quinta-feira, 28 de março de 2024

PAI, VEM AÍ UM "NOVO GOVERNO" COM O MESMO BOLOR DE ANTIGAMENTE


Bom dia, boa tarde. Muito fora da hora habitual trazemos o Curto do Expresso que refere muita matéria sobre a situação política, digna de megeras, a decorrer em Portugal. 

Sobre isso amanhã e nos próximos tempos alargados vamos ter de gramar tristes espetáculos que a direita e a extrema-direita irão protagonizar. É preciso é paciência, eles é que têm os livros herdados de Hitler e de outros salafrários do mesmo jaez do judeu nazi que era esse tal criminoso genocida Hitler.

Hão-de reparar que superiormente trazemos a foto de um tal Dias Loureiro. A razão prende-se com a frase "Pai, já sou ministro" citada no texto do Curto, só por isso. Aproveitámos e colámos uma ou outra referência para situarem esse tal Dias Loureiro, ex-ministro de Cavaco - olha que dois!

O Curto a seguir. Já é tarde. Bom almoço, mesmo que fuja do restaurante antes de lhe apresentarem a fatura... Ao menos que seja avantajada e farta a comezaina porque provavelmente também não vai ter dinheiro para jantar convenientemente. 

Tenham um bom dia, apesar de ser impossível. O Curto já a seguir.

Redação PG



Pai, vou ser ministro. Até quando? Não sei

Pedro Lima, editor-adjunto de economia | Expresso (curto)

Bom dia,

A história do político que chegou a ministro e ligou ao pai para contar esse feito que tinha alcançado – “Pai, já sou ministro!” – e que é atribuída a Manuel Dias Loureiro quando, em 1987, foi para o governo do PSD liderado por Cavaco Silva (ele nega-a) vem-nos à memória neste dia em que um grupo muito restrito de pessoas poderá pegar no telefone e fazer o mesmo, ligar ao pai ou à mãe e contar a novidade.

Será provavelmente durante a tarde que Luís Montenegro, o primeiro-ministro indigitado, irá apresentar ao presidente da República a lista dos ministros que farão parte do seu governo. Todos terão sido sujeitos ao questionário criado por António Costa ao fim dos primeiros meses do governo cessante, na sequência de uma série de impedimentos que foram então identificados e que levaram a mudanças na composição desse governo socialista de maioria absoluta. A tomada de posse está marcada para terça-feira, 2 de abril, altura em que deverão ser conhecidos os secretários de Estado.

Não há mal algum em ter orgulho em ocupar um dos mais altos cargos políticos do país, uma missão para a qual muito poucos estão talhados e que, quando bem cumprida, pode fazer a diferença, contribuindo para o desenvolvimento do país e para a correção das muitas falhas de que ele padece. Mas se o pai ou a mãe perguntarem “e isso é coisa para durar quanto tempo?”, a resposta mais provável – e sobretudo a mais sensata – será “não sei”.

Mal se conheceram os resultados das eleições de 10 de março percebeu-se que o XXIV governo, liderado pela Aliança Democrática (PSD e CDS), terá muitas pedras pelo caminho, por ser minoritário e ter de negociar quer à esquerda, com o PS, quer à direita, com o Chega. O stresse dos últimos dias em torno da eleição do presidente da Assembleia da República (AR) confirmou que a esperança de vida deste governo minoritário é de facto baixa. Também nos vem à memória o XX Governo Constitucional, também do PSD e do CDS, liderado por Pedro Passos Coelho, que entre 30 de outubro e 26 de novembro de 2015 durou apenas 27 dias.

Para já, é de assinalar que a AR já tem presidente depois da maratona negocial iniciada na terça-feira na sequência do impasse provocado pelo abortar do acordo inicial alcançado entre o PSD e o Chega. Só ontem à tarde, à quarta tentativa, é que José Pedro Aguiar-Branco, indicado pelo PSD, conseguiu ser eleito, graças a um acordo de rotatividade com o PS através do qual na primeira parte da legislatura cabe ao PSD indicar o nome do presidente e na segunda metade cabe ao PS.

André Ventura, líder do Chega, aproveitou o entendimento entre o PS e o PSD que permitiu ultrapassar o impasse para reclamar para si a liderança da oposição. Mas Pedro Nuno Santos, que enquanto líder do PS teve a segunda maior votação nas eleições de 10 de março, fez questão de explicar que a necessidade de ultrapassar o impasse institucional não compromete a autonomia e o lugar do PS enquanto partido líder da oposição.

