sábado, 13 de junho de 2015

GOVERNO INSISTE NA DESTRUIÇÃO DA TAP



SITAVA [*]

Os trabalhadores do Grupo TAP e o povo português foram hoje surpreendidos pelo anúncio, completamente inesperado, de que o Governo se prepara para entregar o Grupo TAP a um dos pretendentes que se apresentaram à "herança" de mais uma fatia da soberania nacional.

Depois do escândalo que foi, em 15 de Maio, a escolha em apenas três dias das propostas que passavam à segunda fase, fomos agora violentados por mais esta fraude, de em apenas dois dias úteis, o Conselho de Administração da TAP, a Parpública, os assessores e consultores vários, os escritórios de advogados e o Governo, conseguiram descortinar, decidir e escolher o feliz contemplado com mais uma empresa pública, por sinal a última grande empresa nacional ainda não entregue ao capital estrangeiro. Nem na roleta do casino se ganham prémios tão rapidamente.

É inacreditável a impunidade com que este Governo destrói o país. Nos últimos anos foram alienados para o controlo do capital internacional mais de trinta mil milhões de activos, bem mais de 20% do PIB português. Este impressionante número, que aumentaria se o governo conseguisse concretizar mais esta patifaria, este autêntico crime de lesa pátria, dá bem a dimensão da catástrofe que tem sido imposta a Portugal, e que se acentuaria com a perda de mais este importante factor de soberania nacional.

Os trabalhadores do Grupo TAP e o povo português não vão baixar os braços. O SITAVA tudo tem feito, e continuará a fazer, para que este inacreditável processo de privatização, este autentico acto de pirataria, perpetrado contra a TAP, não se consume.

O SITAVA irá participar em todas as iniciativas contra a privatização que vierem a ser desencadeadas no seio da empresa, e também no exterior, de modo a continuar a dar visibilidade a esta luta que, estamos convictos, não é uma causa perdida.

CONTRA A PRIVATIZAÇÃO DA TAP  - UNIDOS SOMOS MAIS FORTES

[*] Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos

O original encontra-se em www.sitava.pt/images/stories/pdf/news/com20150611_TAP.pdf

Este comunicado encontra-se em http://resistir.info/ 

AS NOSSAS MARCHAS SÃO LINDAS!


Bocas do Inferno

Mário Motta, Lisboa

Marchas lindas

A noite passada Lisboa marchou. Foram as marchas populares na Avenida da Liberdade. Espetáculo para todos mas para uns (poucos) mais do que para outros. Fora o prejuízo de não se viver o ambiente no local viu-se tudo muito melhor na televisão. Além disso a noite não estava grande coisa. No final concluiu-se que a marcha do Alto do Pina venceu. Alfama também merecia mas está farta e refarta de vencer. Foi justo para o Alto do Pina. Pode ler pormenores no título da TSF: Alto do Pina, campeão nas Marchas Populares. As nossas marchas são lindas!

Pátria dos cifrões

A marchar vai estar o Oceanário que dá lucro mas tem a concessão por 30 anos à venda. Há Cinco interessados na concessão do Oceanário de Lisboa. Título da TSF. Mais de um milhão de lucro por ano e vai-se. Cavaco, Passos e Portas estão desenfreados para vender o país. São da pátria dos cifrões. Não são portugueses. É fartar vilanagem.

O fascista e negreiro da Católica

São tudo títulos repescados na TSF mas que poderá encontrar noutras publicações de Portugal. Pois é. Na Universidade Católica saiu-se da casca um “iluminado” deste sistema mais fascista que outra coisa, que em declarações se mostrou autêntico negreiro defensor do esclavagismo. Aquele “dótor da mula-ruça” defende despedimentos mais fáceis (ainda) e, é claro, consequente baixa de ordenados. Pode ler no título Diretor da escola de negócios da Católica defende despedimentos mais fáceis. Não faz a mínima ideia, este fascista católico (podia ser de outra religião), do sofrimento que vai por esta sociedade, por este país, também devido aos empresários usarem e abusarem de tudo que para eles são armas legais e ilegais para trazerem os trabalhadores suspensos nos seus ditames de brutal exploração, dispensando (despedindo) a torto e a direito sempre que lhes dá na real gana. Assim. Sem que os trabalhadores tenham como se defenderem ou quem os defenda. Este fascista merecia o mesmo trato de polé para ver se continuava a dizer as enormes bacoradas que a notícia nos mostra. Se isto um dia vira o diretor de negócios da Católica vai na marcha à filambó. Assim merece. As nossas marchas lindas não são para estes fascistoides.

Doutor Morte, o tolo a boiar

O Doutor Morte falou. Dali ou entra mosca ou sai asneira. Um tolo é que ele não é. Aldrabão sim. Mas isso faz o género do primeiro-ministro e  outros do governo. Diz o recordista da mortalidade dos reformados e pensionistas: Paulo Macedo diz que é "tolice" falar em cortes cegos na saúde. Pois é. Tolos foram os que votaram para que este governo tivesse licença para matar. Cortes cegos ou não cegos o resultado está à vista. A saúde em Portugal está ao nível do cano de esgoto. A boiar estão bostas como o Passos, o Portas, o Paulo Macedo e muitos outros. “Tolice”. Pois. Tolice será se voltarem a votar no exército de aldrabões, de vigaristas que constituem o governo em que Macedo cumpre a tarefa de “despachar” para o São Pedro carradas de portugueses. Vai na marcha para a rua Macedo.

Passos. Aldrabão em serviço permanente

Está tudo dito: Passos garante que não vem aí mais austeridade. O aldrabão-mor está em campanha. Mesmo sem estar em campanha o traste é mentiroso compulsivo mas em campanha até parece que toma pílulas revigorantes e não diz palavra que não seja suscetível de desconfiarmos. É que as mentiras sempre foram mais que muitas. Só embarcará nas vigarices de Passos e seus cúmplices quem quiser. Salvem Portugal e não lhe dêem mais hipóteses de ver as mentiras premiadas nem o desbaratar do país continuar. Lembrem-se: é que antes dele sempre havia alguma democracia e liberdade, alguma decência. Mais emprego, mais respeito pela Constituição e pelos Direitos Humanos, Com a trupe de Cavaco, Passos e Portas tudo isso acabou. A ditadura mascarada de democracia está aí. Estamos fartos dela. Basta de dar crédito a um aldrabão comprovado e em serviço permanente como Passos e seu governo. Contra o Passos marchar, marchar.

