domingo, 5 de fevereiro de 2012

RAMOS HORTA ESTÁ RODEADO DE “GÉNIOS” OU É UM GRANDE ALDRABÃO?



Fernando Silva

MAUBERE, REVOLTADO, É TERRÍVEL!

De uma vez por todas vai ter de ficar decidido para com a nossa consciência – principalmente a dos timorenses – se o atual PR de Timor-Leste, José Ramos Horta, está rodeado de incompetentes (ele chamou-lhes génios) ou se é um grande aldrabão. Desta vez a razão que conduz à realização deste exercício relaciona-se com uma afirmação de Ramos Horta quando disse que a sua candidatura às próximas eleições presidenciais seria apresentada com o apoio de 100 mil assinaturas, porém, depois, passados dias, quando legitimou a recandidatura no órgão competente (Tribunal de Recurso) fê-lo com um apoio de menos de 8 mil assinaturas… A diferença colossal em números certamente que não é da responsabilidade dos citados “génios” que rodeiam Horta, a quem ele culpa de alguns disparates e incompetências. Se isto não é sinónimo de estarmos na presença de um grande aldrabão, que afirma coisas estranhas e megalómanas gratuitamente, o que é? Ramos Horta é um mentiroso compulsivo? Mas então tem de se tratar e nem por sombras se deve recandidatar à presidência de Timor-Leste. Urge que o internem!

Recuando no tempo podemos constatar várias ocasiões em que Ramos Horta disse coisas estranhas e megalómanas para depois concluirmos que ele andava a “sonhar alto” ou a concorrer para vencedor de concurso de petas no Guiness. Uma das vezes em que isso aconteceu, há uns anos, em 2008, foi quando declarou sobre a perspetiva de ser convidado para nomeado na ONU para Alto Comissário para os Direitos Humanos… que estava na lista dos candidatos e blá-blá… e blá-blá… Dias passados, e afinal a ONU de nada sabia - negando que ele estivesse em lista de nomeáveis, na altura a Agência Lusa acompanhou a “novela”. O citado é um dos exemplos. Quem não se lembra dos ditos e reditos acerca das suas mediações com os peticionários, com o grupo de revoltosos Alfredo Reinado-Gastão Salsinha? Vimos que a confusão que foi gerada foi trágica e também muito provavelmente por via do trafulhas Ramos Horta. Tragédia em que ele próprio veio a ser vítima na manhã de 11 de Fevereiro de 2008, quando foi gravemente baleado e ficou às portas da morte, talvez às portas do inferno porque trafulha assim não pode ir para o céu enquanto não expiar os pecados das mentiras e das megalomanias, também vulgarmente conhecido por mania das grandezas.

Dito isto e abreviando, para não estar para aqui a saturar e a ser gratuito, será interessante passar a palavra escrita a Maubere Revoltado, no Timor Hau Nian Doben. Ele, Maubere, zangado, mostra bem a diferença que existe entre 100 mil assinaturas e um pouco menos de 8 mil. Na verdade é uma diferença abismal. Para um presidente da República em exercício tal exagero é inadmissível e decerto sintoma de doença incompatível com o desempenho do cargo a que Horta se recandidata. Sabemos que os políticos são aldrabões mas tanto… Internem o senhor, aquilo só pode ser por doença. Coitado.

Leia-se Maubere, que, revoltado, é terrível!

RAMOS HORTA! AFINAL, FORAM 100.000 OU 7.977 ASSINATURAS A APOIAREM A SUA CANDIDATURA?

Maubere Revoltado – Timor Hau Nian Doben

No domingo eu escrevi que andava muito desconfiado das 100.000 assinaturas que Ramos Horta angariou em apoio à sua candidatura, até levantei a hipótese de ele as ter triplicado ou comprado as ditas rubricas. Aposto que entre os leitores houve quem tivesse duvidado aqui deste Maubere. Pois é...

Parece que aqui as minhas desconfianças são mais do que legítimas, porque alguma coisa não bate certo. Eu passo então a explicar aos prestimosos leitores (estou pior que o Zé Forbes).

Ontem o Zezinho (Horta) fez a entrega da sua candidatura ao Tribunal de Recurso de Díli e a comunicação social local noticiou que, "apesar do apoio eleitoral ter sido de 100.000 eleitores, a equipa (de Ramos Horta) apenas entregou 7.997 fotocópias de cartões eleitorais ao Tribunal de Recurso" - TVTL.

Porque será que o Presidente da República não entregou ao Tribunal todas as assinaturas, elas pesavam muito? Eu disse e repito, RAMOS HORTA É UM MENTIROSO COMPULSIVO!

Só quem não conhece Ramos Horta pode acreditar que se ele tivesse 100.000 assinaturas não as levaria TODAS para o Tribunal de Recurso. A vaidade e o egocentrismo deste homem não permitiriam que não nos esfregasse na cara as tais cem mil rubricas. Os tolinhos e os bajuladores esses sim acreditam neste aldrabão! Eu, não!

Há mais, mas por agora não digo nada porque ainda não sei com toda a certeza das outras fraudes que alegadamente este homem cometeu com as assinaturas, mas se se confirmar o que muitos andam a dizer aos sussurros, é grave. Muito grave!

Mais valia não se ter recandidatado, se foi para mentir logo à partida ao povo timorense e ao mundo, mas este tem sido sintomaticamente o comportamento indigno de Ramos Horta, durante todo o seu mandato.

Ramos Horta! Não é o senhor quem carrega a cruz ao servir este nobre povo - como disse ontem no seu discurso - é o povo timorense quem carrega uma grande cruz, ao ter elegido um Presidente da República como o senhor.

Servir este povo deveria de ser considerado por todos os governantes timorenses um PRIVILÉGIO, e não uma cruz. O Povo Maubere merece um Chefe de Estado melhor do que o senhor, muito, muito melhor! FORA, SEU TRASTE!


