Macau, China, 28
mar (Lusa) - Portugal participa até sábado no Fórum e Exposição Internacional
de Cooperação Ambiental de Macau (MIECF, na sigla inglesa) com o maior número
de empresas de sempre, entre as quais a Empresa Geral de Fomento, em
privatização.
"O objetivo
era um pouco divulgar [o processo], no sentido de haver a possibilidade ou o
interesse, já que há um concurso internacional", afirmou Artur Cabeças, da
Empresa Geral de Fomento (EGF), unidade de negócios da Águas de Portugal, que
se estreia no MIECF.
A EGF é uma das 24
empresas lusas de um universo superior a 400, de mais 20 países e territórios,
que participam no fórum.
"Há duas
empresas chinesas interessadas - a Beijing [Enterprises] Water e a Sound Global
-, mas tínhamos a manifestação de que haveria outras. Enfim, [viemos] avaliar a
possibilidade de entrarem na privatização - é um pouco essa a
expectativa", disse Artur Cabeças, enfatizando que a 'missão' passa também
por mostrar o trabalho da EGF, como a recolha seletiva de lixo em 178 municípios.
Para partilhar a
experiência adquirida também ao longo de cerca de 20 anos está a Sociedade
Ponto Verde, a qual acompanha, de igual modo, a comitiva chefiada pelo
secretário de Estado do Ambiente, Paulo Lemos, estando em Macau pela primeira
vez.
"A Sociedade
Ponto Verde teve um papel extremamente importante na área de fluxo de resíduos
de embalagem, por isso, é esse o grande objetivo: demonstrar juntamente com o
Governo português aquilo que foi feito", disse o diretor-geral Luís Veiga
Martins.
Mostrar e, quem
sabe, "ajudar a montar algo semelhante", afirmou, ressalvando que
"tudo depende da iniciativa a nível do Governo" de Macau, onde a
reciclagem não está atualmente muito desenvolvida, mas poderá vir a estar
"se todos os atores estiverem juntos no mesmo objetivo de maximizar os
materiais de embalagem - o vidro ou mesmo o plástico".
A Formato Verde -
focalizada na comunicação e educação para o desenvolvimento sustentável -
também se estreia no MIECF, mas no quadro do seu processo de
internacionalização.
"Pareceu-nos
que [Macau] seria interessante não só para reforçar essas relações mas também
porque nestes projetos internacionais muitas vezes procuramos parceiros e temos
muita dificuldade em encontrá-los na Ásia. Entendemos que Macau pode ser uma boa
porta de entrada" para isso, disse Miguel Laranjo, o diretor da Formato
Verde, a qual implementa "projetos de cooperação internacional, que têm
financiamento quer da Europa ou do Banco Mundial" e presença em
Moçambique, Angola e Cabo Verde.
No MIECF estão também
guitarras portuguesas, da Artimúsica, empresa de Braga dedicada ao fabrico de
instrumentos de corda tradicionais, a qual participa por via da Associação de
Jovens Empresários Portugal-China (AJEPC).
"Os
instrumentos são fabricados já tendo em consideração todos os fatores
ambientais aplicados à indústria no que respeita à eficiência energética,
ambiental, gestão de recursos de materiais", pelo que são "amigos do
ambiente", explicou o consultor José Peixoto.
"No fundo
[viemos] para apalpar, ver como funciona o mercado (?) e, por incrível que
pareça, já se estabeleceram alguns contactos", realçou, defendendo que só
por essas "manifestações de interesse" já serviu o propósito da
deslocação.
Tentar arranjar
fornecedor para um componente específico da guitarra (alguns são maquinados),
bem como vendê-las designadamente através de um representante figuram como
outro dos objetivos da ?missão', sintetizou.
No MIECF estão
expostas três guitarras portuguesas - com desenhos pintados à mão -, com um
preço na ordem dos 2.500 euros, das quais uma já foi vendida.
DM // APN - Lusa
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