Na foto: Componentes da Marcha do Alto do Pina, ontem vencedora.

O PCP TORNADO INVISÍVEL PELA COMUNICAÇÃO SOCIAL



Pacheco Pereira – Sábado, opinião

Esta semana, a chamada Marcha Nacional A Força do Povo, feita em nome da CDU, mas na realidade feita pelo PCP, juntou muitos milhares de pessoas em Lisboa. O assunto foi tratado de passagem nas televisões, sem grandes meios e cobertura apenas de circunstância, e na maioria dos casos "existiu" nas páginas interiores dos jornais, também quase por obrigação de agenda.

Eu conheço os argumentos de muitos jornalistas para não darem importância nenhuma (e por isso não noticiarem a não ser por obrigação, ou seja, mal) às manifestações do PCP, mas não me convencem. Não tem novidade, é o que é esperado, é sempre a mesma coisa, já sabemos que o PCP tem esta capacidade única de levar pessoas para a rua. Vêm de todo o País, vêm em centenas de autocarros, são os comunistas convencidos e mais umas franjas, não alteram nada da vida política. Atenção a este último argumento – não alteram nada – porque aí começamos a tocar no lado sensível e ideológico do objectivo desprezo com que estas manifestações são tratadas pela comunicação social. E não é o resultado de uma conspiração dos grandes interesses na comunicação social, muito colados à "situação" (também é, principalmente pelas escolhas das chefias), mas algo que vem das próprias redacções. Uma pequena iniciativa cultural na moda, que nem uma centena de pessoas junta, é muito mais bem tratada.

Há muitas razões de ordem geracional, cultural, de vida, de mentalidade do meio, da precariedade que se vive nas redacções para justificar esta falta de interesse. Mas que o mundo que desfila em Lisboa, à torreira do sol, feito de gente com causas bizarras como os baldios, não interesse a uma jornalista de vinte e poucos anos, saída de uma escola de comunicação social, estagiária, mas na prática desempregada, que não sabe o que é um sindicato, detesta greves e do mundo conhece o que vem na Time Out, percebe-se. O que não se percebe é que na sua redacção não se vá mais longe e se perceba que "aquilo" no Portugal dos dias de hoje é mais excepcional do que parece, "aquilo" implica mais esforço e cidadania do que andar horas a discutir a migração de treinadores entre clubes, como se o mundo estivesse parado nessa logomaquia futebolística.

"Aquilo" é o outro Portugal que não tem nada a ver com os salamaleques do "meu caro Pedro", "meu caro Paulo", muito mais bem tratados do que a vida de centenas de milhares de pessoas invisíveis porque não são o "arco da governação certo", do País "europeísta", da classe social certa. "Aquilo" é uma parte da sociedade portuguesa que existe e que protesta, e que se não protestasse não existia para ninguém. Eles são parte da economia expendable dos nossos tecnocratas, a mesma que impede a jovem jornalista de conhecer mais mundo, ter sido mais bem preparada na escola, e ter um emprego conforme as suas qualificações. Um emprego e não um estágio. E que, a seu tempo, pode precisar do seu sindicato e, imagine-se, ter de fazer greve e protestar. Nesse dia, ela perceberá melhor a condição das pessoas que ali estão a protestar, podendo até ela ser… do PSD, do PS ou de nada.

Não gosto de bater em quem está em baixo

Uma das coisas que mais me repugnam nos nossos costumes nacionais é a subserviência ao poder, quando alguém está em cima, e o correr para atirar uma pedra quando esse mesmo alguém está em baixo. Já vi isto acontecer várias vezes, umas vezes a pretexto das malfeitorias verdadeiras do poderoso em queda, outras vezes com imensa injustiça, seguindo-se apenas uma sanha qualquer da opinião pública.

Poucas pessoas em Portugal criticaram com mais dureza José Sócrates, muitas vezes sozinho, sujeito aos violentos ataques de uma claque de fãs de José Sócrates que não poupava nos insultos (e ainda anda por aí), e sem qualquer apoio entre os "meus" companheiros, que chegaram tarde e a más horas à crítica a Sócrates, muitas vezes depois de o incensarem. Há muita tendência para varrer a memória desses tempos que não são politicamente convenientes, mas não é preciso muito esforço para reconstituir os tempos em que uma parte considerável da direita questionava se partidos como o PSD podiam sobreviver com o seu programa "roubado" por esse "menino de ouro" do PS, que queria fazer "reformas", pôr o défice na ordem e combater as "corporações" que mandavam indevidamente em Portugal. Onde é que eu ouço isto hoje? Na "narrativa" da coligação.

Escrevo isto porque desde que Sócrates foi preso – e eu tenho uma convicção interior de culpabilidade, o que não tem qualquer valor em si –, tenho evitado entrar no gozo e na humilhação que muitos mostram com o destino do homem e penso continuar a fazê-lo – claro que Sócrates não ajuda, porque ao colocar a ênfase numa defesa política, justifica que a sua condição seja discutida politicamente no espaço público. Isso inquina o debate, mas é compreensível do ponto de vista subjectivo, e é por isso que eu espero que a justiça (bem sei, uma abstracção) proceda com todo o cuidado e rigor possível quer na elaboração do processo, quer nos procedimentos tomados em relação com o arguido.