DEMOCRATIZAÇÃO OU MERCANTILIZAÇÃO DA POLÍTICA




Emir Sader – Carta Maior, em Blog do Emir

O neoliberalismo se propõe a transfomar tudo em mercadoria. Que tudo tenha preço, que tudo se possa comprar e vender. Essa proliferação do reino do dinheiro chegou em cheio à política. E o financiamento privado das campanhas eleitorais é a porta grande de entrada, que permite que o poder do dinheiro domine a política.

Dados concretos mostram como as campanhas com maior quantidade de financiamento tem muito maior possibilidade de eleger parlamentares. E que o Congresso está cheio de bancadas corporativas – de ruralistas, de donos de escolas particulares, de meios de comunicação, de donos de planos de saúde, entre tantos outros – que representam os interesses minoritários em cada setor, que se elegeram graças a campanhas que dispõem de grande quantidade de recursos econômicos.

O Executivo representa o voto da maioria da sociedade. O Congresso deveria representar sua diversidade, tanto a maioria como a minoria, assim como os diversos setores presentes na sociedade. Basta ver o tamanho da bancada ruralista – que representa a ínfima minoria da população do campo, os donos de grandes parcelas de terra – e a representação dos trabalhadores rurais – 3 parlamentares para representar a grande maioria da população do campo – para se ter ideia da distorção que a presença determinante do dinheiro representa para definir a representação parlamentar. O Congresso termina representando a minoria que dispõem de dinheiro para se eleger e nao espelha a realidade efetiva da sociedade. Terminam decidindo em nome de todos, mesmo com essa representação distorcida.

Por isso eles defendem com unhas e dentes o financiamento privado de campanha, que representa a tradução em representação política de quem tem mais dinheiro e não da vontade política soberana do conjunto da sociedade. O PMDB até chega a dizer que abre mão do financiamento público para cargos majoritários, mas não cede nas eleições parlamentares, de onde tira seu poder de barganha.

Alega-se que seria o livre direito de colaborar com dinheiro para quem se quer. Mas é um direito de quem tem dinheiro – dos bancos, das grandes empresas nacionais e internacionais, da velha mídia, - e não da esmagadora maioria da população, que fica expropriada desse direito.

O financiamento público de campanha é uma reivindicação da democracia, uma condição para que exista um Congresso representativo da sociedade brasileira, da vontade popular. Lutar por ela é lutar para que tenhamos uma vida para chegar a uma sociedade verdadeiramente democrática no Brasil.


Brasil: Greve de fome de Pedro Rios em frente à TV Globo segue no 8º dia...




... com sofrimento e moral em alta

Correio do Brasil - do Rio de Janeiro

Os efeitos de uma semana sem comer, dormindo ao relento, no desconforto de uma algema e o chão que lhe resta para algumas parcas horas de sono, no sobressalto da Rua Von Martius, em frente à sede nacional da TV Globo, surgem apenas no texto do cineasta Pedro Rios Leão, com a greve de fome chegando ao oitavo dia. O moral do rapaz de vinte e poucos anos, que assistiu ao massacre ocorrido em Pinheirinho, na progressista cidade paulista de São José dos Campos, promovido pela Polícia Militar do Estado de São Paulo e a Guarda Municipal, este não dá sinais de cansaço. A luta pela intervenção federal naquela área, após dias de terror, em que mulheres e crianças foram desalojadas de suas casas e atirados em abrigos improvisados, à força de balas de borracha e munição real, continua até quando Pedro não puder mais.

Em seu telefone celular e com acesso às redes sociais, Pedro segue adiante com o apoio daqueles que valorizam o seu ato de protesto:

“São vocês que me mantêm de pé e me fazem achar que vale a pena me meter nessa m. toda. Ontem acordei mal, menos pela fome, mais pelo fato de querer minha vida de volta. Chorei querendo acordar na minha cama, beber com os amigos, conversar com os amores e sair do massacre que eu estou vivendo desde o dia 23. Ontem, a luta me mostrou que vale a pena, no meu momento de maior desanimo até aqui. Mas eu sonho em voltar para a minha vida, longe, muito longe do centro nervoso desse massacre”, escreveu Pedro Rios em sua página no Facebook.

Ele relata, ainda, que os efeitos físicos da privação absoluta de alimentos começam a dar sinais:

“Não comer é muito mais fácil do que comer pouco. Não sinto mais fome, só saudade da comida. Ainda estou de pé, e muito motivado, mas alguns incômodos (minha garganta, cansaço, e tontura ao levantar) começam a ficar mais fortes”.

Pedro Rios também lembra o que o levou a iniciar o protesto que já mobiliza milhares de brasileiros. Atos em apoio aos moradores de Pinheirinho e de solidariedade ao sacrifício dele pontuam eventos realizados em várias cidades brasileiras. Bicicletaço no Rio, manifestações em São Paulo, Salvador e Belo Horizonte. O apoio que conquista à cada dia, no entanto, não diminuem o seu desejo de retomar o ritmo normal de vida, mas sabe que a manifestação é necessária no cumprimento do objetivo maior, que é a denúncia à violência cometida contra os pobres e a conivência da mídia conservadora.

“Eu queria estar em casa, mas estou preso em uma luta quase involuntária e desesperadora. Antes de sair para São José dos Campos de Concentração, eu cheguei a aparar a barba para ajudar a conversar com a polícia. A realidade caiu em mim como um raio, e eu realmente não planejei o que fazer, apesar de analisar cotidianamente a m. de ter caído no centro de uma tragédia e a minha responsabilidade perante isso. Eu posso ser um idiota, isso sinceramente não me importa, mas não vou carregar um massacre nas costas”, protesta.

Em seu manifesto, Pedro pede que todos se mobilizem contra os verdadeiros alvos da revolta quanto à violência cometida contra os moradores de Pinheirinho:

“Vamos me esquecer e falar de : Geraldo Alckmin, Eduardo Cury, Naji Nahas, Márcia Loureiro, César Peluso, Daniel Dantas, e como fica evidente que certos aparelhos midiáticos fazem a gente de otário por mais de 40 anos. Como a ausência absoluta de qualquer postura decente, de qualquer orgão institucional, deixa claro que não há lei no Brasil”.

