sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Portugal: O PARLAMENTO QUE NOS DESPREZA MAS VENERA OS SAGRADOS LOBIES


Bocas do Inferno

Mário Motta, Lisboa

Diz Paulo de Morais no Facebook que os deputados nos desprezam. Concluímos assim, com as provas apensas, que afinal é o Parlamento que despreza os cidadãos. Está na onda de outros órgãos de soberania (de alguns) que trazem à trela e com desdém milhões de portugueses que displicentes acreditam e votam nos partidos do Arco da Governação. Mamarracho que já ocupa os poderes vai para 40 anos e leva balanço para rivalizar com o lisboeta Arco da Rua Augusta, este Arco da Governação parece ter-se inspirado nos filmes de Al Capone e da Camorra, tergiversando por Lojas Maçónicas e Opus Dei, que são agora os sindicatos da modernidade, entre outros tão secretos que nem sabemos de suas existências. Mas que dão para enriquecer ilicitamente e rapidamente. Perdão. Já me perdi. Quando escrevo sobre bandidagem, crimes, suspense, até me imagino a escrever um livro ao estilo do Ross Pynn tarimbeiro (jornalista português que amealhava algum com a vasta obra de há décadas). O ordenado era muito magro.

Voltando à vaca fria e escanzelada, cheiinha de fome… Paulo de Morais aborda no referido Facebook o facto de o desprezo do Parlamento reservar dois ou três minutos para apreciar e discutir (ou não) sobre as petições que ali recebe dos portugueses e deve tratar com a dignidade que se impõe. Pois. Dois ou três minutos de desprezo e venha outra petição. E mais outra. E outra. Petição é sinónimo de pedinchas?  Até parece que sim. Pelo que os deputados não se sentem virados para aturar pedinchas atentas, venerandas e agradecidas. Devemos de mudar o nome às petições para surtir efeito e o pretendido ser discutido convenientemente e com a maior das atenções pelo Parlamento. Até porque os cidadãos não têm de pedir nada aos deputados mas sim exigir que cumpram as suas funções dispensando a atenção e trato merecidos pelos que neles votaram e ali os colocaram para defender os seus pontos de vista, os seus interesses, os interesses da sociedade que deviam representar em vez dos lobies e outras golpadas e trafulhices. O Parlamento é para parlar. Para parlar com observância sobre tudo que preocupa os portugueses que lhes solicitam atenção e solução de casos específicos constantes nas petições.

Passo ao Paulo de Morais, que é motivo desta prosa por ter dado no FB o pontapé de saída.

“O Parlamento permite aos cidadãos a participação na discussão pública através do direito de petição. Mas na prática despreza os assuntos propostos. Num só dia (hoje, quinta, 8) discutem-se sete petições: Vale do Tua, IMI, Centro de Saúde de Odivelas, Encerramento de Serviços de Finanças, Dupla Tributação dos rendimentos de trabalho auferidos no estrangeiro, Acesso ao Ensino Superior Artístico, Calçada Portuguesa. Cada Grupo Parlamentar dedica a cada um destes assuntos 2 a 3 (dois a três) minutos! Um desrespeito, desprezo mesmo, pelo direito de petição.

Hoje, no Parlamento, há democracia às pastilhas. Pequenas pastilhas.


Suma promiscuidade, conluio ou corrupção?

Ainda do mesmo Paulo de Morais outro apontamento. Às tantas escreve:

“O Estado alienou a Empresa Geral de Fomento, líder da gestão de resíduos urbanos, com volume de negócios anual de 170 milhões. Na privatização, o governo foi assessorado pela sociedade de advogados “Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva”. O concurso foi ganho pela SUMA, da Mota Engil, cujos advogados são... os mesmos! Em suma.. SUMA promiscuidade.”

Pois é. Ou pois foi. E há-de continuar a ser… assim. Lembram-se de por vezes referir aqui nestas Bocas do Inferno sobre a máfia, os mafiosos, o Arco da Governação, os aprendizes de Al Capone e etc.? Pois. Nem precisamos de ir à bruxa para perceber aquilo que se mete pelos nossos olhos dentro e também pelos nossos bolsos dentro.

Quem vê TV sofre mais que no WC

Havia uma banda do rock português que cantava o que se empresta aqui ao subtítulo. Eram do Porto e chamavam-se Táxi. Pode ver e ouvir aqui em versão Youtube. Curiosamente o vídeo é retirado da RTP Memória. É disso mesmo que trata o que se segue, da Memória.

A RTP, ai a RTP. Paulo de Morais outra vez. Será que faz zaping? Faça ou não, o certo é que tem toda a razão em alertar para o que se segue:

“Os canais da RTP Informação, Memória, África e Internacional devem ser exibidos em sinal aberto. Os canais do serviço público estão vinculados à missão de acesso livre e universalidade, não podendo o seu visionamento ser sujeito a pagamento. Além do mais, uma vez que a RTP recebe as receitas da taxa do audiovisual, quem vê estes canais no cabo está a pagar duas vezes o mesmo serviço. 

O Parlamento deve legislar neste sentido. E JÁ!”
 

Concordo com tudo no apontamento mas o que me caiu mesmo no goto foi o “E JÁ!” Sim. Já. Porque assim é uma roubalheira- Além do mais os programas que a Memória exibe já estão pagos e repagos e os custos de exibição não são nada por aí além. Os portugueses pagam a tantos vigaristas e ladrões que já cansa quando não nos ouvem ou fazem que são surdos e continuam a roubar. Memória para sinal aberto. Já! A terceira idade pobretana, a maioria, certamente que vai apreciar revivendo o passado de que mais gostou a nível de programas televisivos, ainda quando a RTP era a única estação televisiva em Portugal, e também a preto e branco.

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