Sócrates não é um preso qualquer, não deve ter privilégios excepcionais, mas também não pode ser alvo de uma enorme tentação da nossa justiça que é querer encontrar exemplos forçando as provas. Se fizerem isso com Sócrates é mau para ele, mas é muito pior para qualquer outro cidadão que encontre à sua frente uma justiça que faz o que quer, deturpa a lei, abusa do seu poder e entende que o pode fazer com impunidade porque a opinião pública está do seu lado. O meu desejo é que o caso contra Sócrates seja muito bem investigado, demonstrado e provado. Muito bem, sem dúvidas, sem julgamentos "por convicção", mas com provas.

Tenho muito receio de que a corrupção possa ficar impune, se a houver neste caso, mas tenho igualmente receio da prepotência da justiça, porque será o cidadão comum a principal vítima e não virá nos jornais e ninguém o defenderá.

Angola. REPRESSÃO PARA DAR A VOLTA À CRISE



Folha 8 digital (ao) - 13 junho 2015

A repressão tem au­mentado em Ango­la devido à queda dos preços do petróleo, diz a revista The Economist. De acor­do com a jornalista Joana Rodrigues, da DW (Voz da Alemanha), analistas económicos da revista britânica escrevem que “a principal segurança do Governo contra a insur­reição é a violência”.

Por imperativo ético para com um povo sofredor, importa dizer que são cada vez mais os meios de comunicação social que, a nível internacional, acor­daram para a nossa triste realidade. Importa, igual­mente, salientar que tudo o que dizem tem sido es­crito por nós, com risco da própria vida, há já muitos anos. Segundo a revista The Economist, a queda do preço do petróleo au­mentou a repressão e as disparidades em Angola. A resposta do Governo de José Eduardo dos Santos à desaceleração da econo­mia foi o lançamento da “maior campanha de pro­paganda desde os tempos coloniais”. Para os analis­tas da revista britânica, isto serve de máscara para as “enormes desigualda­des entre as elites e o resto da população do país.”

Cá na casa costumamos escrever que poucos têm cada vez mais milhões e que, ao mesmo tempo, cada vez mais milhões têm pouco… ou nada. O regime cataloga-nos como inimigos e não perde uma oportunidade para exerce o que melhor sabe fazer: pôr a razão da força acima da força da razão. Já esta­mos, é claro, tarimbados nesta luta. Por alguma ra­zão o nosso Director tem mais de 100 processos em “tribunal”. Sebastien Marlier é economista e especialista em assuntos africanos na Economist Intelligence Unit, e con­sidera que a situação é bastante mais complexa, e que a repressão sempre esteve presente em An­gola. É verdade. Alguns só agora estão a ver. Até agora olharam para o lado. Mais vale tarde do que nunca? Certamente.

“O governo angolano nun­ca reagiu bem a críticas, protestos ou tudo o que possa ameaçar a sua he­gemonia. Com a crise do preço do petróleo aumen­tou o descontentamento da população devido ao enfraquecimento da eco­nomia e aumentou a cons­ciência de que a maioria dos lucros petrolíferos vai apenas para as elites,” afir­ma Sebastien Marlier.

Segundo o economista, ca­sos como Rafael Marques ou Kalupeteka não estão directamente ligados ao actual contexto econó­mico, mas as dificuldades têm pressionado o gover­no do MPLA que tem rea­gido através desta maior repressão. Não se esqueça que o MPLA está no poder desde 1975 e , ainda, que José Eduardo dos Santos é o dono desse poder sem, contudo, nunca ter sido nominalmente eleito.

Sebastien Marlier afirma que Angola foi gravemen­te afectada por esta desci­da do preço do petróleo, tanto a curto como a mé­dio prazo: “A economia angolana foi bastante afec­tada por esta crise. Angola depende muito do petró­leo e por isso o crescimen­to económico abrandou, o kwanza enfraqueceu e a dívida pública aumentou. As perspectivas a mé­dio prazo também estão ameaçadas. Vai ser mais difícil diversificar a eco­nomia agora que há me­nos dinheiro para investir noutros sectores”.

Apesar de tudo, o Presi­dente José Eduardo dos Santos achou por bem visitar a China, diz a DW, com o intuito de reforçar a cooperação bilateral en­tre os dois países. Sebas­tien Marlier vê esta visita como uma forma de An­gola tentar superar a crise do sector económico sem ter de recorrer a organiza­ções como o Fundo Mone­tário Internacional (FMI).

“A China é o maior com­prador do petróleo ango­lano e é também o maior credor do país. Penso que nesta visita o Presidente vai tentar expandir a re­lação entre os dois países para além do petróleo. Em 2009 houve outra crise petrolífera e Angola re­correu à China para evitar ter de pedir ajuda ao FMI, e penso que isso pode acontecer de novo”, diz o economista. Angola é o segundo maior produtor petrolífero da África sub­sariana, e a sua economia é quase exclusivamente dependente deste produ­to. A descida nos preços do petróleo teve efeitos económicos muito negati­vos no país. Espera-se que este ano o crescimento do Produto Interno Bruto seja de apenas 3%, em compa­ração com os 6.8% de 2013.

Angola. DIGAMOS STOP À CORRUPÇÃO E AO GENOCÍDIO



William Tonet – Folha 8 digital (ao) – 13 junho 2015

O país não pára de se surpreen­der. Num dia recebe a notícia de um ofuscado prémio de excelência governativa de Eduardo dos Santos, noutro o mesmo aparece como o pior gestor, pela revista Financial Times, numa clara indicação dos altos níveis de corrupção, instalada nos corredores do palácio presidencial.

A clique do Futungo lide­ra o cartel e tem tentácu­los em toda a economia e sociedade, daí a facilidade em se apontar o desvio do dinheiro do erário público, para a conta de uns pou­cos, que estão a definhar o país, com tanta e mons­truosa roubalheira.

Neste momento, a maior referência, internacional­mente, sobre Angola é de ser um país, de uma elite governante, sentimental­mente, ligada a corrupção.

