Sydney,
Austrália, 18 fev (Lusa) -- O primeiro-ministro australiano, Tony Abbott,
instou hoje a Indonésia a recordar-se da importante ajuda de Camberra aquando
do devastador tsunami de 2004, elevando a pressão para que Jacarta poupe dois
cidadãos australianos atualmente no corredor da morte.
As
autoridades indonésias confirmaram que Andrew Chan, de 31 anos, e Myuran
Sukumaran, de 33, cabecilhas do chamado grupo dos nove de Bali, que se dedicava
ao tráfico de heroína, vão figurar no próximo conjunto de prisioneiros que vão
enfrentar o pelotão de fuzilamento.
Contudo,
Jacarta não revelou ainda quando vão ter lugar as execuções.
Tony
Abbott afirmou que continua a fazer "as mais fortes representações
pessoais" junto do Presidente indonésio, Joko Widodo, advertindo que
ficaria "tremendamente desiludido" se os seus pedidos de clemência
forem ignorados.
"A
Austrália facultou assistência no valor de mil milhões de dólares",
afirmou, referindo-se à ajuda concedida na sequência do tsunami que deixou 220
mil mortos em 14 países, dos quais quase 170 mil na Indonésia.
"Nós
enviamos um considerável contingente das nossas forças armadas para apoiar a
Indonésia com ajuda humanitária", sublinhou o primeiro-ministro
australiano, acrescentando que a Austrália está sempre disponível para ajudar a
Indonésia e que espera reciprocidade desta forma neste momento.
Na
terça-feira, foi dada a Chan e Sukumaran um vislumbre de esperança, uma vez que
a transferência para o estabelecimento prisional onde serão executados foi
adiada, com o gabinete do Procurador-Geral da Indonésia a indicar que não irá
ocorrer esta semana.
O
adiamento ocorreu em resposta ao pedido de Camberra para que os dois cidadãos
australianos pudessem passar mais tempo com os seus familiares e devido a
dificuldades logísticas relacionadas com a capacidade da prisão da ilha de
Nusakambangan.
Jacarta
insistiu, porém, que a execução dos australianos vai realizar-se, uma vez que
viram ser-lhes negado os pedidos de clemência.
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// FV
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