Díli,
15 out (Lusa) - O BNU, sucursal da Caixa Geral de Depósitos (CGD) em
Timor-Leste, prevê lançar ainda em outubro um novo serviço de banca online, antecipando
para o primeiro semestre de 2016 o lançamento dos primeiros cartões de crédito
do país.
O
anúncio foi feito pelo diretor da entidade em Díli, Fernando Torrão Alves,
durante um encontro entre responsáveis da CGD, incluindo a administradora Maria
João Carioca e um grupo de empresários portugueses radicados em Timor-Leste.
Torrão
Alves explicou que no caso da banca online o portal BNU direto, idêntico ao
utilizado para a Caixa Direta, está já a ser alvo de testes internos devendo
ser lançados para clientes particulares "até ao final do mês".
"Em
relação ao serviço dos cartões de crédito, esperamos que esteja disponível no
decurso do primeiro semestre de 2016", explicou.
O
responsável do BNU explicou ainda que estão a decorrer contactos com o Banco Central
de Timor-Leste sobre a criação de uma rede interbancária que facilite os
processos entre as várias entidades que operam no mercado timorense.
Segundo
explicou já decorreram várias reuniões técnicas e "este ano poderá haver
ainda potenciais decisões sobre que modelo Timor-Leste pretende escolher".
A
reunião de hoje contou com a participação de cerca de 50 empresários ligados
aos setores do retalho, telecomunicações, obras públicas e construção,
advocacia e outros serviços, setor livreiro, cadastro e consultoria
empresarial, audiovisual e comércio, entre outras.
O
encontro, organizado pela delegação do BNU em Timor-Leste, pretendia ouvir os
empresários sobre a sua experiência de negócios e investimento no país e sobre
os mais desafios e problemas que encontram, especialmente no setor bancário.
Durante
o encontro os empresários detalharam algumas das dificuldades de operar no
mercado timorense, especialmente no que toca à dificuldade de acesso ao crédito
e aos problemas com as garantias bancárias, num país onde falta lei de
propriedades e outros elementos essenciais do quadro legislativo.
Maria
João Carioca, administradora da CGD, disse aos empresários que no que se refere
aos créditos, os critérios e condições aplicadas pela entidade na sua sucursal
em Timor-Leste são idênticos aos aplicados nas restantes presenças internacionais
do banco.
O
facto de haver limites locais para aprovação - sem consulta a Lisboa - de
operações de crédito não impede os processos de decisão, com as operações a
serem avaliadas com políticas de bom governo e práticas de concessão de crédito
normais.
Esses
limites, insistiu, não atrofiam a atividade de crédito e a CGD tem, atualmente,
uma "posição de liquidez extraordinariamente confortável" estando
aberta à concessão de créditos e sem "impedimentos de fundo", apesar
do contexto económico.
Isso
não implica que a CGD deixe de aplicar os critérios de avaliação dos pedidos de
crédito, tendo em conta a sustentabilidade das empresas, o equilíbrio entre
capitais próprios e divida e outros aspetos.
"Ter
contas claras facilita, ter estruturas de capital minimamente sustentadas
facilita o processo e reduz o tempo de apreciação", destacou.
A
administradora da CGD explicou ainda que o objetivo da entidade é continuar em
Timor-Leste, "empenhada em colaborar no desenvolvimento com
continuidade" da economia do país, procurando "um equilíbrio"
entre o envolvimento com as empresas timorenses e com as empresas portuguesas.
ASP
// FV
Sem comentários:
Enviar um comentário