E não deixam essa depre­ciativa observação, ao aca­so, pois apontam cartões de visita de peso e vulto: Isabel dos Santos, bilio­nária, filha do Presidente da República, Welwitcha dos Santos, milionária, fi­lha do presidente Eduardo dos Santos, Avelino dos Santos, milionário, filho de Eduardo dos Santos, Filomeno dos Santos, bilio­nário, filho do presidente da República, Marta dos Santos, milionária, irmã de Eduardo dos Santos, Manuel Vicente, bilioná­rio, vice-presidente da República, Manuel Helder Kopelipa, bilionário, chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, general Dino, bilionário, assessor das comunica­ções da Presidência da Re­pública. Palavras para quê, quando a maioria prefere dizer: Viva a corrupção, superiormente capitanea­da pelos princípes.

Agora se você, não está de acordo, pode fazer uma coisa: orar e indignar-se e dizer basta a CORRUP­ÇÃO ou STOP A COR­RUPÇÃO.

E sugiro um MOVIMEN­TO DE INDIGNAÇÃO NACIONAL DOS AN­GOLANOS PATRIOTAS ou o reanimar do Amplo Movimento dos Cidadãos, cujo objecto é e será o de organizar tertúlias, onde em diferentes plataformas comunicacionais possa­mos Pensar Angola e os Angolanos.

Pensar Angola e intera­gir de forma mais cidadã, principalmente, quando os partidos políticos se demitem das suas respon­sabilidades.

Como aceitar que os par­tidos políticos, tenham ficado miúdos, ante a al­teração da lei sobre o re­gisto eleitoral oficioso, como entender que estes mesmo actores se te­nham recolhido, quando o Tribunal Constitucional considerou, o Presidente da República como órgão de soberania (elucubra­ção jurídica do art.º 105.º da Constituição), quando nunca foi nominalmente eleito, num verdadeiro contrasenso constitucio­nal. Mais grave, como podem os cidadãos con­tinuar impávidos e sere­nos, quando os políticos da oposição, acreditam que através de simples e esporádicos comunica­dos conseguirão parar o ímpeto violador do regi­me? É hora dos cidadãos levantarem as vozes e ac­ções para, por exemplo, ao abrigo da lei, avançar­mos para a elaboração de queixa-crime, nos crimes de genocídio, como o mais recente ocorrido no dia 16 de Abril de 2015, no Mon­te Somi. Se continuarmos calados, amanhã seremos nós, porquanto este re­gime não tem preguiça quanto a carregar as ar­mas com balas reais, que assassinam mesmo, quem não dance a sua música, corrupta e bajuladora.

É verdade que a ostenta­ção militar, vai instauran­do o silêncio dos vários povos angolanos, fazendo, por via disso, avançar, não só a corrosão do tecido hu­mano, mas podendo, tam­bém, preparar verdadeiras condições, para uma gran­de explosão social.


AGÊNCIA LUSA LANÇA SITE “DIAS DA INDEPENDÊNCIA”




Lisboa, 11 jun (Lusa) -- A agência Lusa lançou hoje um 'site', de acesso gratuito, para evocar as quatro décadas de autonomia política de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, intitulado Dias da Independência.

"Com este 'site', a Lusa quer assinalar e contribuir para a compreensão de um dos períodos mais importantes da história de Portugal e desses seis países, traduzindo também a sua vocação pela Lusofonia", afirmou Fernando Paula Brito, diretor de informação da Lusa.

No 'site' www.independenciaslusa.info será possível acompanhar os acontecimentos mais relevantes dos seus dias históricos de afirmação da independência e o percurso que os conduziu até à atualidade e também pode ser seguido no Facebook - www.facebook.com/diasdasindependencias.

Com conteúdos multimédia e interativos produzidos pela sua rede de correspondentes espalhados pelo mundo e pelos jornalistas da sua redação, será ainda possível consultar, com acesso livre, as notícias produzidas diariamente pela Lusa sobre esses seis países que se tornaram independentes depois do 25 de Abril de 1974.

Ao longo dos próximos meses, cada um destes países terá, sucessivamente, destaque na página de abertura deste projeto, à medida que se aproximar a data evocativa da sua respetiva independência.

Moçambique, que celebra 40 anos de independência no dia 25 de junho, é o primeiro país em destaque neste projeto da Lusa.

NS // ATR

Timor-Leste recebe com êxito enchente de turistas de cruzeiro australiano




Díli, 13 jun (Lusa) - Timor-Leste passou hoje com êxito um dos seus maiores testes ao setor do turismo, acolhendo uma enchente de centenas de turistas do cruzeiro australiano Pacific Jewel que, pela primeira vez, está a realizar um tour por esta zona.

Apesar de alguns receios sobre a capacidade da capital acolher os turistas, o dia decorreu sem incidentes de maior com equipas do Ministério do Turismo e operadores privadaos a colaborarem para organizar transporte, tours, atividades e visitas aos principais locais da capital.

Tours foram ainda organizados às zonas de Ermera, para ver o setor do café, e de Liquiçá e Maubara, para conhecer alguns dos edifícios coloniais da zona.

Apesar de, no passado, já terem passado por Díli outros navios de cruzeiro, a visita do australiano Pacific Jewel - que pela sua dimensão teve que ficar ancorado na baía de Díli - foi o o primeiro teste deste tipo (e com esta dimensão) ao setor do turismo timorense.

Os passageiros que optaram por vir a terra - a maioria dos cerca de 2.000 a bordo - tinham-se pré-inscrito em tours ou optaram por passear livremente, visitando zonas ou locais recomendados ou então locais específicos, emblemáticos para Díli, com o cemitério de Santa Cruz.

Jenny Lisha, da região australiana da Gold Coast, foi uma das que optou por visitar Díli sem tour, numa visita "lenta" de regresso a casa depois de ter estado na Europa, onde vive a filha e os netos.

"Estamos a regressar lentamente a casa. Voamos até Singapura e depois apanhamos o navio", disse à Lusa, destacando o calor que sente em Díli e a curiosidade de poder visitar, num cruzeiro, um local pouco visitado.