Em apoio a Pedro Rios, artistas realizaram uma série de eventos no local onde ele se encontra em greve de fome.

Matérias Relacionadas:

Geração à Rasca "encheu a avenida mas acabou na Betesga", diz Adelino Maltez



i online - Lusa

O professor de Ciência Política Adelino Maltez considera que o movimento “Geração à Rasca” “encheu a Avenida da Liberdade, desaguou no Rossio”, mas perdeu força e “acabou na Betesga” - rua minúscula de Lisboa.

A manifestação que reuniu mais de 200 mil pessoas em Lisboa a 12 de março foi, na opinião do comentador político, o ponto alto do primeiro ano de existência do movimento social e constituiu mesmo um dos factos políticos “mais importantes dos últimos cinco anos”.

Contudo, posteriormente “perdeu-se muito tempo a meter em canalizações aquilo que era um fluir espontâneo de um determinado rio num determinado momento da história”, critica.

Na sua opinião, houve aproveitamento político e “quando se pretende ser controleiro de mais, as massas ficam em casa à espera de ver”.

Foi “uma maré maior do que o marinheiro, muito à portuguesa, muito espontânea”, que começou logo a ser alvo de aproveitamentos, “da extrema-direita à esquerda revolucionária”, o que foi um erro porque “estas coisas não podem ser correias de transmissão”.

Também os “chamados vitoriosos” das eleições que aconteceram alguns meses depois, PSD e CDS, “estavam lá a espreitar”, “a direita vitoriosa explorou-a e foi quem mais ganhou com essa manifestação”, defende Maltez.

“Os grandes aproveitadores não foram os jovens organizadores, que até foram modestos, sempre, na sua intervenção”, disse.

“Quem ganhou mais foi Passos Coelho e Paulo Portas”, conseguindo que um “movimento à portuguesa gerasse uma alteração eleitoral”, sustenta.

PASSOS COELHO SOB FOGO POR NÃO DAR TOLERÂNCIA DE PONTO




Diário de Notícias - Lusa

Sindicatos, autarcas e oposição estão contra a decisão do Governo de não dar tolerância de ponto aos funcionários públicos na terça-feira de Carnaval, que este ano calha a 21 de fevereiro.

"Julgo que ninguém perceberia em Portugal, numa altura em que nos estamos a propor acabar com feriados como o 5 de Outubro ou o 1.º de Dezembro ou até feriados religiosos, que o Governo pensasse sequer em dar tolerância de ponto, institucionalizando a partir de agora o Carnaval como um feriado em Portugal", anunciou o primeiro-ministro.

"Esta é mais uma medida inadmissível e que mostra a opção do Governo em castigar os trabalhadores com mais um dia de trabalho", disse o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, à agência Lusa. O sindicalista disse ainda que acredita que "muitas empresas privadas vão manter este feriado, porque isto não tem nada a ver com produtividade".

Por seu lado, Ana Avoila, da Frente Comum, acusou o Governo de "andar o ano inteiro a brincar ao Carnaval" e prometeu uma resposta adequada. "Não vale a pena senhor primeiro-ministro dizer que não se percebia [dar a tolerância] porque o que não se percebe é o Governo enganar os trabalhadores, fazer-se de social-democrata e andar o ano inteiro a brincar ao Carnaval com políticas reacionárias e de empobrecimento dos trabalhadores", disse Ana Avoila à Lusa.

Para o PCP, a decisão do Governo significa "acrescentar mais um dia de trabalho forçado e não pago aos trabalhadores". Segundo Paulo Raimundo, da comissão política do comité central do PCP, é "acrescentar aos quatro feriados cortados, já anunciados pelo Governo, mais este dia".

O presidente da câmara de Torres Vedras, Carlos Miguel (PS), já prometeu que os cabeçudos, matrafonas e outros mascarados do típico Carnaval local se vão manifestar no dia 18 frente à residência oficial do primeiro-ministro, em Lisboa. "Vamos entregar ao senhor primeiro-ministro um monumento fúnebre por não haver tolerância de ponto", adiantou o autarca.

"A decisão do Governo vai trazer consequências muito negativas para os concelhos onde o Carnaval tem maior tradição e onde as organizações investem quantias significativas", disse à Lusa Seruca Emídio, presidente da câmara Municipal de Loulé, no Algarve.

"Com esta postura, Passos Coelho revela que desconhece a realidade do país, em particular de dezenas de municípios - talvez já centenas - que fazem do Carnaval um evento que gera riqueza a nível nacional", afirmou o presidente da Fundação do Carnaval de Ovar, José Américo Sá Pinto.

O ex-presidente Mário Soares lembrou que em 1993, o então primeiro-ministro Cavaco Silva decretou que nesse Carnaval não haveria tolerância de ponto (pela primeira vez em 23 anos). "Lembro-me dessa altura e de como foi difícil na altura para ele [Cavaco Silva], que quis fazer isso", limitou-se a afirmar Mário Soares.


Portugal - Mário Soares: "Custe o que custar" são "palavras fortíssimas"





O antigo presidente da República Mário Soares classificou hoje como "fortíssimas" as palavras do primeiro-ministro, quando disse que Portugal cumprirá as suas obrigações "custe o que custar", e defendeu que a austeridade não leva a "nenhum lugar".

"Custe o que custar são palavras fortíssimas", porque "acima de tudo estão as pessoas e o bem-estar das pessoas e não penso que a austeridade, só a austeridade, leve a nenhum lugar", disse Mário Soares.

O fundador do PS falava aos jornalistas na vila alentejana de Ourique, após uma sessão de apresentação do seu livro "Um Político Assume-se - Ensaio Autobiográfico, Político e Ideológico".

"Além da austeridade, que é necessária, precisamos de ter crescimento económico, sem isso não se vai a lado nenhum, e de diminuir o desemprego", defendeu, considerando estas necessidades como algo "fundamental".

