Em
entrevista à revista Sábado, o linguista norte-americano que visitou Portugal
na semana passada ataca o "capitalismo distorcido" que faz os povos
da periferia europeia pagarem pelos empréstimos arriscados dos bancos.
"A
crise em Portugal, Grécia, Espanha e outros países da periferia europeia é
reveladora", afirmou Chomsky numa entrevista publicada esta quinta-feira
na revista Sábado. "Se fossem aplicados os princípios básicos do
capitalismo, eram os bancos alemães e de outros países do Norte que tinham de
suportar a crise, pois concederam empréstimos de alto risco, com elevadas taxas
de juro", acrescentou.
Para
Noam Chomsky, que encheu na semana passada o auditório da Gulbenkian numa
conferência universitária, "na Europa, os bancos conseguiram que os riscos
que tinham assumido fossem suportados pelos Estados". Trata-se portanto de
um "capitalismo distorcido", acusa o linguista: "Os portugueses
estão a pagar as aventuras dos bancos alemães, que fizeram empréstimos
arriscados".
A
seguir à crise financeira, pouca coisa mudou, regista Chomsky. "Os últimos
relatórios do FMI mostram que os bancos continuam a ter grandes lucros,
sobretudo devido às políticas de isenção fiscal e subsídios diretos e indiretos
dos governos", conclui.
Esquerda.net
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