"Foi uma das coisas em que pensei. Quando vimos o tour, tinha locais como este, a que não se vai muito. Ouvimos falar sobre Timor durante a guerra mas pouco depois da independência. É bom ver como tudo está a progredir. Parece estar a correr muito bem", disse, antes de continuar passeio na zona do Farol, em Díli.

No Porto de Díli, onde os passageiros iam chegando, táxis e microletes apinhavam-se, oferecendo negócio a turistas que tinham destinos já marcados ou que só queriam passear "duas horas" pela cidade.

Ryan, um dos tripulantes, optou com vários companheiros da tripulação pela Microlet, o transporte público timorense.

"Isto é fantástico. Está toda a gente excitada por poder parar aqui, numa zona onde não se para normalmente. Não tinha ouvido falar de Timor-Leste. Não sei nada sobre isso", explicou.

John, de Brisbane, também na sua primeira visita a Timor-Leste explica que não tinha expetativas mas muita curiosidade em visitar o país onde o seu pai tinha estado durante a 2ª Guerra Mundial.

"Só sabia que o meu pai aqui tinha estado na 2ª Guerra Mundial e muitos dos soldados não falavam muito sobre o que aconteceu na 2ª Guerra Mundial", afirmou, depois de uma visita ao Arquivo e Museu da Resistência Timorense.

Fonte da P&O Cruises Australia explicou à Lusa que a paragem pouco usual em Díli - onde chegou cerca das 07:00 e de onde partiu cerca de 10 horas depois - se deve à viagem, também pouco usual, que o navio está atualmente a realizar.

Apesar de ter a sua base normalmente em Sydney, o Pacific Jewell partiu no passado dia 5 de Singapura - onde esteve a ser alvo de reparações e manutenção - e está atualmente numa viagem que inclui paragens na Indonésia (Semarang, Bali e Ilha Komodo), Timor-Leste e Papua Nova Guiné.

O navio, que tem uma tripulação de 730 pessoas, e quase 840 quartos, deverá chegar a Brisbane, no estado australiano de Queensland, no dia 21.

Desenhado pelo italiano Renzo Piano e com capacidade para mais de 2.000 passageiros - depois de reformas levadas a cabo nos últimos anos -, o navio de mais de 70 mil toneladas, 11 convés e um comprimento de 245 metros.

A bordo tem o maior spa de toda a frota P&O, um parque de aventuras, seis restaurantes, oito bares, uma discoteca, duas piscinas, biblioteca, casino e lojas, entre outras.

E leva agora souvenirs de Timor-Leste, comprados por muitos dos turistas que almoçaram na Areia Branca, a praia mais famosa de Díli, onde foi instalado um mercado pontual a vender produtos locais.

ASP // PJA

Timor-Leste arranca empate à Malásia na qualificação para Mundial 2018 de futebol




Díli, 12 jun (Lusa) - Timor-Leste conseguiu nos derradeiros momentos do encontro arrancar um surpreendente empate a 1 bola contra a Malásia no primeiro jogo de qualificação para o Mundial 2018 de futebol.

O remate de cabeça de Ramon de Lira Saro, brasileiro naturalizado timorense, na sequência de um livre já no período de descontos deu um sinal de esperança à seleção timorense, que daqui a 4 dias joga contra os Emirados Árabes Unidos.

A Malásia tinha aberto o marcador com um jogo de Safee Sali, no minuto 34, mantendo o resultado quando até ao apito final.

"Não tivemos muito tempo de preparação para este encontro. Apenas três dias de treino. Obviamente que estamos muito contentes", disse o treinador Fábio Joaquim Magrão.https://www.facebook.com/events/944188028927260/

Magrão defendeu a decisão de convocar vários jogadores nascidos em Portugal e no Brasil e naturalizados em Timor-Leste, considerando que se trata de "um plano a longo prazo em Timor-Leste porque não há liga nacional".

No próximo encontro, Timor-Leste joga em 'casa' mas terá que o fazer no Shah Alam Stádio, na Malásia, já que o Estádio Municipal de Díli não tem condições adequadas.

Timor-Leste continua assim sem perder uma campanha histórica na qualificação para o Mundial 2018 de futebol, impulsionada por um 'salto' sem precedentes no ranking da FIFA devido a duas vitórias na ronda de pré-qualificação para os grupos, contra a Mongólia (4-1 e 0-1), em março.

Resultados que geraram amplo entusiasmo em Díli e levaram Timor-Leste a dar um salto do 182º para o 151º lugar no ranking.

Agora, uma das seleções do planeta menos experientes e com menos sucessos integra o grupo A da segunda fase de apuramento asiático juntamente com os Emirados Árabes Unidos, a Arábia Saudita, a Palestina e a Malásia.

A Arábia Saudita já participou em quatro mundiais, e os Emirados Árabes Unidos foram semifinalistas da AFC Asian Cup (onde Timor-Leste só competiu uma vez) e tanto a Malásia como a Palestina têm ampla experiência internacional.

Antes das vitórias de março sobre a Mongólia, a seleção timorense tinha registado poucos êxitos, com destaque para a vitória na ronda prévia de qualificação para a AFF Suzuki Cup em 2012, acabando por ficar a um ponto de distância da qualificação.

ASP // PJA

Manifestantes querem reformas e mudanças na Federação de Futebol de Timor-Leste




Díli, 12 jul (Lusa) - Um grupo de manifestantes, que se identifica como "amantes" do futebol em Timor-Leste, protestou hoje pelo quarto dia consecutivo contra a Federação de Futebol de Timor-Leste (FFTL), que acusam de corrupção e irregularidades.

Jose de Carvalho, que foi treinador da equipa de sub-19 e sub-23, em 2006 e 2007 e se afirma "coordenador do movimento" de protesto, acusa a direção da FFTL de "várias irregularidades", considerando que "viola a legislação e regulamentação da FIFA".

"Há alguns jogadores com três ou quatro passaportes de Timor-Leste com idades diferentes. O mesmo nome, o mesmo jogador mas idades diferentes. Fazem isto para poder ter o jogador a competir em várias competições", afirmou.