Segundo Mário Soares, "se ele [Pedro Passos Coelho] acha que só é preciso a 'troika', é a posição do primeiro-ministro, mas é uma posição que vai sair mal, porque toda a Europa já está a pensar que não é só por aí que vamos".

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, manifestando-se consciente da "situação de grande dificuldade" que Portugal atravessa, disse hoje, no debate quinzenal no Parlamento com a presença do Governo, que o país cumprirá as suas obrigações "custe o que custar".

Durante a sessão de apresentação do livro, Mário Soares disse que "há uma ideologia que está em força que é o neoliberalismo. E os neoliberais pensam não nas pessoas, mas no dinheiro".

Trata-se "de uma situação dificílima que se vai repercutir politicamente e não pode durar muito tempo porque as pessoas começam, realmente, a ficar desesperadas", frisou.

A título de exemplo, o antigo Chefe de Estado aludiu ao Serviço Nacional de Saúde (SNS): "Querem destruir a pouco e pouco o SNS", acusou.

Por outro lado, disse, Portugal "nunca" teve "tantas pessoas válidas" em domínios como a ciência, as artes e o desporto.

Mas, frisou, "agora estão a dizer 'vão para fora, emigrem'", ou seja, "estamos a gastar dinheiro para dar às pessoas um certo bem-estar e eles [Governo] dizem 'emigrem'".

E as pessoas "vão servir outros países, quando podiam e gostariam de servir o nosso?", questionou, rematando: "Acho que isto é uma política de doidos".

RDP: Demissão de Direcção de Informação é “pagar o justo pelo pecador”, Rosa Mendes


Ministro Relvas não fala sobre assunto Censura-RDP, o que disser pode virar-se contra ele? (PG)

Público – Lusa – 03.02.12

O jornalista Pedro Rosa Mendes comparou a demissão da Direcção de Informação da RDP a um “caso bastante infeliz de pagar o justo pelo pecador”, lembrando que continua por esclarecer o fim do programa de opinião “Este Tempo”.

A Direcção de Informação da rádio pública anunciou na quinta-feira, em comunicado distribuído aos jornalistas, a sua demissão, na sequência da suspensão de “Este Tempo”, transmitido na Antena 1, depois de Pedro Rosa Mendes, um dos colunistas, ter criticado numa crónica o governo de Angola e o programa da RTP 1 “Reencontro”, emitido a 16 de Janeiro a partir de Luanda.

“Caiu a Direcção de Informação, mas esse não era o fim da história, nem é. A história é explicar-se como é que aconteceu e como é que um director-geral [de Conteúdos, Luís Marinho] pode tomar decisões desse género. Falta explicar isso”, afirmou à agência Lusa Pedro Rosa Mendes, que atribui o fim do programa “Este Tempo” a um ato de censura.

O jornalista comparou a demissão da Direcção de Informação da RDP a um “caso bastante infeliz de pagar o justo pelo pecador”, lamentando que saia do colectivo um jornalista “extraordinário” como o Ricardo Alexandre (director-adjunto de Informação demissionário).

“Em nenhum momento esteve em causa a honestidade e a integridade profissional da redacção da RDP nem da equipa da Direcção de Informação”, frisou.

Para o ex-jornalista da Lusa, “com intenção ou não de alguma das partes envolvidas”, há “um director-geral sozinho com o seu ministro da tutela e um ministro da tutela sozinho com o seu director-geral”.

Talvez, disse Pedro Rosa Mendes, “um dos dois consiga assumir aquilo que se passou com a minha crónica de ‘Este Tempo’”.

A Lusa procurou confrontar o ministro dos Assuntos Parlamentares com a demissão da Direcção de Informação da RDP, mas fonte do gabinete de Miguel Relvas disse que o ministro não comenta.

Antes da crónica polémica ser emitida
Antena 1 estava a discutir renovação de colunistas, mas Pedro Rosa Mendes mantinha-se

Maria Lopes – Público – 03.02.12

A renovação de um dos nomes do painel de colunistas do programa de opinião Este Tempo da Antena 1, que não o de Pedro Rosa Mendes, estava a ser discutida há algumas semanas na RDP antes da acusação de alegada censura.

Segundo o que o PÚBLICO apurou, este processo pressupunha a renovação automática, como sempre acontecera, dos restantes contratos, que eram de seis meses. E contradiz a justificação de que os contratos terminavam no final de Janeiro, sempre apresentada pelo director-geral da RTP, Luís Marinho, para a decisão de acabar com o programa. E que esta manhã o primeiro-ministro também referiu no debate quinzenal, quando questionado sobre o assunto pelo líder parlamentar socialista.

Ao PÚBLICO, o director-geral da RTP, que também tem a tutela da rádio, garantiu que a decisão "foi tomada pela direcção de programas antes" da emissão do programa Prós e Contras em Angola alvo da crítica do colunista. Dizendo não se lembrar da data exacta ou quem o decidiu, acrescentou que foi tomada "no âmbito do grupo de trabalho" que está a analisar a estratégia das rádios públicas. A razão? "Apesar de a ideia do programa ser boa, havia agora alguns desvios da sua lógica original".

O director-geral da RTP, na sua audição na ERC - Entidade Reguladora para a Comunicação Social, para desmontar as acusações de o programa acabou por causa das críticas a Angola, terá dito que se a ideia fosse terminar a rubrica por razões políticas seria melhor estratégia esperar mais uns meses para que não houvesse suspeitas. Questionado pelo PÚBLICO, Luís Marinho recusou-se a fazer quaisquer comentários sobre o que disse aos membros do conselho regulador.

“Luís Marinho, num momento de honestidade infeliz, admitiu que não tinha gostado nada da minha crónica e que ela ia acabar. O director-adjunto da RDP, Ricardo Alexandre, confirmou isso mesmo, ontem, na ERC. Ou seja, não era eu que estava a mentir”, afirmou o jornalista Pedro Rosa Mendes numa conferência anteontem em Bruxelas, com eurodeputados. O PÚBLICO apurou que Ricardo Alexandre contou ao conselho regulador esta ligação.

