quarta-feira, 12 de novembro de 2014

MANIFESTANTES EM HONG KONG PLANEIAM OCUPAR ZONA DO CONSULADO BRITÂNICO




Hong Kong, China, 12 nov (Lusa) -- Manifestantes em Hong Kong planeiam ocupar as vias junto ao consulado britânico, pela alegada falta de apoio de Londres ao movimento pró-democracia, noticia a AFP.

O governo de Hong Kong instou, na terça-feira, os manifestantes -- a maioria estudantes -- a abandonarem os locais de protesto que ainda ocupam algumas das principais vias da cidade, mais de seis semanas depois do início das manifestações pelo sufrágio universal.

A 'número dois' do Executivo local, Carrie Lam, disse não haver "mais espaço para negociação" com os estudantes, depois de, na segunda-feira, a polícia ter sido autorizada a apoiar os oficiais de justiça para fazerem cumprir ordens judiciais com vista à retirada das barricadas das estradas.

Não foram adiantados detalhes nem datas sobre as eventuais ações levadas a cabo pelas autoridades de Hong Kong.

Fontes citadas pela Rádio e Televisão Pública de Hong Kong (RTHK) referem, no entanto, que cerca de 7.000 polícias podem ser destacados para uma operação de larga escala para ajudar os oficiais de justiça a aplicarem as ordens do tribunal em várias vias ocupadas pelos manifestantes, nomeadamente junto à sede do Governo, em Admiralty, e em Mong Kok, na Península de Kowloon.

Numa aparente indiferença aos avisos do governo, ativistas colocaram cartazes nos locais de protesto a anunciar a ocupação das imediações do consulado britânico para o próximo dia 21 e criaram o evento numa página do Facebook que esta manhã já tinha mais de 700 'likes', segundo a AFP.

Os organizadores da iniciativa querem mostrar o seu descontentamento para com a Grã-Bretanha por não erguer a voz contra a China no que consideram ser "violações" do acordo estabelecido entre os dois países, ao abrigo do qual Hong Kong foi devolvida à China pela Grã-Bretanha em 1997.

"Estamos zangados com a forma como o governo britânico tem, há vários anos, negado que a China viola a Declaração Conjunta ao interferir na política de Hong Kong", disse à AFP Anna-Kate Choi, coordenadora do grupo "Occupy British Consulate".

"Eles têm a responsabilidade de garantir que a Declaração Conjunta foi bem implementada e que a democracia e o elevado grau de autonomia de Hong Kong estão protegidos", afirmou Anna-Kate Choi, mencionando a necessidade de proteger o modo de vida da antiga colónia britânica.

O consulado britânico em Hong Kong não fez comentários sobre o assunto.

A antiga colónia britânica vive a mais grave crise política desde a transição de soberania para Pequim, em 1997.

Pequim aprovou o princípio "uma voz, um voto", mas reserva a um comité eleitoral, maioritariamente favorável ao Partido Comunista chinês a pré-seleção dos candidatos a chefe do Executivo em 2017, condições consideradas inaceitáveis pelo movimento pró-democracia.

FV // JCS

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