"Não há liga nacional. Há alguns encontros, mas não temos liga desde 2007. Fizeram esta liga apenas para cumprir o requisito da FIFA. Mas isso nem sequer terminou. As pessoas querem uma liga. Até no tempo indonésio tínhamos aqui equipas", afirmou.

Ao mesmo tempo, insiste que há 7 anos que não há um congresso para reeleger a direção da FFTL, contestando o processo "fraudulento e irregular" de naturalização dos jogadores brasileiros da seleção nacional (são atualmente sete, segundo a FFTL).

João Neves, outro dos manifestantes, explicou à agência Lusa que as criticas à naturalização dos jogadores "não é por racismo", mas sim pelas violações dos critérios para esse processo.

"Qualquer cidadão que quer assumir a nossa nacionalidade pode fazê-lo. Desde que cumpra o critério. Os brasileiros vêm para cá só para tentar subir e chegar ao conhecimento de equipas da Ásia. Nem sequer jogam no país", afirmou.

Joaquim Vide, que foi jogador federado em Portugal, e também presente na manifestação, explica que há muitos anos que o futebol tem tido falta de apoio adequado por parte da FFTL.

"Não temos clubes como deve ser para formarem as associações e associações como deve ser para formarem a federação. As associações que existem cá são quase só montadas para dar imagem", afirmou.

Joaquim Vide reforçou que os dirigentes da FFTL "Já estão há muito tempo na liderança, têm que fazer eleições e dar oportunidades a outros que tenham bons projetos, que querem fazer coisas".

Apesar da seleção nacional estar "a jogar muito bem", insiste que o problema é a irregularidade.

"O jogador chega quarta-feira, na sexta-feira já tem passaporte timorense e arranca no sábado. Há jogadores que estão inscritos em clubes cá que não existem nem jogam", acusou.

Osório Florindo, vice-presidente da FFTL, rejeitou, em entrevista à Lusa, as acusações dos manifestantes, insistindo que para que uma liga nacional possa ser começada é necessário que a sociedade civil crie os clubes e que haja depois as infraestruturas adequadas.

"Nós também estamos preocupados com isto. Mas a preparação dos clubes não cabe à FFTL. Quando falamos em liga profissional, tem que haver critérios, apoios, infraestruturas. E ainda não temos nada disso. E tem que ser a sociedade civil a fazer isso e não parece estar muito interessada", considerou.

Osório Florindo considera que "há alguma má compreensão sobre o papel da Federação", pelo que entende que não cabe ao organismo "formar o clubes".

O dirigente insiste que está previsto um congresso da FFTL para setembro e rejeita as acusações de corrupção contra a direção, afirmando que casos como os recentes que ocorreram em Singapura - quando foram detidos o diretor técnico da FFTL e um outro timorense por alegada tentativa de combinar resultados - são pontuais e não abrangem todos.

"Não somos todos corruptos. Os crimes são responsabilidade individual. Ou se um membro do Governo é corrupto dizemos que são todos? A FFTL não protege qualquer pessoa que seja acusada destes crimes", afirmou.

Quanto à naturalização dos jogadores brasileiros, Osório Florindo diz que "isso acontece em todo o mundo" e que o processo segue sempre a lei, pelo que "não há qualquer irregularidade".

ASP // NF

Jacarta pediu explicações a Camberra sobre pagamento de fundos para desviar barco com refugiados




Jacarta, 13 jun (Lusa) - A ministra dos Negócios Estrangeiros indonésia pediu hoje explicações a Camberra sobre o alegado pagamento pelas autoridades australianas de milhares de dólares à tripulação de uma embarcação com refugiados para regressar à Indonésia.

O pedido de Jacarta surge depois do primeiro-ministro australiano ter recusado repetidamente desmentir as acusações.

A chefe da diplomacia indonésia, Retno Marsudi, afirmou que a Indonésia ficaria "realmente preocupada" se se confirmasse que o comandante e cinco tripulantes de uma embarcação, que transportava refugiados, receberam 5.000 dólares cada um das autoridades marítimas australianas para regressar para águas indonésias.

As acusações foram comunicadas à polícia local na ilha de Rote no leste da Indonésia, onde a embarcação com 65 refugiados, chegou a terra no final de maio, depois de ter sido intercetada pela Marinha australiana.

Marsudi afirmou que falou sobre o assunto com o embaixador da Austrália na Indonésia, Paul Grigson, à margem de uma conferência em Jacarta.

"Eu só lhe perguntei de que é isto se tratava", afirmou a ministra, adiantando que o embaixador prometeu investigar e posteriormente dar explicações.

"Estamos realmente preocupados se se confirmar", sublinhou a ministra.

Este assunto arrisca danificar as já tensas relações entre a Indonésia e a Austrália, depois de Jacarta ter executado dois traficantes de droga australianos em abril.

Entretanto, as autoridades indonésias abriram uma investigação aos alegados pagamentos à tripulação da embarcação, que transportava refugiados do Bangladesh, Birmânia e Sri Lanka, que foi intercetada a caminho da Nova Zelândia.

O primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, afirmou na sexta-feira que a Austrália faria "tudo o que fosse preciso" para combater o tráfico de pessoas, mas recusou repetidamente desmentir os pagamentos pelas autoridades australianas.

Camberra adotou uma restrita política de imigração desde que a coligação conservadora liderada por Abbott chegou ao poder em setembro de 2013 e recusa aceitar refugiados à procura de asilo que cheguem de barco.

A Austrália também assinou um acordo com o Camboja para que este país aceite refugiados em troca de milhões de dólares durante os próximos quatro anos.

Desde dezembro de 2013, apenas uma embarcação com refugiados conseguiu chegar à Austrália, quando antes da adoção da restrita política de imigração de Abbott, os barcos com centenas de refugiados chegavam com uma frequência quase diária.

