Carlos Diogo Santos – jornal i
Socialistas
e sociais-democratas separados por dois pontos, numa sondagem em que toda a
esquerda desce. Brancos e nulos ganham adeptos
Se
as eleições legislativas acontecessem agora PS e PSD estariam numa situação
próxima do empate, ainda que os socialistas levassem uma pequena vantagem.
Desde que entrou em disputa interna, em Maio, o PS não pára de cair nas
intenções de voto. De acordo com o barómetro i /Pitagórica deste mês,
apesar de os ânimos estarem mais calmos no Largo do Rato, o pico de 38,7% de
votos registado em Abril continua a ser uma miragem para os socialistas: em
Julho as intenções de voto fixavam-se nos 30%, apenas 1,9% à frente do PSD.
A
perda de votos do PS foi, ainda assim, menos expressiva entre Junho e Julho,
período em que se registou um decréscimo de 0,6% nas intenções de voto. No
barómetro anterior os socialistas tinham registado uma queda de quase nove
pontos.
Com
o PSD estagnado na casa dos 28%, a CDU e o Bloco de Esquerda a perder votos
face aos resultados de Maio e o CDS com uma ligeira subida, as intenções de
voto dos portugueses deslocam-se para outros partidos, votos brancos e nulos -
que, somados, alcançaram os 14,6% em Julho. Nas europeias os votos brancos e nulos
alcançaram uns expressivos 7,4%.
Num
barómetro em que toda a esquerda desce, a CDU, que verificou uma marcada subida
nos votos entre Abril e Maio - mais de 4% -, foi a força política que mais caiu
nos últimos dois meses: está agora com 12,7%. Já o Bloco de Esquerda mantém uma
prolongada tendência descendente. As divergências internas e a saída de alguns
elementos - em Julho a ex-deputada Ana Drago deixou o partido, na sequência da
saída da Fórum Manifesto, uma das correntes fundadoras do BE (herdeira da
Política XXI de Miguel Portas) - estará a afectar a confiança dos portugueses.
Só no último ano, o partido caiu da casa dos 8% nas intenções de voto para os
4,2% que regista neste barómetro.
O
parceiro de coligação do PSD é que tem aproveitado estas quebras para crescer
nas intenções de voto. Mas trata-se de uma subida com pouca expressão. O
partido liderado por Paulo Portas subiu três décimas entre Maio e Julho, após
ter estado dois meses em queda acentuada - os centristas desceram mais de 2%
nas intenções durante esse período.
De
acordo com a sondagem i/Pitagórica, Marinho e Pinto registou uma ligeira queda
de 0,2% entre Maio e Julho, fixando-se nos 3,5%. Ou seja, com menos 0,7% que
BE. Marinho e Pinto, actual eurodeputado eleito pelo Partido da Terra, anunciou
já que vai concorrer às próximas eleições legislativas por entender que o Parlamento
Europeu tem "pouco poder" (ver página 4).
ACTUAÇÃO
DO GOVERNO
A
avaliação dos portugueses ao desempenho do executivo de Passos Coelho não sofre
grandes alterações desde o início do ano, mantendo-se sempre próxima dos 7
valores numa escala de 0 a
20. De acordo com esta sondagem, em Julho os portugueses avaliaram a actuação
do governo com 6,7 valores. O pico mais alto do último ano aconteceu em
Dezembro do ano passado, em que o governo foi classificado com 8.
A
sondagem revela ainda que mais de metade dos inquiridos (54%) atribuiu uma
classificação entre 0 e 8 ao governo de coligação PSD/CDS, mais 3,2 % que os
registados em Maio. Para
34,7% dos portugueses, o desempenho do executivo tem uma avaliação entre 8 e 14
valores. Nesta faixa regista-se um decréscimo de 3,6% dos portugueses face ao
apurado no mês de Maio.
A
fatia mais pequena de portugueses é a que dá uma avaliação muito positiva ao
trabalho da equipa liderada por Pedro Passos Coelho. Da amostra, 11,3% deu uma
avaliação que varia entre 14 e 20. Ainda assim, foi uma percentagem superior à
de Maio, mês em que se apenas 10,9% dos inquiridos atribuíram estes valores à
actuação do governo.
sondagens_politica.pdf,
em jornal i
Sem comentários:
Enviar um comentário