Os
trabalhadores da Rádio e da Televisão Cabo-verdiana (RTC) manifestaram-se hoje
para exigir a resolução de questões laborais antes da fusão entre os órgãos
públicos de comunicação social do país numa única empresa.
A
manifestação, organizada pela Comissão de Trabalhadores da RTC, a Associação
Sindical dos Jornalistas cabo-verdianos (AJOC) e o Sindicato de Transportes,
Telecomunicações, Hotelaria e Turismo (SITHUR), aconteceu na Cidade da Praia,
com destino ao Palácio do Governo, e na Cidade do Mindelo, em São Vicente.
Os
trabalhadores querem que questões relativas a reclassificações, promoções e
progressões na carreira sejam resolvidas antes da entrada em vigor da fusão
entre a Rádio e Televisão Cabo-verdiana, que congrega a Televisão de Cabo Verde
(TCV) e a Rádio de Cabo Verde (RCV), com a agência de notícias Inforpress.
O
diploma, aprovado em Conselho de Ministros, já foi enviado ao Presidente da
República para promulgação ou veto. A nova empresa, que deverá começar a
funcionar ainda este ano, se chamará Rádio Televisão Cabo-verdiana &
Inforpress, Sociedade Anónima (RTCI).
Segundo
a presidente da AJOC, Carla Lima, quadro da RTC, a empresa tem um Plano de
Cargos Carreiras e Salários (PCCS) aprovado em 2010 que determina que as
promoções e progressões deveriam acontecer em 2014, mas até agora isso não
aconteceu.
"Do
PCCS anterior, herdamos vários problemas, nomeadamente de enquadramentos mal
feitos, tempo de serviço que não foi contado como deve ser e estas questões têm
estado a arrastar-se há muito tempo", lamentou a jornalista.
Por
sua vez, Carlos Santos, jornalista da comissão de trabalhadores, criticou a
falta de diálogo e o "silêncio total" do Conselho de Administração
relativamente às reclamações dos trabalhadores desde que o plano que regula os
cargos, carreiras e salários entrou em vigor.
Carlos
Santos, também quadro da RTC, pediu mais respeito pelos direitos dos
trabalhadores e garantiu que a luta será levada "até ao fim",
admitindo a possibilidade de recurso à greve.
Em
declarações aos jornalistas, o presidente do Conselho de Administração da RTC,
Emanuel Moreira, recordou que o PCCS foi aprovado em 2010, mas com a fusão dos
órgãos públicos numa única empresa, que terá novas valências, será necessário a
aprovação de um novo PCCS.
Afirmando
que será um assunto a ser discutido em plenário com os trabalhadores da RTC,
Emanuel Moreia lembrou as condições económicas e financeiras da empresa,
dizendo que se deve debater a sua sustentabilidade, por causa das dívidas
existentes com outras empresas.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
Sem comentários:
Enviar um comentário