Ontem à noite a RTP anunciou que a direcção de Informação da rádio pediu demissão em bloco.

RDP E ANGOLA – RELVAS SILENCIA VOZES CORAJOSAS*



Carlos Fonseca – Aventar

O João José Cardoso já denunciou, aqui e aqui, a decisão do governo português, através do Torquemada de Tomar, Miguel Relvas, de silenciar vozes incómodas para negócios entre Portugal e Angola – o desassombro de Raquel Freire e Pedro Rosa Mendes custou-lhes o afastamento da RDP.

Conheço Angola. Sem nunca ter sido residente, obrigações profissionais levaram-me àquele país mais de uma dezena de vezes por ano. Durante duas décadas. Tenho longas histórias dos meandros dos negócios locais, grandes e pequenos, assim como de homens do poder.

Estabeleci também relações de amizade com angolanos honestos que, hoje como ontem, não puderam ou quiseram enveredar por negócios espúrios, geradores de fortunas tão céleres quanto ilegítimas. Esses amigos, no fundo, são gente sensível à pobreza extrema de milhares e milhares de compatriotas – crianças, mulheres, idosos e jovens estropiados da guerra. Uma multidão de vítimas ainda submetidas a vidas bem duras em ‘musseques’, lá para os lados de Viana e de outras zonas afastadas da ‘sala de visitas’ que é a renovada baixa luandense.

O jornalista Rafael Marques, citado por Pedro Rosa Mendes, é este homem. Em finais do último ano, teve a coragem de fazer uma queixa-crime contra diversos generais angolanos: o poderoso ‘Kopelika’, Vaal da Silva, Armando Cruz Neto, Adriano Mckenzie e os reservistas João Matos, Luís Faceira e António Faceira. França Ndalu (além do mais, representante da De Beers em Angola) também foi citado. O processo inclui crimes de assassinato e mutilações.

Na RDP, ao contrário dessa jornalista de plasticina Fátima Campos Ferreira na RTP1, houve alguém que ousou falar verdade. Miguel Relvas, que é, de facto, um ministro de negócios em serviço nos PALOP’S – Angola, Brasil e Moçambique, em particular –envergou o uniforme e galões de um César Moreira Baptista dos tempos modernos e decretou o silêncio, na RDP, de quem, com desassombro, ousou falar verdade; casos de Raquel Freire e Pedro Rosa Mendes.

O esquema dos negócios com Angola é causa de excitação e pesporrência de homens do poder, nos dois países. As acções de Miguel Relvas e estas declarações do ministro da economia de Angola podem mascarar facetas de relações que nunca se conhecem em toda a extensão. O Álvaro esteve presente na reunião com o ministro Abraão, mas limitou-se a acenar afirmativamente com a cabeça. Fez o papel que no governo lhe atribuíram: pode dizer tudo, desde que seja “YES!”.

*Reposição em Página Global

Carlos Gomes Júnior fala de "mais um desafio" e promete vitória nas presidenciais



MB – FP – Lusa

Bissau, 04 fev (Lusa) - O atual primeiro-ministro da Guiné-Bissau e presidente do PAIGC, Carlos Gomes Júnior, classificou hoje de "mais um desafio" a escolha do seu nome para candidato às presidenciais, prometendo "mais uma vez dar a vitória" ao partido.

Carlos Gomes Júnior foi hoje escolhido pelo PAIGC como o candidato apoiado pelo partido às eleições presidenciais antecipadas de 18 de março. A escolha aconteceu na reunião do Comité Central do partido, realizada em Bissau.

Carlos Gomes Júnior foi eleito com 244 votos a favor, 12 contra e 10 abstenções. Dos 351 membros do Comité Central, alguns abandonaram a sala por não concordarem com a forma da votação que acabou por ser adotada pelo Comité Central, o braço no ar.

Francisco Benante, antigo presidente do Parlamento guineense e ex-líder do PAIGC, um dos que queriam o apoio do partido, disse que não concordou com o método de braço no ar "por ser anti-estatutário", por isso, explicou que não ia apoiar Carlos Gomes Júnior na campanha eleitoral.

"Não concordei com esse método, disse-o no Comité Central. Eu, Francisco Benante não posso apoiar o candidato escolhido nesse cenário", afirmou Benante.

Confrontado com a aparente divisão no seio do partido, Carlos Gomes Júnior afirmou serem normais as divergências de pontos de vista mas garantiu que o PAIGC "saiu reforçado e coeso" da reunião do Comité Central de hoje.

Serifo Nhamadjo, atual presidente interino do Parlamento guineense, outro que queria obter o apoio do partido, defendeu que embora esteja "triste com os métodos da escolha do candidato do PAIGC", mantêm-se como "militante do partido".

Questionado pelos jornalistas se vai apoiar Carlos Gomes Júnior na campanha eleitoral ou se se vai apresentar como candidato independente às eleições de 18 de março, Nhamadjo não disse claramente o que pretende fazer.

"O facto de ser militante do partido já diz tudo", disse Serifo Nhamadjo.

Logo depois da proclamação dos resultados da votação no Comité Central Carlos Gomes Júnior saiu da sala acompanhado por Raimundo Pereira, atual presidente interino do país, com quem, aliás, seguiu na viatura presidencial até a sua residência a escassos metros da sede do PAIGC.

O carro em que se faziam transportar os dois dirigentes do PAIGC (Carlos Gomes Júnior é presidente do partido e Raimundo Pereira um dos vice-presidentes) era escoltado por batedores da polícia, soldados da escolta presidencial e por dezenas de jovens entusiastas que gritavam "Cadogo Presidente, Cadogo Presidente".

Cadogo, diminutivo de Carlos Domingos Gomes Júnior, é o nome pelo qual é mais conhecido no país.

Baciro Djá, ministro da Defesa, e Soares Sambú, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros, tinham esta semana declarado que também iriam disputar o apoio do partido como candidatos à presidência mas não apresentaram a candidatura no Comité Central.


