segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Amnistia Internacional denuncia imunidade das tropas da NATO em mortes de civis afegãos




A organização de direitos humanos Amnistia Internacional denunciou, esta segunda-feira, a quase inexistência de processos judiciais e busca de responsabilidades nas tropas da NATO implicadas na morte de "milhares" de civis no Afeganistão.

A organização de direitos humanos Amnistia Internacional denunciou, esta segunda-feira, a quase inexistência de processos judiciais e busca de responsabilidades nas tropas da NATO implicadas na morte de "milhares" de civis no Afeganistão.

Num relatório de 82 páginas, a organização analisa a imunidade dos soldados dos Estados Unidos, que correspondem à maioria dos militares no país asiático.

"As tropas dos Estados Unidos mataram e feriram milhares de afegãos desde a invasão (do Afeganistão em 2001), mas as vítimas ou seus familiares têm muito poucas possibilidades de serem compensados", afirmou o diretor da Amnistia Internacional na Ásia-Pacífico, Richard Bennett.

O relatório apresentado esta segunda-feira em Cabul analisa, em profundidade, dez casos, em que morreram 140 civis - 50 dos quais crianças - em operações das tropas norte-americanas que integram a missão da NATO no Afeganistão (ISAF), concluindo que em "nenhum" destes casos foi iniciado um processo judicial contra os atacantes.

O responsável máximo da ISAF, o general norte-americano Joseph Dunford, garantiu à Amnistia Internacional que as forças internacionais levam "muito a sério todas as denúncias de má conduta", e rejeitou as acusações de indiferença em relação às vítimas.

Apesar da retirada da NATO prevista para o final deste ano, os Estados Unidos anunciaram que vão manter cerca de 9.800 soldados em território afegão até ao final de 2016.

Na foto: Tropas americanas estão no Afeganistão há 13 anos/foto SHAH MARAI/ AFP

Jornal de Notícias

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