Director
da Open Society em Angola foi o convidado do programa da VOA Angola Fala Só de 8 de Agosto
Voz
da América, em Angola Fala Só
“É
uma grande tristeza o que se passa em Angola”, disse no programa Angola Fala
Só, Elias Isaac da Fundação Open Society, Angola.
Num
programa em que foram abordados os mais diversos temas sobre a situação dos
direitos humanos em Angola, Isaac lamentou o que disse ser a falata de
existência de “um espirito de diálogo”.
“Não
existe um diálogo com aqueles que são diferentes, que pensam de forma
diferente,” disse Isaac para quem esse tipo de diálogo tem que existir numa
sociedade democrática.
Para
o director da Open Society, Angola continua a ser uma sociedade “baseada na
prepotência e na exclusão por aqueles que pensam que sabem tudo”. Para ele, uma
sociedade democrática “não se faz só com partidos políticos, faz-se com a
sociedade civil”.
A
intolerância que existe, disse, reflecte-se na inexistência de meios de
informação livres porque “há um grande medo dos meios de informação”.
“Os
governantes têm medo dos media e têm medo de largar esse espaço”, justificou.
Ao
abordar a questão da corrupção a alto nível, Elias Isaac disse nunca ter havido
investigações a casos flagrantes no exterior, como o recente caso da venda de
material policial pela Espanha, BESA e outros.
“Não
existe vontade política dos governantes de abordarem a questão da corrupção”,
disse, criticando também o sistema judicial por não levar a cabo as suas
funções neste aspecto.
Isso,
disse, é o reflexo do facto de que “não se respeita a independência das
instituições”.
Elias
Isaac afirmou que não se pode considerar Angola um país rico “porque o seu povo
é pobre”. Angola, disse, "é um país de riquezas que beneficiam as
multinacionais e minorias”, e onde “os pobreas são cada vez mais pobres e os
ricos cada vez mais ricos”.
Como
é que se explica que num país com um orçamento de 74 biliões de dólares não se
consegue dar água e luz à população?”, interrogou o director da Open Society.
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