Faz
parte dos Direitos Humanos a sagrada
possibilidade de nos alimentarmos. Ainda mais uma criança. Mas em Portugal
andam muitos a professar as alternativas a esses direitos e a exibirem a ganância.
Se não tens para pagar não comes. É a regra desses maus exemplos que olham para
os espelhos e não vêem nas imagens que ali refletem uns grandecíssimos
estupores. Grave. Ainda mais grave acontecer numa escola. Ainda mais grave
negar refeição a uma criança. Quantos destes desumanos trabalham em escolas? Não
podem. Não devem. São um péssimo exemplo para as crianças que queremos ver bem
formadas.
Os professores e os funcionários escolares devem ser o exemplo das regras
democráticas e de respeito pelos direitos das crianças. Já basta o governo ser um
gigante estuporado de esbulho e ganância. Já basta também o presidente da República
ser assim. Uma criança não deve conviver com maus exemplos. Muito menos ficar
sem almoçar porque a mãe se esqueceu de comprar a senha de almoço. Ninguém o
merece, mesmo que não tenha dinheiro. Muito menos uma criança. Quantas escolas
existem assim, com este tipo de maus exemplos?
Redação
PG
Alimentação. "É
desumano não darem de comer a uma criança de sete anos"
Uma
criança ficou sem almoçar depois de a mãe se ter esquecido de tirar a senha, a
cantina e a Câmara descartam responsabilidades.
Martim
Ribeiro tem sete anos, frequenta a Escola Básica de Parada, em Guilhabreu, e
viu ser-lhe recusada uma refeição pelo facto de a mãe se ter esquecido de tirar
a senha para almoço.
“O
que fizeram ao meu filho é desumano! Não darem de comer a uma criança de sete
anos porque os pais se esqueceram de tirar a senha?”, afirma Vilma Ribeiro, mãe
da criança, em entrevista ao Jornal de Notícias.
A
mãe de Martim recebeu um “telefonema da escola às 11h26 [de sexta-feira] a
dizer que o meu filho não tinha marcação”, a partir desse momento contactou a
cantina e a Câmara mas ambos recusaram dar a refeição à criança já que não se
podiam “abrir exceções”.
A
EB1 de Parada tem, desde o início do ano letivo, um sistema de gestão escolar
onde os pais devem carregar e comprar as refeições para os filhos. O
carregamento pode ser feito pelo multibanco ou num quiosque na Câmara, daí a
tentativa de Vilma tentar resolver a questão junto desta instituição.
A
vereadora da Educação, Lurdes Alves justificou que desde que se compram as
senhas pela internet, o número de crianças sem almoço tem diminuído, o que fez
aumentar a qualidade das refeições. A responsável afirmou ainda que as crianças
que se esquecem têm direito a “uma refeição ligeira: sopa, pão e fruta”, já que
não é possível assegurar refeições se muitos se esquecessem, como acontecia
antes do novo sistema.
Lurdes
Alves afirma ainda que o facto de Martim não ter senha de almoço não foi “um
ato único”, pois é a “terceira vez que acontece”.
Apesar
das justificações da Câmara, Vilma Ribeiro sente-se revoltada com a situação já
que o filho “só chorava, porque lhe disseram: Vais ficar sem almoço, porque a
tua mãe não fez a marcação”, concluiu a mãe de Martim.
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