Hong
Kong, China, 12 nov (Lusa) -- Manifestantes em Hong Kong planeiam
ocupar as vias junto ao consulado britânico, pela alegada falta de apoio de
Londres ao movimento pró-democracia, noticia a AFP.
O
governo de Hong Kong instou, na terça-feira, os manifestantes -- a maioria
estudantes -- a abandonarem os locais de protesto que ainda ocupam algumas das
principais vias da cidade, mais de seis semanas depois do início das
manifestações pelo sufrágio universal.
A
'número dois' do Executivo local, Carrie Lam, disse não haver "mais espaço
para negociação" com os estudantes, depois de, na segunda-feira, a polícia
ter sido autorizada a apoiar os oficiais de justiça para fazerem cumprir ordens
judiciais com vista à retirada das barricadas das estradas.
Não
foram adiantados detalhes nem datas sobre as eventuais ações levadas a cabo
pelas autoridades de Hong Kong.
Fontes
citadas pela Rádio e Televisão Pública de Hong Kong (RTHK) referem, no entanto,
que cerca de 7.000 polícias podem ser destacados para uma operação de larga
escala para ajudar os oficiais de justiça a aplicarem as ordens do tribunal em
várias vias ocupadas pelos manifestantes, nomeadamente junto à sede do Governo,
em Admiralty, e em Mong Kok ,
na Península de Kowloon.
Numa
aparente indiferença aos avisos do governo, ativistas colocaram cartazes nos
locais de protesto a anunciar a ocupação das imediações do consulado britânico
para o próximo dia 21 e criaram o evento numa página do Facebook que esta manhã
já tinha mais de 700 'likes', segundo a AFP.
Os
organizadores da iniciativa querem mostrar o seu descontentamento para com a
Grã-Bretanha por não erguer a voz contra a China no que consideram ser
"violações" do acordo estabelecido entre os dois países, ao abrigo do
qual Hong Kong foi devolvida à China pela Grã-Bretanha em 1997.
"Estamos
zangados com a forma como o governo britânico tem, há vários anos, negado que a
China viola a Declaração Conjunta ao interferir na política de Hong Kong",
disse à AFP Anna-Kate Choi, coordenadora do grupo "Occupy British Consulate".
"Eles
têm a responsabilidade de garantir que a Declaração Conjunta foi bem
implementada e que a democracia e o elevado grau de autonomia de Hong Kong
estão protegidos", afirmou Anna-Kate Choi, mencionando a necessidade de
proteger o modo de vida da antiga colónia britânica.
O
consulado britânico em Hong
Kong não fez comentários sobre o assunto.
A
antiga colónia britânica vive a mais grave crise política desde a transição de
soberania para Pequim, em 1997.
Pequim
aprovou o princípio "uma voz, um voto", mas reserva a um comité
eleitoral, maioritariamente favorável ao Partido Comunista chinês a pré-seleção
dos candidatos a chefe do Executivo em 2017, condições consideradas
inaceitáveis pelo movimento pró-democracia.
FV
// JCS
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