Angola: Falta de matéria-prima para produção de próteses dificulta vida de deficientes



NME - Lusa

Luanda, 05 fev (Lusa) - A Associação Nacional de Deficientes de Angola (ANDA), que completou 20 anos no passado dia 02, apoia 153 mil portadores de deficiência, mas clama por apoio urgente para o início da fabricação de próteses no país.

A ANDA foi criada a 02 de fevereiro de 1992, ano do reinício da guerra em Angola, e presta ajuda a ex-militares das três forças políticas angolanas envolvidas no conflito, MPLA, UNITA e FNLA, bem como a civis.

Em entrevista à agência Lusa, o presidente da ANDA, Silva Etiambulo, disse que a associação concedeu apoios aos deficientes a nível da formação profissional, de constituição de cooperativas agrícolas, pesca artesanal e artes e ofícios.

As ações da ANDA estendem-se também à sensibilização e motivação dos deficientes para o programa de alfabetização e ensino.

"Em 20 anos proporcionámos também condições para o reassentamento de algumas pessoas deficientes que andavam a mendigar nas ruas, bem como na obtenção e distribuição de terrenos para o sistema de autoconstrução dirigida", frisou Silva Etiambulo.

Um dos problemas que enfrenta neste momento, e que se arrasta há cerca de três anos, é a falta de matéria-prima para a produção de próteses nos 11 centros existentes em todo o país.

"A situação está a piorar. Muitos centros estão encerrados. São onze centros oficiais, desses o da Bomba Alta, do Huambo, às vezes é que consegue trabalhar um bocado, bem como o centro de Viana e o da Samba (Luanda), os outros estão todos parados, porque a matéria-prima vem de fora", lamentou.

Em tempos de guerra, o material era suportado sobretudo pelo Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) que "ajudou bastante".

"Terminou a guerra, o CICV também se retirou e nós que nos acostumámos a receber de graça agora não temos onde tirar, isto constitui um problema grave, então gostaríamos que houvesse mais apoio, que não nos abandonassem ainda", frisou.

Os deficientes, que se encontram em maior número na capital do país, Luanda, seguindo-se as províncias do Huambo, Kuando Kubango e Moxico, beneficiam ainda de apoios para a constituição de microempresas nas áreas de mecânica, serralharia, corte e costura, indústria de moagem e recauchutagem.

Na implementação destes projetos, a ANDA contava com o apoio de algumas instituições do Estado, nomeadamente os ministérios dos Antigos Combatentes, da Administração Pública Emprego e Segurança Social, da Reinserção Social e da Saúde.

Silva Etiambulo lamentou que os apoios internacionais que recebiam em tempos de guerra tenham terminado com o fim do conflito em 2002, e apelou à sua continuação, face ao elevado número de deficientes existentes no país.

"Todo o apoio (internacional) que recebíamos, depois da assinatura dos acordos de paz, a maioria 'deixou-nos em paz', a pensar que Angola já tem paz, mas continuamos a apelar por mais apoios,", referiu o presidente da ANDA.

O responsável disse que o número de deficientes controlados pela ANDA "está muito aquém" do real, salientando que províncias como o Moxico, no leste do país, a maior das 18 que compõem Angola, e do Kuando Kubango, não mereceram ainda um levantamento devido â falta de meios que permitam chegar às áreas mais recônditas dessas regiões.

"Nunca fizemos um levantamento total no Moxico, no Kuando Kubango e são províncias que sofreram muito com a guerra, principalmente o Moxico, nós ANDA temos estado a dizer que é uma província que deve ser respeitada e deve merecer mais apoio, pela sua história", disse.

Para Silva Etiambulo, a província mais a leste de Angola "merece respeito", por ter sido palco de várias passagens da história angolana - a morte do primeiro jovem combatente do MPLA, Hoji-Ya-Henda, a fundação da UNITA e a morte do seu líder, Jonas Savimbi, assinatura de acordos com o exército português e assinatura do Memorando de Entendimento que levou á paz em 2002.

"Falando como assistente social de profissão, tenho estado a sentir muito por aquele povo e também a província, que produziu muitos deficientes. Só o combate para capturar o guerrilheiro (Jonas Savimbi), isso envolveu muitas armas e muitos soldados", recordou Silva Etiambulo.



Moçambique: Garimpo "não contribui" para a economia de Manica



André Catueira, para a Agência Lusa - com foto

Chimoio, 05 fev (Lusa) - Enquanto embrulha tabaco num papel de jornal, para fumar, Horácio Castigo, 44 anos, recupera forças e ganha fôlego para regressar ao poço onde "retira riqueza para alimentar os filhos" na região de Munhena, no centro de Moçambique.

"Esta era minha machamba (horta), deixei de cultivar cereais para cavar ouro. Assim, tenho mais rendimento e consigo viver com um pouco de dignidade com a minha família" conta à Lusa Horácio Castigo, um garimpeiro de Munhena, região também conhecida como "Burundi".

Como Horácio, vários outros garimpeiros, que conseguiram mudar para melhor a sua vida, comprando bicicletas, motorizadas, carros, e construindo casas, não têm o controlo das suas receitas, situação que esta a "semear controvérsia", com o Governo a falar em "farsa fiscal".

As autoridades governamentais garantiram que a extração de ouro, explorado intensamente em vários "distritos férteis" da província de de Manica por garimpeiros, ainda não trouxe ganhos para o Governo, por os artesões e as associações mineiras não cumprirem com obrigações fiscais. O metal também é exportado de forma ilegal.

"Os garimpeiros ainda não cumprem com suas obrigações fiscais, por sonegação da sua produção, mas estamos a trabalhar para melhor organizar a atividade, quer para ganhos económicos, quer para reduzir os danos ambientais resultantes da extração não sadia do ouro", disse à Lusa Olavo Deniasse, diretor provincial dos recursos minerais e energia.