MC // PJA

Método eleitoral para escolha do líder de Hong Kong conhece dia D na próxima semana




Hong Kong, China, 13 jun (Lusa) -- O Conselho Legislativo de Hong Kong (LegCo) vai votar, na próxima semana, a proposta de reforma política, que levou milhares às ruas no ano passado, estando em preparação massivas manifestações -- pró e contra -- nas vésperas do dia D.

O LegCo vai analisar a proposta de lei relativa ao método eleitoral para a escolha do chefe do Executivo na quarta-feira mas, tendo em conta o intenso debate que deve desencadear, prevê-se que a votação propriamente dita seja protelada para quinta ou mesmo para sexta-feira.

A proposta de lei prevê a introdução do sufrágio universal nas eleições para o chefe do Executivo em 2017, mas só depois de uma pré-seleção de dois a três candidatos, que ficará a cabo de um comité composto por 1.200 membros, num processo descrito pela ala democrata como uma "triagem".

A proposta de lei surge após a decisão, no final de agosto de 2014, do Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular sobre a reforma política.

Dado que, no passado, Pequim tinha prometido à população de Hong Kong, cujo chefe do Governo é eleito por um colégio eleitoral de cerca de 1.200 pessoas, que seria capaz de escolher o seu líder em 2017, esse anúncio desencadeou um forte movimento de contestação.

Esse movimento levou a que, a 28 de setembro do ano passado, o 'Occupy Central' iniciasse uma campanha de desobediência civil, reforçando os protestos estudantis então em marcha contra a recusa de Pequim em garantir o sufrágio universal pleno.

As manifestações, pautadas pelo cariz pacífico, pese embora uma série de incidentes, desenrolaram-se sob a forma de ocupação das ruas -- em pelo menos três distritos, incluindo no centro da cidade -- e mantiveram-se até 15 de dezembro, altura em que as autoridades procederam ao despejo dos últimos acampamentos.

Depois de negociações infrutíferas -- mantidas desde então em diversas frentes, nomeadamente com os protagonistas do 'Occupy Central' e com a ala democrata --, o Governo da Região Administrativa Especial submeteu a controversa reforma política ao parlamento que para ser aprovada tem de granjear dois terços dos votos dos 70 deputados.

Porém, dado que não avistaram cedências, os 27 deputados do campo democrata, que se uniram num compromisso pelo veto no início, mantêm a sua posição e prometem votar contra.

Tanto partidários como opositores da proposta anunciaram massivas manifestações a partir de domingo e pelo menos até ao dia da votação no LegCo na tentativa de travar um potencial impasse.

A Frente Civil de Direitos Humanos, que organiza a marcha anual de 01 de julho -- dia da transferência de Hong Kong para a China -- anunciou uma manifestação de cinco dias, com início no domingo, aliando-se a 13 grupos, como partidos políticos e movimentos juvenis (como a Federação de Estudantes e o 'Scholarism', dois dos protagonistas do 'Occupy Central'), para a qual espera uma adesão na ordem das 50 mil pessoas.

Uma contramanifestação foi também convocada para quarta-feira por parte da Aliança para a Paz e Democracia -- uma coligação de mais de mil grupos e indivíduos pró-Governo -- que tem apelado à participação nessa iniciativa a fim de encorajar os deputados da ala democrata a aprovarem o pacote de reforma política.

Fontes policiais, citadas pelos 'media' de Hong Kong, indicaram que mais de 7.000 agentes equipados com material antimotim, como granadas de gás lacrimogéneo, gás pimenta e balas de borracha, vão estar "a postos" para fazer frente a um eventual caos.

DM // PJA

Administrador hospitalar condenado por burla em Macau é afastado de cargo em Portugal




Macau, China, 13 jun (Lusa) -- O ex-administrador do hospital público de Macau que, na semana passada, foi condenado no território por burla, foi agora afastado do seu cargo em Portugal, onde trabalhava para Administração Central do Sistema de Saúde.

A saída de Rui Sá, que no último ano e meio liderava o Grupo de Trabalho de Combate às Irregularidades Praticadas nas Áreas do Medicamento e dos Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica, foi avançada pela Rádio Renascença (RR).

Rui Sá foi condenado, em Macau, a um ano e seis meses de prisão, com pena suspensa, por burla através de receitas falsas, no valor equivalente a cerca de 16 mil euros.

À data dos acontecimentos - entre maio de 2011 e abril de 2012 - era administrador-geral no Centro Hospitalar Conde de São Januário, e obteve, segundo a sentença do Tribunal Judicial de Base, citada pelo jornal local Ponto Final, "fármacos avaliados em quase 139 mil patacas [15.686 euros], conseguidos através de 70 consultas, divididas entre dois pacientes e distribuídas por dois médicos em menos de um ano".

O tribunal entendeu, no entanto, que os médicos, Rui Furtado, presidente da Associação de Médicos de Língua Portuguesa, e António Martins, "foram enganados" por Rui Sá.

O levantamento dos medicamentos - a maioria para o tratamento de insónias, Alzheimer e doenças do foro mental - foi feito em nome de duas pessoas que garantiram em tribunal que "nunca foram a estes médicos nem pediram ao arguido ou a alguém para lhes arranjar medicamentos, nem nunca os tomaram".

O tribunal considerou que Rui Sá "levou o hospital a acreditar" que estas duas pessoas "eram pacientes com doenças crónicas" e "pedia aos dois médicos para prescreverem medicamentos como se fossem para estes".

O caso foi denunciado pela Divisão de Farmácia Hospitalar, desencadeando um processo interno em maio de 2012 que levou ao despedimento de Rui Sá por justa causa.

Após abandonar Macau, Rui Sá regressou a Portugal e passou a representar a Administração Central do Sistema de Saúde num grupo que tinha como objectivo estudar o combate a esse tipo de fraudes, cargo para o qual foi convidado.

A RR questionou o Ministério da Saúde sobre esta situação e, na sequência disso, a entidade, que a rádio diz ter sido "apanhada de surpresa", "decidiu afastar Rui Sá", o que terá acontecido na quinta-feira.

