O primeiro-ministro britânico
garantiu que se registam "grandes progressos" para se chegar a um
acordo sobre o 'Brexit' entre a UE e o Reino Unido, que comparou a Hulk numa
entrevista publicada hoje no jornal Daily Mail.
"Quando consegui este lugar,
todos disseram que absolutamente nenhuma mudança no acordo de retirada era
possível (...) Eles, [os líderes da UE] voltaram e, como você sabe, uma conversa
muito, muito boa está a ocorrer sobre como lidar com os problemas na fronteira
do norte da Irlanda, e grandes progressos estão sendo feitos", disse Boris
Johnson.
Ambas as partes não se conseguem
entender sobre como evitar o restabelecimento de uma fronteira física entre a
Irlanda, um estado membro da UE, e a província britânica da Irlanda
do Norte após o 'Brexit'.
Londres rejeita a solução
conhecida como "rede de segurança" (ou "recuo"), inevitável
aos olhos de Bruxelas por falta de alternativas confiáveis. Estabelece que o
Reino Unido no seu conjunto permanece em um "território aduaneiro único"
com a UE se uma solução melhor não for encontrada após um período de transição.
"Haverá muito trabalho até
17 de outubro", data da última cimeira da UE antes da saída do Reino
Unido da União Europeia, marcada para 31 de outubro.
"Mas eu vou a essa cimeira e
vou conseguir um acordo, estou realmente esperançoso, e, se não conseguirmos,
sairemos em 31 de outubro", disse o chefe do governo.
Boris Johnson já descartara a
hipótese de exigir um adiamento de três meses do 'Brexit' em Bruxelas, conforme
exigido por uma lei aprovada na semana passada pelo Parlamento britânico
para impedir uma saída da UE sem acordo.
Johnson encontra-se na
segunda-feira no Luxemburgo com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker,
e o responsável da UE pelo dossiê do 'Brexit', Michel Barnier.
Na entrevista, o
primeiro-ministro britânico comparou ainda o Reino Unido a um super-herói:
"Quanto mais Hulk fica enraivecido, mais forte Hulk se torna, e acaba
sempre por escapar, mesmo que pareça bem amarrado, e é esse o caso deste
país".
Uma eventual extensão do Artigo
50.º do Tratado da União Europeia (UE), para novo adiamento do 'Brexit', será
apreciada na sessão de rentrée do Parlamento Europeu, na próxima
semana, com os eurodeputados a quererem evitar uma saída desordenada.
Na proposta de resolução que será
discutida e votada na quarta-feira pelos eurodeputados, e à qual a agência
Lusa teve acesso, é então assumido que o Parlamento Europeu (PE) "apoiaria
uma prorrogação do prazo previsto no Artigo 50.º se houver razões e um objetivo para
tal extensão - como evitar uma saída sem acordo, para realizar eleições ou um
referendo, para revogar o Artigo 50.º ou para aprovar o acordo de saída".
Este apoio do PE a tal extensão
também visaria que "o trabalho e o funcionamento das instituições da UE
não fossem afetados de forma adversa".
Na proposta de resolução,
recorda-se que o PE "não procederá a nenhum voto de consentimento até o
Parlamento britânico aprovar um acordo com a UE".
O documento é ainda um rascunho
do que será apresentado aos eurodeputados na sessão plenária, mas vem
na linha do que o presidente do PE, David Sassoli, tinha admitido na
quinta-feira, de a assembleia europeia estar disposta a aceitar uma nova
extensão do Artigo 50.º do Tratado da UE, desde que bem fundamentada, dada a
proximidade da data prevista para o 'Brexit'.
Inicialmente marcada para 29 de março de
2018, a
saída do Reino Unido do bloco comunitário está agora agendada para 31 de outubro.
Notícias ao Minuto | Lusa | Foto:
Lusa
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