A organização de
direitos humanos Amnistia Internacional denunciou, esta segunda-feira, a quase
inexistência de processos judiciais e busca de responsabilidades nas tropas da
NATO implicadas na morte de "milhares" de civis no Afeganistão.
A organização de
direitos humanos Amnistia Internacional denunciou, esta segunda-feira, a quase
inexistência de processos judiciais e busca de responsabilidades nas tropas da
NATO implicadas na morte de "milhares" de civis no Afeganistão.
Num relatório de 82
páginas, a organização analisa a imunidade dos soldados dos Estados Unidos, que
correspondem à maioria dos militares no país asiático.
"As tropas dos
Estados Unidos mataram e feriram milhares de afegãos desde a invasão (do
Afeganistão em 2001), mas as vítimas ou seus familiares têm muito poucas
possibilidades de serem compensados", afirmou o diretor da Amnistia
Internacional na Ásia-Pacífico, Richard Bennett.
O relatório
apresentado esta segunda-feira em Cabul analisa, em profundidade, dez casos, em
que morreram 140 civis - 50 dos quais crianças - em operações das tropas
norte-americanas que integram a missão da NATO no Afeganistão (ISAF),
concluindo que em "nenhum" destes casos foi iniciado um processo
judicial contra os atacantes.
O responsável
máximo da ISAF, o general norte-americano Joseph Dunford, garantiu à Amnistia
Internacional que as forças internacionais levam "muito a sério todas as
denúncias de má conduta", e rejeitou as acusações de indiferença em
relação às vítimas.
Apesar da retirada
da NATO prevista para o final deste ano, os Estados Unidos anunciaram que vão
manter cerca de 9.800 soldados em território afegão até ao final de 2016.
Na foto: Tropas
americanas estão no Afeganistão há 13 anos/foto SHAH MARAI/ AFP
Jornal de Notícias
Sem comentários:
Enviar um comentário