Maputo,
11 Mai (AIM) A
Comissão dos Assuntos Sociais, do Género, Tecnologias e Comunicação Social
(CASGTCS) da Assembleia da República (AR), o parlamento moçambicano, manifestou
hoje, em Maputo, a sua disponibilidade para debater propostas com o potencial
de resolver o problema da fraca qualidade do ensino no país.
A
fraca qualidade de ensino é mais notável no ensino primário, com graves
repercussões nos níveis subsequentes.
Estudos
conduzidos pelo Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH) e
outras organizações não-governamentais apontam vários factores que concorrem
para a fraca qualidade de ensino no país, tais como turmas numerosas, fraca
assiduidade de alunos e professores, inexistência e ou fraco funcionamento das
bibliotecas escolares no ensino secundário, fraco incentivo salarial para os
professores, fraco acompanhamento dos educandos pelos encarregados de educação,
entre outros.
Falando
para a imprensa minutos após o encontro de trabalho com a direcção do MINEDH, a
presidente da comissão parlamentar, Conceita Sortane, reconheceu o trabalho que
o MINEDH tem vindo a realizar na busca de soluções para melhorar a qualidade de
ensino.
Frisou
que os parlamentares aguardam do MINEDH a submissão das propostas que possam
concorrer para a melhoria da qualidade de ensino.
O
que a Assembleia da República pode fazer neste momento é só aguardar que o
Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano nos traga aquilo que são as
grandes preocupações. Por exemplo, eles diziam que têm como uma das
preocupações o Estatuto do Professor
que não foi ainda aprovado pela Assembleia disse.
O
estatuto que está a funcionar é o que foi aprovado outrora, mas que eles acham
que traz lacunas, acrescentou.
Sortane
disse que existem outros instrumentos associados com o funcionamento do sistema
de ensino que carecem de uma apreciação da AR.
A
deputada prometeu ainda melhorar tudo aquilo que for da competência da Assembleia
da Republica e que poderá a contribuir para melhorar a qualidade do
ensino.
Por
seu turno, o ministro da educação e desenvolvimento humano, Jorge Ferrão,
arrolou alguns aspectos que considera importantes para melhorar a qualidade do
ensino tais como o apetrechamento adequado das instalações escolares, revisão
do material didáctico usado na formação dos docentes, incentivo salarial,
assiduidade dos professores na sala de aulas, devido acompanhamento da evolução
das Tecnologias de Informação e Comunicação entre outros.
Aliás,
segundo Ferrão, cerca de 30 por cento ou seja 36 mil dos 120 mil professores
existentes em Moçambique não tem a devida formação.
Há
que, com muita urgência, resolver o equipamento escolar e livros de formação do
docente, melhoria salarial, melhor na qualificação. Enfim, são muitos factores
que concorrem para o baixo rendimento nas escolas, disse.
Encontros
como estes ajudam-nos a pensar e repensar no que queremos para melhorar a
qualidade no país,
acrescentou.
A
visita daquela comissão surge no âmbito das suas competências como fiscalizador
dos órgãos do Estado. Esta é a primeira visita daquela comissão ao MINEDH.
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