quinta-feira, 2 de abril de 2015

FRAUDE ELEITORAL NA MADEIRA JÁ ACONTECEU. PORQUE NÃO AGORA?




Não estaremos a fugir à verdade se dissermos que já faz parte do ADN dos partidos de direita (PSD e CDS) da ilha da Madeira a prática de fraude eleitoral. Um ex-deputado madeirense do PSD não teve problemas em assim se referir acerca do cambalacho ocorrido em eleições de 1980. 

António Fontes revelou numa entrevista exclusiva ao Diário de Notícias como foram adulterados os votos para as presidenciais e garantiu não ter medo de represálias. Assim consta em artigo do DN no título "Deputado confessa fraude nas presidenciais de 1980".

Tal prática, ali denunciada, pode ser indiciante de um costume do PSD. Isso levar-nos-ia mais longe. Explicaria por que Alberto João Jardim se manteve quase 40 anos como presidente do Governo Regional da Madeira. "Quem faz um cesto faz um cento", é um adágio popular que significa isso mesmo. Se em 1980 o PSD e o CDS (apoiantes de Soares Carneiro contra Ramalho Eanes) cometeram fraude eleitoral quem nos garante que não foi useiro e vezeiro - o PSD - nessa prática?

Teríamos assim o complemento que talvez possa justificar o que é dito pelo elemento da CDU na Madeira quando disse que "saímos e quando voltámos já nos faltavam 10 votos" ou quando disse que "eram primeiro 48 votos e depois já eram 148".

Se nas declarações do ex-deputado António Fontes a denúncia esbarrou na indiferença da legelidade e também dos eleitores. dos portugueses em geral, o mais certo é que agora, neste caso destas eleições regionais na Madeira aconteça o mesmo. O retrato do Portugal mafioso está aqui. Predomina nele a face quase sempre oculta da desonestidade dos partidos políticos de direita. Isso é indiscutível. Outra questão: quantas fraudes eleitorais são cometidas a nível nacional pelos partidos referenciados por Arco da Governação? A questão é legítima por serem sempre eles os eleitos, os que vêm desgovernando Portugal há 40 anos. E governando-se.

Redação PG

Madeira CDU entrega pedido de novo apuramento dos votos

O mandatário da candidatura da CDU na Madeira, Leonel Nunes, revelou hoje que a coligação já entregou o recurso junto ao Tribunal Constitucional para a constituição de uma nova assembleia de apuramento geral relativa aos votos das eleições de domingo na Madeira.

Esta assembleia visa "a recuperação rigorosa e fiável da correspondência entre os votos expressos pelos eleitores e os constantes das atas das assembleias de voto e os resultados finais apurados".

"Entregámos antes de esgotar o prazo, entregámos pouco antes das 16 horas", disse.

Fonte do Tribunal Constitucional (TC) confirmou à Lusa que deram entrada três recursos relativos às regionais da Madeira: da CDU, do MAS e da Plataforma de Cidadãos.

De acordo com os prazos previstos na lei, uma decisão final não deverá acontecer antes da próxima segunda-feira, já que o TC terá agora de notificar os partidos concorrentes até à tarde de quinta-feira e decidir definitivamente o recurso nas 48 horas posteriores (sendo sábado, 'atira' o prazo para o dia útil seguinte).

A assembleia geral de apuramento de votos das eleições legislativas regionais antecipadas de domingo reuniu-se na terça-feira nas instalações do representante da República onde, depois de fiscalizados os votos, atribuiu mais um deputado à CDU/PEV, anunciando, assim, em edital, a retirada da maioria absoluta ao PSD.

Momentos depois, a mesma assembleia retirava o deputado da CDU e conferia, de novo, a maioria absoluta ao PSD devido a um "erro informático" porque o sistema não tinha contado os votos registados na ilha do Porto Santo.

"Vamos aguardar conscientes de que algumas das anomalias que apontamos sejam tidas em conta pelo Tribunal Constitucional e, acima de tudo, o que se pede é que seja eleita também uma nova assembleia que faça a fiscalização dos votos e de todas as anomalias que ocorreram e que seja também uma assembleia plural", adiantou o mandatário da CDU na Madeira.

Leonel Nunes criticou ainda as condições em que decorreu a assembleia que, segundo sustentou, decorreu num espaço exíguo.

"Não podíamos exercer aquela tarefa que nos competia que era fiscalizar o trabalho dos membros da assembleia, os votos que se pretendia fiscalizar ou qualquer outra anomalia e ainda fomos diversas vezes ameaçados que podíamos ser expulsos do local", denunciou.

"Isto não são condições para funcionar uma assembleia de apuramento final", deplorou.

A CDU realça, em comunicado, que "perante a multiplicação de casos conhecidos que indiciam uma desconformidade entre os votos expressos e os resultados proclamados, perante o funcionamento irregular e anómalo da assembleia de apuramento geral, impõe-se a reposição da legalidade e a correção de erros e irregularidades que tenham sido cometidos".

A CDU sublinha que "com este recurso não pretende obter no Tribunal o que não obteve nas urnas, mas tão só que o apuramento confirme a real expressão da vontade dos eleitores da Madeira e a confirmação do terceiro mandato da CDU que corresponderá à retirada da maioria absoluta do PSD na Região".

O PSD-Madeira viu terça-feira confirmada a sua 11.ª maioria absoluta, depois de uma noite atribulada em que, durante duas horas, um erro informático retirou aos sociais-democratas um resultado que têm conquistado em todas as eleições desde 1976.

Lusa, em Notícias ao Minuto

Madeira Rattón decide na próxima semana a recontagem de votos

O MAS – Movimento Alternativa Socialista, a Plataforma dos Cidadãos e a CDU enviaram recursos para o Tribunal Constitucional a pedir a “recontagem de todos os votos válidos e nulos para que seja reposta a legalidade e democraticidade das eleições do passado dia 29 de março”.

Os juízes do Tribunal Constitucional vão decidir, no início da próxima semana, se dão ou não provimento aos três recursos apresentados relativamente à recontagem de votos nulos, avança o Diário Económico, que cita fonte do Palácio Ratton.

A decisão não será conhecida antes de segunda-feira pois, como explica a mesma fonte, sexta-feira é feriado.

Os juízes têm 24 horas para notificar todas as candidaturas que participaram nas eleições – prazo que termina quinta-feira – e depois dispõem de 48 horas para decidir se dão ou não provimento aos recursos, por isso, antes de segunda-feira não deverá ser conhecida qualquer decisão.

Notícias ao Minuto

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