Foram também eleitos os quatro vice-presidentes propostos, Teresa Morais, pelo PSD, Marcos Perestrello, pelo PS, Diogo Pacheco de Amorim, pelo Chega, e Rodrigo Saraiva, pela Iniciativa Liberal.

Entretanto ontem o presidente da República dissolveu a Assembleia Legislativa da Madeira pelo que haverá novas eleições, desta vez a 26 de maio.

Ontem foi também dia de serem feitos balanços pelo primeiro-ministro cessante. António Costa deu uma conferência de imprensa para passar revista aos 8 anos de mandato enquanto primeiro-ministro e, na hora da despedida, deixou o seu futuro político em aberto.

OUTROS ASSUNTOS

Atentado na Rússia O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, insistiu que as acusações russas sobre o alegado envolvimento ucraniano no atentado em Moscovo são falsas e absurdas, acusando a Rússia de propaganda sem limites.

Guerra no Médio Oriente Ao 173º dia do conflito que opõe os israelitas ao movimento islâmico Hamas, Israel fez um número recorde de mortos no Líbano.

Ponte de Baltimore O navio de carga que embateu contra a ponte de Baltimore nos EUA transportava 56 contentores que continham 764 toneladas de materiais corrosivos e inflamáveis. Alguns contentores partiram-se com o embate e caíram ao rio.

Recordes na TAP A TAP teve lucros recordes em 2023: 177 milhões de euros, um aumento de 170% face ao ano anterior. O primeiro-ministro cessante defendeu que a privatização da empresa não seja feita “sob pressão”.

Dependência económica O número de trabalhadores independentes em situação de dependência económica de uma só entidade recuou em 2023 face a 2022. Ainda assim são mais de 87 mil, o que equivale a quase 13% dos trabalhadores por conta própria.

Protestos Mais de 300 jovens saíram ontem à rua, em Lisboa, debaixo de chuva forte, num protesto por melhores salários, deixando também recados ao novo Governo.

Global Media O contrato promessa de compra e venda de alguns dos títulos da Global Media, entre os quais o Jornal de Notícias, TSF e O Jogo, foi finalizado mas há divergências entre os acionistas. Diogo Freitas, um dos investidores que tem uma posição acionista indireta na Notícias Ilimitadas, saiu da administração desta empresa que fica a gerir aqueles títulos.

FRASES

"Não me sinto minimamente diminuído, tudo o que fazemos em nome do interesse nacional e que permita o normal funcionamento das instituições, não diminui, engrandece" - Aguiar-Branco, presidente da Assembleia da República

"Os partidos democráticos têm, em cenários de crise institucional, a obrigação absoluta de promover entendimentos" - Francisco Assis, candidato do PS à presidência da Assembleia da República

"Luís Montenegro escolheu e não teve dúvidas: o caminho é governar com o PS, é fazer acordo com o PS. Luís Montenegro, cara a cara te digo: governarás com o PS, porque com o Chega não contarás neste ciclo político" - André Ventura, presidente do Chega

O QUE ANDO A LER

“25 de abril e a banda desenhada - Imagens de uma revolução” foi editado em abril de 2022 e apresenta uma série de bandas desenhadas publicadas ao longo dos anos sobre a Revolução que há quase 50 anos derrubou a ditadura em Portugal. De autoria de João Miguel Lameiras, João Paulo Paiva Boléo e João Ramalho-Santos, teve como base inicial os levantamentos que foram feitos aquando da comemoração dos 25 anos e depois dos 30 anos do 25 de abril de 1974.

Estão ali bandas desenhadas sobre a revolução mas também sobre os seus antecedentes, as reações, os seus impactos, a forma como passou a ser vista muitos anos depois, algumas publicadas em jornais e revistas portugueses, entre os quais o Expresso e o Público.

Os autores do livro, críticos de banda desenhada com largos anos de experiência, referem na introdução que “a BD pode tornar-se extremamente acessível, capaz de atrair a atenção e passar uma mensagem de um modo mais eficaz do que um texto "seco". Ou, pelo menos, capaz de o complementar e potenciar eficazmente, como seria essencial no Portugal muito pouco alfabetizado de 1974”.

“O pior destino de uma data histórica, cuja validade permanece, é passar a ser apenas... Um feriado”, acrescentam. “Uma data que já começa a ser longínqua e que para muitos, sobretudo os mais novos, é nebulosa, vaga ou não significa mesmo nada para além de ser feriado, e que ficou conhecida por 25 de abril.”

Falta menos de um mês para se assinalar essa data.

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Boa Páscoa!

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