O setor mineiro em Manica tem vindo a desencorajar o garimpo, sensibilizando a população envolvida na extração de ouro, que atrai vários estrangeiros para a região, para formar associações e se legalizar para a concessão de uma licença e área mineira, mas a realidade no local sugere o contrário.

A situação deita igualmente abaixo a iniciativa governamental, de 2009, de interditar a exportação de ouro em bruto, uma medida que previa reduzir o nível de comercialização informal e contrabando daquele metal, para parar com perdas monetárias.

Não raras vezes, desde a descoberta em 2007, de jazidas de vários minérios, incluindo a turmalina, que os recursos minerais têm sido pilhados por estrangeiros, que por vezes mobilizam os garimpeiros nacionais para a exploração ilegal, comprando o produto a preços irrisórios para depois contrabandear, lesando o estado.

Uma operação policial, no inicio de Janeiro, deteve e repatriou 40 garimpeiros zimbabueanos, que extraíam ouro de forma ilegal no distrito. Nesta operação também foram detidos 150 moçambicanos, e apreendido material para garimpar.

"Aqui tem pessoas que só ganham dinheiro por alugar suas machambas, onde são feitos os poços e há garimpeiros que se dedicam à extração. Com esta vida, apesar de todos os riscos, dá para viver bem", esclarece Cândido Ribeiro, garimpeiro, para quem os impostos fiscais seriam "um roubo desnecessário".

Atualmente os garimpeiros em Manica estão a poluir seis rios da província devido à extração desordenada de ouro, situação que representa um atentado ao ambiente e à saúde publica, que depende da água destes rios para o consumo e prática de agricultura.

Trata-se das bacias do Púnguè, Lucite, Revue, Zambuzi, Nhancuarara e Chimeza cujas águas se apresentam completamente turvas em consequência da lavagem dos minerais, com recurso ao mercúrio


Timor-Leste: Inaugurado novo posto de fronteira com Timor Ocidental



MSE - Lusa

Díli, 04 fev (Lusa) - O Governo de Timor-Leste inaugurou hoje em Batugadé o novo posto integrado de fronteira com Timor Ocidental, Indonésia, com o objetivo de fomentar as relações comerciais e a amizade entre os dois países.

O novo posto integrado junta, além de um mercado de fronteira, os serviços de emigração, alfândega, saúde e transporte.

"É um conjunto de serviços que instalámos na fronteira para facilitar o comércio com o país vizinho, a Indonésia. Nós já assinámos um acordo de passes de fronteira que permite aos cidadãos de ambos os lados deslocarem-se para cada um dos lados até à distância de sete quilómetros", afirmou à agência Lusa o ministro da Economia, João Gonçalves.

Segundo o ministro timorense, o "objetivo é fomentar as relações comerciais entre os dois países".

João Gonçalves considerou também que o novo posto integrado de fronteira vai contribuir para o crescimento económico e o desenvolvimento local, na fronteira, juntando-se ao recentemente inaugurado hipódromo.

"Para além de benefícios económicos que vamos ter, vamos fomentar também as relações de amizade entre os dois países", disse.

O ministro da Economia timorense relembrou que Timor-Leste tem um "potencial extraordinário" e que brevemente, com a entrada na Associação dos Países do Sudeste Asiático, poderá ser uma ponte entre o Oriente e o Ocidente.

"Por sermos membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, temos a União Europeia e temos também o mercado da CPLP. Esperamos em 2013 ser membros da ASEAN. Isto significa que nós podemos vir a ser uma plataforma ou uma ponte de ligação entre o Oriente e o Ocidente", disse.


Austrália: Milhares de pessoas deslocadas no nordeste devido a cheias



JCS - Lusa

Sidney, Austrália, 05 fev (Lusa) -- Milhares de pessoas tiveram hoje de ser deslocadas das suas casas devido ao aumento das inundações que afetam há uma semana o nordeste do país.

As autoridades aconselharam os 3.800 residentes da localidade de Saint George, sudoeste do estado de Queensland, a abandonarem as suas casas para evitarem ficar isolados devido à impossibilidade de construir, a tempo, diques que contenham as águas.

"Não sabemos até quando teremos a estrada aberta devido à enorme quantidade de água dos rios Maranoa e Balonne. Por isso aconselhamos as pessoas a saírem o quanto antes", explicou a líder municipal Donna Stewart.

Além de autocarros para ajudar as populações a retirarem os seus haveres, as autoridades enviaram um avião militar para retirar 41 pessoas internadas num centro médico para o hospital de Brisbane, capital do estado.

Os peritos estimam que as águas atinjam o seu pico máximo na terça-feira com 14 metros de altura, o máximo até agora registado na região.

Saint George foi devastada em 2010 por um enxurrada depois do rio Balonne subir até aos 13,4 metros e também foi afetada em 2011 nas inundações que mataram mais de 30 pessoas em Queensland.

Além da região de Saint George, outras regiões como Charleville e ainda Moree, em Nova Gales do Sul, estão a ser afetadas por inundações, muito embora em algumas regiões o nível da água registe alguma descida.

China: TRÊS PESSOAS IMOLARAM-SE PELA LIBERDADE DO TIBETE



JCS - Lusa

Pequim, 05 fev (Lusa) -- Pelo menos três pessoas imolaram-se na província chinesa de Sichuan em protesto contra as politicas chinesas para com os tibetanos, revelou a rádio Free Ásia.

De acordo com a estação patrocinada pelas autoridades americanas, os casos ocorreram sexta-feira em Seda, na província de Sichuan, sendo que uma das pessoas morreu e as outras duas encontram-se em estado grave.

A mesma estação de rádio acrescenta, contudo, que uma mulher que atendeu o telefone no governo local, negou a existência de qualquer problema ou caso de imolação.

A confirmar-se mais um caso, elevar-se-iam a 19 o número de monges, freiras e antigos sacerdotes que se tinham imolado desde 2011 depois de apelarem à liberdade tibetana e ao regresso do Dalai Lama.

A China defende que os incidentes derivam de forças externas que pretendem separar o Tibet do resto da República Popular.

