Maputo,
04 Mai (AIM) Os
mediadores do diálogo político entre Governo e a Renamo, o maior partido da
oposição em Moçambique, voltaram a manifestar a sua apreensão com a lentidão do
processo, que decorre há mais de dois anos no Centro de Conferências Joaquim
Chissano, cujo fim não se vislumbra para breve.
Este
sentimento foi manifestado minutos após o término da 103ª ronda do diálogo
político, havida hoje, em Maputo.
Para
um processo que exige passos gigantescos, ao menos que desse alguns passos
razoáveis. Não se justifica tanta lentidão. Isso acontece porque as duas
delegações têm discutido questões que não constam da agenda prevista, disse o Bispo da Igreja Anglicana, Dom
Dinis Sengulane, em nome dos mediadores.
Como
têm cometido atrasos
isso
é desgastante porque alguns de nós são alérgicos aos atrasos, acrescentou.
Para
Sengulane, a contagem decrescente para o fim da Equipa de Observação da
Cessação das Hostilidades Militares (EMOCHM), não preocupa os mediadores
nacionais, pois a prioridade dos moçambicanos é a paz.
Continuamos
a apelar aos líderes envolvidos neste diálogo a substituição de acusações
(mútuas) e desconfianças por uma atitude de reconhecimento e confiança mútua
que não estejam baseadas nas afiliações partidárias, pois o primordial é
debater os assuntos previstos na agenda,
afirmou Sengulane.
Segundo
o clérigo, o grupo de mediadores neste diálogo político continuam a manifestar
a sua vontade de mediar o processo, não obstante a ausência de resultados
palpáveis e falta de consenso entre as partes nos últimos meses.
Continuamos
firmes neste diálogo tendo como objectivo arranjar um meio de nos entendermos.
Neste caso, pedimos que continuem orando por esta importante obra dos
moçambicanos. Entretanto, temos que manter a paciência, reiterou Sengulane.
No
início do diálogo politico, os mediadores primavam pelo silêncio. No entanto,
decidiram quebrar o seu mutismo nas últimas duas rondas para manifestar o seu
descontentamento com o curso do processo, alegando que as duas delegações têm
discutido pontos que não constam da agenda, algo que prejudica o curso do
diálogo.
Além
de Sengulane, integram o grupo de mediadores, o Professor Lourenço do Rosário,
Reitor da Universidade a Politécnica, Padre Filipe Couto, da Igreja Católica;
Reverendo Anastácio Chembeze, da Igreja Metodista e Xeque Saíde Abibo, da
Comunidade Muçulmana.
Alberto
Massango (AHM)/SG - AIM
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