Tanto o Ministério como a Administração Central do Sistema de Saúde consideram "inadmissível, ou até bizarro", nas palavras de uma fonte contactada pela RR, "que Rui Sá pudesse estar envolvido na prevenção exatamente dos mesmos crimes pelos quais acaba de ser condenado".

ISG// PJA

Coronavírus. OMS aconselha Coreia do Sul a proibir viagens de potenciais infetados




A Organização Mundial de Saúde aconselhou hoje a Coreia do Sul a proibir todas as pessoas suspeitas de estarem infetadas com a Síndrome Respiratória do Médio Oriente (MERS), ou que contactaram com doentes do coronavírus, de viajarem para o estrangeiro.

Keiji Fukuda, diretor-geral adjunto para a Segurança Sanitária da Organização Mundial de Saúde (OMS), fez a recomendação na cidade de Sejong, durante uma conferência de imprensa transmitida pela televisão, após cinco dias de estudo epidemiológico da propagação da MERS na Coreia do Sul, noticia a agência Xinhua.

Fukuda, que coliderou a missão conjunta de 16 membros, composta por peritos da OMS e da Coreia do Sul, instou as autoridades sul-coreanas a apurar quem teve contacto com infetados com a MERS, e a colocá-los de quarentena e monitorizar potenciais infetados do coronavírus, assim como a levar a cabo medidas de prevenção e controlo em todas as instalações médicas.

O responsável da OMS sublinhou as pessoas que tiveram contato com os infetados e todos os potenciais portadores do coronavírus não devem viajar, e em especial não devem ser autorizados a realizar viagens internacionais durante o período de incubação, acrescentando que a Coreia do Sul estabeleceu um sistema para detetar, colocar em quarentena e monitorizar os potenciais portadores de MERS.

O número de infetados na Coreia do Sul foi hoje fixado em 138, enquanto o número de mortos foi elevado a 14 pessoas, e a taxa de mortalidade estabelecida em 10,1%.

A Coreia do Sul é o país com maior nível de contágio do novo coronavírus fora do Médio Oriente.

As recomendações da OMS surgem um dia depois de as autoridades da Coreia do Sul terem destacado a diminuição dos novos contágios.

Na sexta-feira tinham sido registados apenas quatro novos casos de MERS, contra os 14 registados na quinta-feira e os 13 verificados na quarta-feira, segundo indicou o Ministério da Saúde sul-coreano.

Hoje foram reportados 12 novos casos de contágio.

A MERS é um vírus mais mortal, mas menos contagioso, do que o responsável pela Síndrome Respiratória Aguda Severa (SARS, sigla em inglês) que, em 2003, fez cerca de 800 mortos em todo o mundo.

A doença provoca uma infeção pulmonar e os afetados sofrem de febre, tosse e dificuldades respiratórias, não havendo, por enquanto, vacina ou tratamento para o vírus. De acordo com a OMS, tem uma taxa de mortalidade de cerca de 35%.

Na Arábia Saudita, mais de 950 pessoas foram contaminadas desde 2012 e 412 morreram.

Lusa, em Notícias ao Minuto

Moçambique. NYUSI JÁ NÃO DIZ NADA E DHLAKAMA NÃO É SÉRIO



Verdade (mz) - Editorial

Apesar de todo o “passatempo” a que se assiste em sede do diálogo político entre o Governo e a Renamo, pensávamos que o último conflito armado tinha deixado boas lições de moral, conduta social e política. Ainda tínhamos esperança de que, como moçambicanos fraternos, podíamos chegar a um meio-termo em relação à manifesta ganância pelo poder por parte do regime e da oposição. Enganámo-nos!

Que só o diálogo consiga transformar Moçambique num Estado de paz credível, aos olhos daqueles que acreditam na democracia e apetecível para nos movimentarmos sem receios, parece cada vez mais uma utopia.

O pior de tudo isso é vivermos com os corações nas mãos, debaixo de um fogo cruzado e aptos para acharmos algum esconderijo, porque o belicismo que reina entre o Governo e Renamo nos empurra com tal força para a incerteza. O progresso alcançado há 40 anos tende a estar por um fio, e já esteve no passado, por um só motivo: o poder! Tudo o que se diz em torno de o resto não passa de um embuste.

Num país infestado de ladrões, assassinos, abutres viciados pelo no erário e corruptos de toda a estirpe, que vão de agentes da Polícia, incluindo da Investigação Criminal que saqueiam armas dos seus postos de trabalhos e vendem-nos a marginais, a caçadores furtivos que com uma certa impunidade despovoam as reservas sem quese ponha a mão sobre os cabecilhas desses actos, a nossa luta conjunta devia ser o combate a tudo isso. Porém, estamos completamente distraídos e a nossa vida tem sido uma rotina já incómoda. Acordemos antes que esta sociedade se torne definitivamente decadente!

O Presidente Filipe Nyusi, que até aqui está a divulgar o seu programa de governação por onde passa, já começa a não ter nada para dizer e, tarde ou cedo, irá provar o contrário do que prometeu... Foi assim com os seus antecessores.

Afonso Dhlakama, que alega bater-se pela democracia e ensaia uma série de ameaças nunca irá mudar a ponto de ser uma pessoa séria e diferente daquela que todos conhecemos. Um líder que hoje diz uma coisa e amanhã outra não podia merecer a confiança de quem quer que seja nem dos seus sequazes, mormente quanto faz uma apologia à guerra e esquece que tais declarações constrangem aqueles que nos dois últimos conflitos perderam parentes. Quem assume um compromisso com a paz devia comportar-se como tal. Porém, do líder da Renamo o que se vê e ouve são mudanças súbitas de opinião e discurso!

E chegámos a ponto de perceber que a política da oposição é, por vezes, de barriga, procura sempre meio para arrancar o rebuçado a quem (Frelimo) já o tem na boca. E o que se diz em política é pura retórica para manter os moçambicanos distraídos e concentrados em assuntos marginais.

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