Filipinas: Comandante do Abu Sayyaf planeava atentados quando foi morto



i online - Lusa

Manila, 05 fev (Lusa) -- Dois responsáveis da segurança interna das Filipinas revelaram que o comandante Umbra Jumdail do Abu Sayyaf morto quinta-feira num ataque aéreo apoiado pelos Estados Unidos planeava vários atos terroristas quando foi surpreendido.

Umbra Jumdail foi morto na floresta da ilha de Jolo, no sul das Filipinas, e a sua morte é considerada um grande golpe no grupo ligado à Al-Qaida porque abrigava inúmeros terroristas de vários países da região que providenciavam fundos e treino na fabricação de explosivos.

O porta-voz militar, coronel Arnulfo Marcelo Burgos, outros perigosos terroristas asiáticos como o malaio Zulkifli bin Hir e Abdullah Ali, de Singapura, também foram mortos na operação que terminou com 15 baixas no lado dos rebeldes.

AS TORCIDAS ORGANIZADAS E A REVOLUÇÃO EGÍPCIA




Eduardo Febbro, Paris - Opera Mundi, opinião – com foto

"Os torcedores radicais da equipe do Cairo e os do Zamalek foram os que mais se comprometeram no combate contra Mubarak"

Nas horas mais violentas da segunda fase da Revolução egípcia que fez da praça Tahrir o seu território de rebeldia, as torcidas organizadas egípcias atuaram como a tropa de choque que se enfrentou com a polícia nos combates mais cruentos que estouraram nos acessos à rua Mohamed Mahmud. Essa via conduzia ao Ministério do Interior e era, tanto para os manifestos quanto para a polícia, um lugar estratégico. Sem aqueles jovens de 20 anos fanáticos por futebol e oriundos dos bairros pobres do Cairo, sem sua cultura aguerrida dos enfrentamentos, a praça teria caído nas mãos da polícia. As torcidas organizadas que surgiram na América Latina nos anos 70 apareceram recentemente no Egito. Os primeiros grupos apareceram em 2005 e, quase imediatamente, entraram para a oposição ao regime do deposto Hosni Mubarak e aos membros de seu braço político, o PND (Partido Nacional Democrático).

Incontroláveis pelas estruturas patriarcais que dirigem os clubes de futebol, a maior parte das vezes aliadas de uma ou de outra forma com o regime, hostis ao comando do PND, furibundos contestadores da autoridade policial, a qual desprezam por sua endêmica corrupção e pela brutalidade insensata com que atuava, os « ultras », como são conhecidos, desenvolveram uma estrutura poderosa, rebelde e violenta.

Autônomos nos planos político e material, já que não dependem dos clubes com os quais simpatizam, eles fizeram da guerrilha contra as forças da ordem um estilo de vida. Seu desenvolvimento foi tão rápido quanto sua capacidade de se organizar. Os analistas egípcios davam conta de que, depois da Irmandade Muçulmana, os clubes de torcedores que nasceram nos meados do ano 2000, eram as estruturas mais organizadas do país. Duas torcidas se destacam entre todas : a White Knights, dos torcedores do clube Zamalek SC, e a dos torcedores do Al Ahly Sporting Club, um dos grupos envolvidos no massacre de Port Said.

Em outubro e novembro do ano passado, em plena revolta da Praça Tahrir, Carta Maior compartilhou com esses torcedores momentos de uma extrema violência e de uma grande solidariedade interna. Poucos dias antes das eleições que marcaram o ingresso do Egito em um sistema democrático mais aberto, os revolucionários de janeiro de 2011 voltaram a ocupar a praça para exigir da junta militar mudanças substanciais no dispositivo eleitoral, assim como a entrega imediata do poder aos civis. A polícia respondeu com mais virulência do que nas revoltas que desembocaram na queda de Hosni Mubarak. Mas as torcidas organizadas estavam ali para defender a praça Tahrir. Nada os dissuadia : estavam perfeitamente treinados para suportar os gases lacrimogêneos, pular paredes, atirar pedras e se chocar diretamente contra as unidades policiais especializadas em repressão urbana.

A Revolução egípcia unificou as torcidas por cima das rivalidades clubísticas. "Eles foram os atores determinantes da Revolução de janeiro. No dia 25, sem que ninguém os chamasse e sem que houvesse uma consigna posterior, eles vieram para defender a Praça Tahrir e dali não se moveram", lembrava Tamer, um advogado recém formado. Sua presença ficou gravada nos muros do Cairo junto aos grafites da revolução.

A consiga dos ultras, ACAB (All Cops are bastards, Todos os policiais são bastardos) ocupa tantos lugares quanto as consignas revolucionárias.

Graças à internet, aos telefones celulares e às redes sociais, a capacidade de mobilização destes grupos é tão massiva como instantânea. Os três principais nucleos de torcidas organizadas, Ahlawy, White Knights e Blue Dragons, atraem dezenas de milhares de pessoas em um piscar de olhos.

Calcula-se que esses três grupos são capazes de reunir cerca de 20 mil pessoas e levar para a rua mais de 50 mil. Sua influência chegou a tal nível que, durante os últimos anos de Kubarak, a policia ia prender os líderes das torcidas em suas casas e os julgava logo em tribunais militares.

Os torcedores radicais da equipe do Cairo, Ahly, e os do Zamalek foram os que mais se comprometeram no combate contra Mubarak. Não parece ser um acaso que tenham sido agora objeto de uma vingança sangrenta ante à passividade cúmplice da polícia. Omar, um cairota de 20 anos, membro dos White Knights, dizia em novembro de 2011 que a polícia egípcia era "uma assassina" e que se havia algo que era preciso mudar com urgência no país era "limpar esse corpo de torturadores e corruptos". Gasser Abdel Ruzek, um dos dirigentes da Iniciativa Egípcia para os Direitos Pessoais, contava no ano passado que os torcedores de futebol passaram da condição de fanáticos de um clube para a de "soldados" da liberdade.

*Artigo publicado originalmente no Carta Maior.

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