No
documento, movimento negro diz que Brasil não pode permitir “retrocessos e nem
a volta dos grupos conservadores e contrários às ações afirmativas”
Nesta
quinta-feira (16), vinte e uma entidades do movimento negro divulgaram uma
carta em que declaram apoio à reeleição de Dilma Rousseff (PT) à presidência da
República. Entre outras afirmações, as entidades alegam que não se pode
permitir “retrocessos e nem a volta dos grupos conservadores e contrários às
ações afirmativas”.
“É
preciso garantir o emprego e ascensão econômica, política e social da população
negra. Trata-se de medida fundamental de combate ao racismo e às desigualdades
sociais”, declaram num dos pontos da carta. “O extermínio seletivo da
juventude negra é uma questão aguda a ser enfrentada e resolvida de forma
consistente e imediata. Exigimos ações decisivas a fim de extirpar as causas e
efeitos desse fenômeno nefasto em nossa sociedade”, exigem.
Repúdio
Em
resolução política sobre o segundo turno das eleições presidenciais, o
Movimento Negro Unificado (MNU) também divulgou nota repudiando o voto no
candidato Aécio Neves (PSDB). Na nota eles afirmam que “a vitória desta
política [PSDB] significa um profundo retrocesso das principais conquistas
sociais e democráticas que obtivemos nos últimos anos”.
“Repudiamos
e lutaremos contra o acirramento e o fortalecimento da repressão policial e o
redimensionamento do genocídio da juventude negra através da redução da
maioridade penal como defende o candidato Aécio Neves. Não queremos e
lutaremos contra a homofobia, a violência contra as mulheres, a exploração das
terras indígenas e da mão de obra escrava, da exploração dos trabalhadores e
trabalhadoras através da precarização do mercado de trabalho [...]”, declara a
nota do MNU.
Confira
abaixo a íntegra da carta das 21 entidades e aqui a
nota do Movimento Negro Unificado.
CARTA
DO MOVIMENTO NEGRO BRASILEIRO
A
eleição presidencial de 2014 é um momento singular da vida política do Brasil,
especialmente para a população negra. Não podemos permitir retrocessos e nem a
volta dos grupos conservadores e contrários às ações afirmativas.
É
preciso garantir o emprego e ascensão econômica, política e social da população
negra. Trata-se de medida fundamental de combate ao racismo e às desigualdades
sociais.
Por
isso defendemos mais investimentos e melhoria da qualidade do ensino público e
do Sistema Único de Saúde, tendo em vista o avanço das ações afirmativas na
educação e na saúde.
O
Pré-Sal é importante para o desenvolvimento do País e deve ser estrategicamente
utilizado para a melhoria da qualidade de vida do povo brasileiro. Por isso,
apoiamos a decisão do Governo Federal de destinar recursos do Pré-Sal para o
financiamento e melhoria da educação e da saúde.
O extermínio seletivo da juventude negra é uma questão aguda a ser enfrentada e resolvida de forma consistente e imediata. Exigimos ações decisivas a fim de extirpar as causas e efeitos desse fenômeno nefasto em nossa sociedade.
Defendemos
uma reforma política democrática e com a efetiva participação do povo e que
resulte no aumento significativo da presença negra no Executivo e no
Legislativo.
Defendemos
o recorte orçamentário exclusivo para o fomento e preservação da cultura negra,
bem como a democratização dos meios de comunicação, incentivo à produção
artística e audiovisual da cultura afro-brasileira.
É
necessário acelerar o processo de titulação das terras quilombolas e demais
segmentos da população negra, nas áreas urbanas e rurais do País, assim como
garantir a implementação de políticas públicas nas comunidades reconhecidas e
tituladas, assegurando as condições necessárias para o nosso desenvolvimento.
Defendemos
a continuidade das ações e programas que asseguram o fortalecimento da
agricultura familiar, bem como a ampliação e o aperfeiçoamento de medidas que
assegurem o atendimento qualificado da população negra.
