne Sinclair disse, este domingo, não ter dúvidas de que o marido está inocente. "Não acredito, nem por um segundo, nas acusações que estão a ser feitas ao meu marido", sublinhou."Não dúvido de que a sua inocência vai ser provada".

O líder do FMI foi detido no aeroporto internacional John F. Kennedy minutos antes de voar para Paris, informaram as autoridades.

Strauss-Kahn, candidato à Presidência de França pelo Partido Socialista, foi retirado do voo 23 da Air France para Paris por vários oficiais da autoridade Portuária de Nova Iorque e Nova Jérsia.

Os polícias entraram no avião e informaram o presidente do FMI que teria de os acompanhar para responder a algumas questões, após que o entregaram à custódia de detectives de Manhattan, segundo um porta-voz da Autoridade Portuária.

O economista francês e antigo deputado na Assembleia Nacional francesa, estava a prestar declarações nas instalações do Departamento de Polícia de Nova Iorque, disse ao JN fonte oficial daquela corporação, que adiantou: "Não há ninguém detido neste momento".

Ataque à empregada

Strauss-Kahn, de de 62 anos, está formalmente acusado de tentativa de abuso sexual. De acordo com a acusação, cerca do meio-dia de sábado, o líder do FMI terá, alegadamente, agarrado por trás uma das empregadas do hotel Sofitel, situado na West 44th Street, perto da Times Square, onde estava instalado, quando aquela entrou no quarto para proceder à limpeza das acomodações.

Strauss-Kahn terá surgido da casa de banho completamente nu e agarrado o braço da empregada, lançando-a sobre a cama, após o que a terá forçado a praticar sexo oral.

A mulher, de 32 anos, conseguiu, porém, libertar-se e fugir do quarto, enquanto o economista francês, que é casado com uma apresentadora de televisão muito popular em França, Anne Sinclair, se vestia e dirigia rapidamente para o aeroporto onde acabaria por ser detido.

A emprega foi transportada de ambulância para o Hospital Roosevelt, onde recebeu tratamento a ferimentos ligeiros.

De acordo com fonte da autoridade portuária, o antigo ministro das Finanças do Governo socialista de Lionel Jospin foi retirado do avião para Paris 10 minutos antes do aparelho descolar. A fonte não soube precisar, contudo, se o líder do FMI viajava sozinho ou acompanhado.

Horas antes de Strauss-Kahn ter sido retirado do voo para França pelas autoridades nova-iorquinas, um aliado do PS francês havia declarado que ele estava a ser alvo de uma campanha de difamação promovida pelo actual presidente francês, Nicolas Sarkozy.

"Está em curso uma campanha completamente estruturada e orquestrada, que já foi anunciada pelo sr. Sarkozy e seus acólitos, para atacar a personalidade de Strauss-Kahn," afirmou o socialista Jean-Marie Le Guen à rádio Europe 1.

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O juiz de instrução, Carlos Alexandre, está a ouvir o quarto polícia detido por suspeitas de tráfico de droga e segurança privada ilegal na Grande Lisboa. Ainda durante este domingo, deverá ser ouvido o agente que é considerado o líder do grupo.

Segundo fonte judicial, está a ser ouvido um outro detido e, para de tarde, deverá ficar o primeiro interrogatório judicial do quinto elemento do grupo, um agente da zona de Cascais considerado o "líder" da organização que, segundo as autoridades, protegia alguns suspeitos ligados ao tráfico de droga, perseguindo os seus concorrentes, entre outros crimes.

O processo está a ser liderado pelo juiz Carlos Alexandre que, no sábado, ouviu um chefe de esquadra do Estoril e um subcomissário da Divisão Criminal de Cascais da PSP.

O interrogatório só terminou cerca das 22:00 horas e à saída, os advogados recusaram-se a prestar declarações. As medidas de coacção só serão conhecidas depois de o juiz ter ouvido todos os detidos.

Os cinco detidos têm idades entre os 32 e 47 anos e são todos do Comando Metropolitano de Lisboa, designadamente da zona de Cascais. Os polícias constituídos arguidos estão ainda no ativo, podendo vir a ser alvo de processos disciplinares.

No âmbito de uma investigação coordenada pela Unidade Especial de Combate à Criminalidade Especialmente Violenta do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, iniciada em Março, outros quatro suspeitos - incluindo três elementos da PSP (um oficial e dois agentes) - foram também constituídos arguidos, mas não foram detidos por "não estarem reunidos os pressupostos legais para a sua detenção".

No decurso da investigação cumpriram-se 19 mandados de busca que visavam residências, quatro estabelecimentos de diversão noturna e duas esquadras de polícia, entre outros locais, segundo o intendente Luís Elias.

Na operação foram apreendidos cinco revólveres, quatro pistolas, três caçadeiras, três armas de alarme, uma arma de alarme adaptada, uma carabina, uma pressão de ar, cerca de 1.300 munições de diversos calibres, diversas armas brancas, equipamento de vigilância, equipamento informático, oito viaturas e cerca de 13.500 euros em numerário.

O Ministério Público vai pedir a prisão preventiva dos quatro polícias, segundo disse à Lusa fonte do DIAP.

Portugal: Redução do subsídio afectará perto de 123 mil desempregados




RAQUEL MARTINS – PÚBLICO

No final de 2013 haverá mais de 725 mil pessoas sem trabalho

São perto de 123 mil os desempregados que nos próximos dois anos podem ser afectados pelas mudanças no regime de protecção no desemprego previstas no memorando de entendimento assinado entre o Governo e a equipa da Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu.

De acordo com as contas do Governo, no final de 2013 a taxa de desemprego deverá chegar aos 13 por cento, deixando sem trabalho mais de 725 mil pessoas. Trata-se, assim, de mais 123 mil desempregados do que os apurados no fim de 2010 e que serão confrontados com as novas regras do subsídio de desemprego.

Por um lado, e de acordo com o memorando da troika, estas pessoas verão facilitado o acesso à prestação - uma vez que basta-lhes descontar 12 meses em vez de 15 -, mas por outro lado verão o subsídio encolher fruto dos novos limites (ver caixa).

Assumindo que estes 123 mil desempregados descontaram o tempo suficiente para aceder à prestação, todos verão o seu orçamento ficar mais magro. Ou porque tinham direito ao valor máximo do subsídio - que a partir de 2012 se reduzirá de 1258 euros para 1048 euros - ou porque permanecem no desemprego mais de seis meses e, por isso, terão um corte.

Quanto ao número de desempregados que, dentro deste universo, será afectado pela diminuição do tempo de atribuição do subsídio - que passará do máximo de três anos para 18 meses - é difícil de apurar, dado que esta medida deixa de fora os actuais trabalhadores que podem transportar os direitos acumulados até ao final de 2012 para o futuro. Na prática, isto significa que os actuais trabalhadores mais velhos, que mais descontos fizeram e que venham a cair no desemprego mantêm o direito a receber subsídio de desemprego por mais de três anos e não serão afectados pelo corte no prazo de atribuição.

Efeitos sentem-se em 2012

O memorando de entendimento deixa claro que até ao final de 2011 deve ser feita uma proposta de alteração ao regime de protecção no desemprego que deverá ser adoptada no primeiro trimestre de 2012. Mas algumas dúvidas ficam por esclarecer e a forma como o regime vai funcionar dependerá das ideias do Governo que sair das eleições de 5 de Junho.

Desde logo, não se diz se a duração mínima e intermédia do subsídio de desemprego vai também ser reduzida, tal como acontecerá com o tempo máximo de atribuição. Também não se esclarece se a redução do valor do subsídio a partir do sexto mês em pelo menos dez por cento é feita de uma só vez ou de forma progressiva ao longo do tempo. Além disso, também não se sabe se essa redução vai acautelar os que actualmente já recebem o mínimo, impedindo que o subsídio fique abaixo do limiar dos 419,22 euros mensais. Destas dúvidas resultará um alargamento ou uma redução do universo de desempregados afectados.

Nos últimos anos, o regime de protecção no desemprego passou por diversas reformas. Em 2006, alargou-se o leque de deveres a que os desempregados estão obrigados, sob pena de perderem o subsídio, nomeadamente a obrigação de se apresentarem de quinze em quinze dias no centro de emprego e de provarem que procuram trabalho de forma activa.

Em 2009, e em resposta ao aumento do desemprego, aliviaram-se as regras para aceder à prestação. Mas, no ano passado, a necessidade de conter as despesas levou o Governo de José Sócrates a impor um limite adicional ao valor do subsídio de desemprego (que não pode ser superior a 75 por cento do salário líquido recebido pelo desempregado no activo) e a alterar as situações em que os desempregados têm que aceitar as ofertas de trabalho, sob pena de perderem o subsídio.

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