Luís
Claro e Susete Francisco – jornal i
Ao
contrário do que é habitual, o Grammy atribuído ao fadista Carlos do Carmo não
mereceu até agora os parabéns públicos de Belém
Já
é uma tradição de Belém - sempre que um português se distingue ou é galardoado
com um prémio, sobretudo no plano internacional, a Presidência envia uma
mensagem de felicitações, da qual dá nota pública. Esta semana a regra teve uma
excepção. O anúncio chegou na segunda-feira: o fadista Carlos do Carmo foi
distinguido com um Grammy, o maior e mais prestigiado prémio da indústria
discográfica, nunca atribuído a um português. De Belém, nem uma palavra.
O
silêncio está longe de ser habitual. Olhando para as últimas dez mensagens de
felicitação da Presidência, todas elas foram feitas no próprio dia ou na
segunda-feira seguinte quando o evento/prémio foi conhecido a um sábado ou a um
domingo. Também foi assim há seis anos, quando Carlos do Carmo ganhou o Prémio
Goya para a Melhor Canção Original, atribuído ao "Fado da Saudade". A
distinção foi conhecida num domingo à noite e na segunda-feira a Presidência da
República felicitava o fadista, considerando que o galardão "honra a
música portuguesa".
CRÍTICO
DE CAVACO
Nos
últimos anos, Carlos do Carmo tem sido um acérrimo crítico de Cavaco Silva. Em
entrevista à Rádio Renascença, em 2011, dizia o fadista: "Toda esta
desgraça começou com Cavaco Silva. O erro está todo aí e a factura está
aí." Críticas que foram subindo de tom. Em Outubro de 2013, em entrevista
ao programa "A Propósito", na SIC, Carlos do Carmo responsabilizava
directamente Cavaco Silva pela situação do país. "Nós tivemos
politicamente um azar dos Távoras. Foi ter este Presidente da República como
primeiro-ministro e como Presidente da República. Este país regrediu muito. É
só analisar. Foi mau demais para ser verdade. Ficou para trás a educação,
entrou-se num novo-riquismo, entrou-se numa loucura de consumismo, provocado.
Nunca pensei chegar à minha idade e ver isto", afirmava então. Na mesma
linha, em Dezembro de 2013, numa intervenção proferida na Aula Magna, numa iniciativa
promovida por Mário Soares: "Nunca me passou pela cabeça, depois de 40
anos de salazarismo, levar com este homem 20 anos. Um homem que é inseguro,
inculto, medroso. E não interpretem isto como uma questão pessoal, não sou dado
a questões pessoais."
AS
FELICITAÇÕES DE CAVACO
Da
lista mais recente de felicitações do Presidente da República constam o
ciclista Rui Costa, que venceu pela terceira vez consecutiva a Volta à Suíça;
Rui Bragança, campeão Europeu de Taekwondo na categoria de 58 kg ; Vítor Caldeira, pela
reeleição para um terceiro mandato como presidente do Tribunal de Contas
Europeu; Cristiano Ronaldo, pela atribuição da Bola de Ouro 2013; Maria Manuel
Mota pela atribuição do Prémio Pessoa 2013; ou a Selecção Nacional de Futebol
pelo apuramento para a fase final do Campeonato do Mundo.
O i questionou
a Presidência, na última quarta-feira, sobre o facto de não ter havido neste
caso uma mensagem de felicitação e se ela ainda seria feita. Não obteve
resposta até ao fecho desta edição.
Os
“parabéns” de Cavaco
•
Rui Costa (ciclista), que venceu pela terceira vez consecutiva a Volta à Suíça
• Rui Bragança, campeão Europeu de Taekwondo na categoria de 58 kg
• Vítor Caldeira, pela reeleição para um terceiro mandato como presidente do Tribunal de Contas Europeu
• Cristiano Ronaldo, pela atribuição da Bola de Ouro 2013
• Maria Manuel Mota pela atribuição do Prémio Pessoa 2013
• Selecção Nacional de Futebol, pelo apuramento para a fase final do Campeonato do Mundo
• Rui Bragança, campeão Europeu de Taekwondo na categoria de 58 kg
• Vítor Caldeira, pela reeleição para um terceiro mandato como presidente do Tribunal de Contas Europeu
• Cristiano Ronaldo, pela atribuição da Bola de Ouro 2013
• Maria Manuel Mota pela atribuição do Prémio Pessoa 2013
• Selecção Nacional de Futebol, pelo apuramento para a fase final do Campeonato do Mundo
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