quinta-feira, 27 de março de 2014

Angola: UNIDADE AÉREA DE LUANDA “ANTRO” DE LADROAGEM E ESPIONAGEM



Folha 8 – 15 março 2014

Os trabalhadores do Ae­roporto, andam tão agas­tados com a direcção que ameaçam “uma greve ou mesmo paralisação”, face a inércia e arrogância do comandante da Unidade, João Bonifácio Kalandis­sa e o seu adjunto Afonso Cazola, pontas de lança de Paulino da Silva.

A gestão dos mesmos, tal como do protector é questionada ao ponto de alegadas questões de na­tureza passional, periga­rem a harmonia laboral. E apontam o caso de Eva Rafaela Ndavoca, chefe de turno e de Leo Peres, como os casos mais fla­grantes dessa relação, ao ponto de “tudo lhes ser permitido, até mesmo espezinhar os colegas e passageiros, em função da proximidade com as chefias”. Os trabalhado­res denunciam ainda o facto de haver cobranças a revelia a partir do ae­roporto, em conluio com o director nacional dos SME, “que semanalmente tem um enviado que vai buscar um pacote de di­nheiro do caixa secreto, não incluído na contabi­lidade geral, fruto de co­branças ilícitas de multas aos estrangeiros. É muito dinheiro e um autentico roubo que está a ser pro­tagonizado por estes se­nhores, a vista desarmada e com a cumplicidade do ministro. Nós temos pro­vas de tudo isso”.

E embalados na denúncia, dizem estar a direcção da unidade aérea a conceder “vistos de trabalho a cida­dãos estrangeiros, que en­tram no país, com vistos ordinários, mas depois (excedem o prazo dos vistos concedidos pelas embaixadas de Angola no exterior), com base num bem montado esquema de corrupção e desvio de receitas do erário público”.

Como isso é feito, supor­tam com um resumo grá­fico, onde listam os mon­tantes cobrados e que não entram na contabilidade como tal. “Os cidadãos es­trangeiros que através do aeroporto transformam vistos ordinários, em vis­tos de trabalho, pagam as seguintes comissões:

a) Mauritânea - USD 4.000,00 (quatro mil dóla­res)
b) Iritreia e Li­baneses - USD 5.000,00 (cinco mil dólares)
c) Oeste afri­canos - USD 3.500,00 (três mil e quinhentos dó­lares)
d) Paquistaneses - USD 7.000,00 (sete mil dóla­res)
e) Portugueses e brasileiros - USD 8.500,00 (oito mil e quinhentos dólares).

Existem me­ses em que são transformados e conce­didos mais de 200 vistos destes, fazendo a contabi­lidade anual, poderemos imaginar como estere se­nhores estão a enriquecer sem justa causa, para além de não melhorarem as nos­sas condições de trabalho. Por outro lado, não se en­tende o rigor de certifica­ção aos angolanos, como a tirada de foto na entrada e saída, que apenas atrasam o trabalho e colide com as normas de migração, mas tudo isso dizem é para sa­tisfazer uma exigência do SINSE e dos Serviços de Inteligência Militar, para controlar os movimentos dos membros da socie­dade civil, políticos e in­telectuais, que não são e criticam o governo. Regu­larmente, temos de enviar relatórios para estes servi­ços, mesmo sabendo que isso viola a Constituição da República”, denunciam, acrescentando “que por via dessa bufaria o SME/Aeroporto converteu-se, nos últimos tempos num condomínio de familiares, conterrâneos e afilhados da chefia, para melhor rei­narem e esconderem as suas roubalheiras.

Refira-se que a direcção do SME autoriza de forma irregular a emissão de vis­tos de fronteira através da Unidade Aérea de Luanda, contrariando não só a lei, como a autoridade do mi­nistro, que ao ficar mudo e calado, pode indiciar uma certa cumplicidade. Tal acontece, de acordo com justificações oficiais, porque muitos cidadãos estrangeiros “entraram em território nacional com o objectivo de se fixarem ou para exercerem activida­de remunerada, mediante a obtenção irregular de vistos de trabalho, de per­manência temporária ou autorização de residência”.

Ao contrário do estipula­do, o dinheiro arrecadado com esta actividade do SME perde-se sempre que caminha para o local cer­to, os cofres públicos. Por ausência de GPS, o lom­bongo arrepia caminho e atira-se, livremente, para os bolsos dos responsáveis pelos serviços. Num curto período, o pessoal de José Paulino da Silva em comis­são de serviço público na Unidade Aérea de Luanda terá, por defeito, embolsa­do a módica quantia de 16 milhões de dólares só com a emissão fraudulenta de vistos de fronteira.

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