A
intolerância religiosa contra as religiões de matriz africana é uma afronta à
democracia e aos direitos humanos consagrados na Constituição Brasileira.
Defendemos o Estado Laico, a liberdade religiosa e o respeito aos povos e
comunidades tradicionais de matriz africana.
É
preciso garantir a aprovação de novo marco legal que proteja os direitos
fundamentais dos Povos de Terreiros, povos e comunidades tradicionais de matriz
africana, quilombolas, indígenas, ciganos e demais comunidades tradicionais.
O
racismo, a pobreza e o machismo impactam a cidadania das mulheres negras e as
mantêm em situação cotidiana de violências física e psicológica.
Entendemos que o Programa de Governo iniciado em 2003, com o Presidente Lula, é fortemente comprometido com a pauta política do movimento negro brasileiro, motivo pelo qual as organizações signatárias desta carta apoiam a reeleição da Presidenta Dilma Rousseff.
ACBANTU
– Associação Nacional Cultural de Preservação do Patrimônio Bantu
APNs – Agentes de Pastoral Negro do Brasil
ARATAMA – Articulação Amazônica de Povos Tradicionais de Matriz Africana
BLOCO AFRO ILÊ AIYÊ
BLOCO AFRO OLODUM
CCN – Centro de Cultura Negra do Maranhão.
CENARAB – Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-Brasileira
CEN – COLETIVO DE ENTIDADE NEGRA
CONAQ – Coordenação Nacional de Articulação das Entidades Negras Rurais Quilombolas
CONERUQ – Associação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas do Maranhão
CONEN – COORDENAÇÃO NACIONAL DAS ENTIDADES NEGRAS
ENEGRECER – Coletivo Nacional da Juventude Negra
FALA PRETA – ORGANIZAÇÃO DE MULHERES NEGRAS
FÓRUM AMAZÔNIA NEGRA
FÓRUM DE MULHERES NEGRAS
FÓRUM NACIONAL DE JUVENTUDADE NEGRA
MALUNGU – Coordenação das Associações das Comunidades Remanescente de Quilombo do Pará
MUDA – Movimento Umbanda do Amanhã
REDE NACIONAL DE RELIGIÕES AFROBRASILEIRAS E SAÚDE
REDE KÔDYA – Rede de Comunidades Organizadas da Diáspora Africana pelo Direito Humano à Alimentação.
SOCIEDADE PROTETORA DOS DESVALIDOS
UNEGRO – UNIÃO DE NEGROS PELA IGUALDADE
APNs – Agentes de Pastoral Negro do Brasil
ARATAMA – Articulação Amazônica de Povos Tradicionais de Matriz Africana
BLOCO AFRO ILÊ AIYÊ
BLOCO AFRO OLODUM
CCN – Centro de Cultura Negra do Maranhão.
CENARAB – Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-Brasileira
CEN – COLETIVO DE ENTIDADE NEGRA
CONAQ – Coordenação Nacional de Articulação das Entidades Negras Rurais Quilombolas
CONERUQ – Associação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas do Maranhão
CONEN – COORDENAÇÃO NACIONAL DAS ENTIDADES NEGRAS
ENEGRECER – Coletivo Nacional da Juventude Negra
FALA PRETA – ORGANIZAÇÃO DE MULHERES NEGRAS
FÓRUM AMAZÔNIA NEGRA
FÓRUM DE MULHERES NEGRAS
FÓRUM NACIONAL DE JUVENTUDADE NEGRA
MALUNGU – Coordenação das Associações das Comunidades Remanescente de Quilombo do Pará
MUDA – Movimento Umbanda do Amanhã
REDE NACIONAL DE RELIGIÕES AFROBRASILEIRAS E SAÚDE
REDE KÔDYA – Rede de Comunidades Organizadas da Diáspora Africana pelo Direito Humano à Alimentação.
SOCIEDADE PROTETORA DOS DESVALIDOS
UNEGRO – UNIÃO DE NEGROS